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História The First - Camren - Formatura


Escrita por: LaurenAlaska

Notas do Autor


Em minha defesa, eu tentei entregar o capitulo rápido.
Ninguém me avisou que escrever finais era tão difícil, logo eu que não sou boa pra encerrar ciclos tendo que fazer um final que eu sinta que elas merecem ou que seria justo pra elas.
Mas, a vida não é justa ou tem suas criações favoritas, a vida é dura para cada um de nós, e eu estou só enrolando aqui até todo mundo chegar para ler o cap.

Capítulo 41 - Formatura


Fanfic / Fanfiction The First - Camren - Formatura

1 ano depois…

 

- Lolo… - Camila fala enquanto tiro sua roupa apressadamente. Ela segura minha jaqueta com a ponta dos dedos enquanto o calor inflama entre minhas pernas. - Eu senti sua falta. - ela fala em um fio de voz, e eu a jogo na cama. Camila nunca havia me beijado assim.

Ela pressiona seus lábios quentes nos meus, a língua procurando entrada, e eu suspiro com seu beijo.

- Como pude ficar tanto tempo longe de você? - falo e começo a beijar seu pescoço.

Camila toma meus lábios de novo, e não tem nada de exploratório neste beijo. É pura fome e desejo. Sua língua invade meus lábios num carinho profundo e punitivo.

Ela estava me punindo por tanto tempo separadas.

Ouço meu gemido, mas Camila engole o som com outro beijo ávido, suas mãos quentes apertam o meu quadril e me joga para o lado, invertendo nossas posições.

- Você vai fazer o que eu quiser agora. - ela fala em cima de mim.

Meu coração estava aos pulos com aquela mulher. Podia sentir cada onda de desejo que percorria meu corpo descendo direto entre minhas pernas.

Ela tira minha camisa e começa a beijar todo meu corpo gananciosamente. Seus dedos rápidos e agis desabotoam minha calça, e procuram meu clítoris.

- Camila… - gemo seu nome, e a única coisa que passa por minha cabeça era sentir a única garota que tinha roubado meu coração dentro de mim.

Ela desce seus beijos até minha boceta e estremeço com o toque de sua língua úmida. Seu cabelo era suave e sedoso enquanto eu o segurava entre minhas pernas. Quando eu achava que não podia ficar mais excitada, Camila diminui o ritmo de repente enquanto chupa meu clítoris e começa lambê-lo lento.

Ela volta seus beijos para meus lábios desesperadamente.

- Eu te amo, Lolo. - ela murmura em meio aos beijos.

- Eu te amo mais, Camz. - clamei contra seus lábios.

Camila não quis separar nossas bocas até quando deslizou minha calcinha pro lado e me preencheu. Seus dedos ágeis esfregava exatamente o local certo sempre que mergulhava em meu corpo. Eu me sentia tão bem com ela dentro de mim.

Meu prazer estava sendo construído até a chegada do climax, pulsações ondulavam por todo o meu interior fazendo eu gemer sob seus lábios e estremecer contra ela.

Seus dedos buscavam meu clitóris, um espasmo agarrou meu corpo e eu estremeci rapidamente.

- Camz...

- Lauren! - escuto alguém me chamar, mas a voz era longe. - LAUREN!

Acordo de supetão e quase caio da cama.

Inferno de sonho! Praguejo mentalmente ao ver Keana com um sorriso divertido me olhando.

- Está suando com o ar-condicionado ligado. - ela fala e deixa escapar um sorrisinho.

- Idiota. - falo e jogo um travesseiro nela.

- Lauren, faltam duas horas para sua formatura e você está dormindo? - ela me joga o travesseiro de volta. - E tendo sonhos sabe-se lá com o que. - ela fala e se lança em cima de mim em uma guerra de cócegas.

- Pare, Keana. - falo em meio aos risos. - Por favor, pare.

- Vamos, levante logo. - ela diz ainda me atacando.

- Tá bom, só pare. - falo, e ela abre um sorriso largo. - Te odeio. - digo, indo direto para o banheiro tomar um banho. - Quem marca uma formatura pras duas horas da tarde!?

- Também te amo. - ela fala e me sopra um beijo.

Enquanto sentia a água gelada caindo no meu corpo, podia ouvir o som da risada de Camila. A saudade dela ardia meu peito de novo, de novo e de novo, e quando eu achava que estava esquecendo, ela se renovava.

