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História The Judge - Different lives


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


N/AS: Não sabemos muito como começar essa nota, mas vamos lá. Diferente de tudo o que vocês veem aqui, somos duas meninas que escrevemos a fic (podem nos chamar de RG e BS) e pensamos muito bem antes de postar porque somos bem tímidas. Este é o nosso primeiro trabalho, escrevemos a história com muito carinho, e é importante que vocês saibam que:

• Qualquer crítica construtiva é muito bem vinda, mas se for para criticar de forma maldosa e etc. por favor, não leia.
• Se tiverem algum problema com cenas hot/palavrões, por favor, não leia.
• Se for homofóbico, nem entre na fic.

E só uma OBS: Caso queira entrar em contato com a gente, sigam-nas (seguimos todos de volta) e chamem-nas na DM do instagram ( @ wearergbs ) ou no twitter ( @ rgbsfics ) e mais para frente a gente se revela ( muahaha).

É isso, espero que aproveitem bastante e sempre que possível, estaremos atualizando todos os sábados. Nos desculpem se houver algum erro, amamos vocês <3

Capítulo 1 - Different lives


Fanfic / Fanfiction The Judge - Different lives

CAMILA'S POV

BEM VINDO(A) AO THE VOICE!

Você está oficialmente convocado para a primeira fase de Audições do The Voice, que acontecerá na cidade de Nova York (o endereço completo está no final deste e-mail). "

Li, reli, li outra vez e a ficha ainda não tinha caído. Eu, Camila Cabello passei para as Blind Auditions em Nova York. Era o sonho da minha vida me tornar uma pessoa conhecida no mundo inteiro pelo meu talento e agora era oficial.

Levantei às pressas do sofá e segui para o segundo andar da casa, onde ficava o quarto da minha mãe. Ela precisava ser a primeira a saber. Tinha me dado a maior força para que eu fizesse parte desse show de talentos, tinha passado noites em claro comigo gravando videos e mais videos para enviar para o programa e no fim, a melhor noticia que poderíamos receber estava ali, nas minhas mãos.

Respirei fundo e encarei a mesma que trançava os cabelos de Sofia, minha irmã mais nova, que brincava com sua unica boneca que já havia sido minha um dia. Meu coração se partia toda vez que eu a via com o brinquedo e me lembrava de que não podia comprar um melhor por dificuldades financeiras. Apenas meu pai trabalhava e eu me sentia no dever de ajudá-los, tirá-los dessa dificuldade sufocante e através desse e-mail, eu via uma grande oportunidade de dar o meu melhor e vencer na vida por eles.

— Mãezinha... — Comecei, fazendo um breve silêncio, atraindo a atenção das duas.

— Fala Kaki. — Sofia se pronunciou e eu me sentei ao seu lado.

— Fala Camila! — Agora foi a vez de minha mãe, com a voz um pouco impaciente pela minha demora.

— Dona Sinu, você é a mãe da mais nova participante do The Voice, em Nova York! — Contei eufórica e pude perceber um brilho de felicidade em seus olhos. A mulher, no mesmo instante, levantou-se de trás de Sofia e me abraçou fortemente, quase me sufocando em seus braços.

— Eu sabia filha, eu tinha certeza! — Parou por um breve instante e encarou meu rosto. — Pedi tanto à Deus... Parabéns minha menininha. — E dizendo isso, voltou a me abraçar.

— O que aconteceu mamãe? Eu não entendi nada. — Sofia murmurou com a voz chorosa e eu a peguei em meus braços.

Eu sou péssima em explicar coisas para uma criança.

— É que eu vou precisar ficar um tempinho longe daqui...

— Você vai embora?

— Claro que não minha pequena. Eu nunca vou te abandonar. — Dei um beijo em sua testa e a mesma repousou sua cabeça em meus ombros. Me balancei de um lado para o outro, ninando-a da mesma forma que fazia quando ela estava com medo de alguma coisa.

— Então por que você precisa ir embora? — Sua voz ainda era chorosa e meu coração, à aquela altura, estava em mil caquinhos.

— Sabe aquela boneca grandona que você pediu à mamãe e ela disse que não podia te dar naquele momento? — Perguntei e ela concordou. — Então, eu vou pra lá pra... — Como dizer à uma criança que eu vou participar de um show de talentos? Ela ao menos sabia o que era.

— Pra que Kaki? — Abraçou meu pescoço com aqueles bracinhos pequenos, me apertando cada vez mais e eu poderia desistir daquilo pra não ter que ficar longe dela. Eu desistiria de tudo por ela.

