História The Dumb Girl - Chapter 12 - Your smile give me life

Há dias em que nós simplesmente não queremos fazer determinadas atividades. Talvez por preguiça, má vontade, ou indisponibilidade. Também existem as dores, o cansaço tanto físico quanto mental e falta de interesse. Hoje definitivamente era um desses dias pra Lauren.

A morena havia acordado às 6h15 da manhã, com uma fome digna de um náufrago. Desceu as escadas cambaleando de um lado para o outro e se sentou no balcão da cozinha. Sua cabeça girava entre pratos, o fogão, o armário e a geladeira, o microondas, e novamente o balcão. Se moveu até a pia numa tentativa falha de jogar água no rosto, quando tudo o que conseguiu foi esbarrar a mão numa xícara e derrubá-la dentro da pia fazendo um barulho enorme. 

-Vamos, Lauren. Acorde a casa inteira! -Dizia para si mesma.

Após alguns minutos recobrando sua visão e sua noção de espaço, Lauren conseguiu preparar quatro sanduíches de peito de peru com maionese, dois copos de suco de laranja e ovos mexidos. Colocou tudo numa bandeja e seguiu desajeitadamente para o jardim dos fundos, onde se sentou numa das espreguiçadeiras para comer. Seu celular apitava à cada 3 segundos, e ela continuava o ignorando. Estava mais focada em observar o percurso de dois pássaros que estavam na árvore de seu jardim. Aquilo parecia muito divertido pra ela. Mais um apito, e mais outro. 

-Mas quem diabos está me incomodando à essa hora?! -Disse sem paciência ao pegar o telefone da mesinha.

Lucy Vives: Hey, Jauregui? Se lembra da sua velha amiga?

Você saiu da escola e parece que nos esqueceu completamente, mas hoje nós faremos uma visitinha pra você! Eu, Zayn, e Alexa. 

Ah, e vou te apresentar o nosso novo amigo, o apelido dele é Machine. Passamos na sua casa às 6h45am.

Lauren bufou. Não que não gostasse da companhia dos antigos amigos, mas graças à eles fora apresentada aos tipos que se encontravam na gaveta de seu banheiro. Graças à eles, teve a sua primeira overdose, nas férias longe de casa. E graças à eles, tomou a decisão de mudar de colégio, mas consequentemente não conseguiu mudar de vida. Continuava a mesma Lauren de antes, se sentia fraca por precisar de todas aquelas substâncias. De fato, eles não a obrigaram a utilizar nada. Mas tudo o que é recomendado por amigos que parecem tão felizes, parece ser bom. E foi nisso que Lauren pensou ao experimentar todas aquelas coisas pela primeira vez. Todos os gritos animados, a torcida para que continuasse, as palmas, os risos. Lauren se sentia bem, e pensava que estava bem também, todos felizes com aquilo. Mas hoje, notava o quão difícil era largar tudo aquilo de vez, e se sentir bem por longos períodos ao invés de momentaneamente. 

Flashback On

-Vamos Lauren, não seja bobona! Todo mundo usa e curte! -Lucy dizia animada.

-É uma das melhores ervas, Jauregui. Eu mesmo consegui. -Zayn exclamou. -É puríssima. 

Lauren suspirou fundo antes de tomar a decisão que mudaria seu estilo de vida. Apanhou o pequeno baseado já aceso das mãos de Zayn e o levou até sua boca. Deu a primeira tragada e uma tosse instantânea veio junto. 

-É normal para a primeira vez, tente de novo. -Alexa disse rindo.

Lauren puxou novamente, e sentiu-se leve. Já não tossia mais, e se acostumara com a sensação em seus pulmões. Zayn começou a bater palmas, sendo puxado pelas duas meninas que assistiam tido orgulhosas da amiga.

-Essa é a nossa Jauregui. -Zayn elogiou sorrindo.

Lauren sentiu-se bem, apesar da sensação de leveza preencher seu corpo. Isso era normal não era? Seus amigos estavam ali, todos felizes e sorridentes junto com ela. E foi assim que tomou coragem para terminar o pequeno enrolado de seda, sozinha.

Flashback off

Após se vestir rapidamente e calçar seus coturnos, Lauren pegou rapidamente o trabalho de artes que secava no telhado de sua janela e escutou a buzina mais que conhecida. Respirou fundo e desceu as escadas correndo se deparando com Clara na cozinha. Olhou para a mesma e nada disse, apenas continuou a correr em direção à porta. Desceu os pequenos degraus da varanda, e acenou para Zayn que estava na direção do carro.

-E aí, Lauren? Gata como sempre. -Sorriu abobado.

