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História The leaves of a daily - Obstacles to the truth ( parte 1)


Escrita por: FANFICTLOAD

Capítulo 34 - Obstacles to the truth ( parte 1)


Fanfic / Fanfiction The leaves of a daily - Obstacles to the truth ( parte 1)

P.O.V Justin Bieber

  Não era nada fácil abrir tudo da Katharine assim para alguém que até então não estava envolvida em porra nenhuma. Mas, se eu quisesse manter Liz por perto, ela precisaria saber da historia completa. 

   Pensei que Liz fosse enlouquecer ao saber de tudo, porém, ela entendeu a merda toda de uma forma que ninguém jamais entendeu. Eu sempre fui visto como o coitadinho que perdeu a namorada, que precisava seguir em frente e Liz, apareceu do nada, ouviu sobre a confusão que é a minha vida e ainda me apoiou. 

   A cada dia que passa eu ando tendo mais a sensação de que Liz Blue é um anjo, não é possível alguém consiga ser tão boa assim o tempo todo, até quando tem o direito de sentir raiva, ela simplesmente não sente. 

   Katharine é o grande amor da minha vida, mas o que Liz está fazendo com a minha vida é algo grandioso e perigoso demais. Ela está mexendo com a minha cabeça de um jeito que nunca aconteceu antes. 

   Eu olhava atento para ela, enquanto acabava de ler aquele maldito diário. Pelas diversas reações que teve, Liz está tão assustada quanto qualquer um ficaria em ler aquelas folhas. Sei que são nem o começo do que a Katharine escondia, mas já da para sentir raiva.

 
-Isso é sério? - Questionou espantada e eu assenti lentamente. - Katharine era da Explosion...ela roubava...- Repetiu aquela porra que eu já estava cansado de saber e ainda não tinha aceitado.

-Agora você entendeu porque eu não queria saber mais dessa porra! - Eu estava irritado demais só de lembrar o quando fui enganado por Katharine. - Ela era uma bandida! - Afirmei e Liz parecia questionar as minhas palavras enquanto encarava aquelas folhas.

-Talvez não...- Murmurou pensativa e eu revirei os olhos. 

   Mais uma para o time de defesa da Katharine. Qual é a porra do problema das pessoas em não ficarem do meu lado nessa história? O enganado foi eu e eles defende a Katharine. 

-Nem vem bancar a advogada dela, já tem um time para isso! - Rosnei e Liz me olhou seria. Só de lembrar que da última vez que fui discutir esse assunto enfiei uma bala naquele filho da puta do Kato me faz ficar mais estressado ainda. 

   Eu preciso contar isso a Liz.

-Eu não estou bancando a advogada de ninguém! - Se exaltou. - Só estou dizendo que talvez ela não seja uma criminosa e você já leu o resto do diário para saber? Não julgue o livro pelas primeiras folhas, Justin! - Me deu um sermão e parecia que ela tinha razão. Aliás quase sempre Liz tem razão. 

-Só estou dizendo que..

-Eu só estou dizendo que, tenho uma teoria do que possa ter acontecido com a Katharine para ela roubar e agir desse jeito, mas para saber se estou certa precisamos das outras folhas! - Disparou em falar, me cortando e eu a olhei confuso. 

-Como assim? - Eu estava confuso e a Liz não estava ajudando porra nenhuma, fazendo esse suspense desnecessário.

-Quando eu tiver certeza eu falo. - Cruzou o braço petulantemente e eu odeio quando ela faz essa merda. - Vamos ou não atrás das  outras folhas? - Perguntou com uma das sobrancelhas erguidas e eu respirei fundo. - Eu já acabei as contas, só vamos precisar de uma ajudinha. - Ela sorriu significativa e eu entendi bem o que Liz quis dizer.

 -O pessoal...Como eles podem ajudar? - Liz parecia a chefe e eu apenas um empregado de merda ouvindo. Mas quando essa garota resolve pensar, sempre da certo. 

-Precisamos de alguém que nos ajude a achar os endereços e nos informe tudo, não quero ter que quase virar comida de animal denovo! - Balançou a cabeça e eu ri concordando.

-Ok, podemos fazer isso. - Me aproximei dela que sorriu lindamente. Essa garota é tão bonita e sexy, que me deixa perdido. Até a inocência dela é provocante. Eu queria beija-lá bem agora.

-Então vamos! - Me puxou pela mão antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Liz está obviamente mais animada que eu para essa porra e eu só consigo pensar no que de pior está por vim. 

P.O.V Liz Blue

  Tudo tinha sido esclarecido na minha cabeça, menos a parte de que Katharine era uma criminosa. Pelo o pouco que vi e sei, ela era uma garota ideal, direita, correta e sensata. Mas isso era real até a página dois. Katharine roubava por diversão e isso não é normal, ainda mais para uma menina de onze anos. Minha cabeça está cheia de teorias do que ela realmente tenha passado para chegar a esse extremo e preciso do resto das folhas para chegar a uma conclusão.

    Eu entendo a raiva do Justin e a tristeza dele em descobrir tudo isso. Ele criou uma gangue para ser rival da que matou sua namorada e do nada, descobriu que essa namorada já fez parte dessa gangue. Um pouco confuso, bastante surreal e interessante. Sei que todos eles têm motivos para terem raiva dela, até eu fiquei quando li tudo aquilo e eu nem a conhecia direito. Mas eu sinto que tem um ponto nessa história que ninguém captou ainda e preciso ajudar eles a esclarecer tudo de uma vezes. 

   Corremos para a minha casa o mais rápido que aquele carro podia e era muito. O pessoal já estava avisado que precisaríamos da ajuda deles e agora eu preciso pegar o diário na minha casa para começarmos tudo. Ainda eram duas da tarde e se dermos sorte pegamos tudo hoje mesmo. Eu estou ansiosa e parece que é algo ligado a mim, mas na realidade é só algo ligado a pessoas que gosto muito. 

   Quando o carro parou na frente da minha casa eu respirei fundo. Estou tão nervosa que não consigo pensar numa desculpa para a minhas tias e Agatha, principalmente para a minha prima. Ela me viu sair chorando da escola e eu sumi, se ela não der um chilique quando me ver eu consigo inventar um história qualquer para as minhas tias e sair de novo, eu passei o fim de semana todo fora e não faço ideia de como convencê-las a sair novamente. 

   Seja o que Deus quiser. 

-Você espera aqui, bem aqui! - Olhei para Justin que levantou uma das sobrancelhas com um olhar de deboche. 

-Porque? Eu gosto da suas tias e daquela pequena, a Agatha eu não suporto, mas isso é o de menos! - A ironia na voz de Justin me fez questionar se ele estaria levando alguma coisa ali a sério. Tinha um risco enorme de eu ficar em casa caso as minhas tias não me deixassem sair.

-Não começa. - Pedi manhosa. Agatha é capaz de surta de vez se ver Justin na sua frente de novo e eu não preciso desse drama agora. - Eu vou lá e já volto. - Justin assentiu rindo e eu sai do carro. 

