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História The leaves of a daily - Approximation


Escrita por: FANFICTLOAD

Capítulo 23 - Approximation


Fanfic / Fanfiction The leaves of a daily - Approximation

Capitulo 23

P.O.V Liz Blue 

Eu já podia ver o céu claro pela fresta da cortina rosa do quarto e isso foi a garantia de que já é dia e eu ainda estou acordada. Se eu dormi uma hora essa noite foi muito. Minha cabeça não conseguia desligar dos acontecimentos da madrugada passada. Enquanto Agatha roncava na cama ao lado, eu criava mil teorias em minha cabeça. Sei que todas elas são tolas, mas são o que me mantiveram acordada a noite a fora. 

Sinto uma coisa tão forte por Kato. Eu poderia garantir de pé junto, que eu estou gostando dele num nível além da amizade, e isso parece bom, já que ele é um menino gentil e legal comigo. 

Já por outro lado, tem Justin. Não que eu goste dele, porque realmente não gosto. Mas, é que quando ele me beija, o mundo inteiro para ao redor, e eu não sei ao certo o que isso significa. 

Tentei colocar na minha cabeça à noite toda que, eu nunca mais vou me meter em nenhum confusão, com nenhum bandido, nem da Explosion, nem da K. De lugar nenhum. E que eu, tenho que aceitar Justin, aceitar que ele não gosta de mim e joga comigo o tempo todo como se eu fosse só mais uma peça móvel do seu tabuleiro criminal. A última coisa, e não menos importante, é que Kato agora, vai ter um lugar muito maior na minha vida e no meu coração, vou deixar o tempo mostrar o que pode trazer de bom para nós dois. Estou disposta a tentar com ele, isso se ele quiser óbvio. E é isso.

-Bom dia minhas lindas. - Crystal abriu a porta do quarto com tudo me dando um grande susto. - Vamos acordar. Anda, sem moleza. - Falou puxando o coberto da Agatha que nem se quer se mexia. 

-Pelo amor de Deus, tia. - Falei rindo me sentando na cama. A animação da Crystal em qualquer que seja a hora do dia me deixa impressionada. Com toda a certeza , ela é a tia mais alto astral e de bem com a vida. Nem parece ter vinte e sete anos. Os olhos verdes e a espontaneidade dela a diferencia de todas nós dessa casa. 

-Que diabos é isso? - Resmungou Agatha assim que Crystal montou em cima dela me fazendo gargalhar. É sempre bom da risadas logo cedo e isso acontece quase que diariamente nessa casa. É a melhor família que eu poderia ter. 

 -Eu quero também. - Gritou Stella assim que surgiu na porta do quarto com um sorriso sapeca no rosto. 

-Então vem, vamos montar o cavalinho. - Crystal gritou e a Agatha tampou a cabeça com o travesseiro. 

-Liz, socorro. - Agatha falou e sua voz saiu abafada por conta do travesseiro. Crystal e Stella se divertiam em cima dela. 

-Eu não vou me meter nisso aí não. - Ri e levantei meus braços em sinal de rendição. Não quero ser atacada pelas duas também. 

 Crystal me olhou e parou de pular no mesmo instante em que seu olhos bateram em mim. 

-Meu deus, o que aconteceu com os seus braços. - Gritou preocupada e eu abaixei os mesmo rapidamente. Fodeu. 

-Não foi nada, eu só....- Eu sou o que? Eu não faço ideia do que fala. Tá na cara que eu não bati na parede até porque são os dois braços bem roxos. 

-Seu pescoço também está com uma marca roxa. O que aconteceu? - Ela perguntou desesperada saindo de cima da Agatha, que tirou o travesseiro do rosto para nós olhar. 

 Eu estava sem palavras. Eu tinha me esquecido por alguns segundos de toda a confusão da madrugada e simplesmente deixei mostrar todos os meus roxos causados pelo Dylan e de quebra o do pescoço causado pelo Justin. 

-Ela caiu da cama. - Agatha falou em meio ao silêncio que o quarto tinha ficado e eu a olhei. - A gente estava brincando ontem, aí eu empurrei ela é assim aconteceu os roxos. Foi só uma brincadeira. - Disse se sentando na cama e olhando para a Crystal que se mantinha de pé entre nós. 

-Caiu da cama? - Perguntou desconfiada, eu e Agatha assentimos no mesmo momento. - Ok, só não deixa a Rachel ver. Ela pode ficar preocupada, para ela roxos assim são de outra coisa bem pior. - Assentimos e Crystal se encaminhou para sair do quadro. - Desçam para o café logo, tô com fome. - Disse rindo e Stella saiu da cama indo segui-la.

Assim que elas saíram eu olhei para a Agatha com um sorriso de gratidão. Ela acabou de salvar a minha pela completamente. 

-Nem precisa começar a agradecer. - Disse se levantando da cama e eu assenti com um sorriso. - Por que aliás, essas marcas só estão aí por minha causa. - Suspirou. - Me desculpe pela noite passada, eu não deveria ter ficado tão bêbada. - Ela riu envergonhada e eu assenti. Não deveria mesmo ter ficado bêbada daquela forma. 

-Tudo bem Agatha, já passou, nós estamos bem, e esses roxos são quase nada comparado ao que podia ter acontecido realmente. - Isso era verdade, poderia ter acontecido coisas bem piores. 

-Ok. - Ela disse indo em direção a porta mas ante parou e se virou para mim. - Liz, eu queria muito conhecer aquelas pessoas que nos ajudaram, sabe, eles salvaram as nossas vidas. Não esquece de me apresentar a eles tá? - Eu devo ter feito uma cara muito estranha para Agatha me olhar com um das sobrancelhas erguidas. - Tem algum problema em eu conhecer eles? - Perguntou com a confusão visível na voz. 

-Não...claro que não... vou marca para a gente se vê. - Falei por fim e  Agatha sorriu feliz antes de sair do quarto e me deixar ali sozinha. 

Fodeu. 

 Jamais eu poderia levar Agatha até os amigos do Justin e apresentá-los formalmente. Eles são bandidos, tá que não aparentam ser, mas são bandidos,  e se Agatha desconfiar disso eu estou frita. 

P.O.V Justin Bieber

Eu não conseguia mais encarar aquelas folhas na minha mesa. Tanto as primeiras quanto essas que achamos ontem. 

 Logo após transar com a Emily eu vim até aqui, no meu escritório, ler as novas folhas e me arrependo de cada letra que li. 

Já tomei duas garrafas de uísque puro e fumei uns cinco baseados para conseguir me manter de pé e parar de chorar. Sim chorar, qual outra reação eu teria ao saber a única coisa que eu jamais poderia imaginar sobre a mulher que mais amei nessa vida? 

Eu estava destruído, destruído e bêbado. Parecia que o mudo girava e não fazia sentido nenhum. Essa porra não faz sentido nenhum. 

