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História The Killer - Got a secret. Shhh...!


Escrita por: Marii_Rafaela e mari_rafaela_2

Notas do Autor


✿Boa noite pessoas lindas!

eu não sei se ficou bom, mas...

espero que gostem✿

Capítulo 2 - Got a secret. Shhh...!


Fanfic / Fanfiction The Killer - Got a secret. Shhh...!

Eu não queria tirar a sua vida

Eu sei que não foi certo

Eu não consigo nem dormir à noite

Não consigo tirar isso da minha cabeça

Eu preciso sair de vista

Antes que eu acabe atrás das grades

Eu não queria abatê-lo

Mas é tarde demais para voltar atrás

Não sei o que eu estava pensando

Agora ele não vive mais

Rihanna - Man Down

 

 

O habitual barulho de hospital era como uma velha canção aos meus ouvidos. Eu só precisava me acostumar com o barulho de minhas crianças brigando para ver quem seria o primeiro a falar com a mamãe quando acordar.

A voz de querubim de meu marido entrou em meus ouvidos despertando todo tipo de sentimento. O maior deles era o desespero, a urgência em tocá-lo, a necessidade de estar grudada nele. Naquela altura minha cabeça só pensava na policial dizendo que Enzo estava morto. E no fato de eu acreditar piamente que David era o responsável por aquilo.

-Mamãe!

Abro os olhos e vejo o rosto perfeitamente angelical de um garoto cujo nome era de um anjo.

-Gabriel! – Minha voz esganada não parecia ser a minha.

David está ao meu lado, com Miguel dormindo em seu colo. Nossos olhos se encontram e em um minuto trocamos mil palavras.

-A Lotte tá bem mamãe!

Instintivamente ponho a mão em minha barriga. O pensamento, ínfimo que seja de perder minha filha era devastador.

-O-o que? A Lotte? – É inevitável não rir com a doce voz de Gabriel falando sobre a irmã.

David afaga meu rosto. Seu toque me trouxe à realidade.

-Está tudo bem, amor. Vocês duas estão bem. Foi só um susto.

Olho ao meu redor. Droga. Porque eu sempre acordava em hospitais?

-Então a Charlotte está bem? – David se senta ao meu lado, mal conseguindo segurar Miguel no colo. Ele estava ficando gordinho e pesado.

-Sim, amor.

Seguro sua mão, e sustento o meu olhar por alguns segundos. Mesmo sabendo que não podia confrontá-lo ali na frente das crianças, a necessidade de ouvir a verdade era incondicional.

Parecendo ler meus pensamentos, David diz que precisa levar as crianças para fora, e que vai conversar com o médico e saber quando terei alta.

Procuro por meu celular, mas aposto que não estava por ali em nenhum lugar. Aperto o botão de emergência e aguardo uma enfermeira entrar franzindo o nariz para mim.

-Está sentindo dor?

-Não. Desculpe, na verdade queria saber se posso usar um telefone aqui.

Ela me olha como se eu fosse uma criança diabética pedindo doce.

-Por favor – Acrescento com um olhar de súplica – É urgente!

Ela revira os olhos e abre uma gaveta. Um aparelho de telefone de cor branca está lá reluzindo.

-Disque o zero antes de digitar o telefone que vai ligar e deixe dar linha.

-Obrigada viiiu...

Falo quando ela dá as costas.

Disco o número do meu melhor amigo.

Will atende no terceiro toque.

-Não, Johnny! É do hospital... Alôoo!

-Oi, Will.

-Aaah! Você está bem? Puxa vida, você me matou de susto!

Penso se devo mesmo contar pra ele. Mas para quem mais eu contaria? Eu precisava dividir aquilo com alguém de confiança, e a ultima pessoa que poderia contar era para minha sogra.

-Estou bem. Estamos bem.

-A Lotte é uma pequena guerreira. Pobrezinha. Acho que nasceu na família errada.

-Will. Tenho que falar uma coisa muito séria com você. Sério, sério mesmo.

-O que foi? Tem certeza que está tudo bem? Você e David estão bem?

-Estamos. Mas não sei se ficaremos por muito tempo.

