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História The Lake - O lago - Capítulo 1 - O lago e o campo


Escrita por: R_P_Foxy

Capítulo 1 - Capítulo 1 - O lago e o campo


O lago sempre fora belo, dentre todas as características daquele imenso lugar, nada mais se destacava tanto. O lago com seus quilômetros de extensão, formava um círculo perfeito em volta de uma ilha, que, para quem estava a uma das muitas margens do lago, mais parecia um grande castelo. Somente quem já havia chegado até aquela ilha, sabia se aquela construção era real ou só mais uma ilusão criada pelas águas.

  As águas que formavam o majestoso lago, eram cristalinas e podia-se facilmente enxergar quase todas as espécies que viviam ali dentro, desde o mais pequeno, até o maior peixe. As águas também eram profundas, e, apesar de serem quase transparente, era impossível enxergar o fundo daquele lago, sem nadar até o fim da escuridão que se formava abaixo daquelas águas.

  Em volta do lago, três quilômetros de campo aberto formavam um círculo perfeito, delimitado por uma densa e escura floresta. Apesar de ser completamente aberto, o campo possuía algumas plantas, cheias de flores e frutos, com os mais variados sabores, cheiros e aparências. O campo era tão lindo quanto o lago.

  A floresta no fim do campo, estava fora do alcance de qualquer um que morasse no campo ou no lago. Era estritamente proibido entrar no meio daquelas árvores assustadoras.

  Aproveitando que toquei no assunto, os moradores do campo eram um pouco estranhos, mas, felizes. Eles possuíam aparências diferentes, alturas diferentes, vozes diferentes e personalidades diferentes. Apesar de todas as diferenças, eles viviam como se fossem uma única família, e, intrigas ou brigas não existiam ali. Os campistas andavam por sobre suas pernas, corriam de um lado para o outro, e, as vezes, se arriscavam em um breve nado no lago.

  Os moradores do lago eram um pouco mais “estranhos”. Eles também possuíam suas próprias diferenças entre si, mas, ao contrário dos campistas, eles não possuem pernas. Seus membros inferiores eram quase longas barbatanas que os ajudava a se locomover mais facilmente dentro da água. Inclusive, eles conseguiram ficar horas e horas embaixo da água, sem precisar subir para respirar ar puro.

  Por mais que os moradores dos lagos fossem completamente diferentes dos campistas, eles sempre se aproximavam das margens do lago, e passavam o dia conversando com os moradores do campo. Ambos os povos viviam em harmonia, assim como parecia correto aos seus olhos.

  _ E aquele castelo lá na frente? Você já foi lá? – o jovem Gruny, curioso como sempre foi, fazia a mesma pergunta todos os dias para o seu amigo das águas.

  _ Eu nunca cheguei perto de lá. Mas, até os adultos são proibidos de falar sobre o que existe lá. – Hyo era tão jovem quanto o outro garoto, e, apesar de possuir a mesma curiosidade, respeitava a lei dos mais velhos com bastante seriedade.

  _ Ah... Mas, ninguém nunca fala nada sobre lá?

  _ Bem, quando eu era mais novo, minha mãe dizia que se eu continuasse seguindo as leis de nosso povo, eu poderia morar quando chegasse a hora certa.

  _ Quando é essa hora?

  _ Ninguém sabe.

  _ Como assim?

  _ Segundo minha mãe, um homem mora lá, desde muito tempo atrás, e, quando ele abrir o portão do grande castelo, uma “ponte” surgirá, e vocês, do campo, poderão ir até a ilha andando. Esse será o sinal de que eu poderei morar na ilha.

  _ Como assim “ponte”? Você acha que existe um tronco tão grande que possa ligar o campo á ilha?

  _ Acho que essa “ponte” pode ter vários significados, mas, eu quero muito ir morar na ilha!

  _ Por quê?

  _ Eu não sei. Só sei que pensar em morar lá, trás uma sensação de felicidade que não dá pra descrever.

  _ Não sei se eu entendi direito.

  _ Acho que nem eu entendo direito. – Hoy não podia evitar o riso, ao ver a expressão confusa do outro garoto.

  _ Como é poder nadar o dia inteiro? Eu não sei nadar ainda!

  _ Bem, pra mim é algo normal. Posso dizer que é a mesma coisa que andar para você!

  _ Ah. Eu esqueci que você nasceu no lago. – Gruny pareceu um pouco decepcionado.

  _ Você não sabe o quanto de inveja eu tenho de você.

  _ Por quê?

