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História The Heart Wants What It Wants - Pego em uma mentira


Escrita por: moonrian

Notas do Autor


E aí, galerinha? Quem está preparado para altas doses de bad e tretas cabulosas (espero que conheçam o último termo, porque usam muito na minha cidade)? Pois é, esse capítulo vai pegar fogo em um determinado momento.
Sinto muito pela minha demora, foi bloqueio criativon falta de tempo e preguiça quando tinha tempo xD
Obrigada pelos comentários no anterior e pelos favoritos ♡
Foram eles que me incentivaram a voltar :
Chega de enrolação, né? Boa leitura!

Capítulo 13 - Pego em uma mentira


Quem quer que fosse o criador da frase “nada está tão ruim que não pode piorar”, esquecera de acrescentar no ditado que o motivo do agravamento da tal situação poderia ser a vítima desta e sua própria estupidez.

Ainda assim, acreditava que talvez este poderia ter sido criado ou inspirado em alguém envolvido em uma situação tão fodida quanto a sua, um tolo que também tivera os lábios adoçados com tudo que sempre desejara e se permitira crer ao menos uma vez que poderia ser ele a pessoa afortunada que ganharia aquela tão preciosa chance de se fazer valer para quem desejava; tudo apenas para ver as sementes de esperança que habitavam seu coração serem pisoteadas sem qualquer piedade diante de seus olhos. 

Sentia-se tão fracassado como Ícaro, que por tentar tocar o Sol, teve a cera de suas asas derretidas e caíra no revolto mar, perdendo-se para sempre.

E, desta forma tão completamente fodida em que se sentia caindo em uma espiral mortal na direção das águas escuras, que Jimin descobrira um dom de se auto boicotar quando cedia as suas próprias inseguranças – como se a situação já não estivesse suficientemente contra si, mas para entender melhor o que levara Jimin a simplesmente aniquilar com todas as suas chances já nulas, é necessário começar por onde tudo começou a desandar; embora o loiro baixinho acreditasse que o princípio poderia ser considerado no maldito momento em que se permitira sentir aquelas infames emoções que guardava por seu hyung e cedera aos seus avanços. 

Afinal, qualquer tolo perceberia que estava sendo usado por outrem como válvula de escape para os seus problemas afetivos, mas não o tolo apaixonado do Park, que se cegara com as próprias emoções e expectativas. 

Quando o Sejin informara a todos qual havia sido a solução que a BigHit encontrara para a situação delicada em que se encontravam, Jimin soubera que as chances quase nulas – se realmente houvera alguma – haviam sido aniquiladas após aquele comunicado.

Talvez pudesse depositar parte da culpa por chegar a essa conclusão à sua autoconfiança baixa, pois mesmo que se esforçasse para arrebatar o coração das fãs através de olhares e sorrisos, ou por mais que se dedicasse na academia para tentar ser considerado atrativo para elas, Jimin ainda se sentia nada além daquela criança baixinha e gordinha de Busan em que os colegas adoravam provocar; mas ainda assim, para si, havia um fundo de verdade em seus temores.

Como poderia ele competir contra um ser tão resplandecente quanto Jung Hoseok, ainda mais quando este possuía a enorme vantagem de ser o alvo dos sentimentos românticos de seu hyung? Não que não estivesse ciente das pouquíssimas chances de que o moreno viesse mesmo a reivindicar tais sentimentos, talvez o Jung nem fosse homossexual, e mesmo se fosse, claramente não gostava de verdade do rapper mais velho para tê-lo posto naquela situação e não levantado sequer um dedo para muda-la; mas como poderia Yoongi esquece-lo quando teria que fingir um relacionamento com este pelo resto de sua carreira? E não havia maneiras de contestar que ao menos o mais velho de fato gostava do Hobi de uma forma que ia além da amizade, embora não pudesse especificar qual era o grau destes sentimentos.

Jimin ainda não compreendia os motivos que levaram-no a chamar logo a si para aquela noite de bebedeira, o que o incentivara a despejar toda a verdade sobre os acontecidos conjuntos de outros detalhes como bônus logo para a pessoa que ele andara ignorando por tanto tempo; sequer tinha real consciência do que poderia ter motivado Suga a beija-lo de forma tão dominante e impositiva, a desfrutar de seu corpo ao seu bel-prazer. Teria ele lhe ligado já tencionado à usa-lo como distração ou Jimin fora uma espécie de experiência para que o outro testasse aquele novo nível de contato com um homem? 