— Eu vou buscar a sua boneca. Prometo que quando eu voltar, vou estar com muito dinheiro pra te dar todos os presentes que você quiser desse mundo...

— Camila, não prometa o que você talvez não possa cumprir! — Mamãe se pronunciou e àquela altura, eu já tinha até me esquecido de que ela assistia tudo.

— Eu prometo Sofi. Eu vou fazer de tudo pra cumprir. — Engoli em seco pensando no que eu tinha acabado de dizer.

Que porra eu estava fazendo? Prometendo uma coisa para uma criança de cinco anos, uma coisa que eu nem sabia se podia cumprir.

Mas eu não me arrependia. Por mais insano que parecesse ser, eu não me sentia arrependida de prometer aquilo. Mesmo tendo noção de que eu não tinha onde cair morta.

~

Faltavam exatamente um mês para o primeiro dia de audições e a minha passagem estava comprada para o dia seguinte. A mãe de Shawn era corretora de imóveis e tinha uma casa em Nova York, fazia questão que eu me instalasse com o mesmo lá durante a minha estadia na cidade e não aceitava um não como resposta. Mesmo depois de recusar várias vezes — Por educação porque eu realmente precisava — , ela insistia pra que eu ficasse, dizendo que não havia problema algum e foi super atenciosa ao me ceder o lugar. A cada dia que se passava, eu tinha a certeza que eu estava entrando para a família certa e de que eu nunca iria me arrepender.

Tinha pensado também na possibilidade de ficar na casa das minhas duas melhores amigas — Ally e Lucy — que há pouco tempo, tinham terminado o ensino médio aqui em Miami junto à mim, porém, como eu disse há poucos, Karen Mendes não aceitava um não como resposta.

— E aí amor, tudo pronto? — Uma voz firme surgiu assustadoramente na porta do meu quarto, enquanto eu colocava a última peça de roupa dentro da mala.

— Mendes que susto! Não faz mais isso, você sabe como eu sou... — Falei com as mãos no peito, um pouco ofegante, quando ele me puxou para um beijo rápido.

— Sei. Assustadinha demais, irritadinha demais, chatinha demais... — Disse, contando nos dedos.

— E sozinha demais em New York se você continuar me irritando. Falando nisso, e as passagens? Não quero deixar tudo pra última hora.

Por Deus, aquela mala estava impossível de fechar. O único jeito era sentando em cima pra amassar o tanto de roupa e mesmo assim, estava complicado.

— Ta louca se acha que vou deixar você sozinha naquele lugar. Já está tudo certo, senhorita perfeccionista. Deixa eu te ajudar com essa mala...

— Pensei que não iria se oferecer. — Revirei os olhos e levantei de cima da mala.

Terminamos os outros pequenos ajustes para a viagem e fomos visitar alguns parentes meus que moravam praticamente espalhados, mas que não eram muitos, já que a maioria deles moravam em Cuba. Demoramos quase o dia inteiro e por último, visitamos a tia Susan, uma mulher da terceira idade que mais parecia minha tia avó do que a irmã mais nova do meu pai. Quanto mais eu queria ir embora dali, mais ela falava e o pior não eram as desculpas que ela inventava para nos prender, eram os bolinhos que não acabavam mais e ela fazia questão que experimentássemos todos.

Por essas e outras razões que eu iria sentir falta de Miami. Não pelas pessoas chatas ou legais, mas pelo coração humilde delas e o jeito com que se preocupavam comigo. Eu estaria em uma cidade completamente diferente agora, não conhecia nada e nem ninguém além de Lucy e Ally, teria que aprender a seguir os meus próprios passos sozinha, mas tinha certeza de que não iria fazer nada de errado porque tinha a pessoa certa ao meu lado.

O dia seguinte havia chegado um pouco mais rápido do que eu imaginei. O voo estava marcado para as oito da manhã, eram sete e meia e nada do Shawn com as passagens. Ele era um garoto super responsável com tudo, dificilmente faltava um compromisso e era isso que eu mais adimirava nele, mas faltavam apenas trinta minutos para embarcar e aquele filho de uma p...

— Sossega Camila, ele vai chegar. — Minha mãe disse e pôs suas mãos junto às minhas, como se lesse o meu pensamento. Queira Deus que ela não tivesse essa capacidade porque no momento, minha mente não conseguia processar nada além de palavrões dos quais ela não iria gostar nada de ouvir.

