Escrita por: patykastanno
A realidade dos três rapazes estava diferente. Depois da revelação de Taehyung e Jimin, Jungkook ficou meio que sendo o "guarda" pelos humanos. Eles sempre o colocavam no meio, mas... Jeon tomou a decisão por si só, de que iria ajudar seus amigos à ficar juntos.
Já quanto aos humanos, a decisão reiterava resoluta: Park seria operado, porém... não contaram com um mero detalhe, que comprometeu tudo no processo.
- Você está com sarna, hyung? - o coelho piscou aturdido.
- Sim, e é bom você ficar longe. - o loiro gritou de dentro do quarto fechado.
- O que não entendo é como ele pegou sarna. - lamentou Jung ao lado do amigo do filho adotivo, com a mão no queixo e um suspiro, que fez o menor ali pigarrear, disfarçando.
Sim, ele sabia bem como isso aconteceu e foi precisamente, quatro dias antes, quando...
Os três rapazes estavam na casa do felino e como usual, o roedor era o "vigilante" dos amigos que... estavam abraçados. Eles não se desgrudaram, restando até certo ressentimento por parte do caçula às vezes, afinal... ele era a famosa "vela" e se sentia menosprezado. Mas procurava ignorar o sentimento. Não conseguia sentir ciúmes, era... impensado.
- Tae... os humanos podem c-chegar. - miou o baixinho aninhado nos braços do Kim, que sorriu gaboso.
- Fofo. - sorriu com graça lambendo a orelha do mais velho, que se arrepiou inteiro. - Temos o nosso cúmplice, não tem risco. - indicou ao Jeon.
- E-e ele vai ficar olhando a gente? Pode parar. - rechaçou o jovem gato se afastando incomodado.
- E-eu não ligo. - adiantou-se o amigo, desviando o olhar para os pés na meia clara de dedinhos.
Mas a questão era... será que não? Se por um lado, sabia que eram seus amigos de infância, opostos e separados por opressão e sofrimento, por outro... estava meio que isolado naquela equação, como dito anteriormente.
Ele não estava envolvido diretamente com ambos e nem mesmo gostaria disso, pois era macho. E apesar de seus hyungs também serem... bom, era diferente, certo?
Droga, tudo tão complicado e foi assim que... o moço lembrou do próprio cio, onde teve o que chamavam na escola de ereção e cio. A mesma escola que tinha outros híbridos e todos famintos por heats e não tímidos como ele.
Jungkook estava resumido mais como um menino retraído, que acabou falhando com a fêmea e não possuía amigos em abundância, tendo apenas Kim Taehyung e Park Jimin.
- Kookie, você perdeu. - zombou a voz suave ao menor em risos, porém... - Ei, tá tudo bem? Parece distraído. - observou o outro, apertando os olhos para o coelho que se aprumou.
- N-nada, hyung. - disfarçou olhando os pares de mãos entrelaçadas.
- Você fica desconfortável com... a gente? - foi a vez do moreno questionar duvidoso, sob a negação frenética do maknae.
- Não, tudo bem. - reiterou convicto. - Vou buscar... um suco. - comunicou saindo dali às pressas ou seria traído pelo rubor em sua face.
Encheu então o copo, enquanto pensava no emaranhado de loucura em sua vida. Nesse pouco tempo, andou pesquisando sobre relações de espécies diferentes e descobriu que haviam mais disso no mundo, do que pensou.
E o problema mais relevante era de fato, que não podiam copular. E complementando essa curiosidade, o ávido Jungkook também descobriu o nome para aqueles de mesmo sexo em relacionamento: gays.
Nunca tinha ouvido na escola, mas aprendeu na internet, escondido de Yoongi, no computador velho do laboratório de informática, este em que quase foi pêgo quando o navegador sinalizou conteúdo impróprio, acionando um alarme e o travamento da máquina.
Contudo, felizmente o universitário foi rápido em correr do local sem a diretora ver o ocorrido.
Mas de volta às descobertas: sempre foram instruídos à dar filhotes com fêmeas, mas machos e ainda de outros animais, era realmente complexo. Nisso, engoliu o líquido gélido e chegou no quarto, prestes à pedir revanche pela perda, entretanto...
Ali estavam seus dois amigos, o meio cão e o meio gato, num beijo apaixonado, mas que logo foi parado por Jimin, que fitou o moreno com afobação.
- Não dá, Tae. Isso é impossível. - ditou com tom choroso. - Não vamos nos relacionar assim de novo, nossos humanos não querem. - argumentou desanimado.
- Mas... foi especial, você sabe. - o cachorrinho estalou a língua com chateação. - Apesar de tudo que veio depois, sinto muito. - desculpou-se por fim, baixando a cabeça.
