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História The Family 2 - Together - 9. In my way.


Escrita por: FANFICTLOAD

Capítulo 10 - 9. In my way.


Fanfic / Fanfiction The Family 2 - Together - 9. In my way.

  Notas iniciais: 

 26 MIL Palavras nesse capítulo cheio de emoções e surtos! Quero muitos comentários de vocês eu amo ler cada um viu! Quero teorias também em uma parte aí que tá de tirar o fôlego! E nas notas finais eu falo um pouco mais! 

 

Boa leitura! 

 

 

 

 

 

 

 

    Hazel Parker,Point of  Views. 

 

                            03:27 a.m. 

 

                   16 de maio  de 2038.

 

               Shinjuku, Tokyo, Japão.

 

 

       Odeio despedidas, ainda mais quando são da minhas filhas para longe de mim, pode parecer clichê de pessoa velha e careta, mas eu lembro quando elas eram pequenininhas e dependiam de mim e da Ashley para absolutamente tudo, e agora, elas não precisam para mais nada. 

 

      È estranho, eu nunca tive uma mãe que cuidasse de mim de verdade, bem, não que cuidasse para o meu bem, então eu sempre fiz de tudo para que as minhas duas filhas fossem as melhores pessoas do mundo e vissem que sempre vão ter eu por perto, apesar de eu ser péssima em conselhos, já que não fui um exemplo bom de adolescente quando tinha a idade delas...

 

     Mesmo assim eu tentei ser a melhor mãe que eu poderia para as duas, e parece que meu coração vai se dividir em pedaços agora, não tanto quanto o de Ashley que desidratava de chorar não querendo largar as duas. 

 

— Por favor, se cuidem. — Suspirou em meio as lágrimas e eu analisei aquilo, eu sou mesmo a mais durona por fora. — Sejam as meninas incríveis que são, vamos fazer um ligação todo o fim de semana para um análise de como foi os dias de vocês! — Ashley falava como se elas fosse morar em Marte ou nunca mais fosse as ver na vida. 

 

      Apesar de eu também está extremamente abalada, elas vão está no Canadá, com a Pattie, a pessoa que confio a minha vida, e nas férias de final de ano pretendemos ir todos para lá, vai passar rápido, eu espero. 

 

— Fica tranquila mãe, eu vou avisar vocês sobre o vestibular! — Venus disse, com um doce sorriso como sempre e eu fico muito chocada como essa menina tão doce, inteligente e focada pode ser minha filha, mas aí lembro que ela puxou a Ashley. 

 

— Eu sei que você vai da o seu melhor! — Me aproximei e Venus se afastou de Ashley para vir me abraçar. 

 

      A Venus era a que me deixava mais tranquila, ela tem uma maturidade absurda, as vezes até me da conselhos, eu confio nela nessa viagem 101%, inclusive fiz diversas recomendações de ela vigiar a Jupiter, porque essa sim me preocupa e muito. 

 

— Vou sentir sua falta, mãe! — Ela disse me olhando com seus olhos azuis e eu assenti tentando continuar durona por fora como sempre fui e não chorar.  

 

— Vou sentir sua falta também! — Afirmei o que era mais do que óbvio e queimava no meu coração. 

 

— E você, Ju...— Ashley disse para a mais nova quase sendo esmagada por ela. — Por favor, tenta o possível para fazer as coisas melhorem! — Pediu afrouxando o abraço e Jupiter tirou sua máscara da hello kitty do rosto com um olhar confuso. — Entre você e a Red...— Explicou melhor e Jupiter desviou os olhos brevemente, antes de voltar a olhar para Ashley com um sorriso. 

 

— Com certeza mãe, eu vou fazer o possível. — Garantiu com um meio sorriso e eu analisei bem aquilo, pois a Jupiter saiu de dentro de mim, eu conheço essa garota mais do que ela pensa. 

 

       Conhece muito bem Jupiter, se me basear no planeta, ele é tóxico, gigante e imponente, o que não parece nada com a jupiter minha filha, mas alguma coisa desse planeta ela tem e é sobre guardar dentro dela as atmosferas mais pesada e densas, mesmo que não coloque para fora. 

 

— Eu tenho certeza que a Jupiter vai tentar! — Afirmei a puxando para que eu pudesse abraçá-la, e ao contrário de Venus que era muito carinhosa, Jupiter era mais na dela, dava abraços frios, se assim podemos dizer. 

 

    Desde criança Jupiter sempre foi a mais calada, concentrada em seus desenhos, ela até se comunicava por eles, nunca realmente deu trabalho, mas as vezes eu sentia como se o silêncio dela, a calma e a falta de contato, fossem como um escudo, como se ela estivesse protegendo a si mesma, ou alguma coisa dos nossos olhos. 

 

— Vou sentir sua falta, espero te ver em breve! — Ju disse, me abraçando um pouco mais forte, demostrado o máximo de carinho que ela podia e eu sabia que esse era o jeitinho dela, o que me preocupava horrores. 

 

     Sei que é normal as pessoas guardarem sentimentos para si, serem retraídas e caladas, mas não acho que isso faça tão bem assim, guardar as mágoas mais profundas dentro de si, nunca demostrar nada direito.... 

 

     Talvez eu seja uma mãe paranóica, mas me preocupa, por isso não queria Jupiter nessa viagem, não sei até onde guardar sentimentos pode afetar ela e mesmo que ela esconda, e esconda bem, eu sei que ela ainda é bastante ressentida sobre o que aconteceu a 8 anos atrás. 

 

— Eu também! — Afirmei olhando para o rostinho dela e Jupiter me deu um meio sorriso. — Seja a melhor versão de você mesma, Ju, eu confio em você! — Garanti e ela respirando fundo assentindo. 

 

— Eu vou ser a melhor versão de nós duas, mãe! — Afirmou com uma certeza enorme na voz e eu queria dizer que isso me deixava feliz, mas eu não sei se quero que Jupiter seja uma versão de mim. 

 

     Eu fiz bastante coisa errada na vida e até hoje pago por alguma delas, a única coisa que eu quero para a minha filha é que ela seja a melhor versão dela, que faça dessa viagem uma experiência infinitamente melhor do que eu fiz quando foi a minha vez. 

 

    E de longe, só me resta esperar que tudo de certo nessa viagem, que todos os laços sejam restabelecidos e que a Violet esteja certa como, estranhamente, sempre está sobre tudo. 

 

      Que Red Cherry e Jupiter se deem muito bem.  

 

 

 

 

       Violet Bieber,Point of  Views. 

 

                            05:48 a.m. 

 

                   16 de maio  de 2038.

 

               Los Angeles, Califórnia, EUA.

 

 

 

 

 — Mãe, para de chorar, vai que tem paparazzis? — Jake reclamou comigo tentando esconder seu rosto entre os óculos de sol e o capuz do seu moletom. 

 

     Eu só estava sendo uma mãe grudenta e melosa ao me despedir dos meus filhos no aeroporto, não era permitido? Os jovens são tão chatos agora, na minha época também eram, mas eu acho legal falar que eles só ficaram chatos nessa geração. 

 

— Imagina quando os paparazzis verem eu te abraçando e beijando no meio do aeroporto! — Limpei minhas lágrimas em deboche, antes de puxar Jake para um abraço e ele relutou um pouco para isso. — Aproveite sua mãe melosa enquanto ainda vive com ela, Jake! — Falei em sarcasmo antes de separar o abraço e ele bufou furioso por eu realmente ter feito isso em público. — Te amo! — Complemente para o meu filho de 14 anos, esperando receber a mesma coisa de volta ao invés de resmungos. 

 

— Também...— Resmungou quase inaudível e eu fiz um gesto como se não tivesse ouvido direito. — Te amo também. — Disse mais claro antes de revirar os olhos e eu dei um sorriso enorme para ele. 

 

    Jake pode ser um adolescente rebelde 50% do tempo... talvez 90% do tempo, mas ele ainda era o meu caçula, o meu bebê e eu sei que ele tem um bom coração, escondido atrás dessa marra toda. 

 

     As vezes Jake parece mais filho da Hazel do que meu. 

 

— Como o Jake é carinhoso! — Justin disse com tom de risada e eu concordei totalmente, vendo o menino olhar para ele como se tivesse dito um absurdo. — Espero que seja um garoto comportado no Canadá! — Falou em tom sério e eu apenas fiz concordar com as palavras de Justin. 

 

     Confesso que em questão de da limites ao Jake o Justin faz melhor do que eu, e ele não pode reclamar muito de eu ser mole demais com o Jake, ele deixava a Red mandar nele até alguns anos atrás, um troca mais do que justa. 

 

— Eu nem queria ir, só para começar...— Jake resmungou contrariado. — Então pode ter certeza que não vou me meter em muitas confusões, não em muita...— Deu um meio sorriso meio maldoso no final e eu olhei para o Justin com uma das sobrancelhas erguidas. 

 

— Que tal nenhum confusão? — Justin sugeriu cruzando os braços com os olhos cerrados em um tom sério de ordem. 

 

— É o Jake, pai, ele sempre vai da um jeito de se meter em problemas, mas pode deixar que eu vou vigiar ele! — Red disse, fazendo um gesto para Jake, mostrando que está com seus dois olhos sobre ele. 

 

— Não preciso de uma babá, Red, que tal você cuidar da sua própria vida como sempre fez por anos? — Jake jogou nada amigável e Red riu de forma leve. 

 

— Você realmente se contradiz tanto, ou eu sou egoísta agora ou não sou! — Cruzou os braços em deboche e Jake a fuzilou com os olhos de uma forma pesada. 

 

     Ótimo, os dois não se suportam. 

 

— Tem como vocês pelo menos fingirem que não tem implicância, só agora! — Pedi olhando para ambos de forma séria. 

 

    Não sei exatamente onde saiu errado ali, os dois foram criados juntos, praticamente da mesma forma, com o mesmo amor e carinho, mas se tratam como se fossem dois completos desconhecidos, sempre se alfinetando e trocando sutilezas nada sutis. 

 

— Que tal a Red Cherry não ficar tentando se meter na minha vida? — Jake sugeriu, com um tom ríspido ao olhar para a irmã. 

 

— Ela vai sim se meter na sua vida, até porque eu pedi! — Justin disse sério, fazendo Jake bufar nada feliz. — Sabemos quem é mais tendencioso a se meter em encrenca aqui, e eu não quero que aconteça, espero que tenha ficado claro! — Pontuou e eu realmente não iria me meter nessa ordem. — Então a Red vai está lá para ajudar você a não criar confusão, e talvez assim vocês se tornem mais próximos! — Ele falou e eu queria ter essa esperança no final. 

 

— Ok, então eu também posso ficar vigiando para ver se e ela não vai fazer nada de errado né? — Jake sugeriu nada contente com a ordem de Justin. — Porque ela também não é santa! — Disse entre dentes e Red riu de forma nasalada. 

 

— Eu sou responsável meu querido irmão, isso já muda tudo não acha? — Questionou com um olhar curioso e Jake ficou em silêncio. 

 

— Eu só espero que quando encontrar vocês presencialmente no futuro, as conversas sejam um pouco mais doces e menos amargas! — Pedi, olhando para ambos, que me encararam sem saber o que dizer. — Eu amo vocês dois, são minhas vidas, então se cuidem, vigiem um ao outro! — Deem ênfase a essa parte. — Qualquer coisa é só ligar e a gente vai correndo! — Olhei para o Justin que assentiu comigo. 

 

— É eu sei...— Jake disse em voz baixa, pegando os fones de ouvido e indo para o outro canto da sala, onde Harvey estava sentado mexendo no celular desde quando chegamos. 

 

    Já havíamos falado com o Harvey em casa, umas 70 vezes desde que decidiram mesmo ir todos para o Canada, nossa maior preocupação era ele, não que eu particularmente não confie no Harvey, mas ele é tão complicado de entender, eu ainda não sei se ele é um problema ou não, apesar de amá-lo como meu afilhado e filho da Taylor, ter Harvey longe dos meus olhos e dos olhos de Justin está deixando nós dois bem preocupados. 

 

— Qualquer coisa é só ligar, você sabe o meu número, o número da gravadora, do meu agente...— Justin dizia para Red, e eu me virei para vê-lo falar. — Se quiser voltar também, só falar e eu arranjo o primeiro jatinho de volta para você! — Levantei uma das sobrancelhas para essa parte. — Você sabe que é só ligar né? — Reforçou e Red assentiu com um largo sorriso. 

 

     O Justin daria o mundo para essa filha dele sem pensar duas vezes e eu nem sei porque isso me surpreende ainda, é assim desde que ela nasceu, apesar de ele ter sido rígido quando precisou, eu sabia que lá no fundo ele se retorcida para não mimar ela mesmo quando passou por aquele sério castigo a anos atrás. 

 

— Pode deixar, eu vou ligar sempre, para vocês dois! — Disse olhando para mim também. — Principalmente quando eu estiver prestes até um ataque de pânico...— Confessou com um sorriso fraco e um olhar quase perdido e Justin me olhou no mesmo instante com um ar preocupado, obviamente por eu ser a psicóloga ali. 

 

      Eu sei quais são os temores da Red nessa viagem, já falei com ela sobre, não são demônios que vão desaparecer do dia para noite, ela precisa trabalhar neles e essa viagem vai ser exatamente para isso, Red sabe disso, mas falar dessa forma assusta o pai coruja que ela tem. 

 

— Fica tranquila, vai da tudo certo. — Tentei acalma-lá com palavras e Red deu uma risada nervosa, como se não acredita-se tanto nisso quanto queria na verdade. 

 

— Sabe o que me apavora mais? — Disse um pouco ofegante e ela parecia está tendo uma leve crise de estresse pela viagem aqui e agora. — É que, eu sei o que meus tios falam sobre a época de vocês...— Apontou para mim e para o Justin, antes de mexer no cabelo de forma nervosa. — Sobre como a mãe, foi incrível, vocês dois foram, com todos, como vocês cuidaram de todo mundo, de todos os jeitos! — Falou e eu quase via seus olhos marejados. 

 

       Nem Red, nem nenhum dos jovens sabem nem metade das coisas que aconteceram na minha época, foi uma decisão importante de todos para que não causasse nenhuma espécie de trauma infantil neles pelo terror que vivemos, mas obviamente os polimos como podíamos para que nenhuma das loucuras que aconteceram a anos atrás acontecessem de novo, não vão isso eu tenho certeza, nada vai ser como foi a anos atrás. 

 

— A questão...— Red retornou a falar. — É que eu não sou como vocês sabe, eu não sei nem como vou falar com a parte da família que me odeia... — Disse, se abando como se tivesse prestes a ter literalmente um ataque de nervoso. 

 

— Você sabe que não precisa ser igual a gente! — Justin falou, indo abraçar a Red, que apertou ele como se fosse uma criancinha se escondendo no primeiro dia de aula. — Não fica preocupada com essas coisas, se você for apenas a Red Cherry, aposto que todos vão gostar de você! — Garantiu e eu tinha que concordar. 

 

— Red, você é uma garota incrível do jeito que é, não precisa se parecer com a gente nem agir como a gente, se as pessoas gostarem de você vai ser pelo o que é, e sabe o que você é? — Me aproximei dela. — Uma garota incrível, talentosa, amorosa e principalmente justa, e a gente morre de orgulho da pessoa que você se tornou! — Afirmei de coração e Red deu um sorriso mais animado para mim.

 

— Eu amo vocês, vou sentir saudades. — Ela disse saindo do abraço do Justin. 

 

— A gente também te ama e vai sentir muita saudades! — Justin garantiu e eu me aproximei mais da Red a abraçando forte também. 

 

— Te amo, e sinto muito orgulho de você! — Falei o que sentia no fundo do meu coração. — Eu sei que você vai saber o que fazer quando chegar a hora de fazer...— Sussurrei só para ela ouvir e Red separou o abraço me olhando confusa e com os olhos cheios de lágrimas. — Lembra daquilo que temos em comum? — Falei em voz baixa e ela assentiu. — Quando você sentir que precisa ajudar alguém, só ajude, não se questione, é a coisa certa. — Pisquei de leve para ela que me encarou ainda confusa mas assentiu. 

 

— O que estão sussurrando aí? — Justin perguntou e eu ri mais alto para descontrair. — Algum segredo que não me contaram? Pensei que não tínhamos segredos, Violet? — Fez uma voz indignada e eu levantei uma das sobrancelhas. 

 

— E com certeza não temos, Justin Bieber! — Falei em um tom de falsa indignação. — A nossa vida agora é sem graça, não temos segredos e somos velhos, caretas! — Sibilei e ele franziu a testa para mim como se eu tivesse dito um absurdo. 

 

— Eu ainda sou muito jovem tá? — Afirmou, fazendo eu e Red rimos juntas. — Red, concorda com a sua mãe? — Perguntou surpreso e ela mexeu os ombros. 

 

— Vocês são velhos mesmo...— Falou como quem não queria dizer nada, deixando Justin mais chocado ainda com a resposta. 

 

— Tá vendo, agora nós somos pais de adolescentes, que eles olham e veem como velhos e sem graça! — Tentei não me sentir ofendida por isso lá no fundo, pois não é legal ser chamada de velha por ninguém né. 

 

— Isso não é justo...— Justin reclamou, fazendo Red ri da situação. 

 

— Vocês são os melhores pais do mundo todo! — Disse e eu realmente não podia discordar dela, somos mesmo os melhores pais do mundo.

 

— Você não viu nada, imagina quando a gente aparecer lá várias vezes no Quebec, porque vamos, não é? — Olhei sugestiva para o Justin que assentiu. — Nem vai da tempo de sentir falta, a gente promete! — Garanti e Red parecia bem mais feliz e animada agora do que a minutos atrás.

 

— Até porque a gente agora tem uma casa cheia de adolescentes rebeldes, que se odeiam...— Justin começou a dizer em tom sarcásticos.

 

— Com bastante vidas para gente tomar conta, se meter! — Falei animada e ele assentiu fazendo um toque de mão comigo. — Se meter é a melhor parte, então antes que vocês pensem a gente vai aparecer por lá! — Afirmei e Red deu um sorriso lindo para nós. 

 

— Eu amo muito vocês! — Exclamou abraçando nós dois ao mesmo tempo. 

 

     Na verdade a tática de ir sempre que de é um jeito de ajudar a Pattie a não enlouquecer lá, ou a Jane não surtar, porque mesmo que ame muito as duas, sinto que não será tão fácil quanto elas acham que vai ser, então ficou combinado assim, sempre que de, de surpresa, eu e Justin vamos para lá, apenas para manter o equilíbrio das coisas e a saúde dessas crianças. 

 

      Porque mesmo que confiemos neles mais do que em nós mesmos a anos atrás, ainda eram adolescentes, e eles sempre veem com um combo de problemas extras para a conta. 

 

     E uma coisa não da para negar, eles são nossos filhos, tem nosso DNA, nem tudo vai sair 100% igual, mas alguma coisa vai, e a gente vai tá de olho para agir quando precisar, Justin e eu, como nos velhos tempos. 

 

 

 

 

 

9 horas depois...

 

 

 

 

 

 

    Red Cherry Bieber,Point of  Views. 

 

                            05:21 p.m. 

 

                   16 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

 

 

 

    

     Chorei a viagem toda, muito mais de saudades de casa do que por está trancada em uma caixa voadora com duas pessoas que passaram 9 horas sem olhar na minha cara ou falar alguma coisa. 

 

     Não que eu quisesse falar com o Harvey, esse aí eu vou evitar olhar pelo resto da minha vida, mas eu estava me sentindo triste e sozinha, um vai a merda dele já seria confortador. 

 

     O que eu tô falando? O fuso já fazendo efeito, são 3 horas de diferença mas eu sinto como se fosse zilhões, ou só queira usar como justificativa para o meu pensamento ridículo. 