Conferi novamente as horas em meu relógio de pulso, dez minutos haviam se passado e nada do infeliz. Eu juro que se ele me fizer perder este voo, ele vai se virar, mas vai me deixar na porra do meu destino.

Abaixei minha cabeça, um pouco frustrada e senti duas mãos pequenininhas abraçarem minha cabeça. Sorri em silêncio ao ver que Sofia tinha saido do colo de meu pai, que conversava animadamente com minha mãe, e vindo até a mim com preocupação. Peguei a pequena em meus braços e dei um beijo demorado em suas enormes bochechas e logo meu pai se aproximou, sentando na cadeira ao lado e fazendo o mesmo comigo.

— Aquele carapinha do seu namorado ainda não chegou, não é mesmo? — Perguntou e eu assenti. Quanto mais as horas passavam, mais minha raiva aumentava. — Eu sempre digo para não confiar em homens.

— Alejandro fala como se fosse uma mulher. — Mamãe murmurou baixinho, mas foi o suficiente pra que nós escutássemos.

— É por eu ser homem mesmo que eu sei dessas coisas. Vocês cismam em deixar a aliança, por exemplo, com o homem quando vai casar. Conta pra ela Sinu o que aconteceu no nosso! — Papai falou em um tom brincalhão, o que me fez rir por alguns instantes.

— Nossa, eu não quero nem lembrar. Quase te matei aquele dia.

— Conta logo mamãe! — Sofia se pronunciou pela primeira vez e mamãe se pôs a falar. Até que eu estava bem empolgada para ouvir a história, já que nunca haviamos conversado totalmente sobre o casamento deles antes.

— Eu havia me atrasado mais de duas horas pra entrar na igreja por causa do problema do vestido. Quando entrei, seu pai não estava me esperando lá na frente como o esperado. — Eles deram uma breve olhada e eu gargalhei.

— E o que aconteceu depois? Não teve medo dele desistir? — Perguntei.

— Fiquei lá esperando o "rei" chegar porque ele não seria louco de desistir. Sei tudo sobre a vida dele, se ele fugisse com outra, eu iria atrás nem que fosse no inferno!

— Jesus. — Sofia disse com as mãozinhas no rosto e todos nós rimos.

— Que isso querida, nunca trocaria você por outra. Imagina...

— Te conheço meu bem, e não é de hoje. — Deu um tapa no marido e então continuou — Depois de mais vinte minutos, ele entrou como se fosse a noiva, agarrado no braço da mãe dele. Era pra ser uma coisa linda, mas foi um casamento comédia e a igreja toda riu da nossa cara inclusive o padre.

— Mas foi lindo do mesmo jeito. Foi um casamento diferente e tudo que é diferente é bom. — Papai disse convencido.

— Eu gosto de tudo certinho. Queria um casamento tradicional como o de todo mundo. Aquele dia eu fiquei bastante arrasada, se eu não amasse o pai de vocês de verdade, tinha dado um belo de um chute na bunda dele.

— Obrigado pela parte que me toca Dona Sinuhe, valeu mesmo.

— Sua sorte é que ainda te amo. — Deram um selinho rapido enquanto eu sorria boba e Sofia fazia uma careta de nojo, como se reprovasse um beijo na boca.

— Ecaaaaa! — Ela gritou e eu tampei sua boca rapidamente.

Voo 727 com destino a Nova York, embarque pelo portão 12. "

A voz um tanto amedrontadora da mulher que fazia os anúncios dos voos soou e meu coração começou bater ainda mais forte que o normal. Eu odiava atrasos, odiava esperar e odiava mais ainda quando me faziam de idiota. A minha vontade de dar na cara do Shawn era tanta, que se me deixassem fazer o que eu estava pretendendo, eu iria desfigurar a cara daquele infeliz.

Voo 727 com destino a Nova York, embarque pelo portão 12. "

— Mas que inferno! Eu vou matar esse garoto mãe! — Levantei do banco impaciente demais até para respirar e digitei o numero do celular do garoto.

— Filha calma, vamos tentar ligar pra ele novamente e...

Oi, aqui é o Shawn e eu não posso atender no momento. Deixe o seu recado após o sinal..."

— Puta que pariu mãe... — Exclamei finalizando a chamada prestes à chorar e mal percebi que havia xingado na frente da minha familia.

— Tem que lavar a boca da Kaki com sabão né papai? — Sofia perguntou e meu pai concordou, me olhando feio.