Eu estou perplexo e sem reação para isso que acabei de descobrir, e para mim foi o limite dos segredos. Eu ia esconder as folhas de todos até que eu tivesse o diário completo em minhas mãos. Mas, depois de ontem, não tem como. Eu não sei lidar com o que eu li, e as pessoas que sempre estiveram presente na minha vida, nos momentos bons e ruins, merecem saber disso, mesmo que doa demais em mim assumir  o que realmente aconteceu. 

Ouvi batidas na porta e me endireitei na cadeira antes de gritar um, entre. 

-Espero que o motivo para você ter me acordado às nove horas da manhã, seja muito sério. - Reclamou Dakota assim que passou pela porta da minha sala acompanhada de Kato, Nash, Matt, Melissa e Emily.  Todos estavam aqui e está na hora de eles saberem a verdade. 

- Você tá bêbado? - Emily perguntou me encarando e eu bati na mesa com força pedindo atenção.

-Quando a Liz Blue entrou sem autorização na sala da Katharine, por um descuido da Melissa. - Falei olhando para a mesma que suspirou e eu prossegui tentando não embolar ao menos as palavras. - Ela conseguiu de alguma forma desvendar as contas do diário da Kath, aquelas contas que Matt e muitas outras pessoas já haviam tentado. 

-Isso a gente já sabe, vamos logo para o assunto. - Dakota ressaltou e eu respirei fundo me irritando com a falta de respeito dela.

-Ontem, mais uma vez, fomos atras das folhas e achamos essas. - Apontei para as folhas a minha direita. - A questão é que, eu não sei como contar a vocês o que li, o que descobri....é além do que qualquer um aqui poderia imaginar. - Gesticulei abrindo os braços e todos se olharam. - Eu iria esconder de vocês até ter todas em minhas mãos, mas depôs dessas...das ultimas...não tem como esconder mais porra nenhuma. - Gritei tentando ficar de pé mas minhas pernas embaralharam me fazendo voltar a sentar na cadeira. 

-O que aconteceu? - Melissa perguntou e eu ri. Ri de raiva, remorso e tristeza. 

-A Katharine é a maior filha da puta que a gente já conheceu. - Gritei sentindo o meu peito doer pelo jeito que chamei o amor da minha vida. Mas é isso que ela é, uma mentirosa filha da puta. 

Todos se olhavam assustados com as minhas palavras. 

-Anda, leiam essas merdas e me digam se não é para chamá-la assim. Andem. - Falei batendo as mãos sobre as folhas e todos continuaram parados. Peguei a terceira garrafa de uísque que estava no meu lado no chão e abri. - Porra, leem logo. - Gritei e Dakota se moveu para pegar as primeiras folhas. 

-Vou ler em voz alta, assim todos sabem ao mesmo tempo. - Ela falou ficando perplexa pelo meu estado. Acho que eles já notaram que não tem nada de bom ali. 

E assim ela começou a ler, folha por folha, enquanto eu bebia mais ainda do meu uísque e sentia minha visão embaralhar mais e a voz de Dakota narrando aquelas merda, se tornarem apenas sussurros para mim. Sussurros de tortura. 

Eu já chegava ao fim da minha garrafa e já estava de costas para todos com a minha cadeira virada para a janela. Dakota narrava o fim das segundas folhas e eu já não aquentava mais lembrar que isso realmente existiu. 

Eu não queria encarar nenhum deles, eu devo ser o maior babada da face dessa terra pelo fato de ter feito o que fiz por uma pessoa mentirosa com a Katharine.

Assim que Dakota acabou. Me virei lentamente para eles que estavam sentados espalhados pelo meu escritório, todos com caras de espantado e surpresa. 

-Eu o tempo todo, querendo destruir a Explosion para vingar a Katharine.... e a filha da puta fazia parte da gangue. Vê se eu não sou o maior babaca, burro da porra dessa cidade. - Gritei sentindo a raiva voltar com força para as minhas veias e se misturando com o álcool.

-Eu não sabia...eu juro que..

-Cala a boca Emily. - Interrompi ela que ia começar a falar coisas desnecessárias que todos já sabem. - Da pra ver que você não sabia de nada. Ninguém sabia de nada. Fomos todos feitos de otarios pela Katharine. - Bati palmas irônico e eu sentia a tensão de todos naquela sala. 

-Ela só tinha doze anos, Justin, talvez não tenha durado muito tempo. - Melissa saiu em defesa da Katharine e eu ri irônico. - Ela deve ter escondido da gente por achar que iríamos julga-la pelo passado dela. - Melissa concluiu e eu neguei. 

-As questões aqui são outras, irmãzinha. As questões são que, Katharine Jonhson foi quem colocou Jason na vida do crime, ela era uma bandida, o tempo todo. - Falei sentindo a raiva alcançar o topo. Eu poderia matar qualquer um agora. 

-Melissa tá certa não podemos julgar a Kath. Até por que, somos bandidos agora também. - Matt falou sempre concordando com as meninas. Essa porra só pode ser viado. 

-Eu ainda não acredito que a Kath, a garota mais legal e do bem que eu já conheci, fazia parte da Explosion. - Nash falou indignado e eu assenti. 

 O nojo que eu sentia só de imaginar a Katharine dentro daquela gangue, ja não tinha tamanho dentro de mim. Eu já estava prestes a surtar de vez e sair quebrando tudo que visse pela frente, para descontar minha raiva.

-A Melissa tá certa. Sei que não é nada bom descobrir coisas assim sobre alguém que a gente achava que conhecia perfeitamente....mas a Kath, tinha doze anos, pode ter mudado. - Dakota tentou bancar a sensata mas estava bastante claro no próprio diário. A Katharine queria dinheiro fácil, vida fácil, por isso entrou para a Explosion, não foi por que ela foi ameaçada ou para se vingar, foi pela simples ganância. 

-Quem nunca mentiu que atire a primeira pedra. - Kato falou sendo politicamente correto como sempre e eu revirei os olhos pronto para ouvir suas lamentações. - Kath era uma criança, uma menina, não sabia o que estava fazendo. Sim ela pode ter induzido Jason a roubar, ele pode até ter entrado na Explosion por meio dela, mas eu acredito que a Katharine que conheci e convivi até os últimos dias, era verdadeira. Podia até esconder esse passado sombrio, mas aquilo que estava nas nossas frente o tempo todo era real. - Bati palmas ironicamente para ele e esse discurso patético. 

-Que palavras bonitas. Eu poderia até considerar levá-las a sério se não estivessem vindo de você. - Cuspi com raiva. Kato me tira do sério sempre por apenas respirar. 

 O fato dele se achar o mais esperto, o mais correto, o mais sensato me tira do sério completamente.

