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História The leaves of a daily - Jason is back


Escrita por: FANFICTLOAD

Notas do Autor


Olha o capítulo aí e no prazo( mais ou menos ne mas ok) hahahaha amos vocês!

Capítulo 49 - Jason is back


Fanfic / Fanfiction The leaves of a daily - Jason is back

  

      Todos gritavam, apoiando as palavras daquele desgraçado, que parecia mais feliz do que nunca em está de volta. 

 

      Eu nem ao menos conseguia pensar, meus olhos estavam fixos em Jason, como se eles o pudessem matar. Sentia que todos aquela raiva, magoa, rancor e ódio, estavam voltando com força total para as minhas veias, como uma espécie de adrenalina, mas bem pior. 

 

     Jason se divertia e gritava para as pessoas em sua volta com um animo enorme, enquanto eu e o resto da minha equipe, nem ao menos esboçávamos alguma expressão. Todos surpresos demais para conseguir agir, como se Jason estivesse morto esse tempo todo e ressuscitado como em um passe de mágica. Mas eu sabia que o filho da puta estava vivo e por aí, só não esperava tê-lo de volta agora, para falar a verdade. Eu esperei tanto tempo para ter o Jason de volta, que não pensei em como reagir ao vê-lo novamente. 

 

      Faz mais de três anos desde o nosso último encontro, daquela vez eu estava vulnerável, era um idiota e facilmente subestimado. Mas agora a porra mudou, eu estou em um nível bem mais alto e posso dizer que até maior do que Jason. Ele um dia me colocou medo, agora, ninguém mais coloca. 

 

      Olhar para Jason novamente só me faz ter a visão da morte da Katharine, como um vídeo repetido na minha cabeça e que me deixa louco. Os olhos de Jason naquele dia, as palavras dele e a frieza com que o desgraçado tratou toda a situação. Ele acabou com a vida da Katharine e no mesmo dia, criou o pior inimigo que ele poderia ter, por que diferente dos outro, eu não vou sossegar até ver esse filho da puta no inferno. 

 

   Emily entregou o prêmio nas mãos de Jason, enquanto ria divertidamente. Me lembro dessa vadia odiar a ideia de Jason voltar e agora está comemorando ao lado dele. Falsa do caralho. Jason abraçou Emily antes de pegar o microfone das mãos dela e olhar diretamente para mim. Fazendo toda aquela raiva e sentimentos ruins aumentarem de uma forma tão grande que eu poderia pegar a minha arma e matá-lo aqui mesmo. Mas não faz parte do meu jogo, Jason vai implorar para morrer pelas minhas mãos quando eu acabar com tudo que é dele. Vou deixar esse desgraçado na lama tão profunda, que meu nome será a ultima coisa que ele vai querer ouvir. 

 

-Sinto que deixei saudades! - Exclamou olhando ao redor e o público gritou em resposta. - Atlanta estava sentindo falta de um líder de verdade? - Perguntou com um largo sorriso sugestivo vendo a animação de todos. 

 

      Claro que nem todos estavam animados pela volta de Jason, os meus homens não pareciam felizes com isso e nem o pessoal. Porém, sempre tem aqueles puxa sacos natos que me fazem querer vomitar. A forma como Jason se intitula o melhor da cidade chega a ser engraçada. As coisas mudaram muito aqui nos últimos três anos e essa cidade tem um novo gângster. 

 

   E sou eu.

 

     Posso ter perdido para Jason hoje no Racha, mas isso é por que eu não fazia ideia de quem era o tal anjo da morte m. Se eu soubesse, faria a questão de jogá-lo dali de cima com as minhas próprias mãos. Isso realmente não importa, a minha briga com Jason vai ser resolvida aqui em baixo e do jeito que eu quiser. Ele pode achar que manda nessa cidade, mas não faz ideia de como as coisas mudaram. 

 

   A porra anda do meu jeito agora.

 

     Consegui deixar a Explosion tão na merda que Jason teve que finamente voltar para arrumar tudo de perto. Era isso que eu queria, vê-lo tentar arrumar tudo que eu destrui, ver o quanto sou poderoso, para que eu possa destruí-lo no caminho. Nesse momento Jason não tem noção nenhuma do meu poder e no que eu sou capaz de fazer com a vida inútil dele.

 

      É estranho sentir toda essa raiva ainda viva dentro de mim. Se passaram três anos e ao olhar Jason, agora já de barba e parecendo ser mais maduro, parece que ainda estamos naquela época, mas dessa vez comigo capaz de responder a altura. Jason sumiu no dia da morte da Katharine e nunca mais apareceu, até agora, não posso deixar de dizer que ansiei por esse momento todos os dias da minha vida. E não vejo a hora de concluir a minha vingança. 

 

      Jason vai pagar muito caro por ter tirado a Katharine de mim. 

 

     O show no carro parecia ter acabado, quando Jason entregou o microfone para Paul, falou algo no ouvido de Emily e desceu da camionete, carregando aquele sorriso arrogante de sempre, quase não pude segurar a vontade de desfazê-los com socos. Jason caminhou até a minha frente, chamando a atenção de todos em volta e parou a menos de um metro de mim, uma distância nada segura para a vida desse infeliz. Sinto que posso matá-lo agora mesmo se não me controlar e a minha vingança não se trata só de exterminar esse verme da face dessa terra, se trata em fazê-lo sofrer exatamente como eu sofri.

 

    Vou destruir tudo que ele mais ama nessa vida.

 

-Olha só quem cresceu! - Jason debochou me olhando de cima abaixo. - Deixa eu ver os rostos familiares...- Disse olhando para atrás de mim. - Nash continua o mesmo, Matt parece mais apresentável, Dakota está maravilhosa....- Parou de falar e parecia procurar alguém. - Cadê o menino Kato? Esperei muito para ver como ele estaria com tudo isso! - Voltou a olhar para mim. - Você tem uma bela equipe de bandidos aqui. De nada. - Falou como se eu devesse agradecê-lo por isso.

 

    Jason só falou algumas coisas e eu já não me sinto capaz de controlar diante da vontade que tenho de acabar com a vida dele. Me mantive calado, sabendo que Jason ainda não acabou de destrinchar suas merdas.

 

-Também vejo rostos novos! - Parecia surpreso por isso. - Ryan eu já vi de vista alguma vez, agora....- Deu uma pausa e passou os olhos por cima dos meus ombros e os correu até o meu lado. - Isso é novidade! - Deu ênfase nas palavras, com um tom forte e único na voz, os olhos levando uma malícia diferente e senti exatamente para quem ele estava olhando. 

 

      Liz.

 

     Olhei rapidamente para ela ao meu lado e não pensei duas vezes antes de me colocar na frente e encarar Jason seriamente, para mostrar que isso aqui não é nem um porcento da conta dele e é melhor manter distância se quiser sair desta noite vivo. Esse filho da puta não é nem capaz de saber o que sou posso fazer se ele olhar para a Liz desse jeito de novo. 

 

   -Finalmente resolveu administrar sua gangue de frente como homem ao invés de mandar esse inútil do Dylan fazer tudo? - Falei de forma sarcástica. - Confesso que já estava cansado de sempre derrotar Dylan, estou com saudades de uma ação de verdade! - Afirmei olhando bem para Jason. - Então bem vindo de volta a minha cidade! - Dei ênfase nas palavras, para deixar claro que Jason pode até ter vencido o Racha Sangrento, mas eu ainda sou o maior gângster dessa cidade e a K ainda è a maior gangue. 

 

-Eu estava ansioso para ver isso de perto...- Riu divertidamente. - Vê a mudança que causei na sua vida... Vê o que você se tornou..- Olhou atentamente para mim, como se admirasse sua própria criação. - Espero que não tenha deixado você esperando por muito tempo! - Ironizou cruzando os braços, fazendo a raiva ferver mais ainda dentro de mim.

 

      Esse cara não tem noção do quanto esperei ele voltar e nem terá. Jason com certeza se orgulha de ter sido o pontapé inicial para que eu me tornar-se um gângster, mas ele vai lamentar isso a cada dia a partir de hoje. Se eu fosse esse desgraçado, iria me querer um mauricinho idiota, por que como bandido eu posso fazer um inferno na vida dele. 

 

   -Talvez você devesse parar de se achar tanto e olhar a sua volta..- Dei um meio sorriso maldoso. - Vê só quem está ganhando esse jogo...- Sibilei convencidamente e Jason assentiu com um olhar de deboche olhando em volta, antes de levantar o seu prêmio.

 

-Acho que sou eu né? - Perguntou com a irônica visível. - Cheguei hoje à Atlanta e já consegui mostrar que esse jogo mau começou e já tem um vencedor, agora me resta saber se você vai querer pular fora antes ou depois de eu acabar com toda essa sua banca de merda! - Rosnou, finalmente, tirando o sorriso arrogante da cara e mostrando sua feição de raiva e ódio, que eu já sabia que Jason guardava.

 

      Quando Jason preferiu matar a Katharine só para me deixar sofrendo aqui sem ela, não foi por ódio a Kath que ele fez isso e sim ódio a mim. A morte dela, tudo isso, foi por que Jason me odeia e quer me atingir o tempo todo, como uma obsessão escrota. O ódio que ele sente de mim é maior do que o amor que um dia ele jurou ter pela Katharine. Ainda me admiro por Jason ter ficado mais de três anos longe de Atlanta sabendo o quanto eu estou destruindo a querida gangue dele. Deve ter tido um grande motivo e eu não acredito que foi só para me ver crescer. 

 

    -Eu e a K estamos ansiosos por isso a muito tempo...- Afirmei com certeza. - Só estamos esperando você tomar a coragem de voltar! - Jason assentiu, como se isso fosse resposta para as suas perguntas e deu uma leve risada. 

 

 

    -Gangue K, um nome tão pequeno, mas que carregar um grande significado, um tributo digno do motivo que te leva a está aqui! - Abriu os braços mostrando ao redor. - O motivo que te fez ser o que è agora! - Apontou para mim. - Eu nunca fugi dessa briga, Bieber, como você insiste em acreditar! Só não queria atrapalhar sua transição de mauricinho para um bandido cruel! Ah, Justin, eu não ia te enfrentar sem que estivesse no mais alto nível, não iria ter graça e eu estou aqui para me divertir! - Começou a ri maldosamente.

 

      Jason ainda me subestima na cara de pau, não é por que perdi o Racha hoje que eu não sou muito melhor do que ele no crime. Isso eu vou provar com mais intensidade agora, se essa briga começou oficialmente hoje, só vai ter fim quando eu ver esse filho da puta perder tudo. Até lá, não importa as porras que eu tenha que fazer, Jason vai provar da minha fúria e da minha vingança. Todos os dias ele vai se arrepender de ter destruído a minha vida e a da Katharine. 

 

   -Aliás! - Disse, como se tivesse se lembrado de algo. - Confesso que você me fez perder uma aposta! - Lamentou com sarcasmo. - Apostei que você não iria seguir em frente com alguém com menos de sete anos depois de tudo e olha só...- Olhou para o meu lado novamente e fixou seus olhos intensamente, como se criasse um alvo com eles. - Quando uma pessoa tem um coração..... È tão mais fácil...- Balançou a cabeça rindo maldosamente. 

 

        Eu entendi bem a insinuação que Jason fez. Com certeza ele viu Liz me beijando agora pouco e não deve ter demorado um segundo para tirar as conclusões dele. Mas Jason está muito enganado se acha que Liz é como a Katharine ou que a história é parecida. Eu não sou o mesmo e isso significa que ninguém vai chegar a um metro da Liz sem que sofra as consequências. 

 

    -Você não sabe de porra nenhuma! - Exclamei furioso quase não contendo a vontade de atacá-lo por falar de Liz. - A briga aqui é entre K e Explosion, nada além! - Deixei claro, mesmo sabendo que isso não importa para ele. - E que vença a melhor! - Jason assentiu como se concordasse completamente comigo. 

 

   -K vs Explosion... Acho que Atlanta está pronta para isso, certo? - Jason gritou para as pessoas em volta que reagiram com animo. - Eu não vejo a hora de ver você tentar me derrubar! - Sibilou com os olhos fervendo em raiva, antes de se virar e começar a ir embora, sendo seguido por Dylan, Brian e a vadia da Emily. 

 

    Senti toda a tensão e precipitação dentro de mim diminuirem um porcento por não ter que encarar Jason tão de perto e manter essa calma que jamais existiu em relação a ele. Eu não consigo calcular a raiva e o ódio que sinto desse infeliz. Estou pronto para começar essa guerra e mostrar o que eu me tornei de verdade. 

 

   As pessoas começaram a se dispersarem e irem embora, enquanto eu continuei parado no mesmo lugar, analisando por um tempo a situação, antes de começar a andar para onde estava o meu carro, ignorando todos aqueles olhos intensos sobre mim. Esse não é um bom momento para nada, estou prestes a estourar a cabeça de qualquer um que cruze o meu caminho e me sinto como se estivesse possuído por algo ruim. Jason traz o que há de pior em mim e não quero ter que mostrar isso a mais ninguém. 

 

-Justin! - Dakota exclamou e eu sabia que ela estava me seguindo. - Espera aí! Precisamos falar sobre isso! - Disse entrando na minha frente. - A K e essa vingança não é só sua... Lembra? - Perguntou olhando nos meus olhos e eu podia sentir a fúria nas iris azuis de Dakota. 

 

     Claro que não esqueci, tenho uma equipe e eles também fazem parte disso tudo. A vingança pode até ser muito forte para mim, mas também faz parte da vida dessas pessoas e não posso negar isso. Todos eles mudaram seus jeitos e entraram de cabeça nessa comigo, estamos juntos nisso e não importa quanta raiva eu esteja sentindo. Preciso compartilhar isso com a minha equipe. 

 

-Caralho! Eu não esperava por essa! - Nash falava com os olhos arregalados em surpresa. Assim como todos.

 

-Jason está de volta, finalmente ele voltou para cá..- Matt parecia ainda digerir a ideia. - É muito louco! - Disse por fim, antes de me olhar. 