Tentei várias outras vezes, mas a ligação sempre caia na caixa apostal e aquele, além de ser um dinheiro que eu não poderia gastar atoa, ainda seria um voo perdido pra realizar o meu sonho e eu iria matar esse infeliz.

A mulher chamou uma última vez e eu segui sozinha para o portão de embarque, onde um homem recolhia as passagens. Engoli em seco e entrei na frente das outras pessoas na fila que começaram a reclamar, mas eu só precisava fazer aquilo.

— Com licença... é que o meu namorado ainda não chegou com as passagens, será que não dá pra esperar um pouco?!

— Me desculpe senhorita, mas nós não podemos atrasar o voo de todas essas pessoas por causa do seu namorado. — Disse o homem e eu o encarei.

— Absurdo porque eu também paguei pra viajar! — Exclamei e minha voz foi coberta pelas vozes das pessoas que estavam na fila.

— Camila, calma! Cheguei. Vem pra cá pelo amor de Deus! — Shawn disse tentando manter a calma.

— CALMA? VOCÊ NÃO SABE A VONTADE QUE EU TÔ DE MATAR VOCÊ SEU...

— Amor, você está passando vergonha, para de gritar.

— VERGONHA QUEM VAI PASSAR É VOCÊ QUANDO EU METER A MÃO NA SUA CARA MENDES! — Me aproximei do garoto e dei fortes tapas em qualquer canto de seu corpo, mas o mesmo não pareceu se importar muito, como se não doesse.

— Deixa pra meter a mão na minha cara quando a gente estiver dentro do avião Camila, agora você precisa se despedir da sua familia. — avisou e eu parei por um breve instante.

Ele tinha razão. Olhei pra trás e encontrei meus pais de pé, com os braços dados e Sofia no colo de minha mãe chorando compulsivamente. Naquele exato momento, senti que meu mundo havia parado junto ao meu coraçao e pior parte da despedida estava ali, diante dos meus olhos. 

Corri ao encontro deles, quebrando toda a distância que nos separava, e os abracei. Só de pensar na possibilidade de acordar todos os dias e não os ver, já era uma dor enorme. Eu não queria me imaginar sem o café da manhã com torradas e mel da mamãe, sem acordar com Sofia em minha cama porque tinha tido um pesadelo na noite anterior, ou sem o meu pai, o meu heroi que sempre me fazia rir, me defendia de todos e sempre me protegia de tudo que me fizesse mal. Eu estava indo para longe das asas dos meus pais e tinha que aprender a viver sem eles. Era necessário, mas insuportável.

— Eu te amo filha. Estamos torcendo por você onde quer que esteja, conte sempre com a gente. — Dei um breve sorriso ao ouvir as palavras de meu pai. Sempre dizia as coisas certas.

— Não esquece de me ligar quando chegar, se não eu pego o avião aqui mesmo e vou só pra te bater menina. — Foi a vez de mamãe e eu gargalhei, sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto.

— Te amo muito Kaki.

— Eu também te amo, minha princesinha. — Dei um beijo no topo de sua cabeça — Amo muito vocês! — e dizendo isso, segui definitivamente para onde meu namorado me aguardava com as malas.

Ao subir na aeronave, depois de mais de cinco minutos de discussão para ver quem iria sentar na janela, nos acomodamos em nossas poltronas e não demorou muito para que o cansaço nos vencesse.

LAUREN'S POV

Já era a quarta vez que eu gravava o refrão de Dope e nada saia como o produtor do clipe queria. Juro que se fosse por mim, eu iria embora dali sem olhar pra trás e voltaria a gravar quando eu bem entendesse. Todos só estavam ganhando bem ali graças ao meu talento, à minha voz, graças à mim e era a unica que tinha o direito de reclamar de alguma coisa.

Sem contar o cara que contrataram para contracenar comigo, nem se eu fosse hetero namoraria uma coisa daquelas. Ele conseguia ser mais magro que o Jake Bugg no inicio da carreira e aquele cabelo loiro era mais bizarro do que o do The Weeknd, sem brincadeira.

— Lauren, tente colocar mais a perna na altura da cintura do Mike e apoia os braços nos ombros dele desse jeito... — Harry, coreógrafo e meu melhor amigo, demonstrava como eu precisava fazer e se ele soubesse a vontade que eu estava de fazer aquilo, sentaria e chorava comigo. — E olha nos olhos dele com carinha de apaixonada.

