História The enemy of my brother (Taekook - Vkook) - Vigésimo Capítulo

POV's Jeon Jungkook

Fodido. 

Fodido, era exatamente isso que eu estava. Como iria contar à ele o que houve? E pior, como seria a reação do Kim? Presumo que não será boa, isso sem sombra de dúvidas. 

Mas que porra... Caralho, que merda eu tinha na cabeça?

— Tae? — Chamo-o, mas ele não respondeu. — Taehyung? — Tento mais uma vez, mas sem respostas novamente. 

Separo um pouco nossos corpos e vejo que ele havia dormido. Uma cena completamente perfeita; sua cabeça apoiada em meu peito, enquanto ele estava todo encolhido em meu colo, com os lábios minimamente abertos, enquanto seu peito subia e decia calmamente, no ritmo da respiração dele. 

Adorável. 

Sem muito o que fazer, pego o celular – que ele estava segurando pouco antes de dormir –, desbloqueando a tela dele, vendo uma série de arquivos com diferentes datas ali, então clico em cima da primeira, vendo que era um pouco antes do nosso término. 

                   22/12/2017 

Minho

Taehyung, sei que meu dever era te proteger, mas eu não comsegui fazer isso, eu sinto muito [01:26]

Ele está chegando, não deixe-o te machucar, fique perto do Baekhyun e do Jungkook. Se ficar com eles, ele nunca vai chegar em ti [01:26]

                                       Taehyung

Ele quem Minho? Do quem você está falando? E por que está se desculpando, eu estou bem. Você está cumprindo sim seu papel de meu segurança [01:27]

Minho

Não Taehy, eu não tenho tempo pra explicar, mas ele está chegando. Me promete que tomara cuidado? [01:27]

                                       Taehyung

Por favor, para de falar como se eu nunca mais fosse ver você... [01:27]

Minho

É porque provavelmente você não irá [01:28]

                                        Taehyung

Minho... [01:28]

Minho

Só promete Tae [01:28]

                                         Taehyung

Tudo bem, eu prometo [01:28]

Minho

Era só isso que eu precisava ler. Obrigado Taehyungie, saiba que você foi uma das melhores pessoas pra mim. Tae, não se afaste do Jungkook e do Baekhyun, ele não tem coragem de te machucar quanto o Jeon e o Byun estão por perto. Ele tem medo deles [01:28]

Taehyung, eu tenho que ir agora, eu te amo viu? Eu sinto muito... [01:28] 

                                         Taehyung

Eu também te amo [01:28]

Se cuida viu? [01:28]

Depois dessas mensagens, havia uma manchete de jornal, dizendo que Minho havia sido encontrado morto em uma viela no dia 23/12/2017. Eu me lembro perfeitamente desse dia, Taehyung chorou feito um bebê, ele ficava murmurando várias coisas como "eu prometo" "Eu também te amo" "Não me deixe", na época eu não entendia muito bem o que ele queria dizer com isso, mas agora eu entendia perfeitamente. 

Saio daquele arquivo e abro outro, um em especial. 30/12/2017, aniversário dele. 

                    30/12/2017

Desconhecido

Feliz aniversário [00:00]

                                    Taehyung

Quem é? [13:54]

Desconhecido

Que coisa feia, não se lembra dos velhos amigos TaeTae? [13:54]

Mas não importa, eu sou o ninguém [13:54]

                                    Taehyung

Velhos amigos? Quem é você? [13:54]

Desconhecido

Eu já disse, sou o ninguém [13:55]

Agora Kim, aproveite cada minuto ao lado de quem você ama. Não leve como uma ameaça, mas também não conte isso à ninguém, ou então... Aí a coisa vai ficar feia pro seu lado. Ah, e, meus pêsames pelo seu amigo [13:55]

Foi bom ter tido uma conversa com você [13:55]

Depois disso nada. Taehyung simplesmente havia sido bloqueado. 

— Por que você nunca me contou isso? — Sussurro para ele que estava dormindo, sabendo que não obteria resposta por tal coisa. 

A próxima mensagem era em áudio, um áudio bem peculiar pra ser sincero. 

                     05/01/2018

Jihyo

"Tae, não tenho tempo, mas por favor, cuidado. Você está correndo perigo, não saia de perto do Kook ou do Baek, pelo seu bem. Taehyung, não importa o que aconteça comigo, não importa o que aconteça com qualquer pessoa... Não deixe ele chegar perto de você. Toma cuidado com ele, mais uma coisa; Não se esqueça nunca, não importa o que aconteça, nunca se esqueça mesmo que o Jungkook te ama ok? Tenho que ir agora Taehyung, cuidado viu? Eu te amo maninho" [02:58]

Depois disso, ela simplismente foi dada como desaparecida, ninguém nunca mais teve notícias da Jihyo, e bem, por mais que nessa época eu já estivesse tratando o Tae com indiferença, eu havia notado que ele ficava mais no celular, e convenhamos que muitas vezes eu peguei ele chorando enquanto digitava algo no mesmo. Quando ele dormia, eu sempre aproveitava para ver o que ele estava fazendo, mas Taehyung todas os dias apagava as mensagens, ou seja, eu nunca conseguia ver. 

Tudo bem que eu podia recuperar elas, isso se ele não fosse um hacker. Fato que as vezes me deixava puto. 

— Amor, por que não me contou nada? — Sussurro mais um vez pra ele.

— Eu não podia. — Respondeu baixinho, ainda com os olhos fechados. 

Oh, ele estava acordado! 

— Mas eu podia... Sei lá, te ajudar com isso. Caçar a pessoa que estava te mandando essas coisas, dar um jeito nisso Taehy. 

— Não sei se você se lembra, mas nessa época você se quer olhava na minha cara. — Afastou-se minimamente de mim. — Não podia contar para o meu irmão por que ele não tinha tempo pra me dar atenção, só depois que nos separamos ele começou a me dar atenção. — Fez careta. — Agora que você viu, não tenho nada pra evitar assunto contigo, na realidade tenho, mas estou curioso pra saber o que você qeria me contar. — Mudou completamente o assunto. 

Puta merda, caralho, inferno, puta que pariu, eu to fodido! 

— Taehyung, come primeiro, você me pediu pra fazer algo para comer, mas não comeu. — Fico sério, tentando não demonstrar que eu estava fugindo do assunto. — Enquanto você faz isso, eu vou fazer uma ligação, prometo que não vou demorar. 

Vejo o Kim concordar com a cabeça, antes de se levantar – com cuidado – do meu colo, se sentando onde estava antes. Assim que ele fez isso, levantei rapidamente do sofá, indo para a sacada, fechando a porta de vidro atrás de mim, impedindo que ele pudesse ouvir a conversa. Só escutaria caso abrisse a porta. 

Abro a lista de contatos e vou no da Nayeon, onde cliquei em cima, já iniciando uma chamada com ela, pois a mesma me atendeu no mesmo instante. 

— Jeon? Que milagre, você nunca me liga, aconteceu alguma coisa? — Pergunta assim que atendeu. 

— Não, esta tudo bem, só quero saber se está precisando de alguma coisa, não poderei ir aí por um tempo. — Respondo seco. — Nayeon, quero que me mantenha informado de tudo, mas só quando for relacionado a minha filha. Você sabe muito bem que se não fosse por ela, eu jamais estaria conversando contigo. 

— O que? Por que você está se afastando? Eu fiz alguma coisa? — Perguntou, e claramente pude ver que estava prestes a chorar. — Kook por favor... 

— Você sabe que eu não gosto que me chama assim, Nayeon, eu não estou querendo ser chato contigo, mas eu já disse que a única coisa que ainda mantêm minha comunicação com você, é saber se minha filha está bem! Poxa, falta apenas alguns dias para ela nascer, e caralho, você já parou pra pensar que depois que ela nascer, eu vou parar de te ligar por que não terá necessidade? Já parou pra pensar que quando a Sully nascer eu só vou ir aí pra ver ela? Nayeon, vai acabar esse negócio de eu ficar dando beijo e relando na sua barriga? Poxa, não queria falar assim com você, mas foi necessário. Cara, você encheu a porra da minha cabeça durante nove meses e eu sempre deixei claro que eu só estava te visitando por causa da minha filha, sempre deixei bem claro que não passava daquilo. Tanto que eu te pedi para não esperar algo a mais da minha parte porque não iria rolar... 

— Jungkook, a única coisa que eu te peço, é que tenha um pouco de compaixão. Você sabe muito bem que eu sempre quis que você ficasse comigo... E não venha me falar que não vai dar ser porque você nunca tentou! — Ela me interrompeu. — Pensa como seríamos felizes, eu, você e a nossa filha. — Mudou o tom de voz para sereno. — Imagina ela te chamando de papai e me chamando de mamãe. 

— Nayeon, eu sinto muito, mas como eu disse, só estou mantendo contato com você por causa da minha filha, não tenho culpa se você achou que um dia poderíamos ficar juntos. Eu sempre deixei bem claro que eu não gosto de você como você gosta de mim. — Falo andando para perto da mureta da sacada, olhando para os carros que passavam na rodovia. 

— É por causa dele, não é? — Perguntou com a voz embargada. — Vocês voltaram não é? As notícias correm, ainda mais quando Jeon Jungkook é visto na sua boate com o irmão do seu ininigo, aliás, depois o Byun invadiu o lugar e no final estavam os três trancados em uma sala. — Resumiu bem mau resumida a história. — Mais é claro que voltariam alguma hora, afinal, você ama ele. — Falou a última parte com mágoa. 

— Minha vida não lhe diz respeito Nayeon. — Sou grosso, ouvindo a risada dela do outro lado da linha. 

— Qual é Jungkook, todos da cidade já estão sabendo que você e o Kim estão juntos, o casal Fênix está de volta. — Afirma. — Engraçado como a notícia de você estar Junto com o Taehyung se espalhou em menos de vinte quatro horas, e a que você vai ter uma filha nem tanto assim. Porra, sei que vocês tem uma história juntos, mas... 

— Chega! Caralho mano, eu sempre deixei bem claro pra você que só ia cuidar da minha filha e nada mais que isso, então para com essa porra de drama. Quer por a vida da nossa filha em risco? Tudo bem, eu anúncio hoje mesmo pra todo mundo que eu vou ter uma filha. Agora se você não quer que ela corra risco, cale a desgraça da boca e não diga nada. Sabe, eu simplismente cansei. Eu já disse muitas vezes que só tenho olhos pra ele, mas mesmo assim você insiste nessa porra de ficarmos juntos e o caralho a quatro, mas quer uma sinceridade? Isso não vai acontecer, mesmo se eu e o Taehyung não tivéssemos juntos, algo que eu nem sei de fato se estamos; eu ainda não iria ficar com você. Minha filha é a única coisa que importa pra mim, se você acha que irei ficar contigo por causa dela, está muito enganada. — Sou sério. 

Não, aquilo não estava ferindo ela. 

Como eu sei? Pelo simples fato de eu ter hackeado o celular dela e visto em uma conversa que ela estava planejando ficar comigo apenas para conseguir respeito e mostrar a todos que ela era minha mulher e que tínhamos uma família, ou seja, queria me usar. 

Como eu sabia se era minha filha? Porque fizemos o exame de DNA e deu positivo, ela era realmente minha filha. Como saber se não foi adulterado? Disso eu tenho certeza que não foi, afinal, o médico fez questão de deixar Yoongi entrar no sistema pelo computador para ficar de olho, logo depois de uma conversa super amigável que eu tive com ele. 

— Jungkook, você sabe muito bem que eu te amo... — Inicou, me fazendo revirar os olhos. 

— Nayeon, te poupe, me poupe, nos poupe desse assunto. Já estou ficando entediado de falar com você, qualquer notícias ou de sentir alguma contração me avisa que eu te encontro no hospital. — Desligo sem esperar ela falar mais alguma coisa. 

Respiro fundo, soltando o ar pela boca. Falta tão pouco para ela nascer. Como eu vou contar isso para o Taehyung? Ou melhor, qual vai ser a reação dele? Co... 

— Era isso que pretendia me contar? — A voz trêmula de Taehyung soou atrás de mim, fazendo meu coração disparar. — Você vai ter uma filha? — Soluçou, então eu me virei em sua direção. 

Seus olhos estavam transbordando lágrimas, seu nariz e bochechas estavam vermelhos, enquanto estava estampado em sua testa tristeza. 

— Amor... — Tento me aproximar, mas sou impedido. 

— Amor? — Riu anasalado, não se importando com as lágrimas que estavam caindo. — Acho que já faz um bom tempo que perdeu o direito de me chamar assim, não é mesmo? Muitas coisas mudaram Jungkook, aliás, você sabe muito mais do que eu sobre esse assunto, afinal, você vai ser pai. — Engoliu em seco. — Meus parabéns. — Sorriu entre lágrimas, virando-se de costas, indo em direção ao nosso quarto.

Não, não, não! Bosta, por que tudo tem que dar errado?! Vai tomar no cu, é sempre assim! 

— Taehy, deixa eu conversar com você, por favor, me esculta. — Vou atrás dele, mas quando eu entrei no quarto, puxe ouvir o chuveiro ligado, então presumi que ele estava tomando banho. 

Caminho até a porta do banheiro e tento entrar nele, mas ela estava trancada, então apenas encostei minha testa nela, sentindo o quão gelada ela estava. 

— Tae, me deixa entrar, por favor... — Suplico contra a madeira, não tendo nenhuma resposta. 

Simplismente fui ignorado. 

Não o julgo, até que sua reação não foi muito escandalosa, se fosse eu... Nem sei como teria reagido. Mas de uma coisa eu tenho certeza, teria morte. 

Muita morte. 

— Tudo bem Taehyung, eu vou te dar o tempo que for preciso, só... Por favor, tente não quebrar mais meu coração. Ele já está muito destruído pelo que eu fiz com você. — Não quero que fique com peso na consciência por ter quebrado um coração, isso não é muito bom.

Ainda mais se você tiver quebrado o coração da pessoa que você ama. É como se você estivesse morrendo por dentro, e era exatamente assim que eu estava me sentindo por dentro. 

Morto. 

POV's Kim Taehyung

Dor.

Dor é uma coisa que eu aprendi a conviver com ela. Não tive muitas escolhas pra ser sincero, mas isso não importa, não é mesmo? Afinal, meus sentimentos nunca importam quando as pessoas não exitam em fazer algo que me deixe quebrado, ferido, cansado... Ela nunca pensam em como eu irei me sentir perante aquilo. 

Nunca pensam em mim. 

Nunca pensam duas vezes antes de quebrarem alguma parte de mim. 

Nunca. 

— Vamos Taehyung, pare com isso, deixe de ser assim, tão... Tão Você. — Faço uma careta, me olhando no espelho do banheiro enquanto terminava de me enxugar. — Você vai sair desse banheiro, vai passar pelo desgraçado, pau no cu e babaca do Jeon e vai fingir que nada aconteceu. — Sorrio para o espelho. — Depois você vai sair, vai até a casa do seu irmão, vai pegar seu carro, suas coisas e depois... Depois você já sabe. — Falo a mim mesmo, começando a fazer um curativo onde eu estava ferido, vestindo uma cueca preta, uma calça de coro colada da mesma cor e uma camisa branca, agora só faltava pegar colocar um sapato. 

Respiro fundo, conto mentalmente até cem, peço paciência aos céus e só então, eu abro a porta do banheiro, vendo Jungkook sentado na cama, encarando um canto da parede, mas assim que eu sai do banheiro, seus olhos pararam em mim. 

— Taehyun-

— Me deixa quieto, por favor, não quero discutir agora. — Interrompo-o, seguindo até o closet, vendo que ainda havia um sapato meu ali. 

Amém, não preciso pegar nada dele. 

Pego o sapato que estava ali, vestindo o mesmo rapidamente, mas quando estava prestes a sair do closet, trombei com o peito do Jeon no instante que me virei.

— Se que poderia sair da minha frente por favor? — Sou ironicamente educado, fazendo ele revirar os olhos. 

— Taehyung, por favor, me escuta, deixa eu ao menos me explicar. — Ele suplicou desesperado. 

Não. 

— Tudo bem, te dou dois minutos. — Falo passando por ele, saindo do closet. 

Espero que eu não me arrependa... 

— Tae, olha, é o seguinte, depois que nós terminamos, você sabe que... Eu... Enfim, sempre tinha alguma pessoa comigo de noite. — Começou, já fazendo meu estômago embrulhar. — Então, uma vez, eu e a Nayeon ficamos e bem, nós tínhamos nos prevenidos e tals... Só que isso foi da primeira vez. — Falou, fazendo-me trincar o maxilar e cerrar os punhos. — Nós ficamos mais umas duas vezes e bem, eu não usei camisinha e ela não tomava pílula... Então a Nayeon engravidou. — Engoliu em seco. — Ela-

— Jeon, se não se importa, eu preciso ir agora, até mais. — Interrompo-o indo para a saída do quarto. 

Nayeon. 

Acho que era esse o motivo da minha insegurança. O simples fato dela estar grávida dele. 

— Onde você vai? — Perguntou me seguindo, enquanto eu caminhava pelo corredor, em direção a saída da casa. 

Não respondi. Não era obrigado a fazer isso. Nós se quer estávamos juntos. 

Não havia necessidade daquilo. 

— Taehyung, você só vai sair daqui quando me falar para onde vai. — Jeon me puxou pelo braço, me encurralando na parede do corredor. 

Se tudo fosse tão fácil assim... 

— Eu não sou obrigado a nada, não quero te falar onde vou, pronto e acabou, você não pode me obrigar a fazer isso. Você não pode me obrigar a te contar onde eu estou indo porque sei muito bem que vai ir atrás de mim e se eu estou saindo daqui, é porquê eu quero ficar sozinho. Mas não sei pra que tanto interrogatório, você sabe muito bem pra onde eu vou. — Fecho a cara. — Agora será que dá para soltar a porra do meu corpo? — Olho em seus olhos, vendo a tristeza estampada ali. 

— Tae, desculpa mesmo viu? — E com isso, finalmente me soltou. 

Sem pensar duas vezes saio as pressas do apartamento, indo até o elevador, que no instante que eu chamei, abriu a porta, mostrando que Jimin estava subindo. 

— Tae? Vai sair? — Perguntou confuso. 

Park, Park, as vezes eu acho que você foi um anjo – nem tanto assim – que caiu na minha vida. 

— Jimin, será que você poderia me levar até a casa do meu irmão? Fica tranquilo, o Jeon já sabe, aliás, ele está sendo o culpado disso. — Olho para o espelho do elevador, evitando contato visual com o Park, vendo meu reflexo ali. 

Até que para uma pessoa quebrada por dentro, eu estava bem bonitinho. 

— Tudo bem, mas... O que aconteceu? — Perguntou segurando a porta do elevador, para eu pudesse entrar, então assim eu fiz. 

Aconteceu que a porra do amor da minha vida vai ter uma filha, foi isso que aconteceu. 

— Nada, não irei dizer, se quiser saber pergunte à ele, mas duvido muito que ele irá falar. — Dou de ombros. — Será que podemos mudar de assunto? Eu meio que quero evitar ver o Jeon por um tempinho. 

Mas eu duvido muito que eu conseguirei...

— Tudo bem, então me diz, o que você pretende fazer essa noite? — Ele fala saindo do elevador, assim que o mesmo chegou na no estacionamento. 

Quando ele saiu da cobertura? 

— Hum, você gosta de corrida? — Pergunto aleatoriamente. — Rachas pra ser mais exato. 

Ele sorri cúmplice, então destrava seu carro, abrindo a porta para que eu entrasse. 

— Com certeza, quem não gosta? — Respondeu sorrindo, fechando a porta pra mim logo em seguida. 

Não, Jimin e eu não estávamos ficando nem nada do tipo, somos apenas amigos, nada mais que isso. Até porquê, seria meio estranho pegar o amigo do meu ex. 

— Então, quer ir em um comigo? — Pergunto assim que ele deu a volta no carro e entrou. — Estou precisando correr. Superar meus traumas é tudo que eu preciso... — Sussurrei a última parte, mas perfeitamente audível para que ele escutasse. 

— Claro, será uma honra correr com o garoto do... Quero dizer, com o irmão do Byun. — Se corrigiu, dando partida no carro. 

— Perfeito então. — Sorrio, desviando meu olhar para o asfalto. 

Só de pensar que em questão de horas eu vou estar correndo nele me trás uma nostalgia tão boa. E convenhamos, ele é exatamente o que eu estou precisando para esquecer tudo isso. Ele era quem eu precisava pra esquecer Jeon Jungkook por alguns instantes.

E agora a única coisa que eu tenho que fazer, é rezar pra que ele não apareça por lá e queria correr comigo, porque cá entre nós, a gente correndo juntos somos verdadeiros detonadores, mas mesmo assim ele sempre ganhava por pouca coisa, e isso me deixava puto, mas o final sempre era o mesmo; eu gemendo seu nome enquanto ele me fodia fundo e forte. 

— Está pensando nele, não é? — Park perguntou, me fazendo o olhar brevemente, antes de assentir. — Tae, assim não vai adiantar nada você ter saído de perto dele. 

— Você falando assim, até parece que é possível não pensar nele. — Falo sentindo meus olhos arderem. — Mas isso não importa. — Sorrio mínimo. 

Vejo Jimin sorrir de volta, depois de pegar em minha mão e dar um beijo em cima dela. 

— Quer saber de uma coisa? Ontem depois que vocês saíram da boate, eu fiquei com o Yoon. — Falou sorrindo abertamente. — E depois nós dois ficamos com o Hoseok. — Completou rindo. 

— Então quer dizer que o seu plano de os deixar enciumado deu certo? — Questionei dando risada. 

Park Jimin era um filho da puta safado. 

— Com certeza. — Fez cara maliciosa. — Acho que eu nem preciso perguntar se o seu deu certo também, hoje mais cedo o corpo do Jeon já disse por si só. — Ele empurrou de leve meu ombro. — Mas eu acho que essa conversa vai ter que ficar pra mais tarde, agora você está entregue. — Fala parando o carro na frente da mansão do meu irmão, vendo os seguranças começarem andar na direção dele. — Vamos Taehyung, você precisa dizer pra ele que eu não fiz nada de errado ok? Não estou armado desde aquela hora no hospital, não quero morrer por fazer uma boa ação. — Faz biquinho, tirando uma gargalhada minha enquanto eu abria a porta. 

— Me passa seu celular, vou adicionar meu número e você me liga assim que sair daqui ok? — Falo pra ele, que rapidamente me entregou o mesmo. — Obrigado Jiminie, te vejo mais tarde. — Agradeço entregando o celular com meu número salvo. — Cuidado em, e você pode tratar de colocar uma arma dentro desse carro em Park. — Estreito os olhos, vendo ele sorrir. 

— Acontece que te encontrei justamente quando estava indo buscar a minha xodó que ficou no banco de trás do carro do Jungkook. — Explicou, o que fazia sentido. — Mas é isso, vou ir agora antes que os seguranças metam bala na minha cabeça, até mais tarde Kim. — Se despediu, então eu fechei a porta e olhei o carro dele sair as pressas dali. 

É, parece que agora é a hora. 

— Vamos lá Taehy, você consegue. — Incentivo a mim mesmo, pedindo para o segurança abrir o portão, vendo ele fazer sem questionar. 

Caminho apressadamente até a entrada, onde sou recebido pelo meu irmão, que provavelmente ficou sabendo que eu cheguei por causa dos seguranças. 

— Taehyung, o que aconteceu? — Me olhou confuso. 

Um abraço. Foi tudo que eu dei de resposta, antes de deitar minha cabeça em seu ombro e começar a chorar. 

— O que ele fez pra você de novo? — Perguntou entre dentes. 

— Não se preocupe Baek, eu só preciso de um abraço... Somente isso. — Sussurro, fazendo ele me apertar mais contra si. 

E eu infelizmente não vou poder contar pra Baek o motivo da minha tristeza, porque querendo ou não, ele ainda sim era o inimigo do Jungkook e poderia usar a filha dele como pretexto pra destruir ele, mas convenhamos, a criança não tem nada haver com a desgraça da implicância desses dois. 

Não, eu não estava com raiva da criança, longe disso. Eu estava com raiva de mim mesmo, raiva por não conseguir dar um filho pra ele, e bem, se eu não pude dar, teve quem pôde... 

— Posso te contar um segredo Baekhyun? — Pergunto ainda abraçado com ele, ouvindo um "Uhum" ser murmurado por ele. — Eu me odeio.