-Você diz amar tanto a Katharine e tá aí julgando. Se ela estivesse pelo menos viva para se defender....aliás, se ela estivesse viva, seria a Kath que estaria com muita raiva de você por ter se tornado esse merda que se tornou, porque eu me lembro bem de a Kath odiar as ações de Jason e ter nojo dele. Imagina a reação dela ao saber que você se tornou o próprio Jason? Ela com certeza estaria com nojo de você agora. - Senti meu sangue ferver em meio às palavras dele. Quem Kato pensa que é para me chamar de Jason? Eu cansei desse filho da puta desnecessário, cansei desse otario na minha vida.

-Repete o que você disse? - Gritei com raiva e peguei minha arma na gaveta da mesa apontando a mesma para a cabeça de Kato. Eu cansei dele, cansei de vez. 

-Justin para com isso. - Melissa gritou desesperada.

 Eu estava bêbado mas a bebida parecia ter se tornado adrenalina e raiva que eu ia descontar na cabeça desse filho da puta se ele abrisse a boca para falar mais qualquer merda. Eu estava no meu limite. 

-Eu disse que você se tornou tão nojento quanto o Jason e que a Katharine teria nojo de você.- Ele repetiu o que disse antes, mas agora bem devagar me encarando e era o que eu precisava para mandar esse babaca pro inferno. 

-Eu vou acabar com a sua vida. - Rosnei enquanto destravava a arma. Acabou para esse babaca. 

-Justin, para. Você está bêbado e com raiva, não vá agir por impulso. Ele é meu irmão. - Dakota gritou para mim mas eu estou pouco me fodendo para isso. 

-Deixa o Justin atirar, isso não vai fazer ele ser mais homem, mas já que ele acha que sim, deixa ele atirar. - Kato falou abrindo os braços enquanto me encarava e eu estava com o dedo coçando para enfiar uma bala na cara desse otario de merda. 

-Cala a boca, Kato. - Nash gritou nervoso tentando controlar a situação. Eu só estava esperando a próxima gracinha que ele falasse para matá-lo aqui mesmo. 

-Justin, cara, não é assim que se resolve as coisas. Você tá de cabeça quente. - Matt comentou, dava para ver o nervosismo na sua voz. 

Olhei para o sofá e vi Emily sentada, serenamente de pernas cruzadas olhando a cena diante dos seus olhos. Ela estava calma e tranquila enquanto todos estavam desesperados pela situação. Eu poderia até dizer que ela está gostando disso tudo. 

-Eu já estou cheio desse cara se metendo onde não é chamado. - Falei sério voltando a olhar para a cara de babaca do Kato e dei a volta na mesa para ficar cara a cara com ele, ainda com a minha arma apontada. 

-Para de ser burro, eu sempre salvo sua pele das merdas que você faz. - Ele gritou na minha cara. - Desde a época da morte da Katharine, sou eu que faço tudo para você não acabar morto por aí ou cometer uma injustiça. Ou você acha que a Katharine ia gostar de saber que você por pouco não mata uma menina inocente? - Disse cuspindo cada palavra. 

-Não coloca a Katharine no meio, porra. - Gritei raivoso. Será que ele não entendeu que o problema real da existência dele, além de se meter e atrapalhar a minha vida, é colocar constantemente a Katharine no meio da porra toda.

-Seja homem uma vez na vida Justin e assuma, você começou isso pela Katharine mas a muito tempo não é ela que te move a continuar, você se tornou um bandido, meu amigo, um criminoso de verdade. Você queria matar apenas o Jason, e já matou mais gente do que podemos contar, desde quando isso tem haver com a Katharine? Você agora só se importa em aumentar o seu  ego e a K. E é por isso que você está apontando essa arma para mim agora, por que essa porra aqui, não é mais pela Kath faz tempo. - Eu sentia a raiva saltar em cada palavra dele e eu ri sarcástico abaixando a minha arma. 

-Kato, para de provocar. - Dakota gritou.

-Você não sabe o que me motiva, então cala a porra da boca. - Rosnei e ele deu um sorriso sarcástico. 

-Eu realmente não sei o que te motiva, mas não é a Katharine, até por que, você ia matar a Liz Blue, o que isso tem haver com a Katharine? - Perguntou irônico e eu sentia meu sangue ferver ainda mais por agora ele tá colocando a Liz na história. Filho de uma puta. 

-Não mete a Liz nisso...

-Não Justin, você que  meteu a Liz nisso, quando começou a forçar ela a conviver com você, ninguém tem que ser forçado a conviver com ninguém. Jason fez isso com a Kath antes dela morrer. Lembra? Então tá aí, mas uma prova de que você está agindo como ele. - Explodiu gritando na minha cara e eu ri diabolicamente. 

 Eu tinha me esquecido que Kato nutri uma paixão ridícula pela Liz, que já está escrito na cara dele a dias. 

 Jamais consigo entender esses caras que se apaixonam em menos de uma semana por meninas que jamais viram na vida. Essa porra não é amor de verdade, e só ladainha. Mas sei que ele ficaria muito furioso se soubesse tudo.

Alias, seria uma pena se ele soubesse que já beijei a Liz. 

-Quando eu e a Liz nos beijamos...ela não parecia está sendo forçada a nada, aliás ela gostou bastante, gostou tanto que fizemos de novo ontem e eu até poderia comê-la se eu quisesse. Já você, pelo menos já encostou no rostinho dela? - Gargalhei da cara de otario que ele fez ao ouvir eu falar da Liz. Já estava na hora dele se ligar que não é o príncipe encantado dela e que se eu quiser, a vadia vai parar na minha cama. 

-Você tá mentindo, ela nunca ficaria com você. A Liz te odeia. - Kato estava bufando de raiva e eu me divertindo por dentro em vê-lo assim. Mais um vez provei ser melhor do que ele.

-O que foi? Difícil acreditar que mais uma vez eu roubei algo que você queria? Você já deveria ter se acostumado com isso desde o colegial. - Ele me olhou  com os olhos cheios de raiva. 

 Ele acha que eu esqueci da paixão escrota que ele sentia pela Katharine. Quando eu digo que esse babaca sempre está no meio da porra da minha vida, eu não estou brincando. 

-Não Justin, e sabe por que? Porque assim como a Katharine, a Liz vem pedir ajuda pra mim quando precisa, você pode até ficar com elas mas é no meu ombro que a Katharine chorou quando vocês brigavam, é a mim que a Liz procura para se proteger de você. Eu posso até não ter ficado com a Katharine, que era a minha vontade, ou a Liz pode até ter beijado você e não querer nada comigo. Mas foi a mim, que as duas procuraram quando você mostrou que não é homem o suficiente para cuidar do coração de alguém. - Falou calmo e eu via a maldade pingando em cada palavra dele. Tudo que ele falou entrou na minha cabeça como uma bomba, derrubando a última sanidade que eu tinha.

-Eu vou matar você. - Falei antes de apontar a arma, novamente,para ele sem pensar duas vezes.

