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História The Emerald Masked II BakuDeku - Sixteen II Be Mine


Escrita por: gabizera123 e Tsukki_hi

Notas do Autor


Eai pessoal, sentiram minha falta?

Perdão pela demora rsrs espero que o capítulo compense!

Boa leitura <3

Capítulo 16 - Sixteen II Be Mine


Como prometido, Bakugou somente caminha rapidamente até a sala para pegar o celular pessoal que estava em cima da estante e volta imediatamente para o quarto, parando na porta por alguns instantes para observar o corpo que o enlouquecia completamente despido sobre o seu colchão. A bunda perfeitamente redonda, as coxas torneadas e as costas largas e musculosas, tudo era bom demais para ser verdade. Ele se aproveita do momento de reflexão do esverdeado que está de olhos fechados ainda deitado de bruços para pensar em como foi complicado chegar finalmente até aqui.

Ele pensava que depois de foder o garoto ele teria paz e finalmente tiraria aqueles olhos esmeraldinos de sua mente, mas pelo visto, o que ocorreu foi exatamente o contrário, ele estava mais sedento, mais ansioso por explorar novamente aquelas curvas e tomar tudo o que Midoriya poderia oferecer, fosse físico ou emocional. Não há como negar, Katsuki ainda está quebrado e não tem certeza se pode entregar seu coração assim tão facilmente, não quando sequer conseguiu juntar os pedaços do mesmo, contudo, Izuku parecia doce demais para pisar nos cacos que se espalhavam no seu peito, talvez ele pudesse tentar, talvez ele quisesse isso.

- Kacchan...? – O apelido tosco surge novamente no ar e Bakugou se dá conta de que estava olhando para o garoto enquanto se encostava no batente com os braços cruzados na frente do peito. Izuku estava o encarando agora e suas pálpebras pesavam sobre as orbes brilhantes que aparentavam cansaço e satisfação. O esverdeado demorou um tempo para finalmente chamar pelo loiro, pois este também tirou seu tempo para observar o corpo alheio. Ambos continuavam nus, isso de repente se tornou uma verdade para Midoriya e ele cora desviando o olhar.

- Foi mal, estava conferindo se não tirei nada do lugar – O loiro comenta com um sorriso sacana enquanto se aproxima sorrateiramente subindo na cama, ele engatinha até estar do lado de Izuku e se deita puxando o corpo do homem para cima do peito. Midoriya fica um pouco envergonhado, mas aceita o contato descansando seu rosto no peitoral do outro enquanto vira um pouco o tronco para deitar-se na lateral, grunhindo pela dor que sente em sua lombar pelas investidas selvagens que havia recebido.

- Quase, mas não sou tão frágil assim – Midoriya diz com uma careta fofa, erguendo o rosto para apoiar o queixo no peito de Bakugou olhando diretamente nos olhos vermelhos que o fitavam com atenção. Ele olha para o loiro com certo pesar e sente seu peito se apertar com as coisas que surgem em seus pensamentos, agora que Katsuki conseguiu o que queria ele não tem mais serventia, certo? Era apenas carnal, ou pelo menos as vozes insistentes o diziam que era apenas isso, mesmo com o brilho intrínseco nas írises escarlate, ele sentia que seria deixado de lado assim que houvesse a oportunidade. Refletir sobre isso o faz suspirar e ele apoia as mãos na cama para se erguer flexionando os bíceps até conseguir se ajoelhar sobre o colchão.

- O que você prefere pedir? Vamos escolher e eu encho a banheira – Bakugou diz já conferindo o aplicativo de delivery no celular de tela fina, Izuku fica quieto e pensativo olhando para o travesseiro a sua frente, munido de reflexões inoportunas que o fazem contrair o rosto levemente. As palavras do loiro são absorvidas pouco a pouco até ele erguer as sobrancelhas genuinamente surpreso.

- Você tem uma banheira? – O esverdeado pergunta com os olhos brilhando de curiosidade e Katsuki ergue o rosto para olhar na direção do rapaz.