— Haz eu sei que você quer muito se esfregar no garoto, mas isso realmente não é pra mim. Posso tentar fazer a cara, mas subir no garoto é um pouco demais... — Cocei a nuca meio em desespero e o coitado do Mike me olhava como se pedisse socorro ou permissão para dar o fora dali o mais rapido possivel.

— Nós não temos o dia todo Lauren, ainda temos que mudar o cenário, você enrola muito! — Dave, o produtor, reclamou, sentado na cadeira que sempre descansava aquela enorme pança empinada pro alto. Me pergunto como ele conseguia mijar com aquela coisa enorme atrapalhando a visão. Revirei os olhos com tal pensamento e o mesmo me tirou de meus devaneios, novamente com aquela voz de cachorro rouco — O refrão novamente.

— Seria mais fácil se fosse uma Gigi Hadid da vida...

— Você precisa disfarçar mais esses seus comentários héteros. — Harry sussurrou me fazendo rir.

~

— É sério Vero, falei para o Dave que não dava. Pedi desculpas para o Mike, vou lhe pagar pelo tempo que gravou em vão comigo e mandei a produção contratar outra pessoa.

— E você precisa conversar urgente com Harry pra ver se descola uma outra coreografia porque isso de ficar se esfregando em macho vai te fazer ficar com cheiro deles.

Iglesias e eu marcamos de nos encontrar em uma Starbucks assim que deixei o estúdio, como faziamos na maioria das vezes. Depois de tantas dores de cabeça do dia a dia e na carreira, eu sempre recorria à ela. Era a única — além de Harry — que, em meio à um dilúvio, conseguia me fazer gargalhar até das piores coisas.

— Mas então, não entendo por que te chamaram pra ser jurada do The Voice, com tantas mulheres gostosas pra se colocar no lugar. Faria questão de assistir todos os dias e até repetido se tivesse a Dua Lipa, por exemplo... — Disse, bebericando seu Caramelo Macchiato.

— Já peguei! — Sorri de canto, prevendo o que ela faria a seguir e como o previsto, havia se engasgado por um belo tempo.

— O que? A Dua Lipa? — Perguntou.

— A própria. — Conclui.

— Mentira!

Voltei-me para a minha bolsa no banco ao lado e peguei meu celular que estava no bolso frontal. Desbloqueei e coloquei rapidamente na galeria de fotos, onde tinha uma foto de Dua dormindo tranquilamente. Lembro-me como se fosse ontem, nós duas voltando ultra bêbadas da boate, ela com aquela blusa decotada era um convite pra levá-la pra cama e desvendar seu interior, literalmente. Estendi o objeto para Vero, que precisou piscar algumas vezes se dando conta da imagem à sua frente.

— Que filha da puta Lauren. Pra que... — Estreitou os olhos diante da imagem e pegou o celular da minha mão passando para outras várias fotos que haviam ali — pra que você tira foto das meninas que você pega?

— Pra te fazer acreditar quando eu digo que "já peguei". — Encarei-a e a vi arregalar os olhos de repente. Ah caralho! "Proibido para menores de dezoito anos e Veronica Iglesias, principalmente!" — Vero, me dá isso aqui...

— Não, espera... Demi Lovato, Zara Larsson, Cara Delevingne... Ariana Grande... PELADA?! What the fuck is this?

— Essa foto... foi um acidente. — Terminei meu café e arranquei o celular da mão de Veronica, o guardando novamente na bolsa.

— Você precisa me passar essa receita que você usa Jauregui. Quero todos esses seus acidentes na minha cama — Respondeu pasma, me fazendo gargalhar.

— Quem vai querer Veronica Iglesias com uma Lauren Jauregui no mundo? — Fiz um sinal pra que saíssemos do estabelecimento, e a mulher se levantou junto à mim.

Seguimos para a porta de entrada e alguns seguranças nos aguardavam do lado de fora. Eles raramente me esperavam do lado de fora do carro, a não ser que uma legião de fãs e paparazzi nos cercassem, como quase sempre acontecia.

Meu coração mais parecia uma escola de samba brasileira do que um simples coração precisando bombear sangue mais de pressa para o meu corpo. Eram cinco seguranças pra mais de cem pessoas naquela rua. Essa ideia era mais do que perturbadora, e a unica coisa que eu conseguia pensar era: " E se todo mundo resolvesse passar por cima deles? Eu certamente viraria um tapetinho humano. "

Abri a porta da Starbucks com Vero em meu encalço e imediatamente fomos cercadas pelos "armários" — como ela costumava chamá-los — que nos conduziram até o carro. A deixei em seu apartamento e logo depois, segui para o meu que não era tão longe. Precisava de longas horas de descanso antes de resolver os ultimos preparativos para o The Voice.

