História The leaves of a daily - Heart

 

       Não estou ficando louca, apesar de que eu poderia levando em conta a quantidade de coisas que andam acontecendo comigo ultimamente. Mas o sorriso estonteante e os intensos olhos em mim, não negam que a minha visão é real e que estou diante da pessoa que mais esperei encontrar nos últimos meses. 

 

       Já me peguei pensando em como Kato estaria e aonde estaria, ele foi embora sem dizer nada a ninguém e com uma raiva enorme de mim, por tê-lo magoado profundamente quando escolhi ficar com o Justin. A minha intensão jamais foi quebrar o coração de alguém, mesmo que na época eu não soubesse como ruim é a sensação, mas acabei deixando Kato decepcionado e quebrado por minha causa, e por causa desse amor desvairado que sinto por Justin. 

 

         Me permiti deixar, uma das melhores pessoas que já passaram pela minha vida, e que eu tenho um carinho gigante, ir embora sem ao menos me ouvir melhor. Sei que as minhas palavras na última vez que nos vimos não foram as melhores, deixei claro amar outro enquanto a única pessoa que sempre se manteve me apoiando era Kato, eu deveria, com certeza, ter revisto a minha forma de falar as coisas para ele naquele dia. 

 

      Depois do que Justin fez comigo, falando palavras tão duras e amargas, eu sei como Kato se sentiu na época. Ver a pessoa que você gosta te tratando como se você não fosse nada, é terrível. Me sinto culpada por ter deixado Kato ir sem antes implorar para que ele entendesse minhas intenções, eu adoro Kato demais, ele salvou a minha vida sem ao menos me conhecer e se mostrou prestativo o tempo todo para mim, mesmo que eu não merecesse. 

 

     Agora tê-lo na minha frente depois de nove longos meses sem nem ao menos ter notícias, deixa o meu coração acelerado e uma sensação boa cresce dentro de mim. Estou em choque com a presença dele, não esperava nada do tipo, muito menos essa sua volta repentina, mas não posso negar que estou em estase por dentro e feliz como nunca em ver Kato de novo, coisa que jurei que jamais iria acontecer.

 

      Eu queria dizer outra coisa além de apenas o nome dele, mas estou tão surpresa,  que minha garganta fechou e minha voz simplesmente não consegue sair. A sensação de felicidade dominou completamente meu corpo e juro que poderia correr até ele se o baque da surpresa não tivesse fincado meus pés no chão. 

 

      Kato está tão diferente, parece mais forte e seus cabelos estão mais curtos, além de está tão feliz quanto eu poderia imaginar que estaria diante de mim, depois de afirma não querer me ver mais, o seu grande sorriso que indica carinho, mostra que qualquer mágoa ficou no passado. 

 

      Meus olhos se encontraram com os dele e senti um calor bom no estômago, como se estivesse diante de uma pessoa querida e que me fazia a total falta, e isso com certeza é verdade. 

 

      Já que não saia nenhuma palavra da minha boca, Kato resolveu se pronunciar.

 

-Você está linda. - Me olhou de cima a abaixo com um sorriso satisfeito. - Pelo visto você está bem. - Concluiu com uma das sobrancelhas erguidas, indicando que isso também é uma pergunta. 

 

      No momento eu me sinto ótima, mas não é como se eu estivesse assim todos os dias. Especialmente agora estando de frente para Kato eu me sinto feliz e calma, porém, o caos que se encontra o meu coração e a minha cabeça nos últimos meses, me impede de confiar essa teoria de que eu esteja bem. 

 

-Agora estou. - As palavras finamente saíram. - Onde você estava esse tempo todo? - Pergunto, aflita por essa informação. Sinto que eu precisava do Kato o tempo todo e ele não estava aqui. 

 

-Miami, Los Angeles, New York, Brasil...- Deu de ombros como se essa informação fosse irrelevante. - Muito lugares! - Acenou com a cabeça. - Eu precisava ficar longe, fazer outras coisas, viver outras coisas, digamos que se eu continuasse aqui eu irá surta e fimose atitudes que obviamente me tornariam um cara ruim! - Mantém os olhos intensos e significativos em mim. 

 

       Não preciso ouvir mais para saber do que Kato está falando, imagino que ele deve ter ficado muito irritado com toda a situação que lhe foi exposta, sendo que de forma alguma eu jamais planejei o fazer sentir essa raiva e todo esse ódio que claramente sentiu. Minhas intenções eram outras, e eu falhei ao tentar colocá-las. 

