Não sei por quanto tempo dormi naquela tarde, estava cansada de tudo que tinha acontecido naquele segundo dia no hospital, só lembro-me de ter acordado há um tempo com a enfermeira me chamando para poder dar um medicamento, observei ao redor do quarto e então dei de cara com minha irmã Cassie sentada em uma poltrona no canto do quarto, ela estava me encarando assustada.
– Cady! Como você está se sentindo? – podia ver no rosto dela uma expressão de pena, ela veio em minha direção e segurou carinhosamente minhas duas mãos.
– Bem, na medida do possível. Como você queria que eu tivesse sabendo que o Jake está morto?
– Eu sei que você não está bem e sei que isso não é um bom momento, mas, o Jake um hora ou outra ia acabar fazendo isso, talvez ainda fosse pior...
– Droga Cassie! Você veio aqui para falar mal dele mais uma vez? É só isso que vocês conseguem fazer; você e a mamãe.
Eu não entendia porque minha mãe e minha irmã faziam isso comigo, eu amava a Cassie, ela nunca me abandonou mesmo com após os erros que cometi diferente da mamãe ela estava sempre ao meu lado. Porém, eu não entendia porque a Cassie ainda estava com tanta raiva do Jake em meio aquela situação.
(...)
O médico entrou no quarto mais uma vez naquele longo dia e pediu para que Cassie nos desse licença, e mais uma vez se aproximou chegando do lado esquerdo da minha cama, então começou a falar com sua voz que agia como um calmante para mim.
– Cady, eu preciso conversar seriamente com você agora.
– Mais uma vez? Eu não quero falar mais uma vez sobre o acidente, eu já conversei com uma psicóloga e um assistente social, e eu nem sei por quê! – Eu não queria ser grossa com o doutor Bieber, mas cada vez que eu repetia os acontecimentos que antecederam o acidente eu me sentia pior.
– Eu não sei por que estou fazendo isso, esse não é o meu papel como médico. Mas, você está com um hematoma na costela esquerda, apenas sua costela esquerda foi atingida no acidente... E Cady, esse hematoma não é novo, você adquiriu isso antes do acidente.
POINT OF VIEW
Justin Bieber
Assim que Cady chegou ao hospital eu logo reparei no hematoma que havia na costela esquerda dela, como se alguém tivesse batido nela alguns dias antes, minutos depois soubemos da equipe de bombeiros que o carro onde ela estava com o namorado fazia movimentos de zig-zag na pista antes de se chocar com o caminhão, aquilo era muito estranho, eu já tinha lidado com diversas situações sendo médico e aquela era uma daquelas que precisava ser investigada.
Ela não estava falando a verdade para a equipe do hospital, e eu não conseguia tirar aquela garota e sua história da cabeça, por isso resolvi pergunta-la pessoalmente, assim que lhe contei sobre o hematoma em sua costela ela caiu no choro em minha frente, e começou a me contar lentamente sobre os momentos que antecederam o acidente.
POINT OF VIEW
Cady George
Flashback on
Horas antes do acidente
Eu não podia acreditar, mais uma briga, e pelo mesmo motivo de sempre: Jake estava drogado. Ele entrou em casa gritando comigo quando me aproximei dele pude sentir um cheiro forte de nicotina, o olhar dele estava perdido, como sempre.
– Eu vou embora Cady! Eu não vou mais encher o teu saco! Eu não vou mais te bater, você vai ficar livre de mim! – Jake saiu mais uma vez de casa, entrou na garagem e em seguida no carro, eu não podia deixa-lo dirigir naquele estado.
– Saí desse carro agora! Você está drogado!
Entrei no carro ao lado dele e segurei uma de suas mãos tentando acalmá-lo como sempre fazia, mas ele estava pior que nas outras vezes, ele olhou fixamente para frente e não obedeceu ao meu pedido, e então pisou no acelerador.
Flashback off
Era muito difícil contar para qualquer que fosse a pessoa como o Jake era, ele não era mais meu namorado, o garoto que conheci com apenas 15 anos, nós não vivíamos mais como um casal e sempre que eu desabafava todo mundo acabava me julgando. E não foi diferente com Justin Bieber.
– Como você conseguiu continuar com ele? Como você ainda podia amá-lo depois de tudo?
– Quando eu conheci o Jake, eu era muito nova, ele era meu melhor amigo antes que nos tornássemos namorados. E eu vi o Jake mudar por causa do vicio, ele não era mais a mesma pessoa, eu não me sentia mais como sua namorada, mas eu sempre achei que tinha a obrigação de cuidar dele... Você sabe como é ver uma pessoa que ama morrendo aos poucos? Eu sentia necessidade de ajudá-lo.
– Eu sei como é ver uma pessoa morrendo aos poucos, eu sou um médico.
– Você não pode atender pacientes que tem uma ligação pessoal doutor, essa é a regra, portanto você não sabe como eu me sentia.
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