1. Spirit Fanfics >
  2. The Ghost of Darkness >
  3. No fim da noite

História The Ghost of Darkness - No fim da noite


Escrita por: LadyDestler

Notas do Autor


Olá people! Turu bom?
Eu demorei um pouco pra atualizar... hehe... perdoem-me... mas aqui estou. Espero que gostem do cap, fiquem à vontade de dizer oq estão achando :P
Boa leitura! ❤

Capítulo 7 - No fim da noite


Fanfic / Fanfiction The Ghost of Darkness - No fim da noite

No teatro de Paris, Carlotta e Piangi estavam na sala dos diretores, já era tarde e estava quase tudo fechado, mas ela não conteve em conversar com os senhores. Seu pé já estava totalmente recuperado, e ela não aceitava uma novata ocupando seu lugar, principalmente quando se tratava de uma mera bailarina orfã que deu sorte. Se necessário, cometeria até um ato ilícito ou baixo, mas não aceitava o fim de sua carreira. Tinha o apoio de Ubaldo Piangi, seu marido desde muitos anos, que fazia de tudo pra ela, como se ele estivesse desesperado em ter o nome veinculado como "o cantor de ópera que é casado com a estrela Giudicelli", por isso ele concordava com tudo que ela dizia, e fazia tudo que ela mandava. Nem se importava com as atitudes mais egoístas e baixas da cantora, que conseguia disfarçar com seu "carisma" com os seguidores das artes.

- Madame Giudicelli, lamentamos, mas a nova estrela Christine Daaé tem feito mais sucesso que a senhora. - dizia Firmin - Desejamos muito que encontre outro lugar na música, mas neste teatro...

- Então é isso? Vão acabar com a carreira de uma cantora famosa, por uma ratinha intrometida? - perguntou a ruiva, de maneira sarcástica, porém não escandalosamente, se não perderia sua credibilidade - Eu fico triste em saber da decadência deste lugar... uma rata nunca ocupará o meu espaço!

- Isso mesmo - concordou o cantor - Ninguém tira o lugar de Carlotta Giudicelli.

- Senhores, entendam: Christine é uma jovem atriz, ela tem talento e merece uma chance. Ela tem uma voz pura e doce! - argumentou Andre.

- Cínicos! Sem coração! Vocês não se importam com a minha carreira? - ela fingiu o choro, se pagando de vítima, abanando as mãos próximas ao rosto, como se estivesse precisando de ar - Eu sabia! Eu sempre soube o quão cruel vocês eram, estragam a vida de uma estrela e colocam uma garota sonsa no lugar! Vocês deveriam se colocar em meu lugar, mas são totalmente indiferentes na frente de uma mulher!

- Não, madame Carlotta, não pense isso de nós! - Firmin tenta se justificar, mas é interrompido por Piangi.

- Amadores! Cínicos! Não pensam em minha mulher?!

- Acalmem-se, senhores! Christine Daaé continuará cantando, mas a madame Giudicelli continuará no elenco, como a estrela principal. Não precisam se preocupar! - concluiu o velho mais baixo, sem interesse em mais pânico.

Carlotta deitou-se no ombro do marido, que dava tapinhas nas costas dela, enquanto a mulher falsamente engolia o choro e se recuperava. Ela se levanta, volta a se abanar, e seu humor parece ter aumentado.

- Espero que continue assim. Mas eu não confio naquela pirralha... não mesmo. - se levantou da cadeira, de postura elegante e superior, seguida pelo marido - Eu voltarei semana que vem, e que meu lugar no ensaio esteja pronta. Afinal, eu sou uma diva! - virou-se sem se despedir dos diretores, levando Piangi para fora da sala e fechando a porta.

Firmin e Andre se entreolharam, não podiam perder a oportunidade de maior sucesso, até porque a diva Carlotta os trazia muito dinheiro, mais do que a novata Daaé, porém... a voz extremamente enfeitada, sem emoção e artificial, tremia o coração dos verdadeiros amantes das artes. Sua voz era comparável à de um sapo: era treinada classicamente, sim, porém artificial e sem paixão. Apenas técnica. O melhor seria esperar Christine se tornar formosa como Carlotta, e eles fariam o possível. Bem, já estava tarde, passaram a arrumar suas coisas para se retirar do teatro.