Lauren não podia pensar outra coisa além do quão aéreo o mesmo estava. Mas à essa hora da manhã? Como seria possível? 

-Não vai falar com a sua amiga não? -Lucy disse abrindo a porta do carro para que a mesma entrasse.

-Oi. -Disse sorrindo fraco.

-Nossa, como você está diferente. Nem parece a Jauregui de anos atrás. -Reclamou cruzando os braços. 

Lauren revirou os olhos e cumprimentou Alexa que sorria sensualmente para a morena. O carro cheirava à maconha, os vidros tinham sinais de fumaça e os bancos alguns restos de folhinhas. Papéis de seda se espalhavam pelo chão do carro, e isqueiros não faltavam no porta luvas aberto. Lauren sentia vontade de sair dali, mas não podia. Eram seus antigos amigos, certo? Mancada demais abandoná-los ali e ir andando?

-Lauren, aquele ali parado é nosso amigo, pode chamá-lo pelo apelido de Machine. -Lucy sorriu apontando para um magro e alto garoto loiro completamente tatuado parado na esquina.

Lauren rolou os olhos por ele e sorriu tentando ser o mais simpática possível. Alexa abriu a porta do carro para o mesmo entrar e se sentar com eles. O loiro estendeu a mão educadamente para Lauren que o cumprimentou de bom grado.

-Eles falam muito de você. -Sorriu.

Lauren não podia negar que ele era bonito. "E seria ainda mais se não estivesse envolvido com esse meio", ela pensava. Quem seria o verdadeiro "Machine" por baixo de toda a fumaça, voz arrastada e necessidade de ser como todos os outros? Era mais uma das perguntas que martelavam a mente de Lauren. Quem seriam todas as pessoas por baixo de suas máscaras? Ninguém é perfeito, isso ela sabia. Mas o que as pessoas seriam capazes de fazer por si mesmas sem influências de fora? Suas dúvidas foram caladas ao sentir o carro parar e notar que já estava de frente para a sua escola.

-É aqui a sua nova escola, não é, Laur? -Lucy perguntou apontando para a enorme estrutura.

-É sim, obrigada pela carona. -Sorriu fraco.

-Se despeça direito da gente, Jauregui. Até parece que vamos te morder! -Zayn disse rindo.

Lauren abraçou um por um, e quando foi abraçar Machine, o escutou exclamar animado.

-Hey, minha prima também estuda aqui? -Disse sorrindo. -Há tempos eu não a vejo, vejam só como cresceu!

Lauren olhou pra trás e não soube distinguir quem das centenas de meninas na frente da escola poderia ser a prima do garoto à sua frente. Seus olhos miraram somente na latina que estava sentada num banco olhando para os lados à procura de alguém. Esse alguém seria ela? Sorriu.

-Bem.. vou indo, ok? Foi um prazer revê-los. -Lauren disse afim de ir logo ver Camila.

Zayn segurou seu pulso enquanto procurava algo no porta-luvas, assim que encontrou o direcionou à Lauren. A morena prendeua respiração ao ver o pacotinho completamente cheio nas mãos do moreno.

-Um presentinho nosso pra você. -Sorriu colocando nas mãos brancas de Lauren. -Use com moderação, Jauregui. Não queremos que vá para o hospital outra vez! -Disse fazendo todos rirem e saiu com o carro.

Lauren observou o pacote em suas mãos e travou. Não queria aceitar aquilo de maneira alguma, mas algo dentro de si a chamava pra isso. Pensou em simplesmente jogar o pacotinho em um arbusto qualquer, mas não conseguia. Por fim, abriu um bolso escondido em sua mochila, e guardou o pacote, colocando os livros de volta, em cima da pequena abertura. Pôs a mochila nos ombros e andou rapidamente até Camila, passando por trás da latina e tapando-lhe os olhos.

-Adivinha quem é? -Lauren disse rindo.

Camila pegou um bloquinho de seu bolso e desajeitadamente escreveu "Aposto que é quem eu estava esperando".

Lauren sorriu destapando seus olhos e observando um sorriso se formar no seu rosto. Camila era tão linda e tinha uma aura tão pura que fazia Lauren se esquecer de tudo. A mente de morena estava focada somente nas ruguinhas que se formaram no nariz da latina que mantinha um sorriso pleno no rosto. O episódio de minutos atrás estava sendo completamente deletado graças ao brilho nos olhos castanhos à sua frente. Era tudo que Lauren precisava para manter seu dia feliz.

-Aqui está nosso lindo trabalho. -Abriu a mochila e puxou a tela pintada perfeitamente pelas duas.