Destranquei a porta do apartamento com uma certa facilidade e percebi que a mesma já estava aberta. Os unicos que tinham a chave eram Veronica e Harry, como Vero estava na casa dela, só podia ser o nômade do Haz. Fechei a porta com o calcanhar e adentrei o local, certamente ele estaria na cozinha fuçando em algo pra comer ou na sala de jogos se aproveitando dos meus videogames.

Sem ao menos me dar o trabalho de procurar, fui imediatamente para o meu quarto e tomei uma ducha daquelas bem demoradas. Sempre fui uma pessoa bastante conservadora, daquelas que é a favor de não gastar àgua em vão à favor do planeta e blá blá blá, mas eu estava mais necessitada daquilo do que o próprio planeta. Me enrolei em meu roupão e saí da suíte, secando os cabelos com uma toalha. Usaria o secador, se alguem não tivesse pego e posto devidamente no lugar como eu sempre ordenei que fizesse.

Vesti um conjunto de moletom bem confortável e como de costume, fui à procura de algo que saciasse a minha fome e acabei encontrando comida italiana no microondas. Novamente Harry havia feito o pedido e pra completar, havia sujado toda a cozinha. Aquela bagunça toda estava me irritando e aquele filho da mãe não perde por esperar.

— Já chegou Laur? — Perguntou o garoto, abotoando sua camisa social estampada que só ele tinha coragem de usar.

— Não, ainda estou lá. — Revirei os olhos e sentei na bancada, praticamente devorando aquela comida toda. Ou aquilo estava bom demais, ou eu estava com uma puta fome. — Que bagunça é essa que você fez aqui Harry? Eu peço todos os dias, você tinha melhorado, mas hoje...

— Por que esse estresse todo? Falta de dedilhar algum corpo violão ou...?

— Vá se foder Styles. — Bufei.

— Esse seu mal humor só não vai me contaminar por que nada vai me deixar pra baixo hoje. — Passou as mãos em seus cabelos cortados e os bagunçou de um jeito charmoso.

— Arrumou um boy novo ou vai atrás do Louis outra vez pra ele te fazer de trouxa?

— Ele me chamou pra sair. E eu vou. Vou porque não consigo recusar nada daquele homem. — Sentou-se no banco ao meu lado e eu o encarei confusa.

— Ele não está namorando a Danielle? — estreitei os olhos e ele concordou — Então por que te chamou pra sair?

— Não sei. O que importa é que chamou e eu vou colocar aquela vadia pra ralar, acha que não sei que ela só quer ele por ser jogador do Doncaster?! — Revirou os olhos impaciente. Se tinha uma coisa que ele odiava nesse mundo, essa coisa era o relacionamento do Louis. — Estou indo, volto mais tarde.

Se aproximou de mim e depositou um beijo no topo de minha cabeça como sempre fazia.

— Não, você vai pra sua casa Harold! — Exclamei. — Você passa cinco minutos aqui dentro e é o suficiente pra colocar tudo de cabeça pra baixo.

— Você não tem uma empregada Lauren?

— Hoje é sabado.

— Então deixa ai que ela limpa na segunda. — E dizendo isso, bateu a porta do apartamento sem me dar a oportunidade de terminar.

Ótimo.

Terminei de comer e lavei toda a louça que estava na pia porque o Harry novamente não se deu o trabalho de lavar. Arrumei as outras coisas que ele havia deixado fora do lugar e quando finalmente pensei que pudesse descansar, o celular começou a tocar( lê-se gritar ) irritantemente e se eu estava com dor de cabeça antes, agora estava explodindo.

— Fala Aaron. — Atendi de má vontade ao ver o nome do meu acessor na tela.

— Boa noite pra você também Lauren, liguei apenas para relembrar do seu compromisso na segunda.

— Dormir até às quatro da tarde?! — Perguntei como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Sua apresentação no Good Morning America para o Summer Concert Series. Sem atrasos! 


Notas Finais


E aí? Como estamos?

A fic tem um trailer (pra quem não viu), deem uma olhadinha https://www.youtube.com/watch?v=rN9zAZgf0aI

~RGBS


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