 

     Comecei a descer as escadas do jatinho, já tirando do modo avião e começando a procurar rapidamente o número de Lion nos contatos. Não sei se ligo, ou mando uma mensagem, ele já deve ter chegado pela hora, e ainda não conseguia falar com ele desde ontem, quando Harvey fez o favor de deixar Lion desconfortável. 

 

     Como eu odeio esse garoto com todas as minhas forças, eu ainda estava espumando de raiva por ontem, e eu nem tive tempo de digerir tudo que ele fez, eu tinha que fingir que estava tudo bem para não preocupar os meus pais no dia da viagem, mas que eu estava pra socar o Harvey, aí eu estava. 

 

— Da para ligar para o príncipe da Grécia depois! — Jake reclamou, quase me empurrando das escadas do jatinho, passando a minha frente e começando a descer. — Aliás voce vai encontrar ele daqui a pouco, para de ser obcecada! — Debochou, me olhando com um ar de pura maldade e eu abri a boca para argumentar, mas logo fechei. 

 

     Porque não tô realmente surpresa? O Jake só estava esperando uma oportunidade de me atacar friamente longe dos nossos pais, e para ser sincera a gente nunca ficou longe dos nossos pais que não fossem dias, da nossa mãe então, menos, nunca ficamos longe, então Jake tinha que me tratar com um mínimo de respeito por isso. 

 

      Mas agora ele não precisa, a nossa mãe não está aqui, nem nosso pai, ele mal pisou em solo canadense e já acha que pode me tratar como bem entender. 

 

     Estou vendo como essa viagem foi uma grande ideia... uma grande ideia de bosta. 

 

     Harvey passou por mim, também descendo as escadas e se juntando a Jake, indo ambos até o carro que nos esperava na pista, enquanto algum funcionários começavam a descarregar nossas malas e por no carro. 

 

      Me sentei nas escadas mesmo, suspirando fundo ao ver os dois entrando no carro e já me sentido ridiculamente excluída e maltratada e isso porque não está todo o Lado B aqui, porque se se juntarem todos eu tenho certeza que conseguem acabar com o meu dia completamente. 

 

     Abri nas mensagens e ao invés de ir no Lion, fui direto no grupo nomeado "Lado A" não que gostemos dessa divisão, mas não foi a gente que fez, então só usamos o nome mesmo. 

 

 

 

                                                  " já cheguei, e vocês?" 

                                                                      - Red Cherry.

 

 

  " eu já, cheguei agora a pouco! 

                                           - Venus. 

 

 

      Sorri em saber que pelo menos a Venus já estava naquela casa e eu não precisaria ficar sozinha, era bom ter uma prima que era como irmã para mim e tanto Venus quanto a Dana fazem essa função muito bem. 

 

    Levantei das escadas e caminhei até o carro quando vi que o homem colocava a última mala das centenas que trouxemos, no porta malas do carro.  Abri a porta de trás, entrando e sabendo que só encontraria Jake ali, Harvey sempre senta na frente mesmo, mas dessa vez, para a minha infelicidade, foi diferente. 

 

      Harvey nem me olhou quando me viu abrir a portar e quase rosnar de ódio o vendo sentado lá como se não fosse nada, qual é a dele? Sempre senta na frente quando pode e agora vai sentar atrás por que?

 

      Respirei fundo, me sentando no banco e fechando a porta, não demorando nada para por meus fones de ouvido e começando a ignorar a presença de Harvey do meu lado como pretendo fazer com a presença dele durante toda a estadia nessa cidade. 

 

        Quando o carro começou andar, fechei os olhos para sentir se o tempo passa-se mais rápido, mas foi ao contrário, nos primeiros segundos tentando entrar nos meus próprios pensamentos, eu sentia como se tivesse dois pares de olhos em mim, fixo em mim, o que me fez me mexer incomodada com essa sensação, mas ainda sem abrir meus olhos, acho que não querendo de jeito nenhum confirmar as minhas sensações. 

 

      Mas ao mesmo tempo que quero ignorar, eu não consigo ficar mais do que 5 minutos sem abrir os olhos e me virar para Harvey, que não me olhava, pelo contrário, ele encarava o celular igual foi no aeroporto e metade da viagem para ca, franzi a testa e olhei para Jake, que obviamente não estaria me olhando mas foi só para garantir mesmo, que ele estava no seu joguinho com fones de ouvido quase gritando eu suas orelhas. 

 

    Era confuso, até que olhei para o retrovisor do carro e o motorista, olhava vagamente no retrovisor em minha direção, apenas rápidos olhares para voltar a prestar atenção no trânsito. Aquilo era estranho, mas tentei ignorar, mesmo que sendo curioso e quisesse saber o que ele estava olhando. 

 

      Tentei focar na minha música nos fones, quando ele olhou novamente, e apesar do boné tampar um pouco do seu olhar, era bem claro que ele estava olhando para mim. O boné fazia sombra em quase seu rosto todo, o que deixava a situação um tanto quanto sombria. 

 

       Acho que ele notou que eu tinha visto ele me olhar pelo retrovisor e resolveu falar em meio ao silêncio que o carro estava. 

 

— Então vocês são filhos daquele cantor famoso? — Perguntou tentando puxar um assunto de forma descontraída, e Jake como estava em outro mundo nem ouviu, só eu e Harvey ouvimos de fato. 

 

     Olhei para o garoto ao meu lado que nem se quer se deu o trabalho de responder, ele realmente não estava ligando a mínima para isso, então eu apenas respirei fundo sendo educada como a minha mãe me ensinou a ser. 

 

— Sim, eu e esse menino do seu lado somos! — Falei, sendo bem simples e o motorista parecia intrigado com a minha resposta. 

 

— E esse do seu lado, quem é? — Perguntou casualmente, mas eu senti que tinha um tom de curiosidade diferente em sua voz. — Não querendo parecer intrometido.... é que são raras as celebridades que visitam essa cidade! — Complementou para não parecer tão estranho quanto estava a sua série de perguntas. 

 

— Sou o Harvey! — O idiota  ao meu lado finalmente se manifestou. — Não sou parente deles nem nada, só agregado! — Afirmou o final, me olhando de canto, antes de pegar seus fones e por na orelha, voltando a olhar para o celular. 

 

— Ah! Entendi, e a senhorita, qual é o seu nome? — Perguntou e usou um tom diferente para isso, o que me fez sentir algo estranho, não só no tom, como no homem em si. 

 

    Algo dentro de mim dizia para eu não responder o meu nome, ou perguntar como ele sabe quem é o meu pai, sabe que somos filhos e não sabe o meu nome, ou porque, eu realmente senti que no tom que ele perguntou, ele já sabia bem qual era o meu nome. 

 

— Red Cherry...— Falei, apenas porque me senti acuada com o silêncio do ambiente e o homem me olhou novamente pelo retrovisor e dessa vez um pouco da luz da rua refletiu nos seus olhos claros em um tom de azul muito particular. 

 

— Uma cereja vermelha...— Fez um trocadilho infame com o meu nome, o que eu odeio que façam desde que me conheço como gente e me incomodou mais ainda, me deixando sem jeito. — Desculpa, você deve tá me achando inconveniente com essas perguntas, é que...— Ele parou de falar como se pensasse. — A muitos anos atrás, eu conheci uma garota parecida com você! — Afirmou, dando um meio sorriso. 

 

     A forma como aquela frase soou não me agradou, a forma como aquele homem sorriu não me agradou, o sorriso dele parecia tendencioso demais, quase como se ele tivesse comentado essa semelhança de uma forma maldosa, o que fez uma coisa estranha apertar o meu estômago em forma de desconforto. 

 

      Era estranhamente desconfortável a forma como ele me olhava a cada segundo pelo retrovisor e o sorrisinho que carregava nos lábios, mas eu não sabia como dizer para ele que aquilo estava me incomodando, eu não queria parecer uma pirralha cismada com tudo e mimada, porém, algo muito forte me faz sentir mal com os olhares dele. 

 

— Ela foi minha namorada...— Ele continuou falando e eu apertava minhas mãos uma na outra em nervosismo e incomodo. — Mas ela me largou... foi triste. — Lamentou e eu não sei porque ele começou a contar a sua história, mas pelo visto ele estava empenhado em fazer. — A gente ia casar, ter filhos, mas aí, do nada ela decidiu que não me amava mais, que amava outro... foi terrível...— Contou, e o olhar dele no retrovisor parecia mudar a cada vez que olhava novamente, me deixando muito mais agoniada. — E sabe qual é a parte doida? — Perguntou e eu não me mexi, nem respondi. — Ela me trocou pelo meu irmão.... meu próprio irmão...— Confessou dando uma risada sem vontade no final e olhou novamente para o retrovisor, com a íris dos seus olhos mais escuras do que antes. — É impressionante como você lembra ela...— Afirmou, falando cada palavra de uma vez.  

 

     E a minha única reação naquele segundo, foi esticar a minha mão para o lado e pegar a mão de Harvey, que me olhou como se eu fosse uma completamente maluca por ter tocado nele. 

 

— Sinto muito... espero que meu namorado aqui nunca me troque assim...— Falei me referindo ao Harvey, que tirou os fones de ouvido e me olhou como se eu tivesse 7 cabeças e eu praticamente implorei com os olhos para que ele entrasse no maldito personagem que acabei de criar. 

 

— Vocês namoram? — O homem perguntou e eu assentiu no mesmo instante olhando para o Harvey que olhou para mim e depois para o motorista. 

 

     Por favor garoto, não seja burro agora, diz sim, apenas diz sim... 

 

— Sim! — Harvey confirmou e eu quase dei graças a Deus por ele ter entendido os meus olhares uma vez na vida. — Quando eu falei que sou agregado foi nesse quesito! — Me olhou com um sorriso forçado, quase como se quisesse me esganar por esta envolvendo ele nisso. 

 

— Ah, você é um garoto de sorte, ela é uma jovem muito bonita! — O homem comentou e eu olhei sugestivo para Harvey, só para ver se ele percebia.

 

     E apesar de ser um idiota a maior partes das vezes, Harvey parece ter percebido e olhou para o motorista de forma séria, enquanto eu ainda segurava sua mão apertando seus dedos. 

 

— Eu estava contando para ela sobre a minha história de amor frustrada! — O homem voltou a falar sobre isso e parecia que ele realmente só queria falar sobre essa história do passado o tempo todo, ele parecia ter muita vontade, até em seu tom de voz.

 

— Que história? — Harvey perguntou com um tom de voz sério e chegou para perto de mim, sentando literalmente grudado. 

 

— Da minha noiva que me largou, sem mais nem menos...— Começou a dizer e eu olhei para Harvey, que olhou para mim. — Ela e eu éramos muito apaixonados, fazíamos loucuras de amor um pelo outro o tempo todo, e aí do nada, ela já estava noiva de mim, pensávamos em ter filhos, mas fui traído... pelo meu próprio irmão....— Contou novamente, com mais ênfase agora. — Eu não fiquei com raiva dela, sabe? Todo mundo torcia contra nós, até uma ex linda e doidinha minha apareceu para falar mal de mim, foi desleal....— Disse antes de soltar uma risada fraca e roca. — Comentei que a sua namorada, lembra ela quando era mais nova! — Disse olhando para mim pelo retrovisor novamente, o que me fez apertar mais ainda a mão de Harvey. 

 

— Existe milhares de garotas loiras por aí, mas não igual a Red! — Harvey falou e eu olhei para ele, que me olhou com um meio sorriso forçado a princípio, mas o desfez me olhando de cima a baixo. — Ela é única, ninguém chega nem perto do que a Red é...— Afirmou usando todo o seu incrível dom de atuação. 

 

     Realmente os cinemas estão perdendo um grande ator aqui, pois por 2 segundo, se eu não conhecesse o Harvey, eu falaria que ele estava sendo sincero no que falou. 

 

— Vocês fazem um casal bonito! — O homem disse e eu tirei meus olhos de Harvey olhando para frente. — Vou da um conselho para você, Harvey! — O motorista disse o nome dele, quase como se o conhecesse, e Harvey o olhou. — Não seja idiota como eu fui, jamais deixe uma garota dessas escapar, nem que para isso você tenha que prender ela! — Ele riu no final da frase, como se fosse uma piada. — Que curioso também, você lembra como eu era...— Falou entre risos. — Olhar para você é como olhar para mim...— Olhou para Harvey pelo retrovisor e um silêncio se fez por alguns segundos longos. — Chegamos! — Exclamou me assustando levemente e olhei vendo os portões do castelo logo à frente. 

 

     Confesso que me senti aliviada de chegar em casa depois dessa viagem horrivelmente estranha com esse cara de olhar bizarro e história confusa, sei que ele não falou nada demais para mim, mas a forma como ele dizia as coisas, e me olhava pelo espelho retrovisor me fez sentir como se estivesse sendo tocada pro ele, apenas pelos olhar, acho que nunca vi alguém com olhos tão intensos e significativos em toda a minha vida. 

 

      E espero nunca mais ver. 

 

     Assim que o carro entrou nos jardins enormes do castelo eu me sentia mais aliviada por está prestes a sair daquele carro e finalmente sair da mira dos olhares daquele homem. 

 

      O carro parou diante a frente da casa e eu não esperei nada para largar a mão do Harvey e abrir a porta, saindo e indo para os primeiros degraus da entrada, onde eu já considerava seguro e parecia que uma corrente elétrica tinha passado pelo meu corpo. 

 

— Red! — Harvey saiu, vindo até a mim, e eu olhei vendo Jake sair também, mas ainda com os seus  olhos no jogo. — Você está parecendo um papel de tão pálida...— Comentou nada sútil e eu olhei para trás dele, vendo o homem sair do carro para pegar nossas malas, ainda com o boné tampando metade do seu rosto, o encarei enquanto tirava as primeiras malas. 

 

— Obrigada, você foi um ótimo namorado de mentira. — Agradeci em voz baixa, só para ele ouvir, antes de subir os outros degraus, indo até a enorme porta de entrada e tocando a campainha que tinha ao lado. 

 

    Obviamente alguém viu a gente chegando quando abriram o portão principal, mas eu queria que alguém abrisse logo a porta para eu entrar e esquecer o que vivi nesse carro. 

 

— De nada? — Harvey disse em tom de sarcasmo e eu me virei para ele, mas acabei dando de olhos com o homem que deixava as últimas malas nos primeiros degraus, ele tinha conseguido tirar bem rápido as centenas de malas que havia ali, quase como se tivesse presa. 

 

— Foi um prazer conhecer vocês! — O homem disse, ainda com o boné tampando metade do rosto e eu desci um degrau, ficando bem próxima de Harvey, apenas por ainda não gostar da presença desse cara aqui. 

 

      Não como se Harvey fosse me proteger de alguma coisa, mas as estatísticas diz, todas as estatísticas dizem, que homems tendem a não assediar meninas que estão acompanhadas dos namorados, no caso, o Harvey estava fazendo essa função, homens se incomodam muito mais com a integridade de outros homens do que com a das mulheres em si, é ridículo e risório ainda mais nos tempos que estamos vivendo, mas ainda era assim, pelo menos nisso o mundo não evoluiu nada. 

 

      A presença do Harvey afastava o homem estranho, por isso me aproximei, por isso fiz aquela cena no carro, Harvey pode me irritar, me deixar com ódio da cara dele, com nojo da sua presença, mas eu não tenho medo do Harvey.

 

    Não como fiquei com aquela homem. 

 

     Ele entrou no carro, fechando a porta e o vidro do seu lado, no mesmo instante que Jake subiu os degraus e  finalmente tirou seus olhos do jogo e olhou para mim e para Harvey que estávamos literalmente grudados um no outro olhando para o carro, e meu irmão fez um cara extremamente confusa. 

 

     E parecendo que ao mesmo tempo que o carro começou a andar, a porta atrás de nós abriu, o que fez eu e Harvey nos virar para olhar e estavam lá, Venus, Pattie.... e Lion. 

 

     Olhei para Harvey, que olhou para mim e só aí eu notei por mim que estávamos a menos de centímetros um do outro, uma distância socialmente inaceitável para pessoas que não queiram se beijar, ou algo do tipo. 

 

     Dei um passo para trás, demorando um tempo ridículo para isso e tentando disfarçar, mesmo que os olhares confusos e completamente perdidos daqueles em volta entregassem como aquela cena era no mínimo estranha, já que eu e Harvey nos odiamos. 

 

     Eu poderia começar explicando o porque de eu está tão perto dele assim, mas eu sentia que se começasse a explicar demais eles iam começar a perguntar....

 

     Por que ela está se explicando demais? 

 

     Então resolvi ficar apenas calada, antes de pigarrear e me virar com um grande sorriso, indo abraçar a vovó Pattie, que apesar da cara de confusa, me deu um grande sorriso e me abraçou de volta. 

 

— Como está vovó? — Perguntei a abraçando forte e ela retribuiu o carinho dando aquele abraço de avó que só ela sabia. 

 

— Estou ótima querida, como foram de viagem? — Perguntou e eu desfiz o abraço. — Só faltavam vocês três chegarem! — Me afastei um pouco para olhá-la e notei que só Venus estava ali, Lion havia saído enquanto eu abraçava a Pattie. 

 

     Droga, ele já deveria está desconfiado do que aconteceu ontem e agora mais essa, pior que dessa vez eu nem poderia jogar a culpa em cima do idiota do Harvey, realmente fui eu que me aproximei. 

 

      Eu preciso falar com o Lion e explicar tudo para ele, não quero que fiquemos brigados, ainda mais por alguém como o Harvey, que significa nada, nadinha, absolutamente coisa nenhuma para mim. 

 

— Longa, mas foi tudo bem! — Afirmei e olhei para Venus que estava encostada na porta me olhando de um jeito significativo. 

 

     Do jeito que conheço a minha prima, já até sei o que significa esse olhar. 

 

— Eu estou exausta, uma viagem enorme e um fuso devastador! — Venus comentou em suspiro. — Acho até que tô tendo alucinações! — Comentou em um tom docemente sarcástico que só eu conhecia e eu queria chutar a bunda magrela dela por essa sútil alfinetada. 

 

— Mãe! — Tia Jane apareceu na porta com um olhar ansioso e eu acenei para ela que me deu um breve sorriso antes de voltar ao olhar ansioso. — Eu acho que esqueci algo em Toronto! — Comentou em desespero que Pattie deu uma leve risada. 

 

— Vamos conferir, qualquer coisa pedimos para alguém pegar! — Pattie disse de forma calma, dando uma bela sugestão eficiente para o desespero da Jane. — Sejam bem vindos meninos, se sintam em casa! — Ela disse antes de as duas entrarem juntas, deixando eu, Venus, Jake e Harvey na grande porta. 

 

— Vamos Harvey...— Jake disse e eu olhei para os dois, enquanto Jake me olhava ainda como se eu fosse uma louca, enquanto entrava pela porta, e Harvey, bem, ele só me olhou calmamente enquanto passava por mim. 

 

— Vai começar a explicar agora? — Venus perguntou com os olhos piscando em curiosidade e eu a olhei sem entender. — Vai se fazer de desentendida, sei.... mas não sei se isso vai ser suficiente para o Lion! — Comentou e eu sei bem que não. 

 

     Que droga...

 

— Eu vou explicar para vocês dois depois, pode ser? — Pedi com uma voz manhosa e Venus assentiu me abraçando de lado e me puxando para dentro junto com ela. 

 

        Eu estava cansada do voo, do caminho até aqui que foi tenso demais, minha cabeça estava estourando, eu só não queria morrer em justificativas agora, mas eu vou depois, acho que Lion mais do que ninguém merece saber o que aconteceu, ou melhor, não aconteceu, e ele precisa saber que não aconteceu nada. 