Afinal, o outro parecia mal aceitar a própria sexualidade quando o encontrara naquela fatídica noite

Não, ele não poderia. O seu hyung não podia ser um traidor safado que costumava usar as pessoas, assim como Hoseok fizera todos acreditarem. Talvez houvesse se deixado levar pelo momento e pelas vibrações tão cheias de interesse que o loiro mais novo tinha uma leve desconfiança de estar enviando para o outro; mas uma coisa que poderia afirmar era que Yoongi nunca fez o tipo mau-caráter. 

Mas aquela noite... Talvez não houvesse passado de sexo para ele.

Sabia que deveria ter sido forte e aguentado aquela reunião até o final, que deveria ter escondido qualquer traço de sua dor sob uma máscara de surpresa tão intensa quanto a dos demais e ouvido as palavras do manager até o final – não que ele também não houvesse se surpreendido com a solução encontrada, mas esta não era a única que se insinuava em seu interior após a novidade e sequer poderia ser considerada a mais forte, não quando sentia seu peito ser rasgado por garras invisíveis, trazendo-lhe uma dor exorbitante que desfigurara-lhe a face e colocara suas mãos em punhos demasiadamente apertados.

Quando dera por si, já estava fugindo as pressas por sentir-se perigosamente perto da borda daquele precipício, o suficiente para ver a longínqua queda e sentir que esta devolvia-lhe a observação com olhares desejosos; e sabia que não haveria uma escolha além de sucumbir a lancinante dor que lhe incinerava o peito, ao menos deveria fazê-lo longe das vistas de todos. Mas acima de tudo, precisava escapar antes que aqueles orbes escuros afiados registrassem as lágrimas que lhe enchiam os olhos ou mesmo aqueles ouvidos aguçados pudessem escutar o som de seu coração sendo estilhaçado com o peso da realidade tão óbvia que seus sentimentos por ele o impediram de enxergar, quase como vendas que lhe cobriram a visão com falsas promessas de êxito nessa tarefa de tê-lo.

Yoongi e ele eram como duas galáxias que, embora relativamente próximas, permaneceriam distantes e destinadas a jamais se tocarem. 

Aquelas paredes pareceram se fechar contra si enquanto se afastava da cozinha, tornando o dormitório ainda mais sufocante do que estava sendo com a consciência que Hoseok e Yoongi estavam no mesmo cômodo; e se Jimin antes ofegava com a pressão dos seus próprios sentimentos, começava a hiperventilar com a necessidade enlouquecedora de seus pulmões por mais ar, mesmo que houvesse tanto a sua volta. Era como se estes se preenchessem apenas superficialmente, incapazes de armazenarem o bastante para suprir sua necessidade.

Precisava sair imediatamente daquelas paredes que o enclausuravam, precisava do céu aberto que lhe tiraria aquela sensação claustrofóbica que lhe queimava todo o sistema respiratório.

Ignorou quem quer que o estivesse chamando, avançando em uma quase corrida para fugir dos passos rápidos que ouvia em seu encalço, escancarando a porta de saída com o desespero de fugir dali e esconder aquela trilha de lágrimas que molhava suas bochechas. 

Fugiu como o grande covarde que era e o grande tolo que, aparentemente, sempre foi.

Avançou pelos corredores de decoração quase estéril na direção contrária da saída do prédio, tentando despistar a pessoa que o estava seguindo e supunha estar conseguindo deixar para trás – algo que lhe fizera ter certeza que o alguém que viera lhe seguir não era Jungkook e muito menos Suga, pois ambos eram excelentes corredores e lhe alcançariam em poucos segundos. Embora uma parte de si houvesse se decepcionado por seu hyung nem ao menos ter tentado contê-lo para conversarem, estava grato pela primeira vez por aquele carpete marrom pavoroso estar abafando o som de seus passos pesados – nunca gostara daquela coisa feia com cor que lhe arremetia à sujeira, mas ao menos aquilo servira para quem fosse que o estivera seguindo não fosse capaz de captar qual direção tomara através do barulho que seus pés faziam.

