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História The Glow of the Soul - Garden


Escrita por: Tigrevurmud

Notas do Autor


Mais uma semana e mais um capítulo novinho! Espero que curtam!

Capítulo 2 - Garden


Fanfic / Fanfiction The Glow of the Soul - Garden

Orario. Mansão da família Loki.

- Aiiiisssss.... Aiiiiissss.... – a mulher de olhos fechados chamava pela sua garota “preferida”.

- Ela ainda não voltou. Francamente... não se cansa de chamar por ela? – falou o aventureiro barbudo.

- Não lhe perguntei nada, Landrock!

- Deusa-sama. – falou Tione, a amazona de pele morena. – desde que Little Rookie desapareceu na dungeon, Ais tem pegado todas as missões que a guilda permite.

- Por que?!

- Ora. – respondeu a outra amazona que atendia por Tiona. – porque você não deixou ela procurar por ele no início, não é óbvio?

- Tsc...

- Kahummm tossiu estranhamente o homem barbudo. – de qualquer modo, não é apenas ela que anda sumida... – ele olhou pela janela como se observasse alguém ao longe.

Tione foi quem continuou.

- Sim. Percebi que mesmo pegando missões diferentes, Loga também quase não sai da dungeon.

- Mas o que esse garoto pensa que esta fazendo? Monopolizando meus filhos assim?

- Deuuuusa-sama... acho que já esta sendo mesquinha demais...

- O que disse, Tione?

- Ela tem razão.

- Como é? – Loki olhou para Landrock com espanto e raiva.

- Vamos... pense só, um aventureiro prodígio de Orario como ele desaparecer ao mesmo tempo daquela explosão, mesmo sendo em andares diferentes, não acha estranho?

- Tsc... bem... acho que podem estar certos de algum modo...

- “De algum modo” einh... – Tiona brincou com a fala de sua Deusa.

- Ahhh espero que o encontrem logo! E devolvam a minha Ais!!!!

Loki berrou ao bater a porta quando saiu da sala deixando os três aventureiros para trás.

***

Dois dias após Bell Cranel perder a consciência ao lutar contra os três monstros que devoraram o seu braço esquerdo, o jovem voltou a sentir seu corpo, as dores talvez, foram as responsáveis por despertar o garoto. Sem forças, sem comer ou beber nada durante todo esse tempo, suas energias estavam escassas.

Nem mesmo as palavras em sua mente ele conseguia pensar, somente o conceito foi possível analisar em sua mente, o conceito de que ele ainda estava vivo, de que tudo foi real e que ele estava prestes a morrer.

Seu olho direito estava virado para o lado, desta forma, era o único que podia ver algo ao redor já que o esquerdo estava encostado no solo.

Apenas uma pequena brecha se abriu e o jovem conseguiu ver algo além da escuridão de suas pupilas fechadas. O cenário era o mesmo de antes de Bell ficar inconsciente, rochas pontiagudas espalhada, rochas grandes e arredondadas cobertas por musgo. Tudo era exatamente como ele lembrava e isso lhe trazia uma imensa sensação de desespero, talvez fosse mais correto dizer que a sensação era de falta de esperança já que nem mesmo para ficar desesperado havia energia.

“O... qu...”

Ele tentou pensar quando se questionou por estar ouvindo o som de sinos ecoando, mesmo sem brilho, ecoavam em um volume muito baixo.

Ele teve por um ínfimo momento, a curiosidade de saber o que causava aquele som, mas outro som ao fundo lhe chamou a atenção.

O som era de pequenas gotas de água caindo e se chocando contra alguma pedra ou rocha. Pensando que não poderia perder tempo caso ainda quisesse viver, sem saber quanto tempo estava ali naquela situação, Bell tentou esticar seu braço na direção do som, um enorme tempo e esforço foi despendido apenas nesse movimento.

Após cerca de 6 minutos, o jovem de cabelos brancos e olhos carmesins, conseguiu se arrastar cerca de 4 centímetros. Sua respiração ficou ofegante, seu rosto começou a suar e sua mente lhe dizia que era inútil. Mas, havia outra coisa para fazer? Ele pensou, ou usava o que ainda lhe restava de energia vital, ou simplesmente esperaria a morte e se fosse para esperar a morte, por que ainda estava vivo? Um aventureiro normal em uma situação como aquela já teria morrido, por que ele não morreu? Porque seu corpo não tinha desistido e por que não desistiu?

“Não... já disse... eu não vou morrer... eu não vou... eu não... eu...”

