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História The Heartless - Contrato de Felicidade


Escrita por: NemuiChann

Notas do Autor


Olá a todos!
Estou desaparecida do Spirit, mas ainda tenho um pouco de criatividade sobrando na minha memória rsrsrsrs
Essa história é fruto de uma paixão antiga pelo desenho da Bela e a Fera, sempre quis fazer uma história por cima dela, mas nunca consegui por os detalhes pra fora...
Depois de ver Once Upon a Time e Orgulho e Preconceito eu comecei a ter uma ideia do que queria para essa história e agora eu sei exatamente o que devo fazer com ela...
Espero que gostem dessa fantasia trazida para a realidade ^-^

Capítulo 1 - Contrato de Felicidade


Fanfic / Fanfiction The Heartless - Contrato de Felicidade

O ar puro de uma pequena casa longe da cidade sempre trouxe paz ao meu coração. Minha vida sempre foi o que quis, claro com pequenas surpresas ao longo do caminho, como quando ganhei uma gata de estimação, Noir, que me trouxe companhia desde que a ganhei aos 10 anos de idade dos meus pais. A vida de uma filha de floristas é simples, sem muito luxo e riquezas, mas é uma vida boa.

Seguimos sempre a mesma rotina.

Eu e minha mãe, Mary, levantamos junto do sol para preparar o café da manhã. Logo em seguida meu pai já está conosco na mesa e todos comemos torradas com geleia e tomamos leite com mel. Meu pai nos deixa para começar a cuidar de nossas três ovelhas, elas rendem um sustento a mais para a família quando vendemos a lã.

Enquanto isso eu e minha mãe cuidamos do jardim, observamos as flores e cuidamos para que tudo esteja bem com elas. Pela tarde, saímos com dúzias de buques numa carruagem simples para vendê-las na cidade e preparamos alguns outros arranjos que ficam na frente da nossa casa assim que saímos, que é quando meu pai chega com as ovelhas.

Meus pais são muito queridos por todos que passam aqui, são a melhor família que eu poderia querer. É claro que nem tudo da certo. Houveram dias em que fortes tempestades arrancaram as raízes do chão e foram poucas as que conseguimos recuperar para o cultivo. Com a ajuda dos vizinhos e amigos, conseguíamos nos manter nos momentos de dificuldade.

Apesar de mantermos sempre o mesmo padrão de vida, sempre surgem surpresas pelo caminho, e eu ainda não sei dizer se essas são boas ou ruins...

 - Sarah! - Ouvi  voz de meu pai, Marco, me chamando desde as escadas. - Você perdeu uma visita ontem quando saiu com sua mãe para vender as flores. - A notícia me surpreende mas nem tanto.

 - Sério?! Quem veio? - Tento fingir um pouco de interesse. Notícias de visitas inesperadas não tem sido mais tão incomuns desde que fiz meus 16 anos. Hoje, com 18, elas tem se tornado cada vez mais frequentes.

 - Não se preocupe, não era outro pretendente. Apesar de eu ainda não saber o porque você não escolheu nenhum dos rapazes que vieram aqui. - Ele começa a tomar seu leite com mel. Posso ver a fumaça sair da xícara, indicando que o leite está quente de mais.

 - Papai, já conversamos sobre isso... - Pego a leiteira e derramo um pouco na minha xícara.

 - Eu sei! - Ele larga a xícara em cima da mesa e vem até mim enquanto eu coloco uma colher de mel no leite. - Você tem sua vida, e tem a cabeça no lugar, sei que vai escolher o rapaz certo, na hora certa. Só não se demore muito minha filha...

 - Escolher de mais pode lhe prejudicar você sabe. - Minha mãe aparece do jardim da frente com uma rosa branca em mãos e coloca no pequeno vaso que deixamos no centro da mesa para enfeitar o ambiente.

 - Eu sei mãe! Não se preocupem. - Pensei em uma maneira de cortar o assunto. - Então papai do que o senhor ia falar? Quem veio nos visitar? - Sentei-me na mesa.

 - Ah, claro! - Ele pigarreou. - O senhor Eyre esteve aqui... - Minha mãe olhou para ele na mesma hora.