Tudo que Jimin queria naquele momento era ficar sozinho e pensar na própria ingenuidade ao julgar o que ocorria entre si e seu hyung, a grande maioria sendo apenas expectativas do que poderiam ter se tornado e a esperança de que o outro também pudesse ver as possibilidades – talvez pudesse até comparar tamanha cegueira à estupidez. 

Subiu as escadas que o levariam para fora daquelas paredes que agora se assemelhavam a grades que o privavam, feliz por não encontrar nenhum dos funcionários novos que haviam sido contratados durante aquela polêmica que fora o estopim da terrível virada que houvera na vida do baixinho – mas o culpado permanecia sendo apenas ele mesmo.

Yoongi nunca o ludibriara com palavras doces ou mesmo lhe prometera algum prêmio quando chegassem ao fim dessa estrada instável, fora ninguém além dele mesmo que se iludira com uma incerta vitória quanto a influência indireta de Hoseok na vida e no coração do acastanhado mais velho. 

Ofegou em alívio quando finalmente enxergara a porta cinza que o tiraria aquela sensação opressora, correndo os últimos degraus antes de alcança-la e praticamente se jogar contra ela ao mesmo tempo em que girava a maçaneta, abrindo-a em um rompante e cambaleando para dentro do terraço. Imediatamente, fora recepcionado por uma lufada de ar refrescante que lhe acariciara a pele levemente úmida e se enroscara em seu cabelo claro, quase como se o cumprimentasse em sua chegada e o repreendesse por passar tanto tempo escondido de si naquelas paredes que formavam o dormitório; e realmente passara tempo demais escondido.

Inspirara fundo, preenchendo seus pulmões em regozijo com aquela doce liberdade ao mesmo tempo que erradicava o latejar doloroso que os acometia anteriormente, e então expirou-o de forma vagarosa com o alívio, fazendo com que o ar levasse de si parte daquela amargura e o aperto em seu interior; ao menos o que era referente à claustrofobia repentina que já havia sido extirpada, pois o que era proveniente de sua fodida situação permanecia envolvendo seu coração em um cruel aperto férreo num órgão aos pedaços que continuava a sangrar. 

Fechara a porta atrás de si para que esta não entregasse sua presença ali, caso alguém aparecesse por aquela área a sua procura, então caminhara a passos tranquilos pelo chão úmido em um indício de que chovera recentemente, alcançando a mureta branca e apoiando os cotovelos sobre esta. Fitara os prédios e edifícios a frente, já que estes encobriam o horizonte que desejava observar naquela tarde nublada; seus ouvidos alheios ao som dos automóveis que ousavam tomar aquele caminho parcialmente obstruído pelos persistentes jornalistas ávidos por um furo de notícia como abutres detectando o aroma de carniça no ar. Sua atenção estava inteiramente voltada para os pensamentos que lhe tomavam a mente, como sempre cobertos por detalhes referentes a Yoongi; mas ao contrário de antes, que lhe trazia sensações sublimes e engraçadas por todo o corpo, dessa vez era como ter sal e limão atirado nas feridas de seu peito.

Passara grande parte de seu tempo apenas ali, mostrando para si mesmo os mil e um motivos do porque havia sido um grande tolo e ingênuo durante todo esse tempo, um leviano movido apenas com a inconcreta esperança de um dia ser correspondido ou ao menos que o hyung houvesse visto em algum momento uma possibilidade de tentar consigo. Deveria começar logo a ponderar sobre quais poderiam ser seus próximos passos quanto a Yoongi e esse sentimento que parecia o matar aos poucos.

Chorou mais forte desta vez, derramando lágrimas não de dor nem de angústia, mas de um desespero avassalador e destrutivo que lhe esmagava o peito com a conclusão que chegara, que Yoongi nunca poderia lhe pertencer – e ter provado daqueles lábios, desfrutado daqueles toques que lhe chamuscaram a pele e lhe marcaram a alma tornavam toda aquela situação bem pior do que teria sido se Jimin ao menos houvesse se esforçado a não se envolver naquela história. Mas não era apenas isso, sentia como se estivessem tentando lhe arrancar algum membro importante, e sentia-se tão estúpido por ter permitido que o mais velho se cravasse tão fundo em si.