Camila sorriu e puxou seu Ipod de dentro da mochila, guardando seu bloquinho em seguida.  

Está divino, Lauren! Quer dizer, está perfeito e maravilhoso! Nós com certeza iremos ganhar um dez. 

Lauren riu da animação da menor e segurou suas delicadas mãozinhas as sacudindo em seguida. 

Sofia estava perguntando sobre você durante todo o trajeto, mas você não tinha chegado quando eu cheguei.

-É... eu me atrasei um pouquinho lá em casa. -Lauren mentia e sentia seu estômago se revirar. Era Camila, ela não podia fazer isso. -Mande um beijo enorme pra ela. -Sorriu. 

Você é muito especial, Lauren Jauregui. 

-Você me faz ser assim, Camila Cabello. -Disse sorridente.

Era incrível a mudança visível dos pensamentos de Lauren perto de Camila. Tudo era direcionado à calmaria quando estava na presença da pequena latina. Lauren desejava estar assim sempre. 

Vamos entrar? O sino bateu.

-Vamos. -Lauren esticou o braço para levá-la à sua sala, sendo observada por alguns alunos.

°°°

Papai, o senhor vai me levar à clínica? 

Camila estava desanimada, jogada no sofá da sala.

-Sim, Camila. A doutora Mitchel disse que você anda faltando muito às aulas de prática. -Disse em um tom de bronca. -Sofia vai ficar com a empregada. 

Desculpa, mas eu não gosto de ficar horas e horas tentando falar algo e não conseguir absolutamente nada. O senhor já pensou na possibilidade de estar gastando um dinheiro desnecessário? 

-Meu dinheiro não é desnecessário se usado com você, meu amor. -Depositou um beijo na cabeça de Camila.

Tenho medo, papa. Tenho medo de você acabar com tudo o que construiu por minha causa e pela minha inutilidade de não conseguir falar nada. 

-Camila, me ouça. Você não é inútil e nunca será, princesa! Você é uma menina incrível e especial, só falta um estímulo para você conseguir o que tanto quer.

Camila sorriu ao se lembrar de Lauren. Como será que a morena reagiria ao vê-la falando plenamente? A latina se animou e se levantou do sofá. 

Acho que sei o que pode ser meu estímulo, papai. 

Alejandro sorriu e passou o braço por cima da mesma, a aconchegando num abraço lateral. Sofia sorria da porta, orgulhosa da irmã e sabendo o real estímulo que ela precisava.

[...]

A consulta é às 15h30, papai. E você me trouxe às 14h55. -Camila bufou sentando-se num banco da praça em frente ao prédio do consultório. 

-Meu amor, você se importa de dar uma volta por aqui? Eu preciso voltar à empresa. -Alejandro disse chateado por ter que deixar sua filha. 

Não, papai. Só me dê uns trocados pra tomar sorvete? -Sorriu de lado.

-Minha filha e o seu amor por ficar com o pai. -Alejandro disse ironicamente soltando uma risada depois.

Te amo, papai. 

-Eu também! -Alejandro disse fazendo uma voz infantil enquanto balançava um dólar na frente do rosto da Camila.

Que calúnia, dizer que eu amo só o seu dinheiro! -Camila ria.

-Sei que me ama, Kaki. -Disse e a abraçou fortemente. -Faça a consulta direitinho, ok?

Ok, capitão. 

E assim, Alejandro entrou no carro e acelerou em direção à empresa, e Camila continuou ali, sentada no banco quando sentiu seu celular vibrar.

Desconhecido: Acho que eu vi uma gatinha.

Camila franziu as sobrancelhas. Quem teria mandando aquela mensagem?

Desconhecido : Essa gatinha está sentada no banco e provavelmente pensando em quem te mandou essa mensagem. 

Camila se assustou e começou a olhar para os lados, não vendo ninguém suspeito.

Desconhecido: Devo agradecer à Dinah por ter me dado o número dessa gatinha. Obrigada, DJ!

Camila bufou, deveria dar um soco em Dinah por passar seu número para um desconhecido. O que a loira estaria pensando?

Desconhecido: Ok, ok. Não gosto de te ver assustada, estou indo aí. 

Camila engoliu seco, olhando atentamente para todos os lados com medo de que poderia ser. Há anos atrás sua confiança havia sido tirada por alguém próximo à ela. E isso dificultava muito o bom humor para esse tipo de brincadeira. A latina segurou o celular fortemente dando uma coloração branca às pontas de seus dedos. Mas toda a pressão psicológica envolvida na suposição de quem seria o autor das mensagens foi embora quando seus olhos miraram numa morena que vinha numa bicicleta cheia de flores.

