História The Last Butterfly (Camren) - Capitulo 20

04/07/12

Depois da conversa que tive com Lauren ontem à noite, eu peguei minhas coisas, as levei até o quarto de hospedes e dormi. Como de costume, eu sonhei com ela, mas dessa vez eu sonhei com a plena certeza que em breve tudo será realidade. Eu levantei e fui fazer minha higiene matinal, não sabia se alguém estaria em casa e por isso decidi acordar mais cedo para comprar algo para comer. Ao abrir a porta do quarto, um aroma de café recém coado invadiu minha narina e eu senti meu estomago urrar como resposta. Caminhei até a cozinha e vi a mesa posta. Logo percebi que não estava sozinha em casa, mas não imaginava se estaria acompanhada de Lauren ou Ally.

-Bom dia.

-Bom dia, Ally. – Disse um tanto quanto decepcionada por saber que era ela e não Lauren. – Chegou que horas?

-Nesse exato momento. – Ela sorriu e olhou para a mesa. – Nossa, Mila, se soubesse que seria recebida com mesa posta, já teria deixado você morar comigo a muito tempo.

-Não foi você que fez isso? – Perguntei confusa e ela negou da mesma forma. – Lauren?

-Provavelmente. – Ela disse surpresa. – O café é normal, mas a mesa posta? Isso aí é novidade.

-Ally, onde ela está? – Perguntei ignorando a malicia em seu olhar.

-Provavelmente no hospital. Hoje o plantão dela começava cedo.

-E quando ele acaba?

-As onze, se ela não tiver nenhuma cirurgia. -  Ela disse e eu sorri. – O que foi?

-Preciso de sua ajuda para fazer uma coisa quando ela sair.

-Mila, você sabe que eu te amo, mas eu amo a Lauren também e eu não vou te ajudar a partir o coração dela novamente. – Ela disse e eu senti um incomodo se instalar em mim. – Você não tem ideia de como ela ficou nesse último ano desde que você se foi. Ela conseguiu estragar “O Guarda-Costas” e “10 coisas que odeio em você” por conta da choradeira. Eu não sou capaz de ver minha amiga da forma que ela estava nos dois primeiros meses desde sua partida. Pode até ser do jeito dela, mas ao menos ela fez alguma evolução neste último tempo.

-Ally, eu não quero magoa-la. – Disse e suspirei. – Eu quero faze-la entender que eu a amo e que eu não sei mais como viver sem tê-la comigo. Eu preciso tê-la, Ally. Não foi somente ela que ficou mal, eu também sofri com tudo isso. Entretanto, nós concordamos que aquele não era o momento para ser, agora eu já acho totalmente o contrário. O destino me deu uma segunda chance e eu não irei desistir dela sem lutar. Você pode me ajudar ou não?

-O que eu posso fazer para te ajudar, Mila?

(...)

-Vero, realmente não tem problema? – Perguntei a menina receosa. – Você tem sua rotina e eu poderia muito bem pegar um táxi.

-Que isso, Mila. A loja de aluguel é no caminho do estágio, não é incomodo algum. – Ela me disse simpática. – Está tudo bem?

-Está sim, por que não estaria?

-Não sei. – Ela deu de ombros. – Você só está diferente de ontem, sabe? Mais nervosa, não para de esfregar suas mãos uma na outra, rola seu olhar por todo o canto e sua respiração está descompassada. Você está ansiosa com algo.

-Por algum acaso você faz psicologia? – Brinquei e ela riu.

-Psicanalise. – Ela me corrigiu e sorriu.

-Legal. – Disse e tentei me acalmar, eu realmente estava ansiosa. – Você tem quantos anos?

-Tenho vinte e dois.

-Achei que você era mais nova.

-Só porque eu ainda estou na universidade? – Ela se fez de ofendida e eu na hora acreditei que realmente tinha falado algo indevido. Ao perceber minha expressão ela gargalhou. – Estou brincando.

-Idiota. – Rolei meus olhos, mas sorri logo em seguida. – Então, conte-me de onde você veio, sua história de vida....

