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História The Driver - What you have done is terrible


Escrita por: itsmegeo_s

Notas do Autor


oláás.

Capítulo 9 - What you have done is terrible


“What you have done is terrible”

(O que você fez é terrível)

-Acredito que há ligação entre eles seja mais forte do que estamos pensando. -O homem alto se senta à frente de Lauren, seus olhos analisando cada expressão que a mulher fazia, seu perfil pálido estava sendo iluminado pelo sol depois de um longo dia de chuva forte e ela olhava para a rua molhada enquanto bebericava o café, os cílios longos e pretos quase encostando na maça da bochecha. Os olhos verdes claros por conta da iluminação que ressaltava as olheiras profundas de uma noite mal dormida.

-Algo a sugerir? -Ela o fita com suas orbes verdes calmas. Nem ao menos parecia a Lauren desesperada de ontem.

-Logan tem marcas nas costas, trilhas e trilhas de unhas. -Ele sorri de canto e mastiga um pedaço da panqueca com cauda de mel.

Lauren comia o mesmo e sorrio ao vê-lo fazendo os mesmos processos que ela para enfim degustar do sabor doce que marcava o paladar apurado da hispânica.

-Quando examinei Melissa, ela tinha alguns restos de pele morta embaixo das unhas... O DNA bateu com o dele. Talvez o assassino as tenha deixado de propósito ali.

-Ou talvez ele tenha plantado ali. -Uma voz aguda o interrompe, os dois fazem caretas semelhantes e Lauren se arrasta para o lado, dando espaço para Camila sentar.

-Duvido um pouco. Não valeria a pena. -Lauren pondera o argumento de Shawn. -Com certeza estamos lidando com alguém que pensa em cada detalhe. Cada centímetro posto na cena é uma prova, um pensamento, uma ligação e um motivo. Se a pele está ali, é porquê a pessoa queria que nós víssemos.

-As maquetes? -Camila pergunta e rouba um pedaço da panqueca de Lauren fazendo a morena a olhar horrorizada.

-Talvez ele queira mostrar que tudo ali não passa de brincadeira de boneca. Pessoas sendo guiadas como grandes marionetes. Sem vontade, sem vida.

-Maquetes não são brinquedos para bonecas. -Lauren franze as sobrancelhas e sacoleja o pequeno pacote de açúcar o rasgando da esquerda para direita. -Mas essa seria uma boa ideologia.

Shawn sorri e pisca um único olho para a latina que rolou os olhos e voltou sua atenção para o cardápio. As mãos ficando na altura dos olhos do rapaz e lhe mostrando a aliança grossa em seu dedo na mão direita. Ele tosse envergonhado e desvia o olhar para o próprio prato.

-Scott sabe disso? -Shawn nega para a pergunta de Lauren.

-Não achei viável. Há muitas pessoas ali dentro das quais não devemos confiar. -Ela assente e volta a comer concentrada. -Ah, quase me esqueço... Logan foi morto no mesmo dia que Melissa.

-Como descobriram o corpo? -Lauren questiona enquanto tentava ajeitar a panqueca sem o pedaço que Camila havia roubado.

-Uma vizinha... Muito prestativa – ele balança as sobrancelhas sugestivo e as duas permanecem com expressões de tédio que o fizeram rir envergonhado – entrou no apartamento, para prestar sua caridade com o pobre pinguço e viu ele jogado do jeito que o encontraram.

Os três voltam a ficar em silêncio até que a refeição fosse terminada e se levantaram saindo da lanchonete e caminhando em direção a casa de Logan que estava a três quarteirões dali.

-Jhonny pode ter matado os dois ao descobrir o caso deles. -Camila diz e os dois desdenham com as mãos, a latina faz um muxoxo e se concentra em fotografar paisagens da cidade.

O vento de inverno começava a sobrar forte deixando a ponta do nariz e as bochechas de Lauren e Shawn avermelhadas. O cheiro das folhas secas invadia as narinas de Lauren e ela fungava o ar, suas mãos estavam dentro do sobretudo para esconder as marcas de unha que ela havia feito. Já Camila parecia mais concentrada em anotar o que eles faziam e então tirar fotos quando achava algum ângulo bonito.

-Isso tudo vai para as revistas de fofocas? -Shawn pergunta ao virarem uma esquina com um leve odor de urina.