- Até duas, quem não teria uma banheira se pudesse ter? – O loiro dá de ombros e volta a rolar a tela do aplicativo tentando achar algo interessante, ele sentia desejo sempre que olhava demais para o corpo largo ao seu lado, portanto, tentava não ficar secando demais. Midoriya assente para a resposta que recebe e se vira para colocar os pés sobre o chão ao lado da cama, ele estufa o peito para alongar as costas.

- Prefiro hambúrguer – Ele diz varrendo o chão com os olhos para encontrar sua cueca, ele podia ter feito bastante coisa, mas ainda não se sentia tão à vontade de ficar desfilando pelado, por mais que Bakugou não se incomodasse caso ele ficasse dessa forma. Com a cabeça cheia de reflexões, Izuku toma um impulso para se levantar da cama a fim de pegar sua boxer no chão mais à frente, sem medir realmente o quanto suas pernas ainda estavam trêmulas. Os joelhos fraquejam e ele cai no chão com um grunhido de dor.

- Ei, calma aí, cê ta fodido literalmente – Katsuki diz com uma risada divertida e Midoriya apenas bufa olhando para trás encarando o loiro que lhe fitava com um sorriso ladino, ele suspira e se levanta corretamente ainda sentindo os músculos tensos pela atividade recente. Uma dor suportável ocupa seus quadris e principalmente uma parte que ele não pensava ser possível que ficasse tão sensível, ele caminha vagarosamente até sua cueca e a veste, indo em direção às cortinas extensas que iam do chão ao teto, cobrindo as janelas grandes que revestiam uma parede inteira do quarto.

Midoriya afasta as cortinas e fica ali observando por um tempo a paisagem noturna ao redor, pensando em como vai lidar com tudo o que vem depois disso, ele precisa ligar para Ochako a fim de saber como está a sua mãe, ele havia deixado explícito que talvez não voltasse para casa ainda essa noite. Ele se dá conta que mal sabe o horário atual e pela lua alta no céu, deve ser tarde. Há muitos problemas e consequências as quais Izuku precisa lidar, mas ele respira fundo tocando a janela fria com os dedos tomando alguns instantes para se firmar em torno do seu próprio eixo.

O loiro pede os lanches para ambos, perguntando brevemente algumas preferências do rapaz enquanto monta o pedido, ele faz tudo rapidamente porque percebe o distanciamento que Midoriya está começando a impor entre eles enquanto está parado ali diante a janela. Katsuki se senta na beira da cama para observar o esverdeado, suas costas estão rígidas enquanto ele permanece de pé no mesmo local, sua postura exala tensão e nem mesmo a música tranquila que continua soando de fundo faz o ambiente ser menos denso.

Com cautela, Bakugou se levanta indo até o banheiro para ligar a torneira da banheira e depois caminha em direção ao menor, envolvendo seus braços na cintura dele enquanto aconchega seu rosto na curva do pescoço alheio, inspirando profundamente para sentir o aroma amadeirado misturado com o almíscar de sexo que ainda perdurava de ambos os corpos meio suados. Midoriya tensiona e depois respira fundo mais uma vez, deixando-se levar pelo toque do corpo quente atrás de si, colando as dermes com certa insegurança pairando o seu peito.

- Temos que conversar, você está chateado? Eu te machuquei? – Bakugou é o primeiro a se manifestar, realmente sentindo-se culpado pela reação estranha do rapaz à sua frente. Ele não se afasta nem um pouco do corpo do outro, apenas descansando o queixo sobre o ombro dele a fim de poder enxergar a paisagem que ele observava.

- Eu estou bem, apenas... pensando demais. O que estamos fazendo não é algo que eu sei lidar, a vida não é como... – A voz do esverdeado morre no meio da fala e Bakugou aperta um pouco sua cintura, como se o incentivasse a continuar. Midoriya ainda está incerto com seu próprio sentimento de indecisão e insegurança, a satisfação existe agora, mas e depois? Sua mãe estava sozinha em sua casa, ele deveria ter voltado para ter certeza que ela está bem. E se estiver muito frio? As nuvens densas que se formam nos céus indicam que vai chover em poucos momentos, as infiltrações seriam um problema?