As vezes eu me questionava como ela estava se saindo durante esse tempo, tinha pedido ao John para não me dar nenhuma notícia dela, apenas informações que envolvesse sua saúde.

Ele me falou que Camila teve que passar um mês inteiro internada no Hospital, que tinha retornado as aulas e que suas notas estavam melhorando. E que finalmente tinha encontrado seu grupo de amigos.

Cheguei a ir pra Miami apenas uma vez nesse ano. Tinha me desligado de todos os meus amigos de lá. Zayn, Lucy, Dinah e Normani, e não me arrependia disso. Fui a casa de Camila na minha visita a Miami. Quer dizer, não bem exatamente a casa de Camila, mas a parte de fora da casa dela.

Parei o carro bem longe, e fui caminhando a pé até as redondezas de sua casa. Pude ver Camila de longe entrando na residência com Sofi e a Vero.

Ela estava tão linda aquela noite. Seu cabelo solto balançava com o vento, e parecia feliz. Gesticula animada e Sofi ria junto com Vero. Provavelmente contando uma de suas piadas ruins.

Me senti mal aquela noite por está dando uma de stalker psicopata atrás da Camila, mas não pude evitar de ir vê-la, nem que fosse por alguns segundos.

Durante esse tempo guardei tudo pra mim, minhas tristezas, minhas inseguranças e minha culpa. Não precisava que ninguém sentisse pena de mim.

- Vamos logo, Lauren! - escuto Keana falar enquanto ainda estou no banho.

- Por que você está tão empolgada? - grito de dentro do banheiro.

- Porque é sua formatura, dãn! - escuto a garota falar, e sei que ela está andando de um lado para outro no quarto.

- Você está mais animada que eu. - digo ao sair do banheiro. - Não se empolgue, não vai ter bebida alcoólica lá.

- Tenho um presente pra você. - ela chega perto de mim com uma caixinha nas mãos. - Feche os olhos, cuide. - ela dava pulinhos animados, o que me fazia sorrir involuntariamente.

Fechei os olhos e senti a garota segurar minha mão, e logo em seguida sinto um anel entrando no meu dedo indicador.

- Pode abrir os olhos. - ela fala e logo em seguida olho para minha mão.

- Um anel de pato? - pergunto rindo.

- Eu achei sua cara. - ela fala animada. - Olha o bico dele!

Analisei o anel no meu dedo. Era fofo, era amarelo e com o bico laranja… e tinha uns potinhos preto em forma de olhos… oh deus, era engraçado.

- Keana… - tento segurar o riso ao falar. - Eu sou um ser totalmente das trevas e da escuridão… Mas eu amei muito esse anel! - falo e dou um abraço na garota. Sinto suas mãos percorrerem sob minha nuca.

Um dia, sem motivo aparente, Keana apareceu na minha vida.

Ela tinha se transformado em pequenas pausas de alívio. Quando o desespero de não ter Camila me atormentava, Keana aparecia com uma garrafa de bebida na mão e uma série, que eu não sabia de que parte da Deep Web ela tirava, mas de qualidade totalmente duvidosa.

Uma vez ela me fez assistir Everything Sucks, que eu nem me lembro direito a narrativa mas tinha um casal fofo de garotas e… Ok, eu realmente não me lembro do resto.

Teve a noite que eu voltei de Miami logo depois de ver Camila no Hospital, tendo uma fodida crise de ansiedade, e Keana não insistiu quando eu disse que não havia acontecido nada, apenas me obrigou a ver uma série chamada Lost. E eu passei o resto do dia com ela sendo obrigada a ver um bando de pessoas perdidas em uma ilha.

- Você fica linda de vestido preto. - ela me olha e dá um risinho no banco da frente do meu carro. - E esse anel de patinho, dá um charme no seu visual.

- Cala a boca. - falo, e ligo o som. - Está preparada para conhecer minha mãe?

- Se eu tô preparada? Eu passei a madrugada toda ensaiando todas as nossas possíveis falas. Eu criei todos os cenários possíveis, Olhos Verdes. Eu li toda a biografia da sua mãe no Wikipédia, e sim a sua mãe está no Wikipédia! Isso não é muito legal? - ela fala animada.

- Não. - falo, e dou de ombros. - Ela é superestimada, vai por mim

- Superestimada é você, com toda essa marra e todas as vezes que saímos, TODAS, Pequena Olhos Verdes, TODAS, você não ficou com ninguém!