-Você conseguiu minha atenção. Fale logo!

-É que... – Olho para a porta, mas nem sinal de meu marido – Preciso falar com você pessoalmente – Não era seguro despejar aquelas coisas por telefone.

-Droga, Lily! Quer me matar do coração? O que você aprontou?

-Nada, Will! Quer parar de ser chato, um pouquinho? Preciso de você!

-Tá, vou pra sua casa, quando vai ter alta?

David surge na porta, com sua cara desconfiada. Eu estou seriamente considerando o fato de que aquele homem tem super poderes ou lê pensamentos.

-Ok, amigo. Obrigada por se preocupar! Estou bem! Vamos combinar aquele brunch lá em casa!

-Aaah, entendi! O seu garotão está aí e não quer que ele saiba da nossa conversa! – A voz debochada de Will me fez rir.

-Sim, bobão. É claro que você trará a champanhe já que eu não posso beber!

*

-Você está bem? – Seguro o rosto perfeito de meu marido e o beijo com urgência – Quer me contar alguma coisa?

-Estou bem, amorzinho. – ele beija a ponta do meu nariz e levanta minhas pernas, acomodando-as na cama – Agora me prometa que vai se cuidar. Prometa que não vai mais colocar em risco a vida da nossa filha!

-Eu não coloquei a vida da Charlotte em risco! – Esbravejo, indignada. – Você quem colocou!

-E por que eu coloquei, Lily?

-Você! – Tento me conter, para não chamar a atenção das crianças que brincavam na sala – Você sabe do que estou falando!

David me encara como se eu fosse uma louca e precisasse de ajuda. Eu odeio aquilo.

-Não, Lily Cristina, não sei. Quer me dizer alguma coisa? – Ele já está se afastando, como previ que fosse fazer.

-Eu é quem pergunto! O que você tem a ver com a morte de Enzo?

David paralisa e por um instante vejo suas pálpebras tremerem. Suas pupilas dilatam e seus olhos ardósia brilham. Mas é tudo tão rápido, e logo ele está vestindo sua máscara de novo.

-Não sei de onde tirou essa ideia. Me acusar de matar uma pessoa?

Enrubesço imediatamente, envergonhada.

-E-eu... David! Me perdoa por isso, mas estou no escuro! Se você sabe de alguma coisa, por favor, me conte! Se lembra que prometemos não esconder nada do outro?

Ele gira o corpo e me olha. Ele está vestido perfeitamente com uma camisa preta, que eu mesma tinha comprado pra ele. O medo de perdê-lo me consome por inteira, e eu sinto que vou perder o ar.

-Sim, amor. – Ele volta para a cama e se senta ao meu lado, beijando a minha testa – Eu não sei de nada, me desculpe. Tudo o que sei é o que você sabe. – Se ele estava mentindo, ele fazia isso muito bem – Amor, por hora você tem que ficar aliviada por saber que aquele crápula não é mais nenhuma ameaça.

-A ameaça maior é meu marido e pai de meus três filhos ir parar na cadeia!

-Céus! – David levanta, sem conseguir controlar sua raiva  - De onde você tirou isso, mulher? Acha mesmo que eu seria capaz de tirar a vida de alguém?

Me levanto, contrariando sua ordem de repouso e caminho até ele. Seguro sua mão e olho diretamente para seus olhos.

-Acho. Você seria capaz disso sim.

-Você enlouqueceu, meu amor – Ele acaricia meu rosto, deixando um rastro quente em minha pele – Acho que tem que descansar. Eu vou olhar as crianças...

-Você faria qualquer coisa pra me proteger. Você faria sim, David.

Ele suspira pesadamente e balança os cachos inconfundivelmente emaranhados.

-Vou olhar as crianças. – Ele se vira e solta a minha mão. Aquele simples gesto foi suficiente para sentir meu coração gelar como um iceberg. – Pare de pensar isso de mim, Lily.

Quando David sai, desabo na cama. Por que ele estava mentindo pra mim? Por que ele não confiava em mim?

A certeza que eu carregava em meu ser me consumia: David estava envolvido naquilo sim.