-Não. - Uma voz gritar quando eu ia aperta o gatilho. Senti alguém segurando a minha mão com a arma e tirando do foco que era a cabeça dele. Ouvi um disparo é o silêncio em seguida. 

Olhei para o lado vendo Emily segurando a minha mão e encarando Kato que cambaleou para trás com a mão na barriga antes de cair no chão desacordado . O sangue começou a escapar pela sua blusa branca e o desespero no olhar de todos foi instantâneo. 


 Ouvi o grito de Melissa e o desespero na voz da Dakota enquanto tentava falar com o irmão desacordado no chão. Eu fiquei parada em choque, não acredito que fiz isso.

 Meus olhos não conseguiam desgrudar do corpo dele e no sangue. Eu tô bêbado pra caralho e não faço ideia de como apertei o gatilho tão rápido. Eu nem me lembro de ter apertado essa porra.

-Justin...- Emily me chamou enquanto tirava a arma da minha mão, mas eu não deixei e peguei a mesma colocando-a na cintura. 

Kato estava no chão desacordado e não parava de sangrar por nenhum segundo. Eu o matei.

 Sai apresado da sala sem falar com ninguém e fui em direção a porta de casa. Minha cabeça tá a mil, girando, eu não sei ao certo o que fiz.

 Fui para o meu carro cambaleando  e liguei o mesmo, saindo cantando pneu pelo jardim até a rua principal. 

 Eu atirei no Kato, eu atirei no filho da puta. Porra ele me provocou pra caralho, falou da Kath, até a vadia da Liz ele colocou no meio. Parecia que ele queria que eu enfiasse uma bala na cara dele a todo custo,  e foi por pouco que não foi na cara mesmo. O álcool no meu sangue não me faz ter noção alguma do que eu faço e isso eu sei, mas porque eu fui atirar nesse filho da puta? 

Agora tudo vai piorar. Todos lá vão me odiar para o resto da minha vida por ter matado aquele desgraçado. 

 Enquanto a imagem do corpo de Kato estirado no chão não saia da minha cabeça eu quase bati num carro, mas desviei a tempo.

 Acelerei com o carro pela rua enquanto cortava os outros. Uma raiva gigante estava tomando minha cabeça. 

-Filho da puta, desgraçado. - Bati com a mão no volante. Eu não quero ter que carregar a morte do Kato na minha costas para sempre. Porra, que merda eu fiz. Mas a culpa é dele também, por que foi me provocar?

O remoço começou a bater mais forte dentro de mim e eu queria explodir alguém para descontar essa raiva. Se ele morrer, a culpa vai ser minha.

 Ele é um desgraçado filho da puta mas era importante para os meus amigos e principalmente para a...

 Meu coração começou a acelerar de uma forma surreal ao pensar que todos vão me odiar, principalmente uma pessoa que fez eu me sentir mais desperado pelo meu ato.

Dirigi sem rumo algum mas eu sabia exatamente onde eu deveria ir. Eu estava desesperado demais para raciocinar ou tomar uma decisão com consciência.

Parei o carro de qualquer jeito na rua e sai do mesmo. Eu sei do que eu preciso agora. 

P.O.V Liz Blue. 

-Cinco casas, Stella. - Falei para ela que mexia o seu bonequinho pela estrada do jogo de tabuleiro até pular cinco casas. 

 Eu adoro os fins de semana em casa. É tudo tão calmo, sempre descansamos, conversamos e jogamos algum jogo em família.

 Nesse momento minhas tias estão lá na cozinha com a Agatha preparando o lanche. Já eu e Stella estamos jogando um jogo de tabuleiro das princesas fofinho que ela ganhou de natal.

Ouvi dois murros na porta da frente que me fizeram saltar de susto. Meu coração veio a boca rapidamente e Stella me olhou assustada. 

No bairro onde eu moro não é comum pessoas esmurrem a porta alheia dessa forma. Ou é coisa ruim ou é coisa muito ruim. 

Que diabos será isso?

Levantei lentamente indo para a porta com todo o cuidado. Poderia ser um assaltante ou um maníaco, nunca se sabe. 

Deram mais dois socos na porta e eu coloquei a mão na boca para nós gritar de susto mais uma vez. Meu Deus o que será isso? 

Cheguei perto da porta e olhei pelo olho mágico vendo a figura do Justin andando de um lado para o outro no assoalho. Abri a porta imediatamente o encarando perplexa. 

-O que você tá fazendo...

-Me deixa entrar por favor. - Ele me interrompeu antes que eu começasse a falar. Justin parecia descontrolado, nervoso e bêbado. Se minhas tias verem Justin assim me matam juntinho com ele. 

-Calma aí, o que aconteceu? - Perguntei só para constar o porque de ele está naquele estado desesperador. 

-Porra, deixa eu entrar logo. - Gritou nervoso e eu sai por completo para fora tampando a boca dele com as minhas mãos. 

-Se você quer entrar não vai poder fazer escândalos. Por Deus, Justin o que aconteceu? - Eu já estava ficando preocupada e nervosa com o estado dele. Parecia que Justin estava à beira de um colapso. 

-Eu....-Ele não conseguia falar de tão ofegante que estava. 

-Calma, espera aqui eu vou tirar Stella da sala e você entrar ok? - Falei me virando para dentro de casa e encostando a porta para ninguém veja Justin ali. -Stella amor, è só um dos meninos da vizinha pedindo a bola que caiu lá nos fundos perto da cozinha, vai lá pegar pra mim por favor? - Pedi gentilmente tentando não transparecer meu nervosismo e ela levantou calmamente e foi em direção a cozinha. 

Abri a porta completamente deixando Justin entrar. Ele mal conseguia andar e cambaleava pela sala como um bêbado. 

-Sobe pro meu quarto, anda. - Falei sussurrando enquanto fechava a porta e o empurrava para  as escadas. 

Eu não faço ideia do que aconteceu. Mas eu não ia deixá-lo lá fora no estado em que ele está. Além do que, se eu fizesse ele não iria parar jamais com o escândalo, chamando assim  atenção de toda a vizinhança.

Entramos no meu quarto,fechei a porta a trancando em seguida. Olhei para o justin que cambaleava até a minha cama deitando na mesma desajeitado. 

-Justin, que porra tá acontecendo? - Perguntei confusa e com a preocupação estampada na minha voz. Eu não costumava xingar, mas depôs que comecei a andar com Justin, tem virado constante.

-Eu só faço merda.- Ele se lamentou enquanto colocando as mãos no rosto. Eu poderia jurar que ele estava prestes a chorar agora, na minha frente. 

-Que merda você fez? - Eu estava começando a ficar com medo do que ele tinha a dizer. Justin não está bem, isso é visível, mas eu quero saber o que está acontecendo. 

 Ele olhou para mim por alguns segundos e esticou sua mão. 

-Vem cá. - Pediu se ajeitando na minha cama e colocando a cabeça no meu travesseiro. 

