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História The illegal boxing my girlfriend does - MiChaeng - Capítulo.05


Escrita por: Sophiestication

Notas do Autor


Apreciem a história, nos vemos nos comentários, onde espero ansiosamente por críticas construtivas e demonstrações de carinho!

Capítulo 5 - Capítulo.05


Precisei de esforço para conseguir pegar no sono na noite anterior, me rendendo marcantes olheiras que agora fitava pelo espelho. Estava confusa. Meu coração sentia um misto de ansiedade desejosa por encontrar a mulher de meus pensamentos, mas minha razão, após os últimos dois avisos de ontem, me fazia questionar onde estava a me evolver. Convenci-me que iria ao quarto de Jeong-Hoon mais tarde e o questionaria sobre o ocorrido, mas devido ao nosso relacionamento um tanto peculiar, duvidava que o diálogo fosse chegar em algum lugar interessante. Com um suspiro apreensivo, me pus a completar a higiene matinal ao que escovei meus dentes.

Após vestir uma roupa decente que não fosse meus largos moletons que usava como pijama, direcionei à cozinha mas, em meu trajeto, acabei me deparando com uma cena um tanto curiosa. Mamãe estava sentada sobre o chão da sacada, que estava coberta por folhas de jornal, juntamente com uma lata de tinta ao lado. Me aproximei para verificar o que estava a presenciar e descobri que a mais velha se ocupava com a pintura de alguns móveis amadeirados. O riso que tomou meus lábios foi barulho suficiente para que a mulher notasse minha presença então, com uma expressão alegre e animada, logo começou a se explicar.

- Sabe, ainda não tive muitas aulas na faculdade... - Seus olhos pareciam brilhar ao falar do assunto, um brilho que não me lembrava de vê-lo estampar o olhar que me direcionava agora. Talvez pelo fato de, durante minha infância, papai estar sempre por perto para complicar as coisas para a mais velha. - Porém, andei fazendo algumas pesquisas e descobri o que chamam de "harmonização espacial", então notei que nossa sala parecia um tanto sem vida, entende?

Encostei o ombro sobre o batente da porta de vidro, prestando a atenção necessária. Começava a notar como aquilo tornava-se mais e mais importante para o resgate da mulher que a senhora Son havia perdido durante o casamento. Assenti e esperei que a mesma prosseguisse com sua explicação:

- Pois então, saí para comprar algumas tintas e estou pintando algumas destas cadeiras velhas, na tentativa de salvá-las... - Com tal dito, a mulher voltou a pintar cuidadosamente os pés da madeira com um tom amarelo. - Pensei se alguns quadros também pudessem ajudar...

Voltei meu olhar para a sala, reparando em como o ambiente parecia estranhamente vazio sem as cadeiras. Nunca havia tido o interesse de zelar pela decoração da casa, então notar que mamãe cuidaria daquele assunto me animou também, pois suas ideias pareciam extremamente interessantes.

- Alguns quadros farão bem para o ambiente, mamãe! - Assenti, igualmente alegre.

Um sorriso enorme tomou os lábios alheios, fazendo com que a mais velha expressasse uma alegria genuína. Não conseguia explicar a sensação que tomava-me o peito naquele instante, era um acolhimento disfarçado por descobrir que aquela que tanto prezava presenciava uma cura de suas feridas, além de um interesse ainda maior por novas conversas de minha parte - o que me era estranho pois estava interessada em conviver com mamãe pela primeira vez. Nunca fora muito de trocar palavras com a mais velha, pois a mesma encontrava-se sempre tão ocupada com suas mágoas, jogando sobre nós, seus filhos, todos os desentendimentos que tinha. Cobrava sempre de meu irmão um aumento ou um reconhecimento profissional, além de lembrar-me diariamente que meu curso não me sustentaria e, acredito eu, que esse foi um dos motivos pelo qual acabei me afastando do mais velho.

