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História The leaves of a daily - One more


Escrita por: FANFICTLOAD

Capítulo 43 - One more


Fanfic / Fanfiction The leaves of a daily - One more

 

P.O.V Melissa Bieber. 

 

-Melissa, senta! - Emily disse mandona e eu nem ao menos dei ouvidos, continuei andando de um lado para o outro. - Você está me deixando tonta! - Reclamou pela milésima vez. - Ah, olha não dá! - Resmungou antes de sair da sala. 

 

   O meu filho, o meu bebêzinho, foi tirado de mim como se não fosse nada, como se eu nem ao menos fosse a mãe dele. Mika prometeu e cumpriu o que disse, tirou meu filho de mim porque não denunciei o Justin. Acho que no fundo, eu ainda tinha esperanças que ele mudasse de ideia e deixasse a gente em paz. Mas, acabei percebendo que sou inocente demais ainda em relação às pessoas e isso precisa mudar. 

 

    Eu estava me sentindo perdida, como se tivesse arrancado um pedaço de mim, um órgão vital que me permite viver e respirar. Eu poderia dizer que é o coração. Meu coração foi arrancado de mim e só quero ele de volta, o quanto antes e em segurança. Nessa história toda, ainda tem a priminha da Liz, uma criança de três anos que não tem nada haver com essa história, mas foi levada junto. Não quero nem pensar no que Mika planeja para ela, todas as ideias são terríveis demais e eu só consigo chorar com as possibilidades. 

 

   Eu queria ser corajosa e capaz de ir atras do meu filho sozinha, mas simplesmente não tenho nem um porcento da preparação de todos dessa sala. Sempre fui tão desligada a gangue e a tudo de errado que todos faziam, que acabei virando a única incapacitada de fazer algo aqui. Então, só posso me agarrar as palavras do meu irmão de que vai achar as crianças em segurança e rezar para que tudo de certo.

 

    Justin tem que salvar essas crianças o quanto antes. 

 

   Nunca foi me ensinado a ser mãe, eu simplesmente peguei e virei uma, sem nenhum preparo ou qualquer coisa do tipo. Eu estava sozinha na época, Chris nasceu e eu aprendi tudo por puro instinto, isso porque a minha mãe não estava perto de mim. Eu me afastei dela, igual afastaram o Chris de mim, sem realmente ser a sua vontade. Na época parecia ser tão certo fugir dela e principalmente do meu pai, mas agora que sou mãe, consigo ver e entender exatamente o que pode ter se passado pelo coração dela. Nenhuma mãe merece ficar longe do filho, em hipótese alguma, é uma dor tão dilacerante, que não sei explicar. 

 

   Já tem um tempo que tenho pensado na minha mãe e em como ela deve está depois desses anos. Desde  aquele dia que sai de casa com o Justin, nunca mais tive contato, apenas fingia que ela não existia e isso foi tão errado. Com o passar do tempo, fui sentindo falta dela cada vez mais. Agora, hoje, mais do que nunca, estou sentindo a falta dela, do abraça dela e dos conselhos. 

 

   Meu bebê está por aí com um cara mau e manipulador, eu estou desesperada e não sei o que fazer. Talvez seja a hora de me redimir de algumas atitudes do passado. 

 

-Preciso sair. - Falei indo pegar a chave do meu carro, mas Nash entrou na minha frente me impedindo de andar.  - Eu vou surta aqui dentro! - Gesticulei quase perdendo o controle de mim mesma.

 

   Eles não podem me prender aqui e apenas pedir para que eu espere por notícias, preciso de um apoio que ninguém aqui pode dá de verdade, mesmo que tentem.

 

  -È melhor você ficar aqui. - Matt ressaltou. Passei as mãos pelo cabelo tentando não gritar. 

 

-Onde você quer ir? - Ryan perguntou gentilmente, me fazendo olhá-lo. - Posso levar você, assim Justin não surta se voltar e não te encontrar aqui. - Assenti concordando. Ter Ryan como companhia è melhor do que ficar pressa aqui o dia todo enlouquecendo a cada segundo. 

 

    Não falei mais nada enquanto fazia meu caminho até a porta. Não sei o quanto certa estou em ir até onde vou, mas è o que meu coração está mandando fazer e nesse momento eu estou sofrendo demais para tentar ir contra a isso. 

 

   O caminho todo eu fui explicando como se chegava ao local. È capaz de Justin querer me esganar quando souber que estou voltando para a nossa antiga casa, mas não posso deixar ele mandar nos meus sentimentos, eu preciso fazer isso por mim, mesmo sabendo que Justin ficará bem decepcionado e provavelmente furioso comigo, assim que descobrir. 

 

   

    Sai do carro meio hesitante sem saber exatamente o que fazer. Ryan me olhava tão curioso que estava me deixando mais nervosa. Quando ele souber que essa è a casa dos meus pais, ele vai contar ao Justin e è aí que eu escuto bastante. 

 

-Você pode esperar aqui, se quiser. - Sugeri e Ryan ainda me olhava curioso. - Eu so preciso ver a minha família, por favor, eu acabei de ter meu filho sequestrado, só quero ver a minha mãe! - Pedi, de uma forma bem afobada e me sentindo sufocada, antes de começar a chorar novamente. 

 

-Justin vai te um ataque, provavelmente querer me matar... Mas vai logo! - Ryan disse respirando fundo, como soubesse que isso vai cair sobre ele também, no momento que Justin souber que Ryan sabia e deixou eu entrar nessa casa. 

 

    Respirei aliviada por pelo menos ele está do meu lado e comecei a caminha em direção à casa, sentindo o vento gelado bater contra a minha pele. Meu coração estava em pedaços por causa do sumiço de Chris, mas de alguma forma ele começou a bater forte no peito, enquanto eu olhava aquela casa que cresci. Faz três anos desde que sai fugida daqui, tanta coisa mudou, agora essa casa parece minúscula comparada a que estou morando atualmente, mas na época que sai e fui morar num hotel minúsculo, isso aqui era um palácio. Tantos altos e baixos que passei com o Justin e não posso deixar de pensar que estou traindo ele voltando para cá. 

 

  Toquei a campainha e esperei que alguém abrisse a porta. Talvez algumas das empregadas, ou sei lá. Qualquer pessoa mais conhecida já è bom. Assim que a porta se abriu, vi o rosto mais familiar de todos que poderiam aparecer e era exatamente o que eu vim buscar. 

 

   O olhar da minha mãe para mim era de completa surpresa, acho que a última pessoa que ela esperava que iria aparecer na frente dela depois de tudo, era eu. Não controlei as lágrimas que caíram pelos meus olhos e muito menos a vontade de abraçá-la. Não pensei duas vezes para fazer isso, apenas esperei que minha retribuísse e ela retribuiu me abrandando com força.

 

-Eu estou desesperada mãe, tudo está saindo do controle, preciso de você! - Disparei em meio às lágrimas e minha mãe me puxou para dentro ainda me abraçando. 

 

-Melissa, meu Deus, eu senti tanta a sua falta! - Exclamou me apertando mais. - O que aconteceu com você minha menina, me conte! - Falou de forma doce, como sempre fazia. 

 

   Me afastei um pouco dela para olhá-la e minha mãe não mudou nadinha desde a última vez que nos vimos. Ainda tinha os longos cabelos pretos e uma beleza simples e encantadora. 

 

-O pai do meu filho voltou, ele deu um jeito de ficar com o Chris e.... Eu só quero o meu filho de volta! - Contei apenas por cima de toda a história para não assusta-lá demais, falar do sequestro seria um baque muito grande. Minha mãe me puxou pela mão, me guiando até o sofá. 

 

-Como assim pegou o menino? - Ela estava confusa e tentava ser o menos intrometida que sua curiosidade permitia.

 

-Pegou, levou ele e eu não faço ideia de para onde. - Tentei limpar as lágrimas que caiam constantemente. - Estou sem chão! - Afirmei colocando a cabeça no ombro dela, que passou as mãos pelos meus cabelos tentando me confortar. Foi atrás disso que vim, de um carinho de que sinto falta a muito tempo. 

 

-Melissa? - Ouvi a voz do meu pai e levantei a cabeça, vendo ele chegar pela porta. Me senti muito intimidada pela sua presença, como sempre era no passado. 

 

   Meu pai também não mudou nada e com certeza também não mudou o jeito rígido de ser. Pelo seu tom de voz, ele estava confuso com a minha presença nessa casa. De fato era para esta, quando expulsou eu e o Justin, disse que não era para voltarmos nunca mais. Talvez o meu pai seja o único que não consigo perdoar tão rápidos nessa história. 

 

-Gregg, ela veio conversar comigo! - Disse como se tentasse me defender do olhar sério do meu pai, coisa que eu esperei que ela fizesse a três anos atrás e não fez.

 

-Depois de tanto tempo? - Perguntou um pouco sarcástico e eu tentei fingir que não ouvi. - O Justin também vai voltar? A fonte do dinheiro dele secou foi? Uma hora a grana ilícita acaba, não é! - Era visível a mágoa e o rancor que meu pai guardava de Justin e isso me atinge de todas as formas possíveis. 

 

   Meu irmão è uma das pessoas mais importantes na minha vida. Não quero ouvir alguém falar mau dele dessa forma na minha frente. 

 

-Justin está bem e com certeza não pretende voltar jamais. - Murmurei voltando a deitar a cabeça no ombro da minha mãe e tentado ignorar a presença do meu pai. Se è para ouvir Gregg Bieber ser ignorante, prefiro apenas fingir que não estou ouvindo. Meu dia foi cheio de coisas e meu filho foi sequestrado, não tem nenhuma chance de eu ouvir alguma provocação do meu pai.

 

  Agora só me resta rezar, para que Justin descubra logo onde as crianças estão rápido. 

 

 

 

P.O.V Liz Blue. 

 

  Tomei um banho longo para tentar tirar toda a tensão dentro de mim. Ainda estou sobre o efeito de todos os acontecimentos e tudo parece está fora de controle. Já são quase nove da noite e o dia parece que se arrastou.

 

    A casa está um silêncio, apenas eu e Agatha estamos nela. As coisas saíram complemente do controle quando as minhas souberam de tudo, se é que ainda tinha algo no controle aqui.

