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História The Galaxy - Galáxia.


Escrita por: silentsky

Notas do Autor


annyeong, amorinhas!!!! como estao voces, meus paezinhos?? ~ ♡
eu estou otima, obrigada!!!! sejam bem vindas ao..... capitulo que marca o fechamento da fic!!!! é isso, voces nao leram errado, chegamos no ultimo capitulo de the galaxy TuT eu escrevi este aqui em especial com muito, muito amor mesmo, e eu fiquei muito satisfeita com o resultado e com a fic no geral ♡♡ bom, eu espero que voces tenham gostado tanto quanto eu!!!! eu amei compartilhar tudo isso com voces, e.... ah, eu to divagando!!! eu falo com voces nas notas finais, certo??? ♡
sem mais delongas, vamos ao ultimo capitulo de the galaxy!!!
boa leitura e ate daqui a pouquinho ♡

Capítulo 24 - Galáxia.


Fanfic / Fanfiction The Galaxy - Galáxia.

In your arms, the stars spill
And make the Milky Way
.
Galaxy — Bolbbalgan4

 

DOIS MESES DEPOIS

 

— Feliz Natal, Jeonggukie! — Jaehyo me abraça de seu jeito afetuoso característico.

— Ah... Obrigado, ahjussi. — agradeço, sem saber direito como reagir às demonstrações de carinho cada vez mais frequentes do pai da garota. — Feliz Natal pro senhor, também.

— Ouviu isso, Sojin? Ele continua me chamando de ahjussi! — o homem se vira brevemente pra olhar pra minha mãe, sentada num dos grandes sofás da sala espaçosa da família Ahn. — Quantas vezes eu tenho que dizer que você pode me chamar de appa, garoto? — ele coloca as mãos em meus ombros e me balança de forma nada delicada. Mas, é, tudo bem, eu entendo. Esse cara tem dois metros de altura. Não deve medir a força que usa. — Oh, a porta! Deixa, Heeyeon, deixa que eu atendo! Eu atendo! — ele sai correndo ao escutar as batidas, quase tropeçando em seus próprios pés pra poder abrir a porta antes que alguém o faça. Um crianção, sem dúvidas. Jiyoung teve a quem puxar. — Ah, são os amigos do Jeonggukie! Podem entrar, podem entrar, a casa é de vocês. Jung! Você tá aí, também! Vem cá, seu malandro! — exclama, contente.

Após tudo o que aconteceu algumas semanas atrás, Jaehyo e Heeyeon insistiram pra que eu e minha mãe passássemos a noite de Natal com eles, juntamente de Sewoon e da trupe de babacas constituída pelos meus seis amigos imbecis. Segundo o casal, de um jeito ou de outro, todos nós contribuímos pra ajudar no tratamento e reabilitação de Jiyoung — tirando aquele imprestável do Sewoon —, e ambos, agradecidos, nos convenceram de que uma data especial como esta não tinha como ser diferente. Agora, nós tínhamos virado uma coisa só. Uma família só. E, real oficial, eu perdi as contas de quantas vezes o tão grande quanto gentil agente de polícia me tratara como seu próprio filho, insistindo pra que eu o chamasse de “pai” várias e várias vezes. Eu não consegui fazê-lo em nenhuma delas, é, no entanto... Sinto que já o considero como um. Como um pai. Ele é uma boa pessoa. Um bom pai também. Quem sabe um “appa” não escape dos meus lábios em um futuro próximo? Jeon Jungkook é cheio de surpresas.

— Hum... Por que eu sinto que já conheço uns de vocês? Fora o Jung, quero dizer? — o homenzarrão questiona, coçando o queixo com seu polegar. — Ei, rapaz, por acaso seu cabelo nunca foi... Laranja? — dirige-se a Jimin.

Lógico que eu sei que ele os achou familiares em função da memória longínqua de quando os pegara vandalizando por aí — ocasião em que o mais velho fizera, inclusive, com que eles passassem a noite na cadeia —, porém... Prefiro não dizer nada. Opto por me divertir calado assistindo aos desesperados Taehyung, Yoongi, e, obviamente, Jimin.

