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História The Farewell - The Farewell


Escrita por: LiihAndrade

Notas do Autor


Olá!
Essa é a minha primeira FanFic de capitulo único, e também a minha primeira do Peter Pan. A história se passa depois de Wendy voltar para sua casa, enquanto Peter volta para NeverLand, no filme "Peter Pan - O Filme" (2003).
Eu espero que vocês gostem :)
Boa leitura.

Capítulo 1 - The Farewell


Fanfic / Fanfiction The Farewell - The Farewell

Uma batida contra a janela fez Wendy se sobressaltar.

Estava se olhando no espelho, pensando se aquele vestido realmente combinava com ela... Fazia tempos que não se arrumava e, principalmente, usava um vestido como aquele.

Deixando tudo de lado, correu a janela, já a imaginar quem poderia ser.

—Peter! — Disse sorrindo, enquanto o garoto empurrava a janela para cima e adentrava o quarto.

—Wendy…! — Disse Peter Pan maravilhado, olhando ela de cima a baixo: —Você está…

—Estranha? — Wendy perguntou, segurando as pontas de seu vestido e rodando-o.

—Está linda.— Disse, e um sorriso no canto de seus lábios encantou a garota. Olhando adiante de Wendy com curiosidade e ansiedade, como se tentasse achar algo, perguntou: — Onde estão João e Miguel? Eu tenho tantas coisas para contar... Vocês não iriam acreditar!.

— Meus irmãos se mudaram para o quarto ao lado… — Respondeu Wendy cabisbaixa.

— Por que?!

— Bem... Acharam que eu deveria ter mais espaço para mim mesma.

O garoto mexia nas coisas de Wendy, como alguns vestidos jogados e algumas maquiagens. Achava tudo aquilo muito estranho, e se lembrava de quando o quarto era repleto por espadas e brinquedos que o assustavam.

— Eles estão certos… — Disse Peter depois de algum tempo pensando e, com mais um sorriso para Wendy, respondeu: — Afinal, uma garota vale por mais de vinte meninos.

— Que esperteza a sua…! —Disse Wendy seguindo Peter com os olhos, ao passo que ele apenas concordou balançando seus ombros e lhe lançando um sorriso.

— Mas para que se arrumou, Wendy? Sabia que viria?

— Nem mesmo suspeitava… — Disse, indo até a janela e se sentando em seu parapeito, contemplando a vista da cidade: — Meus pais darão um jantar hoje, especialmente por minha causa...

— Que legal da parte deles...!— Peter disse e, logo depois, se assustou com o mesmo brinquedo que se assustara da primeira vez que fora ao quarto de Wendy, e achou melhor se juntar a ela na janela.

— Eu também achava, mas... E se eu fizer algo de errado?! — Perguntou Wendy preocupada.

— Aí então você mostra seus talentos com uma espada… — Respondeu Peter, fingindo lutar com o ar: — Posso te ensinar alguns truques, se quiser.

Eles riram juntos, fazia alguns meses que aquilo não acontecia; entretanto, era como se não tivessem se separado nunca. Peter colocou seu rosto sobre o ombro direito de Wendy e, sussurrando em seu ouvido, perguntou:

— Mas por que você se arrumou tanto para um jantar?

— Bem... Não é apenas um jantar. — Wendy tentava escolher as melhores palavras para explicar: — Meus pais convidaram o chefe de papai e seu filho, acham que ele é... Um "bom partido" para mim. — Wendy caçoava de suas próprias palavras.

— "Bom partido”? — Peter perguntou, sobrevoando ela e parando em sua frente: — Como assim?

Apesar de não entender aquela expressão, Peter começava a sentir algo dentro de si incomum. Como uma angústia, algo que não parecia se encaixar; e começava a se irritar com a demora da resposta.

— Eu estou crescendo Peter… — Wendy disse, e o garoto mudou sua expressão aparentemente calma para uma rígida, como se não soubesse o que sentir; esperava ansioso o dia em que ela diria aquilo: — Meus pais acham que o filho do chefe seja talvez... Bem... Futuramente... Um bom...

A espera torturava Peter. Pela primeira vez, sentiu algo que nunca antes sentira: medo.

— Um bom o quê, Wendy?

Ao passo que Wendy respondeu envergonhada, se levantando e se afastando de Peter, que continuava parado no ar sobre a janela:

— Um bom marido.

— Um marido?

— Sim, Peter... Um marido.

Os pés dele alcançaram a beirada da janela, e teve de se apoiar em seu batente para não cair.