 

   Nikki e as minhas tias foram avisadas sobre o sequestro e correram para cá. Óbvio que a reação de todas as três foi a esperada, o desespero e as lágrimas delas me deixaram muito pior do que já estava. Nikki acabou desmaiando e tivemos que chamar a ambulância para levá-la para um hospital. Só Kato estava aqui na hora e presenciou tudo em silêncio, ele não podia falar muito, toda essa situação é desesperadora demais. Não sei o quanto pior as coisas ficariam se Justin e Dakota estivessem aqui no momento, Agatha quase contou a verdade três vezes e eu tive que contê-la. Justin e Dak foram até o endereço que Mika estava, mas obviamente não encontram nada de relevante lá, apenas algumas coisas que eles tentaram usar para descobrir algo. Mas Mika já havia saído tinha algumas horas e não deixou nenhuma pista para trás. 

 

   A história do assalto convenceu a todas as três tias e me senti muito pior por mentir sobre o sumiço da Stella, mas eu simplesmente não podia contar a verdade, não quando sei que a situação do vai piorar com isso. 

 

    Com todo o mau estar da tia Nikki, as tias acabaram ficando no hospital com ela e a polícia foi acionada de lá. Eu acompanhei tudo em silêncio. Fizeram a ocorrência e o delegado disse que se dedicará completamente ao caso. O que eu sei que não é verdade. Ainda tive que falar que o estado da catapora de Melissa piorou e não pude ainda contar sobre Chris, só para caso minhas tias perguntassem cada a mãe do menino que ainda não apareceu. Elas se convenceram de tudo que disse, mesmo que alguns pontos da história estivessem não se encaixando, a preocupação delas era unicamente com as duas crianças. 

 

   Tudo está completamente fora de rumo e não sei o quanto mais as coisas podem piorar. 

  

  Sai do banheiro e voltei para o meu quarto, pensando que Agatha estaria deitada na sua cama, da mesma forma que estava quando fui tomar banho. Mas ao contrário disso, o quarto estava completamente vazio e só tinha um bilhete sobre a minha cama. Peguei para ler, sentindo que Agatha estava fazendo algo de errado.

 

     " Liz, não posso de jeito nenhum deixar que  Chris e Stella fiquei nas mãos de um cara maluco. Sei que você me disse, que ele é o pai do Chris, mas isso não alivia em nada o fato dele ter pego a Stella, que não tem absolutamente nada haver com isso. Queria muito confiar nos seus amigos como você confia, mas sei que eles não vão fazer nada por que não podem, assim como eu e você não podemos. Então, fui atras de ajuda de verdade. Estou indo até a Explosion e vou implorar a ajuda deles. Não se preocupe, volto antes da minha mãe chegar do hospital. 

 

  Agatha"

 

  Senti meu coração ir a boca no mesmo instante e reli a carta umas dez vezes para ter certeza de que não estou ficando doida. Agatha foi pedir ajuda a Explosion para achar as crianças, mesmo depois de eu ter pedido para ela esquecer essa possibilidade. Ela é tão cabeça dura que nunca consegue me ouvir, mesmo quando estou certa. 

 

  Que droga. 

 

   Peguei meu celular em cima da escrivaninha e cliquei no número da Agatha. Tenho que impedir que essa louca faça algo realmente grave para si mesma, Dylan é um maluco psicopata e quase nos matou quando cruzamos o caminho dele uma vez, Justin nos salvou e agora mais do que nunca Dylan sabe que somos ligadas à Justin. Com certeza, não vai deixar essa informação passar em branco. 

 

   Eu devo ter passado uns trinta minutos no banho e isso da o tempo suficiente para a Agatha chegar na parte sul da cidade e encontrar algum lugar que pertença a Explosion. Só me resta rezar para que ela atenda o telefone antes de encontrar Dylan. Alguém atendeu e eu não esperei para começar a falar. 

 

-Agatha, volta para casa agora! Dylan não è nem um pouco confiável! - Falei apressada e sentindo meu coração bater na garganta, me impedindo de respirar. 

 

-Como assim? Não confia em mim Liz? - Ouvi aquela voz grave do outro lado da linha, debochando e coloquei a mão na boca apavorada. - Sua prima é corajosa, veio até a mim depois de tudo. Deveria ser algo muito sério mesmo, para ela pedir minha ajuda. - Riu maldosamente e eu gelei. - Pena que ela não me pegou em um bom dia, tive uma briga séria com um sócio e perdi alguns homens por falta de dinheiro. Estou com raiva acumulada e só estava procurando algo para descontar... - Disse calmamente antes de suspirar. - Sua prima está fodida! - Murmurou lentamente antes de desligar o telefone na minha cara.

 

   

    Passei as mão pelos cabelos começando a ficar desesperada. Porque Agatha sempre tem que fazer as coisas erradas? Porque ela simplesmente não me escuta? 

 

  Meu Deus o que eu faço? 

 

   Preciso de ajuda.

 

   Desbloqueei meu celular de novo e fui até a agenda de contatos atrás de quem pudesse me ajudar. Agatha é burra, ingênua e um pouco maluca, como ela pode achar que Dylan, depois de tudo que aconteceu, iria ajudar? Sei que ela está desesperada, eu também estou, mas não é dessa forma que conseguimos as coisas, com isso Agatha só arranjou mais problemas. 

 

   Parei sobre o contato de Kato e fiquei encarando o mesmo por alguns segundos. Mesmo que o certo seja chamar o meu namorado nessa situação e pedir ajuda a ele, só tem uma pessoa nessa cidade que pode salvar Agatha. Passei pelo número de Kato e fui até aquele bloqueado por mim a mais de um mês. Cliquei sobre o nome e coloquei o telefone na orelha, esperando que atendesse. 

 

   Espero que ele não tenha me bloqueado também. 

 

P.O.V Justin Bieber 

 

    Parei o meu carro no jardim da minha casa de qualquer jeito e sai dele de presa. Preciso que Mattew veja se esse celular que achamos no quarto que Mika estava pode ser útil de alguma forma. Pelo o que eu e Dakota vimos, é pre-pago, mas pode haver alguma informação importante que diga pelo menos onde esse filha da puta se escondeu agora. 

 

   Quando passei pela porta, Melissa olhou para mim imediatamente, assim como todos ali. Eu sentia uma tensão diferente no ar, parecia que algo a mais estava acontecendo nessa sala além de toda a confusão. 

 

-Matt, você pode ver tudo que tem nesse celular! - Dakota exclamou indo em direção à ele que assentiu. 

 

-Só acharam isso mesmo? - Kato perguntou se levantando do sofá e indo até Dakota e Matt. - Tem que ter algo aí... - Murmurou apreensivo. 

 

    Melissa batia o pé no chão e parecia menos apreensiva que antes, mas ao mesmo tempo mantinha um olhar de que precisava falar algo. Minha irmã insiste em dizer o tempo todo que me conhece melhor do que ninguém e esquece que eu conheço ela da mesma forma. 

 

    Antes que eu pudesse falar alguma coisa sobre esse olhar de culpa de Melissa, meu celular começou a tocar e eu encarei o nome na tela por alguns segundos para ter certeza que não estou ficando louco. Atendi o telefone ainda confuso. 

 

-Preciso da sua ajuda! - A voz de Liz estava desesperada. - Por favor me ajude! - Pediu com voz de choro.

 

-O que aconteceu? - Perguntei preocupado pelo estado que ela estava. Não posso imaginar que outra porra pode ter acontecido agora, ainda mais para fazer Liz me ligar. 

 

-Agatha está em apuros! - Disparou rapidamente. - Ela foi até Dylan e ele a pegou! Disse que vai acabar com ela! - As palavras de Liz saiam apressadas e afobadas demais para eu conseguir entender. 

 

-Calma, onde exatamente ela foi? - Tentei manter a calma para tentar entendê-la. - Como você sabe que Dylan a pegou? - Eu estava bastante confuso e Liz tentou respirar fundo antes de responder as minhas perguntas. 

 

   O olhar de todos já estavam sobre mim, curiosos para saber com quem eu falava e porque eu estava preocupado. 

 

-Agatha, simplesmente foi até Dylan pedir ajuda, eu liguei para ela e quem atendeu foi ele, dizendo que iria acabar com a minha prima! - Ela tentou dizer tudo da forma mais calma possível e eu assenti entendendo. 

 

    Não acedido que Agatha foi tão burra em fazer exatamente o que falamos para não fazer. Ir atrás de Dylan, ainda mais depois do que aconteceu nas Docas, com certeza aquele desgraçado inútil, não iria deixar passar o que fiz com ele naquele dia e vai descontar tudo em cima da Agatha. 

 

-Justin, eu preciso de você....- Liz murmurou no outro lado da linha. - Para salvar a minha prima! - Enfatizou antes de suspirar e eu tinha certeza que ela estava prestes a chorar. - Por favor...

 

-Vou procurar ela, não se preocupe, Dylan não é tão corajoso assim quando está na minha presença! - Rosnei sentindo a raiva começar a aumentar dentro de mim. Dylan fez Liz chorar e eu não suporto vê-la chorando por hipótese alguma. 

 

   Eu já estou com a paciência no nível zero por conta de Mika e o sumiço das crianças, esse com toda a certeza é um péssimo momento para Dylan querer bancar o engraçadinho com pessoas com a qual me importo. Não que eu me importe com a Agatha, aquela vadia já deixou claro que me odeia e isso é recíproco. Mas a Liz se importa e é por ela que vou fazer isso. 

 

-Quero que você venha para cá, por segurança. Ok? - Sei que ela está sozinha em casa, se Dylan souber isso pode tentar alguma coisa também e eu só sou um, não posso está em vários lugares ao mesmo tempo. 

 

-Tudo bem....Obrigada..- Agradeceu antes de desligar. Respirei fundo, antes de encarar todos aqueles pares de olhos que me olhavam com curiosidade. 

 

-Agatha se meteu em problemas, foi até a Dylan pedir ajuda e ele a pegou. - Todos pareciam surpresos e eu não sei o por que, Agatha sempre da um jeito de se envolver em problemas.. - Temos que descobrir onde ela está e salvá-la antes que aquele inútil faça algo! - Exclamei e todos assentiram. 

 

-Quem te ligou? - Dak perguntou confusa e todos ficaram em silêncio esperando a minha resposta, que pode parecer óbvia, mas eles estavam curiosos como se não fosse.