   Eu só preciso entrar pegar o diário e sair. Tem que da certo. Abri a porta de casa e não havia ninguém na sala, ótimo, me poupou de ter que começar a explicar agora. Subi as escadas rapidamente e fui para o meu quarto, assim que abri a porta meus olhos bateram em Agatha que estava sentada na cama e parecia nervosa. Quando ela me viu seu rosto de preocupação aumentou e eu me preparei para o sermão. 

-Liz Blue, onde você estava? - A voz de Agatha saiu alta e estridente. - Eu quase morri de preocupação, você saiu igual a uma doida do colégio, não disse para onde ia e desapareceu por horas! - Gesticulava como se quisesse me matar mas ao mesmo tempo me abraçar. 

     Eu sei que Agatha deve está se questionando sobre várias coisas agora, por exemplo, porque aquela noticia do colégio me fez ficar daquela forma. Era tão simples a explicação, mas eu jamais poderia da a ela, isso não envolvia só a mim, não era a minha vida e sim a vida de outra pessoa, ou melhor, outras pessoas.

-Eu juro que explico tudo quando eu voltar. - Menti. - Mas agora você precisa me ajudar a inventar uma história para sair! - Juntei as mãos como se estivesse prestes a implorar e Agatha me olhou confusa.

-Você ainda tá falando com o Justin? - A dúvida do olhar dela me fez a encarar com os olhos semicerrados. 

-E porque não estaria? 

   Agatha abriu a boca para me responder mas no mesmo segundo a fechou como se pensasse num porque. Eu poderia jurar que ela tinha esperanças de que eu chegasse aqui contando que não estou mais próxima do Justin, mas por que? Ela nem sabe o que aconteceu comigo na sala, como Agatha poderia ter certeza que tenha haver com Justin? 

    Essa história está estranha. Aliás, o fato da Katharine ter aparecido feito mágica justamente no trabalho que Agatha tanto queria, me deixa com dúvidas e suspeitas. Será que Agatha sabe de Katharine e Justin e estava tentando me alerta? Mas se ela sabe, como descobriu isso antes de mim? 

-Porque não teria outra razão para você ficar daquela forma que não fosse o Justin. - Deu de ombros de uma forma meio estranha. - Ou teria? - Questionou curiosa com uma das sobrancelhas erguida e eu neguei rapidamente.

   Talvez seja coisa da minha cabeça achar que Agatha sabia de algo. É até óbvio pensar que eu ficaria daquela forma por causa do Justin, ele é quem ronda meus pensamentos quase que o tempo todo e Agatha sabe disso, ela me conhece bem. 

-Prima, você tem que ajudar. - Falei a vendo assenti. - Vou ter que sair mas não tenho hora pra voltar, as tias nunca deixaram ainda mais porque passei o fim de semana todo fora. - Agatha me olhava atenta e eu fui até meu armário, abrindo mesmo e pegando aquele diário. 

   É hoje que isso chega ao fim. 

-E você quer que eu faça o que exatamente? - Agatha estava sendo muito calma para quem esta vendo eu mentir pela milésima vez. Eu deveria me preocupar com isso? 

-Fala que eu estou aqui, fazendo sei lá... Um trabalho. - Sugeri e Agatha ponderou a cabeça. - Eu já fiquei várias vezes tranca nesse quarto o dia todo fazendo trabalhos, então elas vão engolir essa! - Ela me ouvia e concordava com tudo. 

-Ok, eu falo isso, mas..- Parou por uns instantes e parecia pensar. - O que você vai fazer? - A dúvida no rosto de Agatha era visível e eu realmente não faço ideia do que irei fazer. 

-Vou ajudar uma pessoa, prometo que não é roubada. - Eu espero que não seja igual da última vez, meu cérebro me lembrou. 

-Tudo bem, vou segurar aqui para você.Mas quando você voltar, quero respostas, principalmente sobre o que aconteceu de manhã. - Me olhou tão séria que eu seria capaz de dizer, que se eu não lhe contasse a verdade, Agatha me mataria.

-Prometo. - Fui correndo até ela é depositei um beijo na sua bochecha. - Te amo! - Afirmei antes de pegar a minha bolsa e sair porta a fora.
 
    O fato de Agatha está calma e super colaborativa hoje é estranho, mas não vou nem questionar, é sempre bom aproveitar esses momentos raros. Desci as escadas em passos lentos, as minhas tias estão na cozinha e se me verem aqui, adeus qualquer chance de sair. Eu podia ouvi-las conversa e me senti aliviada assim que coloque meus pés para fora de casa. Só preciso rezar agora para que Agatha realmente consiga segurar tudo por aqui. Fui até o carro de Justin que continuava no mesmo lugar e entrei no mesmo. 

-Foi fácil? - Ele perguntou me olhando e eu assenti. - Até com a sua prima? Isso está estranho. - Falou desconfiado e eu tentei não pensar exatamente a mesma coisa, apesar de ser isso que estava me preocupando.

-Eu não faço ideia do porque Agatha está tão calma, mas vamos aproveitar é raro. - Afirmei e Justin concordou rindo.

-Ela nunca está de bom humor. - Ele ria como se fosse engraçado e em partes era mesmo. Agatha não ficaria assim sempre que eu tentasse fugir e mentir. 

-Então vamos atrás dessas folhas logo! - Suspirei segurando o diário e eu já sentia minhas mãos suarem. Eu tenho muito medo do que vamos ter que enfrentar, Katharine não era uma pessoa muito normal e depois do leão, eu espero qualquer coisa. 

-Acabei de falar com o pessoal. - Ele balançou a cabeça como se tivesse ouvido algo. - Na verdade estou falando com eles. - Justin disse abrindo o porta luvas na minha frente e pegando uma caixinha preta pequena. - Se vamos fazer isso como se fosse a porra de uma missão, temos que fazer direito. - Eu não estava entendendo muito bem o que ele estava dizendo. Mas assim que Justin abriu a caixinha eu pude começar entender. 

-Isso é igual aqueles negócios que os espiões usam? - Falei igual uma criança vendo algo diferente e Justin revirou os olhos rindo. 

-Isso se chama, ponto de comunicação e sim é igual aos dos espiões. - Afirmou debochando e eu o olhei seria. Para ele pode ater ser comum, mas para mim não era. 

-Idiota. - Murmurei e Justin se aproximou de mim lentamente, antes de tirar meus cabelos do rosto e colocá-los atras da orelha. Eu estava tensa com a proximidade dele, sentia a minha respiração falhar  e meu estômago pesar. O toque dele tem um efeito absurdo sobre mim, maior do que posso controlar. 

