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História The killer of my life - 43. Precisamos de tempo.


Escrita por: MaduCristelli

Capítulo 44 - 43. Precisamos de tempo.


Point Of Views Zayn Malik

A loura passou por nós, seu olhar gélido não se encontrou com o meu. O meu corpo entrou em estado de transe e a minha cabeça rodou. Eu estava vendo uma miragem? Uma das várias que meu cérebro criou ao longo dos meses?

Eu engoli em seco, o ar quase não chegava aos meus pulmões e quando ela finalmente me olhou eu soube que esse momento era tão real quanto eu. Os garotos estavam tão apavorados e paralisados quanto eu. Morgana sorriu para mim, o sorriso do mesmo jeito que eu me lembrava.

— Sua vadia! — Allison gritou, cortando o clima de suspensa que se instalara entre nós. — Nem o inferno quis a sua companhia de merda.

— Ahh, para vai. — O tom de ironia e o sorrisinho nos lábios, presentes como sempre, aqueceram o meu coração. — Eu só fui reservar o seu lugar. — Fez uma breve pausa. — Vamos acabar logo com isso, né? — Morgana se aproximou da loura furiosa. — Olá, Lee! Quanto tempo, querida! Confesso que senti a sua falta.

— Você deveria estar morta, queimando no inferno, sua desgraçada. — Ela disse tentando estacar o sangue de sua perna.

— Era o desejo de muita gente, Allison. — Morgana disse se abaixando. Eu prestava atenção em cada movimento dela, o medo de perdê-la de vista tomou conta de mim.

Eu estava com medo de fechar os olhos por tempo demais e nunca mais a ver, estava com medo de algo tirar a minha atenção da sua voz e nunca mais ouvi-la, eu queria calar Allison com um tiro no meio da testa para que somente a voz de Morgana fosse presente.

— Deixa eu te contar uma historinha: eu morri e ressuscitei. — Riu, atrapalhando os meus devaneios. — É um resumo, daqueles que ocultam muita coisa, mas você entendeu. Engraçado, né?

— Lavigne! — Allison rosnou. Provavelmente sentindo dor.

— Você deveria ter respondido as perguntas, Lee. — Morgana disse baixinho e começou a brincar com o buraco da bala. — Não era para a minha aparição ser agora. — Suspirou, mas foi cortada pela loura.

Allison Lee gritou, desesperada e descontrolada. Brian afastou Morgana delicadamente de Lee e rapidamente amarrou as pernas da prisioneira, a amarrou na cadeira com firmeza, deixou-a presa suficiente para Morgana continuar com o que estava fazendo.

— Onde estávamos? — A loura se abaixou novamente.

— Por favor! — Allison sussurrou.

— Vai me falar? — Ela sussurrou, mas Allison se calou de repente. — Lee, me ajuda para te ajudar.

— Você vai me matar de todo jeito.

— Na verdade os meus planos para você são outros e, além do mais, eu não quero sujar minhas mãos.

— Mas eu não me importo. — Brian disse interrompendo Morgana. — Então, fale logo, não  tome o meu tempo.

— Tudo bem. — Suspirou derrotada, talvez cansada demais por causa da perda de sangue.

— Hm, boa garota. — Ela se levantou.

— Tem… tem um lugar, um lugar em Vermont. — Disse olhando o além. — É um ótimo lugar, um estado rural, com várias rotas de fuga. — Sorriu, como se fôssemos burros por não pensarmos antes. — A norte ele tem uma linda divisa com o Canadá, que convenhamos seria um ótimo país para ele, a leste ele foge pra Nova Hampshire, a sul ele tem uma rota de fuga para Massachusetts e a oeste para a tão maravilhosa e sonhada Nova Iorque, mas claro, para lá ele não voltaria, não é mesmo? — Ela olhou Morgana. — Tente procurar por alguma casa, alguma cabana ou sei lá. Lago Champlain, uma dica valiosa. — Sorriu. — Estou sangrando, querida. — Apontou para a perna sangrenta e Morgana levantou.

— Obrigada, Lee! — Inclinou um pouco a cabeça e virou para sair, mas antes virou-se para ela. — Eu estava me esquecendo. — Morgana, em um gesto rápido, engatilhou a arma e atirou nos pés da garota. — Tenha uma boa e curta estadia no seu presídio.

