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História The Cursed Blood (O Sangue Amaldiçoado) - O Primeiro Encontro


Escrita por: DropCandy

Notas do Autor


Essa aqui é uma fic antiiiga que eu postava em um outro site, mas que meu celular decidiu não entrar mais nele :') então a estou postando aqui \o/

Boa leitura <3

Capítulo 1 - O Primeiro Encontro


Fanfic / Fanfiction The Cursed Blood (O Sangue Amaldiçoado) - O Primeiro Encontro

“Por favor, não faz isso” implorei mentalmente segurando as lágrimas para que os convidados vibrantes ao redor não me notassem, embora soubesse que eu estava literalmente invisível para eles.

Ele se ajoelhou e meu coração bateu forte.

Ele tirou a caixinha aveludada vermelha do bolso do terno e a estendeu.

Ele sorriu torto para ela e tomou fôlego tirando a franja azul dos olhos.

Ele fez o pedido e chorei em silêncio quando ela respondeu "sim”.

Todos ao redor comemoraram e o casal se beijou, e tomei aquela cena como uma ofensa á minha presença ali.

Encarei aquilo até uma mão enluvada bloquear minha visão e a outra me puxar pela cintura até minhas costas bater em seu peito.

–Se isso te faz sofrer assim, tem que parar de olhar. – sua voz soou grave e rouca em meus ouvidos, e nunca antes ela me fora tão acolhedora.

Virei lentamente até ficar de frente para aquele homem mascarado, quem antes eu considerava inimigo era o único que viera me salvar. No mesmo instante escutei o som de passos pesados e armas sendo empunhadas.

Eu teria o mesmo destino de Amanda.

–Ele tomou a decisão dele, hora de tomar a sua – desviei o rosto, deixando que ele me conduzisse para fora dali abraçado á minha cintura; as sombras se avolumando ao nosso redor, ocultando nossa presença e tirando dali.

Se naquela época eu soubesse o porquê daquela decisão de Ezarel, nunca teria seguido por aquele caminho.

 

Alguns anos antes...
 

O despertador tocou e eu já estava acordada, lendo as mensagens da conversa de minhas colegas que não tinha visto no dia anterior. Pelo visto, o novo professor de educação estava fazendo muito sucesso desde que o viram entrando na escola.

Revirei os olhos comigo mesma e levantei-me, tentando buscar na reserva forças para continuar com mais um dia de vida.

Enquanto arrumava o cabelo o sermão de minha mãe não saia da cabeça (como se perder uma noite de sono por causa daquele pesadelo já não me fosse dor de cabeça o suficiente). E, mesmo não querendo admitir, ela tinha razão: era hora de eu viver como uma adolescente normal pelo menos uma vez. 

(Flachback)

“-Desculpa, Micaela, mas todos os convites acabaram...

Olhei para a cesta cheia de envelopes para serem entregues que ela tentava inutilmente esconder atrás de suas costas.

Torcia nervosamente as mãos enquanto escutava os risinhos baixos quando fui embora de cabeça baixa, os olhos ardendo.” 

 

Senti os olhos lacrimejarem e balancei a cabeça.

–Bando de idiotas. – murmurei para mim mesma jogando o restante dos cadernos dentro da bolsa e fechando o zíper com mais força do que a necessária.

Desci as escadas para esperar a perua sem nem tomar o café-da-manhã; ficar pensando nessas coisas logo cedo acabou com meu apetite e bom humor.

Ao chegar à sala de aula coloquei a bolsa na primeira carteira perto da porta e sai para dar uma volta até o sinal bater; ficar naquela sala cheia de meninas falando quem poderia ser o tipo do novo professor fazia meu estômago se revirar mais ainda.

Fui até o corredor da biblioteca encarando os mosaicos desgastados do chão e com as mãos no bolso, só as tirando para ver se o Wi-fi do lugar estaria ligado àquelas horas... E por sorte estava, o que significava que eu poderia esquecer meus problemas com algum jogo até as aulas começarem. Talvez até faltar á primeira, não faria diferença.

Entrei na página da internet enquanto atravessava a porta, sem me importar em olhar para frente para poder ver o garoto cheio de pastas e livros nas mãos que vinha apressado na direção contrária á minha. O choque foi inevitável, assim como parte de seus papéis e coisas que estavam no bolso irem ao chão. Por sorte o lugar ainda estava vazio, não teria ninguém para rir daquele garoto de cabelos azuis sair apressado de cima de mim, praguejando.

–Você não olha por onde anda? – ele perguntou, irritado, juntado suas coisas.

–Me desculpe. – murmurei e me sentei para ajuda-lo, o rosto queimando.

–Faz o seguinte: deixa que eu pego, já ajudou o bastante espalhando todos pelo chão.

Levantei-me bruscamente e joguei o que estava em minhas mãos de volta para o chão.

–Espero ter ajudado mais ainda. – dei dois passos de costas o fuzilando com o olhar quando ele se levantou, até que bati em alguém.

–Opa, cuida... – ele começou a falar e eu só o empurrei quando o de cabelo azul abriu a boca para retrucar. Nem três passos e me puxam pelo braço, o cara em que esbarrei me fez ficar frente a frente com ele, e, vendo-o pessoalmente entendi o desespero do restante das meninas daquela escola. Era um pouco mais alto que eu (e eu não era tão baixa assim), os cabelos quase tão negros quanto os olhos, o sorriso torto perfeitamente desenhado, quase tão bem quanto os ombros largos ou os músculos demarcados pela camiseta polo preta que usava. Seu olho esquerdo era escondido por um tapa-olho preto que se camuflava pela franja comprida jogada para esse lado.

–Me solta. – murmurei corada sem saber o porquê e virando o rosto.

Ele riu baixinho, uma risada digna de galã de filme internacional.

–Não até me dizer o que esse cara fez pra te deixar irritada assim. – ele apontou com o queixo para o garoto de cabelos azuis que havia terminado de pegar todas suas coisas e se preparava para sair, passando por nós como se nada houvesse acontecido.

Suspirei e escutei que gente vinha pelo corredor, e não queria que ninguém visse justo AQUELE professor novato me segurando pelo braço daquele jeito, nos deixando a uma distância menor do que a habitual para educadores e alunos.

–Deixa pra lá, ele não fez nada – não era uma mentira total, meu mal - humor começou quando levantei, então tentei puxar meu braço e sair dali antes que entrasse alguém naquela biblioteca e eu chamasse atenção desnecessária.

Ele me soltou e, quando pensei estar livre, ele foi e colocou os dois braços ao meu redor, se apoiando na mesa atrás de mim, me deixando entre ela e seu corpo.

Meu coração foi para a boca e voltou, meu o rosto queimando. O que ele estava fazendo?

–Se ele te fizer alguma coisa, venha imediatamente até mim. Entendeu? – ele falou baixinho e eu assenti freneticamente, desejando que ele se afastasse logo e eu pudesse colocar os pensamentos de volta no lugar.

Ele se endireitou e colocou uma distancia de meio metro entre nós quando os alunos entraram ali.

–Foi um prazer te conhecer, mocinha. – ele disse me dando um sorriso torto e cumprimentando as meninas que entraram ao sair da biblioteca. Achei que elas fossem ter algum tipo de ataque cardíaco quando ele fez isso. E se voltaram automaticamente para mim quando sumiu de vista.

–Você conversou com ele?

–O que ele te disse?

–Já se conheciam?

Começaram a me bombardear com perguntas desse tipo, e eu não consegui responder a nenhuma de imediato; ainda estava tentando fazer minhas bochechas voltarem á cor normal (o que não parecia que ia acontecer tão cedo).

–Não, nós não falamos nada... Nem sei o que ele quis dizer com aquilo. – falei apressada e quase corri para fora dali. Pelo visto, não iria conseguir matar a primeira aula. E se eu soubesse a notícia que eu receberia nela, nem teria ido á escola.

Ao me sentar na cadeira após o sinal bater, a inspetora entrou, pedindo licença e anunciando novos alunos para aquela turma. Dois irmãos na verdade.

Um deles? O garoto de cabelo azul, que notou minha presença enquanto a mulher o apresentava, me fuzilando com o olhar até que decidi prestar atenção no outro, tentando me convencer de que ter ele ali não faria diferença nenhuma. Que seria só ignorar pelo resto do ano como já fiz com muita gente irritante antes dele.

Não fosse ela ter anunciado que eram irmãos, ninguém jamais teria especulado isso. Eram completamente diferentes. O outro, que se apresentou como Valkyon, era mais alto que ele alguns centímetros, os ombros mais largos e sua fisionomia se encaixava na de um lutador, nenhuma expressão no rosto, os cabelos platinados lisos e batendo pouco abaixo dos ombros, os olhos de uma cor dourada que nunca havia visto antes.

–Ele não tem dezessete anos. – Pâmela, sentada ás minhas costas, sussurrou para mim e virei o rosto levemente para ela.

–Talvez tenha repetido alguns anos? – sugeri e voltei a olhar para ele que, apesar da aparência, parecia ser alguém com uma personalidade bem mais simpática do que a do irmão.

–Cuidem bem deles, turma. – ela terminou e saiu, pedindo desculpas ao professor por ter atrapalhado o início das aulas.

Os dois foram se sentar nas mesas livres no fundo; eu me senti envergonhada por eles com tantos olhares sobre eles e que, mesmo assim, nenhum parecia incomodado.

–Espero que tenham um bom ano. – o professor cumprimentou e se pôs a fazer a chamada.

Ele só se esqueceu de definir o que entendia por “bom” naquela época.



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