    Justin colocou aquele negócio estranho no meu ouvido e eu só conseguia me concentrar nos olhos dele sobre mim, parecia que ele estava fazendo para me provocar, me olhando como se me desejasse intensamente e fazendo tudo de uma forma lenta e sexy. Céus, esse homem ainda vai acabar com a minha sanidade. Assim que ele acabou de colocar o negócio estranho na minha orelha, Justin veio se aproximando da minha bochecha lentamente, até chegar perto da minha boca e eu me vi novamente completamente envolvida e hipnotizada pelo seu cheiro, pelo seus olhos sedutores e cheios de segundas intenções. 

    Era demais para aguentar.

   Quando Justin chegou a centímetros da minha boca, eu só queria que ele me beijasse logo e acabasse com aqueles espaço entre nós. A boca dele estava quase que colada na minha, mas eu não conseguia nem se quiser reagir, parecia que tudo estava em câmera lenta. 

-Ei, espero que os dois não estejam se pegando bem agora! - Ouvi a voz de Dakota e tomei um grande susto me fazendo sair daquele estado que estava. Coloquei a mão na boca ainda bastante assustada e Justin deu uma risada tão fofa que eu acabei rindo junto. 

-Cala a boca, Dakota! - Justin falou apontando para o ouvido dele e aí que eu me lembrei que aquilo ali era um comunicador e obviamente todos estavam nos ouvindo. Ainda bem que eu não disse um terço das coisas que eu estava pensando enquanto Justin estava perto de mim. Seria vergonhoso. 

-Oi Dakota. - Falei ainda achando aquilo tudo muito estranho. 

-Oi Liz, tá pronta para a diversão? - A voz da Dakota saiu no meu ouvido novamente e eu assenti. Era tão louco aquilo, parecia que ela estava na minha cabeça, mas eu gostei, é tipo um micro telefone celular. 

-Depende, só é diversão se tiver outro animal enorme no meio! - Respirei fundo e esse era o meu maior medo. Se Katharine colocar mais um animal assustador na minha frente eu acho que vou desmaiar. 

   Dakota riu e eu pude ouvir outras risadas, mostrando que ela não estava sozinha onde quer que estivesse. 

-Então vamos lá. - Justin disse ligando o carro e eu respirei fundo mais uma quatro vezes. - Liz, passa todos os números para eles. - Assenti tentando parecer calma, mas eu estava definitivamente desesperada. 

  
    
   Todos os números eu tive que dizer umas quatro vezes até eles anotarem e isso demorou uns vinte minutos. Sei que ninguém aqui quer errar um endereço e eu muito menos, mas me senti bem melhor quando falei finalmente os últimos números. Agora estamos prontos para ir onde Katharine nos mandar.

    Quando o primeiro endereço foi dito eu me senti mais calma por Justin já conhecer aquele lugar. Era a ex escola da Katharine, antes da High School. Me senti aliviada por não ter nenhum perigo. Talvez o leão tenha sido o único. 

   Assim que paramos na frente daquela escola eu sorri vendo as crianças brincando no pátio. Era tão fofo ver eles correndo de um lado para o outro sem motivo algum, quando somos crianças temos tantos poucos problemas, so nos preocupamos em correr e brincar por aí. 

-Eu posso ir? - Olhei para Justin. - Eu adoro crianças! - Fiz um biquinho fofo e pisquei os olhos várias vezes. Justin deu de ombros e aposto que ele não estava muito afim de entrar, para todos os efeitos ele não ajudaria em nada, Justin só serve para as partes de perigo. 

    Dei um beijo rápido nele e sai do carro, andando em direção a escola. Se todos os outros lugares forem fácil assim, eu chego em casa antes das dez. 

-Oi, boa tarde. - Falei sendo simpática, com um senhor que estava no portão da escola. - Eu preciso muito da sua ajuda! - O senhor assentiu se aproximando mais do portão e eu comecei a falar. - Minha...Amiga, estudou aqui quando era pequena e ela escondeu uma coisa muito importante em algum lugar nessa escola, provavelmente as enterrou, será que eu poderia procurar? - Sorri largamente, o senhorzinho me olhou confuso e eu respirei fundo me preparando para explicar tudo de novo.

-A Katharine? - A forma certeira que ele disse o nome dela, me fez abri a boca surpresa e assustada. 

-Ele disse o nome dela antes de você falar? Que doido! - Ouvi a voz de Nash no ponto e ainda estava muito surpresa para responder.

-É, Katharine. - Afirmei ainda em choque.
Como ele sabia que eu falava da Katharine? - Como o senhor sabe? - Perguntei curiosa e ele riu abrindo o portão.

-Aquela danadinha vivia mexendo onde não devia e um dia eu a peguei escavando o jardim do colégio, deixei ela acabar e fui ver o que tinha e era uma caixa cheia de folhas e outras coisas , acho que não era para ninguém achar então a enterrei de volta. - Ele explicou tudo e eu assenti animada. 

-Ela era um pouco misteriosa. - Falei entrando pelo portão. Um pouco é até elogio.

-É, ela era. - Balançou a cabeça e em seguida suspirou. - Katharine já resolveu aquele problema dela? - Perguntou caminhando em direção a um enorme jardim que não ficava muito longe do portão. Não sei exatamente do que ele esta falando então me mantive calada.

-Pergunta sobre o que ele está falando! - A voz de Justin soou no meu ouvido e ele não parecia nem um pouco calmo. 

-Qual problema? - Questionei praticamente forçada pela voz de Justin e o senhor me olhou rapidamente antes de continuar a andar. 

-O de pegar as coisas. - Ele fez um jeito banal e eu prendi a respiração por alguns segundos já imaginado a cara que todos devem ter feito ao ouvir falar daquilo, principalmente o Justin. 

-Como o senhor....

-Como eu sei? - Me completou. - Ah, menina, melhor você mesma vê. - Apontou para o jardim e em seguida me esticou uma pequena pá. 

-Do que ele está falando? - Dakota perguntou e eu realmente não sabia responder. 

-Talvez ele saiba de algo que a gente ainda não sabe. - A voz de Matt falou e eu assenti. Tem muitas coisas da Katharine que ninguém sabe.

   Comecei a cavar no lugar certo e não demorou até surgir uma caixa pequena, que era exatamente igual às outras duas, mas em baixo dela, havia alguma coisa maior. Abaixei mais para olhar melhor e tirei a caixa pequena de cima antes de ver o que tinha em baixo. Era uma caixa maior. Franzi a testa sem entender muito bem. Abri a caixinha e lá estava as folhas do diário como sempre. Puxei a outra caixa para fora e a abri. No mesmo instante meu olhos se arregalaram e eu senti um frio na barriga surreal. 

-Meu Deus. - Sussurrei sem tirar meus olhos da caixa e do que havia dentro dela. Era tão chocante que eu não conseguia nem se quer disfarçar o espanto. 

-O que foi? - Justin perguntou e parecia curioso e nervoso. 