 

-Eu não queria...

 

-Liz, esquece, não estou mais irritado! - Me interrompeu antes que eu pudesse começar a implorar desculpas para ele. - Acredite, se eu ainda estivesse, não estaria aqui! - Colocou as palavras com um olhar de certeza. 

 

-Eu só queria que você entendesse, nada foi para te magoar! Senti tanto a sua falta, ao mesmo tempo que eu me sentia culpada, por não ter você ao meu lado nos momentos mais difíceis que já passei! - Disparei em falar, colocando tudo para fora. - Minha vida virou de ponta cabeça, tudo foi piorando e as coisas ficaram...- Não consegui nem ao menos completar essa frase com medo das lágrimas idiotas que estão se acumulando nos meus olhos caiem. 

 

      Kato manteve toda a sua atenção em mim e no meu rosto. Não precisa ser um gênio para ver que as coisas comigo não estão nada boas, mesmo que eu não fale nada, Kato já vai notar que tem algo de errado ou tudo de errado comigo. 

 

-Ficaram tristes? Desesperadoras? - Tentou encaixar palavras no final da minha frase angustiante, e suspirei em silêncio. - Eu sei de tudo, apesar de ter pedido para Dakota não me contar nada que acontecesse aqui, antes de eu voltar me falaram tudo. - Confessou me fazendo ficar um pouco tensa. 

 

     Eu não queria ter que explicar a ele o que me aconteceu, mas saber que ele já tem noção da grande confusão que virou a minha vida, me faz sentir um nervosismo estranho, como se eu pudesse ouvir um " eu te avisei " a qualquer instante, por que Kato avisou inúmeras vezes sobre eu amar imensamente enquanto do outro lado não tinha nem meio portento disso. 

 

-O Justin, ele...

 

-Não quero falar sobre o Justin, ele é passado! - Interrompi Kato enquanto firmava as palavras para parecer ser convincente . - Eu luto cada dia para esquecer o nome dele, para esquecer o que ele me fez! - Apontei para mim mesma sentindo algo estranho no peito. - Mesmo que seja difícil, eu tenho! - Kato assentiu concordando comigo. 

 

      Falar sobre Justin é um nível muito maior do que eu poderia suportar, evito até mesmo de pensar no nome dele para não causar muitos danos, preciso esquecê-lo, e ficar relembrando todo o passado que com certeza não voltará mais, não ajuda em nada nisso. 

 

-Tudo bem, mas você vai querer saber por que eu voltei? - Me olhou sugestivo e assenti o vendo da um meio sorriso. - Sabe, eu passei esses meses todos desejando nunca ter conhecido você, mesmo que você tenha sido a melhor coisa que me aconteceu!

 

    Falou calmamente sendo sincero nas palavras e continuei prestando total atenção nelas, mesmo que a última frase tenha me deixado um pouco abalada. 

 

   -Mas, ao decorrer dos dias, eu fui vendo que, apesar de tudo, nós dois somos muito mais que aquilo que passamos! - Afirmou. - Sempre tivemos essa cumplicidade enorme, esse carinho gigante, e esse amor... que tragicamente confundimos! - Deu alguns passos na minha direção, limitando o espaço entre nós. - Liz, eu te amo, mas não o tipo de amor que o mundo ver! - Parou na minha frente e sustentou o olhar. - Eu amo você como se fosse a minha irmã, que precisa de mim, que sempre precisou! 

 

       Disse tentando deixar claro, enquanto olhava nos meus olhos e me mostrava que tudo isso é real, e que ele está sendo o mais sincero que poderia ser. 

 

      O carinho que eu sinto por Kato sempre foi intenso e diferente, mesmo quando acabamos de nos conhecer,  eu senti que ele era alguém que eu poderia confiar quando fosse preciso. Ao decorrer do tempo,esse sentimento só cresceu, chegou ao ponto de eu achar que poderia se tornar amor, mas no final notei que é uma amizade e um zelo enorme que temos uma pelo outro, e isso ultrapassa as barreiras do amor convencional. Eu já sabia que o meu amor pelo Kato era diferente, e agora com ele confirmando isto, eu tenho total certeza, Kato é o irmão que eu nunca tive, o homem protetor e carinhoso que minha família jamais possuiu, a pessoa que sempre quis o meu bem, independente de qualquer coisa, mesmo que pra isso tivesse que enfrentar seu amigo. 

