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História The Game - Level 3: Play Out Loud


Escrita por: Shujin_Karura

Notas do Autor


Eaae, clã?
Mais um cap delisia pra ustedes o//
Esse não tem coisas técnicas então não haverá glossário o//
Boa leitchura ♥

Capítulo 4 - Level 3: Play Out Loud


“In youth, you'd lay

Awake at night and scheme

Of all the things you that would change

But it was just a dream”

 

“Tenho uma proposta para você.”

A frase ainda ecoava nos ouvidos de Naruto.

“Entre em contato.” Foi a última coisa que ouviu do misterioso homem enquanto ele desaparecia no meio das pessoas. Ele foi embora do mesmo jeito que surgira: como se nunca estivesse estado lá. Naruto tentou focalizar sua mente no homem. Ele usava um terno cinza elegante que caia bem no seu corpo esguio. Tinha cabelos arrepiados que nem os seus, porém, mas curtos e escuros. Seus olhos era tão negros que praticamente não dava para diferenciar das pupilas. Sua feição era séria, mas tinha um até que divertido, pois o tom em sua voz não era duro. Era um tom misterioso e que parecia saber de vários segredos. Naruto riu internamente. O jeito daquele cara e o modo como falou com ele, era como se o homem fosse algum tipo de demônio da encruzilhada e estivesse tentando firmar um pacto com ele.

“Tenho uma proposta”. Que proposta seria aquela? O que ele queria com Naruto, afinal? O garoto pensava em um milhão de possibilidades para responder suas próprias perguntas. Com certeza a que mais o agradava era a de ele ser um dono de uma franquia grande de restaurante de lámen e etária propondo para Naruto ser o “experimentador oficial de lámen” de seu estabelecimento. A função do loiro seria experimentar os novos sabores e combinações que os chefs criariam e a palavra final seria a de Naruto. Claro que ele aprovaria todos. Ele sentiu a boca encher de saliva. Aquela ideia o deixava com fome. Fome por lámen. E o pior é que acabara de comer justamente isso!

Após a competição e a incrível vitória do time Bunshin, Naruto e seus amigos resolveram comemorar. Ficaram uma boa hora ainda no local da competição para tirar fotos, receber o prêmio, cumprimentar aqueles que assistiram as partidas conversando sobre as melhores jogadas e realizando toda a burocracia dos organizadores.

O melhor lámen de Katsuragi inteira, (de acordo com Naruto) participava também do evento na praça de alimentação. O loiro ficou muito contente em saber que o seu restaurante favorito, o Ichiraku Lámen, estava contribuindo com suas maravilhas para o evento. Mas só percebeu isso depois que já tinha comido um monte de baboseiras pelo caminho. Tinha experimentado praticamente tudo o que via de diferente pela frente. Alguns doces e salgados eram realmente muito bons. Outros, perdiam em qualidade. Mas Naruto marcava no paladar o que gostara para quem sabe, experimentar de novo em outra oportunidade. Agora, depois de várias horas de competição, a sua fome voltara e nada como um bom lámen de Ichiraku para matar isso.

Já estava escurecendo quando eles se sentavam nas mesinhas em uma clareira do parque, rodeado por arvores de diversas espécies e tamanhos. Foi muito divertido aquele momento. Eles riam, brincavam; relembravam as melhores jogadas deles e dos inimigos, debatiam sobre os erros cometidos e zoavam a aparência de alguns deles. Como sempre, enquanto comiam, Naruto e Chougi faziam a disputa boba de quem comia mais tigelas. Chougi, sem dúvida, era o maior comilão de todos, mas quando o assunto era lámen, Naruto mostrava do que era capaz. Era meio imprudente, claro, gastar o resto do dinheiro daquele jeito. Mas agora eles eram ricos! Bem, de qualquer forma, estavam gastando o dinheiro que juntaram para o evento, assim, usariam o prêmio para questões maiores.

Apesar de toda a descontração, volte e meia Naruto se pegava pensando no misterioso homem que aparecera. Não tinha comentado o estranho encontro com ninguém e pelo jeito tinha sido apenas com ele, pois os outros não parecia dar alguma dica que sequer tinham visto a figura de terno. Estranho. Pensou Naruto. Se o assunto do cara fosse sobre os jogos e as partidas, deveria conversar com todo o time, não?