-A Katharine..- Comecei a falar mais minha cabeça estava girando um pouco diante daquilo tudo. - Ela enterrou uma caixa cheia de coisas! - Toquei em algum dos objetos e minhas mãos estavam trêmulas. - Tem de tudo aqui. - Meus olhos vasculharam a caixa e eu podia ver de joias a coisas simples como canetas e lápis. 

-O que? - Todos falaram ao mesmo tempo fazendo a minha cabeça se confundir ainda mais.

-São objetos roubados. - O senhor se manifestou e me lembrei que obviamente achou que eu estivesse falando com ele. - Cheguei a essa conclusão quando vi algumas coisas aí que foram dadas como desaparecidas aqui no colégio, tipo o caderno de uma aluna, na época foi um Deus nos acuda por conta desse caderno. - Coloquei as mãos nos cabelos ainda sem reação.  - Não sei o porque daquela menininha pegar tudo isso e simplesmente esconder aí, mas preferi deixar e esperar para ver se ela pegaria algum dia e ela nunca mais voltou!

    Era óbvio que Katharine não voltaria, ela não precisava daquelas coisas, por isso as enterrou e agora o quebra cabeças sobre quem era realmente a Katharine, começa a se montar na minha cabeça. Minha teoria está cada vez mais parecendo ser plausíveis.

-Ela morreu. - Olhei para o senhor que fez uma cara de surpresa. - Mas deixou pista para acharmos isso aqui. - Ele assentiu e parecia ter ficado bastante triste com a notícia da morte da Katharine. Ela deveria ser muito querida mesmo por onde passava. - Posso levar tudo? - Fechei a caixa e o senhor murmurou um "sim" desanimado.

    Tudo que a Katharine fazia era de uma forma estranha e completamente diferente. Ela só roubava coisas que não necessitava, não usava e ainda as escondia. Isso não é ser uma criminosa, tem outra coisa por trás desses roubos e eu estou a um passo de descobri o que é.

  Voltei para o carro com as duas caixas e Justin me olhou de uma forma nada boa. Não sei se ele achou que eu iria deixar tudo para lá, por que eu realmente não iria. Essa caixa de objetos vai nos ajudar a entender direitinho o porque de Katharine roubava.

-O que você acha que vou fazer com essas coisas? - Justin perguntou sendo bastante grosso enquanto eu colocava a caixa no banco de trás.

-Para de graça, Justin isso é necessário! - Dakota exclamou e eu agradeci mentalmente por ela ter se manifestado antes de mim. 

   Justin não estava nada feliz com aquela situação. Sei que deve ser horrível ver a pessoa que você amou agindo de uma forma que jamais esperava, mas a vida é assim, a gente não se cansa de se surpreender com as pessoas a todo o tempo. Em um minuto achamos que a conhecemos bem e no outro vemos que estávamos completamente enganados. 

     Entrei no carro e Justin me olhou brevemente antes de liga-lo novamente. Eu poderia jurar que ele estava irritado comigo por ter trago a caixa. No final do dia ele ainda vai me agradecer por ter pego, faz parte da explicação sobre o que eu acho que realmente acontecia na cabeça da Katharine e eu sinto que será bem necessário o Justin entender isso. 

 -Gente! - A voz de Nash falou e eu conseguia sentir que ele iria falar algo engraçado só pelo tom da sua voz. - Vocês não imaginam onde é o próximo lugar! - A forma cantada e divertida que ele disse me fez sentir um frio na barriga. 

  Lá vem problema.

-Fala logo, Nash! - Justin disparou nada calmo e eu revirei os olhos. Agora o humor dele vai ficar péssimo o dia todo, que ótimo. 

-Katharine mandou vocês para. - Ele fez uma pausa dramática. - O Jardim do Labirinto. -Nash gargalhou e eu me engasguei com minha própria saliva. Como assim o Jardim do Labirinto? 

-É brincadeira né? - Justin perguntou e me olhou rapidamente e eu me mantive calada sentindo o nervosismo tomar conta de mim.
 
  O Jardim do Labirinto nada mais é do que o lugar mais estranho dessa cidade. Foi criado nos anos cinquenta por um psicopata bilionário, no jardins de seu terreno enorme e era usado para torturar as vítimas antes de matá-las. Desde que foi descoberto ele é trancado e só pode ser visitado pelo lado de fora. Mas claro que várias pessoas já tentaram se aventurar lá, ou se perderam e acabaram ficando dias desaparecidos ou nem ao menos eram encontrados. Dizem que é o lugar mais perturbador do país e que o governo já quis destruí-lo diversas vezes mas nunca ganhou a causa na justiça já que os bens ainda pertencem a família. 


   Resumindo, Katharine era doida e vai nos forçar a entrar lá. 

-Como uma menininha entrou num lugar assim? - Choraminguei, passando as mãos rapidamente por dentro dos meus cabelos e Justin estava tão sério que eu poderia classificar como medo se não o conhecesse.

-Eu juro que não quero que vocês entrem lá! - Dakota exclamou. - Mas, Liz, você tem um gráfico ele vai servi como mapa para vocês! - Isso me deixou até um pouco mais calma, o gráfico talvez não faça a gente se perde, se seguirmos exatamente o que ele manda. Porém, eu ainda estou com medo o suficiente para querer desistir. 

  
     Justin se manteve calado o caminho todo e isso estava me deixando mais nervosa. Essa falta de comunicação repentina me tira do sério, eu não fiz nada para ele ficar sendo idiota comigo. Mas é óbvio que Justin Bieber sempre vai da um jeito de ser um completo babaca, se não nem seria ele.

-Não tô irritado com ela. - Justin murmurou sério e eu o olhei com o canto do olho. Ele não estava falando comigo e visivelmente tinha alguém no ponto dele. - Para de me da ordens. - Disse quase sussurrando e eu fechei os olhos tentando não me concentrar na conversa.

   Não sei exatamente o que ele está falando e nem com quem está falando, mas não é educado ficar prestando atenção. Eu tenho problemas maiores para me concentrar, como pro exemplo, entrar no Jardim do Labirinto e sair de lá com a minha sanidade intacta. 


   Quando o carro parou na frente da casa eu bufei tapando os olhos com as mãos. Aquele lugar era horrível, já pelo lado de fora, dava para ver que estava abandonado e visivelmente não era um lugar para se passear. Agora me diz, o que uma menina veio fazer aqui? Isso é a única coisa que eu não consigo responder.

  Abri a porta do carro e sai do mesmo sem dizer um mísera palavra. Se Justin acha que vou ficar fingido que ele não é um idiota completo, não, eu não irei. Olhei para o grande portão e lamentei mentalmente pelo dia que toquei naquele bendito diário, se eu não tivesse me metido onde não devia, ninguém jamais iria saber quem eu era capaz de desvendar aquelas contas e hoje eu não estaria mais uma vez de frente de algo surreal. 

  E eu achando que o leão era a loucura. 

