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História The Kill - Sasusaku - Leave Out All The Rest


Escrita por: UtakataBadboy e Mizuhina

Notas do Autor


Gente, boa noite. Deveria ter postado de manhã, mas houve um imprevisto.
Esperamos que gostem.

capítulo por Utakata Tsukai.

Capítulo 30 - Leave Out All The Rest


 

Sonhei que eu tinha desaparecido
Você estava tão assustada
Mas ninguém ouviria
Pois ninguém mais se importava

Depois do meu sonho
Acordei com esse medo
O que vou deixar
Quando eu tiver acabado aqui?

(Leave out all the rest - Linkin park)

 

“Uchiha Sasuke foi sentenciado a morte”.

Embora seja da natureza de todo ser temer a morte, em toda minha jornada como ninja eu nunca realmente pensei sobre isso. Sobre como meu fim trágico aconteceria, ou sobre como tudo acabaria para mim. Já estava tão cansado... que aquelas palavras não me surpreendiam, pois era o caminho natural. Meu desejo incansável e interminável por vingança apenas me fez seguir em frente sem olhar para trás ou pensar no fim, e com tanto que meus objetivos fossem concluídos eu realmente nunca me importei. Se meu clã fosse vingado tudo estaria terminado. E o que viria depois? Nem mesmo eu tinha certeza. Fomos ensinados a não sentir. A não ter fraquezas. Um ninja não teme a morte, ele se dedica apenas ao sucesso da missão. Um ninja não tem sentimentos, pois eles demonstram fraqueza. E então eu pude perceber minha arrogância por ter considerado que era diferente.

“Sentenciado a morte...”

Aquelas palavras não eram de forma alguma algo surpreendente ou inesperado para mim, eu estava estranhamente calmo. Na verdade, anestesiado seria a palavra... Eu já não sentia mais nada. Eu queria que tudo acabasse logo, mas então uma nova confusão em minha mente se formou entre minha razão e meu coração se digladiando, sem que eu soubesse de que lado realmente estava.

“Eu não quero morrer”

Eu...

Definitivamente...

Não quero morrer.

Quando busquei os olhos assustados de Sakura, encarando aqueles homens de maneira feral, segurando uma kunai instintivamente. Eu soube. Eu não desejava mais desaparecer, eu queria saber até onde tudo iria, ainda que fosse de algum modo um desejo egoísta. Mas então eu percebi que, não importava a essa altura qualquer anseio meu. Eu era meu próprio inimigo e tinha traçado meu próprio destino.

— Saia da frente Naruto. Você quer ser considerado um traidor da vila? – Implorou Shikamaru, provavelmente era algo difícil pra ele vê-lo naquela situação. Não sabia quando aqueles dois tornaram-se algo próximo de amigos, mas o tom dele denunciava preocupação. — E você Sakura? Você sempre foi racional.

— Não se envolvam vocês dois. – Falei fitando o chão. Tinha medo que meu olhar pudesse ser interpretado como uma ameaça. Arranquei um pedaço de tecido do que restava das minhas roupas em trapos, e amarrei em volta dos meus olhos. Senti novamente como se meu peito voltasse a sufocar, já não tinha mesmo forças pra ficar de pé. — Não vou resistir.

— Eu já falei pra vocês se afastarem. – Naruto gritou com a voz estridente. Eu não acredito que aquele idiota iria prolongar tudo isso. E Sakura... eu mal podia imaginar como ela estava se sentindo por dentro.

“Não se sacrifiquem mais”.  

— Ele fugiu pra salvar a minha vida. Eu não vou deixar que vocês o sentenciem sem saber a verdade. Sasuke foi manipulado... Eu tenho como provar. – A voz de Sakura saia insegura, como se ela não estivesse certa do que fazia.

“Por favor, pare Sakura”.

— Você não pode fazer isso. – Argumentou Shikamaru. — Vocês serão considerados traidores.

“Desistam... Me abandonem.”

— Então vai em frente. – Ela vociferou alto. Eu procurei pela mão dela, segurei-a forte, e balancei a cabeça negativamente. Não sabia se ela estava me ouvindo, ou não...

“Pare Sakura”.

— Vocês vão mesmo se virar contra os heróis que salvaram o mundo na guerra? Contra mim, o Naruto e também o Sasuke? Vá em frente. Os assuntos internos da vila não interessam, mas vocês vão ter trabalho pra explicar pras pessoas caso encostem um dedo no Naruto por conta disso.

— Sakura-chan tem razão. Eu não vou me mover daqui.

 

 

A discussão se perpetuou por vários minutos e eu não sentia que a tensão iria diminuir tão cedo, mas antes que eu pudesse fazer algo, ou dizer mais alguma coisa sentia um dor leve em meu pescoço. Um enjoo repentino me tomou, e imediatamente perdi o equilíbrio.