 

— Aí Jane, para que tanta coisa, meu Deus! — Pink reclamou mexendo nas centenas de caixas que estavam no hall de entrada e eu olhei tudo chocada. 

 

— Eu tinha muitas coisas em Toronto, e como estou de mudança para ca por tempo indefinido! — Ela sentou no chão do lado de Joanna que dobrava algumas roupas. 

 

— Eu fico muito grata por você ter vindo né ajudar a cuidar deles! — Pattie disse com um enorme sorriso feliz para Jane, que retribuiu isso. 

 

— Apesar de, eu, achar que eu daria uma ótima ajuda também! — Joanna falou mexendo os ombros e Jane riu levemente abraçando a irmã mais nova dela de lado. 

 

— Eu tenho certeza que sim! Mas a questão aqui é que você só tem 19! — Jane disse analisando o que com certeza foi o critério usado por Pattie. — Você ainda vai ao colegial, junto com todos eles, não acho que vão te obedecer! — Foi clara e Joanna assentiu concordando no final. — Na realidade não sei nem se eles vão me obedecer, mas não custa tentar! — Mexeu os ombros e Pattie concordou com ela. 

 

— É, de todos os filhos, a Jane era a única realmente disposta a vir para cá e me ajudar, eu adoraria cuidar de todos sozinha, mas a idade e a dor nas costas não me permitem, e Jazzy correu quando insinuei o convite! — Comentou, fazendo a gente ri, imaginando exatamente a tia Jazzy fazendo isso. 

 

— Tem mais alguma coisa para pegar? — Jon apareceu na sala, falando com Pattie e atraindo os olhares meus e da Venus. 

 

       Ter um crush platônico em um tio, quem nunca né? Ainda mais quando ele parece um príncipe de filme de natal, todo educado, fofo, gentil e gato, muito gato. Sabemos ambas que não temos chance alguma com Jon Green, mas, acho que é exatamente isso que faz a gente ter esse "crush" secreto nele. 

 

— Malas na porta! — Pattie disse com um doce sorriso para o filho que apenas assentiu sem expressão nenhuma antes de sair indo em direção a porta, passando por mim e por Venus no caminho. 

 

      A falta do sorriso contagiante de Jon me fez franzi a testa confusa, o pior é que acho, que ninguém além de mim notou que ele estava levemente diferente do que costumava ser antes...

 

— Ainda não falou com ele né? — Venus perguntou em voz baixa só para mim, se referindo ao Jon. — Sobre o lance da piscina, porque ele não contou a verdade, já que ele foi o único que viu mesmo. — Olhei brevemente para trás para ver se ele não estava voltando.

 

— Aconteceu tanta coisa depois, tipo muita coisa, não tive tempo de perguntar, mas com certeza é algo que vou fazer depois, o Jon sempre foi tão verdadeiro, não faço ideia no que deu nele! — Comentei em voz baixa e disfarcei quando ele voltou.

 

— Ei vocês duas! — Pink chamou a nossa atenção e olhamos para ela. — Podiam ajudar aqui também né? — Falou em relação as caixas de Jane e eu olhei para a Venus, e assentimos juntas caminhando até elas e aquelas caixas cheias de coisas. 

 

 

 

      Jupiter Parker,Point of  Views. 

 

                            05:40 p.m. 

 

                   16 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

 

    Tirei meus olhos do meu desenho, quando Harvey e Jake entraram pela porta da sala e foram diretamente cumprimentar Spike e Kyle que estavam sentados não muito longe de mim. 

 

    E finalmente o circo estava montando, os últimos que faltavam chegar estavam aqui e eu não vejo a hora de ir embora. 

 

      Voltei a olhar meu desenho, mesmo sentindo a presença de Jake se sentando ao meu lado e colocando seu braço intrometido em volta do meu pescoço, o que me fez tirar os olhos do meu desenho novamente. 

 

— Sentiu minha falta, Ju? — Perguntou, me dando um sorriso galanteador e eu queria tanto mandar essa garotinho ir a merda de todas as formas possíveis, mas por incrível que pareça, ele é o mais leal a mim, então não posso chuta-lo.

 

    Não agora...

 

— Claro, senti falta de todos vocês! — Olhei para Kyle e Spike no outro sofá e eles riram com a minha afirmativa. — Todos do lado B para ser exata! — Olhei para Jake, com um sorriso sem mostrar os dentes e ele pareceu sem jeito pela minha resposta. 

 

— Incluindo eu? — Harvey falou, parando diante de mim e eu o olhei de cima a baixo, com um olhar simples. 

 

— Harvey, nem te vi aí, você quase passa despercebido vestido igual a um bad boy malvado, todo de preto e com tatuagens! — Comentei com sarcasmo e os meninos riram, na verdade eles riem e concordam com tudo que eu falo, pelo menos dessa bajulação eu não posso reclamar. 

 

— Vou levar como um sim! — Harvey mexeu os olhos indo para o outro sofá sentar com os meninos e por alguns instantes esqueci do mosquito que estava atormentando a minha orelha direita. 

 

— Então, Jupiter, como se sente estando agora morando com o Lado B, em uma casa sem regras! — Falou dando ênfase e eu juro que não entendi o final, então apenas fiz uma cara de confusa. — O que? Acha mesmo que alguém aqui vai obedecer a Jane? A Jane? — Disse o nome dela de novo e eu ponderei rindo. — Vai ser só a vovó para tomar conta de nós, e sabemos como ela já tem idade, não vai realmente conseguir, não dos mais velhos...— Analisou e Jake não estava errado no final. 

 

— Mas então vocês querem transformar isso aqui em  Spring Breakers? — Foi uma pergunta retórica e idiota, não era para ninguém responder que sim, mas eles riram, o que me deixou levemente tendenciosa a acreditar que sim. 

 

— No mínimo vamos nos divertir muito juntos! — Garantiu me olhando de cima a baixo e eu quase levantei para ir buscar uma chupeta para o bebê. 

 

— Você tem 14 anos, qualquer festa adolescente você não vai entrar! — Comentei só porque vou fazer 16 em breve e aí sim eu vou poder entrar nas festinhas adolescentes junto com os mais velhos. 

 

— É nisso que você se engana! — Jake riu, tirando o braço de volta de mim e indo até Kyle, enquanto ele e Spike riam como se tivessem ganhado milhões de dólares. — Diga olá, para um Jake de 16 anos! — Pegou algo na mão do Kyle e esticou para eu ver, mas precisei levantar do sofá e caminhar até eles para ter certeza no que meus olhos estavam vendo. 

 

— Um identidade falsa...— Murmurei sem emoção alguma diante da euforia deles e realmente esses três são quase como crianças, estão felizes por causa de identidades falsas. 

 

— Isso vai fazer a gente entrar em todas as festas adolescentes nessa cidade! — Spike disse como uma felicidade extrema e eu cruzei os braços realmente não acreditando nisso. 

 

— Ou que vocês sejam detidos por falsidade ideológica! — Contei o óbvio, sem achar um pingo de graça e Harvey riu achando graça da situação, enquanto os três patetas na minha frente me olharam indignados. — O Spike até passa com 16, já que tem 15, mas o Jake, teria que forçar muito, além do Kyle que tem 12, é querer brincar muito com a inocência das pessoas, e sem contar o fato de que em qualquer detector de PDG isso aí vai como falso! — Pontuei tudo, com a maior calma do mundo, como se estivesse falando com crianças de 5 anos e eu sinto as vezes que estou. 

 

— Mas é aí que tá! — Jake disse se aproximando de mim e me entregando o documento. — Foi o spike que fez, isso aqui é oficial! — Falou e fez um gesto para eu virar e olhar o sensor de PDG. 

 

     O sensor de PDG, nada mais é do que uma parte da nossa carteira de identidade que prova a veracidade dela, é quase impossível falsificar, quase, porque obviamente em um mundo com jovens espertos e tecnologia, eles sempre dão um jeito, sendo que não teria como esses três idiotas...

 

— O que? — Parei meu raciocínio ao ver o sensor de PDG de forma impecável. — Como? — Foi a única coisa que pensei enquanto encarava aquilo para tentar achar alguma falha, mas realmente parecia ser um sensor PDG legítimo. 

 

— Eu fiz muitas coisas nos últimos meses, algumas amizades on-line....— Spike falou de forma sugestiva e eu olhei diretamente para ele, esperando que elaborasse mais do que aquilo. — Eu fiz amizades na internet, amizades muito interessantes...

 

     Se esse garoto estiver falando de algo do submundo da internet eu vou ter um colapso aqui e agora, porque não é só pelo fato do submundo da internet agora ser algo mais ilegal do que foi a anos atrás, tipo, qualquer pessoa que entra lá,  automaticamente estar para a lista de maiores procurados pela polícia da internet, e isso nos dias atuais é algo pior do que ser procurado pela CIA. 

 

— Eu comprei! — Spike disse, começando a ri da cara que eu fiz. — Relaxa, eu não tô no submundo não! — Disse e os outros dois riram juntos. — eu comprei por muito caro, gastei toda a minha mesada nisso, e os dois aí também! — Complementou e eu me senti mais aliviada por isso. 

 

       Não que eu me preocupe com o Spike ser caçado como um criminoso na internet, mas seria muito bom não ter nenhum ligação com alguém que será caçado como criminoso na internet, não quero manchar a minha imagem de boa moça, nunca, em hipótese alguma, eu posso da brecha para alguém fazer isso com meu nome. 

 

       O assunto acabou quando Pattie entrou na sala junto com todos os outros que sorriam e estavam muito felizes, todos juntos, e eu quase senti que pudesse vomitar no tape caro que aquela sala tinha, mas apenas me sentei ao lado de Kyle, já sabendo que iria vir algum discurso meia boca de Pattie dando boas vindas ou algo assim. 

 

       Eu mal podia esperar para o discurso de despedida, onde Pattie vai sentir muito por ter que nos mandar de volta, mas vai sentir muito mais por ter confiado a Red Cherry um dia, e aí ela vai criar um mágoa terrível da neta e nunca mais querer vê-la novamente...

 

      Quase consigo imaginar a cena e os diálogos, são quase música para os meus ouvidos, nunca estivesse tão ansiosa para algo quanto estou para o momento de ir embora e toda a culpa disso cair sobre a minha priminha Red Cherry. 

 

— Certo....— Pattie disse e todos ficaram em silêncio para ouvi-la. — É muito bom ter todos vocês aqui, hoje é um dia feliz para mim e para Jane! — Pattie puxou a filha para perto dela e Jane deu um sorriso tenso. — Nós juntas vamos fazer o possível para cuidar bem de vocês, para unir essa família novamente, então eu peço que vocês respeitem a Jane como a autoridade que ela tem nessa casa, mas também a tenham como uma amiga que podem contar tudo! — Disse e eu senti vontade de ri, gargalhar na verdade.

 

      Jane com certeza não manda em nada e não tem nenhum pulso para isso, não sei como as duas acham mesmo que isso vai da certo, mas ok, quanto mais fácil causar o caos melhor. 

 

— Eu vim para ajudar, vocês e a minha mãe! — Jane disse para todos. — Eu era um bebê quando essa família se uniu pela primeira vez, mas eu estava lá, eu sou da antiga geração apesar de parecer ser da mesma que vocês! Porém se precisarem de conselhos jovens eu também sei da! — Falou e eu olhei Jane de cima a baixo. 

 

     Eu acho ela tão sem sal. 

 

      Loira, olhos claros, alta, cabelos longos, branca, sorriso bonito, roupas de como se tivesse saído de uma comédia romântica e estudante de direito, ela parece a Pattie versão pré adulta, porque Jane tem 23 anos, não é de fato uma adulta ainda. 

 

       Ainda não acredito que ela largou um apartamento em Toronto, uma faculdade lá, para se transferir para o Quebec apenas para ajudar essa ideia maluca de Pattie. Pelo o que sei a Jane morava com o noivo no apartamento, um caro bonitão, com cara de cafajeste galanteador chamado Dan de 30 anos, que está fazendo doutorado em advocacia na mesma faculdade que ela. 

 

       Resumindo, Jane é sem sal e chata. 

 

 

— Sabe, lembrar de anos atrás me fez pensar em uma coisa. — Pattie disse parecendo analisar uma situação em sua cabeça. — Vamos fazer uma apresentação, para todo mundo se conhecer! — Disse o que pensava e eu realmente tive que segurar a risada. 

 

      Tadinha, já está caducando...

 

— Mas a gente já se conhece...— Spike disse sem entender e eu queria avisar que a idade avançada faz os idosos começarem a caducar assim mesmo é extremamente normal, irritante? Sim, mas normal. 

 

— Não, vocês não se conhecem, muitos de vocês nunca trocaram mais do que 3 palavras! — Afirmou e pior que ela não estava errada. — A apresentação é só uma forma de falar brevemente sobre si, vamos começar realmente do zero aqui! — Disse com um breve sorriso e absolutamente ninguém teve coragem de questionar. — Vamos começar então pela a mais nova! — Ela disse animada com isso e eu sentia que iria dormir na metade. — Mauve! — Chamou a pequena, que se levantou um pouco envergonhada e foi até a avó. 

 

— É para fazer o que? — Ela murmurou para a Pattie mas todos conseguiram ouvir claramente. 

 

— Fala um pouco sobre você, seu nome, idade, de onde veio, coisas que gosta...— Pattie explicou e a pequena menina pareceu entender o que ela quis dizer. 

 

     Pattie e Jane deram espaço para a Mauve ficar sozinha no centro da sala e todos ficaram esperando que a mais nova de nós começasse a falar de uma vez.

 

— Meu nome é Mauve Dange, tenho 5 anos, nasci na Inglaterra, meus pais são a Coral e o Alex, meus irmãos são o Spike e a Dana! — Disse detalhando e eu deitei minha cabeça no ombro do Spike, realmente pronta para dormir a qualquer segundo. — Eu gosto de tudo, de flores, de desenhar, de dançar, e principalmente cozinhar! — Pontuou e não é como se não soubéssemos de tudo isso o tempo todo. 

 

     A Mauve realmente é uma criança de 5 anos, doce e sociável com todo mundo, gostamos de dizer as vezes que ela é uma versão menor da Dana, pois as duas parecem absurdamente boas no quesito de se da bem com todo mundo e todos, quase como as mensageiras da paz ou algo do tipo. 

 

— Ela sabe fazer bolos, com 5 anos, eu comia terra com 5 anos! — Jane exclamou ao fundo e Mauve assentiu animada. — Ela é o orgulho da Jazzy! — Mexeu os ombros e isso todos tinham que concordar, só por esse amor por cozinhar e vontade de fazer mil coisas ao mesmo tempo fez ela se tornar a sobrinha favorita da Jazzy. 

 

      Ela ganha os melhores presentes. 

 

— Obrigada Mauve..— Pattie agradeceu e a menina voltou a se sentar no sofá. — Agora é o Anthony! — Pattie disse e o menino tímido de cabelo black levantou, quase sumindo em si próprio e essa cena toda de apresentação era ridícula. — Quando quiser...— Falou dando tempo a ele que assentiu, ficando alguns segundos em silêncio antes de começar a dizer em fim. 

 

— Sou Anthony, tenho 6 anos, meu pai é o Jaxon e a minha mãe é a Marie, sou irmão da Faith, nasci na África do Sul. — Ele disse cheio de vergonha e eu realmente quase nunca escuto a voz dele, na maioria das vezes é a Faith tagarelando por ele. — Eu gosto de muitas coisas.... na verdade gosto de tudo que a Faith gosta, ela pode contar melhor...— Se virou para Pattie ao dizer ao final e eu realmente quase ri agora. 

 

       O Anthony é tão grudado a sua irmã mais velha que ele realmente faz tudo que ela quer, ele não tem personalidade tadinho, além de viver com ela e com as outras duas mais novas o tempo todo para absolutamente tudo, da até pena dele as vezes, parece nem que tem vontade própria. 

 

— Pode ser eu agora? — Faith perguntou já querendo levantar para ir até o irmão, mas Wendy levantou primeiro. 

 

— Se é ordem do mais novo para o mais velho eu sou mais nova que você! — Wendy disse para Faith e foi por conta própria para o lado de Anthony se apresentar, eu amo a personalidade dessa menina. — Eu sou a Wendy, tenho 6, falta pouco para eu fazer 7, nasci na Coreia do Sul, minha mãe é a Rose e o meu pai o Patrick, eu amo robôs, tecnologia em geral, eu construí um robô e ele veio comigo, depois posso apresentar ele para vocês! — Disse com orgulho e eu dei um meio sorriso. — Eu sou a pessoa mais inteligente dessa casa, e não é me achando, mas a minha mãe é a Rose, acho que não preciso dizer mais...— Deu um leve sorriso e assenti de leve. — E adoro a Jupiter! — Confessou acenando para mim e eu mandei um beijo para ela, antes que andasse para se sentar. 

 

    Ah minha nini soldadinha robô, o fato da minha mãe Hazel ser muito próxima da tia Rose, além de ela morar na Coreia do Sul que é muito perto do Japão, eu quase sempre vejo Wendy e a família dela, mais as vezes do que vejo outros parentes e é um prazer servir de inspiração para uma criança tão inteligente, Wendy gosta de mim porque por tempos eu fui a única parente que ela viu, apesar de passar muito tempo com Faith, Mauve e Anthony por terem idades próximas, eu sei que com essa nini gênio eu posso contar se precisar um dia, tipo para usar algo tecnológico ao meu favor, ela é quase como minha máquina surpresa. 

 

— Agora é sua vez Faith! — Pattie disse e a menina de cabelos cacheados, pele negra e vestido rosa levantou saltitante, indo até o lado do irmão, que ainda estava parado no mesmo lugar apenas a esperando. 

 

— Sou a Faith Bieber, tenho os mesmo pais que o Anthony, nasci no mesmo lugar, mas sou mais velha tenho 7 anos! — Começou dizendo, com uma atitude legal, mas me lembra vagamente uma certa criança que arruinou minha infância, não que ela seja o diabo igual, mas era tão estonteante quanto. — Gosto de balé, eu vou ser uma grande bailarina um dia, além de cantora é óbvio, serei a proximo Beyoncé! — Exclamou se achando e era dessa parte aí da petulância que eu estava falando. 

 

        Se eu fosse definir um dos lados para essa pirralha de cabelos cacheados se encaixar seria claramente o Lado A, ela respira a Áurea da Red Cherry, além de ficar bajulando ela o tempo todo, tão nova e tão alienada tadinha, enfim, não ligo para a existência dela nem do irmãozinho bobinho, são criança insignificantes. 

 

— Próximo...— Pattie disse e vi que Kyle se escondeu discretamente atrás de mim na intenção de que Pattie não o visse ali para o obrigar a pagar esse mico. — Kyle, eu ainda consigo te ver! — Ela acabou com a tentativa dele de se esconder e eu tive que ri disso. 

 

      Kyle levantou contrário e foi até o centro, o que quase fez Spike ter uma crise de risos ao meu lado, mas ele se segurou bastante e confesso que eu também, aí essa porra é ridícula demais por Deus....

 

— Sou Kyle, tenho 12 anos, nasci na Alemanha, minha mãe é a Blue e meu pai o Noah...— Falou quase rastejando tudo aquilo e eu queria enfiar a cabeça em um buraco por ele, de coração. — Gosto de videogame e futebol, eu realmente sou bom, jogava em um time na Alemanha até ser forçado a vir para cá...— Disse deixando o clima desconfortável e eu prestei atenção, porque agora estava ficando bom. — Bom, espero que eu ache um time bom aqui também, já que é a melhor coisa que sei fazer, porém descobri que aqui eles valorizam o Hockey, ou seja eu me f...! — Forçou um sorriso nada feliz e nem se deu o trabalho de completar a frase, apenas saiu e voltou para se sentar o meu lado. 

