História The Half-Blood Prince - Severo Snape - Detenção

"O que está acontecendo aqui?"

Cinco cabeças viraram instintivamente em direção a voz firme da professora Miverva McGonagall.

A professora olhava com total reprovação a cena. 

A sua frente viu Pettigrew ainda caído no chão, Sírius Black com os pés colados ao chão enquanto a senhorita Graves lhe apontava a varinha e ao lado Potter e Snape estavam em um duelo. A professora de Transfiguração balançou a cabeça em reprovação, mau o ano letivo havia começado e esses alunos já estavam tentando matar uns ao outros. 

Com um gesto de varinha ela desfez o feitiço em Black.

"Muito bem. Todos agora mesmo para a sala do diretor."

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Dumbledore olhava para os cinco alunos a sua frente. Não era novidade nenhuma para o velho diretor que os três Grifinórios implicavam com o garoto Snape. A única coisa incomum nesse cenário era a senhorita Graves.

Certo meus jovens, segundo a professora Mcgonagall vocês estavam duelando bem no meio do corredor. Quem vai me explicar o que aconteceu?"

Por um momento ninguém falou nada. Valerie estava pronta para fazer seu relato quando o silêncio foi cortado pela voz de James Potter.

"Me permita diretor. Eu e meus  amigos estávamos andando pacificamente em direção a aula. Foi quando sem nenhuma provocação ou aviso prévio estuporaram Peter e logo depois jogaram em Sírius um feitiço colando seus pés ao chão. Eu só não levei uma azaração também pois fui mais rápido do que Snape."

Valerie não conseguia acreditar no que estava ouvindo, aquele quatro olhos mentiroso de uma figa.

Valerie não conseguiu se segurar e atirou as palavras bem na cara do Potter.

"MENTIRA!!! Seu mentiroso…" 

"Silêncio senhorita Graves. Não piore sua situação." Mcgonagall falou com uma voz que revelava seu desapontamento.

"Mas porque? Foram eles que atacaram Severo, nós só nos defendemos se tem algum culpado aqui são eles." 

A castanha apontava para os marotos deixando bem claro de quem ela estava falando. 

"Eu me recuso a ser punida por tentar me defender."

Severo olhava a maneira como Valerie defendia sua posição energicamente, era algo impressionante de se ver. E naquele momento ele se deu conta que pela primeira vez, deis de que os marotos decidiram fazer da sua vida um inferno, alguém colocava a cara a tapa para defendê-lo.

"Já disse que chega senhorita Graves. Eu sei bem o que vi. E o relato do senhor Potter condiz muito mais com a cena com que me deparei."

Severo não se surpreendeu com as palavras da diretora da Grifinória, era evidente que ela acreditaria nos alunos da sua casa.

"O senhor tem algo a acrescentar as palavras de sua colega de casa senhor Snape?" 

Dumbledore falou com seu habitual tom de voz calmo.

"Por que eu me incomodaria em fazerem tal coisa."

Severo sabia muito bem que de nada adiantaria reclamar do que ele sofria a anos nas mãos dos marotos. Eles sempre se safavam usando seu charme.

"Muito bem. Todos os cinco sofrerão um mês de detenções e vinte pontos serão retirados de cada um. Já podem se retirar."

Severo tentava alcançar Valerie que saiu praticamente correndo depois de serem dispensados da sala do diretor. O sonserino sabia que ela ficou chateada por ele não ter se pronunciado durante a discussão.

"Valerie, espera."

A garota tentou deixar o moreno para trás só que ele era mais rápido.

"Dá pra você parar um minuto?"

"O que é Snape?"

A voz dela saiu fria como gelo o que incomodou Severo. Ele não queria que ela ficasse chateada com ele.

"Mesmo que eu tivesse falado algo não iria mudar nada. Sempre foi assim."

"Não importa se teria mudado algo ou não. Você deveria ter me apoiando é assim que amigos fazem."

Severo não sabia o que responder. Amigos? Era assim que ela o considerava? E ele já tinha perdido essa amizade antes mesmo de começar?

"Olha Severo eu não sei como é que os amigos agem por aqui. Mas de onde eu venho nós damos apoio uns aos outros em qualquer ocasião. Então se estamos juntos na frente do diretor enfrentando uma calúnia eu espero que você me ajude enquanto eu tento explicar a verdade. Então da próxima vez nada de amarelar."

Severo se perguntava se ouviu direito. Ela disse próxima vez? Ela estava lhe dando outra oportunidade.

"Me desculpa Valerie. Dá próxima vez eu não vou te deixar na mão. Prometo."

O sonserino viu o momento em que a garota a sua frente o perdoou, abrindo um sorriso pra ele. 

"E muito obrigado por me ajudar lá no corredor. Você foi genial."

"Não foi nada. Amigo é pra essas coisas. Mas você vai ter que me dizer porque eles te enfernizam tanto."

"Quem sabe uma outra hora. Agora estamos atrasados para a próxima aula."

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Severo tinha que admitir que nunca antes gostou tanto de cumprir detenção. E o motivo era uma certa garota com um belo sotaque americano. 

Eles conversavam por horas. Na maior parte do tempo  ela falava e ele ficava ouvindo. 

Valerie era muito aberta, pensou Severo. Ela lhe falou sobre a sua infância nos Estados Unidos e no dia em que descobriu ser uma bruxa. Lhe contou como foi crescer sem nenhum bruxo como referência, já que sua família eram no-majs, o que ele descobriu ser o mesmo que trouxas. 

