História The Heirs •° (G-Dragon) - Eu me lembro.

Ha Bin ONN

Minha cabeça doía muito, meus olhos ardiam eu quase podia dizer que sentia grãos de areia neles. Imagens do acidente e de momentos com Ji-Yong,  passavam rapidamente em minha mente, tudo tão confuso.

 Ao mesmo tempo em que estava surpresa com aqueles momentos, eu também sentia como se sempre soubesse de Ji-Yong, como se eu sempre soubesse dessas memórias.

“Como pude ser tão lenta?”

Sinto alguém se aproximar da cama, consigo ouvir tudo ao meu redor, mas não consigo abrir meus olhos.

-Espero que isso resolva as coisas pra vocês. - Ouço um sussurro. - Espero também que seja muito feliz Ha Bin, pois hoje é  o nosso último dia. - Sinto um selar demorado em minha testa.

Era ele… Ji-Yong.  Preciso dizer a ele que eu me lembro. Eu estou aqui, que ele é  meu “meliante herói”. Mas sinto uma força maior em cima de mim, como se tivesse me segurando.




Sinto uma gota salgada cair em meus lábios, seria uma lágrima de Ji-Yong? Logo sinto algo ser deixado em minhas mãos.



-Adeus Ha Bin. - Disse com a voz falha e o sinto afastar.

“Não me deixe…”

Acordo ofegante, como se tivesse acabado de sair de um afogamento. Minha visão estava embaçada, meus olhos ardiam e minha cabeça doía mais ainda.

Olho para o objeto em minha mão e aos poucos minha visão se focaliza naquela jóia.

Era o colar que Ji-Yong me deu, me lembro das palavras que ele me disse antes de ir embora.

Flashback ONN (capítulo 7)

Ji-Young me mostra um colar prateado  com uma grande pedra azul clara.

-Esse colar, eu comprei ontem pensando em você. Representa o olho de uma fênix, dizem que quem olhar nos olhos de uma fênix vai encontrar a verdade. Diante da fênix não há mentiras… Espero que isto funcione pra você.  - Ele disse terminando de fechar o colar no meu pescoço, deixando um leve carinho com meus dedos.

-O significado é tão bonito quanto o colar. Obrigada Ji-Yong! - agradeci sorrindo e passando a mão pelo colar.

Flashback OFF

Sorri novamente ao lembrar desse momento, mas logo me toquei que eu estava enxergando novamente.

-Eu posso ver? - Disse surpresa olhando em volta do quarto.

Tentei me levantar da cama cambaleando um pouco, mas logo firmei os pés no chão.

-Uah! Eu posso ver! - andei até a janela tapando aos poucos a claridade que entrava por ela.

Assim que abri as cortinas pude ver as pessoas andando na rua, os pássaros cantando e a brisa balançando serenamente as folhas das árvores.

-Será que foi você?  - Pergunto encarando o colar em minha mão - Ji-Young disse que “Diante da fênix não há mentiras”, minhas memórias e minha visão voltaram após eu pegar novamente você. - Disse sorrindo questionando o colar.

Eu estava feliz, muito feliz. Agora posso ir atrás de Ji-Yong. Que por falar nele…

-Ji-Young?!  OH!  Essa não! - Disse assustada correndo até a porta.

Me lembro que ele estava se despedindo. Ele não pode ir embora de novo sem falar comigo, ele não tem esse direito.

Abro a porta e vejo Jin prestes a abri-la se eu não tivesse feito.

-Appa! - Disse surpresa.

-Oi princesa?! Você está me vendo? - Perguntou surpreso.

-Sim Appa. Eu estou te vendo. - Disse sorrindo e o abraçando,  mas logo o afastei me lembrando de Ji-Yong.

-Que bom, graças a Deus. Obrigada senhor! - Ele dizia emocionado. - Como foi isso filha? - Perguntou.

-Appa, posso te explicar depois? - Pergunto e o vejo assentir. - Você viu o Ji-Yong? - Pergunto aflita.