 

       Mandou bem pequeno Kyle....

 

      Gosto do Kyle, ele só é uma versão mais econômica e pé no chão do Jake, e não é piada, ele realmente se espelha no Jake para tudo, menos para o temperamento, já que Kyle gosta das piadas, do lado mal da força, mas na verdade ele largaria isso tudo para jogar futebol, gosto dele ter dado a cara para ficar do meu lado quando todos achavam super que ele iria para o lado da Red já que tinha um crush nela até sei lá, ano passado? 

 

— Sou eu! — Dana levantou em meio ao clima tenso e por livre e espontânea vontade, essa garota me surpreende a cada dia. — Meu nome é Dana, tenho 13 anos, sou irmã do Spike e da Mauve, então também sou filha da Carol e do Alex! — Ela nem precisava dizer essa parte porque com certeza ela é idêntica aos pais, tipo uma cópia e uma mistura deles. — Eu gosto de moda, como a minha mae, sei costurar, faço roupas para todos se quiserem, e eu realmente estou muito feliz de está aqui com todos vocês! — Disse alegre o final e era até um pecado alguém não gostar da Dana. 

 

     Apesar de parecer a própria reencarnação da pomba branca da paz, a Dana não é forçada, ela realmente gosta de todos aqui e demostra isso, quando toda a merda aconteceu comigo a 8 anos atrás, a Dana tinha 5 anos, e ela mesmo com aquela idade ela foi até a mim, falou comigo, tentou me alegrar, mesmo ela ainda falando com a Red e gostando dela também, a Dana é a única dessa família que não separar e diferencia. 

 

       Então é a única que merece um desconto. 

 

        Por isso Dana é a única pessoa que transita entre o lado B e o lado A, nem Spike, apesar de ele não suportar o jeito da irmã, nem ele consegue dizer realmente algo ruim sobre Dana, ela sempre, sempre mostra o melhor para as pessoas, ela me deu o melhor quando eu estava no poço e não foi de forma forçada. 

 

     A Dana realmente é o ponto de paz aqui, mas não é só porque a considero que saio confiando, ela transita entre os lados, trás informações de lá para cá, mas nunca leva, não informações verdadeiras, as coisas de fato ela nunca saberá, exatamente por ter um coração tão bom. 

 

— Obrigada Dana! — Pattie agradeceu e apenas se virou na direção do sofá. — Matteo! — Falou e o menino tímido usando óculos se levantou e foi até o centro. 

 

     O que atraiu riso dos três meninos sentados no mesmo sofá do que eu, Pattie os olhos tentando retraí-los, mas era sempre assim, eles zoavam o Matteo o tempo todo e eram piadas até pesadas, eu não ligava, o Matteo era o tipo que pregava o correto mas estava lá lambendo a Red Cherry. 

 

— Meu nome é Matteo, tenho 14, sou filho da Jessica e do Grey, nasci na Austrália...— Ele falava tudo de uma forma tão tímida que dava vontade de ri, era um nerd bobinho daqueles que da até vontade de jogar um balde de tinta em cima. — Eu gosto de várias coisas...

 

— Menos de se vestir bem! — Jake zombou e eu realmente tive que segurar para não cair na gargalhada junto com os demais no mesmo sofá que eu. 

 

     Era hilário, pode falar.

 

— Jake! — Pattie o repreendeu em voz alta. — Pode continuar Matteo! — Pediu com a voz doce e ele assentiu mais tímido do que antes e isso parecia combustível para Jake, ele poderia provocar o Matteo até ele explodir. 

 

— É só isso, eu ainda não sei algo que goste demais. — Matteo disse acuado e Jake começou a gargalhar como se estivesse diante a um palhaço, o que fez o menino caminhar encolhido até o lugar onde ele estava para se sentar novamente. 

 

    Cutuquei o Jake para que ele parasse, não que estivesse ruim ver aquela cena, mas daqui a pouco iria sobrar para todos e eu já estava segurando demais para não ri. 

 

      Essa implicância toda do Jake com o Matteo chega a ser engraçada no fim, eles nasceram com 10 dias de diferença, com Jake sendo mais velho, eles foram criados juntos quase, porém assim como eu e Red que temos a mesma idade e nascemos próximas, literalmente no mesmo dia, eles não se suportam, e não foi por conta de algo sério igual foi comigo e Red, o lance deles é outro. 

 

     Matteo é o tipo menino nerd que usa óculos, gosta de ler, ver filmes tipo de super heróis e é o único menino do Lado A, tirando o Lion que já sabemos que está ali porque pega a Red, então obviamente ele virou chacota, o Jake é o oposto dele, apesar de eu negar assumir, Jake é bonito, popular, estiloso, tudo que Matteo não é, então o que temos aqui nada mais é do que uma briga entre popular e nerd, só que dentro de casa. 

 

     Eu poderia até afirma, o que Jake faz com Matteo é bullying, já que as brincadeirinhas já passaram de apenas piadinhas algumas vezes, mas era o Jake, se ele não colocasse essa raiva toda para fora em brincadeirinhas nada legais com o primo, ele poderia facilmente sei lá, socar a cara do Matteo por nada, eu sei que Jake faria. 

 

— Nem preciso dizer nada né, Jake? — Pattie disse sugestiva e Jake revirou os olhos se levantando a contra gosto, apenas para acabar com isso de uma vez e dava para ver em seus olhos o quanto ele estava irritado em fazer isso. 

 

— Não que alguém aqui não me conheça, mas sou o Jake Bieber, tenho 14 anos, sou filho do Justin e da Violet, e não, eu não sou igual meus pais...— Revirou os olhos debochando do que sempre ouvia o tempo todo. — Sei que eles são paz, amor, carinho e sei lá o que, eu sei bem fui criado por eles, mas eu gosto de ação, aventura, videogames e principalmente de lutas! — Exclamou com orgulho disso e era esse o ponto. — Eu queria ser um lutador famoso quando ficar adulto, mas meu pai odeia só de ouvir falar em lutas, então eu me contento com o videogames... por enquanto...— Afirmou sugestivo, antes de voltar a se sentar e tinha que ser o Jake para dizer tudo isso de forma arrogante como se tivesse falando com adversários dele. 

 

      Diferente dos pais, Jake é totalmente violento, quando eu citei o lance do Matteo não era brincadeira, Jake tem uma raiva instintiva dentro de si que eu não sei explicar de onde vem mas desde que ele é pequeno isso só vai aumentando, ele ama lutas, acho que seria uma forma de por toda essa raiva e violência para fora, mas o Justin impede de todas as formas, o que resta aos videogames segurarem esse menino, o que eu acho que a cada dia vai ser mais difícil. 

 

       Além de Jake ser apaixonado por mim e leal ao Spike e Kyle, ele odeia a própria irmã, acho que é por conta das mágoas de infância assim como eu, ninguém mais do que ele sofreu com a Red Cherry criança, e no fundo acho que isso ajudou a forma essa personalidade forte e difícil de lidar dele. 

 

     Ficamos esperando a Pattie continuar, mas ela estava com o olhar perdido no nada, quase como se estivesse saído do seu corpo desde que Jake acabou de falar, 

 

— Mãe...— Jane falou com ela, tentando chamar a sua atenção, e Pattie logo voltou a órbita, dando um meio sorriso para todos e tentando disfarçar seu leve momento em outro mundo. 

 

         Confesso que queria saber o que fez Pattie ficar com aquele semblante depois das falas de Jake, mas como sempre, entender alguém adulto dessa família è muito complicado, eles parecem o tempo todo estarem, se negando a algo, sei lá. 

 

— Spike, por favor...— Pattie pediu, de um jeito mais calmo, como se seus pensamentos de segundos atrás ainda rondassem sua cabeça em silêncio. 

 

       Nessa altura negar fazer parte desse showzinho ridículo e desnecessário já não era uma opção, então Spike levantou, a contragosto è claro, não acho que ele estava muito a fim, mas se até Jake foi...

 

      Algo que gosto de pontuar sobre o Spike, è que eu tenho certeza absoluta que ele quer ser melhor do que o Jake, o tempo todo, a cada momento, e não é realmente algo que os outros notem, mas para mim está bem claro, apesar dos dois se darem muito bem, por sinal se considerarem demais, rola uma invejinha velada aí. 

 

       Até porque, quem não queria ser filho de um astro pop super famoso e rico e consequentemente ser muito famoso e rico de volta? Até eu, vou ser sincera. 

 

— Spike, 15 anos, sou irmão da Dana e da Mauve, apesar de não parecer...— Resmungou sem vontade nenhuma. — Eu sei mexer bem com internet, não com tecnologia igual a Wendy.... mas com a internet em si, a minha mãe....— Ele ponderou ao falar da mãe dele. — È uma blogueira famosa, então desde pequeno eu meio que sei mexer, e sou o melhor jogador de videogame dessa família! — Se gabou no final e Jake fez questão de jogar uma almofada em Spike. 

 

— Nem ferrando! — Jake reclamou, e Spike riu voltando para se sentar, mas com a plena certeza de quem sim era o melhor. 

 

     Pode parecer besteira ser bom com internet, mas nos dias de hoje isso te da mais possibilidades de ser bem sucedido e rico do que se você fosse médico por exemplo, tudo è movido pela internet, ela se tornou um meio viável de vida, saber mexer, em todos os âmbitos da internet te torna quase que o próximo gênio bilionário, e Spike è, lembro quando ele recuperou uma conta de uma mulher por mais de 50 mil, ele fez isso em sei lá, 3 horas, apesar de que tia Carol não quer que ele fique preso nisso, ou faça esses trabalhos com 15 anos, mas o Spike não è muito de seguir regras. 

 

      Assim que Spike sentou eu já sabia quem seria a próxima vítima dessa vergonha desnecessária, eu mesma, Jupiter Parker Hall, apesar de querer mandar todos se foderem e não levantar, eu ainda era uma garota calma e legal aos olhos de todos, essa è a imagem que eles tem que ter de mim até o fim, mesmo que eu não suporte ninguém nessa sala e queria que morressem todos. 

 

        Ou pelo menos desaparecessem, um por um....

 

       Levantei, calculando cada passo meu até o centro, lembro quando era criança e odiava falar, eu tinha vergonha, medo, não sei, achava que qualquer pessoa poderia brigar comigo, ou não gostar de mim, eu era a criança mais tímida do mundo, eu tinha tanto medo das pessoas, e nem todo o meu silêncio e jeito calmo conseguiu me proteger, no final o que eu precisava ser de verdade, era o que sou agora. 

 

            Tudo na minha vida influenciou o que sou agora. 

 

      Eu falo, mas só com quem me interessa falar e quando eu quero falar, todos sabem que eu não sou mais muda, como me chamavam, eu tenho voz, e todos me acham uma menina comum como qualquer outra, não há nada de ruim para pontuar em mim. 

 

     Isso è porque eles não estão dentro da minha cabeça. 

 

      Todas as frases, expressões, gestos e raiva que eu retrai por todos esses anos dentro de mim, eles meio que criaram vida própria, agora è como se dentro da minha cabeça existisse seres, seres sombrios, frios e ruins, que eu nunca coloquei para fora, e que cresceram aqui dentro a cada coisa que eu engolia, a cada segundo de ódio que eu reprimia, as vezes eu sinto que eles são maiores do que eu, do que a imagem de boa moça que eu quero passar, por isso eu uso a meditação, para controlar eles, os manter dentro de mim. 

 

      Porque eu tenho certeza que seria uma chacina se eles saíssem de onde estão...

 

         Mesmo dentro, sem parecer que existem para quem vê de fora, só eu sei quantas vozes e ecos existem na minha cabeça, como se a cada palavra que eu desse, eles falassem outra coisa, terríveis e macabras coisas, pensamentos ruins, que me madam fazer coisas ruins, o tempo todo. 

 

        Eu não me considero uma pessoa ruim por isso, por ter essas vozes interiores que pensam coisas terríveis, e também não desgosto delas, essas vozes, ter que lidar com elas me  tornou calculista, cada passo, gesto, expressão, fala, tudo em mim è milimetricamente calculado segundos antes para não agir como as vozes querem, e apesar de não parecer, ser a menina boa, vai me levar exatamente para onde eu quero. 

 

     Pessoas cruéis como as vozes dentro de mim são, nunca chegam longe quando demonstram isso em si, mas acho que todos já ouviram a história do lobo em pele de cordeiro, que passou tão despercebido, que acabou por devorar todos os cordeiros sem nem ser notado. 

 

       Mesmo sem desmontar, eu ainda posso acabar com todos dessa família, sem eles nem notarem. 

 

— Sou Jupiter, tenho 15, quase 16, eu moro em Tokyo... morava...— Me corrigi com um breve sorriso. — Eu gosto de desenhar desde pequena, na verdade è a melhor coisa que eu sei fazer, è uma forma de me expressar, de colocar meus sentimentos e dúvidas, como me sinto sobre as coisas...  — Suspirei e aquilo era verdade, desenhar me acalmava, mas não era desenhar flores, e sim dor, eu amava desenhar a dos outros. 

 

      Talvez porque eu já tive muita dor em mim, então eu sei desenhar como ninguém, pessoas sofrendo, sentindo dor, angústia, desespero, isso me calma.... ver pessoas desse jeito, tão vulneráveis, com medo, com dor.... è como se.... eu fosse maior do que elas, porque eu não sinto medo, nem dor, e eu amo ver isso no olhar dos outros. 

 

     Me acalma saber que sou maior do que todo mundo.  

 

    Como um Deus....

 

      De uma coisa eu não posso reclamar, o fato de eu ser tão quieta, e na minha, faz com que as pessoas não tenham motivo para me odiar, mesmo que estejam do lado ao contrario, eles não me odeiam, porque não tem razão, nunca fiz parte das brincadeiras dos meninos, eu sempre fico de fora, olhando, eles não tem como falar mal de mim. 

 

       Ou seja, eles nunca conseguiriam me culpar por algo de fato. 

 

         E isso è a melhor coisa que existe, imagina, tem 3 culpados de assassinato em uma sala, um deles é uma pessoa irritada com o mundo, que briga e age com grosseria com todos, a outra è uma pessoa metida, que olha só para si mesmo, e a terceira è uma pessoa que sempre foi boa com todo mundo, que ninguém tem do que reclamar. 

 

     De quem você acha que a polícia vai desconfiar primeiro? 

 

     A imagem de pessoa boa, fazem toda e qualquer culpa nunca cair sobre você, mesmo que você mate alguém, ainda assim não vão desconfiar de você porque, nas suas ações, você è uma pessoa legal. 

 

    E essa è a chave do mundo.

 

     Nessa família, eles tem o que eu chamo de favoritismo, eles amam a Red Cherry, mesmo que ela seja uma vadia, se ela matasse alguém, eles ainda não acreditam tão facilmente, porque eles gostam dela por ser filha da Violet e do Justin, que até hoje eu não faço ideia do porque são tão venerados por todos, mas então ela pode ser como quiser e ninguém nunca vai a culpar, sempre vão vir com desculpas para o comportamento dela, nunca vão a considerar uma pessoa ruim.

 

    Ja eu, se eu fosse mesmo que um pouco parecida com o que eu queria ser, com o que eu sou por dentro, eu seria taxada como maluca, a pessoa que pode se revoltar contra todos da própria família. 

 

       A imagem de boa pessoa que eu criei, è a única forma de eu me vingar sem que consigam me impedir, porque mesmo que essa família, toda essa família, mereça pagar por ser uma merda, eles não entenderiam minha revolta, talvez porque eu não nasci do útero da Violet, porque se não eles entenderiam...

 

         È ridículo. 

 

       A minha ideia de família não existe, eles aqui não são nada para mim, nenhum deles aqui, todos morreram para mim gradativamente ao decorrer do tempo, eu só sinto ódio, muito ódio. 

 

    Essa vontade de mostrar para eles, que escolheram a pessoa errada para apoiar, que eu merecia apoio, que eu merecia atenção e amor è o a única coisa que me faz está aqui.... vingança. 

 

     E eles vão pagar cara por isso, por terem visto uma criança boa ser maltratada e não ter feito nada, agora a criança boa, vai acabar com eles, um por um. 

 

— È só...— Conclui, muito mais os meus pensamentos do que minha fala, antes de voltar para me sentar. Eu queria gritar o quanto eu odeio essa família e todos presentes aqui, mas soaria psicopata demais.

 

     Eu não me encaixo aqui, essa família não è nada para mim, eu não sinto amor, nenhum sentimento bom, apenas uma coisa ruim no peito, tão forte que dói, eu queria poder explodir cada um deles, mas eu não posso, seria crime, e o único clime que eu cometeria è de legítima defesa.

 

    Não tem como ser preso por legítima defesa.

 

— Red...— Pattie disse o nome que mais odeio no mundo, e ela levantou, sorrindo simpática para todos e eu só consigo ver a mesma coisa que via quando era criança. 

 

         Uma garotinha cruel, mesquinha e traiçoeira. 

 

— Meu nome è Red Cherry, tenho quase 16 anos, nasci em Los Angeles, vocês sabem que são meus pais...— Ela mexeu os ombros com um meio sorriso e eu só conseguia reparar nos olhos brilhando de Pattie. 

 

       Como eu disse, favoritismos, a filha da Violet e do Justin...

 

— Eu gosto de muitas coisas, mas acho que eu seria uma boa ativista dos direitos humanos e animais, eu gosto muito do que è justo, ajudar as pessoas! — Disse feliz por seus próprios atos. 

 

      Eu fico pensando, será mesmo que a Red acredita nesse personagem que criou? A menina rica que ajuda todo mundo, quase um Hobby Hood, não tem como comprar uma imagem assim. 

 

     Basta analisar, tudo na Red Cherry è um esteriótipos perfeito de alguém querendo bancar uma pessoa legal depois de milhares de merdas que fez na vida. 

 

      Ajudar em ONGs, ajudar pobres, fazer serviços sociais, a Red quer mostrar de todos os jeito o tempo todo que não è a patricinha mimada e infantil que era quando criança, ela quer que todos a considerem uma pessoa nova, que aprendeu com os erros e evoluiu. 

 

      Mas olha bem, a Red, demorou cerca de 3 anos para me pedir desculpas pelo o que fez, só quando disse ter visto e se arrependido, 3 anos depois... ela pediu desculpas para mim, mas todos os outros que ela tratava como merda nunca receberam esse pedido de desculpas, ela não se arrepende de tudo? 

 

     Óbvio que não, a Red não se arrepende de nada, mas ela não quer ser a vilã, por isso mudou, princesas não são pessoas ruins, e acho que ela viu isso com o tempo. Quando criança a Red era exaltada por todas as crianças que queriam ser amigas dela, mesmo sendo uma pessoa ruim, mas sabemos que quando a gente cresce, pessoas com o temperamento tao egoísta e mimado perdem o brilho e se tornam pessoas desprezível aos olhos da sociedade. 

 

    E se você acha que o mundo è seu, a última coisa que você quer è que as pessoas te odeiem. 

 

     Essa è Red, a mesma garotinha que ama ser querida e requisitada por todo, ter todas as atenções e amor, ser a princesa, mas ela aprendeu que adulta, para continuar tendo tudo isso, ela tinha que mudar. 

 

     Vamos lá, o que mudou  em volta da Red Cherry? A família ainda a acha a princesa perfeita, ela tem muitos amigos, todos gostam dela, querem andar com ela, nada realmente mudou, ela só se adaptou aos princípios. 

 

      E è por isso que eu to aqui, para fazer essa máscara cair, por trás de tanto amor, existe uma pessoa ruim, eu só preciso trazer isso dela para fora, e aí mostrar quem è a vilã aqui. 

 

      So assim eu vou ter paz, quando essa família definhar vendo o demônio que cultivaram, e esse demônio è Red Cherry, e eu vou trazê-lo de volta. 