 - O que ele queria aqui? Já não pagamos o aluguel das terras este mês? - Ela despiu as luvas de jardinagem de suas mãos e as colocou no canto da bancada com mais força que o normal. Sempre imaginei que ela não fosse muito fã do senhor Eyre.

O senhor Eyre é o dono das terras onde moramos. De acordo com o meu pai, ele é um homem respeitável, gentil e de muitas posses. Já de acordo com a minha mãe, ele não é uma pessoa das mais agradáveis, talvez graças a sua fortuna, ele tenha ficado arrogante. Esse conflito de opiniões me deixou em cima do muro por muitos anos, mas hoje, simplesmente deixei o homem de lado.

 - Sim pagamos. Ele veio me pedir que o acompanhasse numa caminhada amanhã pela manhã logo após o desejum, disse que gostaria de tratar de negócios. - Ele mordeu sua torrada com calma como sempre faz. Parece que saboreia cada minúscula parte da geleia.

 - Espero que não esteja querendo diminuir nossas terrar mais uma vez... Não vamos conseguir ficar com uma posse muito menor do que essa e ainda assim sobreviver a arrogância daquele homem. - Minha mãe mordeu a torrada com força. Com certeza ela está com raiva.

 - Pela cara dele não era nada disso, parecia feliz com alguma coisa...

 - A felicidade dele não me importa e sim a nossa. - Nesse ponto eu já estava prestando mais atenção a conversa conflitante de meus pais e sim a vontade de ir dar apenas uma caminhada ao sol. - Falando em felicidade... Sarah! Vamos filha. Precisamos chegar a cidade antes que o mercado abra ou se não, não conseguiremos vender quase nada.

 - Esperem! Eu ainda não disse o que tinha para dizer. - Meu pai nos interrompeu assim que levantamos da mesa.

 - Ora o que é então? - Minha mãe sempre com pressa.

 - Ele me pediu para levar Sarah comigo amanhã. - Antes que minha mãe pudesse interromper ele continuou. - E antes que pergunte. Não, ele não disse o motivo...

 - Hum... Isso é estranho... Mas enfim, descobriremos amanhã o que ele quer. Vamos filha.

Aprontei-me rapidamente e fui junto de minha mãe vender as flores no mercado. Vendemos uma quantidade comum, não muito acima do normal de todo dia. Voltamos para casa e o dia foi se passando, apesar de o meu pensamento estar focado em apenas uma coisa...

O senhor Eyre tem um filho viúvo que ainda é jovem. Nunca o vi, mas até onde já ouvi dizer, ele é muito parecido com o pai quando tinha aquela idade, além de ser um rapaz sério, porém a noticia de que ele é casado me tranquilizou por um bom tempo até que consegui dormir.

 

⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘

Na manhã seguinte, eu e meu pai saímos bem cedo para chegar a tempo do combinado entre o senhor Eyre e ele.

 - É muito bom tê-lo aqui novamente Belle. - O senhor Eyre trata o meu pai pelo sobrenome.

 - Eu é que agradeço por receber a mim e minha filha. - Com um sorriso, os dois dão um abraço e percebo que eles tem mais que somente um relacionamento de negócios. Talvez uma amizade antiga esteja no meio disso tudo.

 - Claro, a jovem Sarah certo?! - Ele sorriu para mim. Percebo que nada do que minha mãe diz sobre ele é verdade.

 - É um prazer conhecê-lo senhor Eyre. - Faço uma reverência.

 - O prazer é meu minha jovem. - Ele curva a cabeça e então um outro homem entra na sala, parecendo muito surpreso com a nossa presença ele dá passos vagarosos até próximo de nós no centro do salão. - Ah, James! Já estava na hora de aparecer.

 - O senhor não me disse que teríamos visitas. - O rapaz chamado de James deve ser o filho do senhor Eyre. Confesso que sua aparência chamou minha atenção. Ele é bem mais alto que eu, até um pouco mais que o pai dele.

