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História The Demons;; yoonjin - Thank you, YoonGi


Escrita por: taecerveja

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 12 - Thank you, YoonGi


Chegamos a Clyde Hill mais rápido do que eu pensava, normalmente levaria em torno de quase uma hora, mas chegamos em aproximadamente vinte minutos, com a velocidade em que YoonGi dirigia, obviamente chegaríamos mais rápido do que o esperado.

A cidade era magnífica, e o hotel em que decidimos ficar era mais ainda, muito elegante, mas com um toque de simplicidade, algo local. Faz meu tipo.

Descemos no hotel, e enquanto eu contemplava as belezas que ali existiam, YoonGi foi direto a recepção abrir uma conta para nós. 

Enquanto ele dava falsos dados nossos para conseguirmos um quarto, eu explorava o hotel, completamente fascinado. Não era algo que eu veria todos os dias, por isso, tentava capturar cada canto daquele local esplêndido e guardar na minha memória.

Um sentimento — repentino e estranho — apareceu, um medo no meu peito começou a dominar, eu não sabia o que era. De repente uma voz ecoou na minha mente, e por um impulso descobri meu olho direito e notei uma pequena sombra atrás de uma das várias plantas que haviam ali.

Me afastei do lugar e fui até a recepção. Eu nunca tive medo das sombras, mas ultimamente meu psicológico anda fraco e eu me assusto por praticamente tudo, algo nada bom.

— YoonGi, tem alguma coisa ruim aqui. — sussurrei perto o suficiente para que só ele conseguisse ouvir.

— Ignore. — respondeu, como sempre.

A solução nunca é ignorar.

E continuou a falar com a recepcionista, me ignorando. Uma hora ou outra, a mulher piscava para si, deixando seus seios incrivelmente grandes para fora, tentando ganhar olhares maliciosos de YoonGi, este que não dava a mínima para o verdadeiro motivo de ela estar atendendo-o.

Fiz cara feia para ela, que nem foi notada por sinal, então resolvi fazer o que YoonGi disse, ignorar essas coisas, mantendo meu olho coberto sempre que possível. Decidi andar mais pelo hotel, para conhecer melhor, tentando ignorar o medo, então fui até o restaurante do local, onde todos os hóspedes almoçavam e jantavam, era um lugar realmente grande e bonito, passei por quadros abstratos que me lembraram o sangue no teto de meu quarto. Estava preso em pensamentos profundos sobre isso, quando de repente ouvi alguém me chamar.

Olhei para trás e vi um pequeno menino, por volta dos nove anos, parado em frente à uma porta de metal.

A criança usava uma camiseta de um branco desbotado, meio amarelado, uma bermuda acinzentada e tinha cabelos curtos e negros. O que mais me chamava atenção nele eram os olhos, de um amarelo brilhante.

Eu o encarei por longos segundos, paralisado, quando finalmente o reconheci: Taehyung!

Seus olhos amarelos eram hipnotizadores, eu sentia que estava sendo puxado para ele. O pânico começou a me tomar, eu tentava de tudo mas não conseguia parar de caminhar na direção dele, mas antes de chegar a este, o menino correu e entrou na porta de metal, e em seguida eu entrei atrás dele.

Quando passei pela porta, consegui me mover novamente, rapidamente arranquei o tapa olho, caso algo ameaçador estivesse ali eu conseguiria ver, porém, a cena que vi foi mais perturbadora do que esperava.

Havia um corpo humano despedaçado no chão, sangue para todos os lados do local e o pequeno menino estava sentado em cima de uma das mesas, com a boca e o comprimento da bermuda encharcada de sangue, em suas mãos estava o que identifiquei como um braço humano, com várias mordidas.

Senti meu estômago se revirar, apertei a mão sobre a boca tentando me acalmar, mas a criança soltou um grito, que me fez estremecer.

Eu o encarei pelo canto dos olhos, com a cabeça abaixada, e sussurrei: —Quem é você?

O menino sorriu, e jogou com força o braço em cima do corpo estraçalhado. Aquilo estava torturando meu psicológico, porra.

— Eu sou... — ele parou, e ficou sério novamente. — Taehyung é seu irmão mais pequenininho, Jinnie-hyung.

Eu congelei, e mais uma vez não conseguia me mover. 

— E-Eu não tenho irmão.

A criança se aproximou de mim, se pôs a minha frente, e ficou na ponta dos pés para se aproximar até ficarmos cara a cara, e então sussurrou: — Você não sabe.

Um estrondo repentino veio da porta atrás de mim, e YoonGi apareceu como um raio, me agarrou pelo pulso e me puxou para ele. 