∙ ∘ −−−−−−−−⊰⋅⊱−−−−−−−− ∘ ∙

A diva andava formalmente pelos corredores da Ópera. Seu vestido era exageradamente cor-de-rosa, detalhes desnecessários, a manga quase ultrapassava suas mãos, com parte do tecido arrastando no chão, além do casticol rosa-escuro e o chapéu de penas estravagantemente bege. Suas jóias eram brancas, caíam sobre o decote e paravam no meio de seus seios, ela segurava a mão enluvada no braço do marido como um dono leva o cão para passear. Ela o conduzia para qualquer lugar e qualquer caminho. Avistou a pequena Christine cruzando seu caminho, e como alguém sem más intenções, aproximou-se da jovem cantora meigamente.

- Boa noite, Christine Deé! - pegou as mãos da garota de forma carinhosa, entrelaçando seus dedos, como uma "melhor amiga" faria - Estou muito feliz pelo seu alcance, sua voz é espetacular!

- Hm... Daaé, senhora - corrijiu a menina, sem intenções de ofender - Agradeço pelo seu elogio. Eu ainda preciso... treinar bastante, afinal a senhora, por exemplo, já é formada em Ópera. - removeu suas mãos do toque da cantora mais velha, tímida - Eu preciso voltar ao meu camarim. Mas... obrigada pela atenção! 

Indiferente, a diva se virou, ainda em sua pose metida e entitulada - Não agradeça, pequena. Só lhe aconselho uma coisa: cuidado em qual caminho você se mete. Às vezes você mexe com um lobo, achando que é uma ovelha.

A frase ameaçadora fica no ar, deixando arrepios na pele alva de Christine. Será que Carlotta estava magoada pelo seu sucesso? Ela imaginava... entretanto, mesmo com ansiedade de seu futuro na música e o perigo da madame Giudicelli, Daaé sabia que os braços de seu professor a aqueceriam, como sempre fez. Ainda mais depois de voltar da desagradável casa dos Chagny, onde sua companheira fora apenas a senhora Valérius e a refeição.

Já estava tarde, e seu Maestro deveria estar se contorcendo de ciúmes, ele era muito protetor e possessivo, apesar disso, jamais havia levantado a mão ou até mesmo a voz para a menina, ele sempre quis o melhor dela. Mas não era um bom ator, não podia esconder seu ciúme... não havia problema nisso, até porque todos somos humanos, e não perfeitos.

∙ ∘ −−−−−−−−⊰⋅⊱−−−−−−−− ∘ ∙

Erik se encontrava na Casa do Lago, como sempre, mas ele não estava calmo como sempre, estava mais agitado, mais preocupado, andava de um lado para o outro. Às vezes dava uma olhada nas pastituras, tentando fugir da ansiedade em seu refúgio de sempre: a música. Porém nem sempre funcionava, a sua aluna e paixão estava longe dele, à noite, com um irresponsável ao lado, ele temia tanto que alguém de coração podre botasse as mãos em sua pequena, às vezes esse medo o assombrava até quando ela se encontrava ao lado dele... ah, era besteira de sua cabeça. Ele havia sofrido nas mãos de pessoas cruéis, e tinha medo de perder a amada: era idiotice para ele.

Mesmo perturbado, tentava se manter calmo, falava sozinho enquanto andava, sentava na cama, no sofá, tentava relaxar... mas enquanto ela não voltasse, ele estaria muito preocupado. Até que finalmente ouviu sons de passos, virou-se e se alegrou em ver a imagem da jovem de cabelos castanhos de caracóis na entrada do covil. Ela estava linda como sempre, até mesmo naquele buraco horrível, ela trazia luz...

- Christine! Estava tão preocupado com você - correu e a abraçou, adorava sentir o pequeno corpo da moça em seu peito, se sentia acolhido - Tudo bem? Como foi na casa dos Chagny? Se alimentou? Se divertiu? Sentiu minha falta?

- Calma! Eu acabei de chegar - correspondeu o abraço, apertando mais forte - Mas sim, eu senti sua falta. Lá foi mais ou menos, um ar meio desagradável, mas a madame Valérius foi educada comigo. Ela é praticamente nossa avó, muito doce e mente aberta, como sempre...

- "Nossa"?

- Ah sim, ela cuidava de mim e do Raoul, desde que meu pai trabalhava na mansão - riu - E foi ela quem apoiou Raoul a me pedir em casamento na frente do meu pai... e eu tinha apenas onze anos! Ah, eram bons tempos...