Que espécie de doença era aquela? Que tipo de paixão medonha e doentia era esta que lhe feria tão profundamente? Era a magnitude do primeiro amor? Não poderia estar amando, poderia? Não poderia afirmar com toda a certeza, tudo que sabia era que estava catastroficamente apaixonado por um cara que não lhe correspondia e mantinha sentimentos pela pessoa menos merecedora em toda a situação. 

Não desejava conversar com alguém sobre aquilo, por mais que lhe chateasse ter que internalizar ainda mais uma parte de si, mas sabia que era o mais sensato a se fazer quando o único que poderia lhe ouvir era o causador das lágrimas, e, por isso, ignorou todas as chamadas em seu celular sem ao menos se dignar à uma olhada ao mesmo para conferir quem poderia ser. Precisava de um tempo para si, para espairecer sobre a bola de mentiras em que se envolvera e tentar se reencontrar em meio a aquela tempestade que lhe bagunçara por completo; derramar todas as lágrimas que precisava e sentir a dor de um – talvez – amor unilateral.

Provavelmente necessitava até se conformar em assistir Yoongi sendo feliz apenas com a presença do outro.

Precisava daquele tempo para blindar seu coração ou se despedaçaria a cada olhar terno que o mais velho lançasse involuntariamente a Hobi, cada sorriso compartilhado ou menor toque entre eles, nas futuras fanservice que precisariam fazer; pois Jimin saberia como tais gestos tão simples o afetariam. Da mesma forma que cada um destes desestabilizariam a ele mesmo.

E assim tomou uma decisão visando a própria sobrevivência; evitaria Min Yoongi a todo custo.

Estava consciente de que esta era uma artimanha escapista e covarde, algo deveras estúpido quando se levava em consideração que agora dividia o quarto com o outro, entretanto estava se auto absolvendo com a justificativa de que momentos de desesperos pediam medidas desesperadas; e Jimin estava desesperado para não cair no abismo e sabia que se não se cuidasse, seria jogado independente do quanto fincasse seus pés no lugar.

E assim Jimin começou seu involuntário plano de se auto boicotar. 

Já havia anoitecido quando decidiu retornar para o dormitório, quando finalmente as lágrimas haviam cessado e pudera limpar a maior parte dos vestígios destas para que ao menos não lhe enchessem com as perguntas que não estava disposto à responder.

Ao passar pela porta, surpreendera-se ao encontrar todos os meninos sentados no sofá da sala a sua espera, aparentando preocupação; mas seu coração errante, tão vulnerável e mole, palpitara em um ritmo doloroso e descompassado quando os olhos de Min Yoongi, que se sentava na poltrona que fazia parte do lado que eles partilhavam naquela sala, se ergueram e se cravaram na figura instável do Park, fazendo o mais novo estancar na porta com todas as suas articulações petrificadas.

Min Yoongi transformara toda a sua autodefesa em confete com apenas um olhar, e era um estúpido por se sentir contente de ver que Hoseok e Yoongi se encontravam em extremidades opostas.

Antes que pudesse abrir a boca para proferir qualquer coisa, se é que ainda se lembrava como movê-la ou houvesse algum argumento em sua mente – que havia dado curto circuito com a intensidade do olhar do outro, fazendo com que se esquecesse até do próprio nome – ou mesmo os outros garotos tivessem tempo de processar direito a chegada do mais novo antes de o acastanhado se pôr de pé com apenas um movimento e dar passadas longas na direção do mais baixo, seus olhos escuros queimando na pele do Park. O loiro assimilara segundos mais tarde a aproximação do outro e, em uma atitude um tanto desesperada de autopreservação, recuou de súbito para trás até que suas costas colidissem com a madeira da porta em um baque alto que parecera fazer Yoongi finalmente hesitar. A atitude de Jimin claramente confundira o mais velho, que paralisara ainda a alguns metros de distância e o lançara um olhar confuso, mas tudo que o loiro fizera fora baixar seu queixo e fitar o chão para fugir daqueles orbes que pareciam tão ansiosos para lhe sondar até a alma e descobrir todos os seus segredos.

