História A Casa Dos Herdeiros - Vestida para arrasar

Verídiana levantou uma sobrancelha, em resposta á ação repentina de Lenny.

—Me diga para quê? —Verídiana perguntou sempre educada.

—A praga da pizza é muito cara! —Lenny parecia alterada. —Isso é um ultraje! —A caçadora exclamou irritada.

—Calma aí gata! —Arty exclamou. A mesma usava um chapéu preto, com um pequeno enfeite de um coelho branco. Estava a usar uma camiseta social vinho e uma gravata preta. Sua calça era ridiculamente larga, da cor vinho igualmente á camiseta. Calçava longos sapatos amarelos, o que contradiziam com o resto de sua vestimenta. Quando Katry comentou sobre o sapato, Arty respondeu que gostava de contrariar.

—Cadê a Paper? —Nádia perguntou confusa.

—Ah, ficou cuidando do entregador. —Lanny disse como se fosse normal, Nádia arregalou um pouco os olhos.

—Eu tenho um plano! —Fleur apareceu de trás de Lenny, fazendo a caçadora dar um pulo. Seus olhos estavam um tanto inchados e vermelhos, mas ninguém quis comentar.

—Qual seria o plano? —Lana perguntou á Trice.

A mesma explicou o plano, com certa confiança.

***

Lenny empurrou a irmã, interrompendo a conversa entre ela e o entregador.

—Convido o senhor á entrar em nossos aposentos. —Lenny falou, lembrando-se de Verídiana, e se curvou um pouco. 

O entregador, desconfiado, mesmo assim entrou. Paper arqueou as sobrancelhas, e Lanny acenou para que ela entrasse também. Ela estava tendo um bom papo sobre Jarry Lotter.

Ele havia notado, anteriormente, que tal casa era grande, mas por dentro, era maior ainda, fazendo seu queixo cair.

—Hey rapaz, vejo que estais impressionado. Vamos, aproxime-se! —Fleur exclamou aparecendo do nada. A sala estava escura. A única coisa que iluminava o aposento era a lua. Com a mão no ombro do rapaz e um ar elegante e misterioso, ela o guiou, escondendo parte do rosto com a cartola.

—O que estão fazendo? —Marry perguntou confusa á Mel.

—Um acordo. —Mel respondeu sorrindo travessa.

Todas estavam escondidos em meio às sombras do lugar. Fleur guiou o rapaz até a cozinha, e indicou para que ele se sentasse. Ela se sentou na frente dele, e soprou, fazendo com que uma única vela acendesse em um belo castiçal em cima da mesa.

—Vejo que a pizza está um pouco cara... Que tal um acordo? —Fleur ofereceu, sorrindo.

—Aí, eu não escolhi o preço da pizza. Me deixa ir e-

—CALADO! —Mel gritou apontando sua espada ao entregador. O mesmo arregalou os olhos.

—Mel! Calma! Siga o plano! —Lenny cochichou quase gritou, segurando a ponta da espada, cuidando para não se espetar. Não era uma boa hora para dar uma de Bela Adormecida.

—T-Tá! Beleza! —Mel corou com a atitude da menor.

—Vamos caro amigo! É simples! —Mirra apareceu perto da janela.

Lana rugiu, em sua forma de leoa. O entregador quase caiu.

—Escute-a , meu caro! —Fleur falou com firmeza. —Meus amigos podem lhe ajudar. —Ela sacou de seu bolso um enfeite de Vodu.

Uma pequena cabeça, com olhos costurados e pele parcialmente apodrecida. 

—É! Escute-a, garoto insolente! Hahaha. —A cabeça do boneco Vodu falou, com o buraco dos olhos brilhando uma cor verde por entre as costuras.

—E-Eu... —O entregador ia falar algo, mas logo desmaiou.

—Fud- —Mirra ia falar algo, mas Melyna tapou sua boca.

—Tom! —Marry ligou as luzes do lugar e correu até o entregador.

—Acho que deu ruim... —Nádia falou confusa, olhando para o corpo no chão.

—Vocês mataram meu amigo! —Marry falou enraivecida.

—Meus parabéns! —Agatha apareceu da porta da cozinha. —Mas, o carinha aí não morreu não.

—Não?! —Marry deu um pulo, mudando sua expressão.

—Lógico que não! Olha só: —Agatha encheu um copo de água e jogou na cara de Tom, que deu um pulo.

—Gah! —Ele gritou.

—Você ta legal? —Fleur perguntou erguendo uma sobrancelha. Agatha sorriu e entrou no quarto de novo. Verídiana sorriu com a atitude da irmã.

—Foi mal aí, cara. —Mel falou com uma mão na nuca.

—B-Beleza. —Ele falou suando com o susto.

***

As meninas começaram á conversar com Tom.

—Acho que tenho que dar no pé. Mas aqui está meu número, se quiserem conversar. —Ele entregou o bilhete com seu número á Lenny. Ela ficou vermelha.

As meninas voltaram ao quarto onde estavam. Enquanto Katry ainda trabalha em seu vestido, as outras decidiram conversar. Ella ajudava Marry á amarrar o barbante em sua calça.

—E aí? Você gosta do quê? – Ella perguntou á Lana.

—Como assim? —A inocente leoa perguntou, na forma humana.

—Guri ou guria? —Mirra falou desajeitada, tentando explicar.

—Ah, Tá! —Ela falou, agora entendo o sentido. Arty levantou o olhar. Queria saber a preferência da amiga.

—Gosto de meninos! —Ela falou sorrindo. 

Lenny e Marry abaixaram o olhar. As chances do shipp delas acontecer agora eram mínimas.

—E você? —Lana perguntou á melhor amiga, Arty.