Erik sentiu uma farpa em seu coração, medo de se sentir menos especial para ela - Você... se sente bem comigo?

- Mas que pergunta é essa?! Erik, você é minha vida agora, minha fortaleza! Não te abandonaria por nada, são apenas lembranças de criança.

- Me desculpe, foi uma pergunta idiota. Fico feliz que tenha se divertido - beijou-a na testa, de forma carinhosa - Agora você terá uma responsabilidade em tanto. É a mais nova Prima Donna da casa, não é fantástico? 

- É meu sonho sendo realizado! E essa noite foi gloriosa, graças a você, Erik - ela encaixa o rosto no pescoço masculino, inalando o perfume delicioso de sua pele, enquanto sentia o carinho dele pelos seus braços.

- Eu? Não... eu só te dei o impulso que você precisava, já era perfeita por si só. - beijou a cabeça dela novamente, de forma mais lenta, cheirando os cabelos encaracolados, causando arrepios nela.

- Obrigada... mas você é sim muito talentoso, um gênio. Não é preciso se diminuir desse jeito - ela se retira da curva do pescoço dele, na intenção de encará-lo, porém suas bocas ficaram perigosamente perto, enrubescendo a ambos - ...vamos dormir?

- Sim... - ele sussurra, quase em um gemido, olhava fixadamente para sua aluna, mesmo morrendo de vergonha, ele fecha os olhos lentamente e se aproxima do rosto alheio, mas apenas teve coragem de arrastar seus lábios no dorso do nariz feminino. Beijá-la seria uma insulta, ele se denominava tão feio e desprezível, que ao menos tocar em um ser tão perfeito como Christine poderia destruir a relação dos dois. Era isso o que ele temia - Me perdoe, eu... eu... ah, me perdoe, não foi nada maldoso, só...

Ela pôs o dedo entre os lábios rosados do homem - Shh... tem algumas coisas que relevamos. Amanhã, poderíamos sair juntos pela noite, o que acha? - perguntou, sorridente.

- Acho... ótimo. - sorriu também, segurando as laterais do pescoço alheio - Você é digna de um belo passeio, em uma bela paisagem.

- Com um belo parceiro! - brincou.

- Christine... eu fico sem graça desse jeito. - disse, dengoso e tímido, tinha vontade de esconder seu rosto pelos elogios, mas seria desrespeito enquanto conversava com uma dama.

- É a intenção! - puxou-o pelo braço, em direção à cama - Se bem que amanhã não teremos nada, então podemos enrolar um pouco... não concorda?

- Fazendo o que?

- Conversando, lendo, cantando... - chegaram no quarto, e a soprano se joga na cama, cansada - A vida não precisa ser apenas uma rotina. Busque alguns livros, eu queria discutir sobre! Você ama ler!

- Sim... você terminou Romeu e Julieta, não? - o homem se agaixou, tinha livros de baixo da sua cama, fruto das travessuras da dupla.

- Exatamente, eu quase molhei o livro de tanto que chorei. - ele ri após a declaração da garota - É sério! Não ria, é um final trágico!

- Não estou rindo de você, estou rindo dos litros de água que você derramou. Quase estragando meus livros - pegou três livros no colo, botando na beira da cama.

- A culpa é de Shakespear!

As "bobagens" que saíam da boca de Christine agradavam Erik, ela era tão inocente e doce, a definição de perfeição. A amava mais que tudo na vida, seu desejo não era possuí-la e nem dominá-la, assim como a maior parte dos homens daquela época, tratando a mulher como um simples objeto de prazer. Ele queria amá-la, apoiá-la, ajudá-la a conquistar qualquer tipo de desafio que a vida oferecesse, protegê-la, montar uma família com ela... não era questão de "morrer de amor", e sim viver por amor. Pelo amor que ele sentia.

Passaram o resto da noite lendo e conversando, até que a garota adormece em cima do peito masculino, e ele, exausto pelo dia corrido, os cobre e adormece abraçado com sua amada. Uma cena que se o visconde de Chagny soubesse, certamente sentiria vontade de virar Erik ao avesso, mas considerando a realidade, ele mesmo se viraria ao avesso e se prenderia no ciúme doentio.


Notas Finais


Muito obrigada por ler até aqui! Vejo vocês no próximo capítulo ❤❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...