-Menina curiosa. – Ela brincou novamente. – Bom, eu sou da Austrália, e recebi proposta de estagio aqui em Miami. Eu só preciso estagiar e consigo meu diploma, poderia facilmente arrumar algo por lá mesmo, mas eu sempre quis vir para os Estados Unidos. Então decidi fazer um intercâmbio e aceitar o emprego nesse consultório que trabalho. Acabei caindo na casa de Dinah e conheci as meninas, elas são incríveis. Principalmente a branquela da Lauren, nós nos aproximamos bastante. Ela é uma das melhores pessoas que conheci, mesmo não estando nos seus melhores momentos segundo as meninas.

-Lauren é realmente incrível. – Disse e senti um sorriso tímido se forma em meus lábios. Vero me olhou e sorriu travessa. – O que?

-Essa sua cara de boba aí. – Riu novamente. – Então é você?

-Eu o que?

-A menina que roubou o coração dela. – Ela disse eu senti aquelas sensações já conhecidas por mim. – Você que é a Camila da Lauren.

-O que? – Perguntei confusa. – Recebi um rotulo sem saber?

-Claro, Lucy e eu que damos.

-Lucy? – Perguntei incrédula, ela não poderia estar falando da mesma Lucy que eu imaginei.

-Sim, ela mesma. – Ela respondeu como se lesse meus pensamentos. – Depois que Lauren terminou com ela por causa do que sentia por você, ela ficou mal, mas aí eu cheguei e a fiz ser feliz novamente. Ela estava destruída, mas nada que um novo amor não resolva. No começo foi difícil, ela odiava as duas, mas agora torce por vocês. Ela percebeu que, quando se diz respeito ao amor, nós não conseguimos controlar.

-Não poderia concordar mais. – Disse e suspirei. – Eu juro que tentei evitar de me apaixonar por ela, até a mandei correr atrás de Lucy, mas isso que sinto – Disse colocando a mão em meu peito. – só aumentou a cada dia. Eu tentei nadar contra a maré, mas acabei me afogando.

-E o que você vai fazer agora? – Ela perguntou interessada. – Você sabe que ela se sente da mesma forma, não tem mais Lucy ou qualquer outra coisa no caminho de vocês. Não existe mais empecilhos para vocês serem felizes, Mila.

-Só a falta de confiança dela em relação a mim ou ao o que sinto. – Suspirei pesadamente ao final.

-Está na hora de você mudar isso, demostrar como você realmente se sente. Pense, ela abriu o coração e, propositalmente ou não, você brincou com seus sentimentos. É normal não confiarmos em alguém que nos viu tão expostos e não se importaram, ou demostraram não se importar.

-Eu sei, é exatamente por isso que eu vou conquistar a confiança dela. Aos poucos, mas vou. Eu não posso mais viver sem tê-la, Vero. Eu a amo incondicionalmente, Lauren Jauregui é o amor de minha vida. – Ela estacionou o carro e me olhou sorrindo.

-Então vai atrás dela, Mila! – Vero esbravejou sorrindo. – Não desista, mesmo que Lauren diga o contrário, ela te ama e quer que as coisas entre vocês aconteçam mais do que tudo. Mesmo que as coisas pareçam perdidas entre vocês, lute por esse amor pois ele é raro e único. Vocês literalmente foram feitas uma para a outra.

-Obrigada, Vero. – Deixei um beijo em sua bochecha e sai do carro.

-Já que é a editora que está pagando, pegue um que presta! – Ela gritou do carro, buzinou e saiu logo em seguida.

Eu entrei na grande locadora de carros enquanto sorria. Vero é muito parecida com Dinah e eu me pergunto se aguentarei as duas juntas por muito tempo. Ao entrar, um rapaz caminhou até mim com um sorriso simpático que prontamente foi retribuído. Ele me cumprimentou e mandou eu ir com ele até o lado de fora da loja para olharmos os carros. Nós fomos e eu fiquei maravilhada com a variedade que tinha ali, e confusa também. Eu não tinha a mínima ideia do que queria.

-Tem algum em mente? – Ele perguntou ainda sorrindo.

-Não tenho a mínima ideia, o único modelo de carro que conheço é o fusca. – Disse e nós dois gargalhamos.

-Bom, pelo o que reparei em você, acho que poderá gostar desse aqui. – Ele me lançou um sorriso galanteador e se virou, quando ele o fez somente revirei meus olhos. Ele parou ao lado de um carro conversível azul e eu achei ele extremamente lindo. – Esse aqui é um Mini Cooper S Roadster, totalmente sua cara, certo?