-Liz. - Justin me chamou chegando perto de mim, mas continuei concentrada no portão daquele lugar. - Desculpa. - Falou tão perto do meu ouvido, que eu senti meu corpo se arrepiar completamente. - Eu te falei que tudo isso me deixava irritado. - Assenti, ele tinha me falado isso mais cedo, porém eu não tinha nada haver com a irritação dele.

-Só tenta não descontar nas pessoas. - Me virei para ele, que estava perto demais e nossos corpos acabaram se chocando. -Eu só quero ajudar. - Sussurrei e Justin assentiu sem tirar os olhos dos meus. 

-Eu adoro você..- Ele sussurrou colocando a mão no meu rosto e se aproximando o máximo até nosso lábios se encostarem, me causando um arrepio bom e um frio na barriga intenso. - Você sabe né? - Perguntou contra os meus lábios e eu fechei os olhos assentindo. 

   Os lábios de Justin encostaram nos meus, mais intensamente e eu o beijei de volta. Beijar Justin era bom demais, o beijo dele era surreal e me fazia sentir todos os sentimentos ao mesmo tempo. É tão único e tão excitante, que eu poderia facilmente fazer isso um dia inteiro sem parar. Os lábios macios de Justin pareciam que se complementavam aos meus de uma forma inexplicável. Não sei de onde nasceu essa química entre duas pessoas tão diferentes, mas quando nos beijamos parecemos ser a mesma pessoa.

-Ainda estamos aqui! - A voz de Nash e Dakota falaram e eu tinha esquecido completamente deles. Me afastei do Justin meio relutante, não é bem o que eu queria fazer.

-Eles não estão ligando a mínima para vocês. - Matt ressaltou, eu e Justin assentimos com um sorriso. A gente realmente não estávamos ligando. 

-Que injustiça! - Nash fingiu está ofendido e eu revirei os olhos. - Mas ainda gosto de vocês. Boa sorte aí! - Eu assenti lentamente e meu coração disparou só de lembrar que terei realmente que entrar nesse labirinto.

-Vamos? - Justin esticou a mão para mim e eu a peguei sem nem pensar. Eu sei que vou está segura com Justin, então não tenho o que temer lá dentro. 

  Fomos em direção ao portão que obviamente era bastante fácil de se abri. Assim que entramos, o Jardim enorme fez meu estômago embrulhar em medo. 

   Deus nos proteja. 

   Olhei para o Labirinto e as paredes dele pareciam ter uns oito metros de altura, eu posso está sendo exagerada, mas era algo similar a isso. Os murros de plantas dava uma sensação mais sombria ainda. Apertei a mão do Justin enquanto caminhávamos até a entrada aquele Labirinto.

-Não fica com medo é pior. - Justin me puxou para mais perto e eu tentei me concentrar nas palavras dele, porém, meu cérebro só conseguia pensar em sair logo dali. 

-Estamos com vocês! - A voz da Dakota falou e eu me senti um pouco melhor por ter outras pessoas ajudando nesse momento. 

  Peguei a folha que estava na meu bolso e tentei me concentrar para não errar nada. A pressão de está diante de um lugar simplesmente desconhecido e que confunde a mente, estava mexendo com a minha cabeça. Se eu fizer alguma coisa errada estaremos presos lá dentro por sabe-se lá quanto tempo.

   Katharine, porque você foi fazer algo assim? Eu tô tentando te entender eu juro, mas é quase impossível com você fazendo coisas absurda como essas. Imagino seu medo de que alguém descobrisse tudo sobre você de verdade, deveria ser enorme. 

  Aquele gráfico parecia o mais complicado de todos. Não era como achar algo em uma casa, num terreno ou numa pedra. Isso é um Labirinto com várias passagens falsas e obstáculos. 

  Eu tentava apenas me concentrar em seguir passo a passo corretamente, enquanto respirava fundo o máximo de vezes para tentar me acalmar. Meu coração estava acelerado e minha cabeça girando. 

-Esquerda, direita, direita, direita. - Olhei para Justin que assentiu e seguimos em frente entrando naquele lugar. Quando viramos o primeiro corredor eu finalmente entendi porque aquele lugar era para tortura as pessoas. Poderia jurar que aquele corretor era idêntico ao último. 

  Viramos a direita e a mesma sensação do corredor ser igual ao ultimo e de que estávamos andando em círculos, ou melhor, nem havíamos saído do lugar. Era sufocante e desesperador, qualquer um poderia ficar louco ali. 

-Direita? - Justin me perguntou e eu parei de andar para tentar lembrar. 

Eu estava confusa, já viramos a esquerda uma vez e a direita uma vez mas esse corredor é idêntico ao primeiro e minha cabeça não conseguia raciocinar.

-Liz, respira. - Justin pediu me olhando atentamente e eu tentei respirar fundo mas eu me sentia ofegante. Fechei os olhos e tentei me concentrar.

-Direita. - Afirmei e seguimos em direção ao próximo corredor e dessa vez tinha duas direitas. Não é possível. 

-Que porra irritante! - Justin exclamou e sei que ele está tão nervoso e confuso quanto eu. Olhei para a folha.

-Direita um. - Falei certa e Justin bufou virando a primeira direita. Finamente chegamos ao lugar indicado e eu soltei o ar que nem fazia ideia de que estava segurando. - Aqui. - Apontei para o chão. Eu só queria pegar logo aquelas folhas e sair desse lugar horrível e agonizante. 

  Não faço ideia de como Katharine entrou e saiu daqui facilmente e também já não tô muito afim de querer entender o porque desses lugares estranhos. Ela realmente estava afim de esconder a sua história de qualquer um que quisesse descobri-la.

   Justin me entregou a caixa assim que conseguimos a tirar do gramado e eu respirei mais aliviada. Menos uma, agora só restam mais algumas. 
 
-Vocês dois podem sair logo dai, estão me deixando agoniada. - Dakota parecia está apreensiva.

-Imagina para a quem está aqui! - Justin ressaltou. - Agora vamos sair daqui. - Assenti e seguimos pelo mesmo lugar que entramos. 

  Eu conseguia me sentir mais calma e relaxada em ter achado a caixa e já poder sair dali. Mas uma barulho me fez parar de andar no mesmo instante.

-Você ouviu isso? -  Perguntei para o Justin que assentiu. 

   Meu coração veio na boca ao ouvir o barulho novamente e eu poderia jurar que tinha alguém ali com a gente. Justin fez um sinal para eu ficar calada. Eu estava tremendo de medo e não conseguia nem se quer respirar. O barulho vinha de uma das entradas que tinha naquela parte e justamente a que precisávamos ir. Justin andou alguns passos em direção ao som e eu andei dois passos para trás. Duvido que vou até lá e eu nem queria que o Justin estivesse indo. A cada passo que ele dava para frente eu dava para trás tentando me afasta ao máximo de qualquer coisa que tenha ali. 