Mas como eu podia provar? Como eu poderia confrontá-lo? E o pior de tudo, se alguém descobrisse, o que aconteceria com ele? Eu não podia sequer imaginar David sendo preso. Sendo tirado de nós. Seria como se arrancasse minha alma e jogassem aos chacais.

*

-Quem trouxe? – Aponto para um vaso maravilhosamente belo de rosas brancas em cima da mesinha de café da cozinha.

David levanta o olhar de seu notebook e tira os óculos de leitura. De repente nossos olhos se encontram e eu sinto meu peito apertar como se estivesse no alto de uma montanha russa.

-Me desculpe, amor – Ele fala derrotado.

Corro para abraçá-lo e sento em seu colo. Minhas lágrimas ensoparam meu rosto e ele as limpa com a mão, delicada e suavemente, beijando cada detalhe de meu rosto após secar as lágrimas.

-Desculpa ter falado aquilo de você. Se você disse que não fez, eu acredito em você, David.

-Shhhhh.... – Ele beija meu pescoço, tocando suavemente minha clavícula – Não tem que se desculpar de nada, amor. – Ele enfia a mão dentro de meus cabelos e massageia minha nuca. Eu adorava aquilo tanto quanto adorava dias ensolarados – Vai ficar tudo bem, eu prometo.

-Não quero mais brigar... – Falo fungando e apoio a cabeça em seu peito ofegante – Nunca mais...

-Não vamos mais brigar. Eu prometo. Tudo bem? – Ele segura meu rosto e aperta, como se eu fosse uma criança levada – Eu te amo, Lilian. Mais do que tudo nessa vida. Mais do que minha própria vida.

-Eu sei. – Enfio os braços debaixo dos dele e volto a abraçá-lo – Eu te amo muito também.

-Foi o Kevin.

-O que? – Levanto a cabeça num sobressalto e o encaro com os olhos arregalados.

-Que trouxe as flores.

-Aaah – Levo a mão ao peito e David dá uma risada. – E tudo bem pra você?

Ele dá um tapa na minha bunda e eu mostro a língua, levantando e olhando as flores de perto. Eram lindas. O vaso era cheio de detalhes em escrita oriental, nas cores rosa e dourado.

-Tudo bem pra mim o Trapp ainda ser a fim de você? – Ele levanta uma sobrancelha e me olha ameaçadoramente sexy.

-Ele só me presenteou com flores, pois acabo de chegar do hospital.

-Bem, não parece isso. Acho que ele ainda gosta de você. – Vid dá de ombros, fingindo indiferença, mas percebo suas pálpebras tremerem.

-Depois de todos esses anos? – Sinto meu rosto arder como se tivesse levado duas bofetadas.

-Quem liga pra isso? – David sorri e faz o gelo do meu coração de derreter. – Quem está casado com você sou eu – Ele se aproxima e me pega no colo, envolvo seu corpo em minhas pernas e sinto um arfar vindo de seu peito – Quem toca sua pele macia sou eu. – Suas mãos acariciam meu cabelo – Quem está dentro de você literalmente sou eu.

-Seu pervertido.

-Quem é dono do seu coração, sou eu. – Sua boca quente beija meu pescoço e ele enterra o rosto em meu ombro – Portanto não ligo para as flores que ele manda.

-Você é tão convencido, David Luiz!

*

Ele ergueu a mão direita como se estivesse contando. — Coragem. Bondade. Amizade. Caráter. Essas são as qualidades que nos definem como seres humanos e acabam por nos conduzir à grandeza. E é disso que se trata a medalha Henry Ward Beecher: reconhecer a grandeza. Mas como fazemos isso? Como podemos mensurar algo como a grandeza? Mais uma vez, não há uma régua. Como nós a definimos? Bem, Beecher, de fato, tem uma resposta.

Gab e Miguel estão me olhando ansiosos, esperando o restante da história. Eu imaginava que a esse ponto já estariam sonolentos. Suas carinhas gordas e rosadas eram tão lindas que me dava vontade de beijá-los o dia todo.

-Querem mais?

-Sim mamãe!

-Mais! Mais!