 Meio nervosa e confusa eu fui até ele. Sei lá o que está se passando na vida desse menino, mas ele está muito estranho. 

Peguei na sua mão que estava esticada para mim e ele me puxou para deitar com ele na minha cama. 

Não neguei em momento nenhum ao ver que Justin, estava totalmente vulnerável ou seja, ele não vai tentar me fazer mal algum.  

Logo quando deitei ao seu lado, Justin me puxou para colocar  a cabeça sobre seu peito. 

 Eu estava sem reação alguma para aquilo, apenas estava fazendo o que ele pedia, em silêncio total. 

-Por favor, não me odeie. - Ele disse me apertando mais contra o seu corpo. Que porra confusa que está acontecendo aqui?

-Me conta o que aconteceu. - Pedi tentando manter a calma mas eu estava desesperada para saber o que havia acontecido para ele tá agindo dessa forma. Além da bebida, é óbvio. 

Eu senti seu batimento cardíaco com o ritmo acelerado e Justin parecia mais nervoso ainda para me contar o que fez de tão grave.


-Eu matei uma pessoa que eu não queria matar... eu estava com raiva e bêbado, atirei nele, eu nem lembro de ter puxado o gatilho, só me lembro do barulho e dele caído no chão. Mas ele me provocou, falou da Katharine, porra você não sabe o quando me deixam maluco quando falam dela, apesar de que ela.....ela mentiu para mim o tempo inteiro quando estava viva. Mas isso não vem ao caso, o cara estava pedindo pra levar um tiro, eu já estava no meu limite de paciência, aí como eu disse, ele falou da Kath, falou de você..

-De mim? - Interrompi ele me sentando na cama para olhá-lo. Quem quer que seja essa pessoa que ele matou, ela sabe de mim ao ponto de falar meu nome. Isso me deixou mais preocupada. 

-Disse que você me odeia, disse um monte de merda que me deixou louco. - Ele me encarou por alguns segundos. - Eu posso tá bêbado, mas sei bem que você não me odeia. Olhando agora nos seus olhos, eu sei que você não sente isso por mim. - Disse passando a mão pelo meu rosto me fazendo sentir um frio na barriga. 

-Você não sabe o que eu sinto. - Falei fechando os olhos sentindo a mãos de Justin ir até o meu pescoços lentamente. 

-Eu posso não saber...mas eu sinto em você.- Ele disse antes de me puxar para um beijo. 

 Eu sei que jurei para mim mesma, não faz nem três horas atrás, de que nunca mais iria beija-lo. Mas eu não sei o que acontece comigo, eu não consigo me controlar, não consigo não me render a ele por completa, quando Justin me olha, como se tivesse alguma coisa nele, lá no fundo, que se importa comigo. Mas, Kato já me avisou sobre os joguinhos do Justin e o que ele pensa de mim. 

 Me afastei dele parando o beijo e ele me olhou confuso. 

-Não me beije. - Falei seria tentando passar a minha forma mais durona mas eu sentia o meu corpo queimar e querer mais ainda a boca dele. 

-Por que? Você não gosta? - Ele perguntou enquanto passava sua mão lentamente pelo meu braço me fazendo arrepiar. 

-Porque.....porque não. - Me levantei tentando ser forte naquele momento. Esse garoto é o próprio capeta e esta aqui só para me atentar. - Eu não sou a Emily, não vou ficar com você enquanto me trata mal. - Cruzei os braços sobre o peito e fiz minha cara mais seria. 

-Você está muito longe de ser a Emily. - Ele disse encarando cada expressão minha com um olhar profundo, como se analisasse cada parte de mim. Vale lembrar que Justin está bêbado e que as palavras dele podem muito bem não ser reais. 

 Aliás, o que nesse garoto é real? Ele parece o tempo todo querer manipular as pessoas a sua volta, as mudar na forma que mais lhe agrada. Porém eu já disse, eu não sou mais uma peça do jogo dele, eu não vou deixar ele me enganar. 

-Então quem eu sou para você? - Perguntei petulante e eu sei que ele odeia isso, essa petulância do jeito que eu falo levantando uma das sobrancelhas, tentando impor que sou maior que ele. 

-Você é a porra da garota que está mexendo com a minha cabeça, acabando com o meu juízo e eu só te conheço a uma semana. - Disse se sentando na cama para me encarar. Agora sua expressão era muito séria e ele não parecia brincar e sim está com raiva de eu significar isso na sua vida. 

-Isso é fácil de resolver, basta me afastar de você, me deixar em paz para sempre. Assim eu nunca mais vou mexer com a sua cabeça. - Fui sincera. Sei que ele tem interesses em mim por conta do diário e da escola, mas não custa tentar convencê-lo de que eu na vida dele não vai trazer nada de bom. 

-Eu preciso da sua ajuda lembra? - Ele perguntou com uma sobrancelha erguida e eu assenti monótona. Não foi dessa vez. - Eu preciso acabar o ensino médio. - Ele suspirou. - Preciso saber até o fim o que a Katharine fez, e você é a única que pode me ajudar. Eu preciso de você. - Eu via sinceridade no olhar dele e isso me fez sentir um pouco mais calma e ficar um pouco mais perdida nos olhos cor de mel dele, que agora estavam um pouco vermelhos. 

Acho que ele já teria me deixado ir a muito tempo se não precisasse tanto da minha ajuda e isso me deixa mais aliviada. Quer dizer que ele não pretende mais me matar. 


Em falar em matar....

-Você disse que matou uma pessoa   Importante e tá arrependido, quem foi? - Perguntei preocupada lembrando que a pessoa me conhece ou sabe que eu existo de alguma forma. Algo dentro de mim diz que a resposta para essa pergunta não é tão boa quanto deveria ser. 

-Eu não quero lembrar disso agora. Por favor. - Disse se deitando na minha cama e virando de lado. Eu só quero saber que merda esse garoto fez para ficar nesse estado. 
  
P.O.V Emily 

Eu olhava para a Melissa em prantos ao meu lado enquanto abraçava Christopher que, tadinho, não entendia nada. 

 Isso era tão chato, tão tedioso que quase me dava sono. 

Nash e Matt andavam de um lado para o outro e eu acompanhava o movimento deles com os olhos e isso estava me cansando. 

Eu não sei porque tanto desespero. Kato esta vivíssimo, tá respirando. Claro que o médio disse que o estado dele é grave e inspira cuidados, mas pelo menos ele está vivo né. 

Se Justin tivesse atirado na cabeça dele seria o fim ali mesmo naquele escritório. Porém, eu não sou nem um pouco burra em deixar isso acontecer. Enquanto todos ficaram parados esperando a sanidade de Justin falar mais alto, eu agi. Sei que Justin jamais atiraria no Kato, todos naquela sala tinham certeza disso até mais cedo. Por essa razão eu fiquei quieta durante toda a discussão dos dois. Eles sempre discutiam assim e não dava em nada.