 

— Oi, sou Venus...— Minha irmã começou a falar e eu nem notei que já estava na vez dela, meus pensamentos estavam muito distantes. — Eu sou irmã da Jupiter, acho que è fácil associar pelos nomes.... planetas...— Pontuou e eu me segurei para não revirar os olhos. — Quero ser uma médica, trabalhar com fertilização, da a chance de pessoas serem mães, como foi com as minhas mães! — Sorriu contente com isso. 

 

       As vezes eu chamo a Venus de Judas, a forma como ela realmente nunca ficou do meu lado de verdade, mesmo sendo a minha irmã e sangue do Meu sangue, me enoja como ela baba a Red desde que era pequena, sempre foram amigas, eu tenho certeza que a Venus gosta mais da Red do que de mim, e que preferia ser irmã dela. 

 

    Eu já sofri por isso, hoje, eu realmente preferia não ter irmã também.

 

       Lion levantou, assim que Venus caminhou para se sentar e eu olhei para ele, fixamente para ele e retrai um sorriso. 

 

     Aí Lion....

 

— Meu nome è Lion, tenho 17 quase 18, nasci na Grécia, vivi minha vida toda lá, perdi meus pais cedo, então a minha irmã, a Anne, cuida de mim desse tão! — Contou e todos ali sabem como a vida de Lion e Anne não foi bonita. 

 

       Quando eles perderam os pais, tiveram que viver juntos escondidos do conselho tutelar, porque a Anne ainda era menor de idade, e pelo que corre nos corredores dessa família, Jett ajudou eles, desde que foi para a Grécia e conheceu Anne. Hoje eles literalmente se casaram e Lion entrou para uma enorme família, e parece realmente que ele gosta, já que foi só ele e sua irmã por anos. 

 

— Eu não sei fazer nada... Mas acho que no final eu posso ser como a minha irmã e seguir a carreira de modelo, ou sei lá! — Disse casualmente e era bizarro como ele parecia da em cima de todo mundo da sala com os olhares dele. 

 

       Não sei exatamente se è por ter crescido na Grécia e ter toda essa coisa... sexy em ser da Grécia, mas Lion sempre parece jogar charme para todo mundo, ele è bonito, muito bonito, bonito até demais para uma pessoa comum, e obviamente chama a atenção, e ele parece da atenção de volta, sempre carismático, sorrindo, servindo simpatia e gentileza, igual a miss Universo. 

 

     Eu poderia apostar que ele seria se pudesse...

 

   Mas enfim, não tenho muito o que achar de Lion, apesar de que, conheço ele muito mais do que demonstro. 

 

    O fato de ter um namorico sem sal com a Red Cherry faz ele perder metade da beleza dele, eu juro, mas faz ele ganha algo a mais, a Red gosta dele, nem sei como ela gosta de outra pessoa a não ser si mesma, mas è como se ele fosse o Ken da Barbie, então isso è interessante, a Red toda caidinha por um cara, seria horrível se ele, não fosse tão príncipe quanto ela acha, não è mesmo? 

 

— Os tres, só faltam vocês! — Pattie disse e eu suspirei aliviada por não aguentar mais aquilo e apenas ir comer alguma coisa e me trancar no quarto até amanhã. 

 

      Os trigêmeos levantaram, Pink obviamente com seus cabelos roxos brilhantes se destacava na frente dos outros dois loiros, ela quase não era parecida com a Joanna por conta desse detalhe do cabelo e no piecing no nariz, elas são diferentes, è notório, a Pink è muito intensa e louca, por isso tá do meu lado nessa história.

 

— Sou Pink, não quero que ninguém me chame pelo meu primeiro nome, não gosto muito dele... desculpa mãe! — Olhou brevemente para Pattie que deu uma risada. — Tenho 19, nasci em Toronto, Eu amo organizar festas, sei dançar também, mas as vezes eu só quero ficar em casa e estudar cálculo.... sim Eu sou muito boa em matemática e faço parte da turma avançada e da competição de álgebra! — Disse com orgulho e era muito estranho, a Pink em si era estranha. 

 

    Como ela citou, tem dias que ela usa óculos de grau, cabelos presos, roupas largas e fica estudando ou lendo livro e quase não fala com ninguém, e tem dias, como hoje, que ela veste vestido justos, cabelos soltos, sem óculos e fala com uma atitude impecável

 

     È como se fosse duas pessoas completamente diferentes no mesmo corpo. 

 

    Pelo o que eu ouvi dizer, a Violet já falou que a Pink tem uma condição diferente, ela tem dois modos destintos de ser, mas não è bipolaridade, eles nunca conseguiram constatar o que è, e no fim todos acham que è apenas o jeitinho dela de ser. 

 

      Eu acho incrível a Pink quando está vida louca, porque quando está a quieta dos livros, eu acho que me odeia, já que nunca fala comigo. 

 

— Eu sou a Joanna! — A futura primeira ministra do Canadá começou a falar. — Ao contrário da minha irmã, não gosto muito que me chamem de Yellow, mas è um belíssimo nome! — Reforçou fazendo Pink revirar os olhos. — E sou a mais velha desses três, ou seja mais consciente! — Disse dando ênfase e a postura dela era realmente como se fosse uma candidata a presidente. — Sou muito organizada, sei ajeitar tudo e qualquer coisa, consigo colocar ordem em tudo! — E pior que não era mentira. 

 

       Razão número 1 pela qual Red Cherry adora a Joanna desde criança, è porque a Joanna è a única que conseguiria vencer a Red em qualquer coisa, enquanto a Red tem um QI normal, a Joanna tem um QI de uma verdadeira governante, então desde sempre ela tinha palavras elegantes e jeito forte, e a Red nunca bateria de frente com alguém que obviamente não iria abaixar a cabeça para ela. 

 

     Então se uniram, juntas forma as loiras pé no saco, tipo uma versão genérica e chata de legalmente loiras. 

 

    Todos ficaram em silêncio, esperando o último a falar, o filho do meio dos trigêmeos e era estranho, pois Jon sempre foi muito comunicativo, ele era um garoto que gosta sempre de se divertir, um adolescente típico, além de ignorar esse lance de lado e sempre ficar um pouco com cada um, ele sempre ficava rindo, fazendo piadas, péssimas por sinal, mas nunca calado. 

 

— Jon? — Joanna falou com ele que respirou fundo parecendo ter ouvido e nenhuma expressão diferente surgiu no seu rosto. 

 

— Sou o Jon.... no momento não gosto de nada, mas faço parte do time de futebol americano, se isso conta. — Comentou sem vontade nenhuma e eu olhei para Jake ao meu lado, apenas para ver se só eu notei que esse menino não tá normal. 

 

       Não que me importe, mas eu queria saber o que aconteceu, sou um pouco fofoqueira confesso, ainda mais com garotos bonitos. 

 

— Bem, foram todos! — Pattie disse no meio do silêncio. — Essa atividade foi bom para vocês se expressarem melhor! Vamos fazer muitas mais coisas para tentar reativar um sentimento de união em vocês! — Ela comentou animada e eu quis gritar só de pensar em ter que fazer mais alguma coisa com toda essa gente insuportável. — Bem, vocês podem ir para o quarto de vocês, o jantar è daqui a pouco, os quartos são os mesmos de quando veem visitar! — Avisou e eu estava prestes a levantar. — Amanhã vai vir algumas pessoas para deixar aqui tintas, papais de paredes, coisas que vocês podem querer para redecorar o quarto de uma forma que se sintam em casa! Digam como querem e vão vir pintar! Se precisarem de algo mande uma lista para o Wi-Fi central! — Todos pareciam animados com essa notícia. — E mais um detalhe, temos uma cozinheira para as refeições principais, ela vem apenas para isso e não fica aqui, a faxina acontece sempre as segundas com uma equipe de limpeza enorme, já que isso è um castelo com mais de 30 quartos, então todas as segundas è importante deixar a casa livre o dia todo! Espero que façam atividades a tarde e podem voltar por volta das 18h! — Concluiu e eu só queria o barulho do trânsito de Tokyo. 

 

       Esse castelo fica perto de uma floresta, a casa mais perto fica a cinco minutos de carro, não tem barulho direito, eu sou uma pessoa que apesar de frequentar seitas guru, eu nasci em uma cidade que o barulho de buzina existe até de madrugada. 

 

      Esse castelo gigante e silencioso vai me fazer surtar, eu preciso rápido sair daqui e voltar para casa. 

 

     Todos se levantaram para sair e só de lembrar que esse inferno só tá começando...  espero que a minha estadia aqui seja menor do que o tempo que a minha paciência vai levar para estourar de vez. 

 

      Eu tenho que da início ao meu plano o quanto antes. 

 

 

 

 

 

  Harvey Butler,Point of  Views. 

 

                            08:01 p.m. 

 

                   16 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

 

 

 

— Minha avó è careta assim mesmo...— Jake comentou rindo e eu não estava achando graça nenhuma em ter que sentar do lado do Lion na mesa só porque a Pattie gosta que sentem em ordem de nascimento. 

 

      È uma organização tao ridícula que puta que pariu...

 

— Vai ser ótimo quando eu perder a paciência de ter aquele cara do meu lado! — Rosnei não achando nenhuma graça nisso enquanto Jake, ainda achando a situação muito divertida. — È sério Jake, Eu não suporto aquele cara, eu seria capaz de quebrar a cara do Lion na porrada com muita vontade! — Falei entre dentes, expondo o que eu realmente sinto e Jake parou de ri me encarando. 

 

— Entraria em uma luta livre com ele? — Questionou em um tom sério e não sei porque a perguntar, mas a resposta era óbvia. 

 

      Aquele tal de Lion nem me conhece, mas já chegou se achando o melhor, tentou bater de frente comigo da primeira vez que nos vimos só para defender a namoradinha, que aliás foi ela que começou aquela discussão, e ele querendo bancar de príncipe salvador, entrou no meio e ainda me ameaçou. Como eu disse eu não conheço esse cara e ele não me conhece, então quem pensa que è para me ameaçar daquele jeito?

 

     Eu juro que sinto vontade de quebrar ele na porrada com todas as minhas forças, deixar aquele rostinho perfeito dele desfigurado, irreconhecível.

 

 

— Com toda a certeza! — Afirmei sem rodeio para Jake que me deu um meio sorriso perverso e era estranho como ele era outra pessoa longe dos pais, não que Jake não fosse rebelde antes, mas agora parece que ele não precisa nem se controlar. 

 

— A gente pode providenciar isso...— Comentou como quem não queria nada e eu levantei uma sobrancelha sem entender. — Cara, estamos sem pais aqui, podemos fazer o que quiséssemos! — Abriu os braços se jogando na sua própria cama.

 

— È podemos fazer o que quisermos, mas quero entender como isso aí se encaixa em eu quebrar a cara do Lion! — Pontuei ainda curioso nessa parte. — Se eu fizesse, no máximo eu ia fazer a Pattie infartar, e eu não quero ser culpado pelo infarto de ninguém! — Comentei me sentando em uma cadeira e Jake se sentou na sua cama para me olhar com cautela e um olhar tendencioso. 

 

— A gente já conversou sobre isso antes, lembra? Sobre temos essa raiva dentro de nós, essa vontade de resolver tudo na porrada! Quebrando a cara de quem entrar no nosso caminho! — Jake falou com vontade e eu assenti. — Isso è algo único meu amigo, nós temos algo especial, seríamos fera em lutas livres! Temos a determinação, a vontade! — Gesticulou e eu queria concordar mas tinha um ponto nisso tudo. 

 

— Seríamos, mas seu pai surta se você falar novamente que quer lutar! — Dei uma leve risada debochada por ter visto com meus próprios olhos isso.

 

      Jake realmente quer muito quebrar a cara de alguém em lutas e tudo mais, ele já até saiu no soco com alguns na sua escola em Los Angeles, para o desespero dos seus pais, principalmente do seu pai, Justin parece ter pavor de luta, ele proibi o Jake até mesmo de falar sobre luta, só permite os videogames de realidade virtual, onde eu mesmo já vi que o Jake joga como se fossem reais, è bizarro. 

 

— Esse è o ponto! Meu pai não tá aqui! — Sibilou de forma maldosa e dei um meio sorriso entendo isso. — Você já me disse que quebrou a cara de muito babaca que entrou no seu caminho, em New York! — Assenti porque era verdade, já tinha feito muito moleque chorar na minha antiga cidade. — Então, imagina como seria se pudéssemos fazer isso sempre, mas sem... mas sem precisar arranjar briga idiota para isso? — Questionou e eu queria entender exatamente o ponto que ele queria chegar. 

 

— Tipo o que? — Perguntei, para Jake ir direto ao ponto e ele deu um sorriso perverso. 

 

— Academia de Luta! A gente vai entrar para um clube de luta! — Apontou para mim e para ele e eu pisquei algumas vezes para ver se Jake falava sério. 

 

— Tá, primeiro...— Comecei a dizer com calma para ver se o adolescente de 14 anos na minha frente entende. — Seu pai nunca autorizaria você entrar em um academia de luta! Segundo, onde exatamente isso se encaixa em eu socar a cara do Lion sem sofrer punições? — Eu ainda não tinha entendido como isso tudo se encaixa no assunto original. 

 

— Obvio que meu pai não deixaria, ele è careta e bonzinho demais! — Revirou os olhos. — Por isso não pode ser um clube de luta legal...— Mexeu os ombros como se não fosse nada e parou em seguida me olhando com cautela. — Já ouviu falar sobre lutas clandestinas, Harvey? — Questionou com um risinho maldoso escondido na voz. 

 

 — Óbvio que sim! — Afirmei antes de parar para pensar. — Mas você não estaria pensando em nós dois....

 

— Entrar para um clube de luta clandestina! Sim! — Exclamou como se fosse a melhor ideia do mundo. — È o único jeito de extravasar a nossa raiva, de fazer o que a gente gosta, lutar! E a vovó falou sobre a gente passar as segundas fora fazendo alguma atividade! A gente só precisa achar, clube de lutas clandestinas existem em todos os lugares! — Disse animado com isso e eu queria está tão animado quanto ele, mas Jake tem 14 anos e ele tá esquecendo de pontos importantes nisso. 

 

— Você sabe, que lutas clandestinas, alem de ilegal, pode foder a sua vida né? As pessoas por trás disso não são do bem, elas podem matar você senão concordarem com algo, não é como ir à Disney, e nem tem volta! — Pontuei de forma clara para ver se ele entendia bem o que era se meter nisso. 

 

      Em New York existia muitos clubes assim, eu nunca entrei em nenhum porque sempre envolviam pessoas barra pesadas demais e se você não faz o que eles querem, eles veem atrás da sua família, eu tinha a minha mãe não podia arriscar, apesar de não faltar vontade de ganhar uma grana preta socando a cara de alguém. 

 

— È a única forma de você lutar com o Lion! — Jake jogou com um olhar debochado. — Você sabe que nessas lutas podem lugar quem quiser, inclusive o Lion, lutando contra você, em cima de um ring....— Jake sorriu de um jeito ruim. — Você poderia matar ele e nunca seria pego por isso...— Ponderou antes de ri do que falou. — Vamos lá Harvey, a gente tem um dom, tem gente que nasce sabendo matemática, a gente tem força, frieza, vontade! È como se isso estivesse..... no nosso DNA! — Explicou de uma forma exagerada, mas não mentirosa. — Vai dizer que você não sente? Como se isso, corresse dentro de você, pelas suas veias, você nunca fez, mas sabe exatamente o que fazer.... como uma...

 

— Como uma herança...— Conclui o pensamento de Jake, que assentiu afirmando. — Mas não è uma herança, nem minha nem sua, ninguém nas nossas famílias são assim... talvez seja algo maior, uma coisa única! — Mexi os ombros e Jake sorriu concordando comigo. 

 

— Uma coisa linda.... que torna a gente mais forte, nada nunca pode nos ferir! A gente sabe se defender mesmo nunca tendo feito isso antes! È foda pra caralho! — Exclamou o final. — E a gente seria muito burro de não viver isso agora, que não tem ninguém para mandar na gente! — Jake estava certo e sabia que estava certo. — Então, o que acha? Está dentro? — Questionou e eu respirei fundo pensando.   

 

      È uma coisa séria e foda demais, isso pode literalmente matar a gente, sei que Jake parece adorar adrenalina, mas eu não tô afim de morrer, então eu preciso de um tempo para pensar. 

 

— Me da uns dias para pensar, e pensa você também! — Mandei apontando para ele que revirou os olhos. — Mas se formos fazer isso, vamos fazer juntos! — Avisei e ele assentiu concordando com isso. — Já vou indo! — Falei, levantado e caminhando para a porta do quarto, abrindo a mesma e saindo no corredor. 

 

        Luta clandestina.... de onde esse moleque tira essas coisas? 

 

— Não è possível...— Resmunguei para mim mesmo em voz baixa, quando vi Lion virando o corredor e vindo na mesma direção que eu. 

 

     Um puta castelo desse tamanho e nem para eu não ter que cruzar com ele, grande merda, è como morar em uma quitinete com 17 pessoas e a única que vejo toda a hora è a que menos suporto. 

 

    Tentei ignorar a presença dele vindo, apenas para manter a minha paz, mas era impossível não olhar, a cara dele me irrita, eu juro por Deus que tenho vontade de socar sem dó, mas eu seria preso por isso, se apenas fizesse por fazer. 

 

     Talvez Jake não esteja tão errado em relação a uma luta.  

 

— Ta olhando o que? — Ele questionou me olhando de volta e mostrando como è um hipocrita de merda. 

 

— Eu to aqui na minha, nem notei a sua presença! — Ressaltei de forma debochada e ele riu também debochando e ele è péssimo em debochar. 

 

— Na verdade...— Ele parou praticamente na minha frente e só pode ser provocação para que eu soque a cara dele aqui e agora. — Quero avisar para você ficar longe da Red! — Falou tentando bancar o valentão e eu tive que rir, gargalhar na verdade. 

 

— Como è? — Questionei em meio aos risos exagerados. 

 

— È isso que você ouviu! — Falou ainda em tom sério, e eu parei de ri para prestar atenção. — Fica longe da Red, eu não quero saber de você perto dela, igual estava em Los Angeles ao ponto de atender o celular dela! — Pontuou e agora eu entendi de onde esse cara tirou motivo para surtar. — A Red è a minha garota e eu vou proteger ela de qualquer babaca cuzao que tente fazer mal a ela! — Disse entre dentes e eu lembrei que a Red me chutou e doeu pra caralho, então eu acho que ela não precisa de algum para defendê-la. 

 

    Ainda mais alguém que eu socaria a cara facilmente como Lion. 

 

— Poxa, você realmente ficou magoado com o lance do telefone? — Questionei com o sarcasmo e deboche pingando em cada palavra. — Foi mal, aconteceu tanta coisa naquele dia, eu esqueci de da o recado! — Tentei não ri da cara de raiva que ele fez, ao ponto de ficar vermelho, quase como se fosse explodir. 

 

     Coitado... acha mesmo que eu daria em cima da Red Cherry, da princesa? Ele realmente não me conhece. Aquela garota è meu maior pesadelo, eu gostaria de nunca ter que olhar para a cara da Princesa em toda a minha vida, eu ficaria extremamente feliz se pudesse esquecer que ela existe, então não tem nem a mínima chance de eu querer brigar por conta daquela garota, meu problema com o Lion è entre eu e ele, apesar de geralmente ele querer meter a Red Cherry no meio, o que è patético. 

 

    Já que tô pouco me fodendo para aquele garota. 

