História The Killing Joke - You Know Who I Am?

<<< HA HA HA >>>

A noite estava fria, o céu não estava nada estrelado, apenas com a lua cheia, o vento estava forte, os postes davam uma pequena iluminação por aqui. As casas estavam todas apagadas, mostrando que todas as famílias já estavam na cama, ninguém queria estar na mira de uma máfia, não qualquer máfia, a máfia do Palhaço, todos em Gotham eram inteligentes, eles não arriscavam suas vidas andando a noite pela rua.

Não havia mais ninguém nas ruas de Gotham City, até porque ninguém seria louco de andar a essa hora da noite por aqui, bem, digamos que eu era uma pequena exceção.

Meu turno de trabalho acabava às nove horas da noite, depois eu sempre iria para a academia de ginástica, que se iniciava as nove e meia, e então finalizava as onze horas. Eu não temia nada, isso porque eu sempre estava com o meu carro, é claro, era muito mais seguro do que andar sozinha à noite, porém ele estava na mecânica dessa vez, pois havia acontecido um pequeno problema com o motor. Eu podia ter pegado algum metrô, um táxi ou talvez um ônibus, mas dificilmente você encontra esses transportes por aqui a essa hora da noite.

Meus passos eram rápidos, provavelmente faltava pelo menos um quilômetro para eu chegar até a minha casa. Olhei para os dois lados da rua vendo se algum carro estava passando, acho que agora nem era muito necessário, quase não há carros na rua, e se tiver sempre estão ao Norte de Gotham. Escutei sirenes das viaturas da SWAT, passando em grande velocidade pela rua deserta em que eu estava, eram dois carros e uma van. A van e um dos carros passou, já o outro foi estacionando perto de mim, eu não temi, pois era um carro policial, nada de mais. A janela da frente onde o motorista se encontrava estava na minha frente, então o vidro se abaixou. Um homem. Óculos, cabelos cor de mel, um bigode escuro, aparentemente velho com seu uniforme de policial. Comissário James Jim Gordon, ele era conhecido em toda a cidade, ele ajudou o Batman diversas vezes, e era um excelente policial.

— Stª. Quinzel? O que faz à essa hora por aqui? — Ele perguntou olhando para mim, com suas mãos no volante. Comissário Gordon já me conhecia, nós sempre nos encontrávamos por acaso no Asilo Arkham, quando o mesmo fazia questão de levar algum criminoso para lá. Passei minha língua umedecendo meus lábios, e então o respondi:

— Meu carro está com problemas. — Falei.

— Oh, claro. Precisa de uma carona? — Perguntou sendo educado. Sorri fraco e neguei com a cabeça, ele estava trabalhando, eu não iria incomoda-lo, sem falar que eu sabia muito bem ir sozinha para casa, eu era muito independente.

— Não, obrigada. — Agradeci, e então olhei para o sentido onde os dois veículos da SWAT haviam ido. — Alguém fugiu da presidiária?

— The Joker causando o caos em Gotham. — Explicou-me. Ah, claro, eu já podia ter imaginado. The Joker, nome original, pelo o que vejo nos noticiários adora chamar atenção de todos, principalmente do Batman. — A senhorita não viu algum sinal dele por aqui?

— Não — Digo para ele que olhou para frente. —, mas boa sorte, Comissário. — Desejei. Ele assentiu, e fechou o vidro do carro. Ele logo deu partida no carro indo procurar o "Coringa", ninguém sabe como chamá-lo ao certo, muito menos eu. Logo que o carro se foi, eu atravessei a rua e continuei andando até chegar à minha casa, mas me perguntei, por que o Batman já não havia pego o Palhaço? É o seu trabalho proteger Gotham, não é? Foram inúmeras vezes que ele teve a chance de acabar com o Joker. Não entendo porque ainda não o matou, Batman sempre foi superior a todos os ladrões ou mafiosos, ele adora dar uma surra antes de prender seus "vilões", e isso acaba virando rotina. Eu não o vejo como um herói, assim como toda a nossa população vê. Ele sabe que se não colocar um fim nesses tipos de pessoas, Gotham nunca iria ficar em paz.