Se Justin matasse Kato, não vou mentir que seria bastante engraçado e para mim ia ser indiferente. Mas como eu disse, ouvi todos aquela discussão atentamente e vi pontos positivos na  existência de Kato nesse mundo. 

Primeiro, ele é o único que joga as verdades na cara do Justin, e isso pode ser útil algum dia. Segundo, ele irrita Justin e isso já é bastante útil, aliás e sempre bom nutri o sentimento de bad boy, bandido de Justin vivo, ele não pode voltar a ser aquele mauricinho de antes. Terceiro e importantíssimo, o Kato gosta da Liz, e isso é maravilhoso. Se Kato investir na Liz, a vadia vai está fora do meu caminho com o Justin e é por isso que fiz o que fiz.

 Mas, é claro que aquele drama todo na sala não ia acabar tão cedo, então levantei como se estivesse prestes a salvar a situação, abaixei a arma do justin até a barriga, uma área não tão perigosa, e atirei. 

 Sei que ninguém notou que foi eu, apenas acharam que Justin havia atirado e eu desviado o foco. Mas realmente foi eu que atirei no Kato. 

Justin estava bêbado e atordoado, nunca vai perceber quem foi que apertou o gatilho, ninguém jamais vai e Kato está vivo, então na há problemas. 

Eu só fiz isso porque tive um plano repentino enquanto via os dois brigando igual a duas crianças. Liz, jamais chegaria nem perto do Justin de novo, se souber que ele atirou em Kato, a vadia vai ficar com medo e raiva, além de se aproximar ainda mais de Kato e vamos concordar, que isso me favorece e muito. 

-O médico disse que ele esta indo operar agora. - Dakota apareceu na  recepção e parecia preocupada, mas mesmo assim não derrubava nenhuma lágrima. 

-Ele vai ficar bem. - Afirmei tentando passar confiança para ela. Um tiro daquele não mata e ele foi atendido bem rápido. 

-Eu não acredito ainda, que o meu irmão teve a coragem de fazer isso. - Melissa falou em meio às soluços e eu me segurei para não revirar os olhos. Não é preciso esse drama todo.

-Sei que Kato provocou, mas não justifica. - Nash falou sério e parecia com raiva. Se Nash se virar contra Justin vai ser interessante. 

-Ele agiu como um idiota e ainda saiu sem prestar socorro. - Matt ressaltou. 

-A gente já sabe faz tempos que esse Justin aí não e nem um pouco parecido com o que a gente conheceu e ele podia ter matado meu irmão hoje. Eu não sei vocês, mas eu estou fora da K, isso já fugiu do nosso propósito a muito tempo. - Dakota falou irritada e os meninos continuaram calados. 

A cada horas as coisas melhoram ainda mais. 

P.O.V Justin Bieber 

 Como vou contar a ela? Como vou dizer a Liz que matei o Kato. Ela jamais vai me perdoar por isso, assim como todos os meus amigos,que nesse momento devem está me odiando. 

 Eu  não deveria ter puxado aquele gatilho, eu não deveria ter nem pego aquela porra de arma. Descontei nele toda a raiva que estou sentindo da Kath, e agora não sei o que fazer. 

-Consegui enganar minhas tias, mas você não vai poder ficar aqui o dia todo. - Liz falou voltando para o quadro e trancando a porta atrás de si. 

-Eu já não tô mais tão bêbado assim. - Ressaltei me sentando na cama e sentindo minha cabeça latejar mediante ao efeito do álcool que passava. 

-Tá mais calmo? - Perguntou me analisando preocupada e eu assenti. 

 Ironicamente, Emily fez a mesma pergunta ontem à noite, e da para ver visivelmente que elas são totalmente diferentes uma da outra. Emily é uma vadia, mimada que quer tudo ao seu redor e isso me tira do sério. Já Liz, tem uma coisa diferente, boa e que me acalma. 


-Agora me conta, quem você matou? - Ela refez a mesma pergunta de alguns minutos atras e eu suspirei. Há duas opções, ou eu conto tudo a Liz ou eu minto tudo. 

-Ninguém que você conheça pessoalmente, só um dos caras que trabalham para mim. - Menti na cara dura e Liz assentiu meio desconfiada. 

 Sei que uma hora ela vai descobrir que Kato morreu, mas eu não estou pronto para ser julgado agora, por isso vim para ca. 

Ficamos ambos em silêncio nos olhando até o barulho do meu celular se estender pelo quarto desviando a minha atenção. 

 Peguei o aparelho e aparecia o número da Emily na frente. Eu não quero falar com nenhum deles agora, eu não quero saber o que já sei. 

-Não vai atender? - Liz perguntou me encarando e eu assenti atendendo a ligação ainda meio tenso com aquilo. Eu não posso deixar na cara que estou nervoso com isso. 

-Justin. - Emily disse do outro lado da linha e ela parecia calma. 

-Fala. - Fui curto para Liz não identificar com quem eu estava falando.

-Onde você está? Sei que você não quis atirar no Kato, foi no calor do momento, mas você precisa voltar. - Pediu com um sussurro como se não pudesse falar mais alto. 

-Não vou agora...preciso de um tempo. - Falei olhando para a Liz que deu um meio sorriso para mim. 

-Kato tá vivo. - Emily ressaltou e eu senti um alívio tomar conta do meu corpo em segundos me deixando leve e em paz. Eu não matei o filho da puta, graças a Deus.

-Sério? E como tá? - Olhei para a Liz novamente e ela notou a minha calma vendo que as notícias eram boas. 

-Ele tá sendo operado agora, os médicos estão otimistas mas pelo o que falaram a bala pegou entre o estômago e o pulmão, porém tem cinquenta porcento de chances de sair vivo e pronto para outra. - Emily falou o final de uma forma irônica e eu suspirei aliviado. 

-Obrigada por me informa, e como estão...todos? - Perguntei com anseio da resposta. 

-Acho que você precisa conversar com eles, a situação não tá boa. - Eu assenti concordando. Claro que não está nada boa a situação, Dakota deve está querendo me matar e os meninos com raiva de mim é óbvio. 

-Depôs eu faço isso. Tchau. - Desliguei antes que ela falasse mais alguma coisa e olhei para Liz que me encarava de braços cruzados e um sorriso no canto dos lábios. 

-Te conheço a pouco tempo, mas eu consigo ler nos seus olhos que as notícias são ótimas. - Falou dando um sorriso maravilhoso em seguida. Ela é tão bonita. 

-O cara não morreu, tá vivo o desgraçado. - Falei mais aliviado e levantando da cama. - Ele tá operando mas há muitas chances de sobreviver. 

-Que bom. - Ela falou animada e me olhou de uma forma diferente. - Que bom saber que você não é tão mal quanto eu imaginava. - Disse calma e doce de uma forma que sua voz parecia melodia de música. 

-Eu só mato, quem merece morrer. - Falei sério e ela assentiu. 

