– Que bom! Quase duas semanas nesse hospital não estavam me fazendo nada bem, obrigada.
– Preciso que apareça de novo aqui no hospital daqui a um mês, tome essa ficha. – Bieber me entregou um papel com algumas indicações para minha recuperação em casa.
Prometi que iria voltar ao hospital e então me despedi do Justin e de algumas enfermeiras que já me conheciam durante aquele tempo em que fiquei internada. Um enfermeiro me ajudou a carregar uma mala pequena com as roupas que tinha usado durante o internamento e me levou até a saída do hospital, agradeci a ele e assim que olhei para frente lá estava Cassie acenando pra mim, fiquei muito feliz em vê-la novamente; não que eu não tivesse mais visto ela ultimamente, já que tinha sido ela quem tinha ficado comigo na maioria dos dias em que fiquei internada, mas fiquei feliz porque sabia que ela iria me apoiar nessa volta para casa.
Ainda bem que passei o caminho de volta inteiro conversando com a Cassie, nós conversmos apenas sobre coisas felizes e aquilo me ajudou muito a esquecer de apenas por um momento do acidente, da morte do Jake e principalmente em como seria minha vida daqui pra frente; isso tinha sido uma coisa que vinha me atormentando há alguns dias.
Chegamos a minha casa, e a Cassie me ajudou com a mala, tudo estava do mesmo jeito lá dentro como se fosse um dia normal em que eu chegava depois de ter saído, era muito estranho saber que eu não veria o Jake por ali, mesmo que ele quase nunca passasse o dia em casa, as condições eram diferentes agora, e eu sabia disso, eu sabia o quanto seria difícil, mas prometi a mim mesma ser forte, a mudar minha vida daqui para frente e recuperar todo o tempo perdido.
(...)
Semanas se passaram e foi mais difícil que eu pensava, era difícil acordar de madrugada e ver que o Jake não estava lá, praticamente todas as noites eu tinha pesadelos seguidos com a noite do acidente, eu não aguentava mais estar daquele jeito, a Cassie passava quase todos os dias comigo e só voltava uma vez por semana para ficar com a nossa mãe, esses dias eram os piores, eu ficava sozinha sem ter com quem conversar, estava realmente sendo pior do que pensei passar os dias ali.
– Eu trouxe umas coisas para você, tenho certeza que isso vai te animar, sério! – Cassie entrou no quarto segurando duas sacolas pretas, com um sorriso que ia de um canto a outro do seu rosto. – Olha esse vestido! – ela deu um grito quando tirou da sacola um vestido preto, um tanto pequeno.
– Mas isso nem cabe em mim! louca, Cassie?! E pra onde eu irei sair com isso?!
– Claro que cabe garota, olha esse seu corpo! Você passou tanto tempo escondida que nem sabe do que é capaz.
As palavras de Cassie tinham me tocado de algum jeito, tinham acendido algo na minha cabeça, eu não tinha me tocado até agora do tempo que havia perdido apenas em função do Jake, e então eu resolvi provar aquele vestido. Coloquei o vestido e posei em frente ao espelho, aquele vestido tinha ficado realmente lindo em mim, valorizava as curvas do meu corpo que eu mal tinha reparado, eu estava como posso dizer... muito sexy!
– Nossa, eu adorei?! – virei para Cassie que em olhava sentada na cama sorrindo.
– Eu sabia que ficaria incrível, meu gosto é realmente o melhor! Você está uma gata se não fosse minha irmã eu te pegaria.
– Obrigada! – falei sorrindo em frente ao espelho enquanto fazia poses. – Droga! Eu não tenho um salto para usar com esse vestido...
– Eu já cuidei disso, toma! – ela tirou da sacola um salto cor de vinho que era realmente perfeito, calçei os sapatos e agora me sentia totalmente pronta.
– Ok, Cady... Você está incrivelmente linda e pronta, e sabe para onde nós vamos com essa roupa?
– Não faço ideia. – Realmente não fazia, há um bom tempo eu não saia à noite, sem que o Jake estivesse ao meu lado, e nunca fazíamos algo em que eu precisasse me vestir bem.
– Você sabe que eu tenho meus contatos e uns amigos meus me chamaram para uma boate hoje à noite, e você vai junto, prometo que você vai se divertir muito!
(...)
Eu mal lembrava qual foi à última vez que tinha ido a uma boate, Cassie segurava minhas mãos enquanto procurava seu amigo, as luzes no meu rosto e a música alta me incomodavam um pouco naquele momento. Podia ver que alguns homens olhavam para mim e estava um pouco receosa com aquela sensação. Enfim encontramos o amigo de Cassie, que segurava um uma bebida, em meio a outras pessoas.
– E aí Cassie! – ele abraçou Cassie assim que chegamos perto dele, que retribuiu o abraço. – Quem é essa princesa ao seu lado? – ele olhou para mim de cima a baixo que sorri um pouco envergonhada.
- Minha irmã Cady, estamos aqui pra nos divertir, não é Cady? – Sorri, um pouco e confirmei com a cabeça.
– Tudo bem, se quiserem uma bebida eu pago para vocês.
– Valeu Juan! – Cady me puxou mais uma vez, e dessa vez para o meio da pista de dança.
A música que tocava no momento era Firestone, eu deixei que o ritmo me envolve-se alguns homens olhavam para nós duas que dançávamos sozinhas, mas eu não dava bola, em pouco tempo Cassie estava dançando com um cara alto e moreno ao nosso lado, eu sempre me surpreendia como jeito da Cassie tão ‘’extrovertido’’ de se
Boates não eram a minha praia, eu dançava, curtia a música, mas não estava tão animada assim, quando estava saindo da pista para buscar um drink senti uma mão em meu ombro assim que me virei me deparei com o amigo da Cassie; Juan.
– Oi Cady... Quer dançar um pouco? – Ele disse me segurando pela cintura, descendo suas mãos.
Assustei-me em vê-lo não só porque não estava interessada em dançar e naquele momento, mas pude ver seus olhos vermelhos em minha frente, eu podia ter certeza de que ele estava drogado. Pude me lembra de cada momento que já passei com o Jake enquanto ele estrava drogado realmente foram os piores momentos e isso era algo impossível de apagar da memória, então tirei as mãos dele da minha cintura e saí para o bar da boate, pude escutá-lo me chamando lá atrás, mas não dei ouvidos. Sentei no bar e comecei a cogitar que na verdade aquela tinha sido uma péssima ideia; sair de casa para ir a uma boate, onde eu estava com a cabeça?
– Oi moça, quer uma bebida? – parecia um dejavu, senti mais uma vez alguém tocar o meu ombro, mas dessa vez eu podia me lembrar muito bem daquela voz tão calma.
– Doutor Bieber?! – falei assustada me virando de frente para ele.
Não podia acreditar no que estava vendo, meu médico estava parado em minha frente me oferecendo uma bebida. Aquela postura séria que vi quando ele estava no hospital não existia mais, sua bata agora dava lugar a uma camisa que ficava colada em seu corpo e marcava seus braços. Aquela era com certeza a situação mais louca que já tinha passado na minha vida.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.