Batman é conhecido mundialmente, assim como Super Man e a Mulher Maravilha. Eles são os heróis, mas eu realmente não consigo os adorar como toda a sociedade, isso soa tão falso. Não estou dando razão aos vilões, longe disso.

Olhei para o chão, vendo onde eu pisava e olhei meus passos. Cruzei os braços para me proteger do frio.

— Ei, ei, docinho. — Assustei-me com aquela voz desconhecida. A tal pessoa havia me pegado de surpresa, realmente. Eu sou uma pessoa muito atenta, muito focada e muito esperta. Como é que eu não percebi nenhum sinal de que alguém estava me vigiando?! Ele surgiu-se de uma casa, que estava inteiramente fechada, melhor, a casa estava fechada, mas o portão de entrada não. Encostei-me na parede com o susto que levei e olhei para o homem. No inicio sua imagem ficou um tanto embaçada, pois eu estava sem meus óculos para poder enxerga-lo melhor. Um Palhaço. Eu não esperava por isso, era muito falta de sorte mesmo. — Você me parecia apressada. — Comentou. Minha respiração se acelerou um pouco. Seu rosto estava escuro, pois ele estava contra as luzes, ao contrario de mim que recebia toda a claridade. — Assustada? — Fez outra pergunta.

— Não. — Respondi. Fiquei assustada pelo jeito que ele me assustou, não por ele estar na minha frente. Só estava surpresa, The Joker estava em minha frente, e isso era muito irreal para uma pessoa como eu. Sem desesperos. Pensei comigo mesma.

— Você sabe quem sou eu? — O Palhaço me perguntou. Ele era uns dez centímetros mais alto que eu, não era tanta diferença, mas eu tinha que olhar para cima para poder ter uma visão de seu rosto. The Joker inclinou um pouco sua cabeça pra trás e suspirou.

— O quê você quer de mim? — Eu arrisquei. Eu não respondi sua pergunta. O que o Príncipe Palhaço do Crime iria querer de uma mulher de vinte e três anos andando sozinha numa rua deserta a noite? Eu podia ser morta a qualquer momento, sem ter que pensar nas pessoas que sentiriam a minha falta.

Ninguém sentiria a minha falta.

— Oh, querida... Doutora Quinzel. — Ele sorriu brincalhão. Seu sorriso chamou minha atenção diretamente, era fascinante. Ok, espere! "Oh, querida... Doutora Quinzel". The Joker sabia o meu nome, ou pior, o meu sobrenome. E eu fiquei realmente curiosa por dentro e me perguntei "Como é que ele sabe?". The Joker ameaçou encostar uma de suas mãos no meu braço, mas desistiu rapidamente, o mesmo apenas ajeitou meus cabelos para trás do meu ombro. — Eu quero apenas... — Ele dava um pequeno tempo antes de dizer algo, e esse "algo" era o que eu mais queria ouvir. Esse homem é estranho. Eu estava temendo sua resposta, pois ele abriu um sorriso maior ainda quando foi finalmente completar sua frase. — Brincar.

Brincar?

As sirenes voltaram, e eu pude perceber que as viaturas estavam se aproximando rapidamente pelo barulho. Eles o encontraram. The Joker não me pareceu nada preocupado, ele não demonstrou nada, nem medo, nem pavor, nem ao menos felicidade, é isso que um palhaço sempre demonstra a felicidade, seu sorriso. Quem deveria ter olhado para os lados era ele, mas eu não resisti, eu olhei para ver onde o departamento de policia estava, e logo voltei a olha-lo novamente. The Joker ainda me encarava, olhos nos olhos. Ele levou sua mão direita na direção dos meus lábios, e colocou seu dedo indicador ali, fazendo o sinal de silêncio. Aquilo foi um tanto... Um tanto... Atraente. Ele sussurrou:

— Shhh. — Para mim. E seu sorriso já havia desaparecido aos poucos. Era melhor correr. Corra! Uma pequena voz em minha mente falou dentro de mim. Mas quem deveria correr? Eu ou ele? — Nos vemos em breve, Doutora.

Voltou a sorrir.