— O quê? — o semblante de Jimin é impagável. — Não, não, não, ahjussi. Laranja? — ele força uma risada. — Isso é coisa de... De... — limpa a garganta. — Adolescente rebelde, você sabe. Meu cabelo sempre foi assim, preto natural, Deus me livre pintar — passa a mão pelos fios negros, os quais... Pasmem! São recém-coloridos, não naturais! Ouch, Jimin, que mentira deslavada. Você gasta mais com tinturas capilares do que com roupas. E olha que você gasta pra caramba com roupas, playboyzinho miserável! — Nós somos, hã... Muito responsáveis, né, galera? — ele corre o olhar pelo resto do grupo, como que pedindo uma ajuda silenciosa. Os rapazes apenas assentem, visivelmente intimidados com o tamanho do sujeito à frente deles. Taehyung, por sinal, parece... Parece que viu um fantasma. É engraçado. Acho que a ideia de voltar pra prisão continua a perturbá-lo. — Viu, ahjussi?

Moleque dissimulado. Nunca ouvi tanta enrolação saindo da boca de alguém. Francamente, eu poderia virar roteirista de novela com essa história toda. Daria uma trama das boas.

Brincadeiras à parte, todavia, é verdade que Jimin mudara de uns tempos pra cá. Tal como Yoongi e Taehyung, ele... Parou de usar as paradas ilegais dele, o que me deixou realmente atônito. Além disso, seu consumo de álcool diminuiu consideravelmente — apesar de que, claro, a gente ainda bebe de vez em quando. Só que é um negócio mais saudável. Não se assemelha em nada com sair munido das garrafas pra bebermos pichando e depois quebrarmos elas no meio da rua, como fazíamos um tempo atrás. Nós decidimos que tomar umas cervejas somente quando nos reunimos pra jogar videogame, ou quando tem jogo de basquete passando ao vivo, seria bacana. Eu aprovei. Descobri que assim não dá ressaca.

Não tenho a menor ideia do porquê o garoto abandonou os velhos hábitos — porém, não é como se em algum momento eu tivesse cogitado perguntar sobre suas motivações a ele.

Voltando às recapitulações, no que se refere a sair de noite pichando e quebrando tudo... Jimin, curiosamente, não voltou a aparecer com os famigerados sprays dos quais tanto abusávamos. Preciso admitir, fiquei surpreso quando percebi que eles não haviam me feito falta. É estranho, pois se você parar pra pensar, não tem muitos meses que eu era um dependente dessas latinhas. Eu dependia delas pra me aliviar, pra me expressar. Era meu vício. Minha válvula de escape. Entretanto, curiosamente, eu deixei de sentir necessidade dessas porcarias. Talvez porque eu finalmente superei a morte do meu pai. Talvez porque eu aprendi a me abrir um pouco com as pessoas. Comigo. Não sei. É tão esquisito. Tenho a sensação de que meus pensamentos se tornaram bem mais extensos e profundos recentemente.

Eu gosto dessa sensação.

Oh, meu filho — Jaehyo se diverte com o comportamento aflito de Jimin. — Isso não importa! Meninos como vocês, que cederam quantias tão generosas só pelo bem da minha filha... Pra pagar seus remédios caros... — assume um tom emocionado. — Vocês... Só podem ser muito, muito bons. Feliz Natal, crianças! — diz, sorrindo de maneira a deixar explícito que a única arma da qual o grandalhão dispõe nesta noite, ao contrário do dia em que os prendera, é... Uma doçura infinita e incondicional. Coisa que, pro meu desgosto, faz os patetas ficarem bem tranquilinhos. Saco. Não é hoje que vou me livrar desses bastardos.

Contudo... É Natal, certo? Eles merecem uma trégua. Vai ser só por hoje, não se preocupem. Amanhã eu volto a atentá-los. Prometo.

— Jeonggukie! — a voz da garota ecoando em meus ouvidos me afasta dos propósitos altruístas com os quais eu estava entretido. — Jeonggukie, olha isso!

Acho... Acho que eu encontrei mais uma possível explicação pro sumiço do interesse que eu tinha pelas pichações. Bem plausível. Virou minha teoria favorita. Claramente, é minha favorita. Tenho quase certeza de que se verifica na prática, inclusive.

Talvez, eu tenha parado com elas porque...

Arranjei um vício diferente.