- Eu já sou casada com o espírito santo. - falo parando o carro para um grupo de freiras passarem.

- Isso é blasfêmia. - a garota fala rindo.

- Ela está caidinha por você. - aponto uma freira para Keana.

- Para, Laur. - ela tenta segurar o riso. - Ela já se casou com Jesus.

- Mas ela pode divorciar, bobinha… Keana. - tento corrigir mas já era tarde. - Desculpe.

- Pelo o que? - ela parecia confusa. - Pelo bobinha? - ela sorri, não fazendo ideia do que se trata.

- Sim. - digo e foco na estrada. - Quer dizer, é complicado.

O assunto se encerra. Keana não era de está me pressionando sobre as coisas, desde que a conheci ela nunca se quer insistiu mais que duas vezes sobre nada, talvez você esse lance da psicologia. Nem quando eu surtei na noite que ela resolveu escolher Sherk para nós assistirmos, ela me fez qualquer pergunta, apenas ficou em silêncio esperando eu me acalmar.

Ela sempre me lançava um olhar curioso, mas nada mais que isso. Ela era diferente, talvez ela me visse de uma forma diferente da que eu realmente sou. Talvez se ela realmente me visse, sairia correndo.

Se ela conhecesse cada parte imperfeita minha ela nunca puxaria uma cadeira pra saber mais.

Chegamos no pátio da escola onde aconteceria a minha boba formatura, vejo Clara, sentada numa mesa junto com Mike e meus dois irmãos, acenando para mim.

- Meu deus! É sua mãe! - Keana acena de volta animada. - Como eu estou? - olho para a garota a minha frente.

- Bonita? - finjo duvida, e ajeito o cabelo dela que está caindo sob o rosto.

- Pare de flertar comigo. - ela brinca e me dá um tapinha na minha mão. - A beleza só funciona nos primeiros dez minutos, depois eu tenho que ter algo a oferecer a ela. - ela fala enquanto caminhamos em direção a mesa. - O que acha deu contar a piada do médico e do advogado?

- Marie, eu adoro você. - falo segurando o riso.

- Não me chame assim, eu odeio.

A formatura ocorreu como eu planejava. Chata e longa. Fui ao banheiro e deixei Keana igual uma metralhadora de palavras com a Clara.

- Keana é sua namorada? - vejo Taylor entrar enquanto lavo as mãos.

- Não, Tay. - digo como se isso fosse uma ideia absurda.

- Cami…

- Não ouse. - interrompo a garota assim que percebo que falaria da Camila.

Eu a quis esquecer mais que tudo, e por um breve momento funcionava. Mas por outro lado, tudo me lembrava dela, tudinho. Os cheiros, as músicas, os meus poucos sorrisos, sentia que enlouqueceria. Talvez eu já estivesse.

- Lauren. - ela fala meu nome em um tom de reprovação.

- Supera, Tay. - digo e a encaro. - Já faz um ano.

- Eu falei com ela sobre você. - aquilo fez meu corpo todo estremecer. - Eles estão planejando um trote que vai acontecer amanhã a noite. Camila me chamou porque, segundo ela, para dar tudo certo teria que ter um Jauregui na equipe, assim como foi o último trote de vocês. - olho para ela surpresa e ela rir. - Sim, Laur, eu sei que você participou do trote contra o Sr Donovan.

- Continue. - falo tentando entender aonde o assunto tinha chegado em mim.

- Irmãzinha, Camila não me quer na equipe, ela quer você. - fala vitoriosa como se tivesse acabado de me dar um xeque-mate. E ela havia. - Ela falou que seria legal ter você no trote. Não parecia desesperada ou qualquer outra coisa do tipo, ela só parecia realmente querer sua presença lá para o “bem” maior do trote.

- E ela pediu pra você me convidar? - pergunto incrédula.

- Sim.

Lembro da última vez que falei com Camila.

Ela veio ao meu apartamento de surpresa junto com o Harry. O desespero de ter ela a poucos centímetros de mim me fez criar uma barreira entre nós duas. Sabia que um passo em falso teria feito eu me jogar em seus braços.

Eu a quis. Desejei passar meus braços por trás de seus ombros e beijá-la rapidamente entre um cômodo e outro. Quis roçar nossos joelhos e sentir o atrito da sua pele nua contra a minha. Os pelos da minha nuca se arrepiariam e ela sorriria. Aquele maldito sorriso que parecia desafiar as leis do universo de tal belo.