 

      Eu entendo Kato, isso é recíproco, esse sentimento incrível que sentimos um pelo outro, que nem de longe é comparado ao amor, por que o amor pode quebrar o nosso coração, mas isso que temos, é o que mante o coração.

 

      Tento não parecer extremamente frágil e emocionada com a afirmativa de Kato, mas deixo uma lágrima solitária cair, antes que eu conseguisse ampara-la. 

 

-Eu também te amo como irmão, não tenho muitas presenças masculinas na minha vida, mas eu senti essa proteção quando te vi pela primeira vez, e sinto muito por ter confundido tudo! - Falei com convicção e Kato assentiu antes de me puxar para um abraço apertado e que eu realmente precisava.

 

      Quando tudo caiu sobre mim, era esse abraço que eu queria mais do que tudo, porém eu não o tinha, talvez por ser lerda demais e não ter nadado exatamente o que Kato significa pra mim, ele é bem mais do que um cara, ele é como um irmão que eu nunca tive, alguém que eu posso me agarrar e chorar até cansar, abrir meu coração e mostrar tudo o que tento esconder de todos, foi assim desde o início, desde que ele se colocou na minha frente para me proteger sem ao menos saber o meu nome. Esse instinto de proteção e confiança foi natural entre nós,  como se fosse para ser desde o início. 

 

      Kato afagou meus cabelos com uma mãos, me fazendo sentir uma paz e uma calma enorme no meu coração, como se todos os problemas tivessem temporariamente desaparecido de mim. Ele realmente era o que eu precisa para lidar com todas as situações que o destino colocou na minha vida. 

 

-Eu faria de tudo para te ver em segurança. - Afirmou contra os meus cabelos. - E é por isso que estou aqui. - Falou, me afastei de leve dele. Estou bastante confusa com as suas palavras e não entendendo bem o que ele quis dizer com elas. 

 

-Como assim? - Perguntei com uma confusão visível no meu semblante e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha. 

 

      Kato rolou os olhos brevemente antes de suspirar pesado e me olhar nos olhos, como se quisesse que eu prestasse total atenção nas suas próximas palavras. 

 

-Eu soube que você quase morreu algumas vezes enquanto eu estivesse longe. - Disse me olhando como se eu devesse lembrar desses pontos e com certeza eu lembro. 

 

      Quando eu fiquei trancada num carro cercado de caras me gritando e querendo me tirar de lá, quando o carro de Justin explodiu, apesar de isso ser algo de Jason para machuca-lo, eu estava dentro e poderia ter morrido junto ou me ferido gravemente. 

 

     Realmente eu tivesse perigos enormes depois que Kato foi embora, que justamente foi a época que Jason voltou, ele causou um caos enorme em volta de todos e inclusive de mim, que ele nem ao menos conhece direito, só viu uma única e graças a Deus nunca mais. 

 

     Apesar de eu querer contar para Kato o quanto louco foi algumas situações, não posso deixar de me sentir curiosa para saber como é que ele soube disso tudo, além do que me aconteceu com o Justin, que ele já disse saber. 

 

-Como você sabe? - Perguntei confusa e curiosa, cruzando os braços. A resposta pode ser óbvia, Dakota, mas mesmo assim eu queria saber o que tudo isso tem ligação com sua volta repentina. 

 

-Como eu disse, me contaram..- Riu de leve como se esse fosse o grande ponto da história e eu devesse sacar o que está no ar. 

 

-Não estou entendo! - Falei frustada por está realmente perdida no que Kato está dizendo e tentando deixar óbvio. 

 

       Ele continuou com o meio sorriso por alguns segundos, antes de pegar minha mãos com as suas e suspirar, como se o assunto voltasse a ficar sério de verdade, causando uma leve tensão no ar. 

 

-Liz, você correu um grande perigo todos esses meses, para ser específico, desde que Jason voltou. - Falou calmo e sério. - Mesmo com seguranças, você não estava nem dez porcento segura! - Senti um incômodo no estômago vendo o quando sério ele estava falando. - É por isso que eu voltei, eu sou a pessoa mais confiável para te proteger, por que você ainda está em perigo! - Explicou, mas para mim ainda parece confuso e vago. 

 

-Perigo? - Sussurrei não compreendendo o rumo da conversa e Kato apertou minhas mãos de leve como se quisesse me conforta, mas só está me deixando mais nervosa. 