— Eu enfeitei o Júlio César pro Natal — a garota de cabelos escuros curtinhos e ondulados cobertos por uma touca natalina mostra, orgulhosa, o pote circundado ao meio por uma fita vermelha e dourada cuidadosamente amarrada em um laço. O sapo, novamente em posse da dona original e, graças a Deus, não mais em minha casa, parece meio alheio à situação. — O que achou, Jeonggukie? Ficou bom?

Meu vício... É uma garota.

Nada mais, nada menos, que a mais incrível do mundo. De todos os mundos. Do universo inteiro. Sou fissurado no meu vício. Dependente por ela. Não quero largá-lo. Nem me desprender dela.

Quero me afundar mais e mais nela.

— Ficou bonito. — respondo, tendo meu olhar desviado involuntariamente até ela. — Mas você... Tá mais bonita.

Felizmente, ela voltara a engordar desde que saiu do hospital — e suas bochechas cheinhas, mesmo num inverno tão rigoroso, encontram-se infinitamente mais rosadas. Ela está... Forte. E bem. Exatamente do modo como eu disse que ficaria. Só que a recuperação foi dura. Muito dura. Terrível. Mas, aí, não pense que eu tô falando dela, não. Essa menina aguentou a barra com uma garra sobre-humana. Tô falando de mim. Porque após ganhar alta, ela... Ainda teve de usar uma desgraça de uma máscara cirúrgica por séculos, e contatos físicos do gênero beijos e afins estavam estritamente proibidos. Afinal, segundo o médico que eu passei a abominar com todas as minhas forças, a saúde dela permaneceria fragilizada por mais algum tempo, propiciando infecções nesse período.

Sério, vocês não têm noção do quanto eu odiei esse médico. Odiei. Sei que ele fez tudo isso pro bem dela, eu sei, eu sei — porém, será que ele não podia ter pensado só um pouquinho no quanto seria difícil, pra mim, vê-la e não poder tocá-la? Não poder abraçá-la? Não poder sequer chegar perto? Digo, eu vivi um relacionamento platônico e remoto durante eras! Foi uma... Tortura. Mal consegui acreditar quando ela ganhou permissão pra tirar aquele troço inconveniente do rosto e eu pude me aproximar dela novamente. Achei que nunca mais fosse fazê-lo.

É. Eu sou meio exagerado, confesso. Mas eu sofri. Como sofri.

Não enxergar seu sorriso através daquela máscara...

Foi a pior parte do meu sofrimento.

— Verdade, Jeonggukie? — ela observa com descrença o suéter rosa e azul assentado sobre os muitos outros suéteres em seu corpo. — Eu tô parecendo uma bola. — faz uma careta.

Sorrio.

— Não ligo se você parece uma bola, um quadrado ou um triângulo. Você tá quentinha. E bonita. — puxo-a com cuidado pelos braços gordinhos devido ao excesso de roupas e deposito um selinho em sua testa. — Eu... Ahm... — balbucio, próximo à sua face. — Queria muito te beijar agora...

— Que cena mais linda, será que eu tô atrapalhando o casalzinho aí? — alguém fala de repente, fazendo-me pular de susto. Ah. É o Sewoon. Tinha que ser. — Maninha! Maninho! Eu tava com saudade — ele abre os braços com a intenção de me abraçar. Posiciono minhas mãos à frente dele, impedindo que consume o ato. — Aí, qual é, Jeonggukie? Cadê o espírito natalino?

— Fugiu quando viu você — retruco, ríspido. — Vai catar coquinho na esquina, Sewoon. Eu não sou seu maninho. E como você mesmo disse, tá nos atrapalh...

— Hobi! Jiminnie! Yoongi, Joonie, Jin-ssi! E TaeTae! Vocês vieram! — a menina sai em disparada ao encontro dos referidos no instante em que os avista, deixando Sewoon e eu pra trás. — Feliz Natal!

— Claro que a gente viria! — Hoseok pega a menina no colo e gira ela no ar. — Hobi, your hope, está sempre a postos pela sua princesa! — ele a coloca no chão, satisfeito. Minhas pálpebras tremem de agonia quando ouço o famigerado “Hobi, your hope” sair da boca dele. — Oh, o Jungkookie já tá aqui, também! Feliz Natal, Kookie! — acena alegremente em minha direção.

Eu, no entanto, não sou capaz de retribuir seus acenos, visto que me encontro... Em choque. Quer dizer, eu fui... Trocado? Assim, sem mais nem menos?