No mais, ele tentava se agarrar em várias questões ao mesmo tempo, todas relacionadas aos infortúnios que ainda tendiam a ter sua atenção, porém buscava ao máximo ignorar a maior fonte de sua preocupação, este que lhe abraçava agora como se fossem íntimos durante toda uma vida.

Katsuki não o conhecia perfeitamente em nada, tudo o que tinha até então era superficial e mesmo assim o agradava e trazia a necessidade ferrenha de obter mais, porém, ainda que não tivesse muito embasamento sobre a vida do rapaz em seus braços, a tensão que ele exalava era o suficiente para saber que algo estava o incomodando. Ele havia deixado uma frase pairando no ar e não se deixou levar para prosseguir com a declaração, portanto, Bakugou pensava que precisavam conversar frente a frente e colocar de uma vez os pingos nos i’s.

Com a delicadeza de um neanderthal, o loiro se afasta apenas o suficiente para se abaixar e levantar Midoriya para colocá-lo em seu ombro como um saco de batatas, o esverdeado se assusta por ter sido tirado de seus devaneios de forma repentina e aperta a cintura de Bakugou enquanto encara as costas delineadas do mesmo, corando profusamente ao ter a prova de que o loiro estava ainda nu.

- O que é isso, Bakugou?! Me ponha no chão, você vai me derrubar – Izuku exclama cutucando as costas do loiro com medo de aperta-lo demais e acabar de cara no chão. Bakugou apenas dá risada e caminha vagarosamente até o banheiro, dando um tapa estralado na bunda do rapaz que estava coberta pela boxer, conseguindo um gemido baixo de dor e surpresa.

- Agora eu sou o Bakugou, né? Cadê o Kacchan? – Ele provoca entrando no banheiro que é maior do que aparenta no lado de fora, com cautela o loiro coloca Midoriya com os pés novamente no chão e segura sua cintura com força, juntando os corpos e beijando-o sem aviso, enlaçando a língua em sua boca de forma imprudente e completamente sedenta. Isso é o suficiente para bagunçar a mente de Izuku que planejava reclamar por ter sido carregado.

Quando eles se separam, os olhos verdes mantêm contato com as orbes escarlates por poucos segundos antes de se enterrarem no chão em um ponto aleatório, Bakugou pousa sua mão no pescoço de Izuku, usando o polegar em sua mandíbula para fazer com que ele estivesse com o rosto de frente para ele. Novamente o contato visual é estabelecido e como se fosse possível, Katsuki tenta desvendar os segredos por trás daquele olhar, as írises esmeraldinas brilhavam e ao mesmo tempo se tornavam levemente anuviadas por algo que ele não conseguia compreender, ele precisava saber, mas somente Midoriya poderia dizê-lo.

O loiro se afasta para desligar a água notando que a banheira já estava cheia o suficiente, o vapor perdurava sobre o cômodo e ele se aproxima do esverdeado novamente, abaixando a única peça que cobria o corpo dele até que ela estivesse no chão sob os seus pés. Izuku fica meio tenso com isso, mas Bakugou age com naturalidade ao entrar na banheira e estender a mão para que Midoriya faça o mesmo.

Izuku sente suas bochechas esquentando perigosamente quando eles se sentam um de frente para o outro, encostando suas costas nas beiradas da banheira que era larga o suficiente para que ambos estivessem confortáveis ali dentro. Seu olhar não encontra o de Bakugou e isso começa a irritar o mais velho de um jeito nada agradável.