 

— Eu estou falando muito sério! — Lion disse, em tom de ameaça, levantando seu dedo perto do meu rosto e aí já è ousadia demais. — Eu sei que a Red nunca gostaria de um garoto como você, da sua laia, mas ela tem pena de todo o tempo todo, então ela è capaz de ter pena de você também, o pobre garoto órfão que veio morar na família dela! Então eu só tô avisando, fica longe da Red ou eu vou te fazer ficar longe dela! — Me ameaçou de uma forma muito baixa, o que fez todo o deboche da situação ir embora e me dando mais vontade ainda de socar a cara dele. 

 

— Escuta bem você! — Empurrei ele com força para longe de mim. — Quem você acha que è para falar desse jeito comigo? Você não faz ideia da vontade que eu to socar a sua cara pelo o que falou! — Eu estava com tanta raiva que poderia sentir ela correndo pelo meu corpo feito uma corrente elétrica. — Você não sabe do que eu sou capaz, então è melhor você e sua namoradinha ficarem longe de mim! — Falei entre dentes, como uma ordem. 

 

     Quem esse filha da puta acha que è para falar comigo desse jeito? Se não estivéssemos dentro dessa casa eu já teria quebrado a cara dele na porrada aqui e agora, mas a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco e quem iria se foder era eu. 

 

— O que está acontecendo aqui? — A voz da insuportável da Red soou e agora sim era o combo perfeito para eu perder o resto de paciência que me resta. 

 

      Eu realmente estava me segurando para não acabar com o filho da puta do Lion naquele instante, e para compensar a princesa resolveu aparecer e correu para o lado dele em sua defesa, sem saber de porra nenhuma como se eu estivesse errado na porra da história. 

 

     Mas o que espera né, foi a mesma coisa em Los Angeles, a Red adora me acusar sem nem ao menos saber o que de fato aconteceu, acho foda como ela banca de boa moça, de alguém que entende todo mundo, mas tem um puta pre-conceito sobre mim, ela me acha um monstro em qualquer situação. 

 

     E talvez ela não esteja errada, da forma como eu quero acabar com o Lion eu posso ser chamado de monstro para pior. 

 

     Esses dois mexeram com a pessoa errada.

 

— Fica longe dele, Harvey! — Ela mandou, e eu apenas movi meus olhos em sua direção, sentindo o ódio queimar o meu rosto. 

 

— Por que você vai fazer o que? — Perguntei para ela com o tom de voz alterado. — Que porra você vai fazer? Vai bater de frente comigo? — Dei um passo para perto dela que não recuou, apesar do Lion tentar afastá-la. — Eu quero ver você fazer isso.... a minha paciência com a tua cara já acabou a muito tempo, se você ficar no meu caminho eu passo por cima de você também! — Falei entre dentes, e eu já estava de saco cheio dessa porra toda e dessa garota. 

 

— Claro, não me surpreenderia, com o covarde que você è! — Ela jogou contra mim e eu odiava aquela palavra, eu podia ser muita coisa, mas não era a porra de um covarde. 

 

      Mais uma prova de que ela não me conhece, que ela só julga, a Red è o maior clichê ambulante que já vi na vida, a própria patricinha privilegiada que banca de boa moça e julga os outros. 

 

     Escrota para caralho. 

 

— Atrapalho? — Uma voz bem baixa apareceu no meio daquilo tudo e eu me virei para ver Jupiter saindo de um dos quartos, olhando a situação com olhos curiosos. 

 

— Não, a gente já estava indo! — Red disse, me olhando com desprezo antes de puxar seu chaveirinho em forma de gente junto com ela, para longe de mim, seguindo o corredor. 

 

     Me virei para ver eles passando por Jupiter, que os seguiu com o olhar, até que ambos virassem no corredor no final daquele, saindo do nosso campo de visão, o que a fez se virar para mim no instante seguinte, tirando aquele olhar ingênuo que mostrou para Red e Lion e me olhando com uma sobrancelha erguida e um olhar mais cruel. 

 

     Essa casa è a porra de um hospício. 

 

      Me virei para sair daquela loucura toda, mas ouvi passos apressados atrás de mim, até que Jupiter surgiu na minha frente me impedindo de continuar a andar, me olhando do mesmo jeito e eu bufei irritado por ela literalmente está no meu caminho. 

 

— Eu ouvi os gritos do quarto! — Falou e eu estava pouco me fodendo para quem ouviu ou não. — Você tem que se controlar, Harvey, se não vai perder esse jogo. — Sussurrou como se ninguém mais pudesse ouvir o que ela falou. 

 

    E mais uma vez eu estava pouco me fodendo.

 

— Você julga a Red, mas também está se escondendo atrás de um personagem de menina legal, que credibilidade você tem no final? — Perguntei, sendo bastante sério nas palavras e Jupiter parecia surpresa com o que eu falei. 

 

     Era a porra da verdade, o fato da Jupiter esconder  tudo que sente, todo esse ódio, não diferencia ela em nada da Red fingindo ser boa gente, então eu acho realmente uma porra de hipocrisia. 

 

— Nunca mais repita isso! — Ela mandou, entre dentes, se afetando totalmente com o que eu falei. — Eu sou totalmente diferente daquela garota, eu esconder a raiva dentro de mim não è ser falsa e fingida, è só porque ninguém me aceitaria como eu sou, me julgariam, me chamariam de louca, nunca fariam isso se fosse a Red, então essa è a minha defesa! — Justificou sendo bem clara nas palavras. — Na verdade, ela seria a primeira a falar que sou cruel, e se achar a melhor com isso, e eu jamais daria esse gostinho a Red! — Disse entre de dentes se virando para sair, bastante puta com o que eu falei. 

 

    E por incrível que pareça, eu entendo o que ela quis dizer. 

 

    A Jupiter è psicopata? Com certeza è, mas ela definitivamente não está errada, acabei de ver isso, a Red Cherry pré-julga qualquer um que parece diferente do padrão de perfeição dela, e querer fugir disso não è um erro, ainda mais quando sabe que tem algo ruim demais dentro de você, a Jupiter poderia fazer coisas horríveis com a Red se quisesse.

 

— Foi mal aí... pelo o que falei! — Resmunguei para ela que continuou a andar me ignorando e eu revirei os olhos com isso. — Tem como não agir como se tivesse 5 anos de idade? — Perguntei indo até ela e segurando o seu braço para que parasse. — Foi mal! — Repeti assim que ela se virou para me olhar. — Aqueles filhos da puta me tiraram do sério, eu não queria...

 

— Me comparar a Red Cherry? — Questionou ainda entre dentes e irritada com o que eu falei, realmente ser comparada a Red Cherry è algo como uma ofensa. 

 

— Você não è como ela, eu tenho certeza disso! — Afirmei e Jupiter revirou os olhos fazendo pouco caso do que eu falei e eu bufei sem paciência para todo esse drama. — È sério, aquela garota è uma patricinha fodida com síndrome de princesa! — Falei os fatos. — Você se parece mais comigo! — Pontuei e ela me olhou segurando o riso agora. 

 

— E isso è algo bom onde? — Perguntou com sarcasmo forte na sua fala. — Você è o próprio caos garoto, agressivo, marrento, já foi preso, quase bate nas pessoas no corredor dessa casa! — Começou a pontuar e eu a olhei estreito pelas suas palavras, mas não podendo discordar porque eram verdades claras demais sobre mim. 

 

— Porque você è a paz em pessoa né, Jupiter? — Debochei e Jupiter riu de leve, antes de me olhar nos olhos de um jeito malvado, como se tivesse pensando em alguma coisa e eu não gosto muito de ver essa mente maluca pensando em algo. 

 

     Pelo menos parece que ela me desculpou pelas palavras, então seja lá o que maldoso ela esteja pensando, não è para mim. 

 

— Você e eu poderíamos nos unir para acabar com essa festa de vez, o que acha? — Questionou curiosa e eu levantei uma das sobrancelhas não entendo o ponto. — Eu tenho um plano para pular fora dessa casa, mas sem parecer ingrata para a vovó Pattie, è um Plano bom, vintage, mas è como vinho, com o tempo fica cada vez melhor! — Deu um largo sorriso feliz e era bizarro como fazer algo ruim deixava Jupiter feliz para caralho, ela estava radiante com a ideia de armar problemas. 

 

     Ela è louca, claramente louca, mas è a única nessa casa que me entende de verdade, além de compartilhar o mesmo ódio que eu sinto pela Red e o chaveirinho humano dela. Pelo visto eu e Jupiter temos muitas coisas em comum, e isso è interessante, então estou disposto a ouvir o que ela tem a dizer, nada poderia me surpreender mais essa noite. 

 

— Você tem um plano, ótimo, vai ser um prazer te ajudar no que for. — Afirmei com um meio sorriso para ela, que me encarou por alguns segundos, como se estivesse prestando atenção em mim e parecia feliz com o que eu falei. — Sua sorte, Jupiter, è que eu adoro fazer parceria com garotas bonitas. — A olhei sugestivo, o que a fez da uma risada de leve e até fofa. 

 

— Pena que nao posso dizer o mesmo!  — Disse em tom de deboche e pegou na minha mão. — Vem comigo, e eu te explico tudo! — Avisou me puxando junto com ela e eu apenas a segui, pronto para saber o que essa mente maluca tem planejado de ruim, e espero que seja mesmo a solução para nos colocar fora dessa casa. 

 

      Eu realmente estou apostando nessa garota, è quase como jogar em um jogo de sorte ou azar. 

 

 

 

 

 

    Jupiter Parker,Point of  Views. 

 

                            08:22 p.m. 

 

                   16 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

 

 

 

        Logo eu, que dizia para mim mesma que eu não poderia confiar a ninguém a minha verdadeira personalidade, estava prestes a contar meu grande plano, e único, para me tirar dessa casa, para um completo estranho de sorriso sedutor e olhos azuis profundos. 

 

       Talvez ele seja a pessoa que vai arruinar tudo, pelo jeito explosivo e egoísta, mas eu não consigo ignorar a chama que tem nos olhos de Harvey, ele tem raiva dentro dele, assim como eu, obviamente por motivos diferentes, mas se trabalharmos juntos, por uma causa única, eu posso resolver os meus problemas e os dele também. 

 

— Então me conta maluquinha, o que você tem em mente? — Perguntou curioso, e eu me sentei na minha cama o encarando. 

 

       Eu tenho muitas coisas em mente, a minha cabeça è um enorme caos, mas eu sei que a pergunta dele não foi essa. 

 

— Antes de começar, quero dizer que eu to confiando em você, como nunca confiei em outra pessoa, a confiança è algo importante para mim! Porque eu realmente não posso confiar em ninguém nunca! — Deixei claro e ele me olhou mais curioso ainda pelo o que acabei de falar. 

 

— Eu sou a primeira pessoa que você confia na vida? — Questionou não acreditando e seria idiota dizer quem sim, óbvio que já confiei em outras pessoas mas eu tinha 7 anos da última vez. 

 

— Nos últimos 8 anos? Sim! — Mexi os ombros e ele deu um meio sorriso, parecendo gostar do que eu falei. 

 

        Obviamente eu conheço tipos como o Harvey, não que tivesse tido contato com muitos meninos que vivem de preto, tem tatuagem e parece um criminoso, em Tokyo os garotos não são nem perto disso, mas não quer dizer que eu não conheça. 

 

        O Harvey è aquele tipo de bad boy que se você não tiver o mínimo de cuidado, ele vai entrar na sua vida, na sua cabeça, na sua história, e para remover è doloroso demais, porque para ele não vai doer nada, ele faz isso pela diversão de ser mau, enquanto as meninas sofrem e choram, e se desesperam pro meninos como ele. 

 

      Mas ele pode guardar o sorriso bonito para outra, eu não estou nem um pouco interessada, e do jeito que me conheço nunca vou estar. 

 

— Então qual é o plano? — Ele perguntou, e eu suspirei pronta para começar a falar tudo de uma vez e espero que ele tenha um raciocínio rápido. 

 

— Quando a família Parker e Bieber se juntaram a anos atrás, nem tudo era flores, minha mãe me contou que ela e a Violet  se odiavam e ela tinha um plano para sair de Toronto, da casa com os Bieber, mas de um jeito que não culpasse ela e sim a Violet! — Comecei a explicar e Harvey prestava super atenção em mim. — O plano dela era causar a maior quantidade de caos possível, jogar um lado contra o outro ao extremos e depois culpar a Violet, ou seja, todos iam sentir raiva da Violet e ainda iria separar as famílias! — Detalhei o plano original. — Mas se eu to aqui significa que não deu nada certo...— Pontuei e Harvey parecia confuso agora. 

 

— E você quer usar um plano que originalmente deu errado? — Perguntou sem entender e eu revirei os olhos levemente para aquilo. 

 

— Óbvio que não, quem fez o plano e executou ele foi a minha mãe, e eu realmente não consigo ver ela sendo má com alguém, já agora... quem vai fazer sou eu! — Apontei para mim mesma e Harvey ponderou com a cabeça. — Sei que a Hazel è a minha mãe, mas ela com certeza não tinha metade da força de vontade e raiva que eu tenho! Eu vou pegar o plano original dela e trazer pros dias de hoje! A gente vai jogar o Lado B contra o Lado A, fazer eles brigarem, se odiarem mais ainda, e quando eles forem procurar a causa desse caos todo, ela vai ter nome e sobrenome, Red Cherry Bieber! — Sorri animada com a minha ideia e Harvey assentiu mostrando que entendeu o que eu falei. 

 

— È um bom plano, se bem feito pode da certo, mas tem um problema. — Ele comentou e eu prestei atenção no que ele ia falar de problema naquele plano, que para mim não havia nenhum. — Fazer os dois lados brigarem por causa da Red não vai fazer a gente voltar para casa...

 

— Claro, porque esse não è o ponto! — Interrompi ele para dizer. — O ponto de causar uma guerra de lados aqui è trazer instabilidade, o Lado B odiar mais ainda a Red e o lado A ficar com um pé atrás com ela, porque eles podem passar pano, defender ela bastante, mas nem tudo da para se defender, eu conheço a Venus, a Dana, o Matteo, se algo sério for causado pela Red, eles também vão ficar contra ela, e è aí que a gente entra! — Apontei para mim e para ele. — A gente vai causar o caos, vamos criar situações que fique impossível defender a Red, que ela seja a única culpada, mas obviamente não vai ser como não lavar a louça.... a única forma de voltarmos para casa è se for coisas pesadas, coisas que façam não só o Lado B e o Lado A desconfiar da Red, a família toda tem que se desconfiar dela, e querer seus filhos longe! — Sorri no final da frase, sentindo como aquele plano faria bem para a minha Áurea, era como meditar em um campo silencioso.

 

— È um grande plano....— Harvey comentou pensativo. — To dentro, eu só quero ver a Red se ferrar, não importa como! — Disse sério sobre isso e eu sorri para ele, vendo que realmente havia confiado na pessoa certa. — Se precisar de qualquer coisa è só me chamar! — Afirmou e não è como se eu precisasse dele, mas no final è bom ter uma ajuda, ainda mais quando vou ter que fazer tudo sozinha. 

 

— Então temos uma parceria, Harvey! — Fiquei de joelhos na minha cama, esticando a minha mão para que ele apertasse selando isso. — Como eu disse, eu levo a confiança muito a sério, não me faça arrepender! — Falei bastante seria, para ele entender que não era uma brincadeira, eu iria levar tudo ali a sério, não era um jogo apenas, e espero que Harvey saiba que ao confiar nele, eu colo o meu plano e tudo nas mãos dele também. 

 

      Harvey se aproximou e pegou na minha mão apertando ela e selando isso, e espero que ele saiba que para mim, acordos selados valem muito, não vou aceitar que ele volte atrás, apesar de que ele não parece o tipo que mudaria de lado, a raiva que ele sente de Lion e Red è verdadeira, não teria como mudar, por isso confio nele, Harvey não tem absolutamente nada que o prenda a alguém daqui, não até agora, porque com esse acordo, ele tá preso no meu plano. 

 

— Você è bem decidida para uma garota de 15 anos...— Ele comentou olhando para a minha mão que ainda segurava e eu levantei uma das sobrancelhas. 

 

— Eu faço 16 em breve, e ser decidida não tem nada haver com a idade, com quantos anos você foi preso mesmo? — Questionei, ponderando a cabeça para o lado em deboche e Harvey negou nada contente com o meu comentário. 

 

— Voce não sabe porque eu fui preso, até porque não è da sua conta! — Soltou a minha mão de uma forma nada gentil e eu voltei a sentar na minha cama, olhando para ele com cara de tédio. — Já vou! — Avisou, sem dizer mais nada, antes de sair e fechar a porta atrás de si. 

 

       Harvey tem razão, eu não sei porque ele foi preso e também não é da minha conta, mas não quer dizer que eu não queira muito saber, e eu vou, so não sei como, mas vou. 

 

    Você me deixou muito curiosa Harvey Butler...

 

 

    Red Cherry Bieber,Point of  Views. 

 

                            11:35 p.m. 

 

                   16 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

            

      Eu estava mais feliz e aliviada depois de conversar com Lion e contar tudo que aconteceu em Los Angeles um dia antes de vir para cá, eu ainda não tinha tido a oportunidade de falar, e quando o encontrei no corredor discutindo com o Harvey foi a oportunidade perfeita e agora tudo estava claro. 

 

      Lion entendeu que foi só uma carona, não teve nada demais e eu esqueci meu celular no carro, que o idiota do Harvey achou que pudesse mexer, não contei sobre a placa de Hollywood, porque não queria que Lion ficasse irritado em saber como Harvey me tratou. 

 

       Mas não acho que ele ficaria surpreso, o Harvey è agressivo demais, isso ficou bem claro quando falou comigo no corredor, eu quase poderia afirmar que ele me ameaçou, mas ele não seria homem suficiente para fazer qualquer ameaça valer, eu não sou uma garota fraca e indefesa e espero que Harvey tenha visto isso quando chutei ele. 

 

— Vamos fazer uma promessa? — Lion pediu sentado em uma cadeira em frente a minha, na varanda do meu quarto e eu assenti. — Sempre ser sinceros um com o outro, nunca mentir, nem esconder nada! — Me olhou nos olhos ao dizer isso. — Tipo... se o Harvey te ameaçar de novo daquele jeito, ou sei lá, você tem que me contar! — Respirei fundo e eu queria esquecer que o Harvey existe e eu estava fazendo isso até agora. 

 

       Eu entendo a preocupação do Lion, ele viu o quanto Harvey è violento, mas eu não sou nenhuma donzela em perigo, o Harvey não me da medo, nenhum pouco, então nenhuma ameaça dele vai me abalar, mas dava para ver nos olhos castanhos de Lion o quanto ele realmente estava falando sério e o quanto isso era importante para ele. 

 

     Gosto demais de ficar com o Lion, de está com ele, Lion sempre cuida de mim, me trata como se eu fosse uma princesa e tenta me proteger o tempo todo e eu amo isso, a cada dia eu gosto mais dele, sinto que a gente è meio que para acontecer mesmo. 

 

— Tá bom, eu prometo, então você também tem que me contar se ele for para cima de você de novo! — Avisei e Lion fez uma careta ao ouvir minhas palavras. 

 

— Ele não veio para cima de mim, eu fui para cima dele, para mandar ele ficar longe de você! — Contou e eu tive que ri achando aquilo muito engraçado de verdade, apesar do Lion parecer falar sério. 

 

— Lion, não è como se o Harvey quiser ficar perto de mim, ele não me suporta da mesma intensidade que eu não suporto ele! — Deixei isso claro, pois era a maior verdade ali, aquele garoto não gosta de mim, ele fala como se soubesse quem eu sou, mas no final, ele só não gosta porque è um babaca, e eu realmente não quero nada vindo dele mesmo. 

 

— Eu confio em você. — Falou dando um sorriso lindo para mim e eu retribui sentindo o mesmo, que confiava no Lion demais, o tempo todo. 