 - Não disse mesmo? Ora, eu devo estar ficando velho mesmo. - E riu. - Tinha certeza que tinha lhe falado sobre isso, mas agora não importa mais. - Ele botou a mão no ombro do filho e o trouxe para perto de nós.

 - Belle, este é meu filho James. Ele vai nos acompanhar hoje na caminhada após o desejum. - Apesar de parecer surpreso com as palavras do pai, James ficou em silêncio.

 - É um prazer conhecê-lo. - Disse meu pai.

 - James estes são Marco Belle e sua filha, a jovem Sarah. - Fiz uma revência. Apesar que, para ele foi mais difícil do que para o pai, já que os olhos dele são frios como o próprio gelo.

Enquanto nossos pais conversavam, eu e James comíamos em silêncio, apenas acompanhando a conversa fingindo o mínimo de interesse. Assim que terminamos Saímos para dar a caminhada que havia sido combinada, eu e James atrás e nossos pais a nossa frente conversando em um tom muito baixo, como se compartilhassem um segredo entre si. Mesmo assim, nenhum motivo para conversa surgiu. A unica coisa que me ocorreu foi perguntar sobre sua esposa, talvez assim ele parasse com o olhar gélido.

 - Senhor Eyre--

 - Ora por favor, não temos uma diferença de idade tão grande assim. Pode me chamar de James. - Ele me interrompe

 - Certo então... James... - Travo um pouco, não estou acostumada a chamar homens pelo primeiro nome. - A sua esposa não vem nos acompanhar nessa manhã? Adoraria conhecê-la.

 - Esposa? - James se mostra confuso com meu comentário.

 - Sim, eu soube que o senhor esteve noivo a um tempo atrás, imagino que agora já esteja casado não?! - Paramos de andar e nos encaramos confusos. As dúvidas derreteram um pouco da frieza em seu olhar, mas não por muito tempo. Só o suficiente para que eu visse que ele não gostava do assunto.

 - Ah... Deve estar falando sobre Brihanna. - Ele diz o nome com tanto ódio que nem mesmo sua tentativa de disfarçar o ajudou. - Ela fugiu de casa faltando uma semana para o casamento.

 - Por Deus... Me perdoe, não queria me intrometer... - Voltamos a andar.

 - Não se incomode. Esse tipo de coisa não me aflige tanto.

O assunto foi parando depois desse comentário mal feito. Voltamos para a casa deles depois de uma ou duas horas de caminhada. Procurei ficar mais perto de meu pai para que não me perdesse em assuntos que não eram da minha conta mais uma vez.

 - Foi muito bom ter vocês aqui esta manhã meu velho amigo. Minha casa anda mais vazia que o porão. - Isso provoca risadas entre o senhor Eyre e meu pai. -  Quem sabe não os convido mais uma vez outro dia? Poderíamos jantar todos juntos.

 - Isso seria ótimo Eyre, mas por ora temos que ir... Querendo ou não, o trabalho nos chama. - Meu pai passa o braço por trás e segura meus ombros. Eu sorrio para o senhor Eyre e faço uma pequena reverência.

 - Ah é mesmo! Eu quase esqueci do que precisava lhe falar... - Senhor Eyre nos parou com suas palavras e então olhou para o filho dele antes que o rapaz saísse da sala. - James... Poderia levar a senhorita Belle para dar mais uma volta? Eu gostaria de falar a sós com o pai dela. - Percebi que o sorriso em sua face foi se diminuindo a cada palavra. O pai de James parecia um pouco triste ou estava com medo de algo, por isso nos pediu para sair de perto, tenho certeza.

James me olhou seriamente e então curvou um pouco a cabeça.

 - Claro meu pai. Senhorita Belle... - Me assustei quando ele me chamou, estava distraída com o som dos pássaros que vinham de fora. - Por favor por aqui. - Caminhei até ele e então fomos dar mais uma volta no quintal. Acabei não aguentando o silêncio e comentei sem nem perceber.

 - O que será que está havendo com eles? - Pareceu mais um sussurro do que um comentário.

 - O que disse?