Naruto refletia tudo isso e os acontecimentos do dia enquanto fitava o ventilador do teto de seu quarto, rodando em alta velocidade. Já era bem tarde. Mas ele não conseguia dormir devido a todos os seus pensamentos e com o calor que fazia naquela noite. Ele tinha tirado a bermuda e a camiseta e jogado ao seu lado na cama enquanto se atirava no colchão macio, soltando um suspiro prazeroso em que era relaxar depois de um dia agitado.

Acompanhava com o olhar o movimento que o ventilador fazia, tentando focalizar apenas uma hélice e girando os olhos rapidamente, não perdendo a hélice mais nítida ao seu olhar. Mas logo cansava e perdia o foco, começando o exercício tudo outra vez. Fazia isso enquanto meditava sobre seus pensamentos turbulentos analogicamente como o vento que o objeto produzia. Então, uma luz veio a sua mente. Não tinha tido tempo de analisar ainda o cartão que o estranho lhe dera. Procurou sua bermuda, logo encontrando no bolso o pedaço de papel branco. Voltou a deitar na mesma posição de antes com um braço segurando sua nuca enquanto o outro agora segurava o cartão na altura de sua visão.

“Obito. 9875-****”

E era aquilo. Somente aqueles eram os dizeres do papel. Naruto virou para ver o verso, mas não havia nada também. Ficou atônito, girando o cartão várias vezes nos dedos para ver se magicamente aparecia mais alguma informação relevante. Nada. Naruto se remexeu inquieto. Aquilo não tinha alguma coisa mais concreta que poderia esvanecer suas dúvidas. Aliais, só o fazia ter ainda mais. Nem um logo de alguma empresa, endereço, e-mail e até sobrenome! Era apenas aquilo: Obito e um número de telefone, possivelmente. Não conseguia acreditar que um homem tão bem apresentável lhe dera um pedaço de papel bruto que significava nada. Nem cor diferentes tinha. Era simplesmente branco e Naruto considerava que a fonte da escrita era Arial. Já usara muita essa fonte, então sabia os detalhes naturalmente.

Obito. Que raios de nome era aquele? Se é que era um nome. Para Naruto, óbito nada mais era do que morte. Uma palavra sinistra até. Aquilo foi na verdade a primeira coisa que pensou. Mas até que fazia sentido se esse fosse o nome do estranho cara. Um nome estranho para um homem estranho. Naruto esperava que o nome não significasse algum tipo de premonição e estivesse tentando lhe avisar. Ele não era supersticioso ou algo do tipo. Não acreditava nessas coisas. Mas vai quê. O ser humano é uma criatura imprevisível.

Naruto pegou seu celular na cabeceira, desbloqueando e começando a digitar os números que lia no papel. Quando terminou o oitavo número, hesitou. Será que aquele era um bom momento para ligar? Era tarde, quase umas 11 horas. Mas ainda não era madrugada. De qualquer forma, iria tentar. Tinha que acabar com essa curiosidade logo de uma vez. Obito lhe falou para contata-lo, ne? Então era isso que iria fazer. Botou o celular no ouvido e ficou ouvindo o som característico do "chamar". Aquele som repentinamente o fez ficar nervoso. O que iria dizer? E se na verdade aquilo tinha sido uma enganação? E se na verdade não era com ele o assunto? Mas Naruto começou a pensar nessas consequências tarde demais. Pois após alguns toques, o outro lado atendeu. Desesperou-se. 

–A-alô? –acabou gaguejando inevitavelmente. –O-obito...? 

–Ahh, Uzumaki "Hokage" Naruto, não? –era a mesma voz que ouvira no evento. Por não ter negado, concluiu que devia ser mesmo Obito. –Resolveu aceitar minha proposta? –a voz rouca soou divertida. Naruto conseguia sentir o sorriso de escárnio do outro.