—Hum? —Fingiu desentendimento. —Ah, gosto do mesmo que tu.

—E você, Marry? —Arty perguntou. Lenny se espantou. Conseguiria sua irmã falar para todos?

—Bem... E-Eu... —Ela começou a gaguejar. Lenny colocou sua mão no ombro da pequena.

—Não precisa dizer se não quiser. —Lenny disse tentando reconfortar a irmã caçula.

—Bem... Eu... Gostodemeninas! —Falou rapidamente.

—E você, bela-bruxa? —Marry se direcionou á Mirra.

Mirra bufou, batendo o pé no chão.

—Respeite meus pais, baixinha! —Bufou de novo. —Gosto de meninos. —Cruzou os braços. —E minha irmã também.

—Eu podia muito bem ter falado! —Melyna rosnou.

—Não ligo! —Mirra respondeu mostrando a língua.

—Se ligasse não faria diferença alguma. —Melyna respondeu piscando.

—Vamos parar com isso, por favor? —Lenny falou irritada.

—Sim! E eu vou ir ao quarto dos meninos, tenho que pegar um cinto. —Melyna se levantou.

—Ok! —Lana e Marry falaram ao mesmo tempo.

***

Sem bater na porta, Mely arrombou a porta, já entrando no quarto, vulgo, quarto dos meninos.

—Nani??? —Ciel se encolheu atrás de uma bolsa. Sami arregalou os olhos.

—Tarada. —Ben riu e jogou um travesseiro nela. Mely revirou os olhos.

—Fica na tua. —Ela respondeu, na tentativa de corta-lo.

—Qual é gatinha! É brincadeira! —Ele falou com um sorriso sacana

—Eu percebi, não sou burra, “gatinho”.

—O que tu queres? —Alemap perguntou. Estava sem camisa e com cabelo bagunçado e molhado, mas parecia não ligar. Por que ligaria?

—Você teria um cinto? Com uma fivela de prata talvez... —Mely tinha gostado da atitude “Não ligo” de Starblue.

—Tenho com uma fivela de ouro, meu pai me deu. Serve?

—Opa! Claro! —Ela falou com os olhos brilhando. Adorava coisas de valor.

—Mas cuida bem dela, tá?

—Ok! Muito obrigada! —Respondeu e correu pra fora do quarto.

***

Mely estava ajeitado seu traje, quando Agatha chegou ao quarto. A Garota usava uma média saia roxa: um fino tecido que mostrava parte de suas coxas. No tronco, usava uma camisa tomara-que-caia amarelo-ouro com partes coloridas de azul. Pétalas de rosas vermelhas estavam lindamente distribuídas pelo seu cabelo rosado. Usava um bracelete de ouro e um anel azul e amarelo. Seu pai havia pedido para Hefesto construir este anel para a filha. Agatha tinha grande carinho por aquele anel. Puxa vida! Á quanto tempo que não via seu pai? Uma nostalgia fúnebre atingiu a rosada.

—Vestida para arrasar! —Agatha exclamou apontando para si mesma.

—Muito... Elegante, cara irmã. —Verídiana falou calma. Agatha corou. Sua irmã estava a elogiando?

—Você esta maravilhosa! —Lenny falou maravilhada.

—É eu sei. —Ela respondeu revirando os olhos, porém sorria por dentro. —Fazer o que?

—Continuando o assunto... Qual sua preferência? —Mel perguntou. Anteriormente, a pirata havia revelado que era Bissexual.

—Hã... Claro que sou Heterossexual! O que mais seria? – A garota estava insegura e não queria revelar sua sexualidade real.

—Você hesitou. —Marry falou sorrindo travessa.

—Não hesitei não! —Respondeu brava.

—Sim!

—Não!

—Sim!

—Não!

—Sim!

—PAREM COM ESSA MERDA! —Mel gritou enraivecida.

-Irmã, seja sincera. Não iremos lhe julgar, há gosto para tudo.

—P-Pra você é fácil falar! Ninguém tem preconceito com pessoas que gostam de garotos!

—Irmã...

—Que foi? Agora vai querer dar lição de moral! Como sempre! Eu nem queria ter vindo pra esse lugar! Eu queria ter ficado com a Mamãe! Ela era bem mais legal e não me dava lição de moral toda hora!

—Perséfone nunca foi legal! —Verídiana exclamou. A madrasta sempre fora cruel.

_NÃO ESTOU FALANDO DELA! NÃO ESTOU!

—Então de quem?! —Verídiana estava levantando a voz.

—Afrodite! Ela era tão legal comigo... —Lágrimas começaram a pinicar os olhos da morena. —Eu sinto tanto a falta dela...

Verídiana não sabia dessa. Então o pai havia se relacionado com Afrodite... Isso explicaria a aparência da rosada. As duas tinham mães diferentes, porém a mesma madrasta. Verídiana imaginou sobre a possibilidade de Agatha ter sofrido muito antes de Verídiana morar com Hades e Perséfone, por ser a única criança e ter uma beleza fora de série.

—E - Enfim... Eu gosto de garotas. Podem me julgar. —A rosada cruzou os braços. Envergonhada.

—Desculpe-me, querida irmã. —Verídiana abraçou a irmã, surpreendendo. As outras observavam toda a cena de novela. Marry fingia estar comendo pipoca.

Ela se separou do abraço, e se sentou num canto, Verídiana deu um sorriso fraco ás outras.

—Vou beber um pouco de água. Alguém vai também? –Agatha perguntou.

—Eu vou! —Marry levantou da cama e foi ao encontro com Agatha.

Uma garota entrou no quarto. tinha cabelos cacheados e castanhos.

—Olá...Meu nome é Sabrina. Posso entrar?