Não podia permitir que Yoongi se aproximasse ou acabaria cedendo, e embora o mais velho parecesse tão confuso com a reação do baixinho, optara por respeitar sua decisão e se afastara com o maxilar tensionado e com um traço de mágoa no olhar – Jimin começando assim a destruir lentamente o frágil vínculo que havia construído com seu hyung.

Engolira em seco e soltara um suspiro baixo quando finalmente se vira livre do peso do olhar de Suga, relaxando seus ombros e, com a cabeça baixa, saindo dali da forma mais discreta que podia após a cena que protagonizara a fim de evitar os outros rapazes, afinal não desejava ter de responder as perguntas que sabia que eles iam fazer.

Mostrando-se para si mesmo mais patético do que achava possível, trancou-se no banheiro por este ser o único lugar privado em que não seria consequentemente submetido a companhia de outrem, como indo para a cozinha ou para o quarto, e tudo que ele menos precisava era de uma testemunha das novas lágrimas que lhe escorreram os olhos por doer em si tratar seu hyung daquela forma sem que ele ao menos entendesse os motivos.

Mas ainda assim, persistiu em seu objetivo e isolou-se de todos por uma longa semana.

Passara a dormir no sofá da sala para evitar ficar sozinho no mesmo ambiente que Suga, o que notava estar o magoando profundamente, mas não podia voltar atrás no que começara, pois precisava matar aquele sentimento antes de poder ser apenas um amigo de seu hyung. Fugia sempre que o mais velho fazia menção de ir até si, talvez para lhe questionar qual era o problema e porque estava o evitando, e Jimin notava que isso estava o entristecendo – Yoongi podia ser muito bom em esconder suas emoções, mas o baixinho aprendera lê-lo através de traços sutis que passavam na superfície daqueles olhos escuros misteriosos e naquela ruguinha que aparecia vez ou outra entre suas sobrancelhas. Acordava antes que todos e, após alimentar-se de maneira escassa pelo embrulho que permanecia em seu estômago, trancava-se no estúdio de dança para praticar as coreografias que fazia tanto tempo que não treinava – e errava todos os passos por não se concentrar o bastante – além de ir regularmente a academia para tentar recuperar o abs em tempo recorde para o show que se aproximava – não que a empresa ou qualquer um estivesse o pressionando para tal, mas porque precisava ocupar cada mínimo minuto de seu dia para que não precisasse passar muito tempo no dormitório.

Principalmente por sentir-se nauseado só de imaginar as cenas estrelando Yoongi e Hoseok combinando o falso reatamento do pseudo-relacionamento que possuíam, o que estava tornando a tarefa de aturar Jung Hoseok ainda mais difícil do que antes.

Não que Jimin viesse à detesta-lo, ele sempre guardaria um leve carinho pelo rapaz de sorriso grande que conheceu na época de trainee e fora seu grande amigo; mas não podia ignorar as últimas atitudes do outro ou mesmo perdoa-lo facilmente por isso. Ainda sentia-se decepcionado quanto as decisões que o seu amigo tomara de não contar a verdade, prejudicando assim o colega de grupo deles por seus próprios desejos egoístas de preservar a si mesmo das consequências dos próprios atos.

Era um daqueles raros dias em que se permitira estar com todos os rapazes no mesmo ambiente, este sendo um almoço onde um silêncio pesado se instalava entre eles, mostrando que se as relações deles estavam tão abaladas antes, agora pareciam por um fio com os últimos acontecimentos. Yoongi ainda parecia se negar a falar com qualquer um deles, mesmo que vez ou outra Jimin os flagrasse tentar; o loiro baixinho se isolava intencionalmente de todos por motivos que preferia não dizer a nenhum deles e Hoseok fazia aquela imagem de criança arrependida que parecia comover a todos e irritar Jimin.

De repente, o – na opinião do mais baixo do grupo – culpado por todos os problemas que acometiam o BTS, Hobi, pigarreou de forma bastante audível, cortando o silêncio tenso que pairava entre eles, atraindo a atenção de todos os que estavam presentes na cozinha para a sua face constrangida e entristecida.