-Na verdade não. – Sorri ironicamente para ele.

-Deixe-me tentar novamente. – Ele começou a me analisar de cima a baixo e logo depois começou a andar até outro carro. Ele também era lindo, mas eu não ficaria com ele somente para não demostrar ao vendedor que ele estava certo. – Esse aqui é um Mercedes-Benz SLK 250 Turbo 2012. É impossível ter errado dessa vez.

-E se eu disser que errou? – Sorri vitoriosa quando vi sua expressão mudar. – Na verdade eu quero aquele ali.

-Um Mercedes-Benz SL 500? – Ele me perguntou confuso. – Jamais imaginaria que ele seria seu estilo de carro.

-Pois é ele que quero. – Tratei de falar logo. – Preto mesmo.

-Tudo bem, vamos finalizar o aluguel então.

Eu assinei todos os papeis necessários, peguei a chave do carro e entrei para ir ao trabalho. Quando coloquei a bolsa no banco do carona, percebi que tinha um papel com o nome e o telefone do vendedor. Amacei o papel, o joguei fora e dirigi em direção a filial da editora. A reunião foi mais tranquila do que imaginei, nós conversamos sobre os planejamentos de marketing e sobre como as preparações do lançamento estavam indo. Nós iriamos nos encontrar todos os dias para resolvermos absolutamente tudo. Será um grande evento.

Sai da editora no final da tarde, momento perfeito para começar a preparar as coisas. Ally me disse que o fim do plantão de Lauren seria hoje pela noite, o que me dava tempo suficiente de conseguir tudo o que precisava. Quando entrei no carro, pequei meu celular e liguei para o número que eu tanto conheço. Após uns cinco toques, ela atendeu e eu senti meu corpo relaxar pois eu necessitava de sua ajuda mais que tudo.

-Chee, onde você está? – Perguntei desesperadamente.

-Saindo da galeria agora. – Ela disse e o tom de preocupação era nítido em sua voz. – Aconteceu alguma coisa?

-Estou indo aí te buscar, preciso de sua ajuda. – Disse de uma vez. – Você ainda sabe tocar piano, certo?

-Sim, você sabe que sou ótima. – Ela disse e eu ri de seu tom convencido. – Por que?

-Hoje à noite você tocará algo especial para me ajuda a conquistar Lauren.

-Pode contar comigo.

(...)

-Camila, como exatamente você pretende levar um piano para a porta do hospital? – Dinah perguntou-me pela milésima vez no carro.

-Nós vamos a uma loja de música, alugamos um e o resto vemos depois.

-Você pretende realmente seguir esse plano horrível?

-Se preciso for eu carrego nas costas, Dinah. – Disse impaciente. – Eu só preciso que você me ajude a achar um pra alugar e o toque depois.

-Tudo bem senhorita nervosinha. – Ela levou as mãos para cima em forma de redenção. – Vire a esquerda, precisamos parar em um local antes.

-Dinah, eu não acho que você tenha entendido que....

-Só vira, Camila. – Ela me interrompeu impaciente. Eu o fiz e ela começou a rolar os olhos por todos os lados. – Agora na segunda à direita. – Fiz o que ela disse. – Pare naquela casa verde.

-Dinah, que lugar é esse? –Perguntei ao estacionar.

-Seu plano era horrível, então decidi improvisar. – Ela abriu a porta e saiu do carro. Eu continuei no mesmo lugar e ela parou do lado da janela do motorista. – Vai ficar aí sentada ou vai me ajudar a resolver seu problema?

-Eu te odeio. – Bufei entre dentes e sai do carro. Ela caminhou apressadamente até a entrada e tocou a campainha. – Quem mora aqui?

-Dinah? – Assim que perguntei uma senhora de cabelos grisalhos atendeu a porta. – Quanto tempo.

-Oi ,senhora Miller! – Dinah a abraçou simpaticamente. – Deixe-me apresenta-la minha amiga Camila. Chancho, essa é a senhora Miller.

-Muito prazer em conhece-la. –Disse vergonhosamente.

-O prazer é todo meu. – A senhora respondeu docemente. – Entre, Bea está no quarto.

-Obrigada. – Dinah disse e me arrastou escada a cima. – Bea!

-DJ! – A menina exclamou ao ter a porta aberta sem aviso prévio. – Por onde andou? Senti sua falta.