 

-Voltou em grande estilo por sinal! - Ryan afirmou também aparecendo na minha frente. - Obvio que Jason Scott não iria aparecer casualmente pelas ruas de Atlanta, para anunciar sua volta ele teria que fazer algo grande... O que maior que o Racha Sangrento! 

 

    Como sempre, Ryan tem razão em tudo que diz. 

 

    Eu deveria imaginar que Jason não aparecia do nada em Atlanta, ele tentaria causar e mostrar que ainda é o rei dessa cidade mesmo depois de tanto tempo. Foi basicamente isso que ele fez, vencer o Racha Sangrento foi como um show para a sua volta triunfal ainda por cima de mim. O filha da puta pode até ter voltado hoje, mas foi tudo pensado. 

 

     Jason não voltaria se não fosse para desmontar poder. 

 

  -Onde será que ele estava esse tempo todo? - Melissa perguntou, intrigada e com os olhos perdidos em uma espécie de confusão e medo. 

 

-Não sei Melissa, não tive tempo de pergunta! - Ironizei, bastante irritado pela pergunta idiota dela.  

 

   Se um dia a gente souber onde Jason Scott se escondeu esse tempo todo, com toda a certeza será por um acaso qualquer. Se ele não jogou o lugar que estava na nossa cara agora pouco é por que não interessa a nós. 

 

  -Não precisa ser grosso comigo também! - Disparou cruzando os braços, visivelmente irritada pelo meu tom de voz. 

 

   Não quero ter que descontar a minha fúria em ninguém, apesar de parecer já está fazendo isso. Mas a Melissa vem com perguntas idiotas e isso me tira do sério. Eu não brinco quando digo que Jason me traz o Justin impaciente e grosso de volta.

 

-Então foi aquele cara que fez tudo? - Agatha murmurou se aproximando. - A forma como ele fala, parece que tudo isso aqui é um jogo sádico para ele! - Afirmou, por incrível que pareça, alguma coisa que faz total sentido. 

 

    É óbvio que Jason leva isso aqui como um jogo, uma brincadeira que ele faz parte apenas por diversão. Talvez ele não tenha visto ainda as dimensões do que posso causar. Nada do que consegui foi sorte, tudo eu tive que lutar com unhas e dentes para ter e se hoje eu sou maior que a Explosion, é por que sou bom pra caralho e isso ninguém pode negar. A questão é que Jason ainda não teve as proporções disso pessoalmente, Dylan não deve contar nem metade de tudo que faço, mas não tem problema.

 

     Eu mostro pessoalmente. 

 

-Agora, uma coisa que está aqui me deixando bem confusa! - Dakota disse pensativa. - A Emily, ela sabia que Jason estava competindo contra você e não parecia tão triste por ele está de volta ou tentar te matar lá nos penhascos! - Pontuou olhando para todos, tentando ver se só ela tinha tido essa impressão.

 

   -Você acha que a Emily...- Nash começou a falar, mas nem ao menos conseguiu concluir o final da sua frase. 

 

  -Estou achando que Jason possa ter voltado por causa da Emily! Ela parecia tão feliz em vê-lo, como se isso fosse parte de alguma coisa para ela! - Dakota exclamou olhando para mim. - Me diz que não estou louca e não fui a única a notar isso? 

 

   Comecei a pensar nas coisas que Dakota disse e fazem um sentido absurdo, porém, bastante lógico. Emily está visivelmente feliz com a volta de Jason e não vejo um outro motivo para isso acontecer se essa volta não a agrada-la de alguma forma. 

 

    Aquela vadia filha da puta. 

 

      Eu jurei que Emily estivesse sozinha nessa merda de cidade e impotente completamente contra nós. Mas essa noite descobri que além de possivelmente ter feito Jason voltar, ela ainda está andando com a Explosion. Como se não tivesse nenhuma porra de problema nisso. Emily se juntou com os meus inimigos e ela está muito enganada se está achando que vou poupa-la quando acabar com todos eles. 

 

    Me enganei muito com essa vadia, mas ela vai pagar caro por isso. 

 

-Não me interessa se Jason voltou pela Emily ou pela porra que for! - Exaltei sem paciência. - Eu vou acabar com todos eles, por que agora a guerra começou de verdade! 

 

 

 P.O.V Liz Blue.

 

      Eu ainda sentia o frio na espinha com tudo que acabei de presenciar. Jason Scott está de volta e não parece disposto a ir embora tão cedo. Ele simplesmente chegou enfrentando Justin de frente e querendo mostrar ser mais poderoso. Não pude deixar de sentir uma tensão absurda em está na presença do homem que matou a Katharine e mudou a vida de todos, inclusive a minha. Mesmo sem ao menos me conhecer, matando a Katharine, Jason fez eu está onde eu estou. Ao invés de me sentir grata, eu me sinto enojada com tudo isso, Jason acabou com uma história linda por pura inveja e ciúmes. 

 

    Esse homem é cruel, frio e não posso deixar de sentir medo dele. 

 

     Mesmo com todos se movendo para ir até Justin, eu continuei parada no mesmo lugar, como se meus pés tivessem fincado no asfalto. Não consigo tirar da minha cabeça o momento que os olhos azuis intensos de Jason se direcionaram a mim. Parecia que eu estava sendo colocada completamente no meio dessa briga, que até então estou apenas de espectadora. Apesar de Justin ter se colocado na minha frente e impedido que Jason trocasse mais olhares comigo, aqueles poucos segundos, foram cruciais para que eu tivesse essa sensação diferente. 

 

      Como se tudo estivesse prestes a mudar. 

 

     Tentei controlar o nervosismo que estava dentro de mim e respirei fundo quatro vezes antes de começar a andar até o pessoal. Se eu já estou assim, um pilha de nervos e indignação, imagina eles? 

 

      A volta de Jason é tão esperada que não imagino o que se passe na cabeça de cada um agora. Eu estou tão sem reação para tudo isso, para mim Jason nunca mais voltaria e essa vingança ficaria só nas promessas e pensamentos de todos da gangue. Mas ele voltou, e parece disposto a comprar essa briga enorme e enfrentar o Justin da forma que quiser. 

 

      Isso me assusta demais.

 

   Não só a volta de Jason e sim todo o resto tenso e complicado que vem junto. Desde que conheci a gangue, todos os dias eu ouço falar dessa vingança e em como ela é almejada. Agora, está frente à frente com essa realidade, parece ser difícil demais, saber que todos vão começar uma disputa intensa e perigosa com um dos maiores bandidos que já ouvi falar, não me faz ficar tranquila de jeito nenhum. 

 

    Falei que não iria opinar sobre nada dessa vingança, é pela Katharine e eu até aprovo tudo isso, ou aprovava.... No momento, não consigo parar de sentir que tudo está prestes a sair do controle. Por mim eles deixariam Jason para ela e tentariam seguir suas vidas.

 

  -Se Jason veio pela briga, nós estamos prontos para isso! - Ouvi Dakota afirmar com raiva e parei do lado de Agatha, que me lançou um olhar breve antes de voltar a prestar atenção na revolta de todos.

 

     Eu e Agatha somos as pessoas que estamos mais fora de toda essa vingança. Ryan também não tem nada haver, mas com toda a certeza irá entrar nessa briga com a gangue sem pensar duas vezes. Já eu e minha prima, nos resta assistir a tudo isso caladas e tentar ao máximo não se meter. 

 

     O pouco que conheço de guerra de gangues, eu sei que não são tão fáceis e nem muito menos tranquilas, é algo sanguinário e tenso demais, onde qualquer pessoa pode se ferir, tendo alguma coisa haver ou não. Isso me faz deseja que Jason nunca tivesse voltado, mesmo que essa vingança seja necessária para os outros se sentirem bem e seguirem suas vidas, não quero que ninguém que não tenha nada haver saia ferido disso. 

 

   -Não tenho medo nenhum dele e vocês sabem, vamos atacar de todos os lados e mostrar para Jason o quanto somos melhores do que ele! - Justin dizia as palavras de forma intensa e diferente, mostrando um lado que eu ainda não tinha visto. 

 

     A sede de vingança está mais ativa nele agora do que em qualquer outro momento.

 

   -Estou com vocês em tudo! - Ryan ressaltou antes de se virar diretamente para mim. - Aliás, não acha que elas vão precisar de alguma proteção? - Fez um gesto na nossa direção e todos os olhos caíram em mim e Agatha no segundo seguinte.

 

      Eu não quero uma proteção, mesmo que eu precise de uma. Vi Agatha andado com Nash para cima e para baixo o último mês e ele não podia deixá-la em paz nem por um segundo. Só não quero ter que passar por isso, é como se fossem controlar cada passado que dou. 

 

    Não quero proteção, não quero briga de gangues que coloquem todos em perigos. Resumindo, não quero Jason Scott nessa cidade e estou rezando para ele ir embora antes de causar algum estrago. 

 

  -Com toda a certeza elas vão se protegidas! - Justin ressaltou me analisando com um olhar diferente e intenso, como se ele tivesse realmente preocupado a cima da média comigo agora.

 

      Não  sou eu quem precisa de proteção aqui. Jason nem ao menos me conhece. 

 

-Mais? - Agatha reclamou, por um instante antes de revirar os olhos. - Tudo bem, só por que esse Jason me deu medo! - Afirmou cruzando os braços e com um olhar sério. 

 

     Já que a resposta de Agatha foi positiva, todos olharam para mim, principalmente Justin, que me encarava como se o meu "não" jamais seria aceito e não teria outra resposta a não ser "sim". Eu tenho o total direito de não querer, apesar de Jason me colocar um certo impasse, não posso deixar de viver por conta disso e ter minha privacidade invadida por homens me vigiando a cada lugar que eu vou, como se eu fosse o estopim dessa guerra. 

 

    Admiro a preocupação de todos, mas não quero ser vigiada e não preciso ser. 

 

-Se eu falar não vai fazer alguma diferença? - Murmurei, abaixando o meu olhar, me sentindo levemente acuada pelos olhos sérios de Justin em mim.

 

-Vai, por que ninguém vai te forçar a isso! - Melissa disse com a voz calma e levantei o olhar dando um breve sorriso para ela.

 

    Mel é realmente um anjo muito bom e compreensivo. Diferente do irmão dela, que bufou sem paciência e bastante irritado. 

 

-Melissa fica calada! - Justin disse ríspido. - É óbvio que não vamos deixar você sem nenhuma proteção, você vai andar com todos o segurança que eu achar melhor! - Disse com uma seriedade fora do comum, quase me destruindo com os olhos. 

 

-Não fui eu que comprei briga com Jason...- Resmunguei desviando o olhar e todos ficaram em silêncio, obviamente por que ouviram as minhas palavras. 

 

      Seria bom demais se ele concordasse? Com certeza sim. Mas Justin tem isso de me proteger a todo o custo e em todas as situações, pedir para ele não fazer isso nem é uma opção mais, se ele quiser ele vai fazer, eu permitindo ou não.

 

     Grande momento que fui começar a me relacionar com um criminoso. 

 

    Dei de ombros, concordando de uma forma praticamente forçada, a aceitar tudo isso, já que todos me encaravam como se eu fosse louca em cogitar não querer proteção. 

 

   Querer eu não quero, porém, vamos evitar irritar o Justin mais do que já está, sendo que mesmo que eu diga não, ele dará um jeito de fazer.

 

-  Que bom! - Dak suspirou aliviada e hesitante, em meio à tensão sufocante que crescia no lugar pela minha resposta atravessada. - Vamos cuidar disso o mais rápido possível! - Disse olhando para Ryan, com um olhar sugestivo, que assentiu e os dois se despediram rapidamente antes de começarem a se afastar. 

 

      Justin mantinha seu olhar sério sobre mim, o que fazia minha pele se arrepiar e isso estava me deixando incomodada. Não sei se é a raiva que ele sente por Jason que o dominou completamente, ou se é apenas por eu ter cogitado não aceitar a proteção. 

 

-Não tem mais graça ficar aqui agora...- Nash resmungou alternando os olhos entre mim e Justin e vendo que o amigo queria me matar com os olhos praticamente. 

 

-Pelo visto não..- Matt sussurrou também olhando para Justin que parecia bem raivoso enquanto me olhava. 

 

-Liz Blue, você vem comigo! - Justin sibilou lentamente, de forma apavorante, passando por mim, isolando a raiva que ele carregava. 

 

     Não acredito que ele realmente está irritado por eu ter pensado em dizer não. Eu não aceitei a maldita proteção? Então para quer criar um drama sobre isso? 

 

    Mas Justin está furioso a cima do normal por conta da volta de Jason e todo esse blábláblábláblá de vingança que eu já nem acho uma grande ideia. 

 

   Agora eu é quem vai ter que ouvi-lo irritado. 

 

      Olhei para Agatha que deu de ombros, me fazendo suspirar e começar a seguir Justin, que estava indo em direção ao seu carro, com certeza nada calmo. 

 

    Não basta ele ter perdido a corrida que tanto queria ganhar, ainda reencontrou o cara que está caçando a anos. Acredito que o humor de Justin não esteja o melhor com toda a certeza, e qualquer coisa que eu diga ou não diga, pode causar uma discussão bem grande.

 

      Parei de andar assim que cheguei no carro e olhei para Justin, que não parecia nada feliz. Não falei uma mísera palavra e apenas entrei veículo, antes que ele mesmo mandasse. 

 

      Está com Justin agora parece bem diferente, ele não está nem dois porcento com o que é, e ele só teve o conhecimento da volta do Jason a uns vinte minutos ou mais. Isso é surreal, a forma como Jason molda o humor do Justin para pior, é quase como se além de competirem com a gangue, Justin e Jason competissem também sobre quem parece ser mais aterrorizante. 

 

    Tentei não olhar para Justin, enquanto colocava o cinto e ele se manteve calado o tempo todo. O clima tenso que estava na rua parece ter entrado completamente dentro do carro, e está me sufocando. 

