Seus gritos ecoaram em minha mente. Blefei. Então sua mão atingiu em cheio minha face. Não acredito. Ele fez de novo! Senti a raiva subindo minhas veias.
--Eu odeio você! --Gritei. Em seguida bati a porta do meu quarto na cara dele.
--Carly abre a porta. --Ele berrou.
Não respondi. Mas ele continou batendo, e fingi não ouvi-lo. Entrei na suíte do meu quarto, tentando ficar longe daqueles gritos. Me atirei no chão. Minha raiva é imensa que eu poderia destruir meu quarto inteiro em segundos. Porém eu é quem iria sair perdendo. Então me permeti chorar, até minhas lágrimas evaporarem.
"Porque ? Não mereço este inferno!", pensei.
Eu abri o armário em baixo da pia e peguei minhas lâminas, pronta para estancar um enorme sangramento do meu pulso. Respirei bem fundo e então comecei. A ponta da lâmina encontrou com meu pulso e imediatamente o sangue escorreu. Foi aí que eu me lembrei. Daniel. Sinceramente já pensei em desistir, em fugir, mas fugir pra um lugar sem volta. Daniel, lembrei novamente. Ele é o motivo para eu estar viva. Ele é o motivo para eu ficar aqui!
Limpei meu ferimento com água, e fiz um curativo rápido. Peguei minha caixa com lâminas e enfiei no bolso. Fui até o closet e troquei minha blusa velha e sem graça pelo meu uniforme. Conferi minha mochila. Livros e cadernos, ok. Porém faltava o mais importante. Meu fone. Vasculhei novamente, sem sucesso. Me lembrei de ter deixado no bolso do moletom. Enfie os em meus ouvidos e vesti o moletom. Olhei no relógio, 7:45, tenho 15 minutos! Estou com muita fome. Mas não quero descer e enfrentar Mishael. Joguei minha mochila nas costas e pulei a janela. Cheguei na escola em cima da hora. O sino bateu. Me dirigi para a sala e sentei na última mesa. Uma mesa a frente me esperava Daniel.
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