As próprias palavras que Bell pensou pouco antes de perder a consciência vieram em sua mente naquele momento como se respondesse a sua pergunta.

Então, Bell começou a sua jornada, a jornada que poderia ser a última, ou melhor, era mais provável que seria a sua última, a jornada para encontrar água e sobreviver. Se rastejando com o apoio do único braço que lhe restava, o jovem se esforçava ao máximo para se mover na direção da gota de água.

Seu estômago roncava, sua língua e boca estavam secas e tudo isso se agravava a cada movimento dele, principalmente porque ele estava suando, perdendo o pouco que lhe restava de líquido no corpo, sem mencionar a enorme quantidade de sangue que perdera nos últimos dias. Era praticamente um milagre que ele ainda estivesse vivo e estranhamente o som diminuto de sinos tocando emergindo de seu corpo não cessava um único momento.

***

Em outro andar daquela dungeon. Ao mesmo tempo, caminhava elegantemente uma jovem garota de longos cabelos dourados.

Aquele andar era repleto de túneis e pedras luminosas que clareavam o ambiente permitindo enxergar.

- UUUHHOOMMM

Berrou o minotauro ao ser golpeado pela ponta da espada da garota.

O monstro se desintegrou instantaneamente.

A jovem tinha olhos semicerrados e apesar de seus passos elegantes e graciosos ao caminhar, seus movimentos eram apressados. Ais Wallenstein, a aventureira nível 6 da família Loki procurava incessantemente o aventureiro perdido enquanto cumpria suas missões que pegava uma após a outra apenas como desculpa para poder ficar o máximo de tempo possível dentro da dungeon.

Ela pensou que deveria se apressar visto que instantes atrás ela havia se encontrado por acidente com outro membro de sua família, Bete Loga, um aventureiro da raça werewolf, sua aparência lembrava a de um lobo selvagem, ao ser perguntado por Ais se viu Bell Cranel, Loga apenas se virou ao som de “Tsc...” e disse não ter encontrado nenhum coelho perdido.

Loga não afirmou nada, pelo contrário, ao ser questionado por alguns disse com desdém que não perderia tempo com uma busca a alguém perdido, mesmo assim, era óbvio que passou a pegar mais missões aleatórias na guilda apenas para poder fazer o mesmo que Ais sem que levantasse perguntas de outras pessoas.

Aquele andar era um dos mais problemáticos devido a sua geografia que não permitia a pessoa ver com clareza um raio muito maior do que 100 metros, além dos diversos túneis que o formava. A bela mulher que pouco deixava seus sentimentos refletirem no rosto, deixou um ar de frustração emergir e então, seu passo tomou um ritmo ainda mais rápido.

***

Levou pouco mais de 4 horas até que Bell Cranel conseguisse alcançar a pequena poça de água que caia do teto e se formava em uma concavidade no solo, as gotas caiam, formavam a poça e escorriam para uma certa direção.

Ele não sabia de onde vinha aquela água, se o solo não ofereceria poluição naquele lugar, para todas as perguntas que lhe vinham a mente a resposta óbvia era que tudo ali poderia ser prejudicial à saúde de uma pessoa. Mas não haviam mais opções e todo o esforço que aquele jovem fez nas últimas 4 horas foi apenas para alcançar aquela pequena poça de água.

Com tremor em seus músculos e poeira do solo na palma de sua mão, Bell começou a beber rapidamente a água daquela poça, o líquido descia pela sua garganta como se fosse a primeira vez na vida que ele bebia água.

Ele bebeu e bebeu toda água que conseguia engolir.

A poça começa a diminuir mais e mais conforme ele bebia descontroladamente e seus olhos subitamente ganharam um pouco mais de intensidade em seu brilho.

Ofegante, porém, com sua sede saciada, sua preocupação agora era se aquela água lhe traria alguma enfermidade, mas não havia tempo para isso já que outra preocupação lhe batia à porta, agora conseguir algum alimento era essencial.

Se percebesse, suas pupilas tombaram e abruptamente ele piscou de forma profunda como alguém que esta prestes a cair no sono. Mas Bell conseguiu recobrar a consciência, talvez porque seu estômago estava trabalhando com a digestão do líquido que acabara de ingerir, o que ele estranhou foi a sensação de ter passado algumas horas desde que suas pupilas tombaram, entretanto, devido ao extremo desgaste de seu corpo e de sua mente, não tinha como saber exatamente.

Ao abrir novamente suas pupilas, Bell começou a se rastejar para a direção de um túnel a 15 metros de onde a poça estava, ele se encostou na parede para recuperar fôlego e descansar um pouco. A essa altura o jovem já conseguia pensar com um pouco mais de clareza.