 - É que... Seu pai não parecia muito feliz ao lembrar do que tinha de falar com o meu... - Observei em sua expressão que algo dessa história ele sabia, principalmente quando James respirou fundo. - Por favor, se souber de alguma coisa... Poderia me dizer?

Ele me olhou bem nos olhos, não me importei com a frieza e sim com o que poderia acontecer a minha família.

 - Se são notícias ruins eu prefiro ficar sabendo agora mesmo... - O som do cantarolar dos pássaros preenche o vazio entre meu pedido e a falta de resposta de James.

 - Tudo bem... A verdade é que... - E respirando fundo mais uma vez, como se aquilo fosse difícil de se fazer, ele continuou. - Meu pai está com problemas financeiros e isto está afetando não somente nós, mas a outras pessoas também. Ele encontrou três meios de diminuir os custos e--

 - As terras do meu pai são as maiores alugadas... - Observei.  - Ele pretende nos expulsar e vender as terras para alguém que pague bem não é?!

 - Esta é uma das opções, a outra seria aumentando o aluguel delas, mas para isso teriam que pagar quase o dobro do valor que já pagam... - Isso fez meu coração sentir um aperto.

 - Não! Não temos como pagar um aluguel maior! Meus pais tentam disfarçar, mas eu sei bem o que estão passando e não acho que um aumento no aluguel vai ajudar. - A preocupação pelos meus pais me deixa aflita com o que pode estar por vir.

 - Só existe uma ultima opção então...

 - E qual seria? - Tive medo de que a última fosse a pior de todas.

 - Para que você saiba eles tem que resolver o assunto entre si primeiro... - Ele olhou para o corredor que levava para dentro de casa. - Falando nisso, acho que já deu tempo para resolverem o assunto.

Voltamos para a sala e antes que James abra a porta já consigo ouvir meu pai.

 - Não vou forçar minha filha a se casar com um homem que nem conhece! Ela não--

 - Me casar? - Minha voz silenciou a sala. Não compreendi na hora em que houvi a frase de meu pai, mas assim que minha memória resgatou as palavras de James consegui entender do que se tratava este convite.

 - Vamos Sarah. Você não deve se obrigar a nada disso... - Meu pai tentou me levara té a porta, mas me afastei dele antes que pudéssemos sair da sala.

 - Eu aceito. - Disse em alto e bom som.

 - O que? - Meu pai parou no mesmo instante e me olhou confuso. - Sarah, não!

 - Papai! - Segurei suas mãos. - O senhor havia concordado que eu escolheria com quem iria me casar.

 - Se você encontrasse alguém que ama de verdade!  - Vi sua aflição no olhar dele. - Não posso deixar que isso a impeça de seguir sua vida--

 - É isso que eu quero meu pai! - Apertei suas mão e falei mais baixo. - Eu não vou deixar que fiquemos na rua se posso ajudar! 

 - É isto mesmo que você quer? Casar-se com um estranho por causa de um contrato? - Ele segurou meus ombros com ambas as mãos.

 - Sim... - Respirei fundo e pus um sorriso no rosto. - Eu sei que vou alcançar a felicidade de alguma forma meu pai. Eu sei que vou... - Minto. A verdade é que estou com medo do que pode me acontecer no decorrer desses próximos dias. Olhei para James enquanto meu pai e senhor Eyre conversavam sobre o assunto e pude ver que ele estava com o olhar aflito, da mesma maneira de quando falei de sua noiva que fugiu, ou talvez pior...

O que havia dentro de mim juntamente com o medo era uma curiosidade, tão forte quanto o aperto em meu coração e ainda assim mil vezes maior. A curiosidade de saber o que deixara James daquele jeito, foi o que me fez resolver aceitar. Ele não é um homem ruim, isso eu posso ver, mas também não sei dizer que tipo de pessoa ele é. A única coisa que tenho certeza, é que quero derreter essa frieza que se enterrou em seu coração.

 

...Continua


Notas Finais


Espero que tenham gostado! E não se acanhem em deixar comentários, gosto até mesmo das críticas já que elas podem me ajudar a melhorar no futuro.

Desde já agradeço por tudo...
Até mais ^^

P.S.: Visite meu canal no Youtube:
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