 

    O carro começou a andar e Justin parecia com raiva de verdade, da para ver pela forma que ele aperta o volante e olha como se quisesse atropelar metade daquelas pessoas no lugar. Pensamentos psicopatas que me assuntaram, mas é o que realmente parece. 

 

     Não sei para onde Justin esta me levando, pelo visto ele quer conversar bem longe de todos, sem chamar toda a atenção para si. Porém, eu não consigo ficar nesse clima calada por muito tempo.

 

  -Você está realmente irritado comigo por eu não ter pensado não aceitar a proteção? - Perguntei, finalmente falando algo no meio daquele silencio chato. 

 

     Justin não me respondeu, apenas continuou olhando a rua. Então revirei os olhos e me concentrei em qualquer outra coisa durante o caminho. 

 

     Enquanto o carro ia andando, em uma velocidade bastante alta, mas que já estou bem acostumada. Fui pensando  em como tudo isso de vingança não faz tanto sentido quanto um dia achei fazer, eu posso está me contradizendo pois fui uma das primeira a defender isso um dia. Mas agora, parece uma ideia suicida e maluca demais. 

 

      Tudo bem que o motivo chave é a Katharine e a morte precoce dela que abalou a todos. Mas será que eles já se perguntaram se a Katharine se sentiria bem em ver Atlanta em guerra por sua causa? Pelo pouco que li dela, percebi que ela não era de querer algo assim, e aposto que Justin tem noção disso, porém não vai parar com essa disputa até que essa tal vingança seja concluída. 

 

     Para falar a verdade, estou achando que a vingança nem e mais pela Katharine, já que eu fui colocada no meio por todos de uma forma bem idiota.

 

    A palavra vingança é tão forte, involve muito mais do que o poder e o fazer, isso se trata de um sentimento cruel, em desejar e causar ao outro os mesmo males que aconteceu com você um dia. Para mim, é como se igualar a quem te causou mal, ficando no mesmo nível só para fazê-lo sentir o que você sentiu, e esse é o caso do Justin. Ele se tornou um bandido por essa vingança e se for preciso se tornar pior que Jason só para acabar com ele, Justin irá. 

 

   Não quero que isso aconteça, não quero que essa vingança acontecer. Isso tudo é suicida e desnecessário. 

 

      Assim que a rua familiar entrou no meu campo de visão, eu tive certeza que Justin estava me levando para cada dele. Já deve passar da uma hora da manhã e me sinto cansada de verdade, queria a minha casa, aliás tenho que voltar antes do sol raiar e minhas tias acordarem.

 

       Olhei rapidamente para o Justin e ele continuava bastante sério. Acho que essa expressão não vai sair do seu rosto enquanto Jason continuar na cidade e isso me frusta bastante. Maldita vingança que agora está mexendo até mesmo com a forma que Justin age e trata as pessoas em volta dele. 

 

    Aliás, estava tudo bom demais esse mês para ser verdade. 

 

     

     Sai do carro logo quando o mesmo foi estacionado nos jardins da casa de Justin e olhei para aqueles homens armados que sempre ficam por ali. Só de pensar que terei que convier com alguns deles já me deixa agoniada. Sempre me assusto pela forma silenciosa e assustadora que eles aparecem em todos os lugares, fazendo exatamente o que são treinados fazer; ser silenciosos e discretos. Mas para mim isso não é bom, já parei de contar as quantidades de sustos que levei com esses caras pela mansão. 

 

      Suspirei pesadamente parando de encarar os homens fortemente armados e limitei meus olhos a Justin que foi em direção à casa. O segui novamente, coisa que estou fazendo desde que saímos do Racha e ele conseguiu ficar extremamente  calado até aqui, de uma forma bem estranha. 

 

       Justin finalmente parou no meio da sala e se virou para mim, com uma expressão tão fria e intensa que me fez ficar intimidada. 

 

-Sobre a sua pergunta no carro, sim eu estou bem puto com você! - Começou a falar aumentando o tom de voz e não parecia ter nenhuma paciência ao jogar as palavras. - E sabe o porque? - Perguntou me encarando, neguei lentamente, olhando para um canto qualquer. - Por que você não consegue ver a gravidade disso! - Sibilou me fazendo olhá-lo. 

 

    Óbvio que sei o tamanho da gravidade disso tudo aqui, mas só não quero ter que ser colocada no meio dessa forma. Parece até que essa disputa toda è por mim e venhamos que jamais seria. Jason nunca me viu na vida até hoje à noite e mesmo que tivesse visto antes, ele jamais se interessaria por mim para tentar, sei lá, me matar por amor ou alguma coisa psicopata do tipo. Sendo que Justin está levando isso exatamente por esse lado, como se Jason tivesse o foco em mim. 

 

??-Jason não me quer, ele quer você! - Afirmei, tentando não parecer irritada. - Essa è sua briga e me encher de seguranças não è realmente necessário! - Pontuei o meu incomodo. 

 

     Tão fácil entender que não tenho e não quero ter nada haver com essa vingança. 

 

-Não se trata só de mim, Liz..- Justin visivelmente estava tentando manter a calma diante de mim, o que não está adiantando muito. 

 

-E nem de mim! - Exclamei, apontando para mim mesma. - Eu não quero ter que se envolvida nisso, è terrível, não gosto do que as vinganças levam as pessoas a fazerem! - Balancei a cabeça tentando livrar os pensamentos ruins. 

 

-Liz, você não conhece o Jason, não sabe o que aquele cara è capaz...- Tentou argumentar e assenti concordando.

 

     Eu não conheço o Jason, ele tem toda a razão. Então para que me colocar como se eu estivesse em perigo? Esse Jason vai focar em acabar com o Justin em todos os sentidos mas principalmente em relação a gangue, já que Justin tenta fazer o mesmo com ele. 

 

    Justin me olhava esperando eu dizer algo, mas me mantive calada com os meus pensamentos enquanto ele me encarava. 

 

-Se você não aceitar ser protegida não tem como eu focar em acabar com o Jason, vou está pensando o tempo inteiro nas porras que aquele desgraçado pode fazer contra você! - Jogou as palavras, novamente como se eu tivesse realmente alguma coisa haver com toda essa vingança, como se Jason tivesse voltado por minha causa só para acabar comigo. 

 

-Jason não vai querer perder o tempo dele tentando me atingir. - Resmunguei, fazendo Justin me olhe como se eu fosse uma maluca por está falando isso.

 

     Mas é exatamente o que eu acho, tanta coisa para Jason fazer, para que vai buscar justamente me atingir? Não parece óbvio demais? Tanto que Justin está tentando me proteger por isso. Se Jason é um cara tão calculista assim, já deve ter chegado a esse ponto. 

 

-Você só pode está brincando com a minha cara! - Justin gritou perdendo a paciência. - Por que você viu a forma como ele te olhou, Jason se não sabe logo vai saber que para me atingir basta fazer algo com você! - Exaltou em voz alta e senti meu coração pular uma batida por conta das palavras dele. 

 

      Pensei que só eu tinha notado o olhar curioso, intenso e diferente de Jason sobre mim, como se ele estivesse afim de saber mais de mim, de uma forma que me deixou levemente perplexa. Justin também notou esse olhar e agora posso ver no fundo dos seus olhos que isso o enfurece além do que já está. 

 

      Me mantive calada, apenas analisando toda a situação. Não quero pensar que sou um alvo bom, não quero ter que ficar paranóica com tudo isso, não quero ter que me colocar como o ponto alto dessa disputa. Eu vou enlouquecer se chegar a  pensar assim. 

 

-Você sabe que agora as coisas vão ficar mais sérias por aqui? - Perguntou com a voz mais baixa, só para ter certeza se eu tinha alguma dimensão do que está por vir.

  

    E sim, eu tenho. 

 

  -Sei...- Resmunguei quase silenciosamente e Justin assentiu antes de continuar a falar.

 

   -Sabe que Jason joga sujo demais quando quer? - Assenti novamente e Justin continuou me encarando com os olhos atentos, enquanto eu olhava um canto qualquer. - Sabe que para me fazer perder a cabeça e o controle da minha vida, è só mexer com você? 

 

   Olhei para Justin, que tinha um olhar sério, mostrando total verdade nas suas palavras. Assenti lentamente, por saber bem disso.

 

-Então, Jason também vai saber ou já sabe, pela forma que te olhou lá no racha, e isso è perigoso sim para você! - Afirmou olhando nos meus olhos, como se isso fosse ajudar a me convencer do perigo.

 

     Eu não esqueci, não esqueci de tudo que Justin faz por mim e o quanto ele fica irritado quando mexem comigo. Mas, eu só não quero ter que ser colocada no meio disso tudo, já me senti intimidada demais por Jason quando ele olhou para mim lá no Racha, agora, ter que andar praticamente escoltada por causa dele deixa a sensação de que o alvo disso tudo aqui sou eu e não o Justin, como è realmente. 

 

-Então não pede para que eu deixe você sem proteção justamente agora! - Ordenou, bastante irritado e nem sei exatamente se é comigo, pois Justin parece está com uma mistura estranha de emoções dentro de si. 

 

-Você não precisa ficar preocupado ou tudo isso, é só não começar essa briga. - Resmunguei mais para mim do que para ele, mas Justin claramente ouviu. 

     

     Já que Justin não quer ninguém que ele se importe machucado nessa disputa, é só não começá-la, deixar Jason para la e seguir a vida, mostrando para aquele assassino, o que é a verdadeira volta por cima, não chegando nem perto de ser cruel como ele.

 

-Você quer que eu desista da porra mais importante da minha vida? - Pergunto incrédulo com as minhas palavras e eu não tive nem tempo de negar. - Se você acha realmente que tem alguma chance de eu desistir de destruir Jason, está bastante enganada! - Aumentou o tom de voz novamente mostrando está muito mais do que irritado com as minhas palavras. 

 

    Parece que essa vingança para Justin é muito além do que ele diz ser, olha como fica só de pensar em desistir disso. É quase igual a uma doença que o faz querer morrer, mas não desistir de se vingar. 

 

       Já não consigo ver nada de bom nessa história. 

 

-Se você não quer as pessoa que gosta machucadas, para que comprar uma briga desse tamanho? Não faz sentido! - Comentei o que eu achava. - Além de ser perigoso para você mesmo! Disputar com esse cara pode acabar com a sua vida! - Exclamei tensa pelas minhas palavras fortes. 

 

    Uma guerra sempre acaba em morte e isso é inevitável. Uma pessoa já morreu hoje por causa de tudo isso e não posso nem pensar em quantas outras iram, e o pior, entre elas podem está Justin ou eu ou qualquer pessoa perto de nós. 

 

     Jamais conseguirei pensar na hipótese de perder Justin por causa dessa briga idiota. Se ele morrer eu faço o que? Compro uma briga com Jason e faço esse lance de vingança girar como uma roda mortal? Não, eu não faria isso e sei que Justin também não faria de novo se acontecesse. Se essa briga começar e qualquer um de nós dois sair machucado o outro não irá ter forças para fazer algo. E assim Jason vence de uma vez, e no final das contas, para que tentar? Só para uma vingança idiota? 

 

-Você está sendo egotista e bem maluca! - Esbravejou. - Jason é perigoso e vai tentar atingir todos em volta de mim, principalmente você! Por que não entende isso? - Me olhou espumando de raiva e eu neguei lentamente. 

 

 - Eu não tenho nada haver com essa disputa, não trate como se eu fosse o motivo! - Cruzei os braços de forma séria e Justin parecia mais furioso ainda pela minha resposta.

 

-Claro que não é sobre você, isso tudo aqui, cada parte de mim e do que eu sou é pela Katharine! - Cuspiu as palavras com exatidão e respirei fundo diante desse fato. 

 

    Óbvio, Justin vive pela Katharine o tempo todo, respira por ela, tudo por ela. Jurei que jamais irá me sentir mal por isso, é idiota demais tentar disputar território no coração do Justin com a grande e inesquecível Katharine. Mas isso não me deixa parar de me sentir bastante magoada. 

 

   -Tudo é a Katharine, já notou? Tudo isso! A vida dela é praticamente a minha vida agora! - Gritei sentindo a raiva me dominar. - Essa vingança é idiota, a Katharine é idiota e você é um babaca por tentar insistir nisso! - Cuspi as palavras sem ao menos pensar. - Eu não sou ela, eu nunca vou ser e você tem que entender, tudo isso já não tem lógica! 

 

     O cara que eu amo, ama outra, que nem ao menos está viva mais. Eu juro que isso dói, quase como se ela estivesse bem aqui e agora, com certeza Justin não pensaria duas vezes antes de vira as costas para mim e ficar com ela. É de enlouquecer qualquer um ter que pensar assim, ainda bem que ela não está aqui mas ao mesmo tempo se ela tivesse ninguém estaria tendo que se colocar em meio a uma guerra. 

 

     Tudo é culpa da Katharine. 

 

-O que você disse? - Justin rosnou incrédulo e me aproximei mais dele.

 

 -Ela morreu, você tem que começar a aceitar isso! Essa vingança já não faz sentido, parece idiota e suicida, te coloca em uma situação ridícula, tudo isso por uma menina que morreu a três anos! Ela não deveria ainda ser tão importante! - Soltei em meio à mistura de coisas que estão se passando dentro de mim e Justin me olhou de uma forma indecifrável. 

 

  -Eu nunca vou aceitar o que aconteceu com a Katharine, foi injusto e o desgraçado que fez vai pagar muito caro, foda-se tudo. - Rosnou andando lentamente até perto de mim e ficando a um passo. - Agora, se você acha que isso tudo aqui è idiota, apenas não participe e saia da minha vida por que eu posso gostar muito de você Liz, mas pode ter certeza absoluta, que eu gosto muito mais da Katharine! - Cuspiu amargamente e parecia prestes a me atacar, mas ao invés disso, se virou e começou a subir as escadas a passos largos me deixando ali quase sem ar por conta das suas palavras. 

 

    Minha ficha foi caindo, e as palavras que usei foram pesando de uma forma imensa dentro de mim e do meu coração, quase como se alguém estivesse me empurrando para baixo com raiva de tudo que acabei de dizer. Eu consigo sentir isso, algo gritando comigo com muita raiva das minhas palavras, me fazendo ver o quanto foi ruim. 