- Desembucha, criatura. A vida não é como...? Termine o que estava dizendo antes, mas agora me diga com sinceridade e olha na minha cara – Katsuki diz um tanto impaciente com toda essa situação, ele nunca foi de se sentir ansioso com os sentimentos de outras pessoas, mas com Midoriya ele sentia que precisava ser mais enfático, para cavar lentamente dentro das barreiras que o rapaz se esforçava para erguer entre eles desde sempre e principalmente agora.

Izuku respira fundo e olha diretamente nos olhos vermelhos com uma expressão impassível, ele não gostava muito de ser pressionado, porém entendia que estava sendo um pouco imaturo ao guardar para si os temores que não o envolviam somente de forma individual. Ele brinca um pouco mais com a espuma e toma um tempo para respirar antes de realmente falar o que estava pensando.

- A vida não é como nos livros onde tudo se ajeita rapidamente e os problemas são tão fáceis que chegam a ser superficiais. Eu não sei ao certo se é seguro eu estar aqui com você sendo que eu nunca tive nenhuma perspectiva de relacionamento na minha vida, eu sei bem que nós somos completamente diferentes, eu sou sensível e sou um universitário que trabalha em um café, além de ser dançarino de boate – Os olhos de Midoriya se tornam tristes quando ele reitera sobre seu infame trabalho, assim como seu corpo fica um pouco mais tenso quando a mão de Bakugou pousa em seu joelho – Você por outro lado, é dono de uma empresa e com certeza tem mais dinheiro do que eu posso mensurar, sem contar que você é rude pra caramba, mesmo sendo tão lindo.

- Ah, eu sei que sou lindo, mas pode falar mais vezes que eu gosto – Bakugou responde dando um sorriso sacana e Midoriya cora até o último fio de cabelo, abaixando um pouco para que a espuma escondesse mais de suas bochechas vermelhas. – Que somos diferentes, isso é óbvio, mas não vejo como isso pode ser algo que nos impede de estar juntos.

- Então você quer mesmo estar comigo? Veja bem, eu não sei se consigo suprir o que você precisa, sei lá... Olha pra sua ex esposa, ela é linda, mesmo que seja meio mal educada... – Izuku novamente teima em buscar razões para contrapor os motivos que levam Bakugou a querê-lo, pois ele não se sentia digno, não conseguia enxergar o porquê de ser alvo do interesse de alguém como Katsuki. A resposta para sua colocação não demora a chegar.

- Você é ingênuo ‘pra caralho, Izuku. Ela é uma vagabunda desgraçada mesmo, pode ser linda como for, por dentro ela é podre que nem merda – O loiro rebate esfregando o rosto com a mão e dá uma breve risada quando vê a expressão desgostosa do rapaz pelo seu uso de palavras de baixo calão.

- Você fala palavrão demais – Izuku diz emburrado como uma criança e ao mesmo tempo tentando soar repreensivo para com o mais velho, Bakugou dá de ombros sorrindo ainda mais e se ergue ajoelhando na banheira, aproximando-se do esverdeado ao colocar suas mãos uma de cada lado do mármore ao redor de Midoriya.

- Quando eu falava que ia meter meu pau na sua bunda até você gritar por mais, você não reclamava – Ele diz lambendo o lábio superior com uma expressão sedenta, fazendo Midoriya se afastar um pouco erguendo o queixo para olha-lo. Sem ao menos tocar no rapaz, Katsuki volta a falar – Você diz isso como se não fosse bonito ‘pra caralho também, eu não ligo para o que tem na bagagem, eu quero conhecer você por inteiro, eu quero ter você como um todo. Que se foda com esse negócio de suprir o que eu preciso, eu só tive um pouco de você e nem por isso já me dou por satisfeito, eu quero muito mais.

Os olhos vermelhos exalavam a mais pura sinceridade e Midoriya não tinha como fugir disso, ele estava sendo posto contra a parede de forma literal e figurativa, agora bastava que ele aceitasse aquela verdade e tomasse uma decisão com os fatos que tinha em suas mãos.

