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História The Empire Of War - Vamos jogar!


Escrita por: Kallberg

Notas do Autor


Revisada: 26/09/2018

Capítulo 6 - Vamos jogar!


Shikamaru andava apressado pelos corredores das torres já com sua armadura costumeira, amaldiçoando todas as malditas gerações Uchihas que pisaram sobre a terra. Estava quase seguindo a sugestão de Naruto e matando todos eles, seria um bem para a humanidade ao seu ver, mas claro, se ele tivesse meios de o fazer.

A verdade era que estavam perdendo, por mais que eles pudessem fazer uma troca entre Itachi e a Hyuuga, eles seriam derrotados no momento em que abaixassem a ponte, os números do inimigo eram bem maiores do que os deles. Precisavam de uma jogada. Rápido.

—Shikamaru! Hey Shilamaru! -Choji, herdeiro de velho pedregulho, clamava enquanto corria desastradamente atrás do lorde das torres. —Droga, espere!

Shikamaru suspirou parando e se virando para o amigo. Chouji era um Akimichi, uma das pontas do triângulo, e um grande amigo. Além de que, como a maior parte do triangulo eram aparentados, sendo sua mãe Ackimichi de origem. Eles viviam no extremo Norte onde o inverno nunca passava, colocavam nesse detalhe a culpa por serem em sua maioria mais “fofinhos”.

—O que aconteceu Choji? Tenho que estar numa reunião de emergência em um minuto. Por favor seja rápido. -Shikamaru respondeu se virando para o amigo.

O Akimichi parou se apoiando nos joelhos, respirando com dificuldade pela corrida. Ele não era um exemplo de boa forma.

—É importante, acredite. Você se lembra que me disse que quem matou seu pai estava nas torres?! -disse ofegante, fazendo o moreno assentir com cuidado. —Então temos um sério problema por que nenhum Uchiha subiu as torres. Apenas homens do Norte que acompanhavam seu pai.

—Quem te da certeza disso? -Shikamaru perguntou com certa urgência. —A possibilidade de traidores estarem infiltrados é muito séria. Quais as garantias?

—Eu e Sai estávamos conversando atoa no primeiro turno de vigilância da noite, quando ele soltou que estava na segurança das torres naquela hora, e que foi tranquilo por que nenhum Uciha tinha ao menos chegado perto daqui. -o Akimichi relatou sério. —Então eu comecei a questioná-lo para ter maiores detalhes de quem tinha subido exatamente, mas então ele ficou estranho desconversou e saiu. Mas o problema...

—Onde ele está agora? -Shikamaru perguntou o interrompendo. —Vou fazê-lo falar.

Chouji suspirou exasperado.

—Não pode. Sai desapareceu. Assim como o outro homem que fazia dupla com ele na segurança. Eu chequei.

Tinha um traidor no Norte. Um maldito traidor na sua casa matou seu pai e provavelmente mais duas pessoas para encobri-lo. Shikamaru fazia mil e uma teorias em sua cabeça, contudo por mais que já tivesse suas suspeitas, precisava de provas, e o culpado estava muito empenhado em destruí-las.  

—Eu acho que essa não é uma simples guerra do Norte contra o sul. -Chouji disse preocupado com o amigo.

—Nunca foi. -Shikamaru respondeu grave. —A verdade é que pegamos essa guerra no meio.

—No meio..?

—Sim, esse jogo vem de séculos atrás. -o moreno disse se escorando na parede e acendendo um cigarro nervoso. —É como um maldito jogo de cartas infinito, o jogo vai correndo e apenas vão trocando os jogadores. O problema é que quando você entra no jogo, são as cartas de outra pessoa que você tem nas mãos, você ainda precisa entender como se joga com elas, qual a jogada, enquanto as outras pessoas da mesa já têm seu jogo formado. Quando você entra, luta com alguns por motivos que as vezes nem se lembra mais, outros dizem que são seus aliados, e terceiros que seus aliados não são realmente aliados, -dá uma forte tragada no fumo. —Mas não há como saber quem está blefando, você não estava no jogo antes, não viu as jogadas anteriores, não sabe como e por que os outros estiveram lutando. -solta uma longa baforada. —Nós acabamos de entrar no jogo. Não sabemos quem está blefando. Na verdade, nós não sabemos nada.