-Apenas algumas. Ian quer documentar esse caso por algum motivo futuro. Acredito que ele já tenha achado um modo de faturar em cima dessas mortes repentinas. -Lauren fica pensativa e assiste as pessoas caminharem de forma simples, tão diferente dela que contava cada parte da cerca e olhava para o chão de minuto em minuto.

-Droga. -Ela resmunga baixinho e respira fundo voltando para o início da calça e deixando os dois confusos. -Eu pisei na linha. Não posso pisar na linha. -Ela explica voltando a andar dentro dos quadrados até chegar até eles que esperavam pacientes.

-Vamos. -Eles param em uma travessia e Lauren olha para os lados oito vezes. Hoje era quinta, quinta tinha que ser oito. Se fosse sexta seriam dez, os motoristas costumavam ser mais selvagens quando era sexta-feira.

-Hey... Cuidado. -Lauren sente uma mão a puxando para trás e então um carro passa em alta velocidade no exato lugar onde ela estava há milésimos atrás. -Sextas-feiras nunca são calmas.

-Uou... Obrigada. -Ela sorri tímida e coça a nuca enquanto sentia suas bochechas corarem.

A moça à sua frente a olhava preocupada. Lauren via o tom negro da pele, uma cor tão diferente da qual ela estava acostumada quando se olhava no espelho. E achou aquilo tão mais lindo do que seu tom pálido.

-Sou Normani Kordei. -A negra sorri largo mostrando seus dentes brancos enquanto sua boca carnuda se estica fazendo seus olhinhos escuros, quase pretos, se fecharem parcialmente.

-Lauren Jauregui. -Ela se apresenta aérea e sorri tímida encarando os sapatos surrados. Ela nunca se importou tanto com esses detalhes como estava se importando agora.

-Bom... Nos vemos por ai, Lauren Jauregui. -Normani acena feliz e sai acertando a mochila sobre os ombros.

Talvez o pai de Lauren estivesse certo e não tivesse nada mais bonito do que a beleza feminina.

-Não entendo... Logan não se encontrava com Melissa há anos. -Shawn diz e faz uma careta pensativa. -O que poderia ligá-los de forma tão forte assim?!

O que poderia ligar a morte de alguém a outro alguém?! O que poderia ser tão forte ao ponto de não sumir com o passar dos anos?

A sala estava do exato jeito em que tudo aconteceu, o que quer que fosse esse tudo. Não havia tapete cobrindo o chão de madeira e nem nada que escondesse algumas marcas do tempo. A tevê estava virada para a poltrona amarelada e o tripé da câmera ao seu lado. As estantes repletas de livros grossos também estavam em perfeita ordem.

A casa era pequena, havia somente um andar e tudo estava limpo, mas não parecia ser o visual sempre apresentado ali. No quarto havia uma foto de Logan, Melissa e Caleb abraçados, os três sorriam largo e pareciam jovens demais para pensarem em algo que não fosse planos para o futuro.

As vontades de permanecerem unidos para sempre, sempre sorrindo e aprontado com todos ao redor. O veneno que Lauren sabia que eles tinham e toda a perversidade escondida por trás das expressões felizes.

-Será que se eles soubessem o que se tornariam continuariam com as mesmas atitudes? -Camila pergunta e encosta no batente da porta.

Seus olhos vagam pelo quarto, a cama de solteira arrumada e coberta por uma manta azul escura. Havia desenhos e mais desenhos em cima de uma mesa própria para aquilo, a grande maioria mostravam olhos.

Alguns azuis fortes. Outros eram de duas cores distintas e havia aqueles castanhos que pareciam carregar dor e vergonha consigo.

Melissa. Jonathan. Caleb.

-Nunca esperamos nos tornar o que somos no presente. Fazemos planos justamente para tentar prever o que vamos ser, mas já os estragamos no amanhã. -Lauren diz e encara a foto de forma fixa. -É por isso que não devemos esquecer o passado, pois é ele quem nos faz ser o que somos, por mais que tenhamos planejado sermos maiores que isso.

(...)

-Ele era um bom rapaz... -A mulher fala e limpa as lágrimas que caíam sem freio. Aquilo enjoava Lauren. -Tinha seus deslizes e pecados, mas nada que fizesse alguém o querer morto.

-A senhora conhecia seu filho?! -Ela pergunta fazendo seu deboche atingir a ferida recém aberta. -O conhecia realmente? Todos seus deslizes e pecados? Tudo o que ele fazia quando não estava sob seu olhar?