Essa noite de sábado me fez pensar que, ao contrário de Keana, Camila viu além de mim. Ela viu todos meus tons de cinza e toda a liberdade que emergia do meu peito, e mesmo assim não fugiu. Ela me viu de todas as formas, e de todas as formas ela me amou.

Amou a Lauren irresponsável do colegial, amou a Lauren que sabia fazer ligações diretas, amou a Lauren piadista, amou a Lauren que cantava pra ela e, principalmente, amou a minha versão livre-para-todos-os-públicos de Clyde.

Eu daria minha vida por ela, faria o impossível só pra ela ficar bem, porque quando ela está bem eu também estou e só assim eu consigo ficar em paz.

Sem Camila não havia mais arte, não havia música ou poesia. Não havia interesse ou vontades. É como se algo em mim morresse quando a deixei ir.

- Eu não posso, Tay. - digo, e seco minhas mãos. - Eu realmente não posso.

- Não pode ou não quer? - ela se senta na pia. - Laur, apenas vá. Se divirta! Todos querem você lá, até Camila. Pare de fugir, não tem nenhum monstro atrás de você. Apenas pare de fugir.

- Camila disse isso pra você? - pergunto curiosa. - Eu não estou fugindo de nada, eu apenas não quero ir.

- Camila só me pediu pra te convidar, porque ela acha arriscado eu participar.

- Você e Camila? - existe um ponto enorme de interrogação no meu rosto. - São amigas desde quando?

- Você perdeu muita coisa em Miami, irmãzinha. - ela diz. - Relaxa, Camila pediu pra me ligar pra ela quando eu fizesse dezoito, vai demorar um pouco. Acho que ela se sente atraída pelos Jaureguis. - ela brinca e me abraça. - Eu te amo, Laur. Por favor, apareça amanhã no trote, todos sentem sua falta.

- Eu também te amo, Tay. - falo ainda nos braços da garota. - Mas eu não posso. Sinto muito.

Eu não podia retroceder agora, ver Camila significava derrubar todas as barreiras que eu havia lutado pra construir. Aos poucos, bem aos pouquinhos, eu consegui lutar contra a vontade de tê-la.

Me doía por inteiro, os dias eram insuportáveis, e eu sempre imaginava uma possível volta, ou o que eu falaria caso eu voltasse atrás, mas isso não estava mais ao meu alcance.

Encontrar Camila significava ver a pessoa que eu amo não estando comigo, e por mais que eu quisesse que ela seguisse em frente, me doeria vê-la encontrando outra pessoa e fazendo as coisas que costumávamos fazer. Oh, deus, como eu sou egoísta.

(…)

- Por que está tão quieta? - Keana me olha enquanto eu dirijo de volta pra casa.

- Eu não sei. - falo e suspiro. - Eu não sei, droga!

Sem perceber estou chorando. Como a ideia de ver Camila podia ser tão perfeita e tão assustadora?

- Lauren, pare o carro. - Keana fala e freio bruscamente.

- Desculpe, desculpe, desculpe. - falo em meio aos prantos. - Já faz um ano como posso está assim? - pergunto para mim mesma, enquanto sinto a mão de Keana apertar meu ombro.

Vejo a garota abrir a porta do carro e sair. Encosto minha cabeça no volante e a dor de cabeça aumenta.

- Vem comigo. - ela me chama e bate no vidro.

Saio do carro e sigo Keana em direção ao matagal.

- Me dê sua mão. - ela estica o braço e nossos dedos são entrelaçados. - Cuidado com os galhos. - ela fala como se eu fosse uma criança.

Caminhamos por uns vinte minutos. O choro já tinha parado, estava me sentindo mais tranquila quando a Keana solta minha mão e finalmente para de caminhar.

- Chegamos! - ela encara a cachoeira a nossa frente.

- Como você sabia o caminho? - pergunto surpresa.

- Não sabia. - ela sorrir e se senta no chão, afastando as folhas para eu me juntar a ela.

- Então estávamos caminhando sem destino esse tempo todo?

- Sim. - ela ainda está olhando a água cair. - Está melhor? - ela pergunta.

- Desculpe pelo surto. - falo sem graça. - Eu estou me sentindo melhor.

- Não vou te cobrar essa consulta, fique tranquila. - ela sorrir pra mim.

Eu queria poder me apaixonar por Keana. Ela conseguia desarmar todos meus gatilhos emocionais e me manter calma.

Olho pra garota ao meu lado e sorriu.

