História The Fruit of Passion is Raspberry - Meanie (ABO) - Capítulo XIII

Capítulo XIII

  Hyunjin continuou dormindo na casa de Jeongin até segunda-feira, já se faziam algumas semanas desde a última vez que dormira na casa do “amigo”, e, para Senhora Jeon, não havia problema algum. Mas, dormir era o que os dois coelhos no cio menos faziam na cama. 

A luz do sol atravessava as frestas da cortina do quarto do ômega que dormia deitado ao peito do alfa, o Hwang brincava com os fios avermelhados e macios do namorado enquanto este ressonava tranquilo acima de si. Hyunjin gostava desses momentos onde os dois estavam sozinhos, gostava de observar seu ômega enquanto ele dormia, tão tranquilo como se não tivesse do que se esconder. Conforme o sol se erguia no céu, tornando tudo no quarto mais claro, o Yang foi acordando devagar, como se não quisesse nunca se levantar.

“Finalmente a Bela Adormecida acordou” Disse rindo, Hyunjin conseguia ser bem irritante com o menor quando queria, e como ele bem sabia, Jeongin odiava acordar cedo com todas as suas forças, o ômega sempre despertava de mau humor, e ter que ficar de papo o fazia querer esmurrar o rostinho lindo do namorado.

“Vá se ferrar!” Murmurou ainda meio grogue, se afastando do alfa e levantando da cama. 

O ômega desfilou pelo quarto só de box, e carregava uma certa dificuldade em andar normalmente, com as pernas próximas, o Hwang havia pegado pesado com ele na noite passada, e Hyunjin ria, ria tanto que a barriga chegava a doer, o menor, que já estava sem paciência, pegou o primeiro livro que viu pela frente e atirou na direção do mesmo.

“Ya, você está cada dia mais parecido com o Won!” Disse vendo o menor o olhar descrente. 

Ele é bravinho assim, mas me ama, e eu sei, mas poxa, esse livro era grande e a livrada  doeu à beça. Jeongin vestiu as primeiras roupas que viu pela frente, que coincidentemente, eram as minhas, ele é um pouco mais baixo que eu, e é uma graça quando suas mãos desaparecem dentro das mangas de minhas blusas de frio e como seus pés quase somem quando veste minhas calças de moletom. Adorável. Mas tudo que é bom acaba, eu tenho que voltar para o hotel e trabalhar, já o Yang precisa ir estudar. 

Hyunjin se despediu do namorado com um selinho rápido, enquanto o outro arrumava sua mochila para o curso. O ômega morava consideravelmente perto perto do hotel, e o Hwang voltou a pé mesmo, o ventinho da manhã era muito apreciado pelo alfa, poucos minutos de caminhada foram suficientes para que ele chegasse ao hotel, avistou sua mãe tomando café enquanto lia mais uma de suas muitas revistas de decoração de interiores.

“Bom dia mãe!” Cumprimentou a mais velha, a abraçando de lado e deixando um selar sobre seus cabelos, logo seguindo para seu quarto, ou melhor dizendo, escritório, era lá onde ele cuidava das finanças do hotel, enquanto sua mãe cuidava do serviço de quarto, e seu irmão, da limpeza dos corredores.

(...)

Wonwoo fazia suas anotações em seu caderno, como de costume, estava quase dormindo enquanto seu professor contava mais uma de suas desilusões amorosas. Se tinha uma coisa que o ômega odiava mais que aquele professor, eram as histórias que o mesmo contava, nem percebeu quando se perdeu em pensamentos e acabou escrevendo um nome sobre a folha de seu caderno, um nome que conhecia muito bem, e que atormentava seus pensamentos a dias…

Kim Mingyu

Balançou a cabeça de um lado pro outro, na intenção de espantar tais pensamentos. O ômega havia se sentido muito bem dormindo com o alfa, e não reclamaria de repetir a dose por mais algumas vezes, mas jurava de pés juntos que só era por que o Kim o fazia se sentir seguro. 