E saiu.

Todos a seguiram, menos eu. Eu estava estático, ainda não conseguia processar o fato dela estar bem, o fato dela estar viva. Claro, isso era ótimo, mas por que ela se escondeu?

— Malik! — O grito de Lee soou longe.

Eu sair do transe quando alguns homens entraram e começaram a cuidar dos ferimentos da garota. Eu a olhei por alguns segundos antes de sair do galpão, o pedido de socorro silencioso da garota não me comoveu, então logo adentrei a casa onde provavelmente todos estavam. Ajeitados, todos estavam na sala quietos demais e meus amigos olhavam Morgana como se ela fosse de outro mundo.

— Como você está viva? — Niall perguntou, a confusão tomando sua voz.

— É difícil se ver longe de mim, Niall!

— Será que vocês podem me explicar? — Eu perguntei. Morgana me olhou.

— Antes de começar com o momento clichê. Que porra você acha que está fazendo? — Brian gritou. — Era pra você ter se mantido em segredo até conseguirmos resolver tudo. — Eu engoli em seco com a frase dele.

É claro que ele sabia.

— Não seja ranzinza, Brian. — Ashley o cortou. — Foi uma linda aparição.

— Eu sei. — Morgana sorriu e se jogou no sofá. — Além do mais, vocês não estavam dando conta da garota. Agora, fiquem a vontade, garotos. Vai ser uma longa noite.

— Por que? — Eu me peguei dizendo. — Você por um acaso tem noção do que fez… do que me fez passar? — A sala ficou em silêncio com a minha confissão.

— Zayn, — Ela sussurrou o meu nome. — eu sinto muito. Eu vi o seu sofrimento e eu realmente sinto muito. — Sua voz soou baixa e sincera, e quando eu a olhei, ela rapidamente desviou os olhos. — Mas… ele foi necessário.

— Necessário, Morgana? — Eu alterei a minha voz. — Porra nenhuma. Você se quer pensou em mim, você se quer pensou nos seus pais, você nem pensou na sua irmã. — Ela se levantou, os olhos ardendo em chamas. — Você é tão hipócrita e egoísta.

— Cala a sua boca. — Ela disse com os dentes trincados. — Você não tem esse direito.

— Zayn, fica calmo, cara. — Liam disse pegando em meu ombro e eu me afastei um pouco de Morgana.

— Eu não sou egoísta. — Sussurrou. Os olhos marejados. — Eu… eu fiz tudo por você, tudo pela minha família, mas egoísta é uma coisa que eu não sou. — Disse apontando o dedo em meu rosto. — A sua dor... — Deu uma pausa. — eu sinto muito mesmo por você ter a sentido, mas... fez Henry acreditar na minha morte e… — Cravou os olhos em mim. — eu não me arrependo.

— Tinha que parecer real, Malik. — Brian disse.

— Mas… — Eu tentei, mas Ashley me cortou.

— Zayn, real tipo real. — Ela disse calma. — O seu semblante, as suas ações, não seria tão real se você soubesse da verdade, tem que entender.

— Explica tudo do começo, por favor. — Harry pediu. Com mais classe e mais sabedoria do que eu.

— Quando eu foi levada pela ambulância… — Ela começou, mas parou de repente. — Brian? — A voz embargou.

Meu coração quebrou.

— Claro. — Sorriu de modo reconfortante. — Quando Morgana foi levada, ela realmente morreu no caminho, o coração dela parou por causa do sedativo e do choque. O meu show no hospital foi de verdade, Malik, eu não sou um bom ator. — Riu meio nervoso e vi Morgana revirar os olhos. — Quando voltamos para dentro da sala, o médico veio com a notícia de que captou alguns batimentos e o pulso bem leve, e então você já sabe.

— Eu tive a ideia. — Ashley disse. — Forjar uma morte seria o ideal para montarmos o nosso plano e termos mais tempo, só precisávamos de tempo.

— Agora principalmente. — Morgana sussurrou.

— Como assim?

— Eu estou grávida, Zayn. — Os olhos dela marejaram.

Mas, eu não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim.



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