 Eu não me tornei e nem sou um doce de pessoa, apenas não gosto de matar pessoas que não me atingiram de uma forma seria. Se Kato tivesse feito algo mais grave do que apenas falar as merdas que sempre fala, eu não estaria nem um pouco arrependido de ter atirado nele. Ja matei muitas pessoas nesses três anos, e não me arrependo de nenhuma delas. 

-Que irônico você dizer isso, porque você queria me matar. - Disse sarcástica enquanto caminhava até o outro canto do quarto e eu acompanhava cada passo dela. 

-Eu não queria te matar de verdade, e você sabe. - Falei sério e Liz revirou os olhos. - Se eu quisesse te matar, não teria Kato, nem escola, nem diário que iriam me impedir. Estou sendo sincero. - Conclui. Certamente é a primeira vez que explico a situação real para a Liz. Eu nunca quis matá-la realmente, foi só no calor do momento. 

-Já que você está sendo sincero, eu também vou ser. - Falou sarcástica com um sorrisinho. - Eu sabia que você não queria me matar, desde o momento que me salvou no zoológico e obrigado de novo por isso e por todo o resto, não sei o que teria acontecido comigo ontem se não fosse você. - Assenti concordando que eu já salvei ela mais vezes num dia do que eu poderia contar. 

 Lembro que Dylan havia machucado os braços de Liz e meu olhos pararam sobre os mesmos, agora um pouco mais roxos do que antes. 

 Eu sinto que tem algo de errado nesse história, Dylan saiu muito rápido e calmo de toda a confusão, onde antigamente ele seria o primeiro a começar uma briga. Mas, dessa vez ele simplesmente saiu, como se quisesse mostra algo. 

-Não quero mais você em festas em qualquer boate que não seja as minhas, ouviu? - Olhei de forma seria constatando que Dylan não vai esquecer tão fácil da menina que cuspiu na cara dele. 

-Espera aí, desde quando você manda em mim? - Perguntou com um olhar petulante e eu bufei. 

-Se quiser morrer é só voltar em qualquer boate da sul, a escolha é sua, talvez da próxima vez eu não esteja lá para te salvar. - Cuspi sério e eu já estava ficando irritado só de imaginar ela em território da Explosion de novo. 

-Relaxa aí, é óbvio que nunca mais vou colocar meus pés lá, eu nem gosto de boates, so fui em duas minha vida inteira e nas duas me meti em confusão. - Ri da forma que ela falou. 

-Você não tem cara de quem gosta de boates. Parece mais aquelas meninas que ficam em casa estudando e reclamando. - Zombei da cara dela que me olhou irritada pelas minhas palavras. Eu já devo ter dito que ela fica muito sexy irritada. 

-Lá vem você me chamando de nerd, qual é o seu prazer em dizer isso? - Esbravejou irritada e eu já sei bem qual é o ponto fraco dela. Me aproximei sem tirar os olhos da expressão séria que Liz fazia. 

-Vem cá que eu te mostro. - A chamei com o indicador e ela me olhou estreito como se eu tivesse falado algo muito assustador.

-O que você disse? - Perguntou confusa e eu ri antes de chamá-la de novo. 

-Vem aqui que eu te mostro. - Liz me analisou de cima a baixo antes de da um passo em minha direção, ainda meio confusa e achando tudo muito estranho, eu sei, porque vejo nos olhos dela. 

 Logo quando ela chegou perto de mim, mas ou menos um metro, eu dei um pequeno sorriso ao ver sua cara de confusão e duvida. Liz quer saber? Então vou falar. 

-Você perguntou, qual é o meu prazer em te chamar de nerd? - Ela afirmou com a cabeça e eu mantive meus olhos juntos aos dela. - É porque você fica extremamente sexy quando fica irritada e te chamar de nerd te deixa irritada. - Olhei nos olhos dela que desviou o olhar de mim. A forma sexy que ela reage às minhas palavras me deixa maluco.

-Você é ridículo. - Disse seria sem me encarar, fitando outro ponto do quarto. 

-Eu pareço tá brincando? - Virei o rosto dela com minhas mãos. Odeio quando eu falo e as pessoas não olham para mim. - Eu não estou brincando. - Eu mantinha total contato visual com Liz, como se eu não conseguisse fugir disso. Ela me prende de uma forma que não sei explicar. 

-O que você quer de mim? - Liz estava confusa e me olhava com os olhos estreitos, como se desconfiasse de cada palavra minha, de cada ato meu. Ela não confia em mim totalmente. 

Mas eu não sei ao certo o que estou fazendo e porque estou. Essa garota mexe com a minha cabeça e eu não faço ideia do que estou fazendo até fazer. 

 Eu sentia meu corpo queimar só por está tão perto dela e isso é diferente. Liz é o maior problema que já arranjei na porra da minha vida, ela sozinha consegue me fazer esquecer tudo que realmente tenho como meta.  Eu apenas me perco nos olhos dela de uma forma que não sei explicar, isso desde o primeiro dia e agora está cada vez mais forte. E eu não quero essa porra. 

-Para de olhar assim para mim. - Me afastei dela mesmo que essa não fosse a minha vontade.

P.O.V Liz Blue 

Justin me olhava como se quisesse ficar fazendo isso para sempre, os olhos dele estavam calmos e eu me sentia calma com isso. 

Eu não ia me mexer, não ia sair dali. Apesar de saber bem o que acontece quando ficamos tão perto um do outro, eu sei que o calor dentro de mim só aumenta a cada segundo perto dele. E isso parece que nunca vai mudar. 

-Para de me olhar assim. - Justin disse quebrando o silêncio se afastando de mim e eu suspirei confusa. Ele estavam me olhando da mesma forma e porque eu é que tenho que parar? 

-Tudo bem. - Fui curta na resposta. Não quero Justin achando que estou me jogando para cima dele ou algo do tipo, eu apenas estava quieta na minha até ele chegar e me tirar o juízo.

Eu não estava e nem estou afim de me irritar com ele por isso. Para falar a verdade, eu adoraria se ele ficasse bem longe de mim, evitando qualquer contato para não acontecer o que sempre acontece quando estamos próximos desse jeito. 

Justin ficou de costas para mim e mexia nos cabelos os bagunçando de uma forma sexy e nervosa. Como se ele estivesse tentando se controlar.

Esse garoto é confuso demais para minha cabeça entender, ele simplesmente parece buscar acabar com a minha sanidade mental, assim como a dele não existe a tempos

-Acho que você já está bom, pode ir embora. - Falei indo calmamente em direção a porta e vendo ele andar de um lado para o outro. 

-Espera. - Falou me puxando pelo braço e colando os nossos corpos de uma forma tão intensa que eu conseguia sentir a respiração dele contra o meu rosto e o quente da sua pela branca. Comecei a ficar ofegante ao ver os olhos dele que antes estavam perplexos, mudarem para uma mistura intensa de desejo e raiva. Ele analisava meu rosto de uma forma que estava fazendo meu estômago ir ao chão e meu coração acelerar. 