- Então é isso? Você quer um relacionamento comigo, mesmo que eu seja um universitário pobre e stripper nas horas vagas? Ou devo pensar que em cerca de algumas semanas você vai cansar de me comer e vai me jogar fora como a escória que eu sou? – A insegurança de Izuku ia além disso, mas seu maior medo era a falta de conhecimento sobre aquele homem. Eles não tinham muita intimidade ainda, mesmo que já tivessem compartilhado experiências bem avassaladoras minutos atrás. Ele não tinha certeza de nada e ao contrário de Katsuki, ele tinha muito mais a perder entrando nesse cenário sem ser cauteloso.

Bakugou arregala os olhos brevemente por conta do tom afrontoso do rapaz e sente que realmente está sendo um tanto negligente, ele é apenas um jovem de 22 anos e parece carregar um peso enorme em suas costas, incitar a ele que decida de uma vez estar ao seu lado era egoísmo, ainda mais sendo tão cru como vinha sendo até então.

- Sim, eu quero você, mas podemos ir devagar. Eu não quero te pressionar, Izuku. Eu quero você, mas eu quero que me queira também – A voz do loiro é mais amena e isso surpreende Midoriya, ele não imaginava que Katsuki poderia soar tão amigável, já que sempre estava entoando suas frases com afronta e agressividade, seja para mandar alguém se foder ou para pedir um simples café. As orbes esmeraldinas brilham um pouco mais e o peito de Izuku se aperta de um jeito bom, seu coração acelera e ele leva as mãos ao rosto de Bakugou, puxando-o para um beijo lento e convidativo. Ele mesmo toma a iniciativa de passar sua língua pelo lábio inferior de Katsuki, tomando passagem para que ele possa explorar a boca do outro com calma.

Bakugou geme durante o beijo usando uma das mãos para pousar sobre a nuca do esverdeado, aprofundando ainda mais o beijo. Midoriya captura o lábio de Katsuki entre os dentes por breves momentos, apertando suavemente enquanto afasta o rosto, deixando um selinho por fim antes de olhar novamente para o rosto do maior.

- Tudo bem, eu não posso negar que quero você também... Mas eu nunca fiz isso antes, então tenha paciência, mesmo que para você isso seja um desafio – Izuku sorri com uma expressão divertida e Katsuki bufa com o tom de desdém na voz do rapaz.

- Ah, mas pode deixar que eu vou tirar paciência do cu pra isso, nem fodendo que eu recuso um desafio – O loiro diz já demonstrando irritação e a risada de Midoriya preenche o local, ecoando pelas paredes. Bakugou toma um tempo olhando para aquele sorriso e sentindo seu coração ainda mais rápido pela visão bela que tinha. Ele estava fodidamente apaixonado e talvez isso não fosse seguro para seu coração ferido, contudo, ele nunca foi do tipo que recusa a lidar com riscos. – Vem cá – Katsuki diz voltando a encostar no outro lado da banheira enquanto puxa o corpo de Midoriya consigo, ele ajeita o corpo dele sobre o seu peito fazendo o rosto de Izuku pousar em seu ombro enquanto o rapaz ficava de bruços sobre o seu corpo.

O esverdeado fica um pouco constrangido, mas logo deixa isso de lado ao sentir as mãos fortes de Katsuki massageando suas costas do meio até a lombar, onde ele realmente sentia um pouco de desconforto pelo sexo um tanto selvagem. A água quente e os toques relaxantes o levam a rodear a cintura do loiro, fechando os olhos para aproveitar a calmaria. Talvez não fosse tão ruim assim se entregar, ele poderia aproveitar enquanto podia, o amanhã é incerto de todo modo.

[...]

Depois que saem de um banho demorado, o lanche chega no timing perfeito para que Bakugou não precise ir de toalha até a porta. Ele se contenta em estar somente com um short fino enquanto Midoriya veste uma cueca preta e uma camisa de mangas longas para se proteger do frio que sentia. Ele se perguntava como Bakugou podia ser tão quente ao ponto de ser calorento em uma noite fria como aquela, as gotas de chuva batiam na janela e por breves instantes, Izuku se perde na paisagem das extensas janelas, permanecendo sentado sobre a cama enquanto aprecia a vista.