- Não foi, você... teria se dado melhor com uma híbrida cachorra. - discutiu pouco convincente.
- E você com uma híbrida gata?! Não aceito essa baboseira. - salientou teimoso.
- Mas tem que aceitar daqui por diante, se ainda quiser me ver. - relembrou sério.
- Tá, e o que faremos quando eu tiver outro cio? - inquiriu conciso.
- Seu tutor provavelmente já preparou isso. - sustentou em murmúrio.
- Não vou esquecer dos seus miados. - a voz carregada de desejo soou por parte do Kim, que sorriu alisando o rosto do gatinho, que fechou os olhos com pesar.
- E nem eu dos seus uivos e rosnados. - sibilou sôfrego e Jungkook se fez presente numa tosse forçada. - J-jungkookie, demorou. - o loiro balbuciou se desfazendo das mãos grandes.
- Estava sem gelo. - mentiu simplista, se sentando longe da dupla.
- Obrigado por não contar aos humanos, Kookie e... decidimos não seguir com isso. - elucidou o felino com firmeza, no entanto...
- Decidimos? - repetiu o mais alto, inconformado.
- Sim, Tae. Você vai cruzar com uma de sua espécie e eu... serei operado. - externou tenso. - E o Kookie, será um coelho cheio de filhotes, como seus pais. - sorriu ameno.
- Não me parece interessante. - comentou o roedor com desdém.
- Nossas vidas vão mudar. - prosseguiu encarando ambos com tristeza. - Amanhã vou no veterinário marcar a cirurgia. E... vai ficar tudo bem. - entonou quebrado, caindo aos prantos em seguida e sendo abraçado por ambos.
Tempo atual...
Tudo que foi dito pelo mais velho do trio, não aconteceu. Ele havia contraído sarna de Taehyung e consequentemente, adiado sua castração. Quanto ao Kim, este tomava mais e mais repulsa pelas híbridas, apaixonado pelo amigo de infância. E Jeon, este que não pretendia ter os tais filhotes.
Mas que acabou se envolvendo em algo... curioso.
[...]
Dias depois
Recuperado, Park agradecia por enfim não ter mais o prurido o atormentando e sua pele maculada em marcas vermelhas. Contudo, ao invés desse mal, lhe sobreveio outro, este ainda mais inesperado e... vergonhoso.
O primeiro heat, exatamente dentro do quarto que compartilhava com seu amigo coelho, depois da saída do tutor humano Jung, para o plantão. O drama que poderia ter sido evitado e gostaria muito que fosse, mas... estava atado em um infortúnio.
Taehyung seria uma hipótese? Não, tinha de lembrar-se de sua própria sentença dita ao mais novo, para darem por encerrada a ligação física. Era o correto, assim como também dispensar o coelho daquela situação, mas... algo estava fora de seu controle. Ah sim, hormônios.
- Kookie. - clamou o apelido de forma manhosa, vendo os olhos espantados do mesmo sobre si. - D-dói, pode me ajudar? - rogou naquela distância miseravelmente segura que foi imposta pelo mais alto, temeroso.
Tão temeroso, que nem mesmo sob pedido, cedeu. E assim...
- C-como? Não sou h-híbrido de gato, hyung. - articulou em desajeitada fala.
- Mas tem pau, não tem?! - ricocheteou impaciente, vendo que as palavras diretas surtiram efeito de surpresa no outro, que foi prontamente puxado pela gola. - Aigoo, desculpa. V-vou me tocar, me deixa só, por favor. - suspirou largando o tecido com culpa.
No entanto, assim que ouviu os passos se distanciarem, agachou-se no piso de madeira em afoita excitação, retirando a calça e boxer que lhe cobriam, para então se tocar. E foi ali, que o errado se fez certo.
Um certo coelho, que não havia feito o percurso para fora da casa, assistia à cena com a respiração em descompasso firme. Jimin fazia como ele mesmo fez no heat, mas seu pênis era maior que o seu.
E tão inédito quanto aquela região sendo exposta, viu também as reações que eram esboçadas na masturbação. Miados finos, ao invés do silêncio do roedor em mesma situação. Era manhoso e seu rabo engrossava-se gracioso.
Inesperadamente, a visão daquilo despertava uma nítida atração física do amigo pelo mais baixo. E sem nem mesmo notar, seus pés se encaminharam para perto do Park, que ao avistá-lo, mesmo perplexo, pareceu o chamar com o olhar cheio de tesão.
Dera ruim, em um semelhante acontecimento de meses passados, mudando apenas os protagonistas. Dessa segunda vez, não era o cãozinho carente e o gatinho curioso e sim, um gato ansioso e um coelho desejoso.
O felídeo tinha razão em algo afinal: as vidas deles iriam mudar. Mas será que ficaria tudo bem? Era provável que não.
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