-Você sabe, vida de artista é uma loucura. – Dinah disse fingindo indiferença.

-Sei, mas qual a sua desculpa? – Eu não pude evitar de rir com a cara de Dinah e isso fez a menina olhar para mim. – Quem é essa?

-Camila, uma amiga minha de Cuba. – Dinah olhou para o relógio na parede atrás de Bea e suspirou. – Preciso do seu teclado emprestado.

-Claro! – Ela disse sorrindo. – Posso saber pra que?

-Pra Camila conquistar a mulher dela de volta. – Dinah disse e eu senti minhas bochechas ruborizarem, o que não passou despercebido por nenhuma das duas. – Chancho, não precisa ter vergonha, você e Lauren tem homossexualidade exalando de vocês.

-Devo concordar em relação a Lauren. – Bea riu. – E como estão as coisas entre ela e Lucy?

-Acabadas. – Disse com um pouco mais de raiva que o imaginado. – Desculpa.

-Lauren é a mulher dela. – Dinah explicou. – Preciso do seu teclado exatamente para resolver esse mal humor da Camila.

-Ótimo, não gostava das duas juntas. – Bea disse e riu depois. – Vem, me ajude a guarda-lo.

(...)

-Você tem certeza que entendeu o plano, Dinah? – Perguntei nervosa.

-Já disse que sim. – Ela revirou os olhos. – Você precisa se acalmar ou morrerá do coração.

-Impossível me acalmar agora. – Disse impaciente. – Fique calada e pronta pois ela pode sair a qualquer momento.

Nós estávamos paradas em frente a entrada da ala de emergência do hospital. Dinah estava parada em pé atrás do teclado e o amplificador a sua esquerda, enquanto eu tinha um microfone em mãos. Eu combinei com Ally que quando o plantão de Lauren acabasse era pra ela me informar. Por conta do risco de ter uma cirurgia a qualquer momento, Ally foi para o hospital para me manter informada e eu a agradeci muito. Para minha sorte Lauren estava aos serviços do Dr. Warren, chefe de ortopedia e não tinha nada agendado para hoje.

Exatamente onze e dez, as portas foram abertas e Lauren saiu acompanhada de Ally. Ao tê-la em meu campo de visão, meu coração acelerou pois eu sabia que era o momento. Fiz sinal de positivo para Dinah e logo as notas começaram a ser ritmadas. Enquanto Dinah tocava a introdução, eu me aproximei dela e pude ver a confusão em seus olhos. Eu estava completamente nervosa, diferentemente das outras vezes, agora eu cantaria diretamente para ela. Eu falaria sobre meus sentimentos de forma aberta e isso me assustava e me apavorava. Imediatamente procurei seus olhos que servem de calmaria para mim e não desviei o olhar dali um segundo se quer.

- Wise men say: Only fools rush in. But I can't help falling in love with you. – Comecei a cantar e logo pude perceber a confusão em seu olhar. – Shall I stay? Would it be a sin if I can't help falling in love with you? Like a river flows surely to the sea. Darling, so it goes, some things are meant to be. – Quando eu disse a última frase eu sorri tamanha veridicidade aquelas palavras possuíam, nós duas fomos realmente feitas para ser. – Take my hand, take my whole life too. For I can't help falling in love with you. Like a river flows surely to the sea. Darling, so it goes, some things are meant to be. Take my hand  – Estendi minha mão para ela e eu ela a pegou enquanto deixava algumas lagrimas escorrerem por seu rosto. – Take my whole life too. For I can't help falling in love with you. For I can't help falling in love with you.

Eu terminei a música e vi uma pequena plateia se formando próximo de nós, suspirei e foquei na única coisa que me importava: a dona de meu coração. Lauren tinha o rosto banhado por lagrimas, a mão esquerda segurava seu colar e a direita ainda estava rodeando a minha. Comecei a acaricia-la com meu dedo polegar e sorri levemente para ela. Ally ainda estava a seu lado, mas após eu olha-la somente por olhar, ela olhou para Dinah e foi se juntar a ela. Lauren tirou a mão do colar e jogou seu cabelo totalmente para o outro lado, isso indica que ela está nervosa com algo, e esta foi a minha deixa para começar a falar.