- Eu gosto de você. - falo pra ela sem pensar. - Gosto da sua presença.

- Eu também gosto da sua presença, seja lá o que isso significa pra você. - ela fala e não me olha apenas encara a paisagem a sua frente.

Me aproximo devagar da garota. Nossos rosto estão tão perto que posso sentir a sua respiração descompassar.

- Lauren… Não. - ela fala, mas não tenta me parar.

Dei um beijo em sua testa, e a olhei nos olhos.

Apesar do pesares eu ainda amava Camila, e quando eu achava que estava me acostumando com sua ausência, quando eu sobrevivi dia após dia, choro após choro, Camila surgia. Como uma sutil noticia, como uma vaga lembrança, ou uma simples piada contada por outra pessoa. Ela surgia e criava rachaduras no meu muro recém-erguido.

- Eu amo outra garota. - falo e suspiro.

- E você acha que eu não sei? Camila não é? - ela sorrir pra mim. Um sorriso doce e gentil. - Lauren, eu cuidei de todas as suas ressacas. Sempre que você está bêbada você chama uma Camila.

- Keana? - falo assustada ao receber aquela informação.

- Ei, não é como se eu soubesse quem é essa garota. - ela rir e prende seu cabelo. - Bem, eu sei que ela é engraçada e tem péssimas piadas por mais irônico que isso possa parecer, e que tem uma irmã chamada Sofi, e que parece ser muito fofa.

- Por que nunca me falou isso? - pergunto a garota que não me olha.

- Eu que deveria te fazer essa pergunta. - ela fica séria. - Por que nunca me contou sóbria? Por que nunca se quer mencionou que deixou uma garota para trás?

- Eu não sei. - falo e suspiro. - É algo que eu queria ter deixado pra trás.

- Parece que não conseguiu. - ela fala e deita seu corpo em meio a todas folhas secas no chão. - Sabe, Lauren, eu sempre soube que você estava fugindo de algo. Quando cruzei com você pela primeira vez, eu soube. Você estava chorando e seu rosto inconformado trazia tantas incertezas. E quando eu ia perguntar se você estava bem, você entrou naquele apartamento vazio.

- Sinto muito por sua primeira impressão de mim ter sido essa.

- Um amontoado de inseguranças e incertezas. - ela fala encarando o céu. - Um prato cheio pra uma estudante de psicologia, não acha? Quando vi aquela garota loira em sua porta, eu achei que tinha entendido tudo, mas quando nos aproximamos parecia que cada dia que se passava era adicionado mais uma dúvida no meu bloquinho.

- Você nunca me perguntou nada a respeito disso.

- Porque eu queria que você confiasse em mim o suficiente para falar. - ela suspira. - Mas você é um grande mistério pra mim, Srta Jauregui.

- Viu só, eu não sou apenas um rostinho bonito. - brinco e a vejo sorrir.

- Idiota. - ela fala ainda rindo, e me olha.

- Eu cometi alguns erros. - falo. - E estou me esforçando para aprender com eles e me tornar uma pessoa melhor. Eu não estou falando do roubo de carro ou de invadir festas, eu estou falando da Camila. - vejo a garota arregalar os olhos com as informações que acabei de dar.

- Roubo de que? - ela pergunta confusa.

- Marie, eu fiz muitas coisas nessa vida.

- Cala boca, você só tinha 17 anos meses atrás. - ela me puxa para deitar ao seu lado. - Não me chame de Marie.

- Eu gosto de Marie. - falo e deito a cabeça em seu braço. - Eu conheci Camila em Miami, e nós passamos as férias juntas. Ela é a garota que eu amo, mas isso não significa que damos certo juntas. Eu a magoei muito, e nem sei o que ela pensa de mim atualmente. Eu não tenho muitas notícias dela, já se passou um ano e eu ainda não consigo sair desse meu inferno particular.

- E a garota loira? - ela pergunta.

- É só uma idiota que eu venho planejando esse tempo todo um jeito de me livrar dela. - falo e me aconchego em seus braços.

- Parece que você está numa busca infinita por perdão. - ela diz. - Seus olhos caídos como quem andou olhando pra baixo por muito tempo com medo do julgamento dos outros. Você tem que se perdoar, Lauren. - ela me olha, com aqueles olhos que penetram a alma.