-Vo-você se lembra dele? Quer dizer, suas memórias voltaram? - Perguntou surpreso.

-Sim Appa, mas me diga onde Ji-Yong está? - Pergunto o apressando.

-Ele foi embora filha, ele estava um pouco triste… - O interrompi.

-Por onde? - Pergunto.

-Pra lá. - aponta para a saída.

-Obrigada Appa, volto logo… Eu acho. - Eu disse saindo correndo até a saída.

-Mas você está com roupa de hospital e descalça. - diz aos gritos.

-Não se preocupe… - Respondi também gritando.

Corri o mais forte que podia, passei pelas pessoas esbarrando nelas. Não me importava mais nada, só queria poder alcançar Ji-Yong.

Já fazia alguns minutos que eu estava correndo, meus pés descalços estavam doloridos e eu sentia meu corpo mole.

Parei em uma esquina apoiando meus braços em meus joelhos.

-Ji-Young onde você está?  - Sussurro ofegante.

Sinto meus olhos arderem novamente, dessa vez não era sono e sim minhas lágrimas de frustração.

-Eu não consegui alcançá-lo. Ha Bin você não presta para nada mesmo. - Sussurro novamente.

Sinto minhas pernas fraquejarem, afinal, eu acabei de sair de um hospital nem ao menos fiz minha primeira refeição ainda.

Quando senti que estava indo até o chão,  fui impedida por um par de braços segurando minha cintura.

-Você está brincando de “cobra cega”? Por que se for isso, sinto muito em lhe informar que está brincando sozinha… -Ouço sua voz rouca em meu ouvido. - Ou fugiu do hospital? Está parecendo uma louca assim.

-Ji-Young?  - Sussurrei.

-Sim sou eu, não foi avisado para você que pessoas que não podem enxergar, não podem correr sozinhas pelas ruas? - Ele disse e eu me esforço para olhar em seus olhos.

Ainda estava ofegante e minhas pernas doíam como um inferno. Preciso de fôlego.

-Vamos, vou te levar de volta ao hospital. Você não pode andar sozinha, onde está seu Pai? - Ele perguntou sério.

-Não… - foi a única coisa que disse antes de cair de joelhos no chão. - Aiiii! -gritei ao sentir o machucado nos joelhos.

-Está tudo bem? Me desculpe eu esqueci por um momento que não pode ver. - Ele se abaixa imediatamente em minha frente. - Uah! O chão fez uma bela obra de arte aí hein… - ele diz e tenta tocar neles.

-Aiiii!  - reclamo pela dor. - E-Eu posso ver... - Disse com a voz falha.

-Sério?  - Ele me encara surpreso. - Uah! Que ótimo. - diz sorrindo fraco.

-Hum... - resmungo ao sentir o toque de seus dedos gelados.

-O que veio fazer aqui fora? Por que gosta tanto de se machucar? - Ele perguntou chateado e eu o encaro. - Não gosto de te ver assim.

-Eu estava te procurando. - finalmente eu disse alguma coisa útil. 

-Ah! Mas o hospital não te avisou? Você está de alta, então não precisa mais de mim… - ele diz entristecido.

-Eu preciso de você mais do que preciso de qualquer outra pessoa. - Eu disse encarando ele.

-O que está dizendo garota? Se apaixonou pelo seu enfermeiro? - Ele disse assustado rindo fraco.

-Ji-Young?  - o chamo e ele me olha. - Eu sei que não é enfermeiro. - vejo ele engolir seco. - Sei que não está cuidando de mim por obrigação. - Disse me aproximando mais do seu rosto sem me importar com as dores em meu joelho.

Ainda estávamos agachados na calçada, e Ji-Yong me encarava incrédulo.

-Eu sei quem é  você. - Disse sussurrando me aproximando cada vez mais.

-Ha Bin-Ah! - Ele me chama confuso.

- Você é meu Gangster. - Disse muito próxima ao seu rosto.