 Nessa altura eu não sei mais o que estou fazendo ou o que vou fazer. Tô sendo levada mais uma vez por algo maior dentro de mim que jamais havia florescido até Justin aparecer em minha vida. Eu nunca senti isso antes, eu nunca vivi isso antes e parece que vou enlouquecer cada vez que acontece. 

A boca de Justin foi de encontro a minha me causando um arrepio por todo corpo. Ele apenas encostou de leve antes de se afasta alguns centímetros com os olhos fechados. Como se estivesse lutando para não me beijar.

 Essa proximidade estava me matando por dentro, meu extinto mais doido estava se roendo por está tão próxima e ao mesmo tempo tao longe dele daquela forma. 

 Eu estou me sentido em chamas e é como se o mundo tivesse desaparecido a minha volta. 

 Por impulso, encostei meu lábios no dele com rapidez e iniciei um beijo de uma forma que nunca imaginei que faria. Eu estava totalmente entregue a uma coisa desconhecida mas, forte o suficiente para me fazer agir de uma forma que jamais agiria.

Mais uma vez eu estava o beijando, mas uma vezes eu estava entregue a ele. Sei que irei me odiar depôs disso mas eu não quero parar. 

Minhas mãos estavam entre os cabelos de Justin os puxando de leve, enquanto as mãos dele passeavam pelo meu corpo me causando calafrios e um calor surreal por dentro. Eu já estava sem ar, mas não pretendia parar. Era como se a cada segundo que minha boca fica encostada na dele, eu mudasse um pouco mais meu jeito de ser, eu nunca me imaginei fazendo isso com alguém que conheço a uma semana. 

Quando senti minhas costas entrando em contato a minha cama, meu coração deus pulos mais fortes e meu estômago foi tomado por borboletas.

 Eu estava fazendo isso mesmo? Eu estava realmente permitindo que isso acontecesse. 

Justin passava suas mãos pela lateral do meu corpo, apertando de leve a minha coxa em alguns momentos me fazendo arfar. O nosso beijo era intenso e caloroso, parecia que poderia durar para sempre naquela mesma sintonia. Ele se afastou da minha boca e começou a beijar meu pescoço e mandíbula, me causando uma sensação maravilhosa. 

 Eu não estou mais ligando se isso é errado, ou se ele é um babaca, algo maior dentro de mim diz que eu não vou me arrepender depôs de qualquer coisa que aconteça agora. 

Sentia a mão dele pela lateral da minha camiseta a puxando para cima, e quando eu vi, já estava sem a mesma, ficando apenas de sutiã. 

 Apesar do momento, eu sentia minhas bochechas queimarem de vergonha. Ninguém jamais tinha me visto com pouca roupa antes. Mas, ao mesmo tempo eu estava entregue demais para parar. Senti um gemido escapar pelos meus lábios quando Justin apertou um dos meus seios por cima do sutiã e eu já tinha perdido o controle total sobre mim.

Ouvi algum barulho mas tentei ignorar ao máximo aquilo, até ouvir a voz falar. 

-Liz, ficou doida? Abre a porta. - Agatha gritou do outro lado da porta e eu a praguejei mentalmente. - Liz tá tudo bem? Ou você abre a porta agora ou eu vou pegar a outra chave. - Gritou, mas eu estava aérea demais para me importar. Justin também não estava se importando e eu vi isso quando ele deu um pequeno sorriso safado, antes de voltar a me beijar. 

-Liz Blue Smith, você tem dez segundos para abrir essa porta antes que eu abra. - Dessa vez foi Rachel que gritou do outro lado da porta e foi assim que eu cai na real. 

 Afastei o Justin de mim com presa e olhei desesperada para a porta e depôs para ele sem ter ideia do que fazer. 

 Meu Deus, eu estava tão perdida no que fazia e não me dei conta de nada a minha volta. Se minhas tias, principalmente a Rachel, me pegam aqui nesse quarto, sem blusa e com o Justin, é morte na certa para nós dois. 

-Sai. - Sussurrei para Justin que me olhou confuso. Ouvi o barulho da chave sendo colocada na fechadura e meu coração quase parou por completo. 

 Empurrei Justin para o chão e gesticulei indicando para ele entrar em baixo da minha cama e assim ele fez sem ao menos reclamar. 

 Logo que me virei para a porta de novo, vi a mesma se aberta por completo me dando a visão de Agatha e Rachel nervosas. 

-O que está acontecendo aqui? - Rachel perguntou brava, eu prendi a minha respiração e não sabia o que falar ou fazer. Meu coração estava acelerado e minhas mãos tremendo. Eu estava sem palavras. - Anda Liz, o que está acontecendo? - Ela entrou pelo quarto nervosa e começou a olhar para todos os lados como se procurasse alguém. 

-Nada...eu estava dormindo. - Falei finalmente algo, mas o nervosismo na minha voz era muito mais do que nítido. 

-Dormindo? E não ouviu a gente esmurrar a porta? - Agatha perguntou desconfiada parando do meu lado na cama e eu tentei respirar fundo para me concentrar nas respostas que iria dá. 

 Se as duas descobrirem o que estava prestes a acontecer aqui eu vou ficar de castigo para o resto da minha vida. 

-Porque está de sutiã? - Rachel perguntou olhando atras das cortinas e eu já estava tensa com aquilo. 

-Porque eu estava dormindo, não consegui dormir direito essa noite. - Falei tentando passar confiança mas não foi tão bom assim. 

-Tem alguma coisa estranha aqui. - Rachel falou desconfiada e se abaixou no lado da cama da Agatha para olhar em baixo. Meu Deus do céu. 

-Não tem nada de estranho aqui, a não ser vocês duas fazendo um escândalo desnecessário. - Falei olhando Rachel abaixada. É agora que eu começo a rezar? Se ela olhar em baixo da minha cama eu estou muito mais do que fodida. 

Ouvi um sussurro de espanto vindo de Agatha e olhei para a mesma ao meu lado, que agora estava olhando para o chão com os olhos arregalados. Olhei para o mesmo lugar e vi a mão de Justin saindo para fora. Por completo impulso, empurrei a mão dele de voltar para de baixo da cama e olhei para Agatha com um olhar desesperado implorando para ela ficar quieta. 

Gesticulando ela tentou me dizer que eu estava muito encrencada quando Rachel percebesse. E eu, também gesticulando, pedi pelo amor de Deus para ela me ajudar em alguma mentira. 

Eu estou desesperada, eu não quero saber se Agatha vai querer me matar quando souber quem está em baixo da minha cama, eu precioso da ajuda dela.

 Logo quando Rachel levantou eu e a Agatha a olhamos no mesmo  instante que ela vinha em direção a minha cama e o desespero aumentou dentro de mim.



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