 

-A Liz... - Sibilei, como era óbvio. Não teria como eu saber disso se não a própria Liz me falando. 

 

   Mas acho que todos aqui ainda esperam que ela esteja com raiva de mim e querendo distância. Não que isso tenha mudado, Liz só pediu a minha ajuda por que sou a única pessoa nessa cidade, que ela conhece, que enfrentaria Dylan numa boa, não é como se do nada tivesse me perdoado. 

 

   Nada mudou.

 

-Só faltava essa mesmo, já temos tantos problemas para resolver! - Nash ressaltou irritado. Eu não posso deixar de concordar com ele, as coisas aqui já estão fora de controle e a porra da Agatha consegue piorar tudo. 

 

-Não podemos perder tempo, Matt, tenta descobrir onde Dylan está agora e os outros vem comigo. - Falei sério e Dakota me olhou cautelosa. 

 

-Nem pense em começar uma briga de gangues na cidade bem agora! - Melissa pediu como se estivesse cansada de confusões grandes, assenti concordado.

 

  Só vou tirar aquela maluca de lá em segurança e voltar a focar em achar Mika, começar uma briga de gangues agora só iria atrasar mais tudo e não podemos perder tempo. Só não posso aparecer lá sozinho, Dylan é convarde e mandaria aqueles seguidores dele me atacarem. 

 

-Eu não vou fazer isso! - Afirmei para Melissa. - Só vou tirar a maluca da Agatha de lá! - Passei a mãos pelos cabelos nervoso. Para falar a verdade eu vou ter que me controlar para não descontar toda a minha raiva em Dylan, se ele dizer uma palavra errada, será o fim dele.

 

  Todos concordam e começaram a se mover para sair dali de presa, pegando as suas armas e conferindo se haviam munições suficientes, não que vamos precisar, mas com Dylan sempre é bom prevenir. Olhei para Kato que me encarava de uma forma mortal e tentei ignorar ao máximo isso, mesmo que o olhar dele estivesse me deixando incomodado a cada segundo que passava. Porra, a culpa não é minha se a namorada dele pediu a minha ajuda e isso era o melhor a se fazer mesmo. Kato não pode contra Dylan, ele tem piedade demais nas palavras e se você não encarar Dylan de igual para igual, ele derruba você. 

 

-Dylan está no galpão centra da Explosion! - Matt avisou ainda mexendo no celular. Como sempre as informações que queremos sobre a Explosion chegam rápido, temos homens em toda a cidade que vigiam cada passo daquela gangue, digamos que sei tudo sobre eles. 

 

-Matt, fica aqui e se concerta em saber o que de útil tem nesse celular. - Pedi e ele assentiu. - Mel, você fica aqui também e espera a Liz chegar, eu já volto. - Ela deu um meio sorriso para mim. 

 

    Sai pela porta da sala, sendo seguido por Dakota, Nash, Ryan e Kato, que ainda estava com uma cara de puto. Eu deveria está achando isso engraçado, mas é tanta coisa irritante que está acontecendo a minha volta que não consigo ri no momento. 

 

   Entrei no meu carro novamente, pronto para sair. Dakota pareceu do meu lado e me olhou de uma forma diferente, antes de seguir para o carro dela. Conheço a Dak, da para ver que ela está tentando me avisar algo, mas minha cabeça está pensando em muitas coisas para tentar entender o que ela está tentando dizer. 

 

   Liguei meu carro e sai cantando pneu pelo jardim até o lado de fora dos portões. É uns vinte minutos daqui até lá, mas não temos tempo e precisamos chegar com o mínimo de tempo passível. Acelerei pela rua e comecei corta os carros o mais rápido que eu conseguia. Ainda bem que posso fazer o que quero no trânsito dessa cidade sem receber nenhuma multa, eu não teria nenhuma paciência para a porra que isso é e não pelo dinheiro, por que sou rico e pagaria numa boa qualquer multa, mas por que ninguém merece esta na frente de um juiz perdendo o meu tempo. 

 

   No momento estou querendo distância da justiça. 

 

   

 

   Sai do carro batendo a porta e Dak caminhou até a mim. Chegamos mais rápidos que imaginei. O galpão estava silencioso e não parecia ter alguém dentro, a não ser pelo carro de Dylan estacionado a alguns metros dali. Já são quase dez horas da noite,o lugar é em uma área abandonada, para que ninguém tente olhar o que acontece aqui. A Explosion é sanguinária, Dylan e Jason matam por prazer, aqui é como se fosse uma arena da morte para eles, todos que serão executados são trazidos para cá. 

 

  O que não deixa as coisas mais legais para a Agatha. Se Dylan a trouxe para cá os planos dele não são só da um susto nela. 

 

-Será que ele já  fez alguma coisa? - Dak perguntou nervosa e eu neguei. Dylan é um psicopata idiota, ele não mataria alguém tão rápido, sem antes se divertir um pouco. 

 

-Vamos entrar. - Olhei para o galpão e comecei a andar até ele. Não tinha nenhuma iluminação do lado de fora, era como se estivéssemos andando no escuro total. Já sabemos que isso é proposital para que qualquer intruso seja visto pro sua lanterna ou algo parecido, mas nós estamos a tempo demais contra a Explosion e sabemos até desses mínimos detalhes. 

 

   Caminhamos lentamente até a porta porta do galpão que estava trancada. Ouvimos um gemido de dor abafado. Olhei para todos ali esperando que alguém oferecesse uma opção. Agora vou tentar ouvir muito mais a minha equipe do que agir apenas por impulso como sempre fiz, não posso correr o risco de perdê-los de novo por qualquer razão que seja. Como ninguém me respondeu, levei isso como um sinal para fazer o que tinha em mente. 

  

   Peguei a minha arma da cintura e mirei na fechadura, atirando na mesma duas vezes para abrir. Empurrei o portão e todos que estavam dentro do galpão se viraram para a nós. Corri meus olhos pelo lugar e foi fácil achar Agatha, ela estava amarrada em cima de uma mesa, com seus pés e mãos presos em casa ponta e sua boca coberta por uma fita. Analisei bem a cena e percebi que eles estavam prestes a tortura-la. Na verdade, eles já tinham começado a fazer algo, por que Agatha parecia machucada. Ela estava sem blusa e parecia ter algo escrito na barriga dela.

 

-Filhos da puta..- Dakota sussurrou do meu lado. É visível que eles estavam tentando fazer de tudo com Agatha aqui e para Dak, que é menina, isso atinge mais pessoalmente. 

 

-Desamarra a Agatha agora! - Mandei dando alguns passos para dentro do galpão e Dylan saiu do meio daqueles caras nojentos com um sorriso provocante nos lábios. 

 

-De novo atrapalhando a minha diversão, Bieber? - Perguntou sarcástico. - Olha, vou começar a achar que você é meu fã! - Gesticulou aos risos e os caras começaram a ri também. 

 

   Não estou com nenhum tempo para os deboches idiotas de Dylan, eu tenho muitas coisas par me preocupar no momento. Mas parece que ele está afim de me testar hoje. 

 

-Eu sabia que você vinha, mas não pensei que tão rápido! Tem algum disque socorro para a K agora? - Debochou aos risos, enquanto eu continuava o encarando sério. 

 

-Na verdade, estamos ocupados sendo a melhor e maior gangue dessa cidade, não temos tempo para você e seus showzinhos idiotas, então vamos logo com isso! - Falei calmamente. 

 

    Olhei para Dylan com superioridade, com sempre e ele me lançou um olhar de ódio. Três anos competindo comigo na porra dessa cidade e ainda não aprendeu que não se deve chegar perto das pessoas que estão sobre a minha proteção. Está escrito na cara dele que isso é a porra de uma provocação idiota, igual aquelas crianças que gostam de implicar com os outros. Obviamente, Dylan só pegou a Agatha por que sabia que eu viria aqui de algum jeito e quis testar qual meu nível de raiva hoje, para o azar dele, é o nível infernal. 

 

-Vou pedir gentilmente de novo, desamarra a Agatha. - Repeti o que eu já havia falado cruzando os meus braços de forma irônica. Se eu precisar repetir novamente, não vai ser nada bom para ele. 

 

   Aqueles homens armados que sempre ficavam em volta de Dylan estavam a postos para qualquer coisa. O fato de eu ter invadido o galpão da Explosion pode me trazer problemas, mas eu não estava com nenhum pingo de paciência para esperar eles abrirem a porta gentilmente, até por que, não seria assim.

 

-De novo chegando na minha área e querendo mandar! Se achando o rei! - Dylan esbravejou irritado e prestes a perder a paciência. Parece que não fui o único que teve um dia péssimo. 

 

-Se você parar de querer da uma de engraçadinho comigo e com a gangue K, talvez eu pare de aparecer na sua merda de área, aliás, ela nem é sua e sim daquele desgraçado do Jason! - Falei com desdenha, não tem nada no lado da Explosion que realmente me interesse a não ser acabar com Jason, nem Dylan realmente me incomoda, só quando insiste em se extremamente irritante. 

 

   Dylan me olhava com ódio, como se as minhas palavras não o agradasse em nada. A culpa não é minha se ele é um babaca inútil, a Explosion nas mãos dele só faz cair cada dia mais e eu não vou negar que gosto bastante disso. Dylan não tem mentalidade para cuidar nem de si mesmo, esse cara é desequilibrado. 

 

-Não tente passar por cima de mim Bieber, eu vi você antes de se tornar um criminoso, eu vi a sua garota morrer! - Cuspiu raivoso, jogando as palavras contra mim. - Você deveria me agradecer pelo o que você se tornou! - Olhei atentamente para Dylan esperando ele acabar de dizer as besteiras que estava falando. 

 

   Mais uma vez o inútil tem que falar da Katharine. Ele sabe que ela é uma das pouca coisa que me afeta de verdade e é isso que Dylan quer, me afetar. Mas hoje, justo hoje, eu já estou afetado ao extremo com todas as porras que andam acontecendo na minha vida e Dylan não me pegou no meu melhor humor.

 

  Esperei mais alguns segundos para ver se Dylan iria fazer o que mandei a uns cinco minutos atrás, mas ele continuou no mesmo lugar, me encarando com a mesma cara de bosta. Olhei para Agatha que tinha os olhos assustados em toda a situação e ela realmente estava apavorada. Revirei os olhos, me irritando mais ainda por isso e me virei levemente para Dakota, já acabando com um pouco de paciência que me restava. Eu esperava que Dak iria falar algo, mas ela deu de ombros indiferente e eu assenti. 

 

   Ok, chega de conversar. 

 

  Apontei minha arma para Dylan e atirei certeiramente na mão dele, fazendo todos os caras da Explosion apontarem suas armas para mim e meu pessoal fez o mesmo apontando suas armas para eles. Mantive meus olhos em Dylan que se abaixou no chão com a dor. 

 

  Eu avisei que hoje não era um bom dia para as gracinhas dele. 

 

-Tem como você resolver suas porras sem atirar em alguém! - Kato resmungou atrás de mim e eu olhei para ele negando lentamente. 

 

   Se não tiver o sermão de Kato após cada ação minha, não seria realmente um dia completo. Caminhei lentamente até Dylan e aqueles homens ainda apontavam as suas armas para mim, prontos para atirar se necessário. 

 

-Eu falei para você soltar a Agatha, não falei? - Perguntei fingindo curiosidade antes de da uma risada leve, enquanto Dylan gemia de dor no chão. O tiro nem foi   tão certeiro quanto eu queria, apenas pegou de raspão na mão e o máximo que vai acontecer é que ele não vai poder tocar punheta por alguns meses. 

 

-Eu duvidei...- Dylan riu seco em meio a voz de dor. - Duvidei que você realmente estava se envolvendo com aquela menina, ela até se afastou, sumiu do seu lado. Mas agora, do jeito que você defendeu a priminha dela... - Dylan levantou o olhar para mim, com os olhos transbordando de raiva. - Agora sei, Liz Blue é sua nova kryptonita e eu já vi esse filme antes, Bieber...- Murmurou amargamente antes de começar a ri de forma maldosa. 

 

    Eu entendi exatamente o que ele queria dizer e todo mundo que estava ali também, tanto que o silêncio, junto com a tensão, se instalou e só a risada maldosa de Dylan restou no lugar. As palavras dele voltavam na minha cabeça como um maldito filme e eu sentia a raiva crescer dentro de mim a cada segundo. 

 

-O que esse cara está tentando dizer? - Kato gritou furioso e eu sei que ele entendeu muito bem. Dylan acabou de ameaçar a Liz, infelizmente, na minha frente, por que agora eu mato esse filho da puta de uma vez. 

 

   Me aproximei mais dele, sentindo a raiva queimar dentro de mim, me fazendo perder o controle e chutar a sua cara, o jogando para trás em direção ao chão. Ouvi o barulho de armas sendo destravadas mas eu não estava ligando a mínima. Quero que Dylan repita o que disse se for homem o suficiente para aguentar as consequências das suas palavras. 

 

-Repete? - Mandei chutando ele mais duas vezes, porém, dessa vez na barriga. Dylan resmungou com dor e eu me abaixei até perto dele para encara-lo bem nos olhos. - Você não teria coragem de encostar em nenhum fio de cabelo da Liz, por que se fizer, eu mato você e ninguém vai me impedir! - Rosnei para ele que tentou limpar o sangue da boca para dizer algo. 

 

-Vai ser divertido ver você tentar! - Sibilou ofegante antes de ri por alguns segundos, mas parou fazendo uma cara de dor. - Esse é seu maior erro Bieber, você sempre se apega a alguma porra que vai te distruir depois... Você pode até ter virado um bandido... Ser corajoso e destemido.... Mas é só olhar bem que achamos um ponto fraco... Tão previsível, que chega a ser tentador conseguir atingi-lo.....- Cuspiu com raiva e eu já estava pronto para quebrar a cara desse inútil completamente. A raiva pulsava nas minhas veias, me sentia pronto para matá-lo bem agora.

 

-Chega perto da Liz e você vai ver do que eu sou realmente capaz! - Gritei furioso, pronto para acabar com Dylan agora mesmo. 

 

-Justin, chega! - Ryan falou se aproximando de mim. - Esses caras estão prontos para atirar se você fizer mais alguma coisa. - Sussurrou para mim, mas eu continuei encarnado Dylan com raiva. 

 

   Ele ameaçou a Liz na minha frente, ele teve a porra da coragem de ameaçar uma das poucas pessoas que mexem com a minha cabeça no momento. Dylan está pedindo para morrer hoje de qualquer forma e darei isso a ele. 

 

-Eu não ligo a mínima! - Murmurei e ouvi Ryan bufar ao meu lado. Ninguém poderia entender a minha vontade de mandar esse cara para o inferno.

 

-Se você matar o Dylan agora irá começar uma guerra aqui e não temos tempo para isso, temos que achar as crianças. - Ryan me alertou e sei que ele tem razão, como sempre. 

 

   Respirei fundo assentindo antes de me levantar. Não acabei hoje com Dylan, mas não vai faltar oportunidades para isso acontecer. Só por ter ameaçado a minha Liz, ele já entrou na ponta da minha lista negra, bem abaixo dos assassinos da Kath.

 

-Dak, desamarra a Agatha. - Pedi antes de passar as mãos nos cabelos tentando me acalmar. Guardei a minha arma, sabendo bem que não é com esse idiota que tenho que gastar minhas balas nesse momento. Á outro por aí, esse sequestrou duas crianças indefesas e tentou me colocar na cadeia. 

 

  Continuei encarando Dylan no chão, enquanto o mesmo tentava se levantar, visivelmente sentindo dor. Ele ainda não viu o que é dor e vai ver quando eu por as minhas mãos nele para resolver esse assunto que iniciou aqui. Não vou esquecer das palavras de Dylan e elas serão o inferno dele de agora em diante. 

 

-Vamos embora. - Nash exclamou e eu olhei uma última vez para Dylan antes de levantar o olhar para aqueles homens armados que não sabiam exatamente o que fazer. Um bando de macacos treinados e que só obedecem a ordem do dono, se Dylan não mandar atirar, eles não irão e isso chega a ser engraçado, Dylan também recebe ordens igual a uma macaco treinado, se ele me matar, terá que se resolver com o chefe dele. O jogo de Jason nunca foi me matar, se não ele já teria feito enquanto eu era inexperiente e vulnerável. 

 

  O lance aqui é outro. 

 

-Avissem ao chefe do seu chefe, que ele agora está jurado de morte por mim! - Apontei para mim mesmo. - E é bom não cruzar o meu caminho nessa cidade de novo. - Ameacei antes de me virar e ir em direção à saída.

 

   Dylan conseguiu com apenas algumas palavras comprar a maior briga da vida dele e eu não vou sossegar até ter certeza que engoliu todas as suas palavras, uma por uma. 

 

   Porra, ameaçar a Liz foi o auge das merdas que Dylan já fez em relação a mim. Não posso imaginar ele encostando as mãos nela, eu poderia surta com essa ideia. Ninguém vai machucar a Liz nessa cidade, ela está sobre a minha total proteção e se alguém tentar, irá morrer da pior forma possível. 

 

   Mingúem ameaça a minha garota. 

 

   Apesar de eu ter alertado Dylan, ainda é bastante perigoso. Tenho que fazer algo para deixar Liz o tempo todo em segurança, mesmo longe. 

 

  Fui em direção ao meu carro em silêncio, sem querer nenhum tipo de conversa com ninguém. Eu estou no topo da minha irritação agora e qualquer coisa que não me agrade vindo deles, será motivo para eu explodir de vez e com pessoas erradas. Mas como sempre, quando eu estou prestes a perder o controle, o rei dos sermões e blá-blá-blás, abre a boca. 

 

-Espero que você saiba o que fez. - Resmungou passando por mim e eu parei de andar para olhá-lo. 

 

   Eu sempre estou na minha, quando Kato vem me provocar. Depois leva um tiro e a culpa é minha. 

 

-Espero que você entenda que ele acabou de ameaçar a Liz! - Falei tentando deixar bem claro para o babaca politicamente correto, que um gângster dissimulado acabou de ameaçar a namorada dele e ele não fez porra nenhuma a respeito. 

 

   Não duvido que Kato ame a Liz de alguma forma, até por que tá na cara. Mas não consigo entender que porra de amor é esse que ele não defende a própria namorada. Às vezes, Kato tenta ser tão correto, que acaba parecendo um idiota medroso. Eu dei o meu recado lá dentro, se alguém tocar na Liz, não irá sobreviver para contar a história e Dylan já está com o pé dele na cova só por ameaça-la. Não posso correr o risco de pagar para ver. 

 

-Isso só aconteceu por que ela estava com você! - Se virou para mim com a raiva bem estampa no rosto. - Ela não seria ameaçada se não estivesse! É a porra mais óbvia dessa cidade, qualquer garota que você demostrar um pingo que seja de afeto, eles vão ficar de olho, por que sabem exatamente onde atingir para te destruir de novo e você só confirmou isso para eles hoje! Agora todos naquele galpão sabem que a Liz é o melhor alvo para chegar até você! Parabéns Bieber! - Berrou furioso voltando em passos largos até perto de mim. 

 

  Não acredito nas porras que Kato acabou de jogar na minha cara. Ele está tentando dizer que, Liz só corre perigo por que eu gosto dela? 

 

-Não trate essa porra como se fosse culpa mim e eu nunca deixaria nada acontecer com a Liz! - Gritei de volta, não deixando que ele ficasse por cima. 

 

   Apesar de minha cabeça começar a analisar as palavras dele e achar uns pontos que fazem sentido. Se a Liz não fosse a garota que eu gosto, com certeza ninguém tentaria machuca-lá, está comigo significa entrar para a lista de preferência oficial de todos os meus inimigos. Eu já tinha uma noção básica disso, quando no começou, logo que eu e Emily começando a ficar, ela sofreu ameaças, mas todos perceberam que apesar de eu defender Emily, ela não é exatamente a porra que me deixaria louco se atingissem. Eles só estavam esperando alguém que realmente fizesse isso acontecer. 

 

  E esse alguém é a Liz. 

 

-Você não é o namorado da Liz, nem ao menos próximo! Então como você pode garantir a segurança dela agora? - Perguntou transtornado. - Você acabou de deixar claro para o Dylan, que a minha namorada è alguém com quem você se importa e vai proteger. Mas se depender de mim, Justin, você não vai chegar perto da Liz de novo, você só trás problemas para ela! O tempo todo! Ou ainda não notou que aquela garota è boa demais para essa vida! È boa demais para você! - Cuspiu, jogando toda aquela porra na minha cara. 

 

   Eu sentia o peso das palavras dele e em como ele estava feliz em dizer isso na minha cara, como se aquela porra fosse a única coisa que Kato se agarrasse. Se eu fosse ele não tentaria subestimar as coisas, tudo pode ser lido do ângulo dele, ou pode ser visto do meu. Gosto da Liz de verdade e por ela eu faria mudanças na minha vida, se isso a protegesse de alguma forma. Kato apenas ainda não aprendeu até onde eu posso ir pelas pessoas que gosto. 

 

    Não posso negar que tudo que ele disse agora é verdade, mas posso garantir que eu iria até o fim para fazer as coisas se encaixarem com a Liz. Kato só não percebeu isso ainda. 

 

-Não fale como se soubesse o que sinto. Não fale como se soubesse exatamente até onde eu posso ir por ela! - Rosnei tentando não perder o controle perante o olhar de Kato e suas palavras. 

 

-Sabemos que você não iria a lugar nenhum! - Afirmou se aproximando mais. - Abriria mão da K? Largaria essa vida de crime por ela? - Perguntou sarcástico. - A Liz não nasceu para ser mulher de bandido e sabemos bem que você é o único que nunca abandonaria essa vida, por qualquer coisa que seja! - Disparou, como se me conhecesse bem. 

 

    Kato desde antes da gangue começar, tem um dom de me tirar do sério com suas palavras e lição de moral. Ele agora fez questão de colocar a Liz e a K em questão, como se quisesse que eu escolhesse entre as duas coisas. 

 

-Olha a merda que você acabou de falar! - Apontei para ele sentindo a raiva crescer junto com a indignação. - Você acabou de pedir para eu escolher entre a Katharine e a Liz! - Neguei lentamente. Essa porra nunca deveria ser questionada por ninguém, assim como eu não consigo pensar dessa forma. Mas Kato parece que fez de propósito só para me deixar mais irritado.

 

-Vocês dois, parem! Agatha está machucada, vamos embora! - Dakota falou chegando perto de nós e eu assenti dando aquele assunto como encerrado, vendo a cara incomodada de Kato. 

 

    Ele não tinha nenhum direito de fazer isso, me questionar algo assim. Isso é o que esperava de  Dylan, não de Kato, apesar das circunstâncias da nossa convivência. Isso só prova que eu e Kato não podemos ser amigos, nunca. Por que ele não consegue entender as questões simples colocadas aqui. 

 

  Liz não tem que ser comparada a Katharine e nem a Katharine ser comparada a Liz. Em nenhuma hipótese. 

 

 

P.O.V Liz Blue. 

 

 Eu tentava manter a calma, tentava de alguma forma pensar que Agatha está bem. Já me basta tudo isso com as crianças, não faço ideia do que contar para a minha tia caso algo de ruim aconteça com Agatha. Ainda bem que todas resolveram ficar no hospital com Nikki essa noite e não vou precisar explicar o nosso sumiço. 

 

   Mas aquela cabeça dura foi justo atrás de Dylan. Isso me lembra de dá a maior bronca da história nela, quando Justin a salvar. 

 

   Por que ele vai, eu sei que vai. 

 

-Liz. - Melissa me chamou quase que silenciosamente e eu a olhei. Jogou um olhar para Matt, que prestava atenção em seu computador e em tentar achar algo sobre Mika, depois se virou para mim. - Depois tenho que te contar onde eu fui hoje mais cedo. - Disse sussurrando para mim como se fosse um segredo e eu assenti vendo os olhos de Melissa brilhar. 

 

   Ouvimos um barulho na porta e olhamos para a mesma rapidamente, vendo Nash e Kato passarem pela mesma sendo seguidos por Dakota e Justin. Todos estavam muito sérios, tenso e eu só queria saber onde Agatha estava. Levantei do sofá assim que ela passou pela porta, andando lentamente apoiada no Ryan. Meus olhos bateram nela e eu conseguia ver todas as marcas que Dylan causou, algumas no rosto, braços e pescoço. Graças a Deus parece que não foi nada grave e eu pude respirar aliviada. 

 

-Sua maluca! - Gritei nervosa. - Quando você vai começar a me ouvir? - Perguntei cruzando os braços sobre o peito e Agatha mantinha seu olhar perdido no nada enquanto caminhava, com a ajuda de Ryan, até o sofá. - Você quase me matou de preocupação sabia? Já não basta o que aconteceu com as crianças! - Reclamei vendo ela sentar com dificuldade, visivelmente com dores no corpo. 

 

  Agatha parecia em choque e as únicas reações que ela tinha eram de dor. Tentei focar na bronca que estava dando nela, mas todos que chegaram com ela pareciam bastante tenso e isso começou a me preocupar um pouco. 

 

  Aconteceu alguma coisa a mais lá. 

 

-O que aconteceu? - Perguntei ficando agoniada com os olhares tortos. - Anda me falem! - Eu já estava esperado por qualquer coisa, até mesmo que Dylan tenha se aproveitado de Agatha, como queria fazer quando nos conhecemos. 

 

-Mel, pega por favor a caixa de primeiros socorros. - Dak pediu gentilmente e Melissa assentiu saindo da sala. - Dylan é um maluco, psicopata. - Ressaltou se sentando do lado de Agatha que continuava com o olhar perdido em algum canto da sala, como se estivesse em transe. 

 

   Eu estava confusa, não entendi muito bem ainda o que está acontecendo. Mas assim que Dakota levantou lentamente a blusa de Agatha, eu pude entender o que estava acontecendo. Abri minha boca em espanto.

 

  Meu Deus. 

 

-Dylan fez isso e graças a Deus chegamos antes de algo pior. - Dak ressaltou vendo a minha cara de horror. Havia, escrito na barriga de Agatha, bem no meio, a palavra vadia, com certeza feita com algo que queimasse, como cigarro ou similar. 

 

  Senti meu estômago ir ao chão, não conseguindo acreditar que alguém pudesse fazer isso com uma garota por pura diversão. Isso me enoja.

 

-Ela vai ficar bem. - Ryan disse olhando para mim e eu sei que vai. Mas não deixa de ser aterrorizante essa palavra gravada na barriga dela e com certeza deixará cicatriz.

 

-Muito obrigada, a todos vocês por isso, por salvarem a irresponsável da Agatha! - Agradeci com todo o meu coração e olhei para cada um deles, que assentiram. 

 

  Parei meu olhar sobre o Justin que me olhava de uma forma calma e eu só queria dizer muitas coisas agora, além de agradecer por Agatha. Mas antes que eu pudesse reagir de qualquer forma, Kato apareceu do meu lado e pegou na minha mão beijando a mesma. Olhei para ele com um meio sorriso, antes de abraçá-lo. 

 

   Não posso esquecer quem é meu namorado aqui. 

 

   Melissa voltou com a caixa de primeiros socorros e Dak começou a tentar da um jeito no marca de Agatha, não que isso vá sair agora, mas deixará menos feio do que estava. Justin, Ryan e Nash se sentaram com Matt nesse meio tempo e Kato continuou olhando para mim, passando sua mão pelos meus cabelos de uma forma carinhosa e delicada. Como se eu fosse uma boneca frágil que ele não queria quebrar. 

 

  Eu gosto tanto de Kato, que com certeza jamais vou querer ele longe de mim, preciso dele na minha vida, assim como preciso de todos nessa sala. São meus amigos, pessoas que amo muito e a cada dia me apego mais a todos. Mas, tem um problema nessa história, uma coisa que ficou fora de lugar e eu preciso arrumar.

 

-Pronto. - Dak falou chamando a minha atenção para ela. - Não vai dá nem para ver direito daqui a alguns dias e as marcas no rosto você pode esconder com maquiagem se quiser. -Sugeriu dando um meio sorriso para Agatha que continuava como se estivesse aérea o tempo todo. 

 

   Me aproximei dela e parei em sua frente. Só quero que Agatha diga algo, para eu saber que ela está bem.

 

-Fala alguma coisa, Agatha! - Pedi e ela rolou seus olhos pela sala por alguns segundo antes de olhar para mim, ainda com os olhos vermelhos pelas lágrimas e o rosto sem expressão. 

 

-Gangue K. - Murmurou lentamente e eu gelei completamente. Todos pararam de fazer o que estavam fazendo e olharam para Agatha. 

 

  Fodeu. 

 

  O silêncio se instalou na sala assim como a tensão e ninguém teve coragem de dizer uma palavras se quer. Agatha olhou em volta novamente e parou os olhos sobre Justin no outro lado da sala. 

 

-Você é um gângster. - Disse para Justin, ainda parecendo perdida e eu prendi a respiração. Agatha voltou a olhar pela sala. - Vocês todos são! - Falou um pouco mais alto. Ela piscou algumas vezes, respirou fundo outras e parecia ter voltado do choque, caindo em si de toda a situação. - Eu ouvi tudo lá, eu ouvi o Justin falar! - Exclamou mais alerta com as coisas e parecia que as poucos ela estava melhorando e ficando a Agatha furiosa que conheço. 

 

  Me mantive em silêncio e rezei para que isso seja um pesadelo. Não acredito que Agatha descobriu tudo. Olhei para o Justin indignada por ele ter deixado essa história escapar, sendo que a um tempo atrás quase me matou para deixar tudo em segredo. 

 

-Não acredito que você deixou ela saber! - Lamentei olhando para ele que me olhou confuso. A última coisa que eu realmente preciso, é de Agatha sabendo sobre a gangue, ela é super exagera e vai levar isso aos extremos com certeza. 

 

-Eu não falei nada, sua prima não è tão burra, nem cega e nem surda! O que posso fazer! - Deu de ombros tirando toda a culpa de cima de si e eu bufei. 

 

-Você tem razão! - Agatha ressaltou sarcástica antes de olhar para mim. - Eu não sou burra Liz, apesar de você adorar me fazer ser uma! - Cuspiu com raiva. - Porque eu sinto que toda essa porra tem haver com as suas mentiras desvairadas? E principalmente, como você se envolveu nisso? - Disparou ríspida e eu abri a boca para responder, mas me lembrei no segundo seguinte, que eu não podia fazer, não posso falar nada sobre a gangue, fiz um acordo com Justin e não sou de quebrar acordos.

 

   Me virei para Justin e fiz um sinal de que minha boca estava trancada com cadeado, de uma forma bastante irônica. Não foi ele quem disse que, se eu abrisses boca para alguém me matava? Então se Justin quiser, ele que conte. 

 

   Justin bufou irritado vindo até perto de nós e eu já estava pronta para a grande mentira que ele iria inventar de como a gente se conheceu. Não me surpreenderia se no final eu ficasse como a louca da história, como sempre. 

 

-Bem, a linda história começou, a mais ou menos três meses atrás...- Justin disse sarcástico, olhou para mim antes de olhar para Agatha e voltou a falar. - Quando a sua prima jogou vodca na minha cara na boate AD+. - Disse naturalmente e meu queixo caiu. 

 

   Justin contou a verdade para a Agatha. Não acredito, não consigo acreditar nisso. Todos continuaram em silêncio e eu só queria entende o por que de ele está fazendo isso. 

 

-Não acredito! - Agatha murmurou assustada e olhou para mim. - Foi ele que mandou caras armados correrem atras de nós! - Relembrou e eu tive que assenti. Era tão verdade que chega a ser doido em como tudo se transformou depois.

 

-É, eu queria matar a Liz! - Disse colocando as mãos no bolso da calça jeans indiferente com aquilo. Joguei um olhar para Justin que demorou uns segundos para da de ombros. - Na verdade eu não queria, mas meio que precisava! - Tentou explicar e não deu nem um pouco certo. Por que Agatha reagiu exatamente como eu temia. Com os olhos amedrontados e assustados, ela parecia demorar um tempo para assimilar tudo na sua cabeça, como se toda a história estivesse se encaixando. 

 

-Por isso vocês reagiram como se conhecesse no primeiro dia de aula! - Exclamou como se já tivesse entendido tudo. Com certeza agora a história está fazendo sentindo na cabeça da Agatha. Resolvi que estava na hora de eu falar.

 

-Eu ia mudar de dupla, nunca que eu iria fazer meus trabalhos com um maluco! - Afirmei e senti os olhos de Justin em mim. - Mas, antes de eu fazer isso, Justin me sequestrou na escola e me trouxe para cá, onde eu tive um tipo de julgamento, para decidir se eu seria morta ou não. Foi aonde eu conheci todos eles. - Apontei em volta. - Todos ficaram do meu lado, graças a Mel que pediu ajuda - Olhei para ela com um sorriso. - E de Kato que me defendeu bravamente, sem nem ao menos me conhecer. - Agatha parecia mais assustada a cada segundo. - No final, para eu sair viva daqui, precisava que eu fizesse dupla com Justin na matemática, por que ele precisava passar de ano e não contasse nada a ninguém. Essas eram as condições para eu viver! - Dei um meio sorriso para Agatha que parecia que estava prestes a ter um colapso com tanta informação.

 

  Foi ótimo eu lembrar do que me colocou exatamente onde estou agora. Foi aquele bendito acordo para salvar a minha vida, que fez com que eu me envolvesse com Justin de alguma forma. Chega ser doido e confuso demais, como eu pude começar a gostar de alguém que queria me matar? Claro que, tudo que Justin fez de bom por mim, incluindo me salvar diversas vezes, fez todo o sentimento de raiva e ódio se esvair e da lugar a um outro sentimento bem maior. 

 

-Deixa eu ver se eu entendi...- Agatha parecia pensar em tudo. - Você começou a ficar com um criminoso que te sequestrou e te ameaçou? - Jogou aquilo mais como uma resposta do que como uma pergunta, me pegando completamente de surpresa. 

 

-Bem..- Eu não sabia exatamente o que responde, estava começando a ficar com vergonha da pergunta, não por ter ficado com Justin, mas sim por ela ter lembrado que fiquei com ele justo agora. 

 

-Não, deixa eu reformular a minha pergunta! - Disse ríspida. - Você fodeu com um criminoso, que te sequestrou e te ameaçou? - Disparou com raiva. 

 

   Fiquei imóvel com a pergunta e sentia a minhas bochechas queimarem de vergonha. Agatha tinha que falar desse jeito? Tratar as coisas dessa forma, como se eu fosse uma puta ou algo parecido? A tensão só aumentou na sala. 

 

-Não acredito realmente que esse tempo todo você mentia para mim e para as tias, só para ter um caso com um cara que queria te matar! - Gritou nervosa. - Com um bandido, Liz! - Deu ênfase. - Me diz que você sente vergonha disso, por que eu estou sentindo por você! - Disse com uma cara de repulsa.

 

   Comecei a levar as palavras de Agatha para o pessoal e isso estava começando a me irritar de uma certa forma. Sentia a raiva pelas palavras dela, queimar no meu peito, junto com o meu rosto que estava em brasa de tanta irritação. 

 

-Você agiu perfeitamente igual a uma vadia! - Sibilou aquelas palavras e eu tombei a cabeça um pouco para trás tentando ver se ouvi direito. 

 

-Ih, fodeu. - Justin murmurou se afastando. Olhei para Agatha como se eu pudesse matá-la com os meus olhos.

 

   Ela me chamou de vadia?

 

-Escuta só Agatha! - Disparei furiosa. - Não abre a porra dessa boca para falar merdas! Eu não sou uma vadia por dá para o Justin, pelo menos ele é um cara só, já você já deu para Atlanta inteira e duvido que realmente lembre o nome de todos! - Cuspi aos gritos. - Justin não é só um criminoso, ele é alguém melhor do que muita gente que eu conheço e você deveria está beijando a bunda dele por ter te salvado duas vezes do Dylan! Sua vadia ingrata! - Apontei meu dedo bem no meio do rosto de Agatha que parecia surpresa com as minhas palavras. 

 

   Quer me tirar do serio, basta me chamar e vadia, aí você conhece uma Liz Blue que nunca viu. 

 

-O que está acontecendo aqui embaixo? - Ouvi a voz da Emily. Só para completar a desgraça, acaba de chegar o capeta. - Vocês me acordaram sabia? Já são meia noite e meia! - Reclamou. 

 

   Continuei com os meus olhos sérios em Agatha, soltando adagas por eles e ela me encarava igualmente mais muito mais indignada do que irritada. 

 

-Liz, se acalma. - Kato pediu, colocando a mão no meu ombro. - Não e a melhor maneira de resolver as coisas! - Disse carinhoso e eu quase mandei ele ir a merda.

 

  Juro por Deus, não é a melhor hora para Kato ser compreensivo, eu estou afim de explodir a Agatha e isso não acontece duas vezes na minha vida. Será que tem como Kato me permitir sentir raiva da minha prima pelo menos uma vez? 

 

  Que saco. 

 

  -Você disse que não é uma vadia...- Agatha se colocou de pé para falar  novamente. - Mas me explica exatamente onde você está na cama do Justin num fim de semana e quatro dias depois está namorando o Kato te faz a próxima Santa a ser efetivada? - O sarcástico è a maldade pingavam da voz de Agatha. - No mínimo, você gostou de um bandido e agora vai testar todos. Quem será o próximo? Nash?  - Falou venenosa. 

 

   Eu sentia a raiva borbulhar dentro de mim e não demorou nem dois segundos para eu partir para cima de Agatha pronta para encher a cara dela de tapas. Mas Kato segurou meu braço antes que eu pudesse encostar nela me puxando para trás. 

 

-Não fala assim de mim! Você não sabe de porra nenhuma! - Gritei furiosa tentando me soltar das mãos de Kato e Dakota teve que segura Agatha para que ela viesse para cima de mim também. 

 

-Deve se fogo no meio das pernas! È isso que você tem! - Berrou de volta tentando se soltar de Dak. 

 

-Cala a boca! - Gritei empurrando Kato, para que ele me soltasse e eu pudesse bater na cara de Agatha, até que ela aprendesse a não trata as pessoas da forma que quer. 

 

-Chora pelo Justin religiosamente todos os dias desde que começou a namorar o Kato mas não larga ele! - Jogou me fazendo olhá-la indignada. - Sonha com ele, fala o nome dele duraste o sono a noite inteira, só pensa no Justin! - Berrou parando de querer se soltar para olhar diretamente nos meus olhos. - Como è namorar um e pensar em outro? Santinha. - Cuspiu irônica e eu senti que tinha chegado o meu limite. 

 

  Por um discutido de Kato eu consegui me soltar das mãos dele e fui para cima de Agatha agarrando não cabelos dela com força. Não acredito que ela contou tudo isso aqui na frente de todo mundo, coisas que as pessoas não precisam saber, mas Agatha è tão falsa e vadia, que fez questão de contar com animo o quando eu penso no Justin. 

 

  Eu quero matá-la por isso. 

 

 Agatha começou a puxar meus cabelos de volta e eu ouvia a voz de todos gritando em volta de nós para que parássemos. 

 

-Isso è sério? - Ouvi a voz de Emily aos risos e tentei ignorar enquanto Agatha puxava meu cabelo com força e tentava me derrubar.

 

-Chega com essa porra! - Justin gritou furioso e senti as mãos dele segurarem na minha cintura e me puxarem para trás com força, me tirando de perto de Agatha, que foi puxada para o outro canto por Nash. 

 

-Me solta! - Gritei tentando sair dos braços do Justin que me levantavam do chão. Por que ele tem que ser tão mais forte que eu? Eu poderia lutar contra, mas não saia do lugar por nada. 

 

-Eu falei chega! - Justin gritou novamente me colocando do outro lado da sala e me virando para ele. - Para! - Olhou no fundo dos meus olhos e eu senti uma corrente elétrica passar por todo meu corpo no exato momento, como se desligasse todas a minha raiva e qualquer outro sentimento. 

 

   Parei de mexer e continuei encarando os olhos de Justin a centímetros de mim, como não ficava a meses. Ele colou uma das suas mãos nos meus cabelos , passando pelos mesmos lentamente. Senti meu coração se acelerar, da mesma forma que eu não conseguia me mexer. A respiração do Justin batia contra a minha e eu sentia meu corpo se arrepiar com a proximidade. Eu estava prestes a me perder em toda a imensidão dos seus olhos, quando cai em mim com as vozes e os gritos de todos os outros em volta de nós. Por alguns segundo eu esqueci completamente tudo que estava ao meu redor e me concentrei só em está olhando para o rosto perfeito de Justin, como se aquele momento não fosse durar para sempre e não ia. 

 

   Me afastei meio atordoada e tentei controlar a minha respiração que estava acelerada e descompassada, muito mais pelo Justin do que pela briga. Ele mantinha os olhos atentos em mim, mas eu não estava mais aparentando que queria matar Agatha.

 

   Acho que nunca me irritei tanto com alguém antes como agora. Agatha realmente me tirou de mim e depois desses segundos com Justin, eu consegui me controlar rapidamente, como se o olhar dele me calmasse de uma forma extremamente imediata. Tentei endireitar meus cabelos que estavam bagunçados.

 

   Dak, Nash, Melissa e Ryan tentava acalmar Agatha que ainda berrava coisas indecifráveis, enquanto Emily ria divertida, sentada nas escadas, como se aquela cena fosse a melhor coisa que já tinha passado pelos seus olhos. Matt estava espantado de pé do lado da mesa e não sabia exatamente o que fazer e Kato permanecia no mesmo lugar, olhava fixamente para mim, como se estivesse magoada por saber tudo que Agatha confessou aqui de forma indevida.

 

   Eu conseguia ver a tristeza nos olhos dele e a última coisa que eu queria aqui era magoar Kato de alguma forma. Me importo tanto com ele, que isso me deixa mau. Respirei fundo três vezes para manter a calma. Essa briga saiu completamente do meu controle e eu sou capaz de assumir isso. 

 

-Você é a minha prima, quase a minha irmã. - Murmurei sentindo uma mágoa enorme crescer no lugar da raiva e todos ficaram em silêncio. - E você me expôs aqui como se eu fosse alguém terrível, como se eu fosse sua inimiga. - Neguei indignada. - Como eu disse, você não sabe o que se passa comigo, nunca foi capaz de entender, era sempre você que falava e eu quem tinha que ouvir e da conselhos, nunca ao contrário! - Afirmei sentindo uma vontade súbita de chorar. - Mas tudo que você disse aqui é mentira. Não tente destruir o meu namoro só por que você está com raiva de algumas mentiras que contei para você! - Respirei fundo. - Eu não menti quando disse que gosto de Kato e me importo com ele e também não menti quando disse que era isso o que eu queria para mim! 

 

   Todos me olhavam atentos e me neguei em olhar para Justin que estava do meu lado, sei que a forma como ele me encara agora, não vai ajudar em nada nas minhas próximas palavras. 

 

-Espero que você tenha entendido tudo. - Falei olhando para Agatha que me encarava sem expressão. - E me deixe fazer da minha vida e do meu coração, o que eu bem entender! - Pedi, antes de me aproximar de Kato e lhe lançar um olhar de carinho. 

 

   Peguei na mão dele e tentei conter todas as lágrimas que estavam nos meus olhos. 

 

-Dak, leva a Agatha para o quarto de hóspedes e fica lá com ela, por favor. - Melissa pediu gentilmente. - Acho que não tem como a gente fazer mais nada agora, em relação às crianças, está todo mundo de cabeça quente e ninguém pensa assim! Vamos dormir e amanhã voltamos a pensar em algo! - Melissa sugeriu, mas acho que todos ali levaram mais como uma ordem de mãe e assentiram em conjunto. 

 

  Me virei para Kato e dei um abraço apertado nele que me deu um meio sorriso, com certeza grato pelas minhas palavras. Eu só quero o melhor para ele, sempre. 

 

-Posso dormir com você? - Olhei para Melissa que assentiu no mesmo instante, como se fosse exatamente o que ela iria pedir. Me afastei de Kato e fui acompanhar Melissa escada a cima. Passei por Emily, que me lançou um olhar de deboche e tentei ignorar. 

 

   Agora não é momento para a Barbie do capeta me irritar. 

 

 

 

    A madrugada toda, depois da confusão, eu tentei dormir, mas não consegui fazer isso muito bem. Minha cabeça começou a pensar naquelas conturbadas e eternas guerras que eu travava dentro de mim mesma. È óbvio a tempos, eu estou percebendo que não só para mim, que eu estou bem dividida entre Justin e Kato. Mais ou menos como está entre o certo e o errado. A escolha è óbvia para muitos, mas para mim não, por que eu não sei exatamente qual è o certo e o errado da história no momento.

 

     Só tenho certeza que a errada sou eu, de alguma forma, por que, se tem alguém que causou esse caos todo dentro de mim, fui eu mesma e meu grande poder de querer sempre resolver as coisas para todo mundo e agradar a todos. 

 

   Eu estava tentando arranjar força para descer e encontrar o pessoal. Estou com vergonha da briga, vergonha por causa das coisas reveladas. Eu poderia enfiar a minha cabeça em um buraco igual a um avestruz por causa de tudo isso.  

 

-Ei! - Mel apareceu na porta do quarto. - Vem comer alguma coisa, não quero ninguém doente aqui. - Disse me dando um meio sorriso. 

 

   È tão incrível a força de Melissa e em como ela está lidando com toda essa situação. Teve o filho sequestrado e ainda tira energia para cuidar de todos aqui, como uma grande mãe. 

 

-Já vou..- Murmurei voltando a olhar para as minhas próprias mãos. Ouvi Melissa suspirar e ela caminhou até a mim se sentando no meu lado a cama. 

 

-Ontem não foi um dia fácil. - Afirmou antes de me olhar. - Chris è Stella foram sequestrados, Agatha foi agredida e marcada, depois vocês brigaram...- Suspirou pesado. - Liz, você tem que entender, você não precisa agradar ninguém, nem sua prima, nem Kato... Ninguém além de você mesma. Se alguém ficar chateado com você por alguma decisão ou atitude sua, paciência, ninguém è perfeito, nem você! - Sorriu docemente para mim. - Sei que está confusa, mas acho, na verdade tenho quase certeza, que a chave para o desfecho dessa confusão è você aceitar exatamente o que seu coração quer, mesmo que todos apontem como a decisão errada. Não devemos ir contra ao nosso coração, por que se não, depois, você não será feliz de verdade e viverá apenas para da felicidade aos outros...

 

   As palavras de Melissa caíram perfeitas sobre as minhas dúvidas e conflitos. Ela è tão sábia, que simplesmente conseguiu acalmar meu coração em crise so com algumas frases. Melissa não è muito mais velha que eu, mas já viveu e sabe de coisas que não vi nem um terço. Posso dizer que ela é exatamente quem eu precisava ouvir no momento. Nem foi preciso que eu dissesse algo, Melissa sabia o que se passava o tempo todo, como se ela pôde-se me ler. 

 

  Como uma verdadeira melhor amiga. 

 

-Obrigada. - Agradeci antes de abraçar Melissa. - Eu juro que vou ouvir seu conselho. - Afirmei antes de me afastar e lhe da um sorriso. 

 

-Que bom. - Disse se levantando da cama. - Então vamos descer para comer! - Falou me puxando pela mão e eu me coloquei de pé, não negando o pedido dela. 

 

   Para falar a verdade, eu estou morrendo de fome, só não estava com coragem nenhuma de descer. Mas, agora, com Melissa do meu lado, eu tenho essa coragem. 

 

   Descemos para a cozinha e ela estava uma bagunça. Todos estavam espalhos por ela, cada um comendo em um canto. Nash falava com Ryan e Matt que estavam sentados, enquanto o mesmo mexia no computador em cima da mesa. Emily estava sentada sobre o balcão e falava no telefone o tempo inteiro enquanto comia uma fruta. Dakota e Agatha estavam perto da geladeira e conversavam por lá enquanto a porta estava aberta. Kato estava encostado em um canto e encarava Justin, que estava exatamente igual, no canto oposto, como se ambos estivessem prestes a começar uma batalha. 

 

  Eu e Melissa olhávamos aquela cena ainda meio assustadas com a confusão. Alguém vai ter trabalho para limpar isso aqui. 

 

-Que bom ver que gostaram da comida, vou da os créditos a Judith! - Melissa ressaltou saindo do meu lado e batendo na perna de Nash que estava sobre a mesa junto com a comida, antes de arrancar o cigarro da mão de Ryan e jogar na pia, com uma mira certeira. - Não preciso dizer nada, Emily...- Murmurou passando por ela, que revirou os olhos e sai de cima da bancada se dirigindo à mesa. Mel chegou perto de Agatha e Dak, fechou a geladeira e isso bastou para que as duas saíssem dali. - Espero que não tenha que tirar as facas da mesa meninos. - Melissa ressaltou para Justin e Kato que olharam para ela, deu um sorriso fofo fazendo os dois saírem de onde estavam e também caminharem até a mesa. Kato veio até a mim rapidamente e me deu um selinho demorado.

 

  Continuei parada no mesmo lugar, vendo todos se organizarem sentados nas cadeiras como pessoas descentes que não aparentavam ser ate alguns segundos atrás. 

 

    Melissa realmente é a mãe dessa casa. 

 

   Assim que todos se sentaram, Melissa veio até a mim novamente e piscou cúmplice, antes de me puxar para sentar do lado dela. Quando todos se acomodaram, os olhares trocados eram inevitáveis. Depois de ontem, o mínimo que ia ter aqui é um climão pesado e tenso. 

 

-Eu queria falar umas coisas...- Agatha se pronunciou e todos se viraram para ela. - Ontem eu posso....Eu agi, de forma muito errada, não só com a minha prima, mas com todos vocês! - Confessou e parecia envergonhada. - Minha irmã está desaparecida, eu tinha acabado de ouvir coisas horríveis de caras nojentos que me marcaram como se eu fosse um objeto, descobri que minha priminha que sempre defendi estava envolvida em problemas com gangues a meses e não pude fazer nada, por que ela simplesmente não podia me contar já que foi ameaçada. Só sinto muito mesmo por ter perdido o controle, é tudo muito confuso e assustador para mim ainda, não da para similar de uma vez! 

 

    Todos trocaram olhares e era visível o quanto Agatha estava arrependida por ontem. Mas eu ainda estou magoada por todas as palavras dela, doeu demais ouvir tudo aquilo, sei que também falei muitas coisas,porém, tudo saiu do controle. Estávamos todos sobre pressão ontem. 

 

-Além de ter que pedir desculpas a Liz.... Prima, desculpa pelas palavras, você não é uma vadia, eu e é quem sempre quero está no meio de tudo e quando descobri que me esconderam algo, não deu para evitar a raiva. - Eu via verdades nas palavras de Agatha e assenti com um meio sorriso, para que ela saiba que entendo o seu lado. 

 

    Todo mundo estava estressado ontem e eu amo Agatha demais para ficar brigada com ela dessa forma, ainda estou muito mal pelas coisas que ela disse, mas vou tentar relevar.

 

- E eu preciso agradecer a Melissa por ser tão gentil. Também a Dakota, Ryan, Matt, Nash, Kato e principalmente ao Justin, por terem me salvado ontem. Se não fosse vocês, não posso nem imaginar o que eles teriam feito! - Ela parecia emocionada com tudo. - De coração, eu não ligo se vocês são uma gangue, ou bandidos, vocês tem uma boa alma e ajudam quem precisa, mesmo que não sejam tão próximos de vocês, como eu! Agora entendo por que a Liz gosta tanto de vocês... E por isso. - Olhou diretamente para o Justin antes de falar. - Por isso vou guarda segredo absoluto de tudo que sei, assim como a Liz fez brilhantemente,  esse tempo todo...

 

  Sorri para ela, assim como Melissa. Não posso esconder a felicidade de saber que Agatha vai guardar segredo de tudo, esse era o meu maior medo e fico mais aliviada de poder contar com ela nisso. Todos pareciam aliviados e agradecidos por Agatha ter entendido que, ninguém aqui è mau de verdade, apenas tem motivos para está no crime, motivos bem maiores do que Agatha pode entender. 

 

-Mas, eu tenho algumas perguntas. - Agatha sorriu fofa, me fazendo fechar os olhos. 

 

    Conheço esse olhar, lá vem coisa. 

 

-Todos aqui são criminosos mesmo? Porque Melissa não parece nem um pouco com uma! - Agatha apontou para Mel, curiosa para saber isso. 

  

    Até se Melissa fosse uma criminosa, ela seria uma pessoa boa, consigo ver a bondade em cada ato dela e isso è tão bom, me trás confiança. 

 

-Não, eu não sou uma bandida, no máximo cúmplice. - Deu de ombros sorrindo e Agatha assentiu como se já soubesse disso. 

 

-Bem...- Agatha parecia pensar e voltou seus olhos castanhos para Emily que estava no canto da mesa mexendo no celular e não ligando a mínima para a conversar. - Todos os outros são criminosos né? - Perguntou meio estranha, ainda olhando para Emily e a mesma levantou o olhar rapidamente antes de falar. 

 

-Eu não sou! - Disse normalmente voltando a atenção para o celular. - Tenho a mesma função da Melissa aqui, cúmplice..- Murmurou entediada, como se isso fosse um grande saco para ela e continuou mexendo no celular tranquila. 

 

   Emily pode até não ser da gangue, mas essa Barbie do capeta consegue ser pior que um criminoso se quiser. Ela faz e fala coisas como uma perfeita pessoa maldosa que não tem limites nenhum das suas ações, quase uma versão feminina do Dylan, sendo que mais bonita e mais venenosa. 

 

    Agatha ficou em silêncio por alguns segundos, parecendo questionar internamente a resposta da Emily. Eu também achava que ela era da gangue quando a conheci, não admiro o olhar de dúvida e confusão de Agatha. Ela suspirou pesado e todos ainda a olhavam atentos, até agora as perguntas forma simples de se responder e Agatha aparentava ter só mais uma dúvida, não deve ser tão difícil de responder....

 

-Quem é Katharine? - Perguntou com uma grande interrogação em seu rosto e gelei assim como todos ali. 

 

   Péssima pergunta, horrível pergunta. 

 

    Tocar no assunto Katharine aqui não é nada fácil, para ninguém, até para mim é difícil falar sobre ela. É tanta coisa, tanta confusão, que jamais seríamos capaz de explicar tudo sem deixar o clima mais tenso do que já está. Katharine é a chave principal dessa história toda, ironicamente, a única pessoa que não está aqui, é exatamente quem rege as novas vidas, inclusive a minha. 

 

    Todos se olharam tentando fugir da responsabilidade de responder Agatha. Não é a função de ninguém aqui contar isso, é algo pessoal demais e até eu mesma me arrependo às vezes de saber quem ela é de verdade. Katharine tem mais parte nessa história do que eu e qualquer outra pessoa, digamos que ela é a  principal em tudo. A K é por ela, a vingança ela por ela, eu estou aqui por conta do diário dela, só me envolvi com o Justin por causa do diário dela.... 

 

   Olhei para Justin que estava olhando para o nada, com uma cara nada boa. Sei bem como ele fica quantos falam da Katharine, é uma mistura de tudo que ele passou todos esses anos, voltando à tona ao mesmo tempo. Eu não imagino o quanto difícil deve ser para ele lembrar da história toda, cada vez que é questionado sobre quem é a Katharine. 

 

-Desculpa... - Agatha pediu meio envergonhada pela tensão e o silêncio que estava. - É que, ontem, eu ouvi Dylan dizer para o Justin que viu a garota dele morrer e depois Justin falou de uma Katharine que tem haver com a gangue K, acredito que elas são as mesmas pessoas, a gangue e a Katharine... Mas sei lá, só estava curiosa. - Relatou dando de ombros. Suspirei levemente, não sabendo bem o que fazer. Agatha está confusa e mentir para ela nem é mais uma opção. 

 

-Katharine é minha namorada que morreu. - Justin murmurou no meio do silêncio e senti meu coração saltar no peito. 

 

   O clima ficou muito mais pesado do que antes e como sempre, me sinto tristeza ao lembra do que aconteceu com essa menina. Ela foi assassinada por alguém que até então gostava e sua melhor amiga foi cúmplice de tudo. É horrível demais pensar, que mesmo depois de um crime bárbaro desses, quem tem que buscar justiça não é a polícia e sim os próprios amigos da garota morta. 

 

   É tão errado. 

 

  -A K existe para vingar a morte da Katharine, estamos caçando o Jason, cara que matou ela. - Justin explicou calmamente. - Ele é o dono da Explosion, Dylan é só um pau mandado... - Deu de ombros ao falar de Dylan e Agatha assentiu, parecendo está  satisfeita com a resposta. 

 

    Tudo parecia bem claro pra Agatha e ela não parecia ter mais dúvidas ou querer questionar sobre o assunto, acho que ela entendeu exatamente o quanto grave é a situação dessa história.  Todos continuaram a comer normalmente, em silêncio e sem parecerem quer iniciariam um assunto. 

 

   Matt começou a falar sobre as coisas que achou no celular de Mika e disse que nele havia alguns números que tinha ligado recentemente e que vai tirar a manhã toda para tentar descobrir sobre o que são. 

 

   Eu estou tão preocupada com as crianças, sinto que elas, principalmente a Stella, estão em perigo enorme. Não consigo aceitar que Mika é um policial, mas todos na mesa ainda acreditam nessa história, não sei quantos polícias maus eles conhecem, mas um agente do FBI não sequestra crianças. Ainda não sei exatamente como dizer isso a eles, como explicar uma teoria sem fundamentos e sem pé nem cabeça. 

 

   Preciso de provas de que Mika é um bandido e não um policial. 

 

  

   Fiquei sentada na mesa pensando em toda a minha teoria sobre esse cara e o que ele deve querer com a Stella, mesmo depois de todos terem levantado e ido em direção a sala. Um cara, que tem um filho com uma menina que era menor de idade na época, obviamente um pedófilo como o Justin insiste em dizer. 

 

   -Liz, posso falar com você. - Agatha perguntou com receio em se aproximar e apenas assenti, vendo ela se sentar na cadeira ao meu lado. 

 

   O clima entre nós ainda está estranho e acho que nunca estive assim antes. Passamos de todos os limites das nossas brigas ontem, nunca tínhamos chegado a se bater durante as nossas discussões. Saímos do controle totalmente e visivelmente, ambas estão com vergonha das palavras ditas e de todo o resto.

 

-Desculpa! - Dizemos ao mesmo tempo e foi inevitável ri disso. 

 

   Agatha e eu, somos como irmãs, sempre conectaras em todas as situações. Mas desde que joguei bebida na cara de um bandido e acabei me envolvendo completamente nessa lance de gangue, tudo mudou. Eu não podia contar nada a ela e tinha que mentir da forma mais desvairada possível, isso acabou afastando a gente e agora que tudo está esclarecido, os motivos da minha mentira e todo o resto. 

 

-Agora entendo tudo, por que de você mentir..- Ela disse compreensiva e eu assenti lentamente. - Não era da sua vontade, você prometeu guarda segredo e cumpriu, como sempre. - Afirmou me olhando. 

 

-É, no começou eu só queria contar tudo, mas depois eu entendi que isso jamais poderia ser dito, é perigoso, para eles, para nós. - Suspirei sentindo a tensão dentro de mim. - Você viu o que o Dylan fez com você, andar com a gangue K significa que você está diante de diversas coisas e perigos que você jamais imaginou. - Olhei atenta para Agatha para ver ela tinha entendido bem o que eu disse. 

 

   Nem eu mesma, depois desse tempo, ainda não me acostumei com tudo isso de gangue e crime. Para mim esse mundo era mais do que errado, até conhecer essa gangue, composta de pessoas tão iguais a mim e a qualquer um, eles são humanos e os objetivos aqui são outros, não só lucrar, é uma vingança, muito mais do que pessoal. 

 

-Eu sei, entendo isso é vamos manter cuidado, mesmo que eles estejam dispostos a nós proteger, temos que ficar atentas a tudo. - Me olhou seria como e fosse uma ordem e eu assenti. Ela parecia realmente assustada com o que viu e ouviu lá. 

 

    Agora que Agatha sabe da verdade, me sinto bem melhor por ter alguém para contar as coisas e desabafar. Eu quase enlouqueci esses meses sem ter com quem conversar, eram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo e nada parecia fazer sentido. Apesar dos pesares, estou feliz de Agatha está comigo nessa. 

 

-Bom, eu só preciso te dizer uma coisa. - Ela me olhou e parecia apreensiva em falar. - É mais como um conselho...- Respirou fundo como se nunca se imaginasse dizendo essas palavras na vida. Olhei atenta, esperando Agatha dizer o que quer e ela finalmente falou. 

-Você deveria voltar para o Justin!



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