-Ok, ok. – Me ajeito na cama, cubro um pouco mais seus corpinhos com a manta que eles adoravam e faço um pigarro teatral para voltar a ler, fazendo os dois rirem na mesma hora.

— “A grandeza”, escreveu Beecher, “não está em ser forte, mas no uso correto da força... Grande é aquele cuja força conquista mais corações...” Ele engasgou mais uma vez, de repente. Antes de continuar, levou dois dedos aos lábios por um segundo. — “Grande é aquele cuja força conquista mais corações pela atração do próprio coração.” Sem mais delongas, este ano tenho muito orgulho de conferir a medalha Henry Ward Beecher ao aluno cuja força discreta conquistou a maioria dos corações... August Pullman, por favor, venha receber seu prêmio.

Leio cada palavra do livro Extraordinário bem devagar, para fazer as crianças entenderem o que queriam dizer.

As pálpebras de Gabriel estão pesadas, e de vez em quando ele tomba a cabeça pro lado, mas pisca rapidamente e abre bem os olhos, para ouvir o restante da história.

As pessoas começaram a aplaudir antes mesmo que eu registrasse as palavras do Sr. Buzanfa. Ouvi a Maya, que estava do meu lado, dar um gritinho de alegria ao escutar meu nome, e o Miles, do outro lado, deu um tapinha nas minhas costas. “Levanta, vai lá!” diziam as crianças à minha volta, e senti um monte de mãos me empurrando para que eu saísse da cadeira, me guiando até o fim da fileira, batendo nas minhas costas e na minha mão. “Mandou bem, Auggie! É isso aí, Auggie!” Ouvi até as pessoas gritando meu nome. “Auggie! Auggie! Auggie!”

Mordo os lábios quando vejo minhas duas estrelinhas roncando bem de leve. Seria difícil levantar dali sem que eles percebessem.

Fecho o livro e coloco a pétala da rosa que Kevin me deu para marcar a página e guardo o livro na gaveta do criado mudo. Levanto sorrateiramente e me deparo com David na porta do quarto das crianças.

-Oooi! – sussurro e percebo que ele estava chorando.

Corro até ele, que por sua vez me abraça tão forte que faz meus braços doerem esmagados.

-O que foi?

-Eu amo tanto você, Lily... – Sua voz está rouca e quase não sai. – Vamos nos deitar.

Pego sua mochila e tiro sua jaqueta e a penduro. Ele ainda está com a roupa do treino.

-Vou preparar um banho bem quentinho e gostoso pra você, tá bom?

-Fica comigo... Tá?

-Mas é claro que ficarei? Você é o melhor marido do mundo. – Dou um beijo demorado nele, que cambaleia e segura meu pescoço com agressividade – Você é uma delicia sabia, David Luiz?

Ele ri, e eu consigo suavizar o clima pesado. Seja o que for, ele me contará. Não quero mais forçar a barra com ele, porque sei que nosso casamento não funciona assim.

Ligo a banheira e deixo a água quente enchê-la. Pingo algumas gotas de essência de jasmin, que deixa a pele bem cheirosa. – Amooor. O banho está pronto!

Ouço ele gritar dizendo que já ia, e aproveito para tirar toda a minha roupa e me enfiar dentro da banheira.

Quando ele chega no banheiro, completamente nu, eu dou uma olhada indiscreta para seu corpo. Cada detalhe, mordendo o lábio inferior e segurando o sorriso involuntário que surgiu nos meus lábios.

-Que bom que vai me fazer companhia, minha senhora. – Ele abre seu sorriso perfeito e se junta a mim.

Deslizo para o meio de suas pernas, e ele lança os braços ao redor de meu corpo. Suas mãos entrelaçam as minhas.

-Quer me contar o que aconteceu, amor?

Ele fica em silencio por alguns minutos, que para mim pareceram horas de martírio.

-Quero, Lily. Eu vou te contar.

 

Continua.


Notas Finais


Comentem o que acharam por favor?

Bjos, amo vocês ❤ ❤

link da primeira temporada https://spiritfanfics.com/historia/the-murderer-5487331


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