Quando novos, Jeong-Hoon e eu tivemos nossas brigas, o que é completamente comum entre irmãos, mas, por ter pais preocupados demais com assuntos adultos, nunca recebemos o acolhimento e nem a educação necessária para que aprendêssemos a levar de modo saudável as discussões. Ouvi, por algumas vezes, ameaças do mais velho, pois o mesmo alegava que nossos pais eram diferentes antes de meu nascimento. Refletindo agora sobre suas acusações, me parecia completamente conveniente que apenas nascera em um momento delicado, talvez coincidente com o início das traições de papai e, por conseguinte, o desmoronamento de um relacionamento familiar. O homem conseguiu quebrar cada um de nós de alguma forma.

Após o café-da-manhã, retornei para o meu quarto e, antes de girar a maçaneta, não deixei de perceber como Jeong-Hoon não havia acordado ainda, pois sua porta estava trancada. Questionei-me os hábitos matinais do garoto pela primeira vez, descobrindo uma preocupação reprimida de minha parte por ele. Movi a cabeça de um lado para o outro em negação, contendo-me com o pensamento de que tinha estudos a fazer e até artigos e crônicas a serem escritas.

Me sentei sobre a cadeira à escrivaninha, deixando meu olhar vagar sobre o céu azul que era visível pelas janelas de meu quarto. Meus pensamentos eram uma mistura de imagens do rosto de Mina, em alguns de nossos poucos momentos, com o replay incessante dos dois alertas, o dela e de meu irmão. Estava tão confusa, meu coração desejava ansiosamente vê-la o mais rápido possível mas era inegável a hesitação quanto à ideia, a qual minha razão tentava impor. Meus dedos se perderam em um bagunçar de meus cabelos, demonstrando o quão afetada por aquela situação eu estava, porém, tudo isso me rendera um texto. Escrever sempre me fora terapêutico e, ao fim da manhã, tinha em mãos uma longa crônica sobre como os amores podem ser confusos, para além do que era mostrado em filmes, pois nesses haviam sempre situações simples e passíveis de serem resolvidas - as quais nunca se tratavam de uma lutadora de boxing ilegal e uma estudante tímida de literatura que agora era alertada sobre o duvidoso passado feminino. O escrito me encantou e decidi enviar a algumas revistas, as quais, até então, nunca haviam aceitado um trabalho meu.

P.O.V. - Mina Myoui

Ainda tinha sobre o sofá todas as bandagens abertas pela mulher pois não havia tido a coragem de usá-las, portanto, o único curativo que cobria meu rosto era o mesmo band-aid da noite anterior, que ainda não havia tido fim para mim. Nem mesmo uma taça de vinho, agora vazia ao meu lado, havia conseguido me levar para a cama, então, assumindo a derrota, me sentei sobre as escadas do mezanino a pensar.

- Son Chaeyong, Son Chaeyoung... - Segui repetindo, conforme tentava inutilmente negar que já era tarde demais.

Meu olhar pousara despercebido sobre a estante de livros, notando como rumei afoita para um em específico, lembrando-me perfeitamente da cena de horas antes. Apesar do largo moletom que cobria seu tronco, não pôde deixar de perceber como a mais baixa tinha um corpo bonito. Me condenando por tal pensamento, estranhei toda e qualquer reação que meu corpo direcionava à alheia - até mesmo aquela repressão. Quando me aproximei, daquela forma tão indiscreta, meu primeiro objetivo fora sentir seu cheiro e para isso mal precisei alcançar seu pescoço, a doce essência estranhamente preenchia um raio maior do que o esperado, me deixando irritada por minhas próprias reações pois, com o ato, senti meu coração acelerarar-se, precisando me conter para não reagir de modo imprudente e jogá-la sobre um almofadado qualquer a ter o que tanto desejava. Com ela e inúmeras outras, assim costumava ser. Mas nesta manhã de sábado, os inúmeros nomes femininos disponíveis em meu telefone não me interessavam e, para mim, Mina Myoui, isso era algum tipo de enfermidade desconhecida.