Óbvio, não demora pra que Sewoon se dê conta do meu estado humilhante. Ao fazê-lo, adquire um semblante travesso.

— O que você tava dizendo, maninho? — provoca, ajeitando os óculos de grau no nariz.

Sewoon, ele... Continua igual. Igualzinho. O mimadinho egocêntrico de sempre. A diferença é que... Desde que passou a me ver com mais frequência, o rapaz insiste em me chamar de maninho. Uma injúria. Eu jamais teria um irmão tão feio. E burro. E ruim no basquete.

— Pra você ir se ferrar.

O transcorrer da véspera de Natal é bastante agradável, se você desconsiderar os comentários inconvenientes do estúpido do Sewoon, o peru quase queimado da senhora Heeyeon e as piadinhas de tio do Seokjin. Cara, eu cheguei à conclusão que o Jin é a encarnação de todos os “tios do pavê” que algum dia pisaram na Terra. Sem exagero.

— Eu gostaria de fazer uma anunciação — o moreno se levanta da mesa de jantar, em posse da taça de vinho.

— Ah, pronto, começou — Yoongi passa a mão pela cara, frustrado. — Lá vem besteira.

— Pelo amor de Deus, velho, eu tô comendo — Taehyung protesta. — Não dá pra esperar?

Pshhhh, deixem ele falar, deve ser importante — Namjoon pede silêncio. — Fala aí, Jin. — volta-se confiante ao garoto parado em pé.

— Bom, esses dias, eu... — Seokjin limpa a garganta, não aparentando ter sido afetado por nenhum dos comentários desmotivadores que recebera. — Perguntei pro Papai Noel se ele roía as unhas. E sabem o que ele respondeu? — pergunta, fitando-nos com expectativa. — Rôu, rôu, rôu!

— Eu desisto — declaro, ao som das gargalhadas solitárias de Jaehyo. — Vou comer no sofá.

Depois de mais umas trocentas piadas ruins e de uma troca de presentes que, admito, nos rendera boas risadas — eu juro que nunca ganhei tantas meias de uma vez só —, os convidados enfim começam a se despedir e ir embora. E enquanto Jiyoung e eu arrumamos a bagunça de papéis da sala, Heeyeon e minha mãe iniciam um falatório aparentemente eterno que vai desde o quanto o preço da carne aumentara do último Natal pra cá até a programação de fim de ano da tevê. Lógico, sem interromper nem por um segundo a árdua missão de ensaboar, enxaguar e secar a pilha de louças, executada brilhantemente do jeitinho que só mamães sabem fazer.

Falando em mães, a propósito...

Sojin, você é fantástica. Você conseguiu sustentar, por todos esses sete anos, um filho ingrato como eu — e fez isso sozinha, sem reclamar uma única vez. Eu te admiro. Você é minha ídola. Sinto muito se eu nunca disse essas coisas. Juro que vai ser frequente a partir de hoje.

E... tá certo, tá certo, Jaehyo bem que poderia estar na cozinha, ajudando as duas supermães com a louça, mas... Ele deve estar muito compenetrado em seu décimo sono neste momento. Os roncos vindos da poltrona marrom na qual ele se acomodara há uns poucos minutos — e vale dizer, não se levantara mais — são ensurdecedores.

Ufa — jogo-me no sofá, exausto. — Acho que terminamos. Ô gentinha bagunceira.

— Ah... Eu não aguentava mais juntar tanto lixo — Jiyoung cai de joelhos no tapete da sala. — Ei, Jeonggukie — ela chama, atraindo meu olhar de imediato. — Você quer ver seu presente?

— Presente? — indago, confuso. — Você já me deu o meu presente, lembra? Uma garrafinha de água. Com peixes desenhados nela. — sinto-me aconchegado ao recordar do objeto tão singular. — Como a que você tem.

— Não tô falando desse presente, Jeonggukie — graças ao enorme volume de blusas e calças, ela encontra certa dificuldade pra se levantar. É bem fofo. — Vem comigo lá fora?

Portando nossos sobretudos, luvas de lã e botas, dirigimo-nos à saída pro quintal. Entretanto, logo que atravessamos a porta e chegamos ao exterior escuro e gélido da casa, cubro seus olhinhos com as mãos — impossibilitando-a, assim, de ver qualquer coisa que jaza no meio dos montes e montes de neve. E, com “qualquer coisa”, na verdade eu quero dizer... Uma coisa. Uma específica. Uma coisa... Especial, que eu deixara lá um pouquinho mais cedo. Com a ajuda de Jaehyo, é claro.