 

      Acho que acabei de ser muito cruel com Justin de uma forma que jamais fui. Olhas as palavras que eu usei e a forma com o que falei da menina que ele mais amou e ama na vida, e da situação que manteve ele vivo até hoje. 

 

      Que tipo de pessoa idiota eu sou? 

      

      A Katharine não é a culpa da própria morte, que merda gigante acabei de falar? 

 

     Subi as escadas atras de Justin, sabendo bem que ele deve ter ido para o seu quarto e sinto que meu coração está sendo partido a cada momento que revejo o que falei para ele e como falei. 

 

      Ainda não acredito que deixei a raiva e a insegurança me levarem a dizer aquelas palavras. Não tem como eu negar tudo que Justin sente pela Katharine, eu agi como uma menina chata e irritante. Quando na verdade jurei me manter imparcial em relação ao grande amor da vida do Justin. 

 

    So que, como todo o ser humano, eu cometo erros e acabei falando demais. Eu amo o Justin de verdade e por alguns segundos deixei esse sentimento levantar algum ciúme sobre a Katharine, justamente sobre a menina que jurei jamais tentar sentir nada do tipo, por saber o quanto grandiosa ela è dentro do coração do cara que eu amo e por ela ter sido arrancada de forma brutal dessa terra. Mesmo não conhecendo ela, sei o quanto Katharine era e è importante para todos, principalmente para o Justin. Eu só não deveria ter sido tão infantil e idiota agora. 

 

    Cheguei ao quarto de Justin e aproveitei a porta aberta para entrar e encontrá-lo bastante transtornado andando de um lado para o outro, como se quisesse descontar a sua raiva em alguma coisa e não estivesse encontrando algo. 

 

-Ela é a porra de um garota infantil pra caralho, isso que da se envolver com meninas tão novas, Justin! Ela simplesmente não entendem porra nenhuma sobre a vida! - Resmungou para si mesmo, sendo que ouvi exatamente tudo. 

 

-Justin, eu não quis dizer aquilo...- Lamentei parada na porta, meio hesitante sobre entrar ou não no quarto. Justin se manteve calado e nem ao menos me olhou em momento algum, me deixando pior ainda pelo o que fiz. - Quer que eu vá embora? - Pergunto baixinho, apenas não querendo ouvir um sim como resposta.

 

     Eu estou ficando muito boa nisso de falar o que não devo na hora que não devo. Justin deveria me odiar por isso, e hoje ele realmente está beirando o ódio por mim e minha falta de sensibilidade. 

 

     Justin pode sentir o que for por mim, mas jamais passar por cima do que ele sentiu e sente pela Katharine, e eu pensei que já havia entendido isso.

 

-Sai. - Justin sussurrou, com a voz rouca e pesada, mostrado que ele estava a um passo de perder o controle total. 

 

    Não queria que ele concordasse com isso, mas faço o que ele pede e saio do quarto. Ele nem ao menos me olhou sair. Fechei a porta sem reação para isso, ele está no direito dele de sentir raiva de mim agora, não posso negar.

 

      Não sei o que fazer. Me recosto na parede do corredor. Por mais doentio que isso possa parecer, eu preferia está discutindo com Justin agora do que apenas está sendo ignorada e chamada de infantil. Pelo menos isso leva a alguma lugar ao invés de apenas haver silêncio e magoa. 

 

      Talvez seja esse o nosso problema: nós dois gostamos de um certo drama das brigas. Aliás, nos conhecemos brigando o que esperar de uma relação vindo disso?Mas na verdade, não acho que seja verdade; já passamos por muitas coisas desde o começo, apesar de termos muito mais tempo de brigas do que de paz. 

 

    A maioria dos romances que li na vida, me levavam a acreditar que as discussões veem e vão rapidamente e que tudo pode ser resolvido depois. Os romances mentem demais. A vida real é mais dura, você fala alguma coisa e magoa as pessoas que ama sem nem notar e depois não sabe como reparar isso. Os romances não tratam desse assunto, não ensinam a gente a reparar esse tipo de erro. 

 

      Nunca vivi uma relação de verdade antes e se todas forem parecidas com essa o mundo é praticamente um manicômio. Não conseguimos ficar bem nem por quase uma semana direito sem aparecer algo para estragar. Isso me deixa completamente enfurecida lá no fundo. Mas Justin Bieber está muito enganado se acha que vou me afastar por causa da volta de Jason e das palavras dele, eu ainda o amo e estou aqui do lado dele para o que vir. 

 

      Um barulho vindo do quarto onde está Justin me assusta, e eu levo minha mão ao peito ao ouvir outro, dessa vez mais alto, e depois mais outro. Ele está quebrando tudo, descontrolado como antigamente. Jason realmente traz o que há de pior no Justin e isso me preocupa. Tem muito tempo que ele não age assim, mas parece que toda a raiva que estava adormecida acordou com tudo e eu ainda sei um empurrãozinho para isso acontecer falando mal da Katharine. Eu deveria está com medo por ter causado uma parcela disso tudo sendo insensível e idiota, porém não estou, Justin não me coloca medo em situação alguma, apesar de me assustar as vezes com a sua atitude enquanto está com raiva.

 

-Porra! - Ele grita e eu entro no quarto. Ainda bem que Melissa não está aqui e com certeza já voltou para a minha casa, senão ela ficaria bastante assustada com tudo isso. 

 

     Justin estava mais do que furioso e realmente perplexo com tudo a sua volta. A sua respiração está ofegante e parece que ele está prestes a matar alguém, e ao invés de eu sair por causa disso, eu tenho certeza que não sou o alvo de Justin em hipótese nenhum. 

 

   -Qual parte do, me deixa sozinho, porra, você não entendeu, Liz? -Justin olha para mim com os olhos ardendo de ódio. Respiro fundo mais uma vez e não deixo suas palavras me atingirem. 

 

  -Não vou deixar você sozinho! - Minha voz não saiu tão forte quanto eu pressentia. Eu realmente estou preocupada com Justin agora. 

 

  -Se tiver algum juízo, é melhor sair! - Ele ameaça com seriedade. Dou alguns passos à frente para me aproximar e paro a menos de trinta centímetros. Justin tenta se afastar mais è bloqueado pela parede.

 

-Você não vai me machucar. - Digo com toda a certeza dentro de mim. 

 

-Você não tem como saber, já machuquei antes e acredite, eu estava com menos raiva do que agora! - Rosnou me olhando de cima a baixo. Soltei um longo suspiro lembramos daquele dia. 

 

-Não de propósito. Você não suportaria o remorso se me machucas-se, eu sei disso! - Cruzei os braços, olhando bem seria para ele.

 

       Justin pode está com a raiva que for, mas a única coisa que eu tenho certeza aqui è que ele não me machucaria por querer, jamais.

 

-Não agora...- Murmurou balançando a cabeça. - Só não quero discutir. - Disse sem ao menos me olhar, como se não me encarar fosse melhor. 

 

-Fala comigo. - Falei calmamente. Estou com o coração na boca só de vê-lo assim. Justin fecha os olhos e abri de novo me olhando finalmente.

 

-Não tenho nada a dizer agora. Você não acha a minha vingança uma merda? Então você não me entende, eu não quero te ouvir, eu não quero você perto de mim, por que se for preciso escolher entre a Katharine e você......- Ele balançou a cabeça como se nem ao menos conseguisse terminar essa frase. - Só sai daqui, não quero ver você na minha frente! - A voz dele está rouca e posso dizer que Justin está ficando menos irritado e mais magoado comigo agora. 

 

     Eu entendo sim essa vingança eu só me expressei mal em dizer aquelas palavras. Droga, pela primeira vez fui eu que estraguei tudo falando demais e confesso que é bem estranho está do lado daqui da briga.

 

-É claro que eu entendo...- Sussurrei com emoção na voz e Justin nega, como se não acreditasse nisso mais.

 

-Você realmente acha que estou de brincadeira nessa porra? Isso tudo è real para mim, ela è real para mim! - Ele diz de um modo mais suave do que antes. - Eu sei que ela morreu e estou sim tentando fazer a porra da minha vida seguir, se não eu nem ao menos ficaria com você...Mas a Katharine está viva dentro de mim e eu só vou conseguir viver se eu me vingar. - Explicou com uma emoção diferente nos olhos. 

 

  -Me desculpa, eu não quis dizer que isso aqui é desnecessário, na verdade é necessário!Seu coração precisa disso, mais do que você, e eu esqueci complemente. Eu juro que entendo, só não quero que se machuque! - Confessei sentindo um nó se firmar na minha garganta. - Sabe quando você diz que não consegue nem pensar em me ver correndo perigo? - Olhei nos fundo dos olhos intensos de Justin. - Eu sinto exatamente a mesma coisa e fiquei furiosa ou pensar que tudo é o que pode te matar! - Balbuciei com toda a verdade do meu coração. 

 

      Pensar em Justin se machucando por causa dessa vingança é o grande ponto para eu não querer nada disso. Me sinto mal por ter colocado da forma errada e ter deixado entender que Katharine não é importante, obviamente ela é, mas não quero que Justin se machuque por causa dela, acho que nunca a perdoaria por isso.

 

   Silenciosamente, Justin me observa por alguns instantes. Me afasto um pouco por instinto quando ele passa o polegar em meu rosto para secar as lágrimas que nem senti descerem. 

 

-Não precisa ficar com medo. - Ele sussurra lentamente me fazendo arrepiar com o seu toque suave. 

 

     Minha intenção não foi sentir medo, aliás eu não sinto, mas ao mesmo tempo fico tão confusa com todas as emoções que Justin esta carregando agora, nunca sei quando ele está irritado o suficiente para fazer algo totalmente fora do que seu coração manda. 

 

-Não estou. - Murmurei respirando fundo para acalmar meu coração que estava descompassado por todo o nervosismo.

 

-Não chora, caralho, você sabe que odeio te ver chorar! - Exclamou, me olhou com aqueles olhos preocupados que ele sempre me dá quando estou triste ou chorando. 

 

     Justin se importa comigo de verdade e disso eu tenho certeza, agora, por que ele não deixa eu sentir a mesma preocupação por ele? Não querer vê-lo em perigo é um direito meu, assim como dele também. 

 

  -Me desculpa, eu fui muito egoista em pensar daquela forma, a Katharine é importante e deve ser eterna dentro de você! - Afirmei dando ênfase nas palavras. - Sabe que se eu pudesse eu faria de tudo para mudar o que aconteceu, se fosse para te ver feliz, eu faria a Katharine voltar se possível. - Foi impossível não deixar as outras lágrimas caírem ao falar isso. 

 

      Eu sei que faria, mesmo que para mim, dentro de mim, seja  difícil demais pensar em ficar sem o Justin, se fosse para vê-lo bem e feliz, eu traria a Katharine de volta. A história deles não acabou, ficou muitas coisas abertas e nem estou falando só do diário. Fico honrada por Justin sentir algo por mim mesmo depois de anos com uma única garota no seu coração. Mas eu já disse isso inúmeras vezes, não quero roubar o lugar da Katharine, não quero ser ela na vida do Justin. Eu quero ser eu, quero que Justin goste de mim pelo o que sou.

 

  -Eu estou estresssdo demais com isso da volta de Jason e acabei agindo de forma impulsiva, de novo. - Lamentou, com a respiração pesada e os olhos presos aos meus, usando uma voz suave.

 

    A culpa realmente não é dele dessa vez, eu que deveria ter aceitado a segurança de boca fechada e apenas ter entendido que para Justin perder mais alguém que ele se importa deve ser uma ideia desesperadora. Ao invés de intender esse sentimento dele, eu fui bem errada em apenas tentar ver meu lado e julga-lo. Se Justin se sente melhor com a minha proteção, eu vou aceitar, gostando ou não. 

 

-Não posso ficar sem você, não posso ver ninguém tentando te machucar! - Afirma, com um olhar tão forte que quase me perco por completo. 

 

-Também não posso. - Sussuro para ele. - Já não sei se consigo ficar sem você. - Confessei, sentindo seu polegar acariciar o meu rosto com leveza. 

 

-Eu também não consigno, baby. - Quase sorri com essas palavras suaves e cheia de sentimentos, depois do escândalo de minutos atrás. 

 

    Saber que Justin sente o mesmo por mim em algumas partes me deixa completamente sem chão, faz meu estômago da voltas e o ar me faltar. É basicamente como se ele fala-se um "eu te amo" de uma outra forma, de um jeito que não precise dizer essas três palavras que parecem bloqueadas na cabeça de Justin por um tempo indeterminado. 

 

  -Podemos tentar fazer tudo sem brigar dessa vez? - Pergunto me aproximando mais ainda, pensando que ele iria recuar mais uma vez, mas Justin apenas deu um leve sorriso demostrando está mais calmo. 

 

-Eu faria qualquer coisa por você. -  Sussurrou com a voz rouca, me puxando  para um abraçado apertado e inesperado. 

 

   È uma sensação maravilhosa, abraçá-lo assim e sinto meu coração se acalmar aos poucos em estar tão perto de Justin agora e de uma forma boa e amorosa, não com brigas e desentendimentos. 

 

-Você vai aceitar a proteção e fazer tudo direitinho? - Justin perguntou com os lábios em meus cabelos. 

 

-Sim. - Concordo sem pensar muito, envolvida pelos seus braços fortes e sentindo o cheio bom do seu perfume em sua camiseta. 

 

-Eu prometo que vou acabar com ele mais rápido do que você imagina! - Falou enrijecendo o corpo, mostrando a tensão que isso lhe traz.

 

     Sei que é real, Justin irá fazer como sempre faz tudo que promete. Mas isso não quer dizer que será fácil, Jason é claramente o adversário mais difícil e cruel de Justin e não deixará tudo correr tanto quanto Justin quer. 

 

    Sinto a tensão por todo o corpo de Justin enquanto ele ainda me abraça forte, como um refúgio necessário para ele. 

 

     Assenti levando minhas mãos que estavam em seu pescoço para seus cabelos, encarando seus doces olhos cor de mel. O olhar de Justin é intenso, mas seu rosto entrega que ele realmente não vai me impedir se eu quiser beija-lo agora. Puxei o rosto de Justin para mais perto do meu e ele suspirou apertando a minha cintura e seus dedos passeiam pelo meu quadril antes de subir de novo para as minhas costas, me puxando para si e encostando as nossas bocas de leve. Nossas respirações estão misturadas ofegantes, na combinação mais letal de amor e desejo. Eu o amo mil vezes mais do que o desejo, mas os dois sentimentos se misturam e se intensificam, quando ele afasta os lábios dos meus para corrê-los pelo meu queixo e pescoço, me fazendo fechar os olhos, sentindo uma corrente elétrica percorrer o meu corpo e um frio bom na barriga.

 

     Os beijos de Justin no meus pescoço fazem um calor subir em mim quase que imediatamente, me deixando completamente entregue a ele. 

      

    Começo a caminhar para a cama e agarro sua camiseta com força o levando comigo. Justin se aproximando mais de mim colando nossos corpos suspirando e beijando a minha boca, antes de voltar ao meu pescoço. Chegamos a cama e paramos para trocar um olhar intenso misturando todos os tipos de sentimentos possível e dentro de mim, fervia a vontade de tê-lo para sempre. 

 

    Eu nem conseguia falar alguma coisa, mas sei que não è preciso. Desde a primeira vez que nos vimos, temos esse dom único de comunicação visual, como se as palavras jamais fossem necessárias entre nós dois e poderíamos viver assim. 

 

   Os olhos de Justin transmitam tudo que ele não conseguia dizer, assim como os meus também, quase como uma forma real e fixa de mostrar os sentimentos para as nossas almas.

 

    Seguro o zíper do meu vestido do lado do meu corpo e o puxo para baixo, sem tirar os olhos dos dele por nenhum segundo. Deixo as alças do vestido escorregar pelos meus ombros o fazendo cair no chão. A respiração de Justin está mais acelerada de novo, mas dessa vez de desejo não de raiva.

 

     Quando o meu vestido chega ao chão, levo as mãos a frente do corpo para despi-lo. Ele levanta a própria camiseta e, enquanto meus dedos rápidos e nervosos mexem no fecho e descem a calça jeans por suas coxas. Justin fica impaciente e usa a perna livre para empurra a calça para o chão. 

 

    Subo ma cama e ele faz o mesmo, com os dedos percorrendo a minha pele nua sem parar. Justin se ajeita quando seus lábios encontram os meus de novo, e começa um beijo mais intenso girando sua língua em minha boca lentamente, usando o braço para se apoiar sobre mim, apesar disso eu conseguia sentir a batida do seu coração tão rápida quanto a minha.

 

-Eu estou dependendo complemente de você, baby. O que você está fazendo comigo? - Justin perguntou ofegante, assim que parou o beijo e nego dando uma leve risada. 

 

      Não sei nem responder o que ele faz comigo, pois no momento me sinto totalmente entregue a Justin como se minha vida o pertencesse, assim como o meu corpo. 

 

     Seus lábios chegam ao meu pescoço novamente, e suas mãos passam atrás de minhas costas para abrir meu sutiã. Seus dedos estão frios contra a minha pele, o calor que seus beijos no meu pescoço proporcionam é bem maior do que isso. Sinto como se o frio na minha barriga só estivesse aumentando, mas de uma forma tão boa que me deixa desnorteada sobre qualquer atitude que posso tomar agora. 

 

      Esse homem me roubou por inteiro, corpo e alma, e não quero que ele devolva. Nem me importo com o que vá acontecer comigo por causa desse amor todos. Sou dele. Estou em suas mãos.

 

                                   .....

 

 

    Me mexi, sentindo uma leve dor no corpo e abri os olhos meio hesitante por conta da claridade que incomodavam meus olhos. Justin dormia calmamente ao meu lado. Me sinto tão cansada que poderia voltar a dormir nesse mesmo instante por pelo menos mais umas quatro horas, mas, o relógio bonito na parede a minha frente me chama atenção, pisco algumas vezes para clarear a visão e quase dou um grito ao ver que horas são. 

 

    Onze e quinze da manhã.

 

      Levantei em um salto, desesperada, sentindo o meu coração bater na garganta e minha pulsação aumentar. Não acredito que dormir por tanto tempo assim estando fora de casa, ainda mais que sai no meio da noite e sem permissão. Céus, minhas tias já devem ter acordado e dado falta de mim, pela hora que é obviamente elas já chamaram para o café. 

 

      Peguei minhas roupas no chão e comecei a vestir de forma apresada e desajeitada. O vestido parecia não querer fechar de jeito nenhum e eu já resmungava de nervoso e aflição. Eu não posso calcular o tamanho da confusão que estou medida se as tias sentirem a minha falta e não me encontrarem em casa. Estou surpresa por ninguém ter me ligado desesperadamente ainda.

 

     Olhei ao redor e notei o porque de ninguém ter me ligado. Minha bolsa com o celular nem ao menos está no quarto. 

 

      Coloquei as mãos nos cabelos de forma afobada, querendo arranca-los com as mãos. Não consigo nem respirar direito e sinto o medo e a tensão me dominarem quase que competentemente.

 

    Minhas tias vão me matar e eu nem tenho uma boa desculpa para dá a elas. Contar a verdade parece ser a mesma coisa que assinar meu atestado de óbito. Não é possível que eu tenha sido tão burra ao ponto de dormir despreocupadamente dessa forma. Depois de me acerta com Justin na madrugada, acabamos transando e eu dormir, como se não tivesse um que voltar para a casa nunca.

 

   Eu sou uma burra mesmo. 

 

-Justin! - Gritei voltando para a cama e balançando ele de presa. - Se você gosta de mim acorda logo! - Implorei, sentindo que a cada segundo a mais que eu passo aqui, minha situação piora em casa. 

 

     Justin finalmente se mexeu e abriu os olhos para me olhar, bastante confuso por eu está praticamente apavorada e prestes a ter um ataque. Não esperei ele dizer algo para começar a falar.

 

-Já são mais de onze horas da manhã! - Exclamei com rapidez. - Minhas tias vão me matar! - Gesticulei exageradamente, mas do jeito que eu devo está encrencada, não é tão exagero assim. Justin pareceu não entender o que eu disse por alguns segundos até cai em si é se levantar. 

 

    Um mês inteiro fingindo que não vejo Justin e que não temos nada, para que eu de um vacilo desse justo agora. Parece até piada, tanto cuidado para isso acontecer. Me sinto uma burra por isso. Não posso imaginar o que me espera em casa e sinto medo mesmo assim. 

 

 -Meu celular não está aqui e não faço ideia de onde está! - Exclamei vendo Justin se vestir e ele não parecia nem um terço tão preocupado quanto eu. 

 

    Será que ele notou que estou bem fodida? 

 

-Deve está no meu carro. - Comentou calmamente e olhou para mim. - Liz, respira antes que você tenha um ataque! - Mandou seriamente, vindo para perto de mim e ao invés de ficar mais calma eu acabei descendo os meus olhos para o corpo tatuado de Justin por alguns segundos antes de balançar a cabeça e tentar voltar a respirar fundo.

 

   Péssimo momento para focar em Justin. 

 

-Minhas tias vão me matar! - Sibilei em voz alta, sentindo que nem que eu respire fundo umas cinquenta vezes não irá adiantar em nada no meu nervosismo. 

 

-Ninguém vai te matar, fica calma! - Disse segurando as minhas mãos que estavam inquietas e olhou nos meus olhos. - Se você chegar lá assim, vai deixar claro que fez algo de errado! - Disse, com toda a razão do mundo. 

 

     Não posso deixar na cara a merda que eu fiz, mesmos que esteja bem visível. Preciso realmente tentar manter a calma aparente e fingir que nada aconteceu. 

 

    Assenti para Justin, conseguindo controlar mais a minha respiração, mas por dentro ainda estou prestes a sair gritando desesperada daqui. 

 

    Começamos a andar para sair logo dali e chegar na minha casa o quanto antes. 

 

     Tenho que pensar em algo para contar as minhas tias, inventar uma história muito boa de para onde eu fui sem avisar. Já prevejo a Rachel não acreditando e criando um bilhão de teorias em sua mente maquiavélica, e prestes a me esfolar viva. Não tem tempo para nada, precisamos correr e garantir que a polícia ainda não tenha sido chamada, do jeito que conheço a imaginação fértil de Rachel, ela deve está achando que fui sequestrada por Justin ou qualquer coisa desse tipo. 

 

 

      Assim que entramos no carro de Justin achei minha bolsa jogada no chão do mesmo e a abri imediatamente em busca do meu celular. Meu coração parou por alguns segundos ao notar que haviam mais de quarenta ligações da Rachel, sem conta as dezenas de Nikki, Crystal, Melissa e Agatha. 

 

   Agora tenho certeza que estou muito encrencada de verdade. 

 

   Senti como se o ar tivesse sumido completamente e um calor entranho começou a tomar conta de mim, como se eu estivesse sendo sufocada. 

 

    Justin olhou rapidamente para mim, mas se manteve calado e ligou o carro para sairmos logo dali. 

 

     Posso ter feito muitas coisas erradas e mentindo várias vezes nos últimos meses, mas a única vez que eu fique realmente perto de ser pega foi agora, quando fiz algo aparentemente bem menor do que todo o resto. Já quase morri várias vezes e elas nem ao menos suspeitaram disso, agora que estou segura por algum lado, a verdade parece está prestes a me pegar. 

 

   

 

 

 

    Não consegui contar o tempo que demorou até Justin parar na frente da minha casa. Mas pareceu uma eternidade para mim. Nunca achei que iria querer que Justin corresse tanto quanto quiser hoje. Não que isso mudo o quanto estou encrencada, mas ajuda a sentir, que quanto mais rápido eu chegar melhor. Não tive coragem de olhar meu celular ou responder qualquer ligação, apenas o desliguei para não morrer por antecipação, já sei que estou prestes a encarar a morte, então não tem mais o que eu possa fazer. 

 

-Quer que eu entre com você? - Justin perguntou calmo demais para quem diz se preocupar comigo, estou mais perto de morrer agora do que em qualquer outro momento. 

 

-Aí elas matam nós dois! - Afirmei olhando o carro de Melissa ainda está aqui, obviamente Rachel impediu até mesmo que ela saísse e já consigo imaginar os motivos. 

 

-Você sabe que não precisa ter medo de Rachel! - Justin disse despreocupadamente e eu o olhei. - Você vai fazer dezoito anos daqui a menos de uma semana, Rachel não pode controlar sua vida para sempre! - Comentou, me olhando e tentando me convencer disso. 

 

   Bela e ousada tentativa a dele. 

 

    Mas nem estou mais me prendendo ao fato de falta uma semana para o meu aniversário de dezoito, se Rachel quiser me castigar ela vai e mesmo que eu diga que ela não é minha mãe, isso não parece ser o suficiente para fazê-la parar.

 

-Justin, aquela mulher acha que manda em mim mais do que as outras tias e de quebra criou uma grande implicância por você! Não tem como não pensar em tudo que a bruxa da minha tia pode causar! - Disparei agoniada e Justin suspirou diante das minhas palavras.

 

   Rachel já fez diversas promessas em relação a me manter longe do Justin, não tem, em hipótese nenhuma alguma chance de isso me deixar calma. 

 

-Saiba que estamos juntos nessa, se quiser eu realmente entro lá com você! - Disse singelamente fofo e me fazendo quase derreter. - Vai por mim, já enfrentei a Queen Scott e ela colocava mais medo do que a Rachel! - Zombou me fazendo da uma leve risada. 

 

     Às vezes eu esqueço que Rachel não é a primeira megera que Justin encontra no caminho dos seus relacionamentos. Queen Scott, apesar de eu não conhecê-la, sei que ela é a madrastra má e cruel que explorou a Katharine por anos. Apesar de Rachel ser ameaçadora e rígida, ela nunca me explorou ou algo similar, mesmo que eu ache que o ódio é parecido. Queen Scott vence Rachel no quesito malvadezas.

 

     Soltei um longo suspiro antes de me aproximar de Justin e juntar nossos lábios em um beijo que eu queria que demorasse horas, mas levou apenas alguns segundo. Eu ainda estou com presa.

 

-Obrigada, mas vou fazer isso sozinha! Preciso enfrentar meus fantasmas de frente! - Levantei a cabeça com coragem e Justin deu um lindo sorriso para mim, me fazendo ter mais confiança. 

 

-Me conta o que aconteceu depois. - Justin pediu assim que me virei para sair do carro, assenti olhando uma última vez para ele antes de colocar meus pés na calçada em frente à minha casa e respirar fundo para tomar coragem.

 

      Comecei a caminha em passos lentos até a porta da minha casa, o que eu não deveria está fazendo se estou encrencada por não está lá dentro. Porém, é como se minhas pernas quisessem se mover de forma lenta e nervosa. 

 

    Segurei a maçaneta da porta com força, esperando que a mesma estivesse aberta e assim que girei, notei que estava. Senti um frio estranho me percorrer, quando abri a porta totalmente e olhei para dentro, vendo todas aquelas mulheres na sala e com olhares  preocupados nos rostos. Até Melissa e Agatha pareciam preocupadas, mas não sobre onde eu estava e sim com o que está prestes a me acontecer. 

 

-Liz Blue Smith, onde a senhorita estava? - Nikki soou preocupada e tomou a frente olhando para mim com as mãos na cintura e o olhar rígido. - Você quase nos matou de preocupação! - Gesticulou com uma mão só enquanto ainda me encarava. 

 

   A voz não saia de mim e por alguns segundos esqueci exatamente tudo que tinha planejado dizer para elas. Ver o olhar de decepção nos olhos de Nikki, a única que considero como uma mãe aqui, esta me deixando bem mal. 

 

   Eu poderia mentir, mas não consigo. 

 

     Corri meus olhos pela sala e olhei para Agatha, que parecia nervosa com a desculpa que eu vou dá. Melissa também parecia nervosa com isso e Crystal apenas estava sentada me olhando. Não tentei olhar para Rachel, pois já sinto os olhos dela queimando sobre mim feito um fogo de raiva. 

 

    Olhei diretamente para Nikki, a pessoa pela qual eu tenho um carinho enorme e jamais queria mentir, mas uma história levou a outra que levou a outra....

 

-Eu estava com o Justin. - Confessei sentindo algo no peito. - Deixei meu celular no carro e nem vi as ligações ou a hora, me desculpe. - Coloquei uma mexa de cabelo atrás da orelha, sentindo que a verdade é bem melhor e ao mesmo tempo bem pior que a mentira. 

 

    É como se falar tudo que aconteceu fosse me livrar de algo pior no futuro e ao mesmo tempo antecipar o meu castigo. 

 

    Nikki me analisou com a expressão séria demais, visivelmente não gostando nada da minha resposta. 

 

-Você saiu de madrugada? - Perguntou cruzando os braços sobre o peito e me olhando atenta por uma resposta. Assenti lentamente, me sentindo culpada por fazer isso, não só uma vez, mas várias.

 

   O silêncio se instalou na sala e a tensão aumentou. Ninguém queria falar nada, ou não sabiam o que dizer diante das minhas afirmações, acho que eu sou a última pessoa da qual elas esperavam isso, fugir para encontrar um cara em plena madrugada e só voltar agora com o dia claro. 

 

-Você dormiu com esse menino? - Nikki perguntou um pouco hesitante em levantar esse tipo de questão. 

 

      Não consegui respondê-la, apenas desviei o olhar envergonhada por tudo isso e ao mesmo tempo sabendo que faria de novo se fosse para ficar perto do Justin. É esse conflito de sentimentos que me domina no momento, não quero magoar minha família de novo, mas também é tão injusto quererem que eu me mantenha longe do garoto que amo. 

 

-Liz...-Nikki murmurou um pouco surpresa  e confirmando a sua pergunta com o meu silêncio. 

 

-Viu Nikki? Eu disse...- Rachel finalmente se manifestou, com um tom calmo demais para ser ela falando. - Agora que você já fez as perguntas e recebeu as respostas, está na minha hora de falar! 

 

   Senti a fúria da voz dela e olhei pra Nikki, que geralmente me defenderia disso que está por vim, mas dessa vez, ela só me olhou com os olhos decepcionados e se sentou ao lado de Crystal. 

 

-Agatha, acompanhe Melissa até a porta, por que agora é assunto de família. - Rachel disse de braços cruzados e Agatha nem ao menos questionou. Olhei para Melissa que andou até a mim e me abraçou com força. 

 

-Eu tentei te ajudar, juro. - Sussurrou no meu ouvido. - Boa sorte. - Desejou gentilmente antes de separar o abraço e ir para a porta acompanhada de Agatha. 

 

     Mel saiu e a porta foi fechada, deixando um novo silêncio mortal no ar. Rachel olhou novamente para Agatha e fez um gesto banal para as escadas e minha prima apenas me olhou de canto antes assentir. 

 

-Vem Stella! - Agatha chamou a irmã, que foi pulando até ela. 

  

    Agatha também está ficando com alguém e aposto que ninguém aqui sabe e penso que por essa razão ela não vai tentar me defender, além do medo que com certeza ela sente de Rachel, Agatha não deve querer passar pelo mesmo julgamento que estou prestes a encarar. 

 

      Assim que ficaram apenas eu e minha três tias na sala, voltei a olhar para elas e parei meu olhar sobre Rachel, que me olhou e parecia que queria me matar a qualquer momento. Se eu realmente tivesse feito algo errado demais essa noite eu me sentiria culpada, mas eu só estava com o menino que eu gosto e nada demais, sei que foi errado sai de madrugada, mas teve o lance do Racha Sangrento e coisas demais para eu explicar. Se eu contasse toda a verdade talvez elas me entendessem ou me internariam em um hospício. 

 

     E também nem vale a pena tentar isso, para Rachel, qualquer contato que seja com Justin, já é algo realmente bastante ruim.

 

-Por que você não pode obedecer como qualquer outra adolescente? Se eu disse para você se manter longe desse tal Justin è para você fazer isso! - Gritou nervosa e visivelmente irritada comigo.

 

   Eu errei em sair de madrugada? Sim, porém ela está agindo como se eu tivesse matado alguém. 

 

    A raiva trasbordava dos olhos escuros de Rachel e só isso já basta para que eu me sinta ameaçada e acuada. 

 

    Me lembrei das palavra de Justin e em como ele tem total razão em dizer que eu não preciso ter medo da Rachel, logo eu irei fazer dezoito e já posso tentar me virar de alguma forma, qualquer coisa para tentar diminuir esse poder que ela acha que tem sobre mim. 

 

   Quando a minha mãe Jessie morreu, poucos meses depois do meu parto, ela deixou uma carta escrita, dando a minha guarda compartilhada pelas minhas três tias, não só para uma. 

 

    Minha mãe morreu de depressão por algo que aconteceu antes de eu nascer e envolvia o meu pai, essa é a história que me contaram desde que eu era pequena e eu sempre me senti mal por isso, culpada pela morte da minha mãe, por que se eu não tivesse nascido, ela estaria viva aqui. Mas Nikki e Crystal sempre gostam de reforçar que eu não matei ninguém, que tudo que aconteceu foi de uma forma ou de outra culpa da depressão e elas me confortavam. Rachel nessa época nem olhava na minha cara, me ignorava completamente e fingia que eu não existia, quando me notava era para brigar comigo, mesmo que eu não tenha feito nada. 

 

      Agora, esse excessivo e intenso zelo que Rachel demonstrar ter por mim só começou depois que fiz quinze anos e tive o meu primeiro namoradinho, ela surtou e disse que eu não deveria andar com os meninos do bairro por ser bastante perigosos, eu sempre ouvi ela, me mantive afastada por todo esse tempo, me dedicando a estudar e da orgulho a todas as minhas tias, inclusiva a Rachel, por que acreditei que me manter longe dos meninos fosse uma forma de demonstrar que finalmente ela estava gostando de mim. 

 

      Mas isso não é gostar, nem muito menos cuidar, é algo que beira a maldade e a perversidade. Querer a todo o momento me afastar de tudo que possa me fazer bem e querer buscar impasses para a minha felicidade fora da bolha que ela fez eu criar em volta de mim. Rachel quer que eu seja igual a ela, fria, cruel, sozinha, amarga e infeliz, mas isso não vai acontecer. 

 

    Diferente de Rachel, eu tenho um coração e ele bate forte por alguém, aposto que ela nunca sentiu algo assim.

 

   Com uma coragem fora do comum, levantei minha cabeça e encarei Rachel de frente antes de dizer com convicção. 

 

-Não, eu não fazer o que você manda! Não, eu não vou me afastar do Justin! - Sibilei em voz alta e sem nenhum medo de dizer as palavras. 

 

   Rachel me olhou com os olhos soltando fogo e eu não vou deixá-la tentar contra-atacar. Não agora que estou prestes a dizer tudo. 

 

-Eu amo o Justin, ele sente algo por mim! Não estou comentando crime nenhum por isso! - Afirmei. - Tudo bem, eu fugi ontem, mas só fiz isso por que, encontrar o Justin de forma normal como qualquer casal eu não posso, já que você acha que eu tenho cinco anos de idade! - Respirei fundo para não me exaltar muito . - O Justin precisa de mim, mais do que nunca agora e não vai ser você que irá me afastar dele! 

 

       Lancei as últimas palavras com força e espero que elas tenham causado exatamente o que eu quis, mostrando a Rachel que não sou mais uma criança e sei bem o que quero da minha vida agora.

 

-Você está agindo como uma puta! - Afirmou com ódio e nem me abalei tanto quanto pensei ao ouvi-la falar isso.

 

-Não sou puta por dá para um garoto que gosta de mim de verdade. - Olhei atentamente, mostrando o quando tranquila e resolvida estou em relação a isso.

 

     Não tenho dúvidas que Justin foi o garoto certo desde o início para mim, perdi a virgindade com alguém que eu realmente confio e amo, não tem como ter algo de errado nisso, é natural, as pessoas passam por essa transição na vida. Mas para Rachel parece que é loucura acontecer comigo. 

 

-Justin não é homem para você! - Rosnou furiosa pela minha audácia de respondê-la. Neguei lentamente para as suas palavras, sentindo toda a irritação dentro de mim me levar.

 

-Não é você quem decide quem é ou não homem para mim, Rachel! - Levanto um dedo e lanço um olhar sério para ela. - Você nunca nem ao menos amou alguém para saber como é, sempre fria e amarga, aposto que não sabe nem o que é amor próprio! - Disparei sentindo meu coração pulsar dentro de mim. 

 

-Me respeita garota e olha como você fala comigo! - Gritou se aproximando de mim, e ao invés de sentir medo, apenas senti pena de ela ter confirmado as minhas palavras agindo dessa forma. 

 

-Eu aceito o castigo que for, isso por respeito a Nikki e Crystal que sempre me respeitaram, e cuidaram de mim. - Olhei rapidamente para elas que continuavam caladas no sofá. - Mas aposto que nenhum castigo que elas pensem seja querer me ver infeliz igual você insiste em querer! - Cuspi de forma ríspida. - E espero que você realmente veja um dia, o quanto está sendo cruel comigo, mas talvez até lá eu já tenha pegado nojo de você! - Afirmei antes de me virar e ir apressada para as escadas.

 

-Liz, eu ainda não acabei de falar! - Ela gritou, mas eu ignorei, apenas continuei subindo querendo chegar o meus rápido possível no meu quarto. 

 

   Não quero ouvir mais nada que Rachel fala, ela está realmente brava e já me chamou de puta, sabe-se lá o que mais pode vim disso. Só não aguento mais ter que ouvi-la me ofender e não poder fazer nada. Hoje pela primeira vez eu fiz e me sinto um pouco mais aliviada por isso, apesar de achar que minha atitude vai aumentar mais ainda a raiva de Rachel sobre mim. 

 

     Porém, eu realmente estou disposta a mudar. Já vou fazer dezoito anos e estou cheia de essa mulher tentar me tornar tão solitária quanto ela. Se for preciso, eu saio dessa casa só para não olhar mais para a cara de Rachel. Ser dona do meu próprio nariz e não precisar depender dela ou da satisfações da minha vida, é isso que eu quero. Mas ainda não acabei o ensino médio e essa decisão não pode ser tomada assim, não vou sair daqui sem um lugar para ficar e ter que voltar dois dias depois, seria humilhante. 

 

    Vou pensar nisso para depois da formatura, por enquanto preciso acreditar que a minha atitude de hoje vai amenizar algo, mesmo que minimamente. 

 

 

 

 

P.O.V Justin Bieber 

 

       Apesar de tudo que Liz disso ontem, eu não consigo sentir raiva nenhuma dela, apesar de ela ter colocada a Katharine como culpada de tudo, eu entenderia se estivesse no lugar da Liz por um lado. Mas sei que no fundo ela me entende, e entende o por que de eu está disposto a me vingar, eu não estou louco, é algo que preciso fazer por mim e pela Katharine, para encerrar a nossa história de vez.

 

      Eu queria ajudar Liz de alguma forma, mas ela disse que consegue resolver essa merda sozinha, então vou focar na minha própria merda. 

 

   Jason Scott.

 

      Agora que o desgraçado está de volta, eu vou usar de todos os meus artifícios para acabar com a vida dele assim como ele acabou com a minha. Eu só estou vivo hoje para isso, para ver Jason tão destruído como um dia eu estive por causa dele. 

 

      Confesso que não sei o que vou fazer depois disso, quando conseguir concluir tudo que eu tanto quero, mas não me imagino longe desse novo mundo que tomou conta de mim completamente, eu não sei fazer outra coisa, e aposto que se não fosse todo o meu tempo gasto na construção da K, eu teria enlouquecido depois da morte da Katharine. 

 

      Essa gangue salvou a minha vida e me transformou em um Justin mais forte e mais corajoso, que encara todos os problemas de frente. E nenhuma porra pode me derrubar agora, nem mesmo Jason que um dia já derrubou, ele não terá a chance de me ver no chão novamente, por que agora tenho o total noção das porras que posso fazer com o meu poder. 

 

       Agora o jogo começou de verdade. 

 

-Bom dia, querido Bieber. - Dakota debochou passando pela porta com uma cara nada boa. - Eu nem dormir direito ontem. - Reclamou como se a culpa fosse minha e se jogou no sofá. 

 

-Ninguém dormiu! - Ryan disse dando de ombros e tirando a perna da Dakota, para se sentar do lado dela. 

 

-Minha cabeça ainda está doendo...- Nash resmungou se encostando o sofá com uma cara de quem estava morrendo. 

 

   -Esse é o efeito Jason Scott na vida das pessoas, e esse cara não está na cidade não tem nem dois dias! - Matt Lamentou indo em direção à mesa e lançando um curto olha para mim.

 

     Olhei para todos eles que pareciam realmente acabados e cansados, como se não tivessem dormido e feito diversas coisas. 

  

    Apesar de eu ser, com certeza, o que mais quer Jason fodido nessa sala, parece que a volta dele está afetando todos de uma forma particular. Diferente deles eu não estou nem um pouco cansado assim, parece até que eles trabalharam a noite inteira e não me lembro de ter pedido algo a eles. 

 

-Que porra vocês fizeram para ficar assim? - Apontei para eles bastante curioso e Dakota me olhou atentamente. 

 

-O que fizemos? - Perguntou indignada se sentando corretamente no sofá. - Tivemos que criar um esquema enorme de segurança para a sua namoradinha, além de tratar do enterro de Pierro e alertar todos os homens sobre a volta de Jason e emitir uma ordem de alerta pela parte norte! - Gesticulou explicando e parecia bastante irritada por eu não fazer ideia dessas coisas.

 

      Eu realmente tinha esquecido desses detalhes, depois de tudo que aconteceu ontem, não deu tempo de lembrar de fazer todas essas merdas, mas por sorte tenho uma equipe foda que cuidou de tudo por mim. 

 

-E o que você fez durante a noite, Bieber? - Nash perguntou curioso e Matt deu uma leve risada. 

 

-Ele é o chefe, não fez nada. - Disse olhando para Nash que assentiu calmante, como se isso fosse realmente real. 

 

     Não é por que eu sou o "chefe" como eles dizem, que eu não faça nada, ontem em específico eu no fiz porra nenhuma, mas hoje será diferente, eu não vou descansar até mostrar todo o poder que eu tenho contra Jason e nem que para isso tenha que ficar noites sem dormir. 

 

  -Não acredito que você ficou a noite inteira depois do encontro com Jason dormindo! - Dakota esbravejou incrédula e eu dei de ombros. 

 

      Ela adora fazer um drama para porras que realmente não importam. 

 

  -Podemos focar em apenas agir contra o Jason? - Perguntei seriamente, olhando para todos eles que demoraram alguns segundos, mas assentiram. 

 

-Claro, é para isso que estamos aqui, planejar como vamos agir agora, apesar de eu ainda está levemente em choque com a volta daquele assassino desgraçado. - Dakota deu de ombros e parecia bastante furiosa por Jason está de volta. 

 

     Acho que essa é a sensação de todos aqui, a fúria por reencontrar aquele filho da puta depois de tudo que ele causou. Quando Jason matou a Katharine ele mudou as nossas vidas por completo. Agora estamos frente a frente dele de novo, mas com uma força bem maior do que um dia poderíamos ter contra ele. 

 

-E você já tem alguma coisa em mente? - Matt perguntou curioso para mim e parei para pensar, vendo que ainda não tenho nada planejado para acabar com Jason. 

 

       Ele voltou literalmente do nada, meses depois de eu ter roubado as cargas da Explosion e Buscone ter vindo tentar se aliar a mim. A Explosion já perdeu muitas batalhas fortes contra a K, minha gangue se tornou a maior no ramo de boates e em número de pessoa aliadas. E Jason não voltou em nenhuma dessas ocasiões. Então não formei nenhum plano bom contra ele, ainda não entendi o objetivo real da sua volta, mas agora preciso fazer algo.

 

       A porta de sala se abriu, Melissa entrou por ela e lançou um olhar para todos ali. 

 

-Oi gente. - Murmurou antes de soltar um suspiro. - Acabei de voltar da casa da Liz, ela está com problemas com aquela tia dela. - Lamentou andando até mais perto de nós.

 

     Imagino que aquela chata da Rachel teve ter arrumado uma grande confusão por Liz ter chegado só hoje em casa e ter saído de lá no meio da noite escondida. Essa mulher me irrita além da conta e eu realmente não tenho nenhuma paciência para ela, Rachel não é a mãe da Liz, não deveria agir como se fosse. Ver ela controlar a vida da minha garota dessa forma me deixa transtornado demais. Eu queria fazer alguma coisa, colocar essa mulher insuportável contra a parede e dizer a ela que não se deve tentar impedir qualquer coisa entre mim e Liz. Eu poderia fazer, pena que a Liz com toda a certeza ficaria bastante puta por isso.

 

     A bondade da Liz chega a ser demais às vezes. 

 

-Calma aí, por que a Liz está encrencada com a tia dela? - Dakota me olhou, já jogando essa culpa para cima de mim e revirei os olhos não querendo entrar nesse assunto. Não é para isso que eles estão aqui. 

 

-Ela só chegou em casa agora! - Melissa contou olhando seriamente para mim. - Nem vou pergunta o por que né? - Cruzou os braços, com uma expressão significativa para mim e todos pareciam já ter entendido o que aconteceu. 

 

-Eu vou resolver isso da Liz depois, pode deixar que ela não vai se ferrar com aquela cobra! - Afirmei olhado para Melissa que assentiu concordando comigo. 

 

      Rachel nem em sonho vai fazer algo contra a Liz, se ela tentar, irá se meter comigo seriamente e não estou em minha melhor fase para provocações, com a volta de Jason, me sinto disposto a acabar com qualquer um além dele. 

 

-Então, podemos começar a pensar em algo? - Ryan olhou para todos. - Já conseguimos alguns caras para a segurança de Liz, eles começam assim que você quiser, Bieber! 

 

-Assim que Liz estiver segura a gente começa a provocar o Jason! - Dakota disse bastante animada. - Vamos tirar ele completamente do sério! Jason não insiste em dizer que somos moleques, então vamos mostrar como se brinca! - Riu divertidamente fazendo todos ali tirem também. 

 

-Vamos depredar os patrimônios dele! - Nash sugeriu animado.

 

-Sugiro fazer ele perder dinheiro, mais do que já perdeu com esse lance das cargas e todos os outros prejuízo! - Matt disse pensativo e com um sorriso. - Vamos falir o Jason! - Assentiu com ênfase. 

 

-Acho um ótimo plano, vamos fazer Jason perder dinheiro o tempo inteiro, enquanto nós, continuamos ganhando! - Ryan deu um sorriso maldoso e sugestivo. 

 

-Vamos começar deixando as boates dele vazias, temos uma grande carga de drogas guarda e podemos fazer tipo um bazar da cocaína! - Dakota gargalhou com a sua ideia e me senti animado com isso. Não é que a ideia é boa? 

 

    As pessoas são vão as botes hoje em dia para consumir bebidas e drogas, quase nunca tem outro motivo. E se essas pessoas encontrassem as drogas de melhor qualidade e mais baratas de Atlanta? Com certeza correriam para conseguir. 

 

   -Podemos nos dividir para fazer isso acontecer. - Falei levando o plano a diante. - Cada um de nós é bom em algo específico, vamos atingir o Jason mostrando essa porra, fazendo ele ver que criou monstros, que iram destruí-lo. - Rosnei sentindo a vontade de fazer tudo ao mesmo tempo e explodir a cabeça de Jason com problemas. 

 

-Vamos dividir isso! - Dakota falou com um largo sorriso. 

 

-Eu posso ajudar? - Melissa perguntou como quem não queria nada. - Fazer alguma coisa. - Firmou a voz e todos ficaram em silêncio no mesmo instante. Olhei para ela, que não parecia está brincando, apesar disso só poder ser brincadeira.

 

     Me senti confuso nos primeiros segundos, mas depois notei que Melissa estava realmente falando sério. Ela só pode ter ficado louca de vez.

 

-Claro que não, você vai ficar em casa segura! - Afirmei, desdenhando da ideia maluca dela e Melissa suspirou pesadamente, como se descordasse.

 

-Eu posso fazer algo, trabalhar com vocês de verdade. - Olhou para todos antes de voltar a olhar unicamente para mim. - Sou capaz! - Disse com certeza nas palavras.

 

    De onde Melissa tirou essa ideia de que pode trabalhar com a gangue? Já é perigoso demais ela andar com a gente e saber de todos os nossos esquemas, agora, trabalhar mesmo, é algo totalmente fora de questão aqui.

 

-Melissa você ficou doida? - Perguntei tentando não parece rude demais. - Nem por um caralho você vai se meter nisso! 

 

    Melissa revirou os olhos e parecia convicta das suas palavras. Ela lançou um olhar para os outros, que estavam em completo silêncio. 

 

-Por que eles podem e eu não? - Questionou seriamente e com uma indignação na voz. - A Katharine era tão minha amiga quanto de qualquer um nessa sala, e por que eu sou a única que não posso fazer nada?  - Gesticulou, se sentindo ofendida por eu não querer ela metida nisso. 

 

     A pergunta é realmente boa, não tem motivos para a Mel não se envolver, na verdade a razão de ela não está desde o início é que Melissa estava grávida e tinha pavor até mesmo de ouvir falar da gangue. Agora que Chris nem mais mora aqui e ela visivelmente está familiarizada com todas as porras que sempre viu em volta de si, quer se meter nessa merda. 

 

    Mas a questão aqui não é por que Melissa não pode e sim por que eu não quero. Em hipótese alguma posso ver a minha irmãzinha correndo perigo por aí, e está dentro desse esquema ou de qualquer outro, a coloca em perigo total. Além de Melissa não ter nenhuma capacidade e treinamento para essas coisas. 

 

    Quando todos apreendiam sobre o crime, Melissa ficava em casa ou simplesmente fingia que não ouvia tudo que era dito perto dela. Que porras ela poderia fazer sem o preparo adequado? Além de só me deixar preocupado e se meter em confusões. 

 

-Você não tem preparo para isso! - Afirmei. - Melissa, você não pode se colocar em perigo por que do nada, resolveu querer participar das coisas da K! 

 

    Eu estou completamente certo na minha argumentação, mas Melissa parece não ter se incomodado com os fatos que falei e lançou um olhar diferente para Dakota, mostrando que tem algo acontecendo aqui que ainda não sei. 

 

-Na verdade, eu tenho preparo sim para tudo isso! - Disse com uma certeza enorme. Olhei para Dakota que estava com uma cara de culpa e deixando claro que elas duas juntas fizeram alguma coisa. 

 

-Que porra vocês fizeram? - Vociferei já me irritando com as possibilidades e Dakota levantou pronta para se defender e mostrando que realmente é culpada.

 

-Ela disse que era para proteção própria, eu não sabia disso de entrar pra gangue! - Explicou tentando tirar tudo de cima de si e me senti confuso por alguns segundos até sacar a merda que está acontecendo aqui. 

 

-Dakota me treinou durante todo esse mês, desde que Chris foi para casa da minha mãe até agora! Me ensinou tudo que eu poderia aprender e bem, eu estou pronta para qualquer coisa! - Disparou mostrando toda a coragem que ela do nada adquiriu. 

 

      Fiquei sem reação por um tempo, tentando digerir o que essas duas malucas fizeram pelas minhas costas. Treinar Melissa? Ensina a ela tudo que se possa imaginar? Ainda mais que Dak é a mais preparada de todos nós. 

 

    Dakota só pode ter perdido a porra do juízo.

 

  Não quero nem imaginar o que Melissa aprendeu a fazer durante esse mês. Conheço Dakota e aposto que ela fez de um tudo.

 

    Fechei os olhos, tentamos manter a calma para não começar a gritar com as duas. Não acredito que isso está acontecendo logo agora, justo no momento que estou mais no limite da minha paciência por causa de Jason, essas duas me aprontam uma dessas. 

 

 -Justin...

 

-Nem pensar. - Rosnei tentando manter a paciência, ou um pouco dela. - Você não vai entrar para a K...- Conclui falando as palavras bem devagar para ver se entra na porra da cabeça dura de Melissa.

 

-Por que não? Eu sou capaz, não é justo todo mundo fazer parte menos eu! - Gesticulou em voz alta. - Eu não vou me machucar! Fala para ele Dak, fala que sou realmente boa! - Neguei lentamente, pronto para me estressar de verdade.

 

-Justin é verdade, a Melissa realmente aprendeu tudo direitinho. - Disse meio hesitante, vendo o meu estado de raiva. 

 

-Bem, afinal, precisamos de mais alguém para..- Lancei um olhar intenso para que Ryan nem ao menos tentasse completar essa frase. 

 

    Foda-se precisamos ou não de alguém,não vou colocar a minha irmã no meio dessa confusão justamente agora que Jason está de volta. Ele é filho da puta, vai tentar atingir o mais fraco de nós primeiro, e mesmo que Melissa tenha aprendido tudo, ainda não tem o tempo de experiência necessário e toda a merda complexa que fez cada um de nós estarmos prontos agora. 

 

-Ela pode trabalhar comigo. - Dakota sugeriu, ignorando completamente meu olhar sério para ela. - Apesar de eu não esperar isso, essa decisão dela de entrar para a K pode ser necessária em algum momento! - Finalizou, dando de ombros e voltando a se sentar no sofá. 

 

-E não podemos tirar o direito da Melissa de se vingar também...- Matt comentou em voz baixa. 

 

-Por mim, acho que não tem problema, se Dakota treinou a Mel, ela realmente deve ser boa. - Nash se meteu concordando com essa loucura. 

 

     Será que ninguém aqui notou a merda que isso é? Colocar alguém que até então nunca esteve envolvido, bem agora, no meio de uma briga grande é praticamente ser louco. Não posso aceitar isso, não importa o quanto Melissa realmente tenha se tornado boa, estou aqui só pensando no bem estar da minha irmã. Mesmo que ela tenha uma parcela de direito nessa vingança, ninguém aqui tem nada a perder e ela tem um filho pequeno que é depende dela.

 

-Eu já disse que não... - Olhei para Melissa, que não parecia afim de desistir da ideia. 

 

-Por favor, Justin! - Pediu me olhando com os olhos delicados. - Eu sempre, desde o início só ouvia vocês e via a ação, depois de tudo que aconteceu com Chris, quando eu notei realmente o quanto insignificante e impotente eu me tornei no meio de vocês, eu resolvi mudar, tentar algo novo, mostrar que posso ser muito mais do que uma mocinha indefesa! E eu não sou uma! - Afirmou de uma forma tão séria que me convenceu por um lado. 

 

       Melissa realmente parece destina a tentar isso, mesmo sabendo que é perigoso e que eu jamais aceitaria, tanto que treino com a Dakota durante um mês inteiro mesmo sem saber se eu deixaria ou não. Jamais passou pela minha cabeça ver a minha irmã metida nisso, o acordo desde o início era ela ficar de fora totalmente, mesmo que fosse necessário, ela não faria nem um terço dos crimes. 

 

     Mas agora, ela parece tão certa do que quer e isso é diferente. Não posso negar que Melissa Bieber tem o mesmo sangue que eu, é a minha irmã e dentro dela deve haver da mesma coragem que havia dentro de mim antes, mas que eu não demostrava por medo, ou por achar que não era necessário. De alguma forma é igual, mesmo que eu não queira admitir e apenas querer minha irmã salva como qualquer irmão.

 

   Foda-se isso.

 

-Tudo bem, Melissa! - Me rendi vendo ela com os olhinhos brilhantes. - Mas você tem que me provar que realmente é capaz, vou colocar você em coisas menos perigosas até ter certeza de que pode fazer isso! Agora, se você não conseguir, está fora! - Sugeri a fazendo assentir rapidamente e esboçar um grande sorriso contente. 

 

-Então Melissa é a nova jovem aprendiz da K! - Dakota comemorou feliz.  

 

    Eu posso está cometendo um erro enorme colocando Melissa no meio disso, mas ela tem total razão em questionar as coisas que parecem ser injustas para ela, apesar de eu ainda ver vários perigos em colocá-la, sabendo que Mel não tem quase nenhuma experiência, posso da uma pequena chance para ela mostrar que consegue. Até por que há algo que realmente faz ela se igualar a todos nós, e é o ódio por Jason. E agora eu tenho certeza.

 

      Ele não faz ideia do inferno que a vida dele vai se tornar. 

 

 

P.O.V Emily Scott. 

 

   Olhei atentamente para aquele último homem forte e com um olhar malvado, que saia da sala de Jason e o analisei de cima a baixo antes de entrar e fechar a porta atras de mim. Lancei meus olhos para Jason, sentado atrás de sua mesa e com um olhar de um verdadeiro líder de uma gangue. 

 

    Finalmente alguém a atura no comando da Explosion. 

 

    Quando eu disse, a mais de um mês atrás, que iria trazer Jason de volta a Atlanta de qualquer jeito, não pensei que seria tão difícil. Demorei semanas para convencê-lo a vir, nas primeiras ligações sempre caia na caixa de mensagens e Jason nunca me antedita de verdade, isso me deixava furiosa e fazia os idiotas do Dylan e do Brian rirem da minha casa. 

 

    Odeio com todas as forças que deem risadas de mim. 

 

   Mas não desistir de tentar, e de tanto insistir acabou que um dia Jason me atendeu, só para me mandar parar de ser chata e avisou que não tinha nenhuma condição de ele voltar agora, talvez em dois três anos. Claro que eu ri bastante disso, Jason não poderia demorar tanto tempo e ainda mais, Explosion estava no buraco. Bem, nesse dia acabei descobrindo que Jason não liga tanto para a Explosion assim, ele se sente puto por tudo que aconteceu, mas isso não era o suficiente para ele voltar antes do prazo que jurou a si mesmo, como me disse.

 

      Então, eu já me via completamente solitária e teria que começar a usar dos recursos extras que eu tinha guardado, Jason jamais negaria se visse o que possuo em mãos. Mas por incrível que pareça, antes de eu poder jogar minha carta na mesa, Jason ligou alguns dias atrás e disse que estava vindo para Atlanta. Assim do nada, e com uma presa absurda por que chegou aqui em menos de dois dias. 

 

   Bem, não importa o por que ele mudou de ideia e veio. O importante è que Jason está aqui e disposto a me ajudar. 

 

      A volta dele foi triunfal ontem à noite, foi ideia minha todo aquele show, mas è claro que a parte de tentar machucar o Justin não foi minha e não me agradou em nada. Jason só está aqui por outra razão maior, e para destruir Justin, não precisa matá-lo, basta fazer o que eu mandar.

 

    Conheço Justin Bieber como a palma da minha mão. 

 

    Desde que voltamos do Racha ontem à noite, essa casa não para de receber pessoas de todos os tipos, vindo cumprimentar Jason e desejar boas vindas. Um monte de puxa-saco em potencial, por que realmente reconheci alguns rosto que já foram até Justin algumas vezes. 

 

     A Explosion e a parte sul estão em festa, demonstrando bem na cara que ninguém gostou da gestão de Dylan e estavam precisando de Jason mais do que tudo. 

 

      Dylan e Brian fingiram não está muito surpresos quando Jason disse que voltaria, e os dois voltaram a ser apenas capachos, ou melhor dizendo, braço direito e esquerdo de Jason. 

 

    Se eu fosse meu irmão demitiria eles.

 

      Mas isso não me interessa. Jason voltou para me apoiar principalmente, preciso da ajuda dele em um assunto que ele intende muito bem. 

 

      Jason ja matou a Katharine, preciso que ele mate a Liz agora. 

 

-É bom está de volta..- Jason disse olhando ao redor da própria sala antes de olhar para mim. - Ainda estou muito chocado com o quanto você mudou! - Gesticulou na minha direção, se encostando na cadeira e me analisando. 

 

     Demorou alguns minutos para Jason realmente aceitar que essa sou eu. Ainda bem que estou mais do que diferente de três anos atrás, aquilo lá é uma Emily morta e enterrada. 

 

-Os anos passam, algumas coisas mudam. - Dei de ombros indiferente. - Você também está diferente, a barba te deixa mais homem! - Ri indo me sentar na cadeira em sua frente e Jason deu um breve sorriso para mim. 

 

     Jason agora tem barba e se veste como um homem adulto, apesar de ter apenas vinte e dois anos, adorei essas mudanças que ele fez nele mesmo, deixa tudo mais sério e compromissado.

 

-Já não sou mais um moleque! - Disse com soberania. - Lá onde eu estava, os traficantes, brandidos, não tem cara de crianças como aqui em Atlanta! - Explicou me fazendo ri. 

 

    Jason não explicou muito sobre onde ele estava e nem sobre a sua vida esses três anos. A única coisa que disse foi que esse tempo todo estava em Cuba, administrando o tráfico e a máfia do país. Isso não é pouca coisa, Cuba é um país pequeno mais que é bastante poderoso nesse sentido. Jason contou que logo quando quis sair de Atlanta, pediu ajuda de um senhor amigo dele que era o ex mafioso de lá, esse homem sabendo o talento de Jason, o confiou esse poder e disso Jason se tornou o maior traficante e mafioso da América Latina. Mas para que ninguém aqui, principalmente Justin, soubesse disso ele usava o codinome de Ángel de la muerte, ou Anjo da morte como foi dito ontem no racha.

 

     Jason está mais poderoso do que nunca, ele realmente jamais precisaria voltar a Atlanta com tudo que tem em Cuba e nos outros países. Mas ele também confessou que a Explosion é algo que ele ama muito e que, vê-la ser destruída dessa forma estava acabando com a felicidade dele lá fora, por isso ele tinha o plano de voltar em alguns anos, quando firmasse alguns contratos e tivesse certeza que Justin estaria pronto para ele, Jason realmente não quer uma briga fácil como no passado. 

 

-Você está muito mais poderoso que a K, ou qualquer outra gangue..- Afirmei pensando em tudo isso que já sei. 

 

-Sair de Atlanta abriu novas portas para mim, mas acabei deixando um idiota como responsável e quase que a Explosion vai parar na lama! - Lamentou com raiva nos olhos. - Aliás, estou bastante surpreso que Bieber e sua trupe realmente estão conseguindo algo nesse mundo do crime, confesso que não esperava nem dois anos deles nisso! - Zombou rindo com diversão e maldade.

 

-Justin é bom pra caralho no crime, Jason, realmente parece que faz parte dele, os outros nem tanto, mas Justin sim! - Firmei as palavras e Jason revirou os olhos entediado. 

 

-Já perdi as contas de quantos caralhos de vezes você falou do Bieber de ontem para hoje! - Resmungou reclamado. -Você está realmente apaixonada? - Fez uma cara de nojo e foi a minha vez de revirar os olhos. 

 

     Já contei a Jason várias vezes de ontem de manhã até agora tudo que sinto pelo Justin e que estou desesperada por ajuda. Jason disse que trataríamos da minha situação depois, por que ele tem coisas mais sérias para resolver aqui em Atlanta, o que é ele não me contou, mas eu preciso de ajuda agora. 

 

-Eu amo o Justin, ele é tudo para mim! - Afirmei. - Mas tem aquela filha da puta desgraçada...- Comecei a falar e Jason deu uma risada diferente me fazendo parar de falar.

 

-A Liz Blue, sei quem é! - Disse fazendo um gesto banal na minha direção, como se a vadia dispensasse apresentações. 

 

-Como sabe quem é? - Me sinto confusa por Jason saber quem a Liz é, pois eu não falei nada a ele sobre ela ainda, estava pensando em fazer isso agora.

 

-Tudo que acontece na vida do Bieber eu sei. - Sibilou me olhando atentamente e senti a maldade na voz dele em dizer isso. - Inclusive sobre essa menina. Dylan me mandou um video deles se beijando e depois que Justin roubou as cargas, fiz com que vigiassem ela de perto para saber se Liz Blue era útil para algo.... E descobrir que é. - Explicou tudo com um sorriso diferente nos lábios e uma intonação diferente em falar da Liz.

 

     Eu deveria imaginar que o maior fofoqueiro de Atlanta teria aberto a boca para conta a Jason sobre Liz e Justin, óbvio, se eu vi uma forma de ataque rápido a Justin usando ela, a Explosion também viu. Mas o que me surpreende é a calma e forma como Jason fala da Liz, não parece que ele sente raiva, ou algo ruim, isso beira a diversão para ele, e Jason deveria sentir ódio, se não nem tem graça.

 

-Então você imagina o que eu quero? - Olhei para ele com uma das sobrancelhas erguidas e Jason assentiu em confirmação.

 

-Eu sei o que você quer e por partes acredito que matar a Liz realmente faça o Justin cair novamente. - Assentiu e se apoiou na mesa para me olhar melhor. - Mas me diz Emily, você não acha melhor brincar bastante com esse fato antes de fazer algo definitivo? Se essa menina é o que mexe com Justin atualmente, imagina a quantidade de coisas que podemos conseguir com ela viva mas nas nossas mãos......- Sugeriu, com frieza e tentando me conversar.

 

     Meu plano não é deixar a Liz viva, é fazer acontecer exatamente o que Jason fez com a Katharine, se preferir o mesmo cenário para ficar mais divertido. Mas meu irmão parece que está afim de jogar um jogo diferente e que não me favorece em nada. 

 

    Eu quero o Justin para mim o quando antes. 

 

-Isso não parece divertido! - Cruzei os braços de forma séria. - Preciso tirar a vadia da minha vida para o Justin ser meu! - Falei pausadamente para ver se Jason consegue compreender. 

 

-Emily, um coisa de cada vez. - Jason disse calmo e com os olhos azuis brilhando. - Liz viva vale mais para nós do que morta, ate mesmo para você! - Apontou para mim. - Confia em mim, eu sei o que estou dizendo, Justin mudou desde a última vez, matar essa menina talvez faça ele te querer morta ao invés de ao lado dele em um altar, por exemplo. - Deu de ombros como quem não quisesse colocar as palavras para me assustar. 

 

       Jason tem razão por um lado, a Liz viva realmente proporciona mais coisas para ele. Matar a vadia fará Justin querer eu morta, isso também nem importa muito, ele deve querer algo similar agora e nem por isso deixou de babar por mim ontem no Racha. 

 

    Justin me deseja, eu matando ou não.

 

-Além do que, você pode começar a se divertir com isso...- Disse vendo que eu não estou nada afim de mudar de ideia. - Eu tinha um plano que já estava mandando Dylan executar, que era sequestrar a Liz e fazer o Justin entregar as cargas em troca dela... Mas podemos mudar isso um pouco. - Jason me olhava intensamente e assentir querendo saber o que ele quer. 

 

       Jason não é burro, sabe que Justin entregaria o que for pela Liz. Apesar de eu odiar esse fato, já vi situações piores na época da Katharine, onde Justin mudou sua vida completamente em vingança a ela. A Liz não é nem metade do que a Katharine foi na vida do Justin, mas já é uma ameaça em potencial e Jason tem total noção disso, e parece querer usar a seu favor.

 

-O que você sugere? - Perguntei curiosa só para saber o que meu irmão tão inteligente andou pensando. 

 

-Ao invés de sequestrar a Liz para conseguir as cargas, você pode me contar onde elas estão e aí eu te dou a Liz de bandeja para você fazer o que quiser com ela por um dia, mas sem matar, aquela menina pode ser útil em alguma coisa...- Disse o ponto que queria chegar e ponderei a cabeça, me colocando de pé para analizar a proposta.

 

-Não sei se essa ideia è boa....- Sussurrei mais para mim mesma do que para Jason. 

 

   -Emily... Você me pediu para voltar só para fazer um favor a você e não pode fazer um para mim? - Perguntou fingindo está ofendido. - Cadê aquele papo de irmãos que você dizia nas ligações? - Se levantou da cadeira e começou a vim na minha direção. - Juntos podemos nos ajudar... Você sabe tudo da vida do Justin, e eu adoro matar quem ele ama! - Firmou a voz de um jeito cruel e olhei para ele. - Se fizermos tudo no tempo certo e do jeito certo, você triunfará irmãzinha, e eu também! - Colocou a a mão no meu ombro, me olhando solenemente. 

 

    Jason tem razão, melhor trabalharmos juntos do que separados, mesmo que nossos ideias sejam diferente, podemos juntos causar muito mais impacto. Apesar de que a ideia de abrir a vida do Justin para o maior inimigo dele não me perder muito boa, tenho que lembrar que Justin me expulsou de casa por causa da vadia da Liz, e precisa sofrer um leve castigo por isso. 

 

 

    Então vou aceitar o que Jason me propões.

 

 


Notas Finais


E aí chuchus, tudo bacana? Então, o que vocês acham da forma como Jason esta reagindo a Liz? Isso quer dizer algo?....Talvez.... E qual será o real motivo da volta de Jason a Atlanta, já que não é a Explosion e muito menos ajudar a Emily?.... hmmm.. comentem suas ideias e teorias e vou dizendo se tá quente ou está frio hahahhhh brincadeira! Digao suas opniões e comentarios sobre o capítulo e irei responder vocês!

Aaaa mais um aviso, a segunda temporadas está chegando e falarei mais sobre como ela vai funcionar um pouco mais para frente!
Bjs e até essas semana ainda!!!!!


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