Camila se levantou do banco sorrindo, e Lauren estacionou a bicicleta perto do banco, tilintando o sininho logo em seguida.

-Olá, gatinha. -Sorriu para Camila que a olhava diferente.

Você me assustou! Não faça mais isso.

-Desculpe-me! É que eu estou ajudando o Sr. Edgar à entregar flores pela cidade, e você estava tão lindinha sentada nesse banco. -Lauren sorriu.

Quem é Sr. Edgar?

-O dono da floricultura que fica perto da minha casa. -Lauren explicou simples.

"Floricultura?", Camila pensava. 

Ah, sim. Você fica uma gracinha nessa bicicleta toda florida.

-Se eu pudesse, pintaria ela todinha de preto. -Lauren riu e pegou seu celular, mexendo em algo que Camila não pôde ver. -Olha isso! -Disse apontando o celular para a latina que sorria.

Quando menos esperou, uma foto sua foi clicada. Lauren riu da cara de brava dela e resolveu ir até a galeria para ver o resultado que não poderia ser melhor. Os olhos da morena chegavam a brilhar ao ver a foto, o sorriso de Camila, seus olhinhos, tudo nela. Era a melhor foto que a mesma havia tirado .



Hey! Isso não vale! Apague isso, Lauren Jauregui.

-Nem que me paguem. -Lauren deu língua pra menor e começou a pedalar em volta do banco.

Por favorzinho?

-Admito que esse pedido foi um amorzinho, mas... Não! -Lauren ria da menor. -Camila, essa foi a melhor foto de todas! Olha o seu sorriso, ele...

Ele? -Perguntou curiosa.

-Seu sorriso me dá vida, Camila. -Lauren disse e saiu pedalando pelo parque, deixando uma Camila abobada pra trás. 

Camila sorria completamente abobalhada. Tinha se sentado novamente no banco e suspirado fundo, era possível alguém ser tão fofo desse jeito? Ou no caso dela, tão fofa? Lauren era uma princesa com a latina que não se cansava de acompanhar as voltas dela com o olhar mais brilhante de todos. Após alguns minutos, Lauren voltou e freiou a bicicleta perto da menor novamente.

-Pra onde você vai? 

Tenho uma consulta hoje. Faço desde pequena, são tratamentos de fonoaudiologia. Sabe? Eles tentam me fazer voltar a falar.

-Eu tenho certeza de que você vai bem em todos eles, certo?

Errado, Lauren. Eu quase não tive progresso nesses seis anos.

-Se você disse "quase" é porque houve algum.

Isso foi há uns três anos atrás. Era aniversário do meu pai, e eu queria deixá-lo feliz. Treinei muito com a Dra. Mitchell, e no dia da festa eu consegui dizer "Pai". 

Lauren sorriu imaginando a cena, Alejandro emocionado e Camila orgulhosa de si mesma. Uma palavra tão simples, que dita pela pessoa certa, se torna tudo na vida de alguém. Lauren gostava de pensar em como Camila era especial, e de como era sortuda por conhecê-la.

-Se precisar de um estímulo, eu estou aqui pra te ajudar, ouviu? -Lauren disse segurando a mão da menor.

"Mal sabe ela que eu já tinha a escolhido como um", Camila pensou.

Obrigada, Lauren Jauregui. Você é incrível. 

-De nada, Camila Cabello. Você que é incrível. 

Camila sorriu e num ato impensado, abraçou a cintura de Lauren que se desequilibrou da bicicleta e foi ao chão carregando a latina junto.

Silêncio por breves segundos.

Até que a risada gostosa da morena inundou o ouvido de Camila que continuava em cima dela.

-Camila, você é completamente maluca. -Riu.

Camila sorriu com a língua entre os dentes, e começou a rir. Mas seu riso não tinha som, e Lauren se pôs a imaginar qual seria o som daquela risada enquanto observava as feições felizes da latina.

Lauren se aproximou da mesma e deixou um beijo casto na bochecha da menor, e a ajudou a se levantar enquanto limpava a poeira de si mesma.

-Acho que está na hora da sua consulta. -Lauren disse apontando para a Dra. que estava na janela do 3° andar acenando para Camila.

Bem.. Vou indo, Lauren Jauregui. -Sorriu.-A hora passou tão rápido! 

-Pois é. -Lauren sorriu. -Tenho que entregar essas flores! -Disse se lembrando de seu compromisso. -Se você fizer tudo direitinho na consulta, eu prometo te recompensar! -A morena sorriu.

Eu prometo fazer tudo o que eu puder.