 

-Sim, você estava na mira de varia armas o tempo todo, correu um grande perigo. - Explicou e senti meu estômago cair ao ouvir a palavra armas.  - Jason queria te ferir. - Concluiu e meu coração parou por dois segundos. 

 

     Nunca soube de um perigo maior do que ser atacada por vadios caras, mas Kato está dizendo que isso não so aconteceu,  como acontece ainda. O olhar sério dele mostra que a situação está muito além do que eu posso imaginar, e me sinto muito tensa com isso. Mas não entendo, Jason tem foco em Justin, como isso necessariamente acaba em mim? 

 

      Justin terá um filho, e seria até óbvio Jason querer atingi-lo nisso, mas por que em mim? Não tenho mais nada com Justin, nem ao menos o vi nesses meses todos. As coisas não estão encaixando na minha cabeça e tudo parece doido e incorreto. 

 

-Como assim? - Tentei me concentrar para entender melhor. - Por que Jason ia querer me atingir ainda? Não faz sentido! - Balancei a cabeça perplexa e soltei a mão de Kato, me sinto atordoada demais e tudo parece girar levemente na minha cabeça me deixando com uma leve falta de ar e tontura. 

 

     Eu não vi nada de diferente em minha volta, nada de suspeito ou ameaçador, nesses meses eu levei a vida mais normal que se poderia imaginar e não tem como isso ser verdade. Não é possível que eu estivesse no meio de algo assim e sem perceber. Mas Kato não parece está mentindo ou brincando, sua expressão séria mostra o quanto verdadeiro isso é. 

 

      Me mexi inquieta nos meus pés, sentindo uma tensão estranha tomar conta de mim, ao mesmo tempo que minha cabeça tentava encaixar as peças desse jogo doido que fui colocada no meio sem saber de nada. 

 

-Liz, olha para mim!  - Pediu segurando meu rosto com delicadeza e me fazendo olhá-lo. - Você ama o Justin? - Perguntou como se essa fosse a resposta para todas as minhas dúvidas.  

 

-O que isso tem haver! - Esbravejei me afastando de Kato e começando a andar de um lado para o ao outro em nervosismo e pisando varias vezes na barra do vestido e quase caindo de cara no chão.

 

    O que isso tem haver? È óbvio que tudo tem haver, ou não? Céus, me sinto tão confusa e perdida que parece até mesmo que essa não é a minha própria vida, chega a ser estranho, è como se eu estivesse dentro da vida de outra pessoa e tentando entender os dilemas nela. 

 

-Me responde! - Kato pediu gentilmente, insistindo nesse assunto. -Preciso saber, você ama o Justin? - Refez a pergunta e eu coloquei as mãos nos cabelos sentindo tudo agitar dentro de mim. 

 

      A resposta está bastante clara na minha cabeça, mesmo que eu não tente aceitar de jeito nenhum e que isso seja oficialmente o meu maior carma. Sim, eu amo o Justin com toda as minhas forças, de uma forma que chega a doer dentro de mim, me sufocar e me deixar sem chão. 

 

      E estou afim de saber como isso se encaixa em tudo que Kato está me revelando agora. 

 

-Sim! - Afirmei assentindo e me virando para Kato. - Eu amo o Justin, mais do que eu posso calcular! - Olhei para ele que assentiu com um leve sorriso satisfeito, como se isso o deixasse mais feliz. - Agora me explica, o que isso tem haver com Jason e minha vida em perigo? - Me aproximei de Kato rapidamente, quase implorando por respostas concretas e claras o suficiente para a minha cabeça aceitar, por que nada está fazendo sentido aqui. 

 

-Não sou eu que tenho que te explicar tudo que aconteceu nesses meses, Liz. - Kato disse simples, enquanto eu estava quase gritando de nervosismo. - A única coisa que eu posso te falar é que eu estou aqui para uma missão especial, que é proteger você, manter você segura e bem longe de Jason ou Explosion. - Colocou as palavras com um olhar sério, como se isso fosse seu maior objetivo na vida agora. 

 

         Céus, ainda não entendi o que está acontecendo. 

 

         Kato só está me deixando mais confusa não explicando tudo. Se ele não me falar exatamente o que está acontecendo ao meu redor, quem vai? Isso não tem lógica e estou me sentindo perdida na minha própria vida, isso é tão louco que parece que minha cabeça vai estourar a qualquer segundo antes que eu possa chegar a um ponto comum entre as palavras de Kato e a realidade. 