  Quando dei conta, fui puxada para trás de uma forma bruta e parecia que eu havia atravessado a parede de matos e parado em outro lugar. Alguém tapou minha a boca a tempo de eu gritar qualquer coisa e todo meu corpo estremeceu. Sentia alguém me segurar com força, mas não fazia ideia de quem era ou o que era. A mão na minha boca não cheirava nada Bem e estava me dando vontade de vomitar. 

    O medo já tinha me dominado quando quem me agarrava começou a me puxar para trás em direção a outro corredor. Tentei lutar contra, mas eu não sei se era o medo ou a minha tremedeira que me impediam de ter qualquer força para afastar aquela pessoa de mim. Eu queria gritar por socorro mas não conseguia nem se quer me mover de tanto que estava sendo apertada. Quando a pessoa que me segurava virou outros três corredores, finalmente me largou no chão e eu comecei a tentar respirar novamente, o ar estava praticamente sendo bloqueado pela sua mão. 

  Quando a minha respiração voltou ao normal eu estava apavorada demais para tentar levantar a cabeça. Eu conseguia ver os pés da pessoa que me pegou e ele usava sapatos social. Levantei a cabeça aos pouco e um cara de terno foi tomando a minha visão. Ele tinha um porte forte e usava a máscara de um cara sorrindo assustadoramente. 

  Aí meu Deus, o que é isso? 

   Eu estava  choque, e parecia que toda as minhas forças e minha voz tinham desaparecido completamente diante daquele desconhecido assustador. Ele me assustava muito.

   Eu preciso de ajuda. 

  Coloquei a mão na orelha e aquele ponto não estava mais lá. Olhei para o cara novamente, ele me mostrou o pequeno objeto que pegou de mim e o colocou no bolso. Não, não acredito nisso. 

   Eu estou ferrada, completamente em perigo e sozinha nesse labirinto. Minha vontade era levantar e correr mas a forma imponente que aquele cara estava parado na minha frente não me deixavam cogitar essa ideia. Acho que nunca senti tanto medo antes, nem com o leão. 

-Oi gracinha! - Falou com uma voz cantada. - Depôs de dois anos aqui, finalmente uma garota bonita para me divertir. Estou cansado dos meninos valentões que choram igual a menininhas quando me veem! - Balançou a cabeça. - Não sei qual é o problema, eu só quero me divertir um pouco. - Ele começou a gargalhar de uma forma demoníaca e meu coração já estava prestes a sair pela boca.

-Justin..-Murmurei começando a ficar preocupada com ele. Além de está com esse cara assustador, Justin tinha ficado para trás e com certeza deve está me procurando, sem noção nenhuma de onde eu estou ou de como sai daqui. 

-Seu amiguinho? - O homem parece ter me ouvido e eu tentei segurar a vontade chorar. - Pode deixar que ele vai te ouvir gritar. - Senti um calafrio percorrer o meu corpo. - Mas eu não gosto de nada fácil. -Riu- Você foi muito fácil. Então vou te da dois minutos para correr. - Abriu o paletó, mostrou uma faca enorme que tinha em sua cintura e perdi o ar completamente. - É melhor correr..um...dois..


   Ele começou a contar, mas minha cabeça girava demais para tentar me mexer. Eu não posso ficar parada ali e esperar que ele me mate, preciso achar o Justin, preciso sair daqui. Quando ele chegou no oito eu me levantei o mais rápido que consegui e sai correndo por um dos corredores. Eu não faço ideia de onde eu estou. Poderia tentar seguir a folha, mas se não for do ponto certo não serve para nada. 

   Porque eu fui me afastar de Justin, porque eu não fique grudada nele o tempo todo?

   Eu estava me sentindo tão burra e o medo era tão grande que não me permitiam pensar numa forma certa de sair dali. Parei de correr me sentindo cansada e sem fazer ideia de onde eu estava, as lágrimas já caiam dos meus olhos de forma intensa. 

  Não faço ideia do que fazer.

   Ouvi um barulho e me abaixei em um canto. Preciso pensar, tem que ter um jeito de eu sair daqui ou achar o Justin. Se eu gritar, aquele maluco me acha, se eu correr eu me perco mais e se eu ficar parada ele me pega fácil. Eu estou completamente perdida. 

  Ou não. 

    Minha cabeça se clareou por uns segundos e eu me lembrei que, aparelhos de comunicação como aquele que eu estava usando em alguns casos tem rastreador, ou seja, alguém poderia me encontrar se eu o tivesse, mas estava com aquele maníaco e era óbvio que Justin deve ter pensado nisso e ao invés de está vindo até a mim...Está indo até ele. 

  Então eu já sei o que preciso fazer. Preciso ficar perto daquele homem e rezar para aquele comunicador ter localizador. Me levantei do chão e respirei fundo para tomar coragem de fazer aquilo. 

   Eu preciso ter coragem.

-Socorro! - Gritei o mais alto que eu pude. - Justin, socorro! Me ajuda! - Eu estava desesperada e me sentia mais nervosa a cada segundo. Fechei meus olhos tentando pensar em coisas boas ao invés de pensar que nada do que estou planejando vai daí certo. 

-Gritar não é a melhor solução, lindinha. - Aquela voz perturbadora surgiu novamente e eu abri os olhos me virando na direção dela. Eu tinha que enfrentá-lo se quisesse ficar viva. 

-Você não vai querer encostar em mim! - Afirmei balançando a cabeça e tirando coragem de onde eu não tinha. 

-E por que não? - Perguntou irônico e eu o olhei seria.

-Justin vai te matar se você fizer isso. - Eu estava tão certa das minhas palavras que isso estava me enchendo de uma coragem diferente. 

-Eu duvido! - Afirmou rindo. - Ele nem sabe onde você está agora! - Continuei em silêncio. Justin precisa me achar rápido, esse cara não parece está disposto a conversar por muito tempo. 

-Eu se fosse você, não acreditava muito nessa teoria. - Falei petulante e eu não faço ideia de onde tirei forças para fazer isso. 

-Se eu te falar que estou afim de te guarda para mim. - Começou a se aproximar. - Todos os seus pedacinhos. - A forma nojenta como ele pronunciou aquelas palavras fez o meu estômago revirar. 

  Na média que se aproximava eu sentia meu medo voltar aos poucos. Olhei para o bolso onde ele tinha enfiado o ponto e pensei cinco vezes se tentava a sorte de pega-lo.

-Eu não faço ideia de quem esse Justin é para te fazer ficar tão segura! - Disse pegando aquela faca na cintura. - Aposto que ele deve ter ouvido você gritar, mas não faz ideia de onde você está, essa é a graça desse lugar. Você nunca encontra o que procura. - Encostou a faca no meu rosto e eu fechei os olhos sentindo a lâmina corta a minha pele, me causando uma dor forte. Por completo instinto chutei bem no meio das pernas dele, que se curvou de dor. 

   Tentei me afastar dele rapidamente, mas ele foi mais rápido e segurou o meu braço com força me prendendo contra a parede de folhas. Eu estava mais apavorada do que antes e todas as minhas esperanças estavam desaparecendo a cada segundo. 

   Justin cadê você? 

   Quando segurou o meu rosto com força, eu senti a dor do corte na minha bochecha aumentar. Que merda, eu não acredito que vou morrer assim indo atrás de algo que nem me interessa de verdade. Katharine deve me odiar, por que é a segunda vez que quase morro por causa dela. Não é possível. 

   Minha cabeça tentava não pensar em coisas ruins, enquanto os olhos daquele maníaco encaravam os meus como se desejasse me ver sofrer mais do que eu já estava sofrendo. Quando ele levou a faca para o meu pescoço, eu senti meu estômago revirar. Eu sentia a dor forte, tentava me manter firme e não gritar, mas era quase impossível é a pior dor que já senti.

-Até sofrendo você é uma gracinha. - Disse descendo a faca lentamente enquanto ria. - Eu vou adorar brincar com você. - Debochou, antes de me jogar no chão. 

P.O.V Justin Bieber

-Esquerda! - Dakota gritou. 

-Não, é Direita! - Nash gritou me deixando mais confuso do que eu já estava.

    Por um momento de descuido, Liz sumiu. Eu não faço ideia de como e nem porque, só estou desesperado por não fazer ideia de o que aconteceu, ela estava atras de mim por um segundo e no outro já não estava. Tem alguma porra muito estranha nesse lugar, além do normal, Liz não sumiu sozinha e eu tenho certeza que a pegaram, mas não faço ideia de quem e nem para onde foi. Esse lugar é a porra mais doida que já enfrentei.

    A sorte é que todos os comunicadores tem rastreadores e Matt lembrou disso a tempo de eu surta complementarmente sem saber o que fazer, agora eles sabem onde Liz está e onde eu estou. Mas o problema nessa porra é que eu não faço ideia de onde estou e para onde estou indo e ao invés de me ajudarem Dakota e Nash ficam discutindo me deixando mais confuso ainda. 

-Tem como vocês falarem a porra certa? - Gritei e os dois pararam de falar. Eu estou  preocupado com a Liz, não consigo imaginar ela em perigo e eu sem saber nem ao menos como ajudar. 

-Justin, ignora eles e foca em mim! - Matt falou e eu tentei me concentrar ao máximo. -Você não ouviu nada além daquele barulho? - Bufei irritado e passei a mão pelos cabelos tentando me lembrar. 

   Essa merda é sufocante, está preso num merda de lugar que eu não faço ideia de como sair e ainda ter alguém com que me importo muito em perigo. Eu preciso achar a Liz, preciso achá-la de qualquer jeito e eu não sair daqui até conseguir. 

-Isso importa mesmo? - Eu estava mais do que nervoso com tudo isso. - Vocês estão vendo ela aí nessa merda de computador, basta me mandar pelo caminho certo que eu vou achá-la! 

   Toda a raiva e frustração que estavam dentro de mim, eu automaticamente descontava neles a cada palavra. Estou perdendo tempo parado aqui quando não faço ideia do que está acontecendo com Liz e isso me tira do sério. Eu estava tão preocupado, ela pode está precisando da minha ajuda agora. 

-Justin, para de ser idiota! - Dakota Exclamou nervosa. - Quem quer que seja, a pessoa que pegou a Liz conhece bem esse lugar, se não prestarmos atenção você não vai achá-la e nem sair daí, então se concentra e responde o Matt! - Ela estava certa, óbvio que quem pegou a Liz conhece esse lugar como ninguém e estava a muitos passos na frente de qualquer um de nós. 

 -Eu só ouvi aquele barulho. - Falei tentamos ficar calmo mas era impossível. Dentro de mim eu sentia que a Liz estava em perigo e precisando de mim agora. 

-Ótimo então deve ser uma pessoa só! - Matt afirmou e eu assenti. Podiam ser centenas, eu iria acabar com cada um que encostou na minha Liz. - Vou dizer para onde você tem que ir. Vira à direita! - Falou  e eu assenti indo na direção que ele mandou. Mas parei de andar assim que ouvi um grito de socorro alto e eu sabia muito bem de quem era aquela voz. Senti todo a raiva e o nervosismo dentro de mim aumentarem. Não parecia ser longe.

 -Caralho você ouviu isso? - Nash falou, mas não foi direcionado a mim. -Justin, a gente ouviu a Liz no comunicador, não deu para entender nada mas tem um cara com ela! - Disse apreensivo e isso foi o suficiente para me levar ao limite. Ninguém toca na minha garota e sai ileso dessa.

P.O.V Liz Blue

  Todo o ar dos meus pulmões pareciam ter escapado e eu não conseguia me manter de pé com tanta dor. Senti minha cabeça girar e parecia que eu ia desmaiar a qualquer momento, enquanto as lágrimas já desciam pelo meu rosto. O homem ria divertidamente enquanto me via jogada no chão desnorteada. Era como se para ele, fosse o maior prazer do mundo ver alguém sofrer daquela forma. 

   Era horrível se sentir inútil e fraca diante de uma pessoa que tem o poder de te matar. Ele estava brincando comigo como um caçador brinca com a sua caça. Isso parecia ser a coisa mais divertida do mundo para ele.

 -E agora, gracinha...O que será que eu faço com você? - Perguntou cantarolando e a voz dele fazia eco na minha cabeça. - Cadê seu amiguinho para te defender? - Se abaixou do me lado e tocou meus cabelos delicadamente me causando arrepios, em seguida levantou a minha cabeça encostando na parede. 

   Essa era a mesma pergunta que rondava a minha cabeça. Cadê Justin? Onde será que ele está agora? Acho que nunca me senti tão preocupada antes. Se eu estou aqui ele com certeza está perdido e tudo por conta da minha burrice de me afastar dele. 

    Eu sou uma idiota.

Foi um prazer te conhecer. - Disse chegando a faca perto da minha barriga e eu segurei a respiração pronta para a dor.

-Você tem três segundo para sair de perto dela antes que eu exploda a sua cabeça em pedaços. - A única voz que eu queria ouvir naquele momento soou nos meus ouvidos e eu poderia jurar que era alucinação da minha cabeça antes da morte. 

  Eu e maluco mascarado, olhamos na direção da voz ao mesmo tempo e uma onda de alívio percorreu o meu corpo ao ver Justin ali. Acho que nunca fiquei tão feliz em vê-lo e pela cara dele, Justin não estava nem um pouco calmo. O olhar cheio de ódio e seu rosto vermelho, mostravam que ele esta mais do que furioso. 

  -Mas olha só, veja quem também sabe andar por labirintos. - Um sorriso doentio tomou conta dos lábios do homem. Voltei a olhar para Justin que olhou atentamente para mim antes de travar o maxilar e voltar a olhar para o psicopata ao meu lado. 

-Eu mandei você sair de perto dela! - Justin rosnou e eu podia sentir a raiva dele me intimidar. Acho que nunca o vi assim, ele estava completando dominado pela raiva e eu não sei até onde isso é bom. 