Bakugou o chama da cozinha e eles se reúnem na mesa, comendo os lanches enquanto conversavam sobre amenidades aleatórias. Midoriya não fica tão surpreso quando Katsuki revela o porte de sua empresa, mas fica levemente temeroso ao pensar que em comparação, ele não tinha nada do que se orgulhar ainda. Alguns assuntos pairavam no ar sem nunca serem trazidos à tona por ambos, eles sabiam que uma hora seria necessário conversar sobre, mas a oportunidade não veio e isso confortava os dois que se contentavam com aquele clima bom.

Depois de limparem tudo, mesmo sob os protestos de Bakugou para que Izuku deixasse ali para a empregada no dia seguinte, eles vão para a cama e Midoriya se sente agoniado demais para não buscar saber sobre sua mãe. Seu celular estava descarregado e ele havia acabado de colocá-lo na tomada, mas não tinha como aguentar até usá-lo.

- Katsuki, você me empresta seu celular, por favor? – O esverdeado pede educadamente sentado com as pernas cruzadas sobre o colchão e Bakugou atende o pedido, sentindo um leve arrepio em sua pele ao notar que seu nome fora proferido pelo rapaz dessa vez com uma notável convicção. O loiro entrega seu celular deitando-se no espaço livre da cama, olhando para a expressão séria que se desenhava no rosto do menor, sua testa estava levemente franzida e ele disca um número decorado rapidamente na tela antes de levar o aparelho ao rosto.

A mão livre de Midoriya está cerrada sobre o colo e Bakugou não deixa de notar isso, ele começa a analisar cada aspecto da tensão que o outro munia consigo mesmo e se sentia tentado a perguntar o que lhe afligia, contudo, o mesmo havia sido atendido depois de um tempo com a ligação em andamento.

- Oi Ura, boa noite. Me perdoa pelo horário, eu não queria te acordar – Ele diz com uma voz tão pacífica que até mesmo Katsuki sentia-se confortado, aquela magia gentil que pairava sobre o esverdeado era algo que o fascinava, talvez fosse impossível não aceitar um pedido de desculpas quando ele o fazia dessa forma.

A pessoa do outro lado parece responder de forma amigável, pois o rosto de Izuku se ilumina com um pequeno sorriso, ainda que ele não chegue aos seus olhos.

- Ela está bem? Teve algum sintoma diferente ou enjoo? - Ele espera pela resposta e um olhar preocupado se desenha em seu rosto, seguido de um suspiro derrotado – Entendi, se acontecer dela vomitar em até uma hora depois dos remédios, ela precisa tomar novamente. Tem um que comprei para controlar os enjoos, mas não pode tomar sem comer alguma coisa. Logo pela manhã eu vou vê-la, muito obrigado pela ajuda, você é incrível – O rapaz diz e dá mais algumas instruções sobre o que seria necessário, Bakugou não entende muito bem do que se trata, porém ele lembrava que Izuku tinha comentado sobre sua mãe no hospital e assim que a ligação chega ao fim, ele não tarda em perguntar.

- Sua mãe ainda não melhorou? – Ele questiona se sentando na cama para poder olhar melhor as expressões de Izuku. O rapaz tensiona ainda mais e olha para ele com um sentimento de culpa imenso, ainda que ele mesmo não entenda porque se sente tão mal. Midoriya respira fundo e fecha os olhos para evitar as lágrimas que insistem em surgir sempre que ele toca nesse assunto.

- Ela tem câncer, descobrimos há quase um ano e ela ficou muito debilitada, teve alguma melhora por um tempo, mas ultimamente tem sido mais complicado – A voz de Izuku estava embargada, mas ele continuava falando para ter coragem de revelar tudo até o fim. Se Bakugou queria estar ao seu lado, ele saberia uma hora ou outra – No dia em que nós saímos depois que eu bati naqueles caras, ela tinha sido hospitalizada e no dia seguinte eu fiz uma doação de células tronco para auxiliar na imunidade dela.