-Eu não sei se você sabe, mas eu costumava me achar extremamente sabia. Eu acreditava que eu tinha total controle sobre minhas ações, sentimentos e desejos. Hoje eu percebo que, na verdade, eu não sei de nada. Não quando se diz respeito a você. – Disse e senti meus olhos marejarem. Estava sendo difícil me expor daquela forma na frente dela e de outras pessoas, mas eu farei isso quantas vezes forem necessárias. Eu faria tudo por ela. – Você me fez questionar o quão bem eu me conhecia e hoje eu percebo que eu sempre me conheci, mas eu não te conhecia. Eu tenho total controle sobre minha vida, mas não quando você faz parte dela. Quando eu estou com você, eu sinto meu coração acelerar, meu corpo todo responde a um simples olhar seu. Quando você toca minha mão, eu sinto o calor de sua pele e automaticamente sinto ele aquecer cada parte de mim. Quando nós trocamos olhares, eu sei que palavra nenhuma é necessária pois nós conversamos por meio deles, mas o mais importe é que, quando eu estou nos seus braços eu sinto que achei o meu lugar no mundo. Eu não quero mais ninguém além de você, Lolo. – As lagrimas já rolavam por meu rosto. – Eu tentei, mas eu não consegui evitar me apaixonar por você. Eu não consigo evitar que a cada dia que passe isso só aumente, parece que a distância me fez te amar ainda mais.  Eu sinto que cada toque seu, cada beijo, cada sorriso, jamais será o suficiente. Eu sempre irei querer mais de você pois eu te amo. Não importa onde eu estiver, o único lugar que eu quero ficar é aquele que você está. Eu te amo infinitamente, Lauren Michele Jauregui Morgado, e eu quero concertar o que eu fiz a um ano atrás. – Suspirei intensamente antes de tomar coragem em dizer as últimas palavras. – “Tenho a certeza de que é generosa demais para fazer pouco caso dos meus sentimentos. Se os seus são ainda os mesmos que manifestou em abril passado, diga-o imediatamente. Minha afeição permanece inalterada; basta porém uma única palavra sua para fazer com que me cale para sempre”. – Eu citei enquanto chorava compulsivamente e o rosto dela ainda estava banhado por lagrimas. – Você me daria uma nova chance?

-Sem pensar duas vezes.

Ela juntou nossos lábios e eu me senti completa novamente. Eles somente tocaram um ao outro, em momento algum nós pedimos para aprofundar o beijo pois, naquele momento, aquele toque transmitia tudo o que queríamos. Saudade, amor, amadurecimento e uma necessidade de sempre estarmos juntas. Ela separou nossos lábios e rodeou minha cintura, fiz o mesmo em seu ombro, firmando assim um delicioso abraço. Lauren é a única pessoa capaz de causar arrepios em minha pele, é somente ela que eu desejo. Seus toques me aquecem e me fazem sentir que nada que venha dela será o suficiente. Eu sempre almejarei ter mais. Somente com ela eu sou completa.

Ela encostou sua testa na minha e eu pude ouvir gritinhos de comemoração ao nosso redor. Eu virei minha cabeça para trás e vi as meninas comemorando e eu somente neguei com a cabeça rindo da cena. Lauren juntou nossos lábios rapidamente e logo após entrelaçou nossos dedos para me puxar até onde elas estavam. Eu ajudei Dinah a desmontar o teclado e a agradeci pela ajuda, ela somente disse que faria quantas vezes fosse preciso para ver as duas amigas finalmente felizes. Nós colocamos tudo em meu carro e eu me despedi de Lauren pois ela iria para casa em sua moto, ela selou nossos lábios lentamente e após nos separarmos, ela acariciou minha bochecha e sussurrou antes de sair:

- “Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente.” – Ela citou a fala do Sr. Darcy em Orgulho e Preconceito e eu senti os cantos de meus lábios se contraírem formando um amplo sorriso. – Eu amo você, Camz.

-Eu também amo você, Lolo.

-Eu acho que sou a pessoa mais sortuda do mundo.

Ela piscou para mim e caminhou em direção a sua moto. Eu na hora entendi o que ela quis dizer com aquilo, ela tinha feito alusão ao dia em que eu cantei a música que escrevi para ela. Ela se lembrava deste dia, eu tive certeza ali. Naquele momento, eu tive a plena certeza que meu lugar é ao seu lado pelo resto de minha vida.