Peter Pan nunca havia ouvido palavra tão perturbadora, a salvar a vez em que Hook a usara para atingi-lo… E quase o matou. Lembrava-se exatamente de suas palavras:

“Ela ia deixá-lo, Pan. A sua Wendy…Vai deixá-lo. E por que ela teve que ficar? O que tem a oferecer? Você é incompleto. Ela prefere crescer a ficar com você.

Agora vamos dar uma olhada no futuro! O que é isso que vejo? A bela Wendy! E ela está no quarto, a janela está fechada.”

“Eu posso abrir!”

“Creio que a janela está trancada…”

“Eu grito o nome dela…!”

“Ela não pode ouvir… Não pode vê-lo… Ela se esqueceu de você. O que é isso que vejo? Existe outro em seu lugar, ele se chama “marido”. Você morre sozinho e sem amor… Igual a mim.”.

— Um marido pode voar? — Peter perguntou rindo, tentando esconder sua mágoa. Então sua face fechou, e como se sentisse perturbadora raiva, jogou as palavras contra Wendy: — Você contará histórias para ele?!

— Peter! — Wendy o repreendeu, como se ainda não tivesse pensado naquilo: —Oh... Peter!

O garoto virou-se de costas, tentando não demonstrar seus sentimentos para Wendy... Afinal o que seria aquilo que estava sentindo? Raiva? 

— Por favor, não fique com ciúmes… — Wendy disse o puxando gentilmente pela mão.

Ciúmes? — Peter perguntou parecendo bravo e aproximou seus rostos, ficando a apenas um palmo de distância: — Nunca!

Mas a raiva não poderia permanecer por tanto tempo enquanto os dois estivessem tão próximos. Olhando para Wendy tão perto, depois do que pareceu uma infinidade longe, Peter não poderia acreditar que em breve teria outro em seu lugar… Com a sua Wendy. Alguém que ela chamasse de marido.

Seus rostos quase se tocavam, e suas respirações se entrelaçavam gentilmente. Seus lábios quase se juntavam em um "dedal". Mas quando Peter se lembrou de algo, seus olhos se abaixaram, e algo parecia se apagar dentro dele.

— Você dará a ele... Nosso beijo?

Agora era Wendy que se virava de costas, afastando-se da janela. Sentiu sua pele corar; ainda não havia pensado naquilo também.

— Temo que sim, Peter... — Sua voz tremia conforme as palavras saíam de sua boca: — Isso talvez seja necessário, minha tia planeja assim, ao menos...

Sua tia. Peter Pan pensava que talvez esta fosse a companheira ideal para Hook; melindrosa e cheia de normas ordinárias. Sim, de fato havia melhorado ao encontrar seu filho, um dos garotos perdidos. Mas Peter não sentia senão raiva por seus planos com aquele que o substituiria.

O garoto sentiu seu corpo cair, e se sentou no chão do quarto, apoiando sua cabeça entre seus joelhos. Pensamentos felizes faziam-no voar... O que sua lágrima poderia fazer?

— Peter, por que você está chorando? — Wendy perguntou se aproximando do garoto.

— Eu não estou chorando! — Gritou, olhando para ela com o coração apertado, e mais algumas lágrimas escorreram por seu rosto.

A garota se ajoelhou a sua frente, e cobrindo sua mão com a manga do vestido, enxugou gentilmente a face de Peter Pan.

— Você gostaria de ouvir uma história? — Perguntou, tentando animar o garoto.

Peter nunca se recusaria a ouvir uma de suas histórias. Ouvia-nas e as repassava para aqueles que não as conheciam desde que Wendy começara a contá-las.

Passando as mãos com força contra seus olhos vermelhos, Peter Pan assentiu positivamente.

— Bem... Era uma vez, uma fada que vivia em um lugar muito, muito distante. Dizem que para se chegar lá é preciso unicamente acreditar; além de, é claro, virar a segunda à direita e seguir reto até o amanhecer. E uma vez que se chega nesse lugar, o relógio para de bater, ao passo que sua idade já não mais importa, senão acreditar e sonhar! Esse lugar se chama...

— NeverLand! — Peter a entrecortou animado por ouvir uma história de sua terra.

— NeverLand…! — Wendy respondeu também animada: — Se olharmos cuidadosamente entre as árvores e florestas de NeverLand, encontraremos as fadas. E, se procurarmos com calma e atenção, encontraremos a mais curiosa de todas elas. Uma fada corajosa, ousada e bem... Pequena.

— Tink…! — Peter sussurrou a entrecortando novamente, parecendo orgulhoso de sua companheira Tinker Bell.

— O que muitos não sabem sobre Tinker Bell é que, por ser tão pequenina, consegue sentir apenas um sentimento por vez. Ora raiva, ora felicidade, ora tristeza, ora amor...

E, com essa palavra, Peter estremeceu; enquanto Wendy continuava sua história.