O esverdeado estremece ao se lembrar de fazer aquele procedimento sozinho na sala que o assustava e sufocava no hospital enquanto Bakugou forma uma carranca em seu rosto ao se dar conta do motivo pelo qual o rapaz parecia estar com dor naqueles dias posteriores.

- Porra, você é idiota? Depois de fazer uma merda dessas você não deveria ter ido ficar se pendurando naquela caralha de boate – Katsuki ralha com ele perfeitamente furioso pela negligência do rapaz, mas quando as orbes esmeraldinas o encaram, ele vê a tristeza estampada ali e se arrepende um pouco do seu tom enraivecido.

- Deu pra perceber que eu estava com dor? Ah, que seja, eu precisava pagar a conta do hospital e comprar os remédios dela, não me importo com o esforço necessário pra manter ela bem. – Izuku diz com sinceridade e baixa os ombros ao suspirar cansado, o assunto trouxe à sua mente que ele teria mais trabalho no dia seguinte, ao menos não tinha aula, mas deveria ir para o café e depois para a Eros para mais uma apresentação indecente.

- Foi por isso que você começou a dançar na boate? – Bakugou questiona já entendendo as motivações de Izuku e ao mesmo tempo sentindo-se um tanto inclinado a oferecer suporte de todo modo, ele não gostava daquela expressão triste no rosto de Midoriya.

- Sim, primeiro eu comecei a trabalhar no café quando ela não estava mais apta para continuar trabalhando, mas quando os remédios ficaram mais caros eu procurei alguma alternativa e foi essa que apareceu. Eu não queria ser tão indecente porque isso não combina comigo, mas se eu puder suprir o que ela precisa eu não vou hesitar em fazer o que estiver ao meu alcance – As palavras de Izuku eram cheias de determinação e Katsuki queria ajuda-lo de alguma forma, ele parecia natural e completamente cheio de si quando subia naquele palco, exalando confiança e sensualidade, mas vendo-o agora revelando o que o levava àquela situação, ele conseguia ver o quanto o rapaz ficava desconfortável em se expor daquela maneira, provavelmente se escondendo dentro de um espectro que não o definia de verdade.

Agora o loiro começava a compreender o que Midoriya tanto o dizia quando tentava explicar que ele não era realmente o que ele aparentava, as circunstâncias que o levaram àquela situação e não sua própria vontade.

Izuku coça os olhos com as mãos, bocejando cansado enquanto Bakugou o observava atentamente, ele sentia-se um pouco mais leve ao explicar melhor suas condições ao homem, mas uma parte de si se via temerosa por essa troca de informação.

- Eu posso te dar um emprego melhor – Katsuki disse sem pensar muito sobre o caso, mas de fato ele podia fazer isso, ele sempre podia fazer o que quisesse. Em contrapartida, a expressão ofendida de Midoriya o deixou receoso por sua proposta repentina.

- Eu não quero depender de você, nem profissionalmente, nem financeiramente, nem nada. Posso me virar sozinho e enquanto eu não puder achar algo mais digno, vou continuar fazendo o que eu consigo – Izuku diz se sentindo magoado, ele não queria piedade por parte do loiro, apenas compreensão. Ele já nutria por si mesmo uma quantidade de decepção suficiente, podia não ter a forma mais benemérito, porém não almejava que tivesse ofertas como essa por dó e nem se deixaria levar por tais favores vindos de quem podia rechaça-lo em breve.

- Puta que pariu... Eu estou falando sério, tenho vagas na minha empresa e... – Antes que Katsuki pudesse continuar, Midoriya o encara realmente furioso e corta sua frase atropelando suas palavras.