 

— Mas agora mudando de assunto, eu hoje falei com a Joanna e com a Pink, na verdade era a razão por eu está naquele corredor naquela hora, a Joanna me chamou até o quarto da Pink para ver se ela estava ficando louca como a irmã disse, Joanna acha que tem algo de errado com o Jon! — Contei e Lion se encostou na cadeira como se não ligasse muito, mas estava prestando atenção no que eu falava. 

 

— Por que ela acha isso? — Questionou me encarando. 

 

— Porque ele não quer falar com ninguém e o Jon não è assim, todo mundo sabe o quanto ele è mega comunicativo, divertido, e agora ele só fica sozinho em silêncio o tempo todo, e apesar da Pink achar que è bobeira e no máximo ele deve ter brigado com a namorada, eu entendo a preocupação da Joanna! — Expliquei antes de suspirar fundo. — Na verdade eu já tinha notado que ele estava estranho antes, naquele lance da piscina com a Jupiter, ele viu tudo mas ficou calado, o Jon tem um senso de justiça tão grande, ele não deixaria passar assim.... — Torci os lábios me sentindo mais preocupada ainda agora analisando tudo. 

 

     O Jon não estava igual, algo nele não è o mesmo e não è só pelo o que a Joanna falou, è notório basta olhar, sei que o Jon passou por grandes perdas recentemente, obviamente isso ainda dói dentro dele, Jon era muito ligado ao Oliver, mas eu não sei, algo me deixa muito preocupada nessa história e eu não consigo ignorar. 

 

— Acho que è muita coisa na cabeça dele, a perda do pai, um monte de gente se mudando para a casa dele, não deve ser fácil! — Lion comentou de forma casual e eu assenti pensando mais ainda. — Não fica paranóica com isso, no final não deve ser nada, só uma tristeza pelas mudanças, logo ele está igual! — Afirmou e eu queria mesmo ter a mesma certeza que Lion, de verdade. — Você tem um instinto de sempre se preocupar com todo mundo que è assustador! — Disse dando uma risada descontraída no fim, vendo a minha expressão preocupada. 

 

— È, minha mãe diz que ela também era assim, não conseguia ignorar o problema dos outros. — Expliquei antes de suspirar. — Eu sei que pode parecer que estou me intrometendo na vida do Jon, mas eu realmente acho que tem algo acontecendo, eu não sei o que, porém eu queria muito saber! — Passei os dedos pela ponta dos meus cabelos de forma ansiosa. 

 

— Amo como você quer proteger o mundo todo, mas de verdade, tenta não ficar o tempo todo pensando nisso! — Pediu, ficando de pé e esticando a mão para mim, me puxando para ficar em pé também assim que a segurei. — Você è incrível Red Cherry, as vezes eu acho que o mundo não te merece! — Disse levando a sua mão suavemente para o meu rosto, acariciando o mesmo e eu encarei seus olhos brilhantes. 

 

— Jura que não me acha fofoqueira? — Perguntei com uma voz suave e Lion fez uma careta para a minha pergunta. 

 

— Um pouco...— Confessou me fazendo abrir a boca surpresa com a sua resposta. — Mas uma fofoqueira linda demais! — Disse como se fosse um elogio e eu queria bater nele, mas não consigo fazer isso diante do sorriso incrível que Lion tem, è quase como uma hipnose. — Eu sou muito sortudo por ter você, Red. — Disse de forma suave, aproximando o seu rosto do meu, me encarando com cautela antes de colar nos lábios em um beijo calmo e delicado, como se ele tivesse todo o cuidado do mundo comigo e eu me sentia a melhor pessoa do mundo com isso. 

 

       Mas um barulho de passos me fez afastar dele e olhar em direção ao jardim, forçado os olhos para ver que alguém estava saindo, e parando para notar a pessoa usava um vestido vermelho brilhante e tentando correr sem fazer muito barulho no caminho. 

 

— È a Pink? — Questionei notando de longe o cabelo roxo dela e Lion se virou para olhar junto comigo. 

 

— A única de cabelos roxos nessa casa....— Ele constatou, vendo comigo ela ir em direção ao portão e parecer escalar ele. — E pelo visto ela sabe fazer escaladas também....— Disse em forma de piada e eu neguei levemente. 

 

— Ela está fugindo...— Falei o óbvio ao ver ela sair do outro lado do portão e sumir no escuro. — Para onde será que a Pink tá indo? São quase meia noite....— Ótimo, agora eu estava preocupada com a Pink. 

 

— Deve tá indo para alguma festa! — Comentou mexendo os ombros e isso eu também já notei, mas a questão realmente não è essa. 

 

— Estamos no Quebec, que tipo de festa começa depois da meia noite? — Olhei para Lion com uma sobrancelha erguida e ele mexeu os ombros não sabendo me responder. — Acha que eu deveria falar com a Joanna? — Perguntei me sentindo aguçada para saber onde Pink foi e Lion negou rapidamente. 

 

— Que tal você ir dormir! — Falou em tom de advertência e eu cruzei os braços não querendo realmente fazer isso. — Já está tarde, eu to cansado da viagem e do fuso e você também, amanhã você pensa no que a Pink pode ter ido fazer, Ok? — Pediu e eu suspirei descruzando os braços e concordando com ele. 

 

     Estava realmente muito tarde e tínhamos viajado horas para chegar até aqui, muito mais o Lion que veio da Grécia, acho que è melhor ir dormir mesmo e ignorar essa escapulida da Pink, seja lá para onde lá tenha ido. 

 

— Você está certo! — Afirmei andado para dentro do Meu quarto novamente. — A gente se vê amanhã? — Perguntei e ele assentiu indo em direção a porta do quarto. 

 

— Durma bem, amor! — Disse me olhando com um meio sorriso e eu mandei um beijo para ele, antes de o ver sair e fechar a porta atrás de si. 

 

      Suspirei pesado, indo me deitar na minha cama, pois amanhã será oficialmente o primeiro dia nessa vida nova em uma casa cheia de pessoas. 

 

 

 

 

 

    Red Cherry Bieber,Point of  Views. 

 

                            09:51 a.m. 

 

                   17 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

— Eu quero a tinta roxa! — Faith reclamou com a Wendy que olhou para ela de cima a baixo. 

 

— Eu cheguei primeiro! — Ela apenas disse isso e Faith estava pronta para rebater. — Kittew eu não cheguei primeiro? — Ela perguntou e um robô que era metade do tamanho dela e parecia um mini extraterrestre saiu de trás dela fazendo a Faith gritar de susto e se afastar. 

 

— Você chegou perto da lata as nove e cinquenta da manhã do dia dezessete de maio de dois mil e trinta e oito, Wendy! — O robô disse, com uma voz de criança, literalmente a voz de um menino pequeno e eu pisquei algumas vezes não acreditando. 

 

       Eu sei que existe robôs por aí, até humanoide, mas pelo o que sei foi a Wendy que construiu ele, e tipo ela tem 7 anos de idade, isso está perfeito, a voz parece humana, ele pisca os olhos e mexe a cabeça, apesar de parecer um Alien com rodinha nos pés e sua cor prateada e olhos brilhantes não ajudar em nada a não ficar com medo, è realmente incrível. 

 

— Pode... pode ficar! — Faith disse se afastando da lata e da dupla dinâmica. Eu realmente não quero ver o que a Wendy consegue fazer com esse robô, porque realmente acho que não quero está para ver. 

 

— Que fofo! — Dana comentou parando do meu lado e eu olhei para ela só para saber que ela estava se referindo ao estranho amiguinho robótico da Wendy, e estava. — Então Red, de que cor vai pintar seu quarto? — Perguntou mudando de assunto e eu estava nesse instante olhando tudo aquilo para decidir.

 

— Não sei, acho que vou manter branco, talvez uns desenhos fique bom! — Comentei ainda não decidindo, apesar da briga por tinta que Wendy e Faith fizeram, ainda não iríamos pintar hoje, amanhã uma equipe iria vir fazer isso,até porque ninguém realmente sabe pintar aqui, porém tínhamos que escolher tudo hoje. 

 

       Amanhã a vovó Pattie organizou um passeio em um floresta, tipo uma trilha para todos nós, disse que isso com certeza vai nos fazer nos conectar com a natureza e com nós mesmos, então não estaremos aqui na hora da pintura. 

 

— A Jupiter sabe desenhar, por que não pode a ela? — Dana perguntou e eu dei uma leve risada, pelo fato da minha prima ser realmente uma garota muito legal e está totalmente nem aí para isso de Lado. 

 

— Porque a Jupiter não fala comigo... nunca. — Comentei olhando as tintas. — Ela claramente não gosta de mim, mas tudo bem, eu entendo o lado dela..— Mexi os ombros não querendo entrar muito nesse assunto. — Talvez um papel de parede igual a esse? — Mostrei um papel de parede que tinha umas formas geografias lindas na cor rosa e cinza claro. 

 

— Amei, vai ficar lindo! — Dana disse animada. — O meh vai ser amarelo e eu vou por um papel com girassóis, você sabe como amo girassóis! — Falou e eu sabia bem, além de amarelo ser a cor favorita de Dana. 

 

— Dana minha linda! — Jake se aproximou com um sorriso conquistador para cima da Dana e eu o olhei atenta, só para saber o que ele queria, afinal o Jake nem fala com a Dana direito, e muito menos sorria assim para ela. 

 

      Jake parou na Jupiter em questão de crush em alguma prima, acho que ele entende que a Dana, além de mais nova que ele, ela è nossa prima duas vezes, filha da tia Coral que è irmã da nossa mãe por parte de mãe, e filha do Alex que è irmão da nossa mãe por parte de pai. Pelo menos nisso Jake tem senso e que seria quase como um incesto. 

 

     Mas também a Dana não faz o tipo dele nem de longe. 

 

— Achei a cor perfeita para o seu quarto! — Avisou e eu continue assistindo a cena. — Você gosta de amarelo né? — Perguntou mas já sabendo da resposta e Dana sorriu simpatia para ele ao assentir. — Eu vi esse amarelo aqui! — Disse mostrando o celular e eu ainda estava tentando achar a tramoia por trás disso. 

 

— Red...— Ouvi a voz fofa da Mauve me chamar e me virei para vê-la atrás de mim com um uma carinha triste. — Me ajuda a achar um rosa legal para o meu quartinho? — Perguntou de um jeito fofo e eu quase derreti diante dela por tanta fofura. 

 

— Claro meu amor, eu te ajudo, só espera um pouco porque....— Me virei para onde Dana e Jake estavam e ambos haviam sumido o que me deixou curiosa para saber onde foram, ainda mais se tratando de Jake.

 

— Me ajuda? — Mauve perguntou novamente e eu me virei para ela assentindo, espero mesmo que o Jake não esteja fazendo nenhuma besteira e envolvendo a Dana nisso porque eu não hesitaria em ligar para os nossos pais na hora. 

 

— Vamos... — Falei pegando a mão da Mauve. 

 

 

      Harvey Butler,Point of  Views. 

 

                            09:53 a.m. 

 

                   17 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

      

 

      O Spike e o Kyle riam divertidos enquanto eu encarava tudo aquilo me questionando se esses moleques comem merda para quererem fazer essas coisas com quem nunca fez nada para eles. 

 

— Na moral, minha irmã è muito burra mesmo, ou o Jake que tem uma lábia boa! — Spike balançou a cabeça ainda rindo. — Pior que vou ter que pagar cinquenta contos para ele por vencer a aposta! — Lamentou pelo dinheiro, não pela irmã dele. 

 

— A aposta ainda não tá ganha, ele precisa convencer ela a pintar o quarto daquela cor! — Kyle comentou animado e eu revirei os olhos de leve. 

 

      È de uma infantilidade que me choca. 

 

     Como se não tivessem nada de bom para fazer, Spike e Jake chegaram a uma breve discussão se Jake realmente tinha lábia com as meninas, de convencer elas a fazer qualquer coisa que ele queira, a discussão idiota e sem sentindo foi parar em uma aposta, onde a Dana acabou sendo jogada no meio por ser " mais fácil por ser mais nova, e mais difícil por não ser burra" pelas palavras do próprio irmão dela Spike, e agora vimos o Jake e a Dana sairem juntos da sala aposto que ele estava a convencendo a fazer o que ele queria. 

 

        Eu estava realmente tentando ignorar essa merda toda, eu não tô nem aí e também não quero fazer parte dessas brincadeiras infantis, o que me fez pensar onde está Jupiter agora? Aquela maluquinha è a única que realmente tem uma conversa boa nessa família, ou talvez a gente só passe o tempo falando mal dos outros e planejando coisas ruins, só sei que ela está se tornando a melhor e única companhia de verdade dessa casa. 

 

       Mas não a vi por aqui ainda. 

 

   Jake voltou, alguns minutos depois, com um sorriso vitorioso nos lábios e eu quero ignorar a conversa a seguir, mas resolvi prestar atenção, já que não tinha nada melhor para fazer. 

 

— Feito, convenci ela, e se a Dana pintar você me deve 50 dólares! — Avisou com um ar superior se achando o foda e Spike riu debochando.

 

— O dinheiro só para na sua mão se ela pintar, até lá tem muita coisa meu amigo...— Comentou e Jake já estava cantando vitória com um sorriso vitorioso e um olhar de como se fosse a pessoa mais foda do mundo. 

 

       Jake ia falar alguma coisa, mas parou ao ver que Matteo passava perto de nós, ele se virou para o menino, que realmente estava ignorando a nossa presença ali e deu uma risada de leve antes de olhar para o Spike e fazer um gesto com a cabeça. 

 

— Ei Matteo! — Spike exclamou o chamando e eu apenas continuei quieto vendo o que eles vão aprontar agora. — Vem cá! — Falou quando o menino se virou, nao entendendo nada do porque estava sendo chamado. 

 

        Jake já me falou que não suporta o Matteo, ele diz que o garoto se acha o mais inteligente sempre e tenta diminuir os outros por isso, como se ninguém fosse melhor do que ele, mas olhando bem o menino de óculos de grau acuado que se aproximava, ele não parecia nada com a pessoa que Jake falou. 

 

— Nem fala mais com a gente, somos seus primos cara! — Spike disse, com um tom de puro sarcasmo e eu só conseguia reparar no Jake olhando para o Matteo como se ele fosse um saco de pancada. 

 

     Eu sei como è esse olhar, as vezes quando eu tenho muito ódio de alguém eu também o vejo assim, como algo que eu poderia desferir vários socos o tempo todo como uma forma de aliviar o estresse, mas geralmente isso acontece com pessoas que entram no meu caminho ou fazem algo comigo, não de graça assim. 

 

— Ele gosta de ficar com as garotinhas, não è Matteo? — Jake disse em um tom frio e Matteo se manteve calado, ele realmente não queria falar com eles e nem está ali. 

 

— Não achei que vocês quisessem falar comigo...— Ele respondeu em um tom baixo e Jake riu junto com Spike, olhei para Kyle que apenas assistia assim como eu. 

 

— A gente realmente não quer, sabe, você é estranho, a gente nunca consegue entender você...— Jake disse maldoso e colocou sua mão no ombro de Matteo que continuou parado no mesmo lugar, do mesmo jeito, ele estava acuado pra caralho. — Óculos novo? — Perguntou em um tom irônico e o garoto continuou calado. — Deixa eu vê! — Falou tirando os óculos do rosto do Matteo sem ele deixar, e até tentou impedir. — Como você enxerga com isso...— Reclamou olhando de longe e fazendo uma careta. 

 

— Me devolve Jake. — O menino pediu, agora sendo possível ouvir melhor a voz dele, mas estava longe ser uma voz de enfrentamento, ele não iria enfrentar o Jake e parecia não querer nenhum tipo de briga. 

 

— Qual è! Não seja chato! — Jake disse tirando os óculos de perto de Matteo para que ele não conseguisse pegar e o cara parecia mesmo não enxergar bem sem aquilo. 

 

       Eu falei que não ia me meter nas merdas do Jake, porque esse garoto è um tanto quanto problemático e eu nem posso falar pois também sou, mas estava dando pena o moleque acuado, tentando ao máximo sai dali e Jake bancando de valentão. 

 

— Jake, relaxa...— Falei, fazendo Jake me olhou com a sobrancelha franzida sem entender. — Melhor deixa ele ir não? — Olhei para ele, que negou lentamente ignorando o que eu falei. 

 

— O Harvey è novo na família, ele ainda não entendeu que você só existe para ser zoado! — Jake disse para Matteo, antes de voltar a olhar para mim. — Daqui a pouco você aprende! — Falou e eu realmente não estava nem aí para as porras do Jake e não queria me meter nelas. 

 

— Jake, è sério me devolve meus óculos por favor! — Matteo voltou a dizer e Jake olhou para os óculos na sua mão, antes de se virar para trás em direção ao Spike que assentiu, como se já soubesse o que ele ia fazer. 

 

— Claro, mas caiu tao longe!  — Jake disse debochado antes de jogar os óculos de Matteo longe no corredor. — Vai pegar...— Mandou em tom cruel.

 

       Antes que Matteo falasse ou algo do tipo, alguém pigarreou, chamando nossa atenção, e era Jane, parada exatamente onde Jake jogou os óculos, mesmo que ela não tenha visto, pelo menos a última frase ela ouviu e entendeu o que está acontecendo ali, Jane cruzou os braços de forma séria, querendo mostrar a autoridade ali. 

 

— Jake, o que você acha que está fazendo? — Questionou seria e Jake riu agora recebendo o apoio de Spike e Kyle. — O que è engraçado garotos? Essa ceninha tosca? Qual è a de vocês em fazer isso com o Matteo, vocês são primos! Esse tipo de provocação è totalmente...

 

— Aí Jane cala a boca! — Jake disse interrompendo ela que o olhou indignada pelas palavras dele. — Você fala demais e rápido demais, parece um papagaio! — Exclamou como se estivesse cansado daqueles conversa. — Aliás você não manda mim, não è minha mãe, nem um adulto que eu deveria respeitar, você tem o que? 23? E acha mesmo que pode controlar a gente? — Ele perguntou rindo com sarcasmo e ironia, fazendo Jane o olhar furiosa com a resposta afiada dele. 

 

— Para começo de conversa, Jake, eu sou sua tia, eu vi você nascer! Eu estou aqui e vivi isso aqui muito antes de você pensar em vir ao mundo, então o mínimo que você tem que ter è respeito e me obedecer, porque querendo ou não eu sou a autoridade aqui! — Ela disse bastante irritada e em tom alto e sério, mas não abalou nada Jake, acho que realmente ele nem prestou atenção em  tudo que ela falou. 

 

— Autoridade de merda, porque realmente, não me sinto ameaçado por você, tô nem aí para você! — Disse fazendo pouco caso, antes de se virar e sair, sendo seguido por Spike e Kyle, que apesar de não terem falado nada pareciam concordar em tudo. 

 

      Jake não mentiu na parte de dizer que Jane não passa autoridade, eu mesmo não me vejo nenhum pouco a fim de obedecer alguém que è 5 anos mais velha do que eu, parece até piada na verdade. 

 

     Continuei parado o mesmo lugar, vendo Jane se abaixado frustrada e até parecendo bastante chateado com o que ouviu agora, e ela pegou os óculos de Matteo no chão, que continuou no mesmo lugar até que ela se aproximou e tocou no ombro dele chamando a sua atenção. 

 

— Aqui, não liga para eles, são babacas...— Falou com uma voz suave ao entregar os óculos a Matteo, que logo os pegou. — Se eles implicarem com você de novo, pode falar, não ver deixar esses meninos mexerem com você! — Jane pegou na mão dele e eu apenas fiquei ali parado, encostado na mesma parede que estava desde o início.