Lauren sorriu e saiu pedalando pela praça afora, mas em menos de um minuto voltou rapidamente para perto de Camila lhe estendendo uma rosa.

-Uma rosa por esse sorriso? -Disse rindo e voltou a pedalar pra longe. 

Se Camila pudesse se transformar em algo para definir o que estava sentindo, ela sem dúvidas seria um fogo de artifício que se explodia felicidade. 

[...]

-Bem, Camila. Vi que estava muito feliz com sua amiga lá embaixo. - Dra.Mitchell disse animada. -Essa garota parece te deixar feliz.

Ela é a Lauren de quem eu falei na consulta passada. É ela que me deixa alegre, e ela chegou do nada!

-As melhores pessoas são assim, Camila. Aparecem do nada nas nossas vidas e ocupam um enorme espaço no nosso coração. -Disse suspirando feliz.

Eu senti errado, ou isso se aplica à sua vida particular?

-Digamos que eu encontrei alguém que também me faça feliz. -Sorriu boba, e Camila a fitou sorrindo. -O nome dela é Ashley.

Você está completamente apaixonada, Dra.Mitchell!

-Hey! Sem formalidades, você é a minha amiga do peito! -Sorriu.

Ok, Shay! Você está completamente apaixonada! -Camila sorriu.

-Ela me deixa assim. -Disse feliz e balançou a cabeça ao se lembrar do real motivo de Camila estar ali. -A consulta, Camila! A consulta!

Ah, por mim nós podemos continuar conversando. 

-Hoje você não me escapa, mocinha. -Sorriu puxando o quadro pra perto de Camila. -Vamos com calma, relaxe a mente.

Camila fechou os olhos e respirou fundo, lá estava ela novamente. Ela precisava tentar mais uma vez.

-Esvazie toda a sua mente de problemas e outras coisas, concentre-se apenas em palavras curtas e fáceis. -A Dra. falava com calma. -Oi, tchau, bom dia..

A mente de Camila aos poucos esvaziava-se. A latina sorria, sentia algo diferente. 

-Oi. -A Dra. falava calmamente.

... -Camila abria a boca mas nada saía. 

-Acalme-se, Camila. Vamos com calma, não fique nervosa novamente. -Dizia pacientemente. -Pense em algo que a deixe relaxada, pense em Lauren!

Camila respirou fundo mais uma vez, e tentava de todas as formas, mas nada saía de sua garganta. Um nó se formou e de repente as lágrimas vieram automaticamente. Camila se levantou da espreguiçadeira e tomou a caneta de quadro em mãos, escrevendo em letras garrafais : EU NÃO CONSIGO.

E foi assim que ela deixou o consultório mais uma vez, entrando num táxi em direção à sua casa e deixando uma Dra. preocupada pra trás. 

-6 anos e nenhum progresso.. O que mais eu devo tentar com Camila?

°°°

Camila entrou em casa correndo, e Sofia a fitou confusa.

-Kaki?! -Disse sem obter resposta.

Camila virou o corredor e entrou no que costumava a ser o quarto de visitas. Na antiga casa, esse era o sonho de sua mãe. Ter um enorme quarto de visitas, bem decorado para receber sua família. Mas não deu tempo de o sonho da mesma ser realizado antes que a tragédia acontecesse. Camila não perdeu tempo em fazer um na nova casa, e o quarto de visitas foi decorado como um memorial. Conforme as lágrimas rolavam e sensação de derrota tomavam conta da mesma, Camila se levantou e foi até o enorme mural de fotos feito por ela mesma e passou o dedos sobre algumas em especial.

Ela no colo de sua mãe. Ela e sua mãe no carrossel. Ela sem dentes e sua mãe ao seu lado. 

Camila limpou as lágrimas e voltou a se jogar na cama, fitando as fotos de longe quando seu celular vibrou. 

Desconhecido: Olhe pela janela.

Camila sorriu, sabia que era Lauren, só faltava salvar o número. Correu até o seu quarto e pôs o rosto no vidro, onde viu Lauren na bicicleta segurando um cartaz com os dizeres.

Camila Cabello, aceita sair comigo esta noite?

Camila sorriu maravilhada. Mais uma vez sendo surpreendida por Lauren, o quão longe a morena poderia ir em suas atitudes carinhosas? A latina assentiu animadamente pelo vidro, chegando a bater a testa no mesmo. Lauren riu, e a latina saiu do vidro sorrindo à tempo de Sofia correr até Lauren e bater um high five cúmplice com Lauren.

-Obrigada pela dica, amiguinha. 

-Tudo pela minha irmã, amigona! -A pequena sorriu correndo pra dentro de casa.

Ah, se Camila soubesse...