—Então o que pretende fazer para vencer se estamos em tamanha desvantagem?

Ao dizer aquilo um sorriso nasce juntos ao cigarro nos lábios do Nara.

—Sabe, eu gosto de jogos e sempre fui um bom jogador. -Apaga na parede o cigarro recém acesso, estava fazendo muito isso ultimamente. Seu pai sempre lhe disse "fume menos, trabalhe mais", estava na hora de fazê-lo. —vamos jogar!

♜ 

—Senhorita o que deseja? -Gaara questionou, olhando a menina sem compreender o que uma dama poderia querer ali, sozinha no quarto de um aleijado.

—Meu pai foi a batalha contra os Uchihas nas torres. Antes de partir, ele me pediu que me esforçasse para me tornar uma boa líder. E eu gostaria que o senhor me ajudasse nessa tarefa. -Ino falou nervosamente. —Por favor.

—Eu? Como eu poderia ajudá-la? -o ruivo questiona ainda mais confuso com tudo aquilo, dois dias atrás ele só lia o dia todo e recebia algumas poucas visitas de Naruto. Por que seu quarto "secreto", agora recebia tantas visitas?

—Quando meu pai não me mandou para castely rose como os outros lordes, ele contratou diversas professoras particulares para que me ensinassem e preparassem em casa. Mas não deu muito certo, por que eu não conseguia entender nada, elas sempre vinham e depois de um tempo desistiam. Eu juro que não era por mal, eu só não entendia quando elas explicavam. -Ino explicou angustiada se sentando na cadeira onde Lee estava mais cedo. —Mas ontem quando você me explicou a primeira batalha entre Uchihas e Uzumakis eu consegui entender.

—Eu só li para a senhorita. Você não sabe...

—Eu sei ler! -Ino exclamou exasperada, mas logo se recompõe. Pelos deuses era uma dama! —quer dizer, depois de um tempo, teimosia e trabalho eu aprendi sim.

—Não acredito que seja bom para a senhorita estar aqui... -Gaara falou tentando fazer a garota ver razão, uma dama sozinha de novo no seu quarto quando ele nem havia ainda saído da cama...

Mas Ino estava mais que certa do que queria e rebateu rapidamente:

—Eu sei! Eu sei. Mas eu preciso tentar. Meu pai já tem que aguentar muito dos anciões da nossa casa por não ter me mandado para castely rose, não quero que ele pense que aqueles velhos tinham razão.

—O que é castely rose? -Gaara questionou tentando parecer o máximo desinteressado que conseguia, tinha quase certeza de que era para onde seus pais haviam mandado sua irmã naquele dia, e pelo jeito que Ino falava um bom lugar não era.

—Na teoria, uma escola de preparação para garotas nobres. Já na pratica...

—O que? como assim na pratica? - o ruivo perguntou rápido demais para um mero curioso e Ino havia percebido aquilo.

—Sabe, parece que você está bem interessado... - a loira riu divertida, mas logo fica séria com a ideia que nasce em sua cabeça —ok vamos fazer um trato. Uma ajuda mútua. Eu te conto tudo o que sei sobre o lugar e você tenta me ajudar com a história do reino pelo menos.

—a senhorita por acaso está me chantageando? -gaara questionou desacreditado. Ela não era uma dama?

—Negociando. É diferente. Uma líder deve saber negociar. -A loira se defendeu, mas não tinha tempo para aquilo, já era muito arriscado estar ali, tinha que ficar apenas o tempo suficiente, que tinha que ser rápido. —Então o que me diz?

—Você não precisa de mim para extorquir as pessoas. -Gaara murmurou contrariado. —Certo, vamos fazer isso. Mas eu posso pelo menos me trocar? -o ruivo apontou para suas vestes de dormir que ainda usava.

Ino balança a cabeça em negação, não se incomodava, nunca foi uma garota tímida. Além de que gastaria um tempo que ela não tinha.

—Não é necessário, vou apenas ficar alguns minutos. -dá um sorriso de orelha a orelha empolgada para provar a todos que não era uma menina burra.

Shikamaru que se cuide, a nova Ino genial está chegando.

—Certo, vamos começar com esses livros que Lee deixou aqui. -Gaara disse agarrando seus lindos e velhos livros —história do reino... bem o que você sabe?

—O que as pessoas falam, e o que você me contou. -Ino responde encolhendo os ombros. —Não muito.

—Ok, te contei até a derrota dos Uchiha certo? 

—Sim, o lance do esmaga carne, posição geográfica, rio inundando a divisa. Me lembro bem.

—Bem, pouco depois de se ver derrotado e sem saída, Uchiha Madara desafia Hashirama Senju para um duelo. Então os dois vão para as montanhas do gigante de gelo, na nascente do rio que os dividiu para lutar pela honra de seu...

—Espera! -ela o parou coma face tomada pela dúvida. —Se os Uzumaki já tinham vencido, por que diabos Hashirama iria perder seu tempo lutando com o outro.

—Pela honra, um rei nunca nega um duelo. -Gaara respondeu com calma. —Se ele nega, isso pode ser entendido como fraqueza, entendeu?

—Sim, mas se quer saber isso é bem idiota.

—Talvez você esteja certa, por que Hashirama e Madara nunca mais voltaram. -Gaara falou em um sussurro, como se aquela "teoria de conspiração" fosse secreta. —Dizem que os dois morreram e foram levados pelas águas do rio.

—E os corpos nunca foram encontrados? -Ino perguntou no mesmo tom, ela amava uma bela fofoca.

—Nunca, as águas do rio de jade são tão geladas que se você se afoga lá, o seu corpo não consegue boiar, você vai ficar para sempre no fundo das águas de jade. Olhe aqui. -Gaara foleou rapidamente o livro em suas mãos encontrando rapidamente o mapa antigo que queria. Já lera tantas vezes aqueles livros que praticamente os sabia de cor. —Havia uma bela cidade com uma grande torre que era considerada a divisa entre o território Nara e Uchiha, a grande maioria da população era Uchiha, então não ficou difícil imaginar de que lado eles ficaram na guerra. Quando o Norte alagou a da divisa todos morreram, e então o rio ganho outro apelido, "cemitério de Uchihas".

—Isso é horrível! - a garota exclamou enojada. —Esse apelido e a situação, é quase cruel.

—Concordo, mas era uma guerra. É isso que acontece numa guerra. É você ou o seu inimigo. -Gaara levantou seu olhar para a loira. —Eu não acho que tenha como julgar alguém como culpado por uma guerra. Você acha cruel a morte da cidade, mas Madara comandou os Uchihas em muitas barbaridades também. A verdade é que quando você tem que proteger um povo nem sempre o que você faz é bonito e bom, mas sim necessário.

 —Mas os Uchiha foram considerados culpados. -Ino falou apontando para o desenho do castelo Uchiha em ruínas. 

—Sim. O novo império obrigou os Uchihas a pagarem uma alta indenização ao norte por serem considerados os causadores da guerra. Além de perder parte de suas terras para os Senju e para o próprio sangue do império. -o ruivo disse com a face pensativa. —Na verdade ninguém vence numa guerra, todos saem destruídos, endividados e com imensas baixas na população. Todos estavam mal ao final, mas com o tratado os Uchiha literalmente cairiam, ficaram na sarjeta, tão pobres como se pode ficar, demoraram mais de 100 anos para se reergue, mas ainda hoje não trouxeram de volta a gloria da casa Uchiha, ficaram manchados.

—Isso talvez explique muita coisa do que está acontecendo hoje... - Ino divagou. —O Norte e os Uchihas têm um belo passado...

—A explicação na maior parte das vezes está lá. -Gaara respondeu fechando o grosso livro. —Aprenda com o passado e vença no futuro. Os Uchihas querem vingança, se eles aprenderam a lição, eles têm uma bela chance de vencer esse jogo.

♜ 

Sakura tentou correr para dentro e fechar a porta, mas o homem chutou a pequena porta com brutalidade empurrando a rosada nas prateleiras, quebrando alguns frascos com caldos e ervas e estilhaçando os que caiam no chão.

—Agora é tarde demais para se esconder bonequinha. -o homem agarra-a pelos cabelos róseos batendo a cabeça da garota contra a madeira da prateleira, a virando para si em seguida, a olhou surpreso. —hey micao! A vadia rebelde é a vadia do bastardo!

O outro soldado parado na porta a olha com um sorriso cruel, e comenta:

—No dia da morte do rei do norte, lorde Fugaku instruiu todos os soldados que se lhe encontrassem era para garantir a sua morte também. Mas você sumiu, ninguém mais a viu até estar cercada de Senjus. -Ele levanta sua espada apontando-a para a garota que o olha assustada pela revelação. —Tenho certeza shigu, que se levássemos a cabeça da garota lorde Uchiha nos recompensaria muito bem.

Shigu sorri se voltando para Sakura.

—Hoje está sendo um dia maravilhoso Micao. Primeiro vamos poder ir para a guerra contra o norte, assim que acabarmos com esses rebeldes. Eu sempre quis matar aqueles malditos nortenhos. Agora vamos matar essa garota, eu adoro matar, principalmente vagabundinhas como ela. E depois vamos ficar ricos por fazer isso. Sabe como poderia ficar ainda melhor? -ele pergunta com um sorriso odioso, ao companheiro que sorriu da mesma maneira. —eu adoro fuder vagabundas rebeldes!

O soldado rasga a parte frente do vestido gasto e velho que a rosada usava, fazendo a garota tentar se soltar para se cobrir, mas ele coloca sua espada na garganta dela a fazendo parar assustada. —Acho bom ficar quietinha. O que você acha Micao? ham? Vamos usar um pouquinho desse belo corpinho antes de separa-lo da cabeça!

Shigu olha para o outro soldado que ainda se encontrava mais atrás, virando-se no segundo exato para ver a cabeça de seu amigo escorregar pelo pescoço e cair no chão sendo seguida pelo resto do corpo.

Deixando a visão da figura que se situava atrás do homem, Temari estava com a espada empunhada suja de sangue.

—Mas que porra?! -o homem exclamou surpreso. Sakura percebendo a brecha pega um dos cacos dos frascos quebrados anteriormente enfiando na lateral do abdômen do soldado que solta um grunhido de dor soltando um pouco a garota dando a espaço para correr. —Vagabunda! Volte aqui! -Ele tenta agarrar o vestido rasgado de Sakura, mas assim que segura a espada extremamente afiada de Temari aparece na sua frente lhe arrancando a mão no ato. 

Shigu grita agoniado pela dor, mas é calado pelo forte soco no rosto recebido em seguida, fazendo o se apoiar no que restou das fracas prateleiras. Ele pega sua espada com a outra mão que lhe sobrou interceptando a espada da loira que já vinha em sua direção, girando como pode para se livrar do ataque, mas a garota o ataca com um chute por baixo que o desequilibra o levando ao chão, o soldado tenta levantar sua espada para parar a loira, mas essa segura seu pulso, mantendo-o quieto e enfia sua espada na garganta do soldado.

Depois que os espasmos do corpo do homem na luta pela vida acabam, Temari retira sua espada limpando-a na manga longa de seu vestido. Olha a figura assustada e seminua de Sakura quase se juntando as prateleiras de tanto que essa se empurrava contra elas tentando se esconder. —Sakura, já faz um bom tempo hein. -Ela falou sorrindo sem se aproximar, sabia que não há como prever como uma pessoa assustada reage. —Sua tia está bem preocupada com você. Vem, vou leva-la até ela e te arrumar um vestido.

Sakura demorou alguns segundos para se decidir antes de andar até o defunto de Shigu e chutar com toda a força que tinha sua cabeça. —Filho de uma rameira! -xingou, andando para junto de Temari que apenas riu de sua explosão. —Obrigada.

—Tão esquentada quanto eu me lembro. -a loira disse dando de ombros e se aproximando da porta um pouco aberta olhando rapidamente para fora, para analisar a batalha, ainda havia muitos soldados Uchihas lá, matando e dilacerando os rebeldes que encontravam. Ela odiava não poder fazer muita coisa. —Existe outra saída não é mesmo? onde fica?

—Como sabe?

—Quando entrei pela entrada do fundo alguns rebeldes estavam saindo, mas agora está tomada por Uchihas assim como a entrada. Poderíamos tentar lutar contra eles, mas seria muito mais fácil e sobrevivível se saíssemos na surdina.

—Há uma saída pela salinha de vestir aqui do lado. -Sakura falou tentando arrumar o vestido de forma que lhe cobrisse direito quando saíssem. —Eu e minha tia usávamos para colocar nossos vestidos de gala antes de voltar para o castelo e já saiamos por lá, quase ninguém a usa além de nós.

—Ótimo, fique perto de mim. Vamos sair desse lugar!

♜ 

Naruto já estava impaciente, a sala estava lotada de lordes discutindo estratégias que ele sabia não os levaria a nada. Todos ali supunham estratégias com base apenas no que achavam que os Uchihas fariam. Hiashi discutia com o vassalo dos Akimichi que tinha sugerido uma rendição acompanhada de um acordo. 

Um acordo com os Uchiha? Naquela altura do campeonato? Era idiotice. Até ele percebia isso, imaginava Hiashi que tinha a filha prisioneira de seus inimigos. Na verdade, ele também deveria estar relativamente nervoso afinal a garota é sua noiva, mesmo que não a conhecesse.

Noiva... era estranho pensar assim. Por quase toda a sua vida se imaginou casando com Sakura, a sobrinha postiça de meistre Tsunade, alguém sem um sobrenome de peso, ou grandes fortunas mas que ele achava amar até o verão passado, e agora estava destinado a casar-se com uma estranha nobre, que já lhe causava problemas.

Droga! Ele sabia que não era culpa da garota, ela apenas estava no lugar errado e na hora errada, e agora eles tinham que fazer alguma coisa, não deixaria os Uchihas matar mais uma pessoa que eles julgavam importante para si. Se é que eles sabiam do acordo entre ele e Hiashi, esperava que não.

—Desculpe o atraso. -Shikamaru saudou entrando na sala com Inoichi e Chouji vindo logo atrás. Fazendo-se silencio imediatamente, todos esperavam que eles tivessem feito algum plano genial que lhes desse a vitória, Naruto esperava isso ou um milagre. Só assim ele via saída. Mas Shikamaru não parecia muito disposto, quando ele parecia não é mesmo? —por favor continuem a reunião senhores.

—Devemos buscar minha filha agora! -Hiashi exclamou encarando Naruto na ponta da longa mesa abarrotada de lordes. 

O Uzumaki sabia que deveria se posicionar como rei, mas ainda estava avaliando todas as suas cartas. Em seus 21 anos de vida ele nunca fizera isso, apenas ia e lutava com o seu coração e força, mas como ele e Shikamaru estavam conversando mais cedo não havia como vence-los simplesmente no braço, precisariam manter a calma e jogar.

Odiava aquilo. 

Estava tão absorto em sua tentativa de estratégia que não percebeu o Nara se aproximar displicentemente.

—Aceita um cigarro, milorde? -Shikamaru falou chamando Naruto de seus devaneios. O loiro o olha com estranhamento, o lorde das torres não era dado a cortesias desnecessárias, mas o moreno o olhou de forma que lhe dizia que ele pegasse logo o maldito cigarro. —Venha comigo até a janela, lá é mais arejado.

Naruto o seguiu desconfiado, olhou para trás e viu Inoichi conversando aos sussurros com Hiashi.

Que diabos...?

Shikamaru abriu a comprida janela, fazendo o vento forte bater-lhes imediatamente, quase apagando a chama que o moreno usava para acender o fumo. Estavam no último andar da torre, podia ver o início do acampamento Uchiha, as águas nervosas do rio de jade batendo contra as rochas das montanhas que cercavam seu território, via o mal tempo que vinha delas, uma tempestade estava chegando. As tempestades no Norte eram terríveis, e não foram poucas as vezes que as torres foram danificadas por raios.

—Não banque o escandaloso e grite, sem movimentos bruscos, e não olhe para trás. Apenas continue a fumar. -Shikamaru disse sem olha-lo, estava com os olhos fixos na tempestade que se aproximava. —Temos um traidor entre nós.

Naruto retesou, sentiu vontade de se virar para encarar cada um dos lordes que discutiam estratégias de guerra atrás dele, encontrar o maldito e mata-lo, mas decidiu seguir os conselhos de seu acompanhante, deu uma longa tragada no fumo para se acalmar.

—Quem? -ele indagou com o máximo de calma que ele conseguia. 

—ainda não sei, tenho suspeitos, mas nada incriminador. -o moreno disse se espreguiçando sobre a janela. —De qualquer forma, lhe dou os detalhes em uma situação mais apropriada e sem tantas pessoas ao redor. Lhe falei agora para que não tome nenhuma decisão baseada em sugestões de alguém que pode estar agindo de má fé.

Naruto apertou o parapeito da janela, cada dia mais a derrota parecia mais uma realidade.

—Mais um problema... Primeiro estamos em menor número, depois a garota e agora um traidor. Como vamos vencer essa guerra...? Como virar o jogo? -o loiro falou girando o cigarro entre os dedos. 

—Nem tudo está perdido meu lorde. -Shikamaru falou e uma forte rajada de vento bateu contra eles arrancando o cigarro que o moreno tinha nas mãos e bagunçando todos os papeis que estavam na mesa do cômodo fazendo os lordes olharem feio para eles, tanto pela janela aberta naquela ventania quanto por estarem uma conversa privada quando existia uma reunião de guerra em andamento.

Shikamaru simplesmente fechou a janela sem se dar o trabalho de olhar para os lordes raivosos. —O jogo pode virar tão de repente quanto o clima no norte. 

Naruto encarou o moreno ao seu lado com curiosidade.

—Eu já ia me esquecendo, preciso que você assine uma carta.

♜ 

—Que diabos você estava fazendo garota?! -Mei saiu furiosa detrás de algumas arvores do bosque que as cercava.

—Salvando-a? -Temari falou descendo do cavalo junto com Sakura, que agora estava coberta por uma grande capa que encontraram no quarto de vestir. —O que você queria? Que eu simplesmente esquecesse e deixasse ela morrer?

—Você poderia ter morrido! -a meistre falou dando ênfase no "você". Ela não podia morrer. Não agora. —Já te disse para parar de pôr a sua vida em risco por burrice!

—Você não tem que me dizer nada! Eu posso decidir sozinha sobre o que vale a pena arriscar minha vida. -a loira entregou as rédeas do cavalo furiosamente para Sakura que o amarava envergonhada em galho na arvore por onde mei sairá detrás. Sakura se sentia de certa forma culpada pela briga. —Sei me cuidar. Eu tomo minhas próprias decisões. Você não é a minha mãe!

—Não. Ela está morta. -Mei alfinetou e Temari resetou imediatamente. —por que era como você! Eu sempre a avisei para ser mais cuidadosa, mas ela se achava invencível, que a morte nunca aí pegá-la e eu era a paranoica. Mas olhe só eu estou aqui e ela fundo do rio de jade.

—o que você sabe sobre a minha mãe? -a sabaku questionou indo em direção a Mei a imprensando contra a arvore junto do cavalo, fazendo Sakura dar um gritinho. —hã? Diga Mei!

—Temari largue-a! -Tsunade vinha correndo pelo bosque. Era a segunda vez no dia que via Tsunade correr desesperada, aquilo era muito estranho para alguém que Temari lembrava como a arquimeitre durona. —Não temos tempo, largue-a!

Temari a encarava com estranhamento sem diminuir seu aperto sobre a atual arquimeistre que lhe olhava em choque.

—Tia! O que aconteceu? -Sakura indagou indo em direção a sua protetora que olhou para ela apenas e certificando por cima se ela estava ferida e agarrou Temari pelo braço, e com extrema força empurrou a garota que caiu de bunda no chão.

—Que porra?! -Temari começou a exclamar, mas parou ao avistar na curva da ruela Fugaku Uchiha vindo a cavalo.

Fudeu.

—Senhoritas está tudo bem aqui?

♜ 

Uma pontada longínqua no seu abdômen. Algo estava incomodando seus olhos. Queria abri-los para descobrir o que causava tal incomodo, mas não conseguia, na verdade não conseguia mexer nenhum de seus membros, estavam todos duros e pesados como rocha.

Uma pontada mais aguda, lhe faz ranger os dentes. Estava sonhando? Morto...? Não. Era tudo vivido demais. Algo realmente estava acontecendo. Outra pontada, dessa vez a dor foi tamanha que grunhido quase primitivo rasgou pela garganta do Uchiha assustando o homem que trabalhava em seu ferimento.

Sasuke respirava com dificuldade com se tivesse corrido por quilômetros. Olhou ao redor examinando o local onde acordara, os panos estendidos que deixavam alguns feixes de luz passar, era uma cabana que usavam para batalhas, mesas com alguns papeis e ervas, estatelado no chão havia um homem velho que lhe olhava  assustado, o Uchiha não ligava para ele, continuou sua vistoria para confirmar que realmente não estava sonhando, eles estavam em guerra. Ele fora ferido. Seu irmão estava ferido, ou morto. Droga! Ele precisava fazer alguma coisa.

Sasuke tentou se levantar da pequena cama, mas no segundo seguinte uma dor aguda passou pelo seu corpo o fazendo cair de volta e o velho correr em sua direção.

—Milorde, por favor não se mova, vai acabar abrindo os pontos e ainda nem consegui terminar. -o homem implorou segurando o pelos ombros, Sasuke olho para o seu tronco para identificar o ferimento, ele se lembrava de como doía mas não chegou a ver o estrago. O corte ia de seu peito até um pouco abaixo do seu umbigo, Naruto fizera realmente um bom trabalho.

Filho da puta...

—Eu preciso falar com o superior responsável pela nossa ofensiva. -o moreno falou com o máximo de calma que conseguia quando a vida de seu irmão estava em jogo. Precisa fazer algo, ou no mínimo saber o que está acontecendo.

  —Milorde, o senhor não está em condições de...

O homem tentou argumentar, mas ele estava sem paciência e também não se importava com as opiniões do velho desconhecido então o interrompeu grosseiro.

—Senhor, não estou pedindo conselhos. Eu estou mandando você chamar quem está comandando nosso exército. -Sasuke retirou as mãos enrugadas do homem de seus ombros com brusquidão. Como o velho não se mexeu, seria mais enfatico. —Eu sou Sasuke Uchiha, filho de...

—Fugaku Uchiha, lorde das terras ninguém se importa e blá blá blá. -Kakashi entrou na tenda fazendo Sasuke o curandeiro encara-lo surpresos. —Você está péssimo muleque, parece um defunto e cheira como um, porém está falando como um papagaio retardado, então você provavelmente não está morto. Ainda estou decidindo se essa é uma boa notícia.

—Eu devia imaginar que você estaria à frente do exército kakashi. -Sasuke falou com um sorriso cínico reconhecendo seu antigo mestre. —Eu preciso que me diga o que está sendo feito para recuperar o meu irmão.

—Seu irmão? -Kakashi indagou, demonstrando que não entendeu do que o mais novo falava e indicando ao curandeiro que voltasse ao trabalho. -o que tem seu irmão?

O velho homem se aproximou com cuidado de Sasuke que pensou em reclamar, mas olhou para Kakashi e resolveu apenas tentar pegar as informações que precisava.

—Itachi me salvou ontem nas torres, mas ficou para trás. -o moreno falava enquanto gemia pela linha grossa que passava pela sua pele. —Provavelmente estão fazendo ele de refém. Sabem o valor de um herdeiro Uchiha.

—Não recebemos nada do Norte sobre o seu irmão nesse meio tempo. -o grisalho falou com face pensativa. —Nós temos uma refém, a filha de Hyuuga Hiashi.

—Isso é ótimo! Podemos fazer uma troca! -Sasule exclamou sem se importar com a dor que subiu por seu corpo.

—Lorde Hatake! Lorde Hatake! -um soldado franzino vestindo uma armadura com o brasão Uchiha entrou correndo na tenda. —Uma mensagem do Norte.

 Kakashi agarrou a carta lacrada com o selo da antiga família real Uzumaki, a abrindo rapidamente com os olhos de todos pesando sobre si, o olhar de Sasuke em especial pesava uma tonelada.

 Kakashi leu e releu a carta em silêncio, tentando entender que porra estava acontecendo ali.

—O que? Kakashi o que diz caralho?! -o moreno gritou empurrando o curandeiro para o lado novamente. —Me dê isso! Droga, me dê isso!

O grisalho andou até o Uchiha como se o tivesse feito automaticamente, pois sua mente estava tentando decifrar aquelas palavras, ao chegar perto o suficiente sasuke roubou o papel das mãos de Kakashi, lendo em voz alta:

—A justiça é a principal virtude do Norte. Portanto em nome da justiça deixamos claro que tínhamos Uchiha Itachi em nossas mãos até a chegada de sua carta nesta manhã. -Sasuke parou respirando fundo e olhando para Kakashi que ainda estava aéreo.  —Matamos o Uchiha. Faça o que quiser com a garota

 


Notas Finais


O tratado que os Uchihas assinaram foi inspirados no tratado de versalhes, na verdade temos vaaaarias referencias históricas em TEOW por que eu amo história.

Comentem o que acharam por favor 😄


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