- Eu não consigo me perdoar, porque Camila mora nos meus pensamentos quase oitenta por cento do tempo. - falo, era tão bom poder conversar com Keana sobre isso. - Ela pediu pra minha irmã me convidar para ir a Miami amanhã, mas eu não posso ir. Eu não posso destruir o muro que levei um ano pra construir em menos de dois segundos olhando para ela.

- Isso não é um diagnostico terminal, Jauregui. - Keana fala e beija o topo da minha cabeça. - Vá atrás da sua garota,

Queria poder dizer pra Keana que ir atrás de Camila ia além do meu querer, que envolvia muitas burocracias chamadas; Chloe Grace Moretz. Queria poder dizer que me afastar de Camila foi a melhor decisão que eu podia ter tomado para protegê-la. E que a minha causa era justa e nobre, porque apesar de eu está morrendo aos poucos a cada dia, Camila estava bem.

- Eu estou bem. - falo, e levanto minha cabeça para olhar em seus olhos. - Eu tenho você que torna meus dias felizes.

- Existe uma diferença entre está feliz e estar distraído da tristeza. - Keana fala e aperta minha mão.

- Eu estou sendo sua distração, Lauren.

Houve alguns segundos de silêncio, e Keana o quebra novamente.

- Eu queria poder ter te conhecido antes de tudo isso acontecer, porque você é uma garota incrível, mas agora você precisa ir atrás do seu passado e resolver toda essa situação, porque agora Lauren, você está triste e você não sabe como isso me deixa mal.

- Não, Keana. - digo e respiro fundo. - Eu não estou triste. Eu simplesmente não sei como eu me sinto direito, ou como eu deveria me sentir. Eu sei que gosto de está com você.

- Por que?

- Porque você não tenta me consolar cada vez que eu abro a boca. Você só me traz sua companhia e uma série de qualidade duvidosa. E eu amo isso em você. O jeito que você quase me obrigou a viver de novo, ou o jeito que você não para de falar por um mísero segundo, me faz querer você sempre por perto.

- Enquanto você tiver nessa procura de algo que só Camila pode preencher, eu não vou passar de um reflexo dela pra você, Laur. - ela fala, e eu não sei o que dizer. - É um processo, Olhos verdes. - ela sorrir pra mim e me encara. - Sobre construir seus próprios muros e saber a hora de demolir eles e começar tudo de novo.

A psicologia de Keana a fazia acreditar que eu estava projetando todas as minhas ilusões por Camila nela, mas não era verdade. Não totalmente verdade, mas, no fundo, tudo que era bonito parecia um pouco com Camila, e eu sempre voltava a estaca zero.

- Vá a Miami. - ela diz. - Vá atrás da sua garota ou morra tentando, soldado - ela sorri de um jeito que incendeia meu coração. - Perdoe a si mesmo, porque o tempo não volta, Olhos Verdes. Corra atrás de Camila, porque eu estou me apaixonando por você, e eu estou sobrando na história, eu preciso que você volte pra Miami, volte para a garota que você ama. Porque Lauren, eu estou me apaixonando por você de verdade.

- Keana…

- Você não precisa me dizer nada. - ela diz e não me olha. - Eu te conheço, tem mais dor ai do que você me contou, e sei que você precisa de um amigo, eu vou sempre está aqui pra você, Lauren.

- Isso é uma promessa? - pergunto

- De dedinho. - ela fala.

(…)

Estava fazendo minhas malas para voltar a Miami, tinha comprado a passagem e o voo ia sair amanhã as onze da manhã.

Keana havia me deixado com uma lacuna a ser preenchida; Camila Cabello.

Estava me virando de um lado e outro da cama enquanto esperava o tempo passar, quando recebi uma mensagem no meu celular

“Oi, Lauren, é o Harry. Sei que provavelmente Taylor lhe falou sobre Camila hoje e o nosso trote e queria te pedir algo, pela primeira vez durante muito tempo eu quero te pedir um favor. Não venha. Camila finalmente está se saindo bem sem você, ela voltou a se dedicar aos estudos, e fez novos amigos. Ela está bem sem você, a sua ausência já não importa mais, Lauren. Não estrague tudo de novo como você sempre faz. Não apareça aqui, não a procure, continue vivendo sua vida longe dela. Se existe algum sentimento por Camila ainda, que eu acho difícil, por favor, não venha.”


Notas Finais


Pra deixar claro, Keana é uma boa amiga pra Lauren, ela não vai ser nenhuma Chloe. Respirem que o próximo é Camren ou uma tentativa de Camren.


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