[...]

Quando abri novamente meus olhos, estava deitado sob uma mesa fria. A primeira coisa que pude ver foram os olhos vividos de Sakura, cercados por círculos avermelhados. Ela me encarava de maneira tensa. Meu corpo ainda estava levemente dormente e me esforcei para levantar. Ela imediatamente me abraçou, traçando seus braços em volta do meu corpo e apertando forte. Aparentemente eu ainda estava vivo.  

— Onde estou? – Perguntei. — Porque eu ainda estou vivo?

— Me desculpe por isso... – Ela disse com a voz um pouco amarga. Parecia exausta de alguma coisa. — Foi a única maneira que eu encontrei, de te salvar.

— Sakura o que vocês fizeram? – Naquele instante, meu coração acelerou, e ao tentar me mover percebi que meu corpo estava mais debilitado do que o comum.

— Você não vai conseguir se mover normalmente por um tempo. É um efeito por ficar sedado. - eu não entendi o que ela queria dizer, então aos poucos minha mente tentou juntar os pedaços das poucas coisas vagas que eu me lembrava, mas ainda assim era confuso. Senti uma dor lancinante na minha cabeça, meus músculos estavam rígidos e meu estomago também doía. — Tive que sedá-lo e depois fugir... Até o Naruto convence-los.

— Convence-los de que? – Indaguei incrédulo sobre o que estava ouvindo. Já era demais. Tudo isso já tinha passado dos limites.

“Não façam mais nada por mim”.

— Convencê-los de te dar um julgamento.

— Pare.

“Eu não mereço a piedade de ninguém.”

— Eu não vou deixar que eles te dêem uma sentença injusta.

— Nada disso é injusto Sakura. – Minha voz saiu tão baixa, que mesmo eu tive dificuldade em ouvir. Respirei fundo. — Você sabe as coisas que eu fiz.

Era a verdade.

Ações imperdoáveis,  que feriram várias pessoas... Inocentes. E não importava o quanto eles se importassem comigo, o passado não podia ser apagado, e eu não poderia arrastá-los comigo. Senti as mãos de Sakura deslizarem por meu peito, e aos poucos pude sentir meus músculos voltarem a um estado mais natural, eu não sabia que as habilidades dela eram tão incríveis, mas me senti mais aliviado com o poder de cura que suas mãos emanavam.  

Eu queria manter um tom duro, e talvez se usasse palavras ásperas Sakura talvez desistisse de mim, e seguiria em frente, mas eu sabia que isso não ia acontecer. Passaram-se anos e ela não desistiu. Então eu não sabia como fazer para não envolve-la mais. O que eu poderia fazer? Nunca me senti tão impotente. Eu queria salvá-la. Libertá-la de alguma forma, e não sabia como. Levantei minha mão e toquei seu rosto.

— Você já fez o suficiente Sakura. – Tentei falar num tom mais suave, mas sabia que minha angustia iria transparecer de algum modo. — Você não pode apagar os meus pecados. Nós sabemos. Então... Por favor... Não se envolva mais nisso.

— Agora é tarde. – Ela respondeu. — Apenas confie em mim mais uma vez. Eu sei que eu posso... – Ela estava um pouco aflita, pensativa e ansiosa. Seus olhos eram incrivelmente transparentes em demonstrar suas intenções. – Ainda há esperanças pra você.

– Você sabe que é uma mentira.  – Eu não podia acreditar nisso.

“Eu não posso mais criar esperanças”

“Esse mundo não foi feito pra mim”

“Pare.”

“Já é o suficiente”

“Você já me salvou”.

– Me prometa uma coisa. – Ela me olhou curiosa e segurou minhas mãos. – Quero que você siga em frente.

– Eu não estou entendendo...

– Só estou dizendo que se as coisas não saírem do jeito que você espera. Que você siga em frente, Sakura. Eu não aguento mais. Estou cansado. – Desabafei. – Então, não seja como eu. Não seja obcecada por dores que devem ficar no passado. Apenas seja forte. – Eu me inclinei e beijei sua testa. – Se puder fazer isso tudo vai ficar bem.

— Não fale como se já estivesse condenado!

— Eu já estou.

— Não, não está!  - Ela vacilou e ameaçou chorar, e eu não podia fazer mais do que secar suas lagrimas. E lamentar...

“Sinto muito por tudo.”

Apenas fique bem quando eu partir. 

 

 

Quando minha hora chegar
Esqueça os erros que eu cometi
Ajude-me a deixar para trás algumas
Razões para ser lembrado
Não fique ressentida comigo
Quando se sentir vazia
Mantenha-me em sua memória
Esqueça todo o resto

(Leave out all the rest - Linkin Park)

 



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