- Não quero, muito obrigado. Quando eu estiver mais estável posso procurar um emprego melhor, mas se contente com o que eu faço agora ou então me deixe em paz – O esverdeado está pronto para se levantar e ir atrás de suas roupas quando Bakugou segura seu pulso, puxando-o para fazê-lo deitar na cama. O loiro rapidamente leva seu corpo para cima de Midoriya o prensando sobre o colchão, segurando ambas as mãos dele com as suas.

- Ta bom, caralho. Não falo mais, só que você vai ter que se contentar em ter seu namorado na frente do palco daquela boate em todos os shows – Katsuki declara com um sorriso perverso e sente vontade de rir ainda mais quando o esverdeado fica quase roxo de vergonha.

- E você é meu namorado? Uau, é a primeira vez que escuto isso – Izuku sorri brincando e sentindo-se bem mais aliviado pelo clima tenso ter se dissipado, ele relaxa o corpo e Bakugou se ergue para não deixar muito do seu peso sobre o menor.

- Eu faço as viadagens formais depois, mas eu quero você pra mim. Eu quero ter você do meu lado quando eu acordar – Bakugou diz com uma expressão indecifrável, o rapaz o encara com olhos arregalados e percebe que nunca tinha visto tanta vulnerabilidade expressa no olhar de Katsuki quanto agora. Ele pousa suas mãos sobre a face do loiro e ergue o rosto um pouco para deixar um beijo no maxilar dele.

- Tudo bem, eu vou aceitar isso por enquanto.

[...]

No dia seguinte, Bakugou acorda com um grunhido por conta do Sol batendo em seu rosto, ele estende o braço para o lado e percebe o espaço vazio ao seu lado, os lençóis já gelados mostrando que a ausência não era recente.

Ele desperta no mesmo instante, se levantando para entender onde Midoriya poderia estar, ele havia prometido que estaria aqui quando ele acordasse e o sentimento de abandono não era novo para Katsuki, mas dessa vez doía mais do que ele imaginava que podia. O loiro sai do quarto olhando para o chão a fim de identificar se as roupas haviam sido levadas, mas ele percebe que a camisa azul que o rapaz usava na noite anterior ainda estava no chão da sala, o que significava que ele ainda estava com a roupa dele.

Depois de procurar em todos os cômodos e não encontrar o rapaz, ele se amaldiçoa e senta no sofá para enterrar o rosto entre as mãos. Não podia ter sido tudo uma ilusão, Midoriya não parecia ser o tipo que some dessa forma. Cada segundo que se passava o deixava ainda mais preocupado e Bakugou odiava se sentir desamparado, odiava ter a sensação de que tinha sido deixado ainda que nem tivesse começado algo direito.

Com um suspiro audível, ele se levanta para pegar o celular no quarto, porém xinga aos quatro ventos quando olha para a tela sem saber que número discar.

- Santo caralho alado, eu peço o filho da puta em namoro e nem o número dele eu lembro de pegar – Ele diz para si mesmo já se preparando para chamar por algum técnico de sua empresa a fim de obter o maldito número quando se lembra que havia emprestado o celular ao rapaz na noite anterior.

Ele usa o histórico de chamadas para ligar no mesmo número desconhecido e logo uma voz ofegante atende a chamada já atropelando as palavras.

- Izu! Você já está chegando? Ela foi entubada agora, eles não querem me falar mais porque eu não sou da família, me desculpa! Eu deveria ter ido vê-la mais cedo. – A voz de uma mulher soa completamente assustada e ela parece estar chorando. Quando a mesma menciona alguém em estado crítico Bakugou arregala os olhos sabendo da gravidade dessa situação.

- Garota, aqui é o Bakugou. O Midoriya já saiu sem me avisar, onde você está? – Katsuki questiona com uma voz autoritária enquanto já corre para o closet a fim de pegar uma roupa decente, sua mente estava a todo vapor e mesmo que ele mal conhecesse de verdade a vida de Midoriya, ele sentia seu coração batendo forte no peito pelo medo de que o pior viesse à tona.


Notas Finais


Eita lasquera... Num digo nada.

Até mais <3


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