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História The Empty Black Edge of Night - On Envy's Grasp, Part 1


Escrita por: ArgentPapillon

Notas do Autor


Alcina está animadíssima para provar do sangue de Ekateryna e já não pode esperar mais para ter um momento apropriado com sua bela artista - E Cassandra não parece muito alegre com os desejos de sua mãe. Uma visita inesperada trás a tona os ciúmes de Alcina, e junto disso Kate passa a mostrar contra a própria vontade o seu lado que por muito tempo tentou reprimir.

Amores, vocês não fazem ideia do quão incrível foi escrever esse capítulo - Especialmente o final, vocês vão entender porque. Não sei se está do agrado de vocês, mas quero muito um feedback. Aproveitem. <3

Capítulo 6 - On Envy's Grasp, Part 1


Alcina estava excepcionalmente radiante naquela noite, de tal modo que seu sorriso evidente e sugestivo era notável por todas as empregadas do castelo. Naquele momento, a imensa mulher se encontrava na sala de degustação do andar inferior, acompanhada de duas criadas.

Dimitrescu levou a taça cristalina em direção aos seus macios lábios carmesins e deixou que o vinho inundasse seu paladar sofisticado. Ela fechou os olhos em uma expressão contida de deleite, e então suspirou. “Ah! Rafinat. A primavera dos últimos anos tem sido de colheita farta. Eu espero que a safra que está por vir providencie um vinho tão saboroso quanto este.”

“Mãe Miranda tem nos abençoado com muitas coisas boas ultimamente. Estão todos ansiosos para o festival do fim do inverno.” Comentou uma das criadas de Alcina com um sorriso calmo.

“O centenário da chegada do Deus Negro e de Mãe Miranda sobre o nosso vilarejo está próximo. Me pergunto o que ela planeja.” Dimitrescu então pegou de uma mesa próxima a si uma afiada faca ornamentada com flores de metal e tomou a criada pelo pulso. “Fique parada. Falta o toque final.”

A empregada fechou os olhos e mordeu os lábios com força. As evidentes marcas em seus pulsos eram prova de que ela já havia passado por aquilo diversas vezes – Afinal, além de servas da condessa eram também suas reservas pessoais de sangue. Ainda que Alcina naquele momento estivesse com olhos para o sangue de outra mulher no momento...

“Irei dedicar uma garrafa exclusivamente ao sangue de Ekateryna – Será meu tesouro pessoal e exclusivo.” Ela sorriu ansiosa, e então cortou o pulso da criada para que seu sangue virginal escorresse para dentro do barril contendo o vinho. A pequena dama teve que se conter para não recuar. Ela tremia e encarava a silhueta enorme de Alcina com medo em seu olhar. A condessa por sua vez lançava aquele olhar imponente sobre a empregada. Seu sorriso era sádico e quase maníaco, mas discreto.

“Eu me encontrei com a Senhorita Ekateryna perto da Sala de Ablução.” Comentou a outra serviçal. “Ela parece tão gentil. Mas eu a acho estranhamente misteriosa também...”

“Posso saber o motivo da desconfiança?” Dimitrescu fechou seu sorriso ao encarar a outra empregada com um ar de curiosidade.

“N-Não quero ofendê-la, Lady Dimitrescu! Ela só tem uma aura diferente. Como se estivesse sempre tentando esconder algo.”

“Curioso. Bem, cabe a mim descobrir o que a minha pequena artista pode estar escondendo.”

“Já estamos acabadas, S-Senhorita Dimitrescu...?” A serviçal que estava sendo sangrada perguntou, desviando um olhar.

Pela forma como a outra serva se calou abruptamente, a insatisfação no olhar de Dimitrescu era nítido conforme ela afastava a faca ensanguentada do pulso da mulher. Imediatamente, a outra empregada se aproximou para estancar o corte em seu pulso com um tecido.

“Acredito que minhas filhas possam ajudá-la com o restante.” Dimitrescu respondeu em um tom macabro. “Leve-a para fora daqui.”

“N-Não!! Outra vez não, Senhorita Dimitrescu, por favor!” Enfraquecida, ela suplicou com lágrimas de desespero escorrendo pela sua face conforme era levada apressadamente para fora.

 

 

 

À medida que Cassandra descia pelas escadas do andar inferior do castelo, percorrendo os corredores estreitos em direção à sala de degustação, ela podia ouvir também a voz de sua mãe. Ela falava sobre Ekateryna, como sempre. Como vinha fazendo nos últimos dois dias.

“Essa vadia... Ela parece saborosa, claro. Mas o que nela faz com que a mãe não pare de falar o seu nome por um minuto sequer?” Ela murmurava para si mesma em um tom de ódio contido. “Inadmissível. Uma simplória como ela... Eu farei com que entenda o seu lugar se a Bela e a Daniela não o farão.”

Ao se aproximar da porta da sala de degustação, Cassandra ouviu as súplicas desesperadas do lado de dentro e logo viu a empregada ser retirada à força. A filha do meio de Alcina lançou seu olhar cruel sobre aquela dama indefesa. Os olhos de ambas se cruzaram e ela sorriu de modo discreto – Como se quisesse lembrar à empregada o que a aguardava.

Eventualmente, os choros da serva sumiram em meio aos corredores. Alcina encarou sua filha da entrada da sala e sorriu de modo amoroso e calmo para ela. “Ah, Cassandra, draga mea. Pode entrar.”

“Pelo visto tenho trabalho pela frente hoje.” A morena deu um breve riso e se aproximou da mãe, se jogando em seus braços.

Alcina envolveu a filha do meio em um abraço forte e ergueu-a. Era adorável como qualquer mulher diante de si parecia tão diminuta. Com suas filhas especialmente era ainda mais adorável, pareciam crianças ainda. “Me faça orgulhosa e não poupe crueldade. Não esqueça de dividi-la com suas irmãs, minha rosa negra.”

“Seria melhor se você dividisse os seus brinquedos também.” Cassandra respondeu, mantendo o sorriso para esconder seu tom passivo-agressivo.

Alcina se sentou para acomodar a morena em seu colo. Em seguida acariciou a bochecha da filha. “Não me diga que está com ciúmes.”

“Jamais.” Ela respondeu, deitando a cabeça no busto da mãe. “Só não entendo porque a coloca em um pedestal mesmo só tendo conhecido ela a poucos dias.”

Dimitrescu não conseguia conter seu sorriso. Ela via Cassandra falhar miseravelmente em esconder seus ciúmes e fechar sua expressão enquanto a apertava mais forte. “Ekateryna é especial, não é como as outras servas. E eu me senti no dever de dar um rumo apropriado às habilidades dela. Você entenderá em breve.”

“Hmpf...” Sem resposta, Cassandra se manteve calada enquanto desfrutava da sensação de Dimitrescu afagando seus cabelos.

Foi então que outra serviçal do castelo entrou apressadamente na sala de degustação, ofegante.

Cassandra se levantou o mais rápido que pôde e sibilou com ódio em sua voz – Ela se recusava de todas as formas a ser vista em um momento tão vulnerável com sua mãe. “O que você está fazendo, imbecil? Não sabe bater?!”

“Qual é o significado disso?” Alcina se levantou incrédula também, lançando seu olhar autoritário sobre a empregada, que se mantinha de cabeça baixa.

“Me perdoe pela intromissão, Senhorita Cassandra e Senhorita Dimitrescu. É urgente... Mãe Miranda está no salão principal neste momento.”

Tais palavras pareceram ter pego tanto Alcina quanto Cassandra de surpresa.

“Não é do feitio dela aparecer fora das reuniões dos Quatro Lordes. Menos ainda sem nenhum aviso prévio. Mãe, aconteceu algo?”

“Sim. Moreau não consegue manter seus lábios selados.” O ódio presente na expressão de Dimitrescu era evidente.

Cassandra então se deu conta de que era algo relacionado a Ekateryna novamente. Céus, que vontade ela tinha naquele momento de estripar aquela garota. “Vamos logo então.”

 

 

 

Havia um brilho familiar nos olhos daquela mulher formosa e misteriosa que envolvia Ekateryna com suas asas umbrais – Um sentimento que parecia compartilhado pela forma como as duas se encaravam.

Mas Kate nunca havia visto ela em toda a sua vida. Ela tinha absoluta certeza disso.

A dama mascarada possuía uma presença angelical e divina, mas ao mesmo tempo tão terrena – Uma figurada imponente e cercada de mistérios que fazia com que Kate se sentisse completamente indefesa.

“Mãe Miranda?”

A voz de Alcina serviu para tirá-la de seu transe. As asas da mulher misteriosa se abriram e ela parou de tocar seu rosto. Ekateryna deu alguns passos para trás em direção a Dimitrescu, mas continuou a encará-la.

“Fiica mea. Senhorita Ekateryna... Boa noite.” A voz daquela mulher transmitia um ar de imponência e sabedoria tão grandes ou até maiores que os de Alcina.

“Boa noite.” Ekateryna abaixou a cabeça em tom de cordialidade. “Me perdoe a pergunta, mas quem é você?”

“Essa é Mãe Miranda, protetora do vilarejo e minha mãe.”

Ekateryna esboçou um olhar incrédulo diante daquela informação. Mesmo com seu rosto coberto, a artista podia notar que Mãe Miranda era tanto quanto ou até mais jovial que a própria Alcina. Não restavam dúvidas da capacidade que o cadou tinha de produzir aquele tipo de efeito rejuvenescedor. Era inacreditável. Kate se perguntava a quanto tempo aquelas duas realmente estavam vivas.

“Eu agradeço imensamente pela apresentação, querida. Imagino que saiba porque decidi me fazer presente.”

“Porque meu irmão tolamente decidiu experimentar com minha convidada sem o meu consentimento.”

“Eu exigi que Salvatore o fizesse, Alcina. E agora ela precisa retornar para que seu irmão continue os exames necessários.”

“E-Esperem. Você quem exigiu que ele colocasse aquele cadou dentro de m-” Ekateryna tentou interceder, mas sua voz delicada não fazia força diante da imponência das outras duas.

“Ekateryna está perfeitamente bem, Mãe Miranda. Ela não tem razão para retornar.”

“Essa decisão cabe somente a mim, Alcina.”

“Não era suposto que ela estivesse envolvido nisso, Mãe Miranda-”

Ekateryna não estava aguentando aquilo. Sua mente estava cheia de perguntas desde o momento em que acordou na clínica de Moreau. E agora a mulher responsável por tudo isso estava bem ali diante dela. Kate sentiu aquele impulso primal tomar conta de si mais uma vez. Então, gritou – Um clamor vocal semelhante ao de uma ópera. Não tão poderoso quanto o que deixou escapar contra os licanos, mas o suficiente para afastar tanto Miranda quanto Alcina e chamar a atenção de ambas para si. O ar vibrou de maneira intensa contra os vidros da sala, quase a ponto de quebrá-los.

“Gnmnh!” Cassandra, que estava observando de longe, gemeu de dor e cobriu os ouvidos com ambas as mãos. Não demorou muito para que Daniela e Bela surgissem também na forma de um enxame de moscas assim que o grito de Ekateryna cessou.

“Cassandra! Você está bem?” Bela indagou preocupada.

“Que merda foi essa? A gente ouviu lá de cima!” Daniela completou.

“Ela...” Cassandra disse odiosa, fazendo com que as irmãs voltassem sua atenção para Ekateryna.

Kate deu um passo adiante e fechou sua expressão. Alcina e Miranda observaram silentes e com um ar contido de descrença.

“Eu não sei o que você quer de mim, mas independente do que você tenha feito comigo eu exijo respostas!”

“Ekateryna, não!” Alcina tentou interver para protegê-la de sua própria insolência, mas antes que pudesse fazer algo Miranda abriu suas asas mais uma vez e avançou na direção da garota mais uma vez – Tão veloz que Kate sequer teve a oportunidade de reagir.

Entretanto, em vez de atacá-la Miranda apenas tomou Ekateryna pelo queixo e ergueu o seu rosto. Mais uma vez o olhar imponente daquela mulher fez com que a mais nova se silenciasse por completo. Mais uma vez, seus impulsos levaram a melhor sobre si.

“Mãe Miranda, eu peço que a perdoe por favor. Ela não é daqui, não está acostumada-”

“Você tem uma convidada interessante consigo, minha querida. Ela é poderosa também.”

Miranda então fixou seus olhos em Ekateryna mais uma vez. Ela não só conseguia sentir o temor no coração da jovem artista, era como se ela conseguisse fazê-lo bater mais forte à sua própria vontade.

“Você terá suas respostas em breve. Por enquanto, fique com Alcina.” Mãe Miranda respondeu, e então voltou a encarar sua filha. “Estou convocando o Conselho dos Quatro Lordes para uma reunião esta noite às dez horas, onde decidirei o que será feito.”

Kate sentiu os dedos finos de Miranda descerem pela sua nuca e trazerem seu corpo para mais perto do dela ao mesmo tempo que aquelas asas negras a envolviam. Era como estar no embalo de um verdadeiro anjo. “Até lá... Garanta por favor que Ekateryna será uma boa garota.” Disse Miranda.

Dimitrescu, por sua vez, sentia os ciúmes borbulharem dentro de si ao ver Miranda tomar Ekateryna para si com tanta intimidade e interesse. Alcina não costumava confrontar a sua mãe, mas aquilo já era demais. A imensa condessa deu um passo adiante e tomou a artista para si novamente de maneira bruta. “Já basta. Você a assustou o suficiente.”

Kate podia sentir a força das mãos imensas de Alcina apertar seus ombros. Ela deixou escapar um gemido agudo de dor e fechou os olhos, mas se acalmou ao sentir seu corpo colidir com o torso macio da vampira. “Ah!~”

Miranda deu um riso silencioso. “Até breve.”

Com isso, Mãe Miranda se retirou pelas portas do Salão Principal, tão misteriosa quanto quando entrou. O que quer que fosse aquela mulher, ela era sem dúvidas uma força a ser temida.

Mas antes que Ekateryna pudesse dar o ar da graça aos seus pensamentos ela teve sua atenção chamada por Dimitrescu, que a virou rapidamente em sua direção.

“Você é completamente insana se acha que pode confrontar Mãe Miranda, ou qualquer uma de nós para esse efeito, e sair ilesa facilmente. Que isso não se repita.”

“Eu não sei o que eu estava pensando, Senhorita Dimitrescu! Eu agi por impulso... Mas ela não parecia que iria me matar...”

“Para a sua sorte. Terei que garantir que ela não vai se aproximar de você novamente...” Dimitrescu respondeu em tom de ciúmes e cruzou os braços.

“O que foi aquilo? Foi incrível!” Daniela respondeu animada e se aproximou. “Digo, não a parte que você quase morreu, mas aquilo que você fez com a sua voz!”

“Você poderia ter machucado a mãe. Como ousa?” Cassandra, por sua vez, não parecia tão entusiasmada quanto a irmã mais nova. Ekateryna sentiu a mão gélida da morena agarrar o seu punho conforme as unhas afiadas da filha da condessa marcavam a sua pele.

“A-Ah! Não foi intencional, eu já disse! Ainda não sei como funciona... Ah! Hmn!” Ekateryna gemeu de dor e tentou se soltar, mas a força de Cassandra era muito superior.

“Ei, ei, Cass. Já chega, sua sádica maluca.” Daniela respondeu, tentando puxar a artista para si.

Cassandra esboçou um cruel e discreto sorriso, um que Ekateryna pôde notar muito bem. “Se acontecer outra vez eu vou ser a primeira a me divertir com a sua dor, não se esqueça.”

Foi naquele momento que Ekateryna sentiu aquela energia surgir dentro de si mais uma vez. O mesmo impulso inconsciente de quando fora atacada por Daniela a poucas horas atrás. Mesmo que não pudesse notar, seus olhos mudaram de cor – Antes azulados, adquiriam agora um tom sanguíneo escuro.

“Tente e quem estará pedindo por piedade no final será você.” Ekateryna retrucou. Ela sentiu as unhas de Cassandra adentrarem fundo em sua pele até sangue escorrer rumo ao chão, mas não esboçou dor.

“Sua vadia bipolar imunda-”

“Basta!” Alcina intercedeu, deixando que sua voz repleta de ódio ecoasse pela sala e chamasse a atenção de Ekateryna e das filhas. Com sua força, Kate se livrou do agarro de Cassandra e ambas foram empurradas em direções opostas. Cassandra foi pega por Dimitrescu enquanto Ekateryna sentiu seu corpo cair nos braços de uma das garotas. Quando olhou para cima, seu rosto foi de encontro ao de Bela.

Bela notou a forma nítida e abrupta como os olhos de Kate mudavam de cor – Em poucos segundos ela voltou a assumir aquele olhar confuso e assustado enquanto a dor preenchia a sua voz.

“A-Aagh...” Ekateryna rapidamente apertou o próprio braço marcado por cortes profundos na tentativa de conter o sangramento.

“Eu já tive o suficiente de demonstrações de desrespeito por hoje. Ekateryna, você virá comigo.” Alcina não podia acreditar que Ekateryna era capaz de agir daquela forma. É claro, podia ser parte da agressividade que o cadou causa em alguns hospedeiros, mas ela não podia permitir que aquele tipo de comportamento circulasse livre pelo castelo. Em um gesto de preocupação, Dimitrescu alisou os cabelos de Cassandra.

“Mãe, se me permite eu, Dani e Cass podemos cuidar disso.” Bela respondeu calmamente. Não acreditava na inocência da irmã do meio, mas tudo que ela queria naquele momento era uma oportunidade para sanar algumas de suas dúvidas sobre Ekateryna.

“Eu adoraria aplicar a devida correção nessa garota...” Cassandra direcionou seu olhar cruel e vingativo para Kate, que por sua vez se debatia enfraquecida.

“N-Não... Senhorita Dimitrescu, por favor, me perdoe!”

“Mãe, a Cass começou, não é culpa da Ekateryna!” Daniela intercedeu, tentando proteger a garota.

Entretanto, Alcina não estava com paciência para ser confrontada daquela forma. Sem hesitar ela ergueu Ekateryna em seus braços enquanto a artista estava ainda fraca demais e ocupada tentando conter o sangramento em seu braço e encarou as três filhas de modo imponente e autoritário. “Eu não fui clara? Vão para seu quarto. Temos uma reunião em breve.”

“Sim, mãe.” As três garotas responderam em uníssono, vendo que seria impossível fazer frente à vontade de Dimitrescu. Com isso, se retiraram.

 

 

 

Ekateryna foi carregada escada abaixo. Pelas catacumbas do castelo, a artista se via em um corredor estreito com uma única porta ao final. As luzes fracas das tochas conferiam ao ambiente um ar de mistério desesperador. “O que vai fazer...?” Ela indagou assustada. Pela sua regeneração, em poucos minutos os cortes profundos já não doíam tanto, mas o sangue ainda escorria e pingava no chão.

“Uma pequena degustação.” Ela disse de modo sugestivo.

Ekateryna se viu então em uma minúscula sala circular preenchida por barris de madeira com uma única mesa ao centro.

Alcina estava faminta e ansiosa. Em uma situação como aquela, com Ekateryna ferida e vulnerável daquele jeito, finalmente nada a impedia de desfrutar do verdadeiro vinho que tanto desejava.

É claro, Ekateryna foi pega de surpresa ao ser sentada sobre a mesa conforme Dimitrescu esticava seu braço e abocanhava sem hesitação seu pulso ensanguentado. “S-Senhorita Dimitrescu- A-Ahmn...!”

Kate tremeu e se arrepiou. Ela tentou recuar, mas Dimitrescu segurava firmemente seu punho e envolvia sua cintura com um dos braços. A mais nova não sabia o que sentir. Seu rosto suava frio, seu corpo tremia tanto que parecia prestes a se desmanchar. Os lábios macios de Alcina eram pressionados contra a sua pele e subiam lentamente conforme aquela língua gélida e viscosa saboreava seu sangue a escorrer, atiçando a dor no local de modo excruciante. Ainda sim, a saliva parecia provocar uma regeneração acelerada na região, e com isso aos poucos o sofrimento era substituído por prazer.

O sabor do sangue de Ekateryna era tudo que Alcina esperava e um pouco mais. Um delicioso líquido virginal que parecia afagar carinhosamente seu paladar – Mas que via acompanhado de um sabor muito intenso, como um beijo que começa amoroso apenas para culminar em um fervoroso contato de corpos e almas. Oh, estava ficando molhada já... Quando se deu por satisfeita, o braço de Kate estava marcado por borrões e marcas de batom. “Sabe, minha querida, eu sou uma mulher de muitas virtudes...” Ela disse em um tom calmo conforme sua outra mão subia pelo corpo da mais nova.

Foi então que Kate sentiu os dedos fortes de Dimitrescu comprimirem seu pescoço. Ela era abruptamente tirada daquele breve transe e então voltava a encarar Alcina com medo conforme sua respiração se tornava pesada e começava a ficar tonta. “A-Ah...Ah...!”

“Porém minha paciência é finita.” Ela prosseguiu. “Você é especial e querida para mim. Eu não sei o que Mãe Miranda planeja para você, mas eu a quero segura acima de tudo.”

“S-Senhorita...”

“Shhh.” Alcina soltou o braço de Kate e levou seu indicador aos lábios delicados dela, a silenciando. “Mamãe está falando – E como eu estava dizendo, eu quero o melhor para você. Mas para isso, vou precisar que modere esse seu diabinho interior, minha querida.”

Foi então que Kate sentiu uma das unhas afiadas de Dimitrescu repousar junto de sua jugular. Ela estava à beira da morte, e mesmo assim estava se desmanchando de um prazer sufocante por dentro. Estava tentando evitar que seus desejos falassem mais alto, mas parecia impossível.

Dimitrescu sentiu a mão trêmula de Ekateryna agarrar seus cabelos. Lágrimas escorriam de seus olhos – Um vermelho e outro azulado – enquanto ela a encarava com um ar de súplica. Quando Alcina finalmente soltou repentinamente o pescoço da mais nova, Kate soltou um suspiro desesperado por ar. Entretanto, para a completa surpresa da vampira, a jovem artista usou toda a sua força para enterrar os lábios de Dimitrescu contra a base de seu pescoço exposto. “Não fale comigo... Como se você não quisesse me foder... desde o primeiro momento em que me viu...!” Estava quase impossível para Ekateryna respirar, quanto mais falar qualquer coisa depois de ser enforcada daquela forma. Mas sua força de vontade era muito maior do que aparentava.

Dimitrescu soltou uma longa risada extasiada, sem medo de deixar sua voz ecoar pela sala de degustação. “Oh! Haha, a forma como você parece não temer a morte é tão adorável.” Alcina então colocou Ekateryna de costas para si, ajoelhada sobre a mesa com suas imensas mãos a agarrarem firmemente os quadris da mais nova. A vampira então afundou sem hesitação suas longas presas no pescoço da artista.

Ekateryna deixou que seus gemidos tímidos e excitados inundassem os ouvidos da mulher. Era doloroso, o que só servia para dar voz ao lado masoquista da mais nova. Ela levava suas mãos às de Dimitrescu e se colocava a rebolar, deixando que a mais velha modelasse o seu corpo tão minúsculo diante do dela até chegar em seus modestos seios.

Alcina, por outro lado, sugava com vontade, preenchendo seu paladar com o sabor único da garota, sentindo-a reagir com espasmos prazerosos de dor a cada estocada que Dimitrescu dava fundo em sua pele com as presas. O busto de Ekateryna então ocuparam suas mãos, e em um movimento instintivo ela abriu o vestido da garota e permitiu que seus seios aflorassem.

“A-Ah! Ahh... Haah... Hmm... S-Senhorita...” Ekateryna já não conseguia mais sequer organizar seus pensamentos de modo coerente. Dimitrescu massageava seus seios e provocava seus mamilos rígidos com os polegares, torcendo-os gentilmente de um lado para o outro. Com a outra mão apoiada na mesa, Kate puxava o vestido de Alcina e deslizava lentamente seus dedos pelas vestes da condessa até sentir a robustez rígida de seu abdômen definido. A única sorte que Ekateryna tinha naquele momento era que Alcina não estava nua naquele momento – Provavelmente se estivesse a pequena garota já teria colapsado.

Dimitrescu então retirou suas presas do pescoço da garota, usando sua extensa língua para saborear o restante do sangue que escorria. “Está tentando assumir o controle, meu pequeno anjo das trevas? Continue. É lindo vê-la suplicar por algo que não pode ter~ Hmmn...” Ela sussurrou e pôs-se a suspirar de prazer junto ao ouvido de Ekateryna. Ela podia sentir a mão delicada da artista descer pelo seu corpo e alcançar o interior de sua roupa íntima. Aqueles pequenos e macios dedos tremiam em contato com a sua intimidade molhada – Eles subiam e desciam provocando o seu clitóris. A vampira estocava com força contra o corpo da mais nova ao receber aqueles toques.

A pele de Dimitrescu lá embaixo era tão boa de tocar. Ela tinha lábios macios e alguns pelos ao redor. Kate usava dois de seus dedos para tornar aqueles movimentos mais frenéticos, sentindo o clitóris da mulher latejar. Foi então que Alcina ergueu seu vestido e usou ambas as mãos para surrar com força sua bunda e suas coxas. Aquelas mãos imensas marcavam sua pele clara com um tom ardente de vermelho e arrancavam da mais nova gritos de prazer. Ela salivava pelo canto da boca. A respiração pesada de Dimitrescu em sua nuca provocava arrepios intermináveis. A mais velha então tomou a mão de Ekateryna que estava entre as próprias pernas e levou aqueles dedos encharcados de mel até seus lábios.

“Vamos, querida. Prove.” Ela ordenou de modo sugestivo. E como era de se esperar, Ekateryna abocanhou os próprios dedos e pôs-se a chupá-los. Pela forma desajeitava e extremamente constrangida como o fazia, podia-se ver que a mais nova não era nada experiente. Sua pureza agradava a Alcina, que lentamente abaixava a calcinha da artista até a altura dos joelhos para sentir a delicadeza do seu íntimo com os dedos – Ainda que preferisse muito mais senti-lo com os lábios.

Foi então que Kate fechou as pernas de maneira abrupta, prendendo os dedos da condessa entre as suas fartas coxas. Em meio à tempestade de emoções, Ekateryna conseguiu um momento de sanidade. “S-Senhorita Dimitrescu...” Ela disse ofegante após largar os próprios dedos. “J-Já chega...”

“Não aguenta mais, draga mea? Não me decepcione. Eu sei que você é capaz de mais.”

“Esse não é o lugar... Muito menos a hora apropriada...”

Ekateryna estava certa, por mais que doesse para Alcina admitir. Não era o momento, e se fossem fazer aquilo de fato então Ekateryna merecia toda a elegância e todas as formalidades à altura de um momento com a condessa. A dama deu um breve suspiro calmo e apoiou seu queixo no ombro de Kate. “Nós não estamos acabadas aqui. Não esquecerei disso.”

Kate riu cansada. Conforme ajeitava sua roupa íntima e seu vestido, Dimitrescu se sentava e aconchegava a mais nova em seu colo. Havia um certo calor em estar tão próxima dela, apesar da frieza de seu corpo. Ela fechava os olhos, aconchegando sua cabeça sobre o busto farto da condessa, que em troca lhe afagava os cabelos. “Iremos começar com sua pintura pela manhã. Eu sinto que isso me deu a inspiração que precisava.”

Dimitrescu deu um riso calmo. “Eu estou satisfeita se me garantir mais ‘momentos de inspiração’ como estes.”

Ekateryna sentiu seu rosto ficar muito quente e escondeu-o junto ao peito da mais velha, apertando seu braço com uma das mãos. “É uma parte de mim que eu não consigo controlar desde que o cadou começou a crescer no meu corpo. Me perdoe, senhorita...”

“Eu irei manter você sobre controle enquanto estiver aqui. Não se preocupe.”

“Mãe Miranda... O que ela quer comigo?”

“Nem nós sabemos ao certo.” Alcina suspirou enquanto acariciava a nuca de Kate. “Tudo o que sabemos é que alguns são escolhidos para receber o presente dela – O Cadou. É o meu caso e de meus irmãos. Graças a ela somos imortais e incumbidos de proteger o vilarejo.”

“Mas por que eu? Sou apenas uma completa desconhecida...”

“Talvez ela tenha sentido a sua perda e decidiu lhe dar uma segunda chance em sua vida. Não é maravilhoso?”

Ekateryna encarou a própria mão, aquela que havia sido cortada por Cassandra. Estava completamente regenerada. “Tenho minhas dúvidas sobre isso...” Ela murmurou baixo.

Com Kate em seus braços, Dimitrescu se levantou e colocou a mais nova cuidadosamente em pé no chão. “Quaisquer que sejam suas dúvidas, tenho certeza que essa reunião trará um fim a elas. Por mais que eu odeie ter de interagir de qualquer forma com meus irmãos...” Ela comentou brevemente em tom de desprezo. “Vamos, querida?”

“Me dê cinco minutos, sim? Eu já lhe alcanço, Senhorita Dimitrescu.”

“Como queira.” Alcina fez um último carinho na lateral do rosto adorável de Kate, e então se retirou calmamente.

Ekateryna fechou os olhos e respirou fundo, deixando escapar um longo suspiro. Como sempre, havia muita coisa em sua cabeça e as respostas pareciam cada vez menos claras. “Mãe Miranda... Eu nunca a vi em toda a minha vida. Mas por que sinto que conheço ela?”


Notas Finais


Eu estava louca para postar esse capítulo de manhã cedo, mas fiquei completamente sem internet ksks. Enfim, ainda bem que consegui postar hoje!
Diga-se de passagem, finalmente consegui resolver o problema com a formatação dos parágrafos. Eu sou burra, desculpem 😳


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