–Mas que merda de proposta é essa afinal, dattebayo? -exasperou-se. Já estava ficando irritado em não saber do que aquilo tudo se tratava. Dessa vez o outro soltou uma curta risada, rouca e comedida.

–Ora, Naruto! Não suspeita de nada? –Obito ouviu Naruto arfar, imaginando qual resposta ele elaboraria. Mas ele já sabia qual seria. Sabia que Naruto deve ter pensado nisso uma hora ou outra, mas deve ter descartado porque era impossível demais. –Então irei lhe contar. Estava esperando por sua ligação. Até que ligou cedo. –Menos mal. Naruto pensou. Ainda bem que ele não parecia irritado pelo o horário da ligação. Com certeza o que mais o loiro temia naquele momento era de se encrencar com o misterioso homem. Que coisas ele poderia fazer? Naruto não queria descobrir.

–Hm. –resolveu não falar, dando a ideia de que o outro poderia prosseguir.

–Bem, meu nome é Obito, como deve ter presumido. Trabalho em uma empresa no ramo tecnológico e tenho a função de procurar perfis que se encaixam em nossos requerimentos. Nós patrocinamos e somos donos de uma equipe profissional de Bijuu no Kōgeki. Sou o principal responsável em cuidar dos assuntos de minha equipe. Assim sendo, minha proposta é convidar você, Naruto, para fazer parte desse time e se tornar um jogador profissional. –o loiro ia arregalando os olhos enquanto Obito falava. Apertou o celular entre as mãos juntando mais ao ouvido para não perder nenhum detalhe do que estava sendo dito. Já se sentava ereto na cama ao perceber a seriedade do assunto. Aquilo era...negócios. Estava tratando de negócios pela primeira vez na vida! Como deveria agir? Naruto não fazia a mínima ideia, então agia nervosamente.

–O-o quê?! –gaguejou novamente. Não podia acreditar! Aquilo não podia estar acontecendo. A proposta dele era a de fazê-lo um jogador profissional? Ele só podia estar brincando! –Sério? Não pode ser. Não brinque comigo dattebayo! –exaltou. Primeiro, o homem o abordou de forma extremamente esquisita e depois sumiu. Se era verdade tudo aquilo que dizia, deveria ter proposto de uma maneira mais séria, como um bom executivo que era. Mas não, pelo jeito Obito considerava sua maneira efetiva e normal.

–Não podia ser mais sério, Naruto. O que estou dizendo é verdade. Minha intenção é real. Só não posso dar detalhes agora. Gostaria que nos encontrássemos novamente para discutir melhor sua decisão. –seu tom agora era mais firme. Pelo jeito ele realmente queria que Naruto aceitasse.

–Tá, ‘pera. –o loiro gesticulava com a mão, as vezes bagunçando ainda mais seus fios arrepiados, não sabendo aonde botar tantas emoções. Ainda achava aquilo tudo muito duvidoso. Sua mãe sempre tentava lhe fazer ser uma pessoa mais atenciosa, com mais malicia para possíveis perigos. Pois Naruto costumava a confiar cegamente nas pessoas e isso nem sempre acabava bem. Então o seu lado Kushina falava mais alto naquele momento para tentar retirar o máximo de informações daquele cara. –Mas em que empresa você trabalha? Qual é a equipe que você coordena? Eu conheço? –Ele conhecia praticamente todos os times profissionais de BNK, alguns eram mais notórios que outros. Mas essa era uma dúvida que bombeava em sua mente. Certamente aquilo poderia influenciar e muito em sua escolha.

–Como eu disse, não posso dar mais detalhes no momento. São regras. Sua participação e minha proposta inicialmente são confidenciais. –Naruto jurou que a voz dele abaixava enquanto ia falando. Não era uma bronca e Obito não havia falado rudemente, parecia mais algo misterioso. Ele não se aguentava de curiosidade, queria muito saber onde possivelmente iria “trabalhar”. Mas não coagiu porque sabia que a resposta seria a mesma. Obito não iria contar. Não naquele momento, pelo menos.

–Certo –não escondeu sua decepção, aceitando o fato.