O pequeno dos fios negros, não havia dito do ocorrido na festa à fantasia para ninguém, nem mesmo para o amigo mais próximo, Junhui. Não queria preocupar a ninguém com tal assunto, mas, tinha que admitir que sentir o olhar daquele alfa, que se sentava na última carteira da classe, queimando sobre seus ombros, era no mínimo, angustiante. O sinal da liberdade soou, e o ômega saiu da sala o mais rápido que conseguiu, nem se quer dando atenção a Minghao, que o convidava para tomar café.

Pegou seu celular que estava no bolso e ligou para o Kim, pedindo que ele fosse lhe buscar, ficou parado perto do portão do prédio, e aquele alfa continuou o observando de longe, com um sorriso estúpido no rosto, Wonwoo só queria chorar, estava com medo, mas não deixaria transparecer, não no meio de todas aquelas pessoas, que passavam apressadas por si. Logo viu o carro tão conhecido parar no estacionamento, e o mais novo sair do mesmo, correu até ele, o agarrando em um abraço desesperado, enterrando seu rosto no pescoço do mesmo, e deixando um leve selar por ali. 

O maior, estranhando o ato, levou o Jeon para dentro do carro, o mais velho parecia desesperado por um pouco de atenção, então envolveu seus lábios em um curto e carinhoso selar.

“Quer ir comigo até o lugar onde estou escavando?” Mingyu perguntou calmo, acariciando levemente uma das bochechas branquinhas do ômega, e reparou que o lábio inferior do mesmo tremia um pouco, e seus olhos estavam um tanto quanto perdidos, mas, mesmo assim, este assentiu positivamente. E o Kim logo saiu com o carro dali, seguindo para o local onde estava trabalhando.

Durante todo o trajeto, Wonwoo ficou calado, observando as árvores ficarem para trás, passando rápido através do vidro, o alfa estava desconfiado, e perguntaria sobre tal comportamento ao menor mais tarde. 

Quando finalmente chegaram à área de escavação e desceram do carro, o ômega não perdeu tempo e foi logo abraçando o maior, que, por alguns segundos, se manteve estático, sem nem uma mínima reação, se o Jeon continuasse com isso, o Kim logo iria se acostumar  a dar e receber abraços repentinos.

“Ele estava lá…” Murmurou trêmulo enquanto se agarrava as roupas do alfa. 

Alguns metros a frente, Momo observava a tudo sorrindo, a alfa logo entendeu que era ele. Mingyu, acordando do transe, abrigou o menor entre seus braços e deixou um leve selar sobre seus fios negros. 

“Eu estou aqui, sempre vou estar, e você está seguro, sim?” Murmurou baixinho, para que só Wonwoo pudesse ouvir, e sentiu o ômega assentir timidamente.

(...)

Mingyu e Wonwoo só voltaram para o hotel após o cair da noite, o céu estava lindo e estrelado. O dia de escavação foi puxado, achou algumas moedas de ouro, que aparentemente, faziam parte do tesouro, estava perto, ou não, sempre que achava saber de algo, este algo se revelava não verídico. 

O ômega ficou o tempo todo só observando o Kim e sua amiguinha japonesa, enquanto estes trabalhavam. Podia estar ficando louco, mas jurava ter visto Mingyu tocar a cintura da garota por alguns segundos.

Se ficou com um enorme bico nos lábios o tempo todo? Sim, mas nunca admitiria que estava com ciúmes.

“Onde esteve a tarde toda, seu irresponsável?” Senhora Jeon questionou o filho com uma cara nada boa. Mal tinham posto os pés no hall de entrada e a mais velha já discutia com o ômega.

“Ele esteve comigo, Senhora Jeon!” Mingyu se pronunciou, vendo o mais velho com a cabeça baixa e sem responder. Uma coisa que havia notado em seus tempos no hotel, era que a Jeon, apesar de muito carinhosa, podia ser bem brava quando queria.

“Dessa vez eu deixo passar, mas, da próxima, terá que limpar todo este lugar!” Alertou ao mais novo, voltando a folhear as páginas de mais uma de suas revistas. 

O Jeon mais novo assentiu e seguiu para seu quarto sem olhar para trás, tinha de entregar um trabalho gigantesco no dia seguinte.