Eram por volta das duas tarde e eu ainda não tinha ido comer meu almoço, estava sem fome alguma, não só hoje, como todos os dias passados desde o meu fracasso de tentar dizer a minha sexualidade para meus pais, sinto que a cada vez que saio do meu quarto, que é só para ir ao banheiro, minha mãe tentar puxar assunto comigo, mas hoje foi diferente.
- Jimin.. Posso conversar contigo? -Eu, mesmo sem a menor vontade de olhar para a cara dela assenti que sim com a cabeça.
- O que você tem? -Nesse mesmo momento a olhei assustado, achava que seria mais um convite para jantar na casa dos nossos avós como sempre.
- Como assim o que eu tenho? -Estava tentando disfarçar ao máximo a raiva que sentia não só a de sempre, como a raiva de ela ter me perguntado como eu estava só agora.
- Como você me pergunta? Você está tao estranho ultimamente, já faz seis dias que estas nesse quarto sem nem olhar para a minha cara nem para a cara do seu pai. -Fiquei a encarando com a sobrancelha arqueada, como ela até agora não teria nem desconfiado? Fiquei parado a encarando até o momento que ela se pronunciou novamente, já que eu estava perdido pensando no que responder.
- Jimin pare de me olhar assim! O que há com você? -Eu já estava muito irritado, e nem ao menos segurei as palavras que estava querendo dizer depois de tal pergunta feita.
- Como assim você ainda pergunta o que há comigo? Serio que você não desconfia de nada? Nem mesmo pensa em uma possibilidade? -Como ela não desconfiaria de nada? Eu a conheço, e sei que ela só quer manter o que ela acha em segredo, ela tem medo de confirmar o que acha.
Logo percebi sua expressão assustada, era obvio que ela não esperava isso, pelo menos agora, mas eu já estava quase explodindo a muito tempo.
- J-Jimin! Que tom é esse? O que esta acontecendo com você? Você não era assim! -Ela se aproximou mais de mim fazendo com que ela ficasse mais ''ameaçadora'', infelizmente para ela, n deu certo, eu não iria deixar assim.
- Ah para de se fazer por favor! Por que não admite de uma vez o que você acha? Por que não quer nem cogitar o que você acha? Tem medo? Eu sei que você sabe, mas pra você seria uma vergonha ter um filho como eu né? -Nesse momento percebi que estava quase em cima dela a encarando quase a fuzilando com os olhos, ela me olhava assustada e com raiva ao mesmo tempo.
- Deu! Eu já disse que eu não sei o que você tem! Para de falar como se eu soubesse de tudo, nem sei mais quem é você! -Eu acreditava nas palavras que eu tinha escutado, mas já estava de saco cheio de tanto negar o que era obvio.
- DEU DIGO EU! POR QUE É TAO DIFÍCIL ACEITAR O FATO DE TER UM FILHO GAY?! -Tive que suspirar para me acalmar, eu tava quase batendo na cara dela.- Esta feliz agora? Falei o que queria ouvir? -Falei e logo fui para o meu quarto e comecei a arrumar as malas, sim, eu iria embora daquela casa.
Eu conseguia ouvir os passos dela se aproximando, eram rápidos, era como se quisesse me impedir, e eu sei que ela iria tentar fazer isso.
- Não Jimin, eu não estou! E você não vai embora desta casa! -Fingi que não estava ouvindo, achei que ela fosse embora, mas foi contrario, ela se aproximou e pegou meu pulso, eu a olhei com raiva e logo ela se pronunciou.- ME ENTENDEU? - Mexi com força meu pulso para ela me soltar, no que deu certo e logo neguei com a cabeça.
- Jimin para com isso! -Consegui ver ela com os olhos marejados, e os meus também estavam.
- Não! Você não entende! Não foi você que disse que mataria seu filho caso a sexualidade dele fosse diferente da que você quer? -Ela me olhou assustada e eu pude ver uma lagrima sua descer.
- Seu caso é diferente Jimin, eu posso te levar a um psicologo, até para um psiquiatra se quiser! -Ok, essa foi a gota d'água, eu realmente não estava crendo no que eu acabava de ouvir, ela estava insinuando que eu estava louco? Para mim já chega. Peguei minhas malas e fui para a porta de casa.
- Eu vou embora, e nada nem ninguém vai me impedir, principalmente agora, não acredito que você me chamou de louco, só se for louco de um dia eu ter te chamado de mãe! -Sai de casa e comecei a correr para longe de casa, não sabia pra onde iria, mas sabia que naquela casa eu não ficaria.
Se passou um tempo e eu lembrei que eu tinha um amigo, no caso esse morava sozinho e ele era que nem eu, sabia que ele iria me ajudar, e nesse momento o que eu mais precisava era de ajuda e compreensão de um amigo.
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