–Desejo lhe encontrar de novo pessoalmente para que eu possa passar algumas informações. Se possível, gostaria de conversar também com seus pais para que eles entendem todo o processo. Assim, explico para todos de uma só vez. –Obito prosseguiu. Naruto franziu o cenho por um momento. Ele queria falar com seus pais. É, aquilo seria complicado. Mas seria uma ótima oportunidade de mostrar que era tão bem no jogo que até iria ganhar dinheiro com isso! Com esse pensamento, alegrou-se. Estava começando a confiar mais um pouco no homem desconhecido. Naruto estaria com seus pais enquanto se encontravam, então concluía que Obito, afinal, não iria lhe fazer mal.

–Eh... é complicado encontrar com meus pais. Eles são médicos, então ficam muito ocupados durante a semana inteira. –explicou. –mas, amanhã é domingo, então eu acho que dá para falar com eles, já que é um dia de folga. –propôs.

–Ótimo. O quanto mais rápido melhor. Me passe o seu endereço e o número da sua casa. Que horas seria um momento propício para a minha visita?

–Ah, pode ser às... três da tarde mais ou menos... –falou após dar as informações da onde morava.

–Perfeito. –Obito sorriu do outro lado da linha, anotando os dados obtidos. –Fico contente em você ao menos ter escutado minha proposta.

–Humpf. Mas você vai ter que explicar tudo amanhã! Ainda não acredito em você cem por cento, dattebayo! Tá muito bom pra ser verdade –Naruto bufou. É aquilo até parece um sonho. Daqueles bem irreais que quando você acorda você começa a rir de tão ridículo que era as situações em seu sono.

–Haha. Certo. Certo. –Obito não aguentou e acabou soltando uma risada pela reação do outro. Naruto era mesmo uma criatura interessante. –Então, nos vemos amanhã, “Hokage”. –Obito se despediu.

–Até. –Naruto se despede também, apertando o botão de encerrar a ligação. Nem percebeu quanto tempo passou falando com ele. Talvez uns cinco minutos, no máximo? Mas foi o bastante para criar no peito de Naruto uma sensação nova. Era tipo... felicidade, só que com a ansiedade do que iria acontece a seguir. Naruto estava obtendo sucesso pela primeira vez em sua vida e estava desesperado em não saber o que fazer. Obtendo vitória. Aquilo, era passar de nível... na vida?

“Que loko” pensou, largando seu celular e caindo de costas na cama novamente. Respirou fundo, expirou e deixou um sorriso pintar em seu rosto. Aquilo era muito maior do que imaginava. Era sua chance! Sua maior oportunidade! Naruto na verdade não conseguia enxergar seu futuro, até agora. Quando seus pais falavam para ele fazer medicina, um desespero se formava. Não achava que era capaz. Não achava que iria conseguir. Quando pensava em alguma profissão, parecia que nada se encaixava. Apenas pensava nos seus games. O que mais cogitava e o que mais parecia logico para ele, era o oficio de desenvolvedor de jogos. Seria totalmente absurdo saber como é que se criava algo tão complexo e incrível. Mas claro, era ainda melhor jogar.

Bijuu no Kōgeki era sua paixão há anos. Tinha transformado toda sua vida. Naruto se considerava mais estratégico agora. Tinha bons amigos por conta desse gosto em comum. Tinha também descoberto algo que achava divertido estudar. E principalmente encontrava aquilo na qual era bom. Bem, ao menos era a única coisa que considerava que fazia direito. E se Obito viera fazer aquela proposta, então, ele também concordava que Naruto jogava bem, né?

Naruto se enroscou nos finos lençóis, apertando fortemente o travesseiro, tentado extravasar tudo o que sentia. Era tantas emoções juntas que não sabia como seu coração estava suportando.  Aquilo tinha que ser real! Tinha! Talvez quando acordasse no outro dia, veria que tudo não passava de um sonho. Não adiantava pensar nisso tudo agora. Veria amanhã. Estava exausto. Então, aos poucos foi fechando os olhos, tentando abrandar os pensamentos e assim, se deixar levar pelo sono agradável.

 

 

 

Pelo segundo dia seguido, Naruto acordou cedo no final de semana. Aquele era um novo recorde e provavelmente o único. Se já era difícil acordar no sábado, imagine no domingo então! Mas o loiro não se aguentava de ansiedade. Logo que sentiu o sol bater em seu rosto, passando pela fresta da cortina, sua mente despertou, imediatamente trazendo à tona tudo o que passara no dia anterior. Seu corpo não respondia da mesma forma. Então se permitiu ficar mais alguns minutos na cama. Foi então que pensou nos seus pais e que deveria avisa-los sobre a repentina visita que teriam. Se levantou em um pulo, desagarrando do abraço dos lençóis. Esperava que a tarde chegasse logo ara poder sentir finalmente o futuro abrir a sua frente.

Checou o horário no seu celular. Ainda era umas 8 horas e 13 minutos. Naruto arregalou os olhos. Estava cedo pra caramba e nem estava com sono! Nem sentiu vontade de reclamar ou ser rabugento. Provavelmente devido a toda a adrenalina que corria em si desde o dia anterior. Incrível que conseguia estar mais ansioso e nervoso do que o próprio dia em que competira. Como que em menos de dois dias, sua rotina parecia ter mudado tanto? Era isso. Era essa a sensação do que queria buscar em todos os dias de sua vida: a sensação de viver algo diferente a cada momento, sentir coisas novas e experimentar coisas novas. Torcia com todas as suas forças que sua reunião com Obito desse tudo certo, pois assim, aquele desejo de destruir a monotonia seria realizado.

Foi até seu guarda-roupa, procurando alguma roupa despojada para vestir. Naruto tinha dormido só de cueca por conta do calor. Geralmente dormia com alguma camiseta velha e um moletom. Mas aquela noite tinha sido insuportável. Ainda bem que agora de manhã, a atmosfera já estava mais fresca e agradável.

Após escolher a roupa, o que não demorou muito, sentiu uma leve pontada em seu baixo ventre e percebeu que tinha acordado com uma ereção. Devia ter tido sonhos muito bons para isso, pena que não se recordava mais. Correu para o banho para fazer suas necessidades e tomar um banho bem gelado na qual era muito bem-vindo naquele verão. Sua ereção se foi naturalmente e logo já estava pronto.

Desceu as escadas se dirigindo à cozinha. Seus pais já estavam acordados, como sempre, mas ainda estavam preparando o café. Sua mãe terminava de arrumar as mesas enquanto Minato jogava panquecas para o alto. Naruto considerava a comida do pai tão boa quanto a da mãe. Bem, na verdade ele não conseguia ser crítico quando o assunto era comida. E já que era raro comer a deles, sempre quando havia a oportunidade, achava ótimo. Eles o olharam espantados quando o filho apareceu na porta do amplo cômodo.

–Naruto?! Acordando cedo hoje, filho? O que aconteceu? –Kushina pergunta surpresa demais com o fato de Naruto estar de pé àquela hora. Minato aparentava estar igualmente surpreso. Naruto sorriu sapeca enquanto cumprimentava os pais. Já nem mais lembrava do infeliz acontecimento do dia anterior. Ele tinha passado por tanta coisa que apenas aquelas novas coisas ocupavam sua mente e não a briga com a matriarca, pois de qualquer jeito já estava acostumado.

–Adivinhem? –fez suspense, tentando fazer uma cara misteriosa, mas o largo sorriso denunciava.

–O quê? –Minato e Kushina perguntaram ao mesmo tempo.

–Adivinhem ué! O que vocês acham qual foi o resultado da competição? –Naruto continuou instigando com todo o ar de mistério. Kushina e Minato se entreolharam encabulados sem saber o que dizer ou fazer.

–Eu ganhei! O time Bunshin ganhou! –Naruto exclamou animado logo em seguida, não esperando os pais responderem. Abraçou sua mãe pela cintura tirando seus pés do chão. Kushina deu um grito assustada falando para o filho pô-la no chão novamente, batendo várias vezes em seu ombro para ele larga-la. Já era a época em que Naruto era um menininho frágil. Agora ele tornara alto e forte, trocando os papeis de lugar. Agora ele a carregava no colo.

–Me larga, Naruto! Me ponha no chão! –Kushina estava tão vermelha quanto seus cabelos.

–Hahaha! –Minato apenas ria da interação entre as duas pessoas mais importantes em sua vida. O filho também ria, cumplice, feliz por estar contando a novidade. –Parabéns, Naruto! –o garoto botou a mãe no chão, acalmando-a. assim que Kushina pisou no chão ela olhou para o rosto do filho. Ele estava tão radiante! Fazia muito tempo em que o vira assim. Naruto sempre soltava sorrisos, era natural dele, mas agora o sorriso chegava aos olhos que brilhavam. Ele parecia estar orgulhoso consigo mesmo e Kushina sentiu uma sensação estranha no coração. Parecia quase uma... culpa por não deixar o filho realizar o que queria. Mas ela com sua cabeça dura concluía que era apenas o nervosismo de ter sido levantada bruscamente.

–Parem de rir vocês dois! –ordenou, fazendo os dois homens tentarem segurar o riso para não deixa-la mais irritada. -Hunf. Agora conte Naruto, como foi? Sério, vocês ganharam? –agora sua feição estava mais amena e com certa curiosidade sobre o que ocorrera no festival.

–Sim! Foi incrível! –confirmou com o seu corpo, fazendo trejeitos com as mãos devido toda sua animação. –Nem acreditei! A gente jogou muito! Até que tava fácil... já joguei jogos mais difíceis que aqueles, mas valeu muito a pena! Nosso time ganhou 5 mil, mil para cada um! Não é incrível? –contou enquanto se sentavam a mesa.

–Sim, muito bem, Naruto. –os pais não tinham como não sorrir com toda a felicidade demonstrada dele.

-E além do mais, eu recebi uma proposta. –continuou após o “itadakimasu”, atacando as panquecas.

–Que proposta? –Minato perguntou.

–Querem que eu faça parte de um time profissional. –deu de ombros, fingindo que não era nada demais. Como se uma proposta dessas viesse todos os dias. –Pelo jeito, acharam o meu desempenho na competição bom a ponto de ser profissional.

–Filho... –Os médicos se entreolharam. Aquilo sim era um peixe grande. –É verdade isso mesmo? Tem certeza que não é... uma enganação?

–Tenho sim! O cara que me fez a proposta me deu um cartão no evento, pedindo para entrar em contato. Liguei para ele ontem com essas mesmas dúvidas. E bem, ele quer se encontrar com vocês. Então acho que não deve ser uma farsa. Ele vai vir nos visitar hoje à tarde. –estava meio nervoso de contar o fato para eles, mas não aparentava. Levantou os olhos do prato para ver a reação dos pais que se olhavam e não diziam nada. Devido ao silencio prosseguiu:

–Não precisamos falar disso agora. Vamos comer e depois ele explicará tudo para vocês.  –assim, voltou sua atenção as panquecas macias, observando pelo canto do olho eles fazerem o mesmo. Será que não ia dar certo? A reação deles fora...muito esquisita. Geralmente sua mãe brigaria com ele, mas pelo jeito ela ainda estava tentando absorver a informação. Começou a ficar apreensivo. Queria muito que eles aceitassem. Queria muito ter a aprovação deles. Esperava que Obito tivesse um ótimo poder de convencimento. Agora estava na mão dele.

 

 

Estava novamente deitado na sua cama, olhando para o ventilador que girava e girava. Não parava de pensar na café da manhã daquele dia. Ficava cogitando as piores coisas possíveis sobre a reação dos pois sobre o que havia lhes contado. Tinha vindo direto para o quarto após a silenciosa refeição. Geralmente nos seus fins de semana ficava jogando o dia inteiro. Bem, como todo dia, na verdade. Mas sua ansiedade e seu psicológico não o faziam querer jogar naquele momento. Contava os minutos e os segundos para quando Obito chegaria. Esperava que ele não se atrasasse. Já nem mais sabia a quanto tempo estava lá, vegetando e apenas olhando o ventilador girar e girar. Até que um som de campainha o fez ficar em pé em um pulo. O coração batia rápido pelo susto e nem notou quando descia as escadas apressado. Olhando em volta rapidamente, percebeu que seus pais estavam estudando alguns papeis no sofá em L. Naruto suspirou internamente. Até quando estavam de folga, seus pais caçavam trabalho. De jeito nenhum queria ser assim. Do que adiantava dinheiro se não souber aproveita-lo? Nem deixou eles levantarem, foi atender a porta ele mesmo. Pegou a chave espalhafatosamente, tentando destrancar a porta pesada de madeira. Quando obteve sucesso em sua pequena briga com a fechadura, abriu rapidamente a porta e deu de cara com aquele que justamente queria ver. Obito tirou os óculos escuros que estava usando e sorriu para seu anfitrião. Como se fosse possível, ele estava ainda mais bem vestido do que da última ocasião em que o vira. O terno preto se ajustava perfeitamente e os cabelos arrepiados pareciam menos rebeldes. Naruto tinha que pegar algumas dicas de penteados com aquele cara, porque seu cabelo nunca se ajustava, não importasse o que fizesse.

–Boa tarde, Naruto. Cheguei em um bom momento? –Obito cumprimentou cortês. Naruto observou que ele carregava uma pasta preta tipo de advogado. Talvez ele fosse um antes de trabalhar com e-sports e adolescentes.

–Sim, claro! Pode entrar. –convidou e logo Obito entrava na casa. Andou com ele até os sofás onde seus pais estavam. Percebeu que já não havia mais aquelas papeladas todas. Eles devem ter guardado tudo quando viram que tinham visitas. Assim, Naruto os apresentou a Obito que olhava tudo com certo interesse.

–Essa é minha mãe, Uzumaki Kushina e este é meu pai, Namikaze Minato. –o visitante apertou a mão estendida do loiro mais velho e Kushina recebeu um simples beijo no topo da mão, como cavalheiro que Obito era. Isso fez aumentar alguns pontos no que a matriarca achava do inesperado homem.

–Prazer em conhece-los. Peço perdão pela visita inesperada, mas soube que vocês eram bem ocupados e Naruto me informou que hoje seria o melhor momento para conversar sobre os negócios que tenho para ele. –falou sentando na poltrona oferecida, de frente para o sofá na qual Naruto e seus pais ficaram lado-a-lado.

–Ah! Não se preocupe. Naruto apenas nos informou de sua visita. Não entendemos muito bem o motivo. –Minato falou.

–Okay, vamos direto ao ponto então... 

–Não quer alguma coisa para beber antes? Chá...café? –Kushina interrompeu Obito, lembrando-se que ele era visita e deveria se sentir confortável, não importando quem raios era ele. 

–Não, não obrigado Sra. Kushina. Não quero me demorar muito. A conversa vai ser rápida. Vocês só terão que concordar ou negar.

–Certo, certo. Vamos começar então. O que planeja para meu filho? –Kushina tinha muitas dúvidas, então queria quebrar logo todo aquele mistério. Já não estava mais atordoada pela notícia do filho. Tinha pensado bastante nessas últimas horas. E chegou à conclusão de que a conclusão seria a mesma de sempre. 

–Bem, a princípio, meu nome é Obito. Trabalho em uma empresa de tecnologia e sou responsável por uma equipe profissional de Bijuu no Kōgeki. Após observar o desempenho de seu filho na competição, percebi que ele tem a disciplina que requeremos de nossos jogadores. Nossa equipe está em falta de um jogador então seria bom se Naruto viesse preencher esse lugar vazio. –pausou sua explicação, formulando os próximos passos em sua mente. Os três familiares apenas o fitavam com muita atenção, então resolveu prosseguir com a burocracia:

–Se aceitarem, Naruto irá participar de várias competições pelo mundo, trazendo gloria para seu time, a empresa e ao seu pais. Como tecnicamente são atletas de um determinado esporte, eles têm o tempo todo, acompanhamento médico, nutricional, físico e psicológico; que já é incluso no simples fato de ser um jogador. Além, claro, de todo o acompanhamento de como se portar perante a mídia e aos patrocinadores, na qual é realizado por mim. –mudou a posição de seu corpo na poltrona, relaxando mais no fofo acolchoado. Eles, pelo jeito, ainda recusavam-se a pronunciar. Então continuou. –Se ficarem em uma boa colocação em alguma competição, vão ganhar o dinheiro oferecido. Mas de qualquer jeito, todo mês ele ganham uma certa quantia que pode aumentar conforme o desempenho e o patrocínio obtido. E não precisam se preocupar com moradia. Os jogadores moram em uma bela casa localizada e segura na capital. Konoha. –pronto. Agora havia jogado sua última bomba.

–Konoha?! –Kushina exasperou-se. –Espere um pouco. É muita informação para diluir. –ela botou a mão na testa e suspirou. Naruto olhava para a mãe com os olhos brilhando de ansiedade pelo o que ela ia falar. Tudo o que Obito dissera, era até melhor do que podia imaginar! Maior que seus melhores sonhos! Sentiu uma certa umidade nos olhos. Aquilo era perfeito. –Konoha... fica muito longe daqui. –ela olha para o marido buscando as palavras para dizer o que achava daquilo tudo.

–Eu... não sei. Eu e Naruto já discutimos sobre essas coisas antes. Não é isso o que eu quero para meu filho. Ele precisa... ter mais responsabilidade. Com essa proposta ele apenas estaria se divertindo enquanto trabalha e ele precisa entender que a vida não é assim. –a matriarca falava como se o filho nem estivesse presente, ouvindo tudo. Naruto por outro lado, arregalava os olhos enquanto a mãe dizia e uma onda de raiva subia pelo seu corpo. –Nós queremos que ele entre para uma faculdade, comece a trabalhar e seguir com os negócios da família. Não acho que seria o melhor para o futuro de Naruto essa opção. –concluiu. Agora olhando firmemente nos olhos tremulantes e azuis do filho.

–Como você pode saber o que é melhor para mim?! Hein?! Obito me escolheu porque eu mostrei que sou capaz! Eu finalmente sou bom em algo e você quer me tirar justamente isso! –gritou, encarando a mãe ao levantar do sofá. –Eu não vou fazer a porcaria da faculdade! Para quê? Para ficar que nem vocês que só pensam em trabalho e trabalho e nem lembram que tem um filho solitário em casa? Para esquecer todos os meus sonhos e continuar a ser um escravo da sociedade? De jeito nenhum! –pontuou arfando pesadamente. Não viu quando sua mãe levantou-se rapidamente e um som forte de tapa foi ouvido. Naruto levou a mão até o rosto, aonde estava ardendo demais e provavelmente deveria estar muito vermelho. Olhou para Kushina com indignação. Mas ela não demonstrava arrependimento. É. Ela deve ter ficado muito irritada pelo filho gritar com ela.

–Não fale assim comigo pirralho! Quem você pensa que é?! Não vê todo o sacrifício que eu e seu pai fizemos por você?! Ingrato! –falou ainda mais alto, colocando toda a sua autoridade na voz. –Está decidido. Você não vai para Konoha. –diminui o tom para algo mais amedrontador e sério, dando o veredito final. Naruto engoliu em seco. Não conseguia falar nada devido a vergonha e ao nó que se formava na sua garganta. Abaixou o olhar e girou os calcanhares, saindo da presença dos pais e de Obito, subindo rapidamente em direção ao seu quarto.


Notas Finais


Zentchi, fiquem bravos com a Kushi naum... ela é assim mesmo aki...
É que eu quero mesmo trazer esse drama familiar pra fic e tals... tudo será encaixado XD

A música do capítulo é do Imagine Dragões - Warriors! ♥

E... to percebendo que uma pá de pessoinhas leem essa birosca e não comenta ç-ç podem comentar gnt...num mordo naum ♥ quem comentar vai ganhar bala!! YAY!!

E ah! Outra coisa... alguém ta assistindo Yuri on Ice?? Mds... eu to completamente apaixonada por isso ♥ Quem ainda n ta assistindo, recomendo muito!! Melhor coisa que vcs vão ver na vida ♥


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