O quê? Não acharam que eu não daria nada pra ela, né?

— Jeonggukie, o que tá fazendo? — ela aparenta divertimento. — Por que tá tapando meus olhos?

— Está preparada pra uma surpresa? — sussurro, pertinho de seu ouvido. Ela, por sua vez, não precisa nem pensar pra concordar com a cabeça, toda animada. — Tudo bem, então. Voalá. — tiro minhas mãos de seu rosto, dando-lhe a visão do que eu escondia. — Feliz Natal, Jiyoung.

— Eu não acredito! — num gesto de espanto, Jiyoung leva as mãos à boca. — Um telescópio! É um... Telescópio de verdade! — ela vai correndo ao aparato. — Como conseguiu, Jeonggukie? — dá voltas e mais voltas ao redor dele, completamente maravilhada.

— Ah... Sobre isso... — passo a mão pela nuca. — Eu fiz hora extra na pizzaria. Saía do trabalho uma da manhã e ia dormir às duas. Minha mãe ficava preocupada e eu ainda tinha que ir pra escola no dia seguinte — rio baixinho ao lembrar minhas peripécias durante a caminhada que faço até a garota —, mas eu não me importava. Eu queria te dar um negócio legal. — cesso meus passos ao lado dela e da engenhoca. — Você... Você gostou?

— Se eu gostei, Jeonggukie? Eu amei! — abraça-me forte, porém, rápido demais pra que eu a retribua. Aliás, é justamente porque eu nem mesmo a retribuo que eu me sinto um verdadeiro pateta por estar... Corando. Corando. Fala sério, a gente tá namorando faz uns três meses! Por que é que eu ainda gasto energia ficando vermelho? Aí, coração, foi um abraço de meio segundo! Um segundo, no máximo! Não precisa ficar maluco por causa disso, sacou? — É tudo que eu sempre quis, mas... Jeonggukie, não precisava. Você me deu um presente melhor. Está dentro de mim agora. — ela pega minha mão e a coloca sobre seu peito. — Fez isso aqui continuar batendo, Jeonggukie.

Oh... Coração, sinto muito por ter implicado contigo. Pra ser sincero, eu não me importo se você acelerar por coisas à toa. Não quando elas vêm dessa garota.

Digo, ela é tão fascinante.

Seria estranho se você não acelerasse.

— Olha isso, Jeonggukie! — fita o cosmos através do aparelho. Ela se desvencilhara apressadamente do meu toque apenas pra fazê-lo, o que me deixaria triste se eu não tivesse achado adorável. — É o Órion! Com os cãezinhos dele! — aponta pra algo lá em cima que eu juro que faço muito esforço pra enxergar, embora não consiga. — Betelgeuse, Saiph, Rigel — ela traça linhas no ar com o dedo indicador à medida que profere uns nomes bem excêntricos. — E Bellatrix!

— Bellatrix? — pergunto. — Tipo, aquela bruxa lá, com a varinha e o cabelão?

— Não, Jeonggukie! É a Bellatrix do ombro do Órion, bem ali — O quê? Ombro? Não era um dos cachorros? — Você tá conseguindo ver, Jeonggukie? — ela volta seu olhar pra mim, desconfiada.

— Hã... — engulo em seco. — Você vai ficar muito brava se eu disser que não?

Ela não fica brava. Nem um pouquinho. Ao invés disso, pede gentilmente pra que eu me abaixe e olhe na ocular — o buraquinho com uma lente que fica numa das pontas do equipamento — tal como ela estava fazendo.

— Pronto, Jeonggukie — ela acarinha minhas costas com a mão. — Eu arrumei o telescópio pra ficar mais fácil pra você, certo? Está virado bem na direção do Órion. Agora, se concentre, Jeonggukie! Consegue ver a Mintaka, a Alnilan e a Alnitaka?

— Quê? Quem? — questiono-a, perdido com as tão incomuns designações. Além do mais, pra mim, por mais que eu o esteja observando numa luneta, o céu continua se assemelhando a... Uma sopa de estrelinhas.