— Jin-yah, o que aconteceu!? — ele quase gritou, parecia realmente preocupado.

Eu estava apavorado, o encarei com os olhos cheios de lágrimas e rapidamente me lembrei do menino e virei-me para trás com um impulso, mas ele não estava ali, o corpo havia sumido, o sangue, tudo... Eu definitivamente estou ficando louco.

Encarei de volta YoonGi, e saí chorando pela porta, deixando-o para trás.

Corri até a entrada do hotel e me sentei na escadaria, apoiei a cabeça sobre as mãos e continuei a chorar, entre soluços meu olhos ardiam, apertei a mão sobre o olho direito, desejando não ver mais nada, estava tão cansado de tudo isso, não imaginava que seria tão horrível.

Tentei me acalmar um pouco, mas não conseguia esquecer aquela cena, e de repente todos os outros monstros que eu havia visto vieram a minha mente.

Passos altos quebraram esses pensamentos horríveis, e YoonGi se sentou ao meu lado, apoiando uma das mãos em minhas coxas, ele me entregou o tapa olho de couro avermelhado.

— O que você viu lá? — perguntou, acariciando-me as coxas fartas.

— Uma criança, aparentemente era Taehyung... — sussurrei. 

Era estranho essa atitude dele, parecia alguém diferente de antes.

— Uma criança com a aparência dele? — ergueu a sobrancelha.

— Era ele... Eu sinto que é. — olhei para ele, com os olhos vermelhos e inchados. — É o Tae quando morreu, na idade em que morreu.

YoonGi-ah me olhou confuso, mas ele não parecia temer essas coisas, talvez porque não tivesse visto, ou porque ela realmente não teria tal sentimento.

— Vamos pra outro lugar. — falou enquanto se levantava e então estendeu a mão para mim.

— Não. — respondi, pegando sua mão. — Vamos ficar aqui, e procurar Jisoo logo.

— Certo! — ele abriu um pequeno sorriso, por motivo que eu não consegui decifrar, mas eu estava adorando seu jeito doce.

Pegamos as malas no carro e então subimos até o 4° andar, nosso quarto era o trinta e dois. Esperamos o elevador, e quando ele se abriu, vi a criança novamente lá dentro, ele estava com a cabeça abaixada, encarava o chão, apenas se mexeu para me lançar um olhar sombrio.

Segurei a ponta do casaco de YoonGi, e virei um pouco o rosto, para não olhá-lo. YoonGi não conseguiu vê-lo, mas sabia que se tratava dele, então segurou-me pelo pulso e entramos no elevador, mas quando olhei lá dentro, não havia mais ninguém.

O trajeto todo até o 4° andar foi silencioso, YoonGi me encarava de forma estranha, me dava calafrios às vezes. Chegava a ser adorável.

Quando finalmente achamos o quarto, YoonGi entrou em minha frente, já colocando as malas em cima da cama, mas eu não consegui entrar, travei na porta, com uma das mãos apertando meu peito. Ele virou-se pra mim e revirou os olhos, caminhou até mim e me puxou, para dentro com brutalidade.

— Não! — eu gritei. — Não quero entrar aí!

— O que foi dessa vez?! — YoonGi indagou, este parecia zangado, estava se irritando com os acontecimentos, e  meu medo só aumentava.

Encarei o quarto atrás dele, tentando falar o que estava vendo: havia sangue para todos os lados, os lençóis antes brancos agora eram pintados pelo líquido escarlate. Em um forte impulso para a frente, me agarrei o YoonGi, abraçando-o e escondendo meu rosto sobre seu colo, apertando os olhos o máximo que podia. Ele não me abraçou de volta, estupidez da minha parte fazer isso.

“Que droga, por que eu fiz isso? Ele vai me espancar!” — pensei.

Mas depois de alguns segundos, ele pós as mãos sobre a minha cabeça, e me deixou abraçá-lo por um tempo.

Eu o larguei, e me desculpei pelo ocorrido.

— Não se preocupe. — ele falou calmamente. — Tente manter a mente limpa, vai ajudar com essas coisas que você vê.

Eu concordei com a cabeça, e fui em direção a cama, que agora era branca e limpa.

Arrumei as roupas em gavetas e vários cabides cor de madeira, enquanto YoonGi caminhava pelo quarto, ele era grande, tinha duas camas de solteiro, uma mesa com três cadeiras, banheiro com banheira e chuveiro, e uma janela enorme com vista para um florido parque não muito longe daqui.

Deitei-me na cama ao lado da janela, e rapidamente adormeci.

  



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