   Eu não estava mais com tanto medo, agora que Justin conseguiu me achar já posso me considerar segura, ele não deixaria nada acontecer comigo de forma alguma, ainda mais na sua frente. Mas o psicopata do meu lado não sabia disso, não sabia o que Justin era capaz de fazer quando estava no limite e para falar a verdade, nem eu sei o que ele é capaz.

-Corajoso da sua parte. - Se levantou ficando bem na minha frente, tampando toda a minha visão de Justin e pelo barulho que ele fez, também não gostou nada disso. - Eu sou o rei desse lugar, garoto, não ache que pode me enfrentar. - Tentei chegar um pouco para o lado e tive a visão de Justin novamente, eu só conseguia me sentir bem se o visse. 

   Tentei limpar as lágrimas que desciam pelo meu rosto mas acabei passando a mão por cima do corte da minha bochecha e gemi com a dor que me causou. Merda, isso está doendo demais. Olhei para o sangue nas minhas mãos e tive que respirar fundo para não começar a ficar mais desesperada do que já estava, não posso imaginar o quando feio esse corte está e pela cara que Justin fez ao me olhar, não estava nada bom. 

-Você machucou ela. - Justin negou lentamente e depois revirou os olhos com um sorriso tenebroso ,como se tivesse ouvido algo. - Minha amiga disse para te matar logo. - Disse de uma forma tão fria que senti meu estômago pesar. - Mas eu nunca escuto o que ela fala!
 
  Debochou antes de pegar a arma e aponta para o homem, atirando nas duas pernas dele. Cheguei para trás com o susto do barulho e ele caiu gritando de dor na minha frente. Coloquei a mão na boca assustada. 

-Você teve muito azar de colocar as mãos na minha garota, a única pessoa dessa cidade que  você não deveria querer nem passar perto! - Cuspiu furiosos e minha cabeça estava girando ainda mais. 

  O olhar de dor do homem na minha frente estava me deixando desnorteada e mais em choque do que já estava. 

-Eu vou matar você. - Justin, disse entre dentes e eu senti meu corpo estremecer em vê-lo agir daquela forma, o olhar, o jeito. Esse Justin me da medo e ele vai mate esse cara.

   A minutos atrás era isso que eu queria que acontecesse, aliás era a única forma de eu sair viva, mas agora, não tenho tanta certeza se quero que Justin mate esse homem. Não sei como minha cabeça iria reagir o vendo matar alguém na minha frente, eu nunca vi ninguém morrer antes e isso não seria uma experiência boa. Ver Justin como um assassino  iria mechar com a minha cabeça ainda mais e não sei se eu conseguiria encara-lo novamente. 

-Não. - Sussurrei sentindo as lágrimas caírem e Justin olhou para mim, ao mesmo que estava furioso ele aparentava está confuso. - Não mate ele..- Pedi com a voz fraca.

-Não há nenhuma chance de eu deixar esse filho da puta maluco vivo! - Respirei fundo tentando controlar as minhas emoções. Sei que quando Justin coloca algo na cabeça ele vai até o fim com ela e nada o faz mudar. 

-Não, olha eu estou bem, ele não fez nada demais! - Falei tentando me levantar e eu até que estava inteira tirando os cortes no rosto e no pescoço, além da dor de corpo e a de cabeça. - Não faz isso, por mim. -Eu só precisava argumentar convincente o suficiente para Justin não fazer a besteira de matar esse cara.

   Sei que Justin mata pessoas a muito tempo, isso faz parte da profissão dele e eu não posso fazer nada a respeito. Mas agora, com esse cara, eu tenho a chance de fazer algo. Ele pode ser um psicopata, ter tentado me matar e me cortado. Porém, vê Justin matar alguém vai doer mais em mim do que os cortes que esse homem causou. 

-Liz Blue, você está louca? - Questionou cético eu conseguia ver a fúria e a indignação nos seus olhos. - Se eu não matar esse filho da puta e acredite eu quero bastante, ele vai continuar matando as pessoas por aí! - Era o argumento mais plausível que eu já ouvi na vida. 

   Quantas crianças, adolescentes e adultos ele já não matou nesse tempo que fica aqui? Eu não posso querer defendê-lo, apesar de não querer que Justin mate ninguém, mas se o deixar vivo vai causar mais mortes inocentes. Me senti uma juíza dando um veredito a um criminoso. Aliás, eu não poderia ignorar que se ele sobreviver, muita mais gente vai morrer.

   Cheguei mais perto daquele homem que resmungava de dor no chão e enfiei a mão no bolso do paletó dele, pegando de volta o meu comunicador. 

  Caminhei lentamente até Justin e minha cabeça estava a mil. Tudo estava girando e eu estava tonta. Assim que cheguei perto dele o abracei com tanta força, como se aquele abraço fosse curar toda a dor que eu estava sentindo. Justin consegue me transmitir segurança, paz e todas as coisas boas possíveis, só estando perto de mim. Não sei se conseguiria viver sem ele nem que fosse por alguns instantes, me sinto constantemente necessitada da presença dele, como se cada ar meu dependesse de Justin. Isso era tão surreal, tão único e doido ao mesmo tempo, eu amava sentir isso, ao mesmo tempo que tinha medo do que pode significar. O que eu sinto é maior do que tudo que já senti antes e isso me faz temer o rumo de tudo.

   Apesar de meu coração não querer vê-lo fazer isso. Era necessário, sei que não sou ninguém para decidir a morte de alguém, mas só me passa pela cabeça quantas pessoas já morreram. Talvez isso diminua um pouco da sensação ruim que vai me trazer em ver Justin fazer isso. É pelas pessoas mortas e pelas que poderiam vim a morrer.

-Faça. - Sussurrei ainda abraçada ao Justin e com minha cabeça enterrada em seu peito. Eu estava me sentindo péssima por concorda com isso, matar mesmo que seja por um motivo "plausível", ainda sim torna quem matou um assassino e quem presenciou um cúmplice.

   O barulho dos tiros ecoou na minha cabeça diversas vezes e eu não queria não chorar, mas era impossível me controlar. Quando a minha vida mudou desse jeito? Eu constantemente estou em perigo e presenciando coisas absurdas ou erradas demais. Eu jamais vou esquecer esses barulho e saber que tinha um cara morto perto de mim me tirava completando do eixo. Só queria que nada disse tivesse acontecido, eu só não queria ser parte dessa loucura toda. 

-Você está bem? - Justin perguntou me afastando do seu abraço e me olhando atentamente, como se quisesse buscar qualquer outro ferimento em mim. Eu conseguia ver a preocupação em sua voz e no seu olhar.

-Vamos sair daqui por favor. - Pedi olhando os olhos dele. Não aguentaria ficar nem mais um minuto ali, estava me sentindo sufocada e tudo a minha volta estava girando, me sentia tão mal por dentro que eu nem conseguia raciocinar.  



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