— As Três Marias, Jeonggukie — ela dá uma risada gostosa. Momentaneamente, penso em parar de contemplar aquelas estrelas só pra poder contemplar os risos desta. — Não é difícil. Elas ficam retinhas numa diagonal, Jeonggukie.

— Retinhas numa diagonal... — tenciono minhas feições, procurando-as avidamente. — Ah! Achei!

De fato, as ditas cujas se encontram meticulosamente alinhadas, dispostas numa reta inclinada quase perfeita — e, sinceramente, não sei como demorei tanto pra vê-las, porque elas são beeem brilhantes. E bonitas.

— Isso, Jeonggukie! É o cinto! O cinto do Órion! — a garota comemora. — Agora, olhe ao redor delas. Você vai ver, hum... Quatro pontinhos formando um retângulo meio torto. — explica. — Em cima são a Betelgeuse e a Bellatrix, e, embaixo, a Saiph e a Rigel. Do lado direito, tem o arco de flechas dele, Jeonggukie, está enxergando? Um pouquinho... Virado pra baixo. — descreve a figura com precisão. — Ele está procurando o inimigo dele. O Escorpião.

— É, é! Eu tô... Enxergando! Tô enxergando! — brado, sem conter minha alegria. — É... — meu fôlego se esvai por um curto instante. — É lindo, Jiyoung.

Absolutamente encantado, dedico longos e longos segundos à elaboração mental do desenho de um viril caçador sobre a constelação que eu, distintamente, achara há pouco em meio à gigantesca imensidão pontilhada. No fim das contas, acabo tão imerso que... Assusto-me ao sentir os lábios gelados da menina contra minha bochecha.

— Feliz Natal, Jeonggukie — ela diz, ao passo em que ergo meu tronco e torno a encará-la. — Gostou do seu presente?

— Meu presente... — minha voz sai em um murmúrio.

— É. Seu presente, Jeonggukie. — ela sorri. — Você disse pra mim um dia que queria que eu te mostrasse a constelação de Órion, e eu disse que não podia, porque... Era verão, Jeonggukie. Eu disse que não podia porque... — fita os próprios pés. — O Órion só aparece no inverno. Eu não sabia se ia estar aqui no inverno, mas... Eu estou. Eu estou, Jeonggukie. — levanta novamente seus olhinhos, os quais cintilam sob a luz da lua. Não demoro a notar que estão banhados por lágrimas. — Eu estou aqui, e eu... Estou feliz. Porque eu pude mostrar ele pra você, eu estou muito feliz...

— Ah, Jiyoung — eu a envolvo carinhosamente e trago seu corpo pra perto do meu. — Não tenho como te agradecer devidamente, mas... Obrigado. Obrigado. Eu não mereço você.

— Não seja bobo, Jeonggukie — ri, as gotas salgadas escorrendo pela face. Apresso-me a secá-las com meu polegar. — Tem... Mais uma coisa. Um outro presente. Vai começar... — ela confere as horas num relógio de pulso cor-de-rosa. — A qualquer momento, Jeonggukie.

— Vai começar? — franzo as sobrancelhas. — O que que vai começar?

— Fique olhando pra cima, Jeonggukie.

Ainda em meus braços, a garota se vira de costas, possibilitando que eu apoie meu queixo no topo de sua cabeça. Nós ficamos parados desse jeito, ambos fitando o céu — eu, sem saber ao certo o que esperar disso —, enquanto permaneço a abraçá-la ternamente por trás. Até que... Após uns minutos, eu vejo algo acontecer. E vejo de novo. E de novo. Então, eu finalmente me dou conta do que acontece.

É uma...

— Chuva de meteoros — constato, admirado. — Ah, é. Eu vi no jornal que teria, só que acabei esquecendo. — o sorriso conformado em meu rosto contrasta com as repreensões mentais que faço contra mim mesmo por ter esquecido o evento. Ao menos, ela sabia e se lembrara. Fico feliz por isso. — Faça um pedido, Jiyoung.

Aguardando que a menina formule um desejo, aprecio em silêncio as estrelas cadentes. Excepcionalmente hoje, tem... Muitas. Muitas delas. Elas caem a todo segundo, em vários pontos da atmosfera. É extraordinário.

— Já pediu? — ela assente à minha pergunta. — O que você pediu?