Assombrada com a possibilidade do que tudo aquilo poderia significar, lembrei-me de uma frase que dizia que deveríamos cortar o mal pela raiz e, aproveitando que ainda estava no começo daquele indesejado sentimento, disquei o número de Tzuyu e a convidei para que viesse até minha casa. Chou Tzu-yu era a juíza que conhecera no evento de boxing, sempre intervindo e cuidando das lutas em que participara, com isso, acabamos adquirindo uma intimidade interessante. Seus toques sempre me distraíram e me excitaram, então me convenci de que aquela seria a decisão certa. Não é como se Chaeyoung tivesse os seios bonitos da alheia e nem os dedos capazes de me fazerem alcançar orgasmos intensos. Ri de mim mesma com aquela conclusão, me questionando onde estava com a cabeça por perder horas de sono e por me preocupar com o que pudesse vir a sentir por uma garota inofensiva e desinteressante.

Assim que tive o convite aceito, decidi que iria me desfazer de cada resquício da mais nova naquele ambiente e, por isso, peguei todas as bandagens abertas pela mesma e joguei no lixo, juntamente com a garrafa vazia de vinho. Me julgariam covarde e não fugiria do diagnóstico, pois que meu pecado fosse a luxúria e nunca o amor, já que esse havia se mostrado mais perigoso que qualquer aposta ilegal em lutas eventuais.

Ah, e por lembrar das lutas, algo agora me afligia muito mais que qualquer sentimento que tivesse de enfrentar. Z.Park, o codinome daquele com quem havia trocado alguns socos, estava de volta após alguns meses de sumiço. O homem, apesar de idade avançada, seguia uma das maiores influências no que tangia atividades ilícitas, sendo o maior apostador com suas quantias imensuráveis. Tudo isso, porém, era culpa de meu pai, que abandonara a família durante a gravidez de minha irmã mais nova, deixando-nos apenas com dívidas exorbitantes com o homem. Em pouco tempo o tivemos à porta, procurando por receber aquilo que lhe pertencia e, ao receber a notícia de que o sujeito com quem tinha pendências não mais morava ali. A partir desse dia, as coisas mudaram em nossa família. Começou aos poucos, quando eu estava voltando da escola e tive dois caras a me abordarem na rua com pedidos por algo que não me pertencia, em um outro momento, cheguei em casa e encontrei minha mãe em um dos piores estados já visto por mim. Não tendo outra forma de sustento, resolvi parar com meus estudos e procurar secretamente algo que me desse um dinheiro fácil, apesar de meu arrependimento - pois sabia que aquilo logo me custaria mais do que ganhara-, havia uma responsabilidade a ser tida por mim pois precisava cuidar de minha família.

Z.Park foi quem me introduziu ao boxing. Sempre tive bons resultados em práticas físicas quando ainda estava no colégio, então, usando disso, aceitei. É um tanto difícil conseguir visibilidade no evento e ter boas apostas sobre você, além de conseguir a confiança do público, é preciso ganhar de vários campeões locais. De alguma forma, Park conseguiu que eu fosse reconhecida rapidamente então pouco tempo bastou para ter grandes apostas em meu nome. O boxing financiava um estudo decente para Kia Myoui, minha irmã mais nova, e conseguia cobrir as intimidações que frequentemente recebia do velho, então precisava continuar a ter forças para me manter no ramo, assim, descobrir que o homem estava de volta, após alguns meses sem contato ou notícias, me preocupava bastante, pois não sabia o que este exigiria de mim agora, tendo em vista que até mesmo ousou me ameaçar. Disse-me que iria atrás de Kia, uma menina nova e que crescia de modo interessante aos olhos masculinos. Fiquei tão irritada com a abordagem que não pensei duas vezes em avançar em direção ao mesmo e, ao fim, disse-me apenas que eu aguardasse, pois as coisas se ajeitariam à vontade de Deus. Não havia qualquer decência em um alguém que usa da religião para desfazer-se do peso de seus atos.