—...Certa noite, em um dos muitos bailes que as fadas realizam até o amanhecer, viu algo que pensou que nunca viria… — E, nessa parte da história, o corpo de Wendy também estremeceu: — Seu melhor amigo, o corajoso Peter Pan, ou "Capitão Peter Pan" para aqueles que não o conheciam tão bem quanto Tinker Bell, carregava em seus braços outro alguém... Aquela criatura não possuía asas, ou brilhava maravilhosamente e nem mesmo sabia voar por conta própria. Aquela não era uma fada como Tinker. E a pequena fada não conseguia entender por que Peter tinha a escolhido... Ela não era nada especial.

Wendy tentava conter suas emoções, enquanto Peter parecia tentar entender algo. A garota entendia que ele talvez não entendesse sua metáfora, Peter era muito puro para entender as entrelinhas. Ao menos, assim Wendy esperava. Talvez aquela história fosse tão somente para ajudá-la a seguir em frente.

Reposicionando seus joelhos contra o chão, continuou:

—...Tinker, sentada à uma folha de arbusto, molhada por causa da fina chuva que caíra, continuava a tentar entender a situação. Foi quando então sentiu a terra ao seu lado ser amaçada, e botas pretas que davam o triplo do seu tamanho se posicionaram ao seu lado. Olhando para cima, a fada não podia acreditar em sua visão. Olhos escuros, quase azuis, profundos a encaravam, com algo de terrível dentro deles; enquanto seu gancho se aproximava de suas asas...

— Hook! — Peter gritou, tirando seu facão do descanso, como se pudesse ver Hook em sua frente.

Os olhos de Wendy brilharam.

— Sim! Hook! Estava com um casaco vermelho, e seu chapéu estava com a maior das penas! Em um único ato perverso, Hook capturou Tinker Bell, a colocando dentro de um pote de vidro...

— Não…! — Peter sussurrou pasmado, e não se continha conforme a história era narrada.

— É claro que Tinker Bell tentou lutar contra, porém Hook já planejava aquilo há meses, afinal sem Tinker Bell em seu caminho, estaria livre para acabar com Peter Pan, seu maior inimigo.

Wendy se levantou do chão e foi até sua penteadeira, como se a história já tivesse sido terminada; sabia que aquilo de certo aumentaria a empolgação e a curiosidade de Peter.

— E o que acontece depois?! — Peter perguntou também se levantando, e tirando seus pés do chão, planou até Wendy com pressa: — Tinker conseguiu escapar? Eu de certo dei uma surra em Hook, não dei? Eu preciso ter dado! Ele machucou Tinker! — E, quando Wendy se virou para ele com uma escova em mãos, suplicou em um sussurro: — Wendy...!

A garota apenas o olhou com diversão e, como se não estivesse tão excitada com a história quanto Peter estava, disse sem emoção:

— Bem, é claro que houve muita briga. Na verdade, o convés inteiro do navio pirata se revoltou contra você! Gritos, fúria... Espadas!

Wendy posicionou sua escova de cabelo como uma espada, e atacou Peter com um golpe, que se defendeu rapidamente com sua faca, a tratando igualmente como uma poderosa espada. Os dois começaram uma guerra, se atracando pelo quarto inteiro. Sorriam como se ainda estivessem em NeverLand, e como se nunca tivessem que crescer.

Wendy quase acertou Peter com um golpe final, porém o garoto voou e tomou distância. Wendy percebeu então que ele a atacaria, e saiu correndo em direção à cama, entretanto, antes de chegar nela, Peter a segurou por trás, e os dois acabaram rolando, entre risos e sorrisos de felicidade.

Pararam sobre o colchão com seus rostos lado a lado, exatamente como acontecera na última batalha contra Hook em NeverLand.

Passaram em silêncio por um longo momento, e perceberam que a realidade aos poucos adentrava em seus corpos cansados.

Suspiraram longamente ao sentirem isso, enquanto seus sorrisos aos poucos se fechavam. Depois de alguns minutos, Peter virou seu rosto para o dela, que continuava a olhar para o teto.

— Wendy…? — Sussurrou suavemente.

— Sim?

— Você contará suas histórias para ele?

As sobrancelhas da garota se juntaram em confusão. Naquele curto período de tempo que passara ao lado de Peter, já se esquecera de sua realidade.

— "Ele"?

— Você sabe… — Peter continuou, com uma dura expressão em seu rosto: — O seu... Marido.

— Oh… — A garota desmanchava sua expressão confusa; ainda não pensara em uma resposta: — Bem... Se ele pedir, talvez seja educado lhe contar uma pequena história...

