História The Family - 45. Possessive.

            Justin Bieber Point Of Views.

 

                              09 :05 a.m. 

 

                 05 de março  de 2017. 

 

               Toronto, Ontário, Canadá.

 

— Então fala! — O encarei querendo entender o que estava acontecendo e muito mais o que ele tinha para me falar. 

 

       Eu não conseguia acreditar que o Tin tinha morrido, ele sempre se drogou, isso acho que era óbvio, mas realmente era muito estranho tudo isso, ainda mais as palavras do Sebastian de que logo ele não poderia dizer mais nada. Tinha alguma coisa errada acontecendo, na verdade sempre tem algo de estranho quando se envolve eles. 

 

— O Jacob, ele...— Ele parou para respirar e parecia muito nervoso. — Eu só to te contando isso, não porque vou com a sua cara, mas acho que...

 

— Acha que o Jacob matou o Tin? — Não quero pensar que sim, apesar do Jacob matar pessoas todas as noites, elas se submetem aquilo, sabem o que pode acontecer, apesar que, matar alguém è ruim em todos os aspectos. 

 

— Não sei...— Balançou a cabeça como se estivesse bastante confuso sobre tudo e eu não deveria está o ouvindo, Sebastian talvez apenas quisesse me enganar, mas seu rosto preocupado e perdido, me faz crer que è verdade. 

 

— O que você quer me falar. — O olhei com atenção e calma e Sebastian se sentou de novo botando as mãos no rosto e ele parecia tenso. 

 

— O Jacob, ele não é um cara normal, não só por lutar e machucar pessoas, ele possui um ódio enorme pela sua família, por todos lá, acho que não muito pela sua mãe, mas todos os outros, cada um deles, desde que eu o conheço! — Começou a falar me deixando confuso com as suas palavras. — Você sabe que meu pai e seu pai são amigos desde criança e quando eu tinha uns 5 anos o Jacob nasceu, ele vivia com o seu pai, enquanto você ficava mais com a sua mãe, então eu o via sempre. — Começou a explicar. — Acho que desde que o Jacob começou a falar ele dizia que odiava você, e depois quando a Jessica nasceu, e os outros irmãos, ele dizia que odiava ter irmãos, que queria todos mortos, eu era uma criança ouvindo aquilo, mas o Jacob era mais ainda falando! — Confessou deixando aquela conversa muito tensa. 

 

     O Jacob dizia isso, agora eu não acharia surpresa, mas desde criança? Eu poderia jurar que toda a raiva que ele carrega teria nascido quando a luta começou e aquele ambiente horrível o mudou, até porque ele me tratava normal, sempre fomos muito diferentes, mas nos falávamos, eu nunca poderia imaginar que ele pensava essas coisas e dizia para o Sebastian. 

 

       Uma criança não deseja a morte dos próprios irmãos, não os odeia dessa forma, mas pelo visto o Sebastian conhecia o Jacob criança melhor do que qualquer um, melhor do que quem convivia com ele.

 

— Ninguém fazia ideia disso que ele falava? — Me sentei ainda bastante chocado com aquilo que ouvi e nem sei se quero ouvir o resto, o Jacob è meu irmão querendo ou não, e ouvir que ele queria todos mortos, era horrível. 

 

— Seu pai sabia, ou tinha uma ideia sei lá...— Mexeu os ombros. — Pelo o que eu sei foi por isso que ele teve você e depois tantos filhos, o Jeremy sabia da condição psicológica do Jacob em relação a família, e sabia que ele não sentia nada nem pelos próprios pais, da mais irmãos a ele era uma ideia muita arriscada, mas pelo o que meu pai me disse, ele pensou na sua mãe, ele queria que ela fosse feliz, mesmo que um filho dela fosse horrível, os outros seriam bons. — Aquilo fazia um sentido absurdo, muito mais por saber que o Jacob vivia grudado ou meu pai desde que nasceu.

 

       Era uma loucura está ouvindo tudo isso e o sentido que fazia era mais louco ainda. Seis filhos, não era como se fosse um acidente, pelo o que entendi o Jacob tem algum problema psicológico e meu pai quis esconder isso tudo de todo mundo, até da minha mãe, ele não sente amor por ninguém, ele nem deve sabe o que é isso. E mesmo assim, o meu pai fez ele ficar pior do que poderia ser, o jogando nesse lance de luta, ou na verdade ele se aproveitou da falta de amor, para criar uma maquina. 

 

— Então o Jacob è doente, literalmente doente desde criança? — Olhei para Sebastian que assentiu. — E meu pai escondeu tudo isso da minha mãe para que ela não ficasse triste ou algo assim? — Ele continuou concordando. — E ele tem algo doido que não consegue amar ou sentir nada bom por ninguém, nem pela própria família? — Eu tinha entendido tudo, era aquilo, o Jacob que eu quase nunca entendia, estava exposto bem na minha frente. 

 

— Ele foi preso duas vezes por bater em pessoas e uma delas foi um policial, tudo isso para sair da casa da sua mãe, pois ele não aguentava ninguém lá e seu pai tinha acabado de morrer, ele não tem medo de nada ele não sente nada, nunca, desde que eu conheço ele, e conheço desde que ele nasceu. — Me olhou pensativo como se lembrasse de algo. — Na verdade ele já gostou de alguém na vida, a Taylor e a Violet! — Pontuou se lembrando e pelo menos isso para não me fazer pensar que ele odiava a Violet esse tempo todo e estava com ela sei lá porque. 

 

— A Taylor mexeu muito com a cabeça do Jacob também, ela tinha bipolaridade, algo assim. — Falei de forma banal por ela não importar agora.

 

    A Taylor sumiu logo depois de da um escândalo gigante, eu não sei bem o que ela fez de ruim, mas a minha mãe ficou muito brava e quis processar ela. 

 

— A Taylor è bipolar, a Violet indecisa, coincidências...— Murmurou irônico, mas eu ouvi perfeitamente o que ele falou e o olhei sério pela forma como disse. — È coincidência não é? As únicas duas ex namorada do Jacob serem surtadas! — Fez um gesto banal.

 

— A Violet não é surtada! — Falei entre dentes a defendendo e não gostando nada disso, o Jacob pode ter os problemas doidos dele e a Taylor ter sido uma maluca, mas a Violet não tem nada haver com isso. 

 

— Você não entendeu mesmo, né? — Me olhou sugestivo e era melhor ele me explicar antes que eu perdesse a paciência. — A Taylor, foi a primeira pessoa que o Jacob sentiu algo, ele não sabia o que era, nem entendia, mas ele resolveu tentar, não era só pegar como as outras, ela precisava de um ombro amigo, e ele tinha paciência pra ouvir, então ela ficou dependente dele, muito, e ele se tornou super protetor, ela não podia fazer nada quase, então acho que ele começou a se achar dono da Taylor, ou algo doido assim! — Fez uma carreta e me olhou. — Ninguém, entendia, ninguém se metia, e então quando ouvi falar da Taylor de novo, ela tinha surtado na sua casa, você se lembra? — Perguntou e assenti lentamente.

 

     Eu lembro vagamente daquele dia, a Taylor estava com raiva e ela gritava pelos corredores, ninguém nunca se meteu no relacionando do Jacob, era tão fechado, mas no dia que a Taylor surtou ela gritava coisa estranha e sem sentido e jogava coisas no Jacob, foi tudo uma loucura tão grande e depois o que eu soube è que ela tinha bipolaridade e minha mãe estava a processando por varias coisas que ela causou ao Jacob. 

 

     Nunca procurei saber, o Jacob não queria falar, nem durante, nem depois do relacionamento deles, ela se mudou e eu nunca mais a vi, mas acho que a família dela teve que pagar uma indenização para a minha mãe, eu não tinha certeza, mas não acabou bem para ela. 

 

      Também me lembro da minha mãe sentar com a gente e dizer que o assunto Taylor estava proibido, e que ela tinha se tornado perigosamente instável. Foi isso, a última coisa que eu soube dela e a última vez que falei sobre ela. 

 

     Não sei porque a Taylor virou a pauta aqui, o Sebastian parecia querer me contar mais do que estava dizendo, parecia que ele estava me preparando para alguma coisa que eu não iria gostar muito e eu já não estava digerindo nada bem ouvir uma outra versão sobre o relacionamento do Jacob com a Taylor, o que me fez lembrar do relacionando do Jacob com a Violet, as duas foram as únicas namoradas dele e apesar de pessoas completamente diferentes, tinha uma única similaridade entre as histórias, o Jacob vivia esses relacionamentos do modo mais fechado possível, ninguém sabia de nada, ninguém se metida em nada.

 

        Mesmo que o Jacob não tivesse mais com o Violet, e agora os dois nem se olhassem mais, eu ainda queria entender as coisas que não estavam claras, e parecia que Sebastian sabia delas. 

 

— Você sabe mais sobre o relacionando deles? — Perguntei curioso e Sebastian assentiu. — Ele controlava ela de alguma forma, usando alguma coisa? — Eu precisava saber, era a dúvida que eu tinha na minha cabeça a tempos e eu jamais conseguir responder. 

 

       A Violet ficou com o Jacob por muito tempo, tinha que ter algo que a prendeu a ele, aquele papo de o ajudar, aquilo era tão estranho, eu queria acreditar na Violet, eu acreditava nela, mas eu não acreditava no Jacob, ainda mais depois de saber o pouco que acabei de descobrir sobre ele e Taylor. 

 

— O Jacob me contou tudo que aconteceu depois. — Falou com a voz calma. — E você quer saber se ele controlou ela? — Ele parou de falar para olhar o celular que parecia vibrar e respirou fundo encarando o mesmo. — Eu falei que tinha que ser rápido! — Mexeu os ombros rápido se levantando de presa e eu me levantei também, ele não ia sair sem acabar de falar. 

 

— Você não acabou de dizer o que precisava! — O olhei sério e Sebastian mexeu a cabeça como se não pudesse fazer nada. 

 

— Eu disse que ele logo estaria atrás de mim, e ele quer me encontrar, não tenho tempo de continuar e garanto que depois de hoje não vou poder mais, porém...— Me olhou como se tivesse um conselho para me da. — Sei que você vai fazer bastante com as coisas que te falei! Tenho que ir! — Apenas disse isso, antes de sair apressado e eu não pude fazer nada para impedir. 

 

     Merda...

 

       A minha cabeça ainda estava girando com tanta informação, mas eu estava começando a encaixar algumas coisas na minha cabeça que tornam o Jacob e toda a situação em volta de mim muito mais perigosas e a primeira coisa que vem na minha cabeça è, se o Jacob odeia tanto a família dele, por que ele voltou depois da prisão? Por que ele aceitou quando a minha mãe ofereceu sendo que ele queria fugir daquela casa?

 

 

 

 

     Violet Parker Point Of Views.

 

                              10 :10 a.m. 

 

                 05 de março  de 2017. 

 

               Toronto, Ontário, Canadá.

 

 

       Olhava constantemente para todos os lados do refeitório esperando o Justin aparecer e não tivemos aulas juntos hoje, então não o vi a manhã toda, eu nem ao menos conseguia prestar atenção na Coral reclamando ao meu ouvido a uns 10 minutos sobre algo fútil qualquer, eu sentia meu coração apertado, parecia que algo estava acontecendo e eu só não sabia o que era, e sempre que me sentia assim, algo realmente acontecia. 

 

— Nem se atreva a sentar aqui! — Sai dos meus pensamentos ao ouvir Coral praticamente gritar no meu ouvir, por esta ao meu lado e eu a olhei, depois olhei para a Jessica de pé com um meio sorriso de frente para nós. 

 

       Era sobre isso que Coral reclamava, sobre a Jessica e como ela havia voltando com tudo para as redes sócias, era um fenômeno, todos queriam um enfrentamento das duas e comentavam isso tempo todo, era como se a Jessica fosse a fada da vingança que a internet esperava para derrotar a Coral, e só bastou esses mínimos segundos de uma diante da outra para centenas de câmeras de celulares se virarem para nós, ninguém podia perder esse click. 

 

       Não faço ideia de como as duas dormiram no mesmo quarto ontem sem se matarem, mas o clima não estava nem mais péssimo, era algo beirando ao impossível, as duas só sabiam descurtir e se encarrarem mortalmente o tempo todo, eu poderia jurar que elas iriam sair no tapa se não se gostassem tanto. 

 

    O que é mais louco, elas se gostam, se consideram, mas a mágoa da Coral por Jessica ter voltado a internet, e a vontade de arrancar ela de lá que a Jessica estava sentindo, parecia totalmente a parte a qualquer coisa, quase como se os perfis no Instagram estivessem brigando muito mais do que elas. 

 

— Quem disse que eu quero sentar com você ou com o Carter? — Apontou com desdenha para o lado da Coral e eu nem ao menos havia o notado ali, na verdade minha cabeça estavam em Justin e em sua ausência. 

 

— Você è incrivelmente irritante! — Coral disse entre dentes e Jessica balançou os ombros sarcástica, como se não ligasse nada para isso. 

 

— E você não aguenta ter uma adversária a altura. — Jessica murmurou para Coral, que fez uma cara de surpresa pelas palavras da Jessica e eu queria muito mesmo que as duas parassem, mas faz parte do plano. 

 

— Você se acha né? — Carter falou e Jessica revirou os olhos como se não quisesse nem ao menos ouvir a voz dele. 

 

 — Macho Escroto não tem voz, querido! — Fez um gesto banal em direção a ele e Jessica era ótima, de verdade, a volta dela era muito necessária. 

 

        O Justin se aproximou rapidamente e se sentou na minha frente, ignorando a Coral e a Jessica se alfinetando e ele estava com um olhar distante, quase como se estivesse com a sua cabeça em outro lugar, mas parecia calmo, só distante. 

 

— Tudo bem? — Olhei bem para ele que assentiu me dando um meio sorriso. — Certeza? — Levantei uma das sobrancelhas e ele assentiu novamente. 

 

 — Só estou pensando em algumas coisas. — Confessou. — O Jacob nunca falou da Taylor para você? — Perguntou curioso e aquela pergunta era esquisita, mas apenas neguei com uma careta. 

 

— Nunca, por que ele falaria? — Questionei curiosa e Justin mexeu os ombros como se não fosse nada. 

 

— Só estava pensando o que aconteceu com ela, tipo onde está, faz muito tempo. — Disse pensativo e eu não entendi muito bem porque dele está pensando na Taylor, mas tudo bem, às vezes eu também pensava, principalmente quando o nome dela era aleatoriamente citado. 

 

         Olhei para o lado vendo Alex entrar no refeitório com um casaco por cima do blazer da escola e ele estava de cabeça baixa e assim ficou até passar por todas as mesas e se sentar em um canto distante. Eu sentia falta de como tudo era antes, Alex com Coral e todos se dando bem, dava para ver o quanto ele estava mal com o término com a Coral, e eu me importava com o Alex, ele era um garoto muito legal mesmo. 

 

— O Alex...— Justin comentou chamando a minha atenção. — Não falo com ele desde semana passada. — Pontuou me fazendo franzir a testa confusa com essa afirmação. 

 

— Você não foi encontrar o Alex na porta da escola ontem? — Questionei porque foi isso que o Justin me disse, e pela cara que ele fez parecia ter esquecido que me falou. 

 

        O que ele andava me escondendo? 

 

— Ah sim verdade, mas aí ele me avisou que teve que encontrar o pai e não o vi depois! — Explicou com um sorriso tenso e eu apenas resolvi acreditar, não tinha porque eu desconfiar do Justin, apesar de ele está agindo de forma suspeita. — Aliás, eu soube essa manhã que o Tin morreu. — Disse me encarando e eu quase deixei meu queixo cair no chão. 

 

— O que? Como assim? — Perguntei em choque e Justin assentiu antes de começar a me explicar o que tinha acontecido. 

 

 

 

           Hazel Parker Point Of Views.

 

                              12 :34 a.m. 

 

                 05 de março  de 2017. 

 

               Toronto, Ontário, Canadá.

 

 

 

     Já havia respondido umas cinco vezes que não fazia ideia do motivo que minha mãe queria uma reunião com todos, Bieber e Parker, e muito menos porque ela não estava atendendo as ligações deles depois de apenas dizer que estaria na nossa casa com o seu advogado. 

 

      Sei que sou próxima demais a minha mãe, mas não é como se ela me contasse tudo, era assim antes, quando morávamos em Greenwood, agora, parecia que minha mãe estava distante e tinha muitos mais segredos do que antes. 

 

— Não tem como ela simplesmente nos tirar do trabalho para isso! — Pattie reclamou andando até a porta de entrada da casa e eu suspirei. 

 

     Tinha como a Pattie não reclama da minha mãe na minha frente? Eu tinha uma leve consideração pela Pattie por muitos motivos aleatórios, mas eu não queria ouvir ela falando como se a minha mãe fosse uma qualquer. 

 

      Ela abriu a porta e entrou, já encontrando a minha mãe com um cara de terno parados no hall e Nanci com a Jane no colo sem saber bem o que fazer. Minha mãe não estava brincando mesmo quando disse que estaria aqui dentro nos esperando. 

 

— Demoraram, não? — Ela olhou para meu pai e para a Pattie, de uma forma bem debochada e imagino o quanto a Pattie estava uma fera por ver ela debochar depois de lhe tirar do seu precioso trabalho. 

 

— Diferente de você, a gente faz alguma coisa da vida! — Pattie retrucou e minha mãe riu como se realmente fosse uma piada.

 

— Faz tantas coisas que não controla os próprios filhos mimados e olha o que eles fizeram com os meus! — Apontou para si mesma e Pattie bufou dando alguns passos à frente. 

 

— Olha bem como fala dos meus filhos! — Disse seria e ninguém estava afim de falar alguma coisa entre essas duas, nem eu, a Pattie estava irritada e a minha mãe não perdia o deboche nunca, nem na frente do seu advogado. 

 

— Olha só a nerd boazinha agora tem voz? — Debochou mais uma vez. — Me lembro da época da escola, você era quietinha mas sempre riquinha, tinha o namorado dos sonhos, o astro do time de hóquei, era tão fofa, mas quase não abria a boca, e do nada conseguiu ter voz? — Cruzou os braços rindo e eu abri a minha boca levemente não acreditando que elas haviam estudados juntas. 

 

     Como assim? Eu já sabia que eles se conheciam, quando o meu pai se casou com a Pattie ele disse que era uma velha amiga do colégio, e minha mãe conheceu o meu pai no colégio, ela ficou grávida de mim com 17 anos, mas eu não fazia a mínima ideia que ela é Pattie se conheciam, sei lá, talvez elas fossem tão diferentes que nem no mesmo lugar eu poderia imaginar. 

 

— Astrid, isso faz mais de 23 anos! Eu cresci, diferente de você que parece ter ainda 15 anos, não sou mais a menina que ouvia tudo que você falava calada, que deixou você roubar o meu namorado e ficar por isso mesmo — Disparou para a minha mãe e eu estava mais perdida ainda. 

 

     Elas eram amigas? 

 

— Pior arrependimento da minha vida, me envolver com o Oliver! — Revirou os olhos e olhou para mim. — Tirando você e algum dos seus irmãos, é claro. — Me deu um meio sorriso. — Mas me entenda, eu achava que ele era rico, todos achavam, porque você trocou o jogador gostosão por ele! — Mexeu os ombros como se a culpa não fosse dela e eu estava ouvindo coisas que nunca imaginei antes.

 

     Óbvio, minha mãe estudava em um colégio de ricos por conta que minha avó trabalhava lá, eu sabia disso e obviamente ela sempre quis um cara rico, e aí achou que porque a Pattie trocou um cara pelo meu pai ele era rico, então ela ficou com ele e me teve, mas ele não era rico, com certeza entrou no colégio com bolsa ou sei lá, que loucura.

 

     Ainda mais se eu parar para pensar que eu também posso ter sido um golpe que deu errado. 

 

— Você gosta de jogar a culpa dos seus erros para cima de todo mundo! — Pattie afirmou e eu ainda estava tentando juntar tudo. — Consegue ser mais baixa do que era antes! — Deu ênfase e minha mãe ficou seria não gostando de ouvir isso. 

 

— Você não imagina o quanto. — Astrid disse entre dentes e antes que Pattie pudesse responder, a porta atrás de nós se abriu com todos chegando da escola ao mesmo tempo e Pattie havia os avisado para virem direto para casa.

 

     Em segundos o hall estava cheio de crianças e adolescentes que moram nessa casa e minha mãe deu um sorriso satisfeito em ver todos ali, minha mãe gostava de atenção, parecia que ela iria fazer tudo nessa disputa ser algo envolvendo todos, mesmo os que não tem nada haver, e eu deveria ter colocado esse show nas condições de não fazer. 

 

     Porque agora, as coisas podem sair um pouco de controle. 

 

 

        Violet Parker Point Of Views.

 

                              12 :59 a.m. 

 

                 05 de março  de 2017. 

 

               Toronto, Ontário, Canadá.

 

 

     Eu não gostava de olhar para o sorriso da minha mãe, eu tinha medo da forma feliz como ela estava reagindo a nossa presença e a tudo, ela carregava uma energia ruim e eu nunca poderia esperar algo bom vindo dela agora, na verdade acho que nunca pude. 

 

     Toda vez que ela aparecia agora, parecia que sempre tinha algo ruim para dizer, e olha que ela só apareceu duas vezes, eu não saberia dizer como seria morar com ela dessa forma. 

 

— Todos aqui...— Astrid olhou em volta só para ter certeza. — Eu tenho uma notícia para da. — Avisou de forma natural e eu só queria ouvi-la dizer, que vai desistir das nossas guardas e vai voltar para onde saiu. — Andei conversando com o meu advogado. — Apontou para o homem ao seu lado. — Eu estaria lutando pela guarda de 7 filhos, quando eu poderia muito bem está lutando por só 6, o processo todo diminui muito e os custo também! — Explicou deixando todos confusos com o que estava dizendo. — Eu não preciso lutar para ter a guarda da Violet, porque o Oliver não é pai dela! — Disse como se fosse obvio. — Na verdade, vendo as condições que a minha filha vive eu posso pedir para ter custódia dela agora, neste, não é? — Olhou para o advogado ao seu lado que concordou. 

 

     O que? Como assim eu? Não...

 

— Eu ainda sou o pai da Violet no papel! — Oliver falou não gostando nada da insinuação da minha mãe e eu não tinha palavras para dizer diante daquilo. 

 

      Desde quando a minha mãe se importaria tanto em ter a minha guarda ao ponto de pensar em tudo isso? Eu ainda não tinha me acostumado com o fato de ela só querer, mas agora parecia que ela tinha mais vontade ainda. Não era pelos custos com o processo para ter a guarda de 7 filhos, não era por ser mais simples, ela parecia interessada no mais que eu não enxergava. 

 

— Você pode até ser, mas isso será mudado. — Piscou para o meu pai e olhou para o seu advogado falando com ele. — Eu simplesmente posso anular tudo né? — Perguntou para o cara de terno, que assentiu tudo e eles continuavam conversando como se não tivéssemos ali parados. — Só preciso dizer que o pai dela è o Aaron Dange e mudar tudo que foi feito antes em relação ao Oliver? — Questionou e o advogado continuou concordando, mas não era só isso.

 

      O que ela acabou de falar? 

 

— Espera aí! — Coral saiu de trás de mim, mais rápido do que meu cérebro poderia calcular, ou o cérebro de qualquer um ali poderia expressar e encarou a minha mãe. — Você disse que o pai da Violet è o Aaron Dange? O jogador de Hóquei?  — Exclamou e minha mãe assentiu da forma mais sonsa possível. — Aaron Danger è o pai.... è o pai do Alex. — Ela se virou para mim, mostrando que não era uma brincadeira o que ela estava dizendo.  

 

— E meu ex namorado do colégio. — Pattie disse sem acreditar e minha mãe sorriu para ela, quase como se tivesse feliz em ver Pattie dizer aquilo e minha cabeça começou a girar.

 

     As coisas foram ditas assim, fáceis demais, sem nenhum rodeio, sem nenhuma preparação, apenas em uma fração de segundos eu sabia o nome do meu possível pai biológico e de quebra descobri que ele estava muito mais perto do que qualquer um podia imaginar, porque ele è o pai do Alex...

 

     O Alex, è meu irmão. 

 

     Acho que vou desmaiar...

 

— Mãe, você está brincando? — Hazel tomou a frente completamente indignada. — O pai do Alex,  ex da Coral e da Jessica? Sério? — Ela parecia não acreditar e eu também não podia crer. 

 

     Quase garanto que a minha mãe iria ri e dizer que tudo não passava de uma brincadeira muito sem graça, minha mãe nem ao menos conhecia o Alex, mas, parecia que a Pattie conhecia esse cara, eu estava confusa. 

 

     Sentia como se eu não pudesse respirar direito e com certeza eu estava à beira de um ataque de nervos, pânico e ansiedade ao mesmo tempo, quase como se fosse ter um treco. A minha mãe estava tratando aquilo como se fosse uma coisa comum dizer, uma notícia normal, como se isso não mexesse com a minha vida e a vida de muitas outras pessoas. 

 

— Fala a verdade pelo menos uma vez na sua vida! — Oliver se manifestou e ele parecia mais surpreso do que qualquer um ali. — Aaron? Não é possível, você não seria tão doida! — Negou para si mesmo, quase como se negasse acreditar naquela história. 

 

— O Aaron... pai do Alex...não acredito. — Jessica murmurou do meu lado.

 

        Por que parece que todo mundo conhece esse cara menos eu?

 

— Doida por que? — Minha mãe cruzou os braços indignada com as palavras do meu pai. — Eu vivia o tempo todo com a Pattie e o namorado incrível dela no colégio, aí você surgiu, o Aaron traiu a Pattie com uma garota qualquer, vocês começaram a namorar e ela ignorou completamente o fato de eu está interessada primeiro, então eu peguei o Oliver de volta a força e descobri que ele era pobre, me senti enganada queria mudar de vida, e a única pessoa rica e mulherengo o suficiente que eu conhecia era o Aaron! — Falou como se fosse óbvio. — Naquele época ele era o jogar principal do Vancouver Canucks, o que achava? — Levantou uma das sobrancelhas e a história parecia fazer sentido para a Pattie e para o meu pai, menos para mim. 

 

— Você não tem nenhum tipo de responsabilidade pelas coisas que faz! — Pattie disse seria e minha mãe assentiu, como se isso não fosse nada demais, e estava me deixando mais nervosa ainda a forma indiferente como ela estava tratando toda aquela situação, quase como se não fosse nada para ela. 

 

— Pois é, só vim avisar que irei entrar com todo esse processo e anular a paternidade do Oliver sobre a Violet, unto com o requerimento da guarda dos meus filhos! — Jogou os cabelos para trás se mostrando bastante superior. — Era só isso que queria avisar. — Começou a se movimentar para sair, mas parou na frente de Hazel. — E precisamos conversar do porque não me falou desse tal Alex com a Coral. — Murmurou em voz baixa, mas eu consegui ouvir completamente o que ela disse, antes de apenas passar pelo meio dos demais e sair. 

 

     Ninguém ia mandar ela ficar e explicar aquilo tudo que Astrid deixou em aberto na frente de nós, acho que era melhor quebrar a cabeça tentando encaixar tudo, do que ficar na presença debochada da minha mãe. Como ela simplesmente podia tratar tudo como se não fosse.... como se ela não estivesse falando da minha vida, de uma parte dela. 

 

      Parecia que ela só tinha vindo até aqui para fazer essa revelação de forma bombástica e nos deixar aqui tentando entender toda essa loucura que ela sempre deixa por onde passava. Eu ainda estava tonta, minha cabeça girava e eu mal conseguia entender como estava de pé, minha cabeça estava longe e a única coisa que eu conseguia pensar, è que agora eu tenho um nome, muito mais do que um nome, eu tenho a plena noção de que tenho mais um irmão, e esse irmão è o Alex. 

 

— Alguém pode me explicar? — Grey pediu em meio ao silêncio que se fez e todos olharam para mim, acho que para se certificarem de que estava tudo bem e que eu apenas estava respirando, apesar de que eu poderia dizer que não. 

 

— Violet...— Oliver me olhou com calma se aproximando de mim com cautela enquanto eu tentava apenas não surtar. — Eu sei que você não deve está entendendo nada, todos. — Olhou ao redor chegando a essa conclusão. — Mas, acho que devemos explicar. — Falou de forma compreensiva e eu assenti, Pattie se aproximou me olhando com delicadeza e eles podiam só fingir que eu não sou super frágil e quebrável como eu sei que sou. 

 

— Acho que todos aqui sabem que eu e o Oliver nos conhecíamos antes. — Todos assentiram se lembrando que isso foi dito antes do casamento, eles estudaram juntos, não era uma novidade. — Na época que Oliver entrou no colégio, a Astrid estudava lá porque a mãe dela trabalhava lá, Oliver com bolsa, meus pais tinha condições de pagar, os pais do Aaron tinham.... e os do Jeremy também. — Olhou de canto para os filhos e até ali estava fácil de entender. — A Astrid tinha essa ideia de caras ricos desde sempre, mas só não saia por aí dizendo, ela ficou interessada no Oliver porque achou que ele fosse rico! — Isso fazia muito sentido mesmo. — Mas aí o Aaron me traiu, o Oliver que viu e me contou, então terminamos e...— Ela ponderou mostrando que podíamos ter uma ideia. 

 

— Você resolveu da um troco nele e ficou com o Oliver! — Jessica disse como se tivesse entendido tudo. — Aconteceu o mesmo com Coral, Alex e eu! — Pontuou lembrando a todos e sim, era exatamente isso. 

 

      Coral descobriu que Jessica traia o Alex, então ele descobriu, Jessica e Alex terminaram e ele ficou com a Coral. Que doideira pensar que as coisas se repetiram tanto tempo depois, me fazia acreditar que a história dos nossos pais eram parecidas com as nossas, e que eles podiam entender qualquer coisa que acontecia com a gente, muito diferente do que achávamos antes. 

 

— Astrid não deve ter gostado, e passou o resto do tempo andando com o Aaron e o Jeremy para cima e para baixo e eles não prestavam eram cruéis com os outros. — Meu pai disse como se não tivesse boas lembranças disso. — Acho que Aaron nem o Jeremy nunca deram moral para ela, eles tinham a garota que queriam. — Explicou tentando deixar as coisas claras. — Então ela deu um jeito de nos separar e Pattie começou a sair com o Jeremy porque ele ficou do lado dela depois de tudo, Aaron saiu do colégio, depois nos relacionamos e ela ficou grávida da Hazel. — Deu um meio sorriso para a minha irmã que ainda estava muito chocada para se quer ter uma reação. — Acho que ela só descobriu que eu era pobre depois disso, eu não sei, também não sei quando e como ela foi atrás do Aaron, mas com certeza foi uma manobra de vingança, na época ele já estava jogando profissionalmente, era famoso, rico, o melhor jogador da liga e bem... tinha uma fama péssima, ele ficava com todas, era extremamente egocêntrico! — As coisas faziam muito mais sentido agora, na verdade tudo fazia. 

 

      O Alex disse uma vez que ele não tinha mãe, o Alex só è alguns anos mais novo que eu, talvez o pai dele seja tão... errado, que tenha filhos de mães diferentes que não faz nem ideia. Tudo que minha mãe fez, quando resolveu engravidar de mim, não foi só para ter um cara rico, foi uma espécie de vingança doida contra a Pattie e o Oliver.

 

     Sempre soube que tinha algo doido no passado deles, mas que isso fosse a chave para a minha vida, já era doido demais de se imaginar. 

 

    Eu fui uma vingança, um golpe, uma arma que minha mãe queria usar o tempo todo para magoar ou usufruir das pessoas, eu fui criada para isso, para causar caos. 

 

      Apesar de que agora as coisas estavam bem mais claras, os relatos que ouvi, esse tal de Aaron... ele não parece ser alguém bom, ele traiu a Pattie, ele saia com varia, tinha uma fama ruim, ele se envolveu com a minha mãe sabendo bem como quem ela estava porque conhecia o meu pai, com certeza ele é igualzinho a minha mãe. 

 

     E eu não quero conhecer alguém assim.

 

     Já me bastava a Astrid, não era preciso de uma outra pessoa para me fazer crer de que tudo nunca poderia ser normal na minha vida, ter pais que não são boas pessoa me faz pensar o que me fez ser.... porque, eles, os dois, são totalmente diferentes de mim, quase como se eu fosse algo a parte. Eu nem conheço ele, não queria conhecer antes, e agora muito menos, eu quero fingir que não ouvir tudo isso. 

 

 — Faz sentido...— Coral Pontuou com se lembra-se. — O Alex já disse que o pai dele pegava todo mundo quando era jovem! — Apontou para mim como se quisesse que eu me lembrasse e eu lembrava, parecia que cada momento que o Alex falou do pai voltava na minha cabeça. 

 

      O Alex è o meu irmão, eu convivi com o meu irmão esse tempo todo e não fazia a mínima ideia, eu ouvia história sobre o pai dele, o famoso jogado de hóquei que quase nunca estava em casa, o tempo todo, eu sabia bastante coisa do Aaron, ele estava bem ali, o tempo todo. 

 

      Quem poderia imaginar? Eu não, talvez o fato do Alex ser loiro e eu também e temos uma leve semelhança em algumas ações, mas adolescentes são todos iguais, ninguém poderia dizer que ele era meu irmão. Sempre tive um carinho enorme pelo Alex, ele era especial e, como parte da minha família, não só por namorar a Coral, ele è um garoto incrível, mas desde a briga dele com a Coral, ele se afastou de quase todos menos do justin, apesar de quase não os vemos juntos mais. 

 

     Em pensar que convivi com o Alex esse tempo todo, sem nem imaginar. 

 

— Minha mãe não sabia que eu namorei o Alex, acho que ela nem deve imaginar que ele frequenta essa casa e que o pai dele frequentou antes quando ele namorava a Jessica! — Coral falou afoita para a Pattie e ela assentiu parecendo entendendo raciocínio dela. 

 

— Coral está certa, Astrid não fazia ideia que o filho do Aaron estava perto de nós e que o próprio Aaron è cliente do meu escrito de advocacia! — Exclamou como se isso foi muito melhor do que eu estava pensando. — Ela jogou achando que iria nos derrubar, mas na verdade, isso pode virar contra ela! Eu posso ligar para o Aaron agora e resolver isso! — Deu ênfase e parecia que todos achavam aquilo uma ideia boa, menos eu. 

 

— Não! — Falei, depois desse tempo todo em silêncio. — Podemos fingir que isso não aconteceu? — Pedi de coração e todos me olharam sem entender nada como se eu fosse uma maluca por esta pedindo aquilo. 

 

— Vocês podem ir indo almoçar, vamos falar com a Violet. — Meu pai disse para os outros e não tinha o que falar, eu não queria conhecer uma pessoa igual a minha mãe, eu não queria nem se quer lembrar do nome dele. 

 

        Todos começaram a sair como o meu pai pediu e eu me mantive parada no mesmo lugar apenas olhando os que saiam e pareciam cochichar sobre o assunto, todos sabiam que eu não era filha do Oliver e acho que no fundo cada um dessa casa se pegou pensando de quem eu era filha de verdade. 

 

       E eu preferia ficar sem saber. 

 

— Violet você prometeu que ia tentar. — Justin disse ainda ali e eu o olhei para vê-lo me encarar bem diante dos nossos pais, quase como se eles não estivessem ali. 

 

— Eu prometi que iria tentar querer procurar sobre o meu pai, não disse que iria querer me aproximar! — Ponderei desviando os olhos do Justin, porque ele sempre ter o poder de me convencer com a forma incrível como trata tudo. 

 

— Eu conheço o Aaron, todos da minha família conhecem, antes de o Alex terminar com a Jessica ele vinha a vezes aqui, acho que o conheço a uns 6 anos ou mais! — Explicou se aproximando mais. — Ele pode ajudar você a ficar aqui. — Disse de forma calma, me olhando nos olhos e eu não queria ser tão apaixonada pelo Justin ao ponto de achar que ele tem razão em tudo. 

 

— O Justin tem razão! — Meu pai disse chamando a minha atenção e eu me virei para ele, apenas tentando não demonstrar tudo que há entre Justin e eu. — O Aaron pode ajudar a gente! — Ele parecia ter quase que certeza absoluta disso. 

 

— Vocês falaram que ele tinha uma fama ruim, nunca ouvi o Alex dizer que tinha contato com a mãe, ele teve deve ter 1 milhão de filhos por aí, não me parece muito responsável! — Neguei para isso e eu só não queria encontrar outra pessoa que olhasse para mim e simplesmente não ligasse, como a minha mae faz. 

 

— Violet, não custa tentar, o Aaron mudou muito, não é mãe? — Justin falou olhando para a mãe dele e Pattie assentiu para concordar com ele. — Ninguém aqui faria nada para magoar você. — Pontuou de um jeito sincero e eu lhe dei um meio sorriso quando a porta da frente se abriu e Jacob passou por ela, não poupando olhares sobre nós.

 

     Jacob não estava afim de ser discreto e todos estavam vendo que ele nos encarava, quase como se estivesse muito curioso para saber o que estamos falando com o meu pai e Pattie, se conheço o Jacob ele deve está imaginando que estamos contando sobre o nosso namoro ou algo do tipo, seus olhares sérios mostravam que ele odiava a ideia, e minha cabeça estava girando demais para me prender ao Jacob daquela forma. 

 

— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou, sim, apenas perguntou como se importasse para ele e o Jacob quase nunca nem fala com a Pattie, com o meu pai então, nunca, e nem com os outros dessa casa, perguntar agora era ridículo e fez a Pattie fazer uma cara de confusa. 

 

— Coisas pessoais da Violet. — Pattie disse me olhando brevemente antes de encarar Jacob de novo e ele assentiu, sem tirar os olhos de mim nem um segundo se quer. — Mas está tudo bem. — Falou vendo que Jacob continuava do mesmo jeito. 

 

      Eu não o olhava de volta, mas sentia seus olhos queimarem sobre mim de uma forma tão intensa que eu poderia até mesmo me sentir puxada por eles, era horrível, eu odiava quando o Jacob me olhava dessa forma. 

 

— Jacob...— Pattie repetiu para tentar chamar a atenção dele. — Pode ir. — Disse e apenas olhei brevemente vendo ele se afastar de nós. 

 

      O Jacob perdeu completamente a noção? Ou ele realmente estava preocupado com o que falávamos e esqueceu que nem comigo ele fala, bem, isso na visão dos nossos pais, e sua ação foi bem estranha, mas espero que deixem isso passar levando em consideração ao outro assunto em pauta. 

 

— O pai do Alex è meu pai... eu sempre ouvi falar dele, mas...— Tentei voltar ao assunto e Pattie se aproximou pegando na minha mão. — Vocês podem me deixar pensar antes de decidir se quero ou não isso tudo na minha vida? — Pedi olhando para os três que assentiram ao mesmo tempo, me dando esse tempo para refletir. 

 

— Tudo bem, querida, você tem todo o tempo do mundo para pensar. — Pattie disse com um meio sorriso delicado e eu me sentia muito bem em falar com ela, queria ter uma mãe como a Pattie. 

 

         Eu queria ter a Pattie como mãe, o Oliver como pai biológico, mas não tinha, na verdade eu nem sabia quem eu era direito, tentei esse tempo todo parar de me fazer essa perguntar, mas na verdade, eu sou Violet... filha de duas pessoas com péssima conduta, criada para ser um golpe e uma vingança ao mesmo tempo, sempre no olho furacão. 

 

       Sempre era comigo, tudo acontecia comigo. 

 

— Vamos tentar comer. — Meu pai disse e Pattie assentiu antes de me olhar de volta. 

 

— Vão indo vocês, vou falar com a Violet rapidinho. — Avisou e meu pai apenas mexeu os ombros antes de começar a andar e Justin o seguiu me dando um meio sorriso antes disso. 

 

      Pattie ainda segurava a minha mão e me deu um sorriso largo, que tinha um ar tenso e ela parecia querer agir normal, mas eu sei identificar quando alguém mais velho quer tocar em algum assunto delicado, fui criada pela a minha vó, nos que a Pattie tivesse idade para ser a minha avó. 

 

— Eu vou te fazer uma pergunta muito hipotética. — Tentou fazer com que não era nada. — Mas o Jacob tem se aproximando de você? — Apenas questionou e eu tentei não deixar meu queixo cair. 

 

— O que? — Foi a única coisa que consegui balbuciar, e de verdade, não poderia existir pergunta mais estranha do que essa. 

 

— O Jacob, eu conheço o meu filho, a forma como ele te olhou agora...— Disse sugestiva e eu senti meu coração parar na garganta. — Olha, o Jacob é um cara muito atraente e bonito, é meu filho. — Dei uma leve risada. — Mas ele tem um comportamento muito diferente do seu, ele age, muito, fora da razão, se assim eu posso dizer! — Disse tensa, como se não soubesse que palavras usar. 

 

      Pattie podia ter dito antes tudo isso, bem antes de eu me envolver com o Jacob ao ponto de ele entrar na minha cabeça e está lá até hoje mexendo com ela como se fosse um brinquedo a ser regulado. 

 

    O aviso de Pattie era importante, mostrava que ela se importava com todos e sabia bem do comportamento do filho desde sempre, o que è louco, porque se pensar que tudo poderia ter sido diferente, a Violet de meses atrás ouviria a Pattie se isso fosse dito. 

 

        Mas a Pattie tinha notado o olhar do Jacob, ela notou quando ele veio e se meteu na conversa, parecia até que ele tinha feito de propósito, eu não sei, ele sabia que não podia mostrar tanta importância por alguém que nunca falou antes, mas Jacob viu Justin e eu diante de Pattie e Oliver, e tirou conclusões, è óbvio. 

 

— Eu imagino, ele è calado e nunca está com ninguém, nem com garotas. — Mexi os ombros como se isso não me importasse e não importa mesmo, mas ele andava com uma garota que era eu no caso. 

 

— Isso porque o Jacob tem dedo podre para garotas! — Deu ênfase com uma leve risada e eu ri junto apenas para entrar no clima mas me senti péssima em ouvir isso. — Mas ele não tem se aproximado de você não né? Jacob não gosta muito da família, ele não ligaria em quebrar a regra de apenas irmãos. — Explicou e eu assenti ainda sorrindo apenas tentando passar a imagem de que não tenho nada ver com isso. 

 

      Mas por dentro estava tendo quase que uma síncope nervosa com aquela conversa, Pattie não estava desconfiando de mim e nada do tipo era parecia confiar, mas não tanto no Jacob, por isso o aviso, e eu só poderia sorri enquanto penso que doido era aquela conversa depois de tudo que aconteceu. 

 

— O Jacob nunca falou comigo. — Menti, e me senti mal demais em mentir para ela quando Pattie fazia a função de mãe acolhedora que eu nunca tive, e eu a adorava de verdade.

 

      Talvez o melhor mesmo fosse enterrar tudo que tive com o Jacob, não vai ser fácil explicar sobre eu e o Justin, mas decidimos os dois que faríamos isso antes da formatura, assim talvez não nos deixassem de castigo para sempre por infligir a principal regra dessa casa, que era bem precisa para falar a verdade.

 

       Não se relacionar com a outra parte da família de forma amorosa, apenas irmão, parecia tão simples, mas acho que não tem como controlar os sentimentos dessa forma, eu não escolhi me apaixonar pelo Justin e è incrível como eu tenho a plena certeza de que quero está com ele pelo resto da minha vida.

 

      E espero que Pattie entenda isso um dia. 

 

   

 

 

         Hazel Parker Point Of Views.

 

                              13:32 a.m. 

 

                 05 de março  de 2017. 

 

               Toronto, Ontário, Canadá.

 

 

      Minha mãe poderia ter me falado a verdade antes, eu teria avisado a ela que Alex namorou a Jessica e a Coral, coisa que ela não sabia, o que podia ser uma arma pode se tornar uma ameaça. 

 

       Pelo amor de Deus a Violet è irmã do Alex, filha do Aaron, maior jogador de hóquei desse país, eu não consigo acreditar que a minha mãe quis manter isso só para ela, bem que ela sempre afirmou que o pai da Violet era muito rico, mas quem poderia imaginar? 

 

     Talvez meu pai e a Pattie se eles pensassem um pouco mais no passado deles, a resposta estaria diante dos seus olhos, mais quem dirigia que a minha mãe seria tão doidinha de ir atrás do ex da Pattie, algo da época da escola, e na época que ela ficou grávida da Violet já não estava na escola tinha um tempo.

 

       Eu tinha tanta coisa para aprender com a minha mãe. 

 

— Diz que você não sabia. — Blue se sentou no lugar da Violet na mesa, que estava vazio por ela não está ali. 

 

— Eu não sabia. — Apesar de querer muito saber, eu não fazia ideia. — Se eu soubesse que a Violet è irmã do Alex...— Tudo estava na nossa cara o tempo todo. 

 

— Você ia fazer o que? — Levantou as sobrancelhas para mim como se quisesse saber do que eu seria capaz e realmente esqueço que a Blue è uma mini eu e parecia que eu estava encarando eu mesma nesse instante. 

 

— Não sei. — Confessei e Blue assentiu como se soubesse que essa seria a minha resposta. — A única coisa que eu sei è que a Violet está rica, e a gente não. — Cruzei os braços e Blue apenas revirou os olhos antes de se levantar e sair para o seu lugar. 

 

        Sempre zoei a Violet por ser loira, diferente de nós, até porque eu sabia bem que ela não era filha do meu pai, mas agora, de coração, acho que eu queria ser a Violet, porque ela além de ri, tem um pai lindo e famoso, eu até pensei que fosse um velho rico, mas não é, que ódio, a Violet sempre tem que tá um passo a mais.  

 

       Eu odeio essa garota....

 

— Ei! — Jessica me chamou pro cima da mesa. — A gente precisa conversar com calma depois. — Falou seria para mim e só me faltava mais alguma bomba para receber. 

 

   

 

 

        Violet Parker Point Of Views.

 

                              11:21 p.m. 

 

                 05 de março  de 2017. 

 

               Toronto, Ontário, Canadá.

 

 

        Não deveria está fazendo isso, mas estava lá, olhando o Instagram do Alex e vendo que ele nunca postou nada com o pai, só tinha fotos sozinhos ou pessoas aleatórias. Eu não queria parecer doida em procurar sobre ele no Google, já que é um jogador famoso, então me contentei apenas em olhar as fotos do Alex. 

 

      Tinha uma semelhança, e me irritava pensar agora que sim, eu não queria ser uma boba chorona, mas só de pensar que eu tinha um irmão e ele estava ali o tempo todo do meu lado me deixava com uma sensação diferente dentro de mim. Sempre me preocupei com o Alex, ele fazia parte da minha família, namorou a minha irmã, mas agora ele tinha o mesmo sangue que eu, o que era tão doido de se imaginar.

 

      Deixei o celular na cama e apenas limpei as lágrimas que caíram antes de me pegar pensando em como deve ser a vida do Alex, nunca vi ele reclamar muito, lembro de ele falar do pai e que ele viajava bastante por conta dos jogos, mas, nada mais profundo, o cara continuava sendo um completo desconhecido para mim, Aaron Dange, para mim até agora era só o pai do Alex, agora, meu pai também. 

 

     Eu ainda tinha que pensar se iria mesmo aceitar encontrá-lo, eu não queria parecer uma interesseira, e muito menos ter que encarar algumas verdades. Talvez a decisão certa fosse apenas ficar na minha e esperar tomar coragem para fazer qualquer outra coisa. 

 

     Peguei meu celular novamente e olhei a tela vendo que o Alex tinha postado uma foto nova, a pouquíssimos segundos atrás e postou sobre a academia, era apenas a fofo do local e tinha uma legenda.

 

— Mais um dia de treino, aprendendo cada vez mais sobre como descartar as minhas frustrações, eu vou ser maior do que todos possam imaginar e vou passar por cima de tudo que meu coração guarda, e tenho que agradecer ao Jacob Bieber por isso....ele tem isso um ótimo treinador. — Li tudo e reli umas 3 vezes para ter certeza de que estava lendo aquilo mesmo. 

 

     O Jacob estava treinando o Alex, não, o Alex era treinado com os outros meninos, eu lembro, era um barbudo que treinava eles, por que o Jacob estaria treinando o Alex? A menos que....

 

      O capuz na escola, eu mal pude ver o rosto do Alex, ele estava escondendo algo, como eu sabia bem o que se esconde com capuz, eram machucados, ele estava lutando de verdade naquela academia, nas lutas clandestinas. 

 

     Meu Deus do céu...

 

  Me coloquei de pé cogitando a ideia de isso realmente está acontecendo justo agora e só podia ser o universo querendo foder a minha cabeça. Eu mal descobri que o Alex é meu irmão e já estou me sentido sem ar de saber que ele está lutando naquela academia, eu já me importaria muito se apenas fosse o Alex ex da Coral, mas agora bem mais. 

 

       Como isso foi acontecer? Como ninguém mais foi atrás do Alex e apenas o deixou naquela academia para decidir sua sorte? Tinha tantas coisas em volta de mim que eu esqueci completamente de que ele continuava lá, eu realmente não podia calcular o quanto rápido tudo foi.

 

       Eu poderia ligar para o Alex e perguntar para ele se estava tudo bem, mas acho que eu com certeza tremeria muito e não conseguiria completar uma frase sem deixar claro que ele é meu irmão. 

 

    Apenas não sei o que fazer. Ou sei? 

 

— Nem pensar...— Resmunguei para mim mesma. — Você está emotiva demais, Violet, está sentindo todo esse baque, não pensa com o coração. — Pedi para mim mesma tentando usar a razão pela primeira vez, mas até mesmo a minha razão parecia pedir para que eu fizesse isso. 

 

       È só uma pergunta, não vai machucar ninguém, não vou me ferir, não tem como, vai ser apenas uma pergunta, preciso saber até onde o Alex está indo naquela academia e eu sei que o Jacob não responderia essa pergunta a ninguém a não a ser mim. 

 

    Eu não quero falar com ele, não quero encarar aqueles olhos de novo, mas que escolha eu tenho... eu só precisava saber se o Alex estava correndo perigo.

 

       Eu odeio o fato de ser sentimental demais com os meus irmãos, admiro muito a Hazel por ser fria nesses momentos. 

 

  — È so uma pergunta.... só isso...— Resmunguei para mim mesma indo em direção a minha porta e eu queria muito que mais alguém estivesse dormindo comigo naquele quarto para me dizer, apenas não me deixar ir. 

 

     A minha cabeça ainda vai me matar, de verdade, mas eu não sabia o que fazer nem o que pensar, mas é melhor eu ficar na minha e apenas não me meter em confusão. 

 

      Voltei para o centro do quarto apenas me negando a fazer isso, me sentei na minha cama de novo e tentei acalmar meu ânimos.

 

      Ouvi um barulho de conversa do lado de fora e isso me chamou atenção para levantar da cama e ir em direção a porta do quarto, a abri e para a minha surpresa o Jacob estava parado na frente das escadas do seu quarto e falava com Jett e Jaxon alguma coisa enquanto sorria para eles, sim, apenas sorria, não tinha uma razão para o Jacob sorri para alguém, mas os meninos parecia animados com aquilo.

 

— O que vocês estão fazendo aqui a essa hora? — Me aproximei rapidamente e os três me olharam estranhando o meu nervosismo, Jacob se levantou com um sorriso para mim, como se realmente não estivesse fazendo nada de errado. 

 

— O Jacob vai colocar a gente para treinar na academia! — Jett disse animado quase pulando de alegria e Jaxon o acompanhava na animação.

 

— O ex dono de lá, o Tin, não deixou eu continuar as aulas mas agora o dono è o Jacob e ele faz o que quiser! — Pontuou como se isso fosse extremamente incrível. — O Alex também luta lá, ele è seu irmão né! — Jaxon realmente ficou bem atendo a conversa de mais cedo e Jacob me olhava como se não estivesse surpreso com isso, claro que ele ia da um jeito para descobrir.

 

          Ele sabe tudo sobre a minha vida, cada fodida coisa. 

 

— Vocês não podem! — Fui direta e os dois tiraram os sorriso dos rostos. — É perigoso, podem se machucar. — Tentei não parecer uma louca chata que estava tentando impedir as crianças de se divertirem. 

 

— Eu já treinei lá se você não lembra! — Jaxon cruzou os braços como se soubesse mais do que eu. — Você não sabe de nada! — Falou por fim me olhando feio e o Jett ainda me encarava com um olhar suave, depois do que rolou com ele acho que o Jett não consegue me tratar mal, já o Jaxon...

 

— Ei, não é assim que se trata uma garota! — Jacob disse para o irmão e eu olhei para ele e para o seu olhar calmo que me tirava do sério, porque Jacob não era calmo, ele era o próprio caos. — Acho melhor irem dormir, está bem tarde! A gente se fala sobre as aulas depois! — Jaxon e Jett assentiram antes de saírem e deixaram eu e Jacob sozinhos parados ali. 

 

      Parecia de propósito, o post do Alex, Jett e Jaxon falando com o Jacob, parecia um belo plano para me tirar do eixo totalmente e me provar por muito mais que o Jacob ainda estava nessa casa, vivendo e querendo me provar todos os dias que, tudo que um dia me ameaçou poderia acontecer. Jacob prometeu deixar o Jaxon longe daquela academia, agora ele estava enfiando o Jett nisso e o Alex também. 

 

— Você disse que não iria envolver mais o Jaxon nisso. — Falei calma, tentando manter ela pelo menos e era a primeira vez que eu falava com o Jacob desde que terminamos. 

 

— Desculpa, está falando comigo? — Levantou uma das sobrancelhas e eu assenti. — Ah, é que eu prometi a minha namorada que não envolveria meu irmão nisso, mas eu não tenho mais namorada, então, que sentido tem? — Mexeu os ombros como se não fosse nada demais. — Aliás, acho melhor você ir, seu namorado não vai gostar de te ver falando comigo! — Avisou com um meio sorriso antes de se virar para sair. 

 

— Não! — Falei fazendo ele parar e se virar para mim. — Por favor, deixa eles em paz, aquilo não é lugar para crianças, eles não saber se defender e o Alex.... só deixa eles três fora, por favor. — Pedi tentando ser seria e forte naquele momento, eu não podia vacilar e parecer desesperada, porque o Jacob adorava me ver assim, parecia que dava um prazer a ele surreal.

 

      Ele me olhou de cima a baixo, como se quisesse ver qualquer sinal de necessidade, desespero, nervosismo, ele queria encontrar em mim a fraqueza que ele sempre via antes de agir e me jogar contra a parede, ele estava procurando o motivo. 

 

— Eu não te devo nada mais, eu faço a porra que eu quiser. — Sibilou calmamente. — Eu esperei que voltasse para mim por conta própria, mas você não fez isso, mostrando que tá melhor sem mim, e eu to bem sem você, agora deixa eu seguir a minha vida, tenho uma academia para tocar e muitos jovens para treinar! — Piscou com um sorrisinho maldoso e Jacob não estava me escutando como antes. 

 

      E eu sabia o porque. 

 

       Jacob estava ali, deixando claro o que eu pensei por toda essa semana, passei noites em claro criando teorias e imaginando, se ele ia mesmo me deixar ir tão fácil assim, ele deixou eu ir, mas está deixando bem claro que eu ir, que eu me libertar dele, significa que tudo que ele prometeu não fazer, tudo que ele me ameaçou, iria acontecer, como uma espécie ridícula de show para me mostrar, que se algo der errado ou alguém se machucar, a culpa è minha. 

 

     Jacob era ótimo em me deixar culpada. 

 

— Podemos conversar melhor sobre? — Engoli o choro e Jacob ponderou me olhando sem entender bem o que eu estava querendo dizer, ou fingindo não entender. 

 

— Sobre? — Perguntou me analisando e eu respirei fundo, deixando o ar entrar dentro de mim e me recusando a pensar no que estava fazendo ali parada conversando com o Jacob. 

 

— Sobre nós.... — Minha voz quase não saiu de mim e senti minha garganta seca no mesmo instante, eu não podia está fazendo isso comigo mesma, não depois de tudo que conquistei. 

 

— Não existe nós, você terminou comigo, esqueceu? Está namorando o Justin agora, não tem um nós, Violet! — Me olhou bem profundamente com os seus olhos azuis e eu entendia o que ele queria dizer. 

 

       Jacob estava jogando comigo, ele sabia que faria qualquer coisa para impedir que ele mexesse com meus irmãos, ele sabia que eu iria ao fim do mundo para proteger quem eu amo, ele sabia de tudo isso porque ele me conhecia muito bem e tinha meu ponto fraco bem diante de suas mãos, e ele estava usando. 

 

      Eu queria sair dali, correr para o meu quarto me trancar lá, apenas e unicamente esquecer que o Jacob existe, mas não tem como, ele estava na minha cabeça nesse tempo, mesmo depois do fim, ele estava lá, eu pensava o tempo todo, me questionava como sereia depois, porque eu nunca vi um depois em relação ao Jacob, eu me sentia presa mesmo depois de não está mais com ele, e agora eu tinha a total certeza, de que estava presa, completamente presa.

 

      Eu não podia me esconder e fechar os olhos, o Jacob estava fazendo aquilo de propósito, ele queria que eu visse que eu controlo as ações dele, como um pino em uma bomba, sem eu, tudo pode explodir, e estava claro para mim. 

 

        Abaixei a cabeça tentando não tremer em meus pés e mostrar o quanto ele me coloca medo, mas era praticamente impossível, eu transmitia medo sob a minha pele. 

 

— Talvez pudéssemos conversar sobre isso....— Engoli em seco e eu apenas queria gritar. — Vê um solução diferente para nós, porque.... porque....— Respirei fundo pegando fôlego. — Eu gosto de você! — Tentei da um meio sorriso ao fim da frase, mas posso garantir que saiu uma careta estranha. 

 

      Me sentia péssima em falar aquelas palavras e pior ainda por saber que era mentira, mas eu estava sem saída, eu nunca tinha um saída mesmo quando achava que estava fora disso tudo. 

 

— Ok, podemos conversar, vem comigo! — Disse andando em direção ao corredor e eu apenas tentei andar sem tropeçar em meus próprios pés enquanto o seguia.

 

      Na minha cabeça só via a pessoa burra que eu sou, eu não deveria ter me metido com o Jacob a muito tempo atrás, agora ele estava ali, na minha vida de uma forma tão absoluta que eu poderia jurar que poderia ser para sempre. 

 

       O Jacob poderia fingir que sou eu que estou tomando as decisões, que eu vim até ele, mas na verdade, ele estava controlando cada coisa que eu falava ou fazia ali, ele sabia disso e parecia gostar desse jogo sádico, com ele fingindo que não estou querendo me aproximar apenas para proteger meus irmãos, que ele fez questão de me mostrar que estavam em perigo. 

 

     A casa estava silenciosa e aposto que todos estavam dormindo pela hora que era, então ninguém notou quando eu passei pela porta da frente com Jacob e olhei para o carro preto parado na frente da calçada, quase como se ele estivesse ali propositalmente, como se o Jacob soubesse bem que eu iria querer conversar e aceitar ir com ele. 

 

        Parei olhando para o carro e a rua silenciosa me fez arrepiar, muito mais em pensar em entrar nesse carro sozinha com Jacob a essa hora, por que não podíamos conversar dentro da casa? No meu quarto que só tinha eu, ou no dele mesmo como sempre? Por que tínhamos que sair a essa hora da noite? 

 

— Acho melhor conversamos aqui mesmo, esta tarde. — Falei olhando brevemente para o Jacob antes de voltar a encarar o carro preto que eu nunca tinha visto. 

 

— Não, melhor irmos para um lugar mais.... silencioso. — Sibilou de uma forma estranha, que me fez sentir um frio na barriga horrível, quase como se eu pudesse garantir que isso soava ameaçador.

 

     Não, eu não quero ir a lugar nenhum com o Jacob, eu nem queria está falando com ele ali, não conseguia confiar, me sentia nervosa só com a forma como ele falou, era melhor eu não ter saído do meu quarto.

 

— Acho que... não temos muito o que conversar, podemos resolver isso amanhã... eu vou entrar, tá tarde e a amanhã eu tenho aula! — Avisei de forma rápida antes de me virar para voltar pra dentro.

 

       Eu não queria fugir como uma ratinha com medo, mas também não iria entrar naquele carro com o Jacob, não quando eu não confiava nada nele. 

 

— Espera aí...— Ele segurou meu braço me puxando para trás com delicadeza até eu ficar em sua frente. — Você me fez descer até aqui para mudar de ideia? — Me olhou nada feliz com isso e era como se o olhar dele sugasse todas as minhas forças. 

 

— Não, eu só quero sair...— Falei tentando não tremer a voz e acho que falhei nisso ao ver o meio sorriso perverso que Jacob deu. 

 

— Aí, quer saber, cansei...— Murmurou me empurrando contra o carro com forca e me prendendo nele com o seu corpo. — Ou você entra na merda desse carro agora por bem, ou vai entrar à força! — Disse com os dentes cerrados aproximando o seu rosto do meu com raiva. — Vamos da um passeio especial! — Riu de uma forma doentia e eu neguei não querendo de jeito nenhum entrar naquele caro. 

 

— Não, eu não quero ir, por favor me deixa voltar para casa! — Pedi e Jacob puxou o meu cabelo com força, antes de abrir a porta do carro rapidamente e me empurrar para dentro dele não me deixando nem ter tempo para me me defender. 

 

      Bati no vidro assim que ele fechou a porta e tentei desesperada abri-la por dentro mas não conseguia, o que me deixou mais desesperada ainda. Em segundos Jacob se sentou no banco do motorista e me olhou de cima a baixo com um olhar malicioso que me fazia tremer.

 

— Trava de segurança, para impedir que você se jogue do carro. — Avisou antes de ligar o carro, começando a andar e eu não conseguia me mexer, apenas o encarava encostada na porta e sentindo a minha respiração ofegante. 

 

      Não me agradava em nada esta trancada em um carro com o Jacob a essa hora da noite indo para não sei aonde, na verdade me apavorava a ideia. Eu queria não demonstrar nenhum tipo de medo no início, mas agora já estava mais do que visível o meu olhar de pânico ao ver o Jacob dirigir como se não estivesse me colocado nesse carro a força, como se não me deixasse tremendo com suas atitudes. 

 

       Olhei para a frente rapidamente depois de algum tempo encarando Jacob e estávamos na rodovia que tinha perto de casa, ela dava para varios lugares, mas nenhum que eu ache legal para ir agora, o centro ficava para o outro lado e não tinha quase nenhum carro na rua, por conta do horário. 

 

     Não queria falar com ele, sentia que poderia me machucar se fizesse isso, mas eu precisava saber para onde estamos indo. 

 

— Para onde vamos? — Perguntei olhando para o Jacob de volta e ele me olhou brevemente com um sorriso calmo e sereno nos lábios. 

 

— Eu já disse que vamos fazer um passeio especial. — Avisou, mas eu não via nada em especial a essa hora da noite com o Jacob. — Sabe, eu achei que você fosse voltar para mim por conta própria, mas aí notei que não....— Falou acelerando mais o carro de uma forma perigosa. — Mas na verdade parece que você só quer ficar comigo unicamente para que eu não faça nada, que você julga como errado, com os seus irmãos! — Continuou acelerando e parecia que tudo estava girando para mim. — Isso me magoou muito, sinto que tenho que fazer algo, entende? — Me olhou brevemente antes de continuar a falar.

 

      Mas a voz do Jacob já não fazia sentido para mim, eu só ouvia um zumbido na minha cabeça enquanto tudo em volta parecia girar em câmera lenta, eu podia ouvir a minha respiração, ou um pouco dela já que sentia a minha garganta fechada e uma falta de ar horrível, parecia que não  existia mais ar naquele carro e nem em lugar algum, minhas mãos formigavam e meu coração palpitava de forma rápida e descompassada e uma dor no estômago que subia até meu peito parecia me apertar de dentro para fora.

 

       Apenas conseguia ver que o Jacob me olhava, mas o via em forma de vulto, ao mesmo tempo que tentava respirar e apenas não conseguia, sentia como se o carro tivesse freado e Jacob colocou as mãos no meu rosto.

 

— Violet! — A voz dele fazia eco. — Respira, devagar....— Mandou e eu tentei fazer o que ele dizia. — Eu sei o que e isso, ataque de pânico, você tá com muito de mim.... porra. — Murmurou a última coisa antes de encostar a minha cabeça no banco. — Só respirar logo! — Mandou e tentei respirar mais devagar. 

 

      Era uma sensação tão ruim, diferente da ansiedade, parecia que eu ia morrer, que eu sabia disso e sentia, o que me dava medo, mas tentei me acalmar, respirar devagar como ele falou, e as coisas foram voltando a si aos poucos. Jacob voltou a conduzir o carro pela rodovia e eu apenas fechei os olhos, não querendo pensar em muita coisa. 

 

        Eu só queria sair dali, ir para casa, apenas isso. 

 

 

  

    Violet Parker Point Of Views.

 

                              00:09 p.m. 

 

                 06 de março  de 2017. 

 

               Toronto, Ontário, Canadá.

 

 

    No que pareceu segundos de um sono,  mas com certeza foi muito mais, senti o carro parar e abri os olhos vendo que os faróis iluminavam um lugar vazio no meio do nada e o Jacob me olhava atento, quase de uma forma doentia o que me fez assustar ao notar isso. 

 

— Que bom que acordou. — Comentou. — Acho que você desmaiou, na real, você se superou. — Riu como se fosse engraçado. — Se sente medo de mim esse tempo, por que disse que gostava de mim? — Perguntou e eu ainda estava meio atordoada. — Você mentiu, para me enganar e proteger seus irmãos, se não fosse por isso, nem estaria falando comigo....  Aliás você ser irmã do Alex é uma puta coincidência, mas não gostei nada disso, o Aaron é um mulherengo, pode da em cima de você! — Me olhou sério, como se fosse para eu tomar cuidado e eu não poderia crer que ele estava falando aquilo. 

 

— Ele é meu pai biológico....— Falei como se Jacob estivesse louco em insinuar aquilo. — Onde estamos? — Olhei em volta vendo tudo escuro e Jacob suspirou. 

 

— Sai do carro. — Mandou abrindo a sua porta para sair. — Sai! — Me olhou antes de repetir e eu abri a porta do carro saindo dele como Jacob falou. 

 

       Olhei em volta não vendo nada a não ser a rodovia ao longe e aquilo estava me deixando agoniada, para que conversar tão longe de tudo e todos, o que o Jacob queria? 

 

— Vem cá...— Me chamou com a mão para a frente do carro e eu andei devagar, calculando cada passo que eu dava. — Veja só, olhe em volta, esse lugar vazio, sem ninguém, sabe onde estamos? — Perguntou e eu neguei. — No meio do nada, literalmente, sabe por que eu te trouxe aqui? — Neguei mais uma vez e Jacob perguntava tudo com muita calma. — Porque eu esperei você Violet, esperei você voltar para, mim, acreditei que você me amasse, mas ficou lá com o Justin, nem se importou com os meus sentimentos....— Disse como se estivesse decepcionado.

 

— Você terminou comigo. — Tentei argumentar e ele olhou para mim como se estivesse indignado com o que falei. 

 

— Foi só um teste para saber se você me amava mesmo e ia voltar e olha só, você não passou. — Disse sarcástico antes de começar a ri de verdade. — Você sente medo de mim, não amor. — Me olhou voltando a ficar sério. — Você ama o Justin, eu sei disso, mas que escroto, sabe por que? — Se virou totalmente para mim e me olhou de cima a baixo. — Você não é lá essas coisas,  existe garotas mais bonita que você, com corpos melhores do que o seu, tipo a Ashley, ou outra qualquer, acha mesmo que o Justin vai ficar com você para sempre? — Cruzou os braços como se quisesse saber. — Nem sua mãe te quis, seu pai biológico è conhecido por pegar todas e seu pai de mentirinha tem filhos de verdade demais para se importar com você! — Riu da minha cara como se eu fosse uma piada. — Você è uma merda, se tem um pouco de brilho em você, foi eu que dei, porque tive pena da menina abandonada e sozinha e è assim que você me retribuiu...— Lamentou negando.

 

       A forma como Jacob dizia aquelas palavras cruéis sem nenhum pudor, me magoavam, ele parecia ser tão sincero em dizer elas, eu sempre fui fraca e inútil, mas ouvir era pior, eu sabia bem sobre meus pais verdadeiros, mas ver isso jogado contra mim me trazia uma sensação de que eu era um nada, ninguém importante, ninguém que valesse a pena lutar. 

 

— Acha mesmo que o Justin insistiria tanto em você quanto eu insisto? — Voltou a falar. — Lembra quando ele parou de falar com você por mais de 1 mês apenas porque você não estava com ele? Ou quando ele te fez aguentar todos os insultos da Ashley sem dizer um pio só porque estava magoado? — Debochou com vontade. — Acha mesmo que ele vai cuidar de você para sempre? — Levantou uma das sobrancelhas. 

 

        Não tinha porque eu ouvir tudo aquilo assim, eu sabia o que o Justin me amava e o Jacob não podia usar o poder de persuasão dele contra isso, ele podia controlar a minha cabeça e minha maldita vida, mas não o que eu sentia pro Justin.

 

— O Justin se importa comigo e eu sei que sim, por isso eu estou com ele, a gente se gosta de verdade. — Falei, mas logo me arrependi das palavras colocadas de maneira errada. 

 

       Jacob me encarou em silêncio antes de suspirar e se aproximar de mim, me fazendo da alguns passos para trás mas ele foi mais rápido e me puxou pelo braço juntando meu corpo no seu. 

 

— Por isso você está aqui. — Sussurrou contra os meus cabelos antes de puxar meus braços, tentei tirá-los de suas mãos o empurrando para longe de mim , mas Jacob os prendendo com alguma coisa fina, mas apertava e que fazia meus pulsos doerem. — È por isso que vadias como você morrem! — Puxou o meu cabelo me fazendo olhá-ló. — Por isso que você está aqui hoje! — Me deu um sorriso antes de me empurrar contra o chão me fazendo cair sentada.

 

— Me solta! — Mandei começando a ficar desesperada, quando Jacob tentou puxas as minhas pernas e eu não conseguia mexer meus braços direito e nem mesmo em pedir isso. — Para com isso você está me assustando! — Aquele papo estava me apavorando mais ainda.

 

     Jacob ignorou meus chutes e todos os movimentos que eu fazia, ele era lutador, quase ridículo lutar contra ele, ainda mais quando ele conseguiu segurar minhas pernas e amarrar com o mesmo lacre dos pulsos, com uma facilidade quase como se eu não fosse nada, e logo depois puxou minha mão, unindo o do pulso com o do pé, me deixando sentada e sem condições de sair ou me mexer. Ele se levantou me olhando atentamente enquanto eu tentava me soltar.

 

— Jacob! — Gritei o nome dele para ver se ele acordava para o que estava fazendo ou pensando. — Me solta agora! Eu não vou te amar assim! Por favor! — Implorei não entendendo onde ele queria chegar com tudo aquilo e Jacob ainda me encarava do mesmo jeito parado diante de mim. 

 

— Você tinha duas claras escolhas, Violet, ou era ficar comigo, ou era ficar com qualquer um e ver do que sou capaz, cada tapa que eu te dei até hoje não pareceram ser o suficiente para você entender, que eu vou ser o único homem da sua vida e se não for assim, não tem porque você ficar viva...— Rosnou com ódio e eu não podia acreditar que o Jacob estava falando aquilo para mim. — Você é uma vadia desgraçada, eu nunca amei alguém na vida até você chegar, foi a pior coisa que me aconteceu, eu só queria você para mim, mas você ignorou tudo que eu fiz por você.... me virou as costas! — Cuspiu furioso me deixando com mais medo ainda das suas palavras. — Chora, pode chorar, ninguém vai te ouvir... sabe o que vai acontecer, eu vou te matar e aí vou te enterrar aqui mesmo, ninguém vai te achar, porque é isso que acontece com garotas como você. — Sussurrou o final de forma extremante perturbada. 

 

        Eu estava com muito mais medo do que um dia senti, eu nunca tinha visto o Jacob daquele jeito, eu poderia jurar que ele me bateria, mas não que ele ameaçaria me matar, aquilo era perturbador, doentio, o Jacob não seria capaz de fazer isso se me amava de verdade, mas acho que o Jacob não faz ideia de como o amor funciona, ele nunca soube, tudo que ele sente por mim, pode até existir, mas ele não faz ideia alguma de como lidar.

 

— Jacob! Para com isso, você não quer me machucar! — Gritei para ele me ouvir mas ele apenas saiu andando e voltou para o carro o ligando. — Lembra quando você me viu.... depois que eu caí da escada.... você disse que sentia muito por ter me machucado... você não queria me deixar daquele jeito! — Tentei pensar em alguma coisa, não parecer uma menina chorona com medo da morte, eu precisava conversar com o Jacob, ele não ouviria se eu apenas gritasse para ele me soltar. — Você me ama! Eu sei disso! — Gritei mais alto vendo ele mover o carro um pouco para frente como se fosse mesmo passar por cima de mim. — Eu fiquei com você, porra! Depois de cada tapa, eu fiquei, por que você acha que eu fiquei?..... Eu achava que podia te mudar.... eu só queria te mudar! Por que eu sentia que devia a minha vida a você.... Eu gostava de você! — Tentei controlar as lágrimas para falar de forma clara.

 

      Nada parecia argumento suficiente, mas eu não ia deixar o Jacob agir com raiva e apenas fazer isso comigo, eu não ia deixar ele me matar sem fazer nada para tentar mudar a ideia dele, eu sabia que o Jacob me amava, muito além da raiva que estava sentindo, e eu só precisava lembrar isso a ele. 

 

— Lembra quando você veio falar comigo pela primeira vez! — Gritei para que ele me ouvisse. — Você disse.... que eu era um livro aberto... mas queria que eu te contasse.... Então você sabe, desde o primeiro minuto que eu não olhei para o Justin primeiro, foi para você! — Ele moveu mais o carro na minha direção, fazendo eu gritar de susto. — Me perdoa por ter gostado do Justin! A culpa é toda minha eu sou uma vadia! Eu fico com você para sempre, Jacob, para sempre se você me perdoar! Eu juro! — Falei entre as lágrimas. — Eu caso com você!— Era o último argumento que eu tinha e senti meu corpo relaxar em alívio quando ele desligou o carro. 

 

       Era isso que ele queria ouvir, meu Deus do céu.... era apenas essa merda que ele queria ouvir.

 

     Eu não conseguia parar de chorar, entres os soluços e o medo, eu apenas tinha a plena certeza de que eu não tinha mais nada na minha vida, que o Jacob podia tirar tudo de mim, até a minha vida, e não era para eu correr, porque quanto mais eu corria mais ele me pegava, mais ele me amarrava e me fazia ver que eu era dele desde o momento que fiz o que ele disse que eu ia fazer, no momento que nos conhecemos.

 

     Ele disse que eu era um livro aberto mas que iria esperar eu contar tudo para ele, foi ali que ele me teve para si de vez, quando eu contei tudo sobre mim, eu dei espaço para ele me dominar.

 

— Ei, ei...— Ele se abaixou na minha frente e usou algo que parecia uma faca para cortar os lacres da minha perna e pulso. — Não precisa chorar...— Falou preocupado comigo, assim que soltou a minha mão e me puxou para me abraçar e eu tremia tanto que não conseguia apenas sair de perto. — Eu não ia te matar sua bobinha. — Riu como se realmente tivesse graça tudo aquilo. — Só era para te da um susto e provar que você não pode lutar contra o nosso amor, você è minha, e se não for minha.... não vai ser de mais ninguém. — Me apertou forte nos seus braços e eu não conseguia parar de chorar nem de pensar no que acabou de acontecer aqui. 

 

       Depois de hoje eu não iria questionar mais, eu era do Jacob, meus irmãos iriam ficar em segurança, eu também, e todos iam acabar bem, eu jamais poderia deixar o caos se instalar por minha causa, nem ao menos deixar ele me matar e encher o coração do meu pai de tristeza, eu tinha que ser firme e aguentar tudo calada, pois não tinha outra saída. 

 

    Mas tinha algo que eu não suportaria...

 

— O Justin....— Comecei a falar e Jacob me afastou para me olhar.

 

— Não começa...— Pediu e eu neguei, por ele não entender o que eu estava querendo dizer, aquilo doía demais dentro de mim, era como se estivessem destruindo o meu coração com ele ainda dentro de mim batendo. 

 

— Deixa eu contar para o Justin, por favor.... eu vou terminar com ele, caso com você, eu prometo, me da uns dias. — Implorei sem saber como reagir mais e Jacob respirou fundo me encarando. 

 

— Te dou até o seu aniversário, se não contar, eu conto. — Avisou e eu assenti grata por isso, por ele apenas me deixar ter voz, era doido pensar que isso me deixava grata.

 

       Sinto muito pelo Justin, ele vai me odiar, eu nunca vou me perdoar por tudo, mas eu não tinha escolha, eu só queria não causar nenhum problem a ninguém, não fazer as pessoas sofrerem, mas alguém vai sair magoado e vai ser o Justin. Eu só queria proteger ele disso tudo e eu não podia acabar com o que tínhamos dessa forma. Eu amo o Justin como nunca amei ninguém, e vai ser, com certeza a coisa mais difícil que vou fazer na minha vida. 

 

         Espero que ele me perdoe por tão fraca...