As pessoas que agoram me acompanhavam corriam risco. Alguém com a índole de mafioso deleta vidas com facilidade invejável, tendo uma proteção secreta e paga do governo. A influênica do poder e do dinheiro era naturalmente expressada em Park. Até mesmo afastei-me de minha família, mudando-me para um distante galpão de modo a diminuir as chances de Kia ou mamãe serem machucadas. Enviava dinheiro a elas todo mês, apesar de nossos encontros serem com uma frequência menor que isso. Agora, mais do que nunca, precisava reforçar todos esses valores e tentar corrigir os erros de papai.

Havia um fúria em mim mas a reprimi ao que a campainha tocou. Rumei até a porta e recebi uma Tzuyu sorridente e, naquele instante, comprimi os olhos completamente arrependida com tudo. Chamá-la fora totalmente irresponsável, para além do risco que a fazia correr. Ao menos foi o que pensei em um primeiro instante, pois logo me questionei se talvez aquela inquietação não era apenas o sentimento por Chaeyoung novamente aflorando-se, jogando em minha cara como minhas atitudes depravadas eram absurdas. Ri, sarcástica, batalhando contra mim mesma na tentativa de tornar a renegar aquele pensamento. Não me envolveria em relacionamentos. Por causa de Z.Park e por minhas inseguranças. Com essa decisão, permiti que a morena entrasse e não me contive em beijá-la sedenta e intensamente.

P.O.V. - Son Chaeyoung

Após um banho demorado, prendi meus fios em um coque sobre a cabeça e rumei com minhas perguntas decoradas até o quarto de Jeong-Hoon. Conversaria com ele e descobriria o motivo daquele aviso. Com duas batidas à porta, me permiti girar a maçaneta e adentrar o cômodo, encontrando o homem a organizar algumas de suas roupas. Cessando seus movimentos, seus olhos me observaram, apreensivos, à espera que eu explicasse a presença repentina.

- Hm... - Havia planejado inúmeras falas, mas o olhar alheio me intimidava e sentia alguns de meus dedos tremularem. - Sobre o que você disse ontem...

Ele jogou uma blusa recentemente dobrada para o lado, deixando seu colo limpo, de modo que pôde trazer seus joelhos contra o peito e abraçá-los. Estranhei que não houvesse gritos, expressões indesejadas e um pedido "educado" para que eu fosse embora. Ali em minha frente havia um homem disposto a me ouvir.

- Como conheceu essa mulher? - Ele me perguntou, parecendo realmente confuso.

- No primeiro dia em que lhe segui. Ela tropeçou em meu pé e estava bastante... - Movimentei as mãos frente ao rosto ao que expressei uma dor. - Machucada. Eu a ajudei e então começamos a conversar.

Meu olhar baixou para minhas mãos, onde estava a brincar com meus dedos de modo nervoso. Por vezes puxei repetidamente as mangas do moletom largo que usava para dormir, em um gesto tímido.

- Nessa última vez, eu realmente quis vê-la. Pedi para que me levasse apenas por esse motivo. - Dei uma pausa e umedeci meus lábios, pensando se deveria contar sobre o que sentia. - Eu não sei como dizer isso, mas pensei nela durante toda a semana.

As orbes que me observavam agora assumiam uma tonalidade preocupante. Com um estalar de língua, ele suspirou em seguida e prosseguiu.

- Bom, vou lhe contar apenas as coisas que ouvi. Não é como se eu estivesse lá há muito tempo, você sabe.

Com isso, me aproximei de sua cama com passos hesitantes e me sentei sobre a beirada. Ouviria tudo o que ele tinha a dizer sobre a mulher por quem sentia apaixonar-me aos poucos. 


Notas Finais


Oi, meus amores! Hoje é dia de champions então estou bastante animada. Para além disso, trouxe a vocês esse capítulo lindinho pra vocês e espero que o recebam com carinho!
Comentem bastante, adoro os comentários de vocês!


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