A mulher olha feroz para Lauren, mas nega lentamente.

-Então não diga que ninguém o queria morto. Nunca somos aquilo que nossos pais esperam, ainda mais quando eles não estão vendo.

-Meu filho, sempre estava doando para caridade, fazendo sua parte no mundo. -Ela diz entredentes e Lauren nega.

-Seu filho era um bêbado. Ele gastava todo o dinheiro que a senhora depositava em bebidas alcoólicas. -A mulher abre a boca em choque e nega frenética. Até Lauren jogar uma pasta de capa marrom com uma textura espessa. -Todos os meses, litros e litros de uísque. Festas, bordeis e tudo o que ele tinha direito e que o tirasse da realidade.

A mulher passa os olhos castanhos pelas letras, seu horror sendo mostrado em cada nova expressão de surpresa.

-Isso não é possível. -Ela diz em um sussurro desacreditado.

-Possível ou não, é a verdade. -Lauren diz e anda até o bebedouro. -Agora responda; Há alguém que sairia no lucro com a morte de Logan?

Seus olhos castanhos se levantam até encontrar o rosto pálido, Lauren enchia um copo descartável e o estendeu para a mulher desesperada.

-Logan... Se envolvia com muitas coisas erradas quando era amigo de Melissa. Ele era cego de paixão por ela, tudo o que ela pedia ele obedecia sem questionar...

Lauren começava a perceber que toda a teia envolvia essa historia sempre a levava de volta para Melissa. Seu sentimento de posse, sua manipulação envolvendo todos ao seu redor para que fizessem seus desejos mais sujos, no fim a única culpada por tudo isso era a própria Melissa. Lauren achava impressionante o fato de uma única pessoa conseguir fazer com que tantas outras cometessem tantos erros, tantos crimes, como ela conseguia usar os sentimentos mais intensos para destruir quem os sentia.

Que a mulher apodrecesse da forma mais suja, pois Lauren não sentia nenhuma pena ou empatia por alguém como ela.

1997.

-Melie?! -Melissa levanta o olhar e sorri para o irmão.

Os dois tinham uma beleza similar, os dentes alinhados e o rosto anguloso, as grossas sobrancelhas dele eram um charme a mais que combinavam com os olhos azuis familiares. O cabelo era um topete estiloso que o dava um ar de bad boy, mas todo o resto mostrava que ele era amigável. E era apenas ali que os dois não se pareciam em nada.

-Dan... -Ela o abraça e afunda o rosto em seu pescoço. O cheiro de perfume recém borrifado a fazendo querer espirrar, mas ela se controlou apenas para não largar do homem. -Vai sair? -Ela faz um biquinho manhoso e ele ri enquanto bagunçava os cabelos loiros.

-Sim. Chamei Johanna para um encontro.

Toda a expressão dela se tornou dura. O simples nome enchendo suas veias de raiva, e a deixando tonta. Havia tantas garotas interessadas em Daniel e ele escolhia justo aquela que conhecia o pior lado de Melissa. O lado que ela tentava esconder do irmão a todo custo.

-Johanna Brooke? -Ele assente, os olhinhos brilhando, Melissa percebeu que era mais que um simples encontro. Ele estava apaixonado.

-Bom, acha que ela irá gostar?

Daniel indica as roupas que usava. Um jeans azul claro que ia até as canelas e dava vista para o sapato preto e brilhante, a camiseta branca debaixo da jaqueta de couro que Melissa havia o presenteado no último aniversário.

-Você está lindo. -Ela diz sincera e ele sorri largo, seus olhinhos sumindo sob os cílios escuros e curtos.

-Me deseje sorte, Melie. Ela pode ser sua futura cunhada. -Aquilo estremeceu Melissa de horror.

Daniel beijou sua testa de modo suave e saiu sorrindo enquanto pegava a chave do carro. Melissa ficou parada ali, no meio da sala enquanto assistia seu irmão saindo pela porta da frente para se encontrar com a pessoa que ela mais odiava e que, ao mesmo tempo, poderia arruinar tudo com sua família.

-Alô... Jhonny?! -O rapaz responde com barulho nasal e ela continua. -Eu tive uma ideia pra acabar de vez com Johanna.


Notas Finais


Favoritem e comentem
3bjs de luz e ate mais. 💙🌸


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