— Pro magnânimo bicho papão nunca descobrir meu endereço, Jeonggukie — Quê? Que espécie de resposta é essa? Não é nada do que eu tava esperando! — Não, não, eu tô brincando — dá uma risadinha sapeca. Solto o ar dos meus pulmões, aliviado. Menos mal. — Na verdade, eu pedi... Pra você estar sempre comigo, Jeonggukie. Com a JJ Family. — desvencilha-se do meu abraço e passa a me encarar sem desvios.

Minhas bochechas enrubescem.

— Eu já tô com você. Pra sempre. Sabe, o DNA em seu sangue, agora, é o meu — revelo, recordando-me da pesquisa na Internet que eu fizera sobre o assunto há um tempo. Descobri, a partir dela, que... Quando alguém recebe uma doação de medula óssea, embora as células da maioria dos tecidos permaneçam intactas, os componentes sanguíneos em particular têm seu DNA alterado pro mesmo do doador. Daí, o receptor se transforma, literalmente, num “dois em um”. Um lance bem interessante. — Quanto a estar com o sapo, olha, eu não faço muuuita questão. Mas, se você quer, tudo bem. Acho que dou conta do recado.

Ela me fita, os olhinhos arregalados numa expressão de incredulidade. Por um breve instante, tenho a impressão de que a garota nem ouviu o que eu dissera sobre o animal — e, pra ser sincero, acho que não mudaria muita coisa entre ela fazê-lo ou não. De qualquer forma, eu já me conformei que terei de cuidar daquele... Anfíbio nojento e gosmento pelo resto dos meus dias. Deve ser minha sina. Ou algo parecido.

— Jura?! — ela indaga, perplexa. — Quer dizer que eu sou, tipo, metade Jeonggukie? — fala, eufórica, olhando pras mãos cobertas por um par de luvas vermelhas. — Nossos filhos vão ser setenta e cinco por cento Jeonggukie! — despeja as informações num ritmo que tenho dificuldade de acompanhar. Como ela fez esses cálculos tão rápido? E por que ela tá fazendo eles?! — Vou ter muitos coelhos biscoitinhos pra vestir e alimentar! Vão ser a carinha do papai!

— Coelhos biscoitinhos? Que história é essa? — o músculo em meu peito começa a bater depressa só por eu pensar em como o apelido tosco remete tão inegavelmente... A mim. — Por que está pensando em filhos tão rápido? Aish, sua... Sua... — o nervosismo transparece em meu tom, embora a menina se encontre ocupada demais pulando e cantarolando na neve pra reparar nele.

Rio soprado. É uma cena cômica, afinal.

—... Alienígena idiota.

Aí, eu sei. Sei que, bem no comecinho da história, eu disse que eu não era um cara bonzinho, que não se importava com ninguém, e, sobretudo, que não se sentia mal com isso. Mas, qual é! Estrelas nascem e morrem todos os dias. Planetas transitam suas órbitas. O universo se expande. E você...

Você simplesmente não pode querer ficar no mesmo lugar se nada ao seu redor fica.

Por mais que se queira continuar estacionado, uma hora algo acontecerá e te empurrará dali — e as preocupações às quais você se agarrara tão firmemente serão levadas pra longe numa nuvem de poeira estelar. Porque, no final, nós temos de nos reinventar. Ela fez com que eu me reinventasse. De um mero delinquente, me tornei completo. Sou completo quando estou com ela.

É, é, tudo bem, eu também sei que... Soa meio clichê. Mas, cara, que se dane. Dane-se o clichê! O que seria do Sistema Solar sem o Sol? Ou de Órion sem a Bellatrix? Não tenho vergonha de admitir que eu preciso dela. Quem sabe, sempre tenha precisado.

Ela é minha estrela, não é?

I love you, Jeonggukie. — as palavras saem custosas em meio às puxadas de ar da garota, a qual ainda não retomara o fôlego depois da agitação sem pé nem cabeça que armara. — Viu? Eu tô falando em inglês, Jeonggukie. Pra você. I love you, Jeon Jeonggukie.

Pensando bem, retiro o que eu disse. Ela não é uma estrela. Se tem algo que eu aprendi, é que ela é... Maior que isso. Não posso limitá-la a essa definição, não quando se tem uma infinidade de astros compondo seu interior. Seria injusto. Ela não é uma coisa só. É um conjunto de várias.