Senti sua respiração se misturar com a minha, nossos olhares estavam conectados, e eu quase podia dizer que saíam faíscas. Desviei minha atenção de seus olhos para seus lábios,  umedecendo instintivamente os meus. Eu o desejava - ah como desejava - Aqueles lábios doces novamente nos meus.

Passei meus braços por cima do seu ombro, e entrelacei meus dedos entrelacei seus fios de cabelo.

Ji-Yong que até então estava surpreso com tudo, levou suas mãos até minha cintura me ajudando a ficar em pé novamente. Mas sem quebrar nossa proximidade.

-Eu te amo Ji-Yong, e eu estava indo te dizer isso. - Eu disse sussurrando e deixando meus lábios entreabertos.

-Eu também te amo muito minha pequena. - Ele responde para minha surpresa selando nossos lábios apaixonadamente.

Estávamos com tanta saudade um do outro que  nem ao menos nos importamos com as pessoas ao nosso redor. Eu só queria que aquele momento não acabasse nunca mais,  e que os lábios doces de Ji-Yong ficassem ali para sempre.

Lentamente Ji-Yong separa nossos lábios,  deixando longos selinhos. Ainda de olhos fechados grudou nossas testas.

-Quase não consigo acreditar que você está aqui me dizendo isso. - Ele diz sorrindo bobo.

-O olhar da fênix me trouxe a verdade, se lembra? - Eu disse mostrando o colar que eu segurava em uma das minhas mãos.

Ji-Yong encarou o colar por alguns segundos sorrindo abertamente. Não era um sorriso qualquer, era algo que nem ele mesmo poderia desmanchar, um sorriso puro e verdadeiro.

Mesmo em meio aquela felicidade,  senti meu corpo fraquejar e novamente minhas pernas falham. Se Ji-Yong não estivesse com suas mãos em minha cintura com certeza eu estaria no chão.

-É melhor voltarmos ao hospital, você está machucada. - Ele diz com preocupação.

-Eu estou bem, só estou com fome. - Disse tentando tranquilizar ele.

-Então vamos pequena, por hoje suba em minhas costas. - Ji-Young diz se abaixando em minha frente.

-Sério?  - perguntei surpresa o vendo concordar e subindo logo em seguida.

Ji-Yong e eu voltamos ao hospital conversando algumas pequenas bobagens. E logo após eu terminar minha refeição e fazer um pequeno curativo em meus joelhos, o Doutor Yoongi me deu alta.

E então eu, Appa e Ji-Yong voltamos para casa.

Eu não poderia estar mais feliz.

-Hoje o almoço é por minha conta. - Jin disse se jogando no sofá e ligando a TV.

-Eu já vi esse filme. -  Disse me sentando ao seu lado.

-Tem coisas que você não precisa lembrar. - Jin disse apertando meu nariz.

-Appa! Isso dói. - Eu disse manhosa.

-Desculpa bebê. Não foi minha intenção. - Jin disse assoprando e deixando vários beijinhos em meu rosto.

-Vocês vão me dar diabetes. - Ji-Young diz pegando o controle da TV e colocando um filme de ação.

-Você está com ciúmes,  mas eu deveria ser o único com ciúmes aqui tá legal? - Jin diz me fazendo rir e Ji-Yong ficar com um bico fofo enorme.

-Ah! Antes que eu me esqueça,  descanse bem por agora Ha Bin,  por que quero te levar a um lugar hoje a noite. - Ji-Young diz focando sua atenção na TV e me deixando encará-lo de boca aberta em surpresa.

-Como assim? Onde pensa que vai levar minha filha? - Jin diz colocando uma mão na cintura. - Ela acabou de sair do hospital, olha bem o que vai fazer com ela. - Jin alerta.

-Fica tranquilo sogrão, vou cuidar bem da minha pequena. - Ji-Young diz sorrindo travesso.

-Sogrão? Isso é jeito de me chamar?  Eu pareço ser mais velho ainda seu moleque. - Jin responde revoltado.

Eu só sabia rir daquela situação,  realmente eu estava em casa.

E não vejoa hora de aproveitar mais ainda do G-Dragon.