“Preciso continuar... se soubesse pelo menos que andar é esse... Deusa-sama de estar preocupada... além disso... sobre aquele incidente... espero que não seja tarde demais...”

Ele vagou por aquele túnel ainda menos luminoso do que o lugar em que estava antes. Embora o teto estivesse a 2 metros e 30 centímetros do solo, Bell só conseguia se arrastar pelo caminho.

O interior do túnel era gélido, as paredes e o solo pareciam pedras de gelo, de algum lugar ao fundo soprava um vento frio tornando mais difícil a simples atividade de respirar.

Depois de algum tempo tentando se manter consciente e rastejando, uma fraca luz surgiu adiante.

Bell aumentou o seu ritmo o máximo que pode e quando finalmente alcançou a fraca luz, uma visão inesperada se estendia diante dele.

Uma extensa planície com grama e árvores altas espalhada e cercadas por rochas prateadas era o que predominava naquele lugar totalmente oposto ao ambiente hostil de onde o jovem viera.

“Isso é...”

Seus olhos se encheram de emoção e ficaram úmidos ao ver árvores com frutas e um rio distante que refletia o brilho do teto dourado em sua água cristalina.

***

Ao mesmo tempo, em uma taverna do lado leste de Orario, um grupo pequeno de comerciantes e alguns aventureiros de nível 1 e 2 conversavam em um tom quase inaudível.

- Você tem certeza disso? – indagou um dos mais velhos do grupo.

- Sim, certeza absoluta! Eu vi a princesa da espada matar sem nenhum motivo um outro aventureiro no mesmo andar em que eu estava lá na dungeon! – ainda que sussurrando, o jovem falou quase exclamando aquilo que tinha certeza de ter visto.

- Conseguiu pegar o corpo pelo menos? – indagou outro.

- Não. Fiquei com tanto medo que não me mexi até ela ir embora, mas...

- Mas então o corpo ainda esta lá?

- Ai é que esta...

- ??

- Eu vi que depois dele ter sido arremessado pelo monstro contra a parede ele ainda tentou fugir da criatura e da princesa da espada, mas havia um penhasco lá, para ser sincero, não acho que existe ainda um corpo.

- Mas do que esta falando, se ele caiu ainda deve haver vestígios, se os monstros devoraram seu corpo, ao menos suas roupas...

- Eu não quero voltar lá entendeu...! – exclamou o aventureiro que relatava os fatos, quando notou que levantou a sua voz, voltou ao tom de sussurro para não deixar que outros o houvessem.

- Ele caiu do penhasco e pouco antes disso, ela atingiu o braço esquerdo dele com um golpe.. eu... não... – ele começou a tremer ao lembrar da cena. – não acho que ele tenha sobrevivido...

- Certo, certo... vamos com calma... não podemos fazer uma acusação assim contra um membro tão importante daquela família, sem nenhuma prova, primeiro devemos procurar saber se alguma família tem algum membro desaparecido e...

- Mas eu sei quem ele é...

- Uh... sabe? Então por que não diz logo?

- Ele é... Bell Cranel.

- ...???!!!

***

Em outro lugar de Orario, ao mesmo tempo duas figuras se reunião diante da janela daquela torre imensa.

- Já faz uma semana que não o vejo, e nossas tropas também não o encontraram. – dizia a deusa de vestido negro com detalhes em vermelho que realçavam várias partes de seus belo corpo e combinavam com o salto alto preto, dando um ar elegantemente erótico a sua imagem.

- Temos procurado pelos andares inferiores nesse últimos dois dias, mas nenhum sinal sequer de que ele esteve lá. – falou o homem alto que permanecia a dois passos para o lado direito da deusa.

Ela sorriu discretamente pelo canto de seus lábios enquanto semicerrava seus olhos em um gesto que seria altamente provocante para qualquer homem. A deusa da beleza olhava fixamente para a dungeon ao longe.

- Parece que Hestia e Hermes já começaram a se mover também, certamente eles vão procurar nos andares inferiores, então... vamos mudar, Otaro. Quero que você vá para os andares intermediários, leve uma tropa com você.

- Sim, Freya-sama.

O veterano aventureiro deixou a sala com a permissão de sua deusa.

Ficando sozinha, ela então tomou um gole de vinho e sentou-se na poltrona diante da enorme janela à sua frente. Ao cruzar graciosamente suas belas pernas, ela pensou sozinha.

“O que foi que aconteceu exatamente com você... Bell...?”


Notas Finais


Título do próximo capítulo: Ais


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