É minha galáxia. Uma galáxia complexa e cheia de incógnitas, as quais eu desvendarei um dia. Ou não. Eu tô bem assim, pra falar a verdade. Há certas coisas que não precisam ser desvendadas. É a beleza delas.

E eu acho que ela é muito bela.

Eu também amo você, Jiyoung.

 

 

 


Notas Finais


e esse foi o fim!!!!!! eu espero de coraçao que tenham gostado tanto quanto eu gostei ♡♡♡
já que nao poderia faltar, vou fazer alguns agradecimentos:
♡ primeiramente, às minhas amorinhas, por estarem comigo durante toda essa trajetória tao linda que foi the galaxy ♡♡♡ voces sempre estavam me apoiando, mesmo que inconscientemente, através de seus favoritos e dos seus comentarios que sempre me motivaram tanto a continuar escrevendo e postando ♡ eu amo voces, todas, todas voces!!! ate mesmo as minhas leitoras fantasminhas lindas (aliás, agora seria uma boa hora pra voces aparecerem aqui embaixo!!!!);
♡ queria agradecer à minha tia, que sempre foi minha parceira na hora de eu conversar sobre a história ♡♡ pra voce, eu contei todas as minhas ideias, até as que nao foram pro papel, e voce sempre prestava atençao em cada detalhe ♡ voce ficava ate mesmo feliz junto comigo quando eu dizia que tinha recebido um comentario novo, e, quando eu lia meus preciosos comentarios pra voce, voce abria um sorriso caloroso e falava: "que fofa!! parabens, bê" (nota explicativa: ela me deu esse apelido porque meu segundo nome é a-bê-gail);
♡ à musica galaxy, do duo bolbbalgan4, que foi minha grande inspiraçao pra escrever essa fanfic;
♡ por ultimo, mas nao menos importante, eu queria agradecer tambem ao google!!! eu sei que nao parece, mas eu tive que fazer muita, muita pesquisa pra escrever essa fic, de verdade TuT eu li todos os artigos explicativos sobre transplante de medula que voces podem imaginar, inclusive um de perguntas e respostas frequentes sobre o assunto!!! porque eu, apesar de querer ser enfermeira, nunca havia me aprofundado no assunto, entao, preferi usar o bom e velho google ao invés de passar qualquer informaçao errada pra voces. alem disso, sabem.... eu nao sou especialista em astronomia!! pesquisar o nome das constelaçoes, seu formato, as estrelas que as compoem, e ate as estaçoes em que elas aparecem em cada hemisferio.... ufa, isso deu um trabalho gigantesco!!!! eu nunca teria conseguido escrever tudo isso sem a ajuda do google, entao, obrigada, google!!! voce realmente me ajudou nisso (aliás, foi numa das minhas muitas pesquisas que eu descobri que o dna do sangue de quem recebe o transplante muda pro mesmo dna do doador!! isso nao é incrivel?? eu nunca tinha parado pra pensar nisso!!! fiquei chocada!!) ♡

entao, é isso, minhas lindinhas!!!! eu espero de coraçao que a minha fic tenha agradado e que eu tenha conseguido passar alguma coisa boa pra voces ♡♡ por favor, nao esqueçam de comentar o que acharam desta história, sim??? eu vou adorar ler e saber da impressao que voces tiveram ♡
eu amo voces, minhas amorinhas!!!! muito obrigada, de coraçao, por terem trilhado esse caminho comigo ate aqui ♡♡ o apoio de voces foi essencial pra que isso tudo, pra que the galaxy, pudesse acontecer. eu amo voces!!!! vou guardar voces pra sempre comigo, no meu coraçaozinho. cada uma de voces significa muito, muito pra mim. e voces tem em mim uma amiga!!! por favor, nunca esqueçam disso ♡

POR FAVOR COMENTEM, MINHAS AMORZINHAS!!! eu fico triste quando minhas leitorinhas nao comentam TuT esse capitulo é especial, é o final dessa história, entao, eu iria me sentir muito grata se voce desse um tempo pra escrever o que achou de tudo ♡♡♡ nao custa nada, e vai me fazer muito feliz, certo?!! ♡
obrigada!!!! ♡
kissussssssss ~ ♡
twitter: @seokjinando
tumblr: myfairytails.tumblr.com
instagram: @silenceskies

ps: fiquem ligadinhas pro bonus ♡


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