Falou sobre a morte da mãe e de como ela foi jogada de casa para casa nesse último ano, até vir parar aqui com o tio.

Em contra partida Severo lhe contou sobre onde cresceu. Falou sobre sua mãe ser bruxa e seu pai trouxa, e em como ele detestava morar em um bairro trouxa. Omitiu a parte dos abusos que o pai infligia neles, pois não queria que Valerie sentisse pen dele.

E por fim falou de Lílian. Falou de como a conheceu e em como tinham sido amigos por anos até ele, em uma das peças pregadas pelos marotos, ter lhe chamado de sangue-ruim e depois disso ela não quis mais falar com ele.

Ele não soube o que lhe deu, ele geralmente não falava muito sobre si mesmo pra ninguém. Mas era fácil falar com Valerie.

Havia algo entre eles que Severo não sabia explicar. Algo que ele nunca experimentou antes, nem mesmo com Lílian.

Então em uma noite em que ele ria, de um dos vários planos malucos que Valerie inventava para se vingar dos marotos, ele soube. 

Ele finalmente soube rotular o que havia entre eles. Era afinidade. Havia uma cumplicidade natural entre eles.

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Severo tinha acabado de tomar banho e se encontrava em seu dormitório que ele ocupava sozinho. 

Graças a Merlin a noite passada foi a última noite de detenção. Já estava deitado na cama quando ouviu uma batida na porta. E quando abriu se deparou com Valerie, bem ali  na ala dos dormitórios masculinos.

"O que você está fazendo aqui?"

"Me deixa entrar. Quer que me peguem no corredor da ala masculina?"

Severo não sabia se era prudente permitir a entrada da amiga em seu quarto. Mas antes de ele responder Valerie entrou e fechou a porta.

"Sevie. Eu tive uma idéia."

O sonserino viu que a amiga estava bastante animada.

"Essa é a frase que eu mais temo ao ouvir da sua boca."

"Muito engraçadinho você. É uma ótima idéia você vai ver."

"Espero que não envolva esplozivins, como sua última idéia."

Valerie riu do comentário, o que fez o moreno rir junto.

"Não seu bobo, a idéia não é sobre aqueles idiotas. Eu tive um idéia sobre a Lílian."

O nome de Lílian atiçou a curiosidade de Severo e mesmo aquela situação sendo totalmente inapropriada, ele indicou a cama para que os dois se sentassem e ouviu o que a castanha tinha a dizer.

"Eu vou te ajudar a voltar a falar com Lílian. Eu e ela nos damos muito bem na aula de poções, será fácil arranjar desculpas para passarmos mais tempo juntas e nesse tempo eu posso convencê-la de te desculpar."

Severo gostou da idéia. É claro que seria ótimo voltar a ter Lílian como amiga.

"Não estou dizendo que não agradeço seu interesse em me ajudar a voltar a falar com Lílian, mas não poderia esperar até amanhã para me falar isso?"

"Poderia. Mas como acabou nossa detenção eu senti falta de conversar com você a noite."

Severo tinha que reconhecer que gostou de ouvir aquilo e que também queria ficar conversando com a amiga.

"Você sabe que se pegarem você aqui nós dois estamos encrencados, não sabe?"

"Sei sim. Mas isso não vai acontecer."

Eles conversavam por algumas horas e quando Valerie viu que todos já haviam ido dormir se despediu de Severo e partiu.

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Lílian olhava para Valerie que estava encarando o caldeirão a sua frente de maneira desanimada. Notoriamente a sonserina estava achando difícil misturar a poção.

"É agora que você tem que acrescentar flores de heléboro junto com as folhas da Ligústica."

"Aí Lílian, muito obrigada. Eu sou um desastre em poções."

"Não foi nada. E você não é um desastre, só está um pouco desatenta hoje."

A ruiva ficou pensando o que estava tirando a concentração da colega. Ela já tinha visto Valerie e Severo juntos e eles pareciam muito íntimos. 

Nunca tinha visto Severo tão a vontade com uma pessoa que não fosse ela mesma. Será que eles estavam namorando?

A grifana ficou tentada a perguntar a garota sobre o relacionamento dos dois mas achou melhor não ser tão intrometida.

Lílian foi tirada da sua divagando quando ouviu a voz de Valerie.

"Lílian eu estava pensando se você poderia me dar uma ajudinha com essa matéria? Eu estou com um pouco de dificuldade. Quem sabe nós poderíamos estudar juntas? O que acha?"

Lilian pensou em questionar a garota do porque ela não pedir a ajuda de Severo, já que ela sabia que o antigo amigo era o melhor na materia. Mas ela decidiu não perder essa oportunidade de se aproximar de Valerie e descobrir um pouco mais sobre ela.

"Claro que ajudo. Poderíamos marcar de nos encontrarmos na biblioteca, o que acha?"

"Perfeito."

Não passou desapercebido para Valerie que Lílian só aceitou lhe dar reforço pelo simples fato de estar curiosa. 

A sonserina já tinha notado por várias vezes o olhar  da ruiva ma direção dela e de Severo. A ruiva notoriamente estava querendo saber que tipo de relacionamento os dois tinham.

Fazer Lílian voltar a falar com Severo vai ser mais fácil do que tinha imaginado, pensou Valerie.