– Acho que devo uma explicação para as minhas atitudes – começou em um tom baixo, seu olhar baixo com uma atenção ilegítima na comida que ele revirava com o jeotgarak*. – Sei que o que eu fiz não tem perdão, que me mantive calado de forma covarde enquanto Yoongi hyung arcava com as consequências de meus atos... Mas é que eu estava com medo de ser odiado por todos – falou com constrangimento –, de ser odiado por vocês porque cometi aquele deslize durante nossa encenação. Eu realmente sinto muito... – pediu com uma voz trêmula, parecendo prestes a chorar

O pior para o Jimin nem fora aquela desculpa esfarrapada, que trouxera uma intensa careta que lhe desfigurava a face enquanto olhava para o outro rapaz, mas sim que todos pareciam acreditar naquela ladainha. Incluindo Min Yoongi, que o olhava com piedade.

– Não seja tão duro consigo mesmo, Seokie – dissera Jin para o garoto encolhido sentado ao seu lado. – Nós entendemos. 

Os outros garotos – exceto por Yoongi – acenaram em concordância com as palavras do mais velho do grupo, observando Jin abraçar o Jung para consolar sua pobre figura sofredora. Namjoon e Taehyung murmuravam palavras de afeto em seus lugares, enquanto Jungkook e Yoongi apenas lhe direcionavam olhares compadecidos – fazendo Jimin notar que era mesmo uma questão de tempo até perdê-lo, pois o mais velho se tornava um boboca quando se tratava do Hoseok.

A cena toda trouxera ao corpo de Jimin uma rajada de cólera tão poderosa que sequer pudera conter a língua antes das palavras deslizarem para fora de sua boca.

– Você acha mesmo que uma desculpa ridícula dessas vai fazer com que eu te olhe de forma diferente, Jung Hoseok? – questionou de forma até um tanto venenosa, atraindo olhares repreendedores por parte de Jin e Namjoon, e surpresos do resto por sua atitude atípica. – Você está claramente se aproveitando do carinho que os garotos têm por você para que todos venham a lhe perdoar por apenas sentir medo – falou com uma voz debochada, mal se reconhecendo. – Mas eu não sou um idiota e vejo a verdade nua e crua por trás dessa sua ceninha. A verdade que você não passa de um covarde patético que é incapaz de assumir os próprios erros, mesmo quando isso prejudica alguém que lhe estima tanto. Quer falar para mim sobre o quanto sofreu e teve medo de ser odiado? Eu quem assisti todos julgarem e serem injustos com o Yoongi hyung enquanto você não fazia nada a respeito, e eu assisti como o hyung estava ferido por ler os próprios fãs o insultando por sua causa – pôs-se de pé, irritado, lançando um olhar fulminante na direção do outro. – Você não pode acreditar que apenas um pedido de desculpas vão fazer as coisas serem consertadas, ainda mais agora que ele será obrigado a fingir namorar você

Jimin ofegava após despejar toda a sua indignação sobre o outro num fôlego só, sem nem se importar com se suas palavras iriam o magoar ou mesmo que os outros iriam vê-lo como um monstro por enfiar o dedo ainda mais na tal ferida que Hobi encenava ter – até sentia os olhares de Jin, Namjoon, Taehyung e Jungkook lhe fulminando a pele como se fosse ele fosse o pior ser humano que já ousara pôr os pés naquele planeta; enquanto Hoseok apenas se encolhia mais nos braços do Jin como se as palavras de Jimin houvessem lhe socado o estômago.

Falso”, Jimin pensara enquanto observava o outro, enrugando o nariz.

– Você só fala isso porque está com ciúmes do Yoongi hyung – retrucou Hobi de cabeça baixa, as palavras fazendo os olhos de Jimin dobrarem de tamanho. Ele não diria isso... Não com o Yoongi logo ali, ouvindo a tudo. – Todo mundo vê seus olhos cobiçosos nele, Jimin. Você só queria estar no meu lugar.


Notas Finais


* o nome coreano para "hashi", os famosos "pauzinhos"

É, crianças, parece que Hobi jogou a merda no ventilador :)
Não que Taehyung já não soubesse, não é? Mas isso que foi golpe baixo e sujo :v
Espero que tenham gostado desse capítulo e comentem suas opiniões! Eu particularmente não queria e não gostei muito de fazer do Hoseok uma falsiane, mas foi só assim como ele agiu, né? Não tinha como salvar :v
Prometo tentar não demorar tanto, no próximo!
Até o mais breve possível o/


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