 

— Obrigada Jane, de verdade. — Ele disse sem jeito para ela que deu um meio sorriso para o menino e eu poderia jurar que ele ficou vermelho com isso. 

 

— Apesar da sua mãe não ir muito com a minha cara...— Jane disse e se eu não me engano a mãe do Matteo è a Jessica. — Você è um garoto muito legal, conte comigo para qualquer coisa que você precisar! — Ele concordou com ela, dando um meio sorriso e Jane levou os olhos até mim. — O que faz ainda? — Perguntou sem entender e eu mexi os ombros. 

 

     Eu também não sei o que estava fazendo ali ainda, mas talvez só quisesse ficar parado no corredor de boas, não via problemas nisso e não sei se a Jane poderia achar, afinal eu não falei e não fiz nada nessa história. 

 

— Só parado. — Fui direto e ela me analisou, como se eu fosse suspeito e sempre vão suspeitar do cara mau encarado, è incrível. 

 

— Tá, vamos Matteo? — Ela falou colocando seu braço em volta do ombro dele que assentiu, e os dois saíram andando juntos no corredor. 

 

       Seria estranho eu falar que eles dois até se parecem um pouco? 

 

       Ri do pensamento ridículo que eu tive, antes de eu mesmo começar a sair daquele corredor. 

 

 

 

   No dia seguinte....

 

 

 

 

 

    Jupiter Parker,Point of  Views. 

 

                            10:02 a.m. 

 

                   18 de maio  de 2038.

 

              Blainville, Quebec, Canadá.

 

 

      Eu odeio mosquito, odeio mato, árvore até vai, mas muitas árvores em volta de mim trazendo tanto oxigênio puro quase me faz sentir falta de ar. Eu nasci em Tokyo, uma das cidades mais poluídas do mundo, por Deus um ar puro pode me matar. 

 

      Mas obviamente a Pattie tinha que enfiar todos nós no meio do mato, não que ela tenha vindo, ela ficou na beira do lago dizendo que esperava que a gente aprendesse um pouco sobre plantas nativas, enquanto Jane nos acompanhava junto com uma Guia obesa que parecia bem perdida para ser sincera. 

 

— Essa árvore è única dessa região! — A mulher com as bochechas parecendo dois morangos de tão vermelhas, parou, pela milésima vez, para comentar de alguma planta. 

 

      Eu tenho quase certeza que essas paradas são desculpas para ela descansar, já que è imensa de gorda e com certeza não se aguenta nos seus próprios pés mais. 

 

      Ignorei completamente, totalmente e instintivamente o que ela falava e me encostei em uma árvore, rezando para cair um raio agora e eu ser a única protegida pela árvore, sendo  assim a única a me salvar, mas estava um calor dos infernos, estamos mesmo no Canadá? Era para está nevando mesmo sendo verão né? 

 

— Uma garota de uma cidade que nem ar respirável tem direito no meio do mato...— Harvey parou do meu lado e eu ri sarcástica da piadinha idiota dele. 

 

— Eu estou de saco cheio e tem o que? 3 horas que estamos nisso? — Questionei em voz baixa para ninguém ouvir, enquanto eu me abanava com minhas próprias mãos.

 

      Para completar estava um calor infernal, o aquecimento global ainda ia matar a gente derretidos no meio daquela mata, eu tinha certeza disso, parecia que o vento não era suficiente para todos ali, e cada um vivia um inferno particular enquanto andávamos por horas sem rumo algum. 

 

— Faz 1 hora...— Harvey contou e eu olhei para ele incrédula por só ter uma única hora que estamos no meio dessa floresta de árvores altas. 

 

      Por Deus, eu vou morrer. 

 

       Passar por esse sufoco só me faz lembrar o quanto eu quero ir para casa, voltar para Tokyo para a minha vida que tive que largar para fazer trilha com um bando de gente que não suporto no meio do Quebec, só pode ser um pesadelo, um karma, è, eu tenho certeza que essa família è um karma na minha vida, uma penitência maldita pra caralho. 

 

      Não aguento mais, eu vou surtar antes do quinto dia aqui. 

 

— Eu quero ir embora...— Comentei para Harvey assim que a guia gorda começou a guiar a gente de novo e eu tive que desencostar daquela arvore que até que estava confortável. — E eu to falando de ir embora para a minha casa...— Dei ênfase, voltando a andar e Harvey veio para o meu lado assentindo e concordando comigo. 

 

— È, mas podíamos começar indo embora daqui, eu e você. — Ele sugeriu em sussurro, com um sorriso de canto, típico de garotos que não vale absolutamente nada. 

 

— Claro, e no mínimo a gente se perde nessa floresta enorme e nunca mais acha o caminho de volta. — Comentei em ironia com um sorriso mega forçado e Harvey revirou os olhos desfazendo o sorrisinho bobo que deu. 

 

        Era uma ideia ridícula demais ir embora sem um guia, mesmo que seguíssemos a trilha, eu nem sei dizer o que è trilha e o que não è, íamos acabar nos perdendo, na mata, onde tem cobra, urso e não sei mais o que, ma provavelmente bichos demais para uma pessoa que nunca viu mais do que 10 árvores juntas e um gramado. 

 

— Não seria tão ruim, pelo menos íamos ficar sentados até aparecer os bombeiros pra nós achar, nos evita de andar tanto...— Resmungou e eu continuei olhando para frente, vendo todos aqueles primos parecendo realmente interessados no passeio, tirando fotos, falando sobre. 

 

     Era quase possível ver um clima pacífico ali, até porque o Lado B estava andando misturado com o lado A, mesmo que essa fosse uma ordem da Jane, separar a gente em duplas, ou grupos pequenos, porque somos muitos e ela não quer que ninguém fique para trás. 

 

     Então ela misturou a gente, quase como de propósito e me colocou com a Harvey, achando que eu nunca tinha falado com ele antes, o que foi engraçado eu confesso. 

 

      No meio daquela quase harmonia entre todos, o que não me favorecia em nada, muito pelo contrário, eu queria o caos, eu precisava do caos para voltar para a minha casa no Japão, não existia a hipótese de deixar eles se darem bem nem que seja por umas 4 horas no meio do mato. Mas meus olhos bateram em Red, lembrando que era para ela está sendo culpada por algo, ao invés de está andando com Spike e os 4 pirralhos, que ela fez questão de pedir para ficar com eles, e Jane deixou óbvio, ainda afirmando que confia na Red, claro, ela è tao certinha vamos deixar os pequenos com ela. 

 

      A forma como babam ovo para a Red Cherry me da vontade de vomitar. 

 

     A senhorita perfeição, a única que tem responsabilidade aqui e não deixaria ninguém para trás e blá-blá-blá....

 

     Parei de andar quando uma ideia veio subtenente na minha cabeça e Harvey também parou, me olhando confuso. Mas aquele momento de iluminação cerebral precisava ser citado, eu tinha acabado de ter uma ideia incrível. 

 

— O que foi? — Harvey perguntou curioso e eu dei um meio sorriso, ainda encarando a minha frente e com uma ideia se concretizando passo a passo na minha cabeça naquele instante. 

 

— Acho que sei como começar aquele nosso plano..— Comentei em sussurro. — E ainda voltarmos mais cedo do passeio...— Mordi os lábios, me sentindo tão focada que eu poderia sentir isso correr pelas minhas veias. 

 

       Aquelas coisas na minha cabeça tinham dado a ideia perfeita, e eu não ia desperdiçar, mesmo que eu evite da voz a eles, dessa vez a ideia foi genial, eu estou cansada de andar, quero começar o meu plano de caos, e acabei de ver a oportunidade perfeita. 

 

— Preciso que você pare e fale que precisa beber água, a guia vai fazer a gente parar, você tenta distrair ela e a Jane.... eu cuido do resto. — Avisei para o Harvey, que ainda parecia perdido mas assentiu, a parte do plano dele è a mais fácil, eu vou ficar com a adrenalina da parte mais difícil. 

 

— Você está com um olhar demoníaco, o que está pensando em fazer? — Ele questionou curioso e eu apenas lhe lancei um olhar para que não questione demais. 

 

— So faz sua parte! — Fiz um gesto para que ele fosse e Harvey bufou antes de começar a andar mais para frente e eu fui logo atrás. 

 

— Podemos parar para beber água? — Harvey perguntou em voz alta e a guia parou se virando para ele antes de concordar, fazendo todos pararem onde estavam para beber água. 

 

     A hidratação è realmente algo importante nesse calor. 

 

     Respirei fundo, pegando a garrafa que estava na minha mochila e checando para ver se ninguém estava olhando enquanto eu despejava a água fora a deixando completamente vazia, antes de andar com calma para perto de um grupo de pessoas especifico. 

 

— Oi... ah... você teria um pouco de água  extra para a minha garrafa? A minha acabou. — Falei sendo o máximo fofa e gentil que eu conseguia, quando a Red Cherry me olhou, não escondendo a surpresa por eu estar falando com ela, coisa que não faço. 

 

      E eu poderia inúmeras por horas os porque de eu não falar com ela, um dos principais motivos é o olhar de falsa compaixão que ela tem por todos, isso me irrita de uma forma. 

 

— Claro, tenho sim, só preciso procurar e pegar!— Disse com um meio sorriso legal, estendendo a mão para pegar a minha garrafa e eu senti que podia vomitar.

 

   Mas apenas entreguei e esperei a vendo se encostar em uma árvore próxima,começar a mexer na mochila, olhei para o Spike que estava olhando pra o próprio celular e em seguida olhei para Wendy, Faith, Anthony e Mauve que estavam parados ali também mexendo em algumas plantas em uma moita próxima. 

 

      Hm, então vamos lá, eu não tenho um favorito para isso...

 

      Mamãe mandou... eu escolher... esse da.... qui...

 

— Ei... que flor linda, Mauve. — Comentei em tom baixo para ela, que tinha um pequeno buquê de flores na sua mochila e outras duas em sua mão. 

 

— São para a vovó! — Disse fofa e eu fiz um biquinho achando aquilo realmente adorável. 

 

— É um gesto incrível, aliás eu vi flores linda bem ali! — Apontei para uma moita literalmente a vinte passos para trás de nós e até tinha uma flores mesmo, mas não eram nada bonitas. — Acho que a vovó vai gostar também, se você reunir a maior quantidade de flores vai ficar um buquê incrível!  — Comentei sugerindo e ela pareceu concordar com isso indo até lá, o que não era nada longe, literalmente do nosso lado. 

 

       Porém ela agora não estava mais junto dos outros três mais novos que ainda estavam mexendo nas flores na moita do nosso lado e ela parecia tão concentrada. 

 

     A conversa foi tão rápida que absolutamente ninguém em volta de nós notou, ou são pessoas demais para notar afinal. 

 

— Aqui! — Red voltou com a água e eu a peguei agradecendo antes de começar a abrir para beber, tentando manter o olhar pacífico. 

 

— Eu não sabia que o Canadá era tão quente. — Comentei realmente puxando um assunto com a Red Cherry e olhei para a Wendy. — Eu essa garotinha aqui nascemos no mesmo clima! — Exclamei puxando Wendy para a minha frente. — Já esses dois, estão acostumados calor mesmo! — Falei puxando Faith e Anthony para a minha frente e a Red me olhava como se eu tivesse três cabeças, mas era só porque eu estava falando com ela de forma normal e isso nunca acontece. 

 

      Vai Red Cherry, não seja idiota, sou apenas uma menina com calor na floresta e entediada, podemos conversar. 

 

— Eu não gosto de calor não! — Faith disse e eu a olhei surpresa por isso, mas na verdade eu estava interpretando o melhor papel de pessoa legal que podia, por dentro eu queria berrar de tanta raiva. 

 

— È um pouco quente na África mas não tanto...— Anthony disse em voz baixa. 

 

— O Japão e a Coreia são tão poluídos que a gente nem lembra o que é ar fresco! — Falei me referindo a mim e a Wendy que assentiu parecendo exausta de está naquela floresta e se abanando com uma folha grande. 

 

— Eu gosto de calor, nasci na Califórnia. — Red disse de um jeito normal e era estranho para ela falar comigo, eu concordo que è estranho mas ela podia fingir né? 

 

     Ela ama fingir o tempo todo. 

 

— Vamos continuar! — A guia falou e eu continuei olhando para a Red, antes de pisar em falso de propósito já não vendo outro caminho para o meu plano. 

 

      E confesso que doeu um pouco mas não foi real de fato. 

 

— Aí, droga, eu odeio mato! — Falei fazendo uma cara de dor e tentei andar, recebendo o olhar de Red que parecia até preocupada com o meu pé, ou comigo, grande falsa. — Está tudo bem...— Tentei convencer ela com um sorriso, e respirei fundo antes de falar algo que eu não queria. — Aliás, eu tenho que falar uma coisa... eu sinto muito pela cena da piscina. — Comecei a andar e ela me olhou como se eu tivesse dito algo estranho e começou a me acompanhar prestando atenção em mim. — Sei que você não fez de propósito... estava sendo um dia difícil para todo mundo e.... eu me equivoquei! — Estava tentando usar a voz mais doce do mundo e Spike tirou os olhos do celular para me olhar. 

 

— Calma o que disse? Aliás de onde você surgiu? — Perguntou me olhando confuso enquanto começava a andar do meu lado, seguindo atrás de todos. 

 

— Eu vim pedir um pouco de água e acabei para pedir desculpas para a Red também, eu a acusei naquele dia mas agora, eu não acho que tenha sido de propósito! — Gesticulei de forma clara antes de olhar para a Red, que parecia muito surpresa pelas minhas palavras mas ao mesmo tempo aliviada e feliz. 

 

        Quanta ingenuidade Red Cherry...

 

— Então ela não te empurrou? — Spike perguntou perdido e Red deu um sorriso vitorioso como se tivesse tido isso muitas vezes e ela de fato falou. 

 

        Não poderia descrever o quanto o sorriso vitorioso dessa garota me da vontade de revisar os olhos com toda a vontade do mundo até eles não voltarem para o lugar mais. 

 

— Eu disse! — Ela reforçou para Spike, que me olhou para ver se eu estava brincando e eu apenas assenti mexendo os ombros. — E eu te desculpo Jupiter, todos cometemos erros! — Red Cherry disse isso para mim, com a voz mais simples do mundo o que quase me fez sair do personagem. 

 

       Essa garota está querendo dizer o que com isso? É alguma espécie de indireta? Porque se for, ela deveria ser mais clara, mas obviamente não seria, a Red Cherry se esconde atrás de uma máscara ridícula de boa menina, até mesma as indiretas tem que ser assim, como se ela fosse a miss universo discursando.

 

      Vai tomar no cu, todos comentem erros e todos pagam por eles e no seu caso, você nunca pagou, mas pode deixar que eu faço questão de fazer pagar com todos os juros do mundo. 

 

— Eu vou voltar para a minha dupla! — Avisei com um breve sorriso antes de me virar e fechar a cara, sentindo como se pudesse pular no pescoço daquela garota. 

 

       Foram nada mais do que uns 7 minutos conversando com ela e eu sentia que queria morrer, eu não consigo, nem fodendo, nem tentando bancar o melhor personagem que eu tenho, eu não consigo fingir gostar da Red, por isso nem me dou o trabalho de falar com ela e forçar, eu sinto que se eu tiver que falar ou conviver com a Red um pouco mais eu sou capaz de.... sei lá...

 

     Matar ela... com minhas próprias mãos. 

 

— Você foi até la...— Harvey comentou e eu ainda estava sentindo o ódio fluir pelo meu corpo. — Que plano é esse que envolve ser simpática com a princesa? — Murmurou confuso e eu continuei olhando para a frente, sentindo que poderia passar por cima de alguém como uma bola de demolição bem agora. 

 

      Apenas destruir tudo e todos, ver cada um deles sangrar e sofrer, eu apenas queria sentir isso, essa sensação de não ter que nunca mais ver o rosto de ninguém aqui, eu queria expor toda a minha raiva. 

 

     Continuei em silêncio, enquanto andávamos e parecia que eu estava fora daquele mundo, acho que esse foi o contato mais longo que eu tive com a Red que não fosse forçado pelos nossos pais, e eu sentia como se a realidade estivesse me fugido. 

 

      Eu tenho certeza que não existe ninguém mundo que odeia uma pessoa desse jeito, dessa forma que chega a queimar, olhar para a Red me faz lembrar de tudo, das coisas que ela fazia comigo, o que ela dizia.... as palavras daquela Red pirralha ainda estão aqui, eu olho para ela e escudo cada uma delas é como um maldito disco arranhado. 

 

      Não importa o tempo que passe.

 

 

 

 

 

 

 

 

— Ok...— Harvey tentou puxar assunto de novo. — Já faz 20 minutos que eu pedi para beber água e você foi falar com a Red, me explica onde está um plano aí? — Perguntou sério, como se eu tivesse enganado ele e eu ainda estava imersa na minha fúria. — Jupiter tem como me responder? — Falou mais uma vez e segurou o meu braço discretamente, me fazendo parar e ver que todos pararam mais uma vez por ordem da guia. — O que você fez? — Me olhou nos olhos, com o brilho da sua íris azul e eu sai um pouco do meu próprio mundo. 

 

— O que tinha que ser feito...— Falei de forma calma e pacífica, o vendo me olhar de um jeito confuso e curioso.

 

— Gente! — Red exclamou e Harvey tirou os olhos de mim para prestar atenção. — Alguém viu a Mauve? — Questionou com um tom de desespero na voz e Harvey voltou a olhar para mim quando todos começaram a falar juntos e olhar em volta. 

 

       Ele me encarava como se apenas quisesse ter certeza que não fui eu, mas eu não fiz nada demais, eu não tinha culpa, a minha função foi apenas distrair, se a Red fosse realmente responsável, ela perceberia que a Mauve ficou para trás. 

 

       Eu percebi.

 

— Me diz, que você não deixou uma criança de 5 anos para trás no meio de uma floresta? — Harvey questionou, querendo que eu negasse e eu neguei lentamente. 

 

— Eu não deixei, a Red Cherry deixou. — Pontuei e dei um sorriso fraco para ele. — A culpa é dela! — Garanti e Harvey tirou os olhos de mim, olhando em volta e vendo que todos chamavam pela Mauve preocupados. — Eu falei que ia da um jeito da gente voltar para casa. Harvey. — Disse em um tom que esperava no mínimo um obrigada por isso. — De nada! 

 

 


Notas Finais


Notas finais:





Gente capítulo gigantesco meu Deus do céu!



Esse aqui vale por uns 3 sério, mas e aí, como estão?



Os capítulos vão diminuir a partir do 10 gente então relaxem ta vai voltar a ser 12mil e afins! Só estão grandes pq tem muita coisa pra acontecer antes do primeiro jovem a ter história.



E oficialmente eu posso dizer agora! O primeiro a ter história vai ser o JON GREEN PARKER! Sim um dos trigêmeos, o príncipe legal e tio da maioria ali! A história dele vai ser muito legal e com incitamentos necessários, lembrando que nenhum tema sério da primeira temporada vai voltar, aqui você verá temas novos e é sempre bom aprender mais!



Serão 4 capítulos do Jon!



Vamos a alguns pontos!



Se você não me segue no Instagram não viu que vai vir duas fanfics por aí! Uma de natal chamada Christmas Love e outra criminal! Ambas como Justin protagonista presente em cada cena! Quem amou?



A de natal sai em dezembro e o trailer junto com o próximo capítulo de the family, já a criminal sai ano que vem, provavelmente quando the family estiver na metade!



Eu amo essas novidades e espero que vocês gostem das duas histórias que estão incríveis!



A sinopse do próximo capítulo mais cifradas sobre a história vao sair já já no Instagram! @thefamilyfic vão lá!



Amo vcs!



Bjs e até o próximo!


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