  _ Você pode correr, pular, se agachar, se arrastar pelo chão de um lado a outro. Você até consegue se sujar na terra! Eu só vivo na água!

  _ Mas, você pode nadar até o fundo do lago. Você pode brincar com os peixes. Eu só posso observar e imaginar como é o fundo do lago.

  _ Eu ainda não posso me aproximar do fundo do lago. Os adultos dizem que existem perigos enormes naquela escuridão.

  _ Eu também não posso me aproximar da floresta. Meu pai disse que os abandonados vivem lá.

  _ Abandonados?

  _ Sim. Pelo que eu entendi, são pessoas que decidiram viver na floresta a muito tempo atrás, por medo ou raiva das pessoas que vivem no campo e no lago.

  _ Eu nunca tinha escutado nada sobre isso!

  _ Meu pai disse que só os adultos sabem sobre isso, e, que ele só me contou para que eu nunca me aproximasse daquele lugar!

  _ Mas, e as outras famílias? As outras crianças não sabem sobre isso?

  _ Provavelmente sim, mas, ninguém fala sobre, talvez, para que a ideia não faça com que ninguém tome uma atitude errada.

  _ Entendi. Eu preciso ir embora agora. Minha mãe me disse para voltar antes do sol se esconder hoje. Parece que vai ter um evento especial no lago.

  _ Tudo bem. Amanhã, no mesmo lugar, assim que o sol chegar ao topo do céu?

  _ Sim. Nós nos vemos amanhã. – Hoy se despediu com um abraço, e, após se soltar, se afastou rapidamente pelas águas do lago.

  _ Amanhã você me conta tudo sobre esse evento! – Gruny gritou para o amigo, mas, infelizmente, este já estava longe demais para o ouvir.

  O lago começou a ficar movimentado, pois todos os outros jovens que estavam nas margens, voltaram nadando para o meio do lago, mas, longe daquela ilha. Talvez, aquele tal evento seja realmente importante.

  Enquanto o lago se agitava e acalmava rapidamente, o campo começou a ficar silencioso, já que, a medida que o sol ameaçava se esconder, todos se ajuntavam perto de suas próprias cabanas, prontos para acender suas fogueiras, e desfrutar da refeição noturna.

  Todos os jovens estavam indo diretamente para suas cabanas, e, até Gruny parecia cansado demais para mudar seu trajeto, mas, a ideia de descobrir quem eram os abandonados ficou girando em sua mente, o que fez com não tirasse os olhos da escura floresta enquanto seguia para o seu lar.

  _ Pequeno Gruny, por que você parece meio distante hoje? – a mãe do garoto parecia preocupada com ele, mas, apesar disso, ainda mantinha um sorriso caloroso no rosto.

  _ Por acaso, aquele menino do lago disse algo que te ofendeu? – apesar do pergunta, o Pai dele não acreditava que aquilo era possível, então, acabou que ele só o fez por preocupação também.

  _ Não, pai. Como sempre, a gente nunca se despede irritado um com o outro.

  _ E espero que continue sendo assim! – a mãe dele estava quase dançando, enquanto colocava uma grande panela escura sobre a fogueira que seu pai acendera.

  _ O que teremos hoje? – o garoto cheirou o ar, procurando identificar qual era a receita do dia.

  _ Ensopado de bacalhau.

  _ Incrível... – Gruny quase babou quando viu aquele grande peixe sendo fatiado e colocado para ferver junto da água borbulhante.

  _ Vai lavar esse corpo, Gruny, e chama sua irmã lá dentro para comer.

  _ Tudo bem.

  A cabana em que moravam, assim como todas as outras, possuía um banheiro para as necessidades, que era limpo entre sete ou oito vezes ao dia, e um banheiro para a limpeza do corpo. Dois ou três quartos, e uma varanda do lado de fora, onde era preparado qualquer alimento quando não havia chuva.

  Para chegar no lavatório, era necessário dar a volta na cabana. No caminho, Gruny bateu três vezes em uma das paredes de madeira, e deu o recado que sua mãe pediu para sua irmã mais velha.

  Sua irmã o respondeu e ele seguiu para se limpar após mais um dia de conversas. A entrada para o banheiro era um pouco escuro, mas, no campo, não haviam motivos para se ter medo de nada, então Gruny caminhou sem preocupação alguma. Quando ele estava para abrir a porta, um vento gelado lhe roçou a pele, o fazendo se arrepiar pela primeira vez em sua vida, e, uma voz, soou pelo vento, calma e sedutora.

  _ Gruny... Pequeno Gruny... Olhe para mim...



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