 

        Tentei respirar fundo e controlar as emoções dentro de mim, me sinto com medo do que Kato me confessou, ao mesmo tempo que confusa por ser justamente eu a pessoa a correr perigo aqui, pensei que depois de me afastar completamente de Justin eu nunca mais veria algum perigo, mas isso está se provando o contrário agora. 

 

         O que esse Jason quer de mim? Para que querer me atingir? Ele nem ao menos me conhece! Isso é patético e desesperador ao mesmo tempo, eu jamais poderá me proteger sozinha de um cara como Jason, ainda bem que Kato está aqui, mas ainda não entendi muitos pontos dessas história, e um deles é como Kato descobriu tudo isso. 

 

       Kato parecia querer falar algo importante, então parei de me mover e encarei a parede fixamente, esperando as próximas palavras. 

 

 - Mas eu só estou aqui, por que uma pessoa me pediu. - Olhei para Kato pedindo para que ele continuasse a falar, por que chegamos a um ponto curioso. - Uma pessoa que se preocupada muito com você e faria de tudo para te ver bem! - Sorriu se aproximando de mim novamente e ficando a um passo. - Me ligaram ontem e quando eu vi quem era quase joguei o telefone no mar de Malibu, porém, eu sentia que não era mais assim, a raiva, o rancor, tudo tinha saído de mim, e isso me fez atender essa ligação! 

 

      As emoções nos olhos de Kato fazem meu coração sentir um aperto e me deixar mais angustiada com as suas palavras. 

 

   - Quando eu ouvi tudo que estava acontecendo eu sabia o por que de está me ligando, e minutos depois tudo ficou claro! - Gesticulou com um grande sorriso encantador. - Ele sabe que eu sou a única pessoa cem porcento de confiança para garantir sua segurança!

 

       Eu pensei ter ouvido demais quando Kato disse " ele", com certeza meu cérebro entendeu erradamente, não é possível.

 

   - Então embarquei as presas no primeiro avisão de Los Angeles para cá, eu tinha vinte e quatro horas para chegar aqui, liguei para Agatha antes disso e lhe disse que queria te fazer uma surpresa, não contei do que se tratava realmente, mas tudo, o seu vestido, a minha presença aqui, nada disso veio só de mim, veio deles também.... Veio dele! - Disse lentamente as duas últimas palavras. 

 

     Não sei se meu coração se precipitou, mas já estava saltando no início das palavras de Kato, como se já pudesse prever o fim. Agora tudo está claro, muito mais do que claro, na minha cabeça, Kato está aqui para me proteger de uma ameaça invisível, mas poderosa que a contra mim, ele não sabia de nada que estava acontecendo até ontem, esse vestido que estou usando e todo o lance do baile foi planejado para eu encontrá-lo, mas não foi armado por Kato e sim por...

 

-Justin? - A minha voz saiu quase como um sussurro inaudível, enquanto minha barriga gelou e meu coração pulou quase chegando a minha garganta, fiquei ofegante no segundo seguinte, enquanto minha cabeça se negava a aceitar. 

 

       Mesmo diante do que Kato explicou, eu posso dizer que me sinto no meio de uma utopia louca e delirante, onde exatamente nada poderia ser real. Juro que eu poderia me beliscar para ter certeza de que não estou dormindo e tendo um sonho louco.

 

      Foi o Justin, ele trouxe Kato de volta para me proteger, ele comprou esse vestido e ele montou esse momento. Mas porque? Se ele deixou bem claro, até demais,  que não se importa comigo, qual razão o faria agir diferente agora, sete meses depois de todas aquelas palavras dolorosas?

 

      Eu quase não posso acreditar, minha cabeça parece querer questionar mais sobre toda essa história e entender sua origem, mas meu coração insano já está pulando como se estivesse sendo finalmente entendido, igual ao meu corpo que já reage como se isso que Kato acabará de me contar, fosse só o início de algo inesperado. 

 

     Eu queria poder me mexer, ou ao menos parar de respirar tão ofegante, mas meu cérebro e meu corpo estão reagindo conforme a notícia. As palavras de Kato vem e vão na minha cabeça tentando convencer a mim mesma sobre a veracidade delas e seu significado, já que me sinto tonta por isso está acontecendo tão repentinamente. 

 

      Nem Justin, e nem a K me procurando durante esses meses, