História The Detective - Chapter.19

Eram aproximadamente umas oito da manhã quando a porta do quarto se abre, eu estava muito cansada para abrir os olhos e me virar para olhar. Os passos leves vem em direção até meu lado e logo sinto um dedo tirando algumas mechas de cabelo do meu rosto e coloca atrás da minha orelha. Ouço um suspiro baixo e logo a palma de sua mão estava em minha bochecha.

Det.Min- Me desculpa não ter te protegido. Prometo não deixar aquele canalha encostar em um fio de seu cabelo se quer.

O detetive sendo sentimental e protetor? Essa é nova, mas eu até que gostei. Abro meus olhos lentamente vendo o detetive abaixado ao meu lado, e dou um mínimo sorriso.

-Já te disse que não é seu trabalho me proteger. Fiz aquilo para ele não te matar.

Minha voz sai baixa e rouca, o detetive parece surpreso. Ele logo tira sua mão de minha bochecha e se levanta.

Det.Min- E-ei, era um momento em que eu estava falando sozinho.

-Falando sozinho...comigo?

Det.Min- Não era para você ouvir.

-Você até que é bem fofo com as palavras quando não está com raiva.

Det.Min- Calada e levanta, tem café.

-Pizza de ontem ou cereal?

Det.Min- Eu não vivo só disso. Venha logo antes que eu desista de deixar para você.

Me sento na beirada da cama enquanto o detetive sai do quarto, esfrego meus olhos bocejando, passo a mão em meu cabelo para dar uma ajeitada e saio do quarto de pijama, encontrando o detetive sentado em seu sofá.

Det.Min- Irá ficar de pijama?

-Você já invadiu o quarto e eu também não vou gastar meu tempo trocando de roupa, trocar de roupa deixa meu braço dolorido.

Det.Min- Não fica acostumada.

-Você está de camiseta, calça de moletom e meia. Estou literalmente com as mesmas coisas, menos as meias.

Det.Min- Tá, mas é minha casa.

-Parabéns pela sua casa então.

Me sento ao seu lado e o olho.

-Sua visita está com fome.

Det.Min- Eu fui na padaria aqui perto e comprei pães. Fiz esse aqui pra você, já que não consegue fazer.

-Obrigado, não esperava isso de você.

Sorrio enquanto ele pega o pequeno prato que estava em sua mesinha de centro e me entrega.

Det.Min- Eu sou gentil.

-Fazer um ato de gentileza não te torna gentil.

Det.Min- Claro que torna, mas quem disse que foi um? Eu te levei para o hospital, comprei seus remédios e suas coisas para o corte do seu braço, fui com você no hotel, te deixei ficar na minha casa, comprei pão só porque você está aqui e ainda fiz um sanduíche pra você. E isso somente hoje.

-Tá, tá. Você é Min Yoongi, o gentil.

Det.Min- Ingrata.

-Mas agora é sério, obrigado.

Ficamos conversando enquanto eu comia o sanduíche que ele havia feito para mim.

Quebra do tempo

Após comer, coloquei o prato na pia, que estava um pouco cheia. Me sentei no sofá novamente, bocejei com a mão direita em frente a minha boca e olhei para o teto em seguida.

-Onde está o analgésico?

Det.Min- Está sentindo dor?

-Um pouco.

Det.Min- Eu vou pegar, só um instante.

-Não precisa, me diga onde está que eu pego.

Det.Min- Está no meu quarto, mas eu não te recomendo entrar lá.

-Se sua pia está quase cheia, imagina seu quarto.

Uma risada baixa sai do detetive, ele se levanta e em poucos segundos ele volta com um copo de água e o pequeno analgésico.

-Obrigado.

Det.Min- Não é nada.

Tomo o analgésico rapidamente, bebi todo o copo de água e entrego para o detetive que sumiu da minha vista por alguns segundos, mas logo voltou, se sentou e fechou seus olhos.

-Não dormiu bem?

Det.Min- Talvez eu não tenha dormido.

-Por quê?

Det.Min- Estava preocupado que você precisaria de alguma coisa.

-Vá dormir, se eu precisar de alguma coisa eu me viro.

Det.Min- E se você precisar de mim?

-Eu vou te acordar ou te chamo.

Det.Min- Mas e se você se machucar?

-Está parecendo meu pai nos primeiros dias que cuidou de mim. Vá descansar, Yoongi.

Ele coloca uma almofada no braço do sofá, mas parece reconsiderar por alguns segundos.

Det.Min- Como eu já fiz alguns atos de gentileza, será que você poderia fazer também?

-Ah, claro, mas vai dormir no sofá?

Det.Min- É confortável.

-Entendi, mas qual será meu ato de gentileza?

Det.Min- Posso colocar a almofada na sua coxa e dormir por meia hora?

Ele está realmente estranho, está começando a falar como se eu fosse amiga dele á anos e já tivesse toda intimidade comigo.

-Acho que pode sim.

Det.Min- Obrigado.

Sua almofada vem até minha coxa, o detetive deita sua cabeça na mesma, cruza seus braços e suspira.

-Parece que você morreu.

O canto direito de seu lábio se levanta levemente e em poucos minutos, ele estava dormindo calmamente. A única pessoa que havia feito isso foi meu pai, a uns cinco anos atrás, talvez menos. Eu sentia falta dele, mas sabia que ele estava ali comigo, sempre me acompanhando e me dando apoio.

Uma coisa que eu sempre faço quando vou visitá-lo no cemitério é conversar com ele, dizer coisas interessantes que estão acontecendo, se meus casos estão avançando ou resolvidos, se eu entrei em casos novos ou se eu tive um encontro ruim. Somente não conto mais sobre meus encontros porque eu desisti de sair em encontro as cegas, os homens parecerem malucos...e talvez, só talvez, eu tenha encontrado um não tão maluco, ele é bem doidinho e bastante bipolar, mas ele é um amor de pessoa também e acho que ele deveria demonstrar mais este lado dele.