Peter se sentou na beirada da cama, parecendo um pouco desconfortável. Wendy continuara deitada, mas, percebendo o desconforto de Peter, se estendeu e sentou ao seu lado.

— Histórias... Sobre você!

— Sobre mim? — Peter perguntou um pouco contrariado. E, parecendo se lembrar de repente que Wendy contaria para seu marido sobre ele, chegou mais perto e sussurrou com raiva em seu ouvido: — Nunca…!

Peter se levantou da cama rapidamente, e pisando forte no chão se afastou dela, indo em direção à janela. Wendy saiu correndo atrás dele.

— Peter…! — O chamou segurando-o pelo braço e o puxando para que este não fosse embora: — Peter!

— Você estava comigo Wendy, e nos divertíamos! — Ele gritou, porém sua voz estava emaranhada: — Não era o bastante para você? O que mais você poderia querer?!

— Há tanto mais para viver, Peter! E você sabe disso, nós já conversamos… — Wendy reclamou, lembrando-se da primeira discussão que tiveram, quando finalmente declarara que queria algo além de apenas se divertir.

— Me diga o que é! — Peter pediu segurando as mãos de Wendy e se aproximando dela, parecendo desesperado: — Apenas me diga o que você quer. Talvez... Talvez eu possa pedir às fadas, Tinker me deve uma! E então... Então você poderá ficar comigo…! — E, apertando gentilmente as mãos de Wendy, sussurrou como em um segredo: — Esqueça ele, Wendy. Esqueça a todos. Venha comigo para NeverLand e então...

— E então o que, Peter? — Wendy perguntou também apertando sua mão.

— E então eu poderei ser seu marido. — Disse a olhando decidido: — Apenas me diga o que um marido deve fazer, e eu farei...

Wendy olhou para seus olhos, e seu corpo tremulou novamente.

— Eles crescem, Peter.

O garoto abriu um sorriso, e começou a subir em sua ponta do pé, logo depois sobrevoado Wendy, ficando quase ao teto em cima dela.

— Isso eu posso fazer…! — Ele disse, cruzando seus braços e lhe lançando um sorriso de lado tão e somente dele.

Wendy sorriu de volta, percebendo que Peter havia mal interpretado sua resposta.

— Não é crescer exatamente assim… — Ela disse, sentindo-se mal por ter que lhe explicar que o sentido era bem pior e mais difícil que apenas crescer em altura: — Maridos... Se tornam adultos, tem responsabilidades.

Peter aos poucos foi caindo do teto, e parou com os ombros abaixados na frente da garota, continuando mais alto que ela.

— Por que eu iria querer crescer? Por que você iria querer?

— Bem... É importante. — Wendy disse passando suas mãos pelo cabelo.

— Por que? — Peter insistiu: — Por que, Wendy? Eu posso ser bom para você sem crescer...

Wendy olhava de um lado para o outro, parecia em dúvida sobre algo... 

— Peter, eu...

Estava prestes a mudar sua ideia, ao menos admitiria que uma vida ao lado de Peter seria muito mais contente que ao lado de um marido; e isso com certeza deixaria Peter Pan nas nuvens. Porém algumas vozes foram ouvidas do lado de fora do quarto... E uma delas, em especial, chamou a atenção dos dois.

— Quem é? — Peter perguntou, aguçando seus ouvidos: — Não parece a voz de João, nem de Miguel...

A voz de um garoto ressoava fora do quarto, enquanto a tia de Wendy conversava algo animadamente com ele.

— Não é ninguém… — Wendy disse, com medo que aquilo afetasse Peter Pan: — Não é ninguém, Peter...

— Então por que eles estão dizendo o seu nome?

Wendy tentou segurar suas mãos para acalmá-lo, porém Peter já havia tirado suas próprias conclusões.

— É ele, não é? — Peter exclamou, aos poucos se afastando de Wendy, sem deixar de olhar em seus olhos.

— Peter, por favor… — Wendy começou, porém não conseguiu terminar.

Peter olhou em seus olhos pela última vez e, deixando uma lágrima cair por seu rosto:

— O que ele tem, que eu não tenho, Wendy?

— Peter!

Antes que Wendy pudesse fazer alguma coisa, Peter já estava do lado de fora da janela. E quando percebeu, ele havia a fechado.

Wendy tentou com toda sua força abrir a janela, porém Peter a segurava para baixo, não deixando com que a garota a abrisse.

Quando finalmente conseguiu empurra-lá para cima, tudo que conseguiu ver foi um ponto de luz ao final do horizonte.

Virando a segunda à direita e seguindo reto até o amanhecer.


Notas Finais


Se quiserem acompanhar outra história minha, é só seguir o link: https://spiritfanfics.com/historia/irresistible-desire-6381751

Obrigada!


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