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História The Darksouls - Electric shock


Escrita por: thelonelyheart

Notas do Autor


depois de todo esse tempo, vocês merecem um capítulo com capa
capa alternativa, onde grace é a luz e shawn, a escuridão.

Capítulo 37 - Electric shock


Fanfic / Fanfiction The Darksouls - Electric shock

— Eles estão vindo.

Respirações foram prendidas, enquanto alguns adolescentes retrocediam passos, expressões assustadas tomando seus rostos. A notícia do que teria acontecido comigo teria passado de ouvido em ouvido de maneira sútil, como uma verdade maquiada; eu teria ficado numa sala, refém deles. Ninguém sabia de Jake, e ninguém sabia do que estava correndo pelo meu sangue naquele exato momento. Mesmo assim, a singela ideia de estar a sós com um rebelde era assustador o suficiente.

A mão de Callie apertou a minha e, só naquele momento percebi que ela estava segurando-a. Não consegui identificar se ela estava tentando me passar confiança, ou apenas esperando que fazer isso diminuísse o seu medo. Mesmo sem ter certeza que tudo ficaria bem, apertei sua mão de volta. Talvez fazê-la acreditar que eu também estivesse com medo deixasse-a um pouco mais calma. Fizesse com que ela acreditasse que não estava sozinha.

Porque eu não estava com medo. Na verdade, eu não estava sentindo nada. Não sentia o medo acelerar meu coração, ou a adrenalina e determinação de fazer algo a respeito para salvar todos nós. Mas nada percorria meu corpo. Eu sentia-me vazia. E por mais que eu quisesse acreditar que era um efeito colateral do novo vírus, no fundo, eu sabia perfeitamente qual era o ponto principal.

Eu estava presa. Presa numa linha tênue entre a razão e minhas emoções. E eu sabia que não poderia mais empurrar o dia que eu teria o peso da decisão; de ter de escolher um lado. De escolher alguém. Eu não queria que esse dia chegasse.

— Formem uma filha única — uma voz masculina e forte gritou de fora das grades, antes dos portões rangerem, revelando um adolescente alto e forte. Seus olhos negros vieram até à mim. — E eu espero não ter de lidar com nenhum ato heroico.

 

Eles forneceram apenas três coisas; o direito de escovar os dentes, uma ducha rápida e uma roupa; uma calça e uma camiseta cinza, como as de um presidiário. Depois que todos passaram pelos procedimentos, fomos levados até um enorme pátio rodeado de mesas, lembrando-me vagamente um refeitório, só que mais escuro, sombrio e com menos opções. Recebemos um prato com o que deveria ser um sanduíche e um copo de água.

— Eu me sinto na cadeia — Dylan resmungou enquanto sentávamos todos juntos em uma mesa larga. Até mesmo Nash sentou-se ali, a pedido de Callie. Ninguém negou.

— Por que eles estão fazendo isso? — Camila sussurrou, para que apenas nós escutássemos. — Quero dizer; por que deixar os prisioneiros tomarem banho, escovarem os dentes e comerem algo?

— Eles querem que fiquemos vivos — Johnson sussurrou de volta.

— Mas não justifica essas atitudes — Shawn concordou, pensativo.

— Talvez eles querem que achemos que eles não são os vilões da história — dei de ombros, enquanto mordiscava o sanduíche. Apesar da aparência nada convidativa, o gosto não era tão ruim.

Todos os olhares foram direcionados para mim. Por alguns segundos, eles pareceram achar minha sugestão uma loucura.

— Faz sentido — Nash murmurou, roubando a atenção de todos para si.

— Por que faria? — Camila franziu o cenho.

— Porque é assim que nós nos sentimos quando chegamos na Central — comprimi meus lábios, trocando um rápido olhar com Nash, relembrando de quando nos aproximamos, e como essa sensação foi pauta de muitas das nossas conversas.

— É diferente, Grace — Gilinsky disse, indignado.

— É mesmo? — arqueei a sobrancelha, abrindo um sorriso cínico. — Estamos presos num lugar desconhecido com roupas iguais, como um uniforme — comecei a citar. — Não conseguimos sair daqui, mas podemos tomar banho e comer alguma coisa em um refeitório. Todos juntos — meu sorriso sarcástico aumentou. — Estamos numa versão alternativa da Central.

— Eles querem que acreditamos que a Central e aqui são semelhantes — Nash murmurou. — Mas vão trazer algo que mostre que eles são melhores.

— Eles vão nos manter presos, mas irão fazer que imploremos para ficar — completei.

Um silêncio constrangedor pairou entre o grupo, todos assimilando o que foi dito. Comprimi meus lábios, ainda comendo meu lanche, desconfortavelmente.

— Bom, não importa o que eles tragam — Shawn começou, em seu tom heroico. Sutilmente, senti sua mão pousar em minha coxa, transmitindo um conforto que eu não queria ter naquele momento, mas que era inevitável quando se tratava dele. — Vamos ficar juntos.

Todos concordaram entre sorrisos fracos. De soslaio, notei os olhos castanhos esverdeados de Shawn procurarem os meus. Mesmo relutante, comprimi meus lábios, encarando-o de volta. Ele sorriu fraco.

Perguntei-me se sua última frase teria sido coletiva ou especificamente para mim.

De repente, um baque invadiu nossos ouvidos, fazendo com que encolhêssemos nossos ombros pelo enorme ruído e susto. Rapidamente, viramos nossas cabeças, procurando de onde vinha o som.

O garoto de cabelos loiros gritava, desesperadamente. Ele teria derrubado a mesa onde outras pessoas sentavam, visto que agora elas estavam em pé, encarando o garoto assustado. Alguns rebeldes tentaram segurá-lo, mas o garoto conseguiu nocautear os dois com socos e chutes.

— O que ele pensa que está fazendo? — Lauren perguntou com raiva, levantando-se.

— Suicídio — Johnson sussurrou, levantando-se também. — Ele está querendo fugir.

Não demorou muito para que três Darksouls juntassem à ideia do loiro. Eles começaram a lutar com todos os rebeldes que apareciam e apesar das dificuldades, eles se saíam bem. Afinal de contas, eram incontáveis os treinamentos que tínhamos feito para lutar sem poderes.

— Não podemos deixar eles continuarem — Astrid disse, sua voz calma ganhando um tom de desespero que eu nunca teria visto na loira. — São quatro contra centenas de Rebeldes.

Sua frase caiu perfeitamente no exato momento que dezenas de Rebeldes passaram pelas enormes portas do refeitório, carregando armas e, em grupo, caminharam em direção ao quarteto, que ainda lutava em desespero. Todos os Darksouls levantaram-se, inclusive nós. Fui a última a levantar, hesitante.

Foi rápido. Dois rebeldes avançaram em cada um que teria começado a briga. Enquanto um nocauteava, o outro aplicou uma agulha de uma seringa grande com um líquido prateado no braço dos quatros. Encarei o loiro, vendo seus olhos claros dissolveram-se na mesma cor do líquido. Seu corpo caiu, de joelhos, enquanto sua boca entreabria-se. Não era o líquido que tinham colocado em mim. Não tinha certeza se isso era um conforto para mim.

Os quatro caíram no chão, e uma poça de sangue formou-se ao redor deles, o que fez com que a expressão de todos se contorcesse. Afinal, nenhum corte teria sido feito, e o baque não havia sido o suficiente para todo aquele sangue que escorria. Foi possível ouvir alguns adolescentes começarem a chorar.

— Espero que essa cena seja lição o suficiente para o próximo que pensar em fazer alguma surpresa — uma garota gritou.

Virei-me rapidamente para Nash.

— O que foi aquilo? — sussurrei.

— Eu não faço a menor ideia — ele sussurrou de volta, tão assustado quanto os demais.

— Acho melhor considerarmos a ideia da tatuagem — Lauren sussurrou.

— Eu prefiro ser do Leste, e vocês? — Dylan sussurrou também.

— Calem a boca — Camila revirou os olhos.

Todos os rebeldes saíram, deixando os corpos jogados ali. Pouco a pouco, todos voltaram a sentar, lentamente, receosamente. Como se qualquer gesto brusco fossem leva-los ao mesmo destino que o quarteto.

 

— Acho que se fosse para ser de alguma facção — comentei, enquanto encarava minhas próprias mãos. — Acho que eu preferia ser do Sul.

— Por quê? — Shawn, que abraçava-me por trás, enquanto meu corpo descansava em cima do seu, que estava apoiado na parede, perguntou, realmente interessado na resposta.

— Eu não gostaria de estar na comissão de frente, sempre lutando — murmurei. — Mas não sou inteligente para ser do Norte — o garoto riu. — Então ser do Sul parece a melhor opção.

 — Sempre achei que você fosse o tipo de garota que gostava de estar na comissão de frente — Mendes comentou em um tom brincalhão, fazendo-me rir fraco.

— Geralmente, eu sou — encolhi os ombros. — Mas, e quanto à você?

— Apesar da péssima experiência, eu gostaria de ser do Oeste — respondeu-me. — Eu não teria muita paciência de ficar sentado, assistindo outras pessoas lutarem por mim.

— É um bom ponto.

Permanecemos em silêncio por alguns minutos. Shawn apoiou seu queixo no topo da minha cabeça, enquanto passei a brincar com o anel em seu dedo, girando-o.

— Você acha que conseguiremos sair dessa? — a pergunta saiu dos meus lábios.

— Se você me perguntasse isso ontem, eu com certeza diria que sim — ele suspirou, e senti seu queixo afastar-se da minha cabeça, sentindo o leve barulho da sua encostando na parede. — Agora, tenho receio das consequências disso.

— Você se refere à cena do refeitório?

— Eles têm armas poderosas, uma tecnologia que não sei se a Central alcançou. Não quero que saíamos daqui deixando corpos para trás.

— Tenho certeza que você irá pensar em algo — afastei-me, virando para Shawn, sorrindo confortante para ele.

— Você sabe que eu não irei deixar você aqui, Grace — ele soltou, bruscamente, como se pudesse ler meus pensamentos naquele exato momento.

— Shawn...

— Se você ficar, eu fico — ele inclinou-se em minha direção. — Vamos ter uma tatuagem combinando — o garoto sorriu de maneira brincalhona, o que me fez rir, balançando minha cabeça. Sua mão pousou em meu rosto, nossos olhos encontrando-se por alguns segundos, tempo suficiente para que os lábios de Mendes juntassem-se aos meus em um beijo calmo. — Não iremos deixar você aqui, Grace.

Não disse nada. Como resposta, levei minhas duas mãos em sua nuca, puxando seu rosto para mais perto do meu, se isso fosse possível. Queria romper com a distância que havia entre Shawn e eu. Fisicamente. Psicologicamente. Emocionalmente.

Senti meu corpo borbulhar, como sempre fazia quando o garoto estava comigo. Aquela sensação que se tornava nova, única, fascinante. Eu conseguia me apaixonar por Shawn mais e mais, a cada dia que passava.

De repente, envolvida em minhas próprias emoções, senti algo sair de mim. Rápido e subitamente. Shawn rompeu o beijo, afastando-se de mim. Arqueei a sobrancelha, confusa. O garoto tocou o lábio inferior, como se verificasse que o mesmo estava sangrando.

— O que houve? — aproximei do garoto, que ainda estava confuso.

Seus olhos encontraram os meus.

— Você me deu um choque.

Arqueei a sobrancelha.

— Como assim?

— Um choque, Grace — ele repetiu em um tom calmo e paciente, mas ainda anestesiado com o ocorrido. — Suas mãos, sua boca.

Automaticamente, afastei-me de Shawn, incrédula. Naquele momento, quase podia ouvir a voz de Suzane sussurrando em meu ouvido “Surpresa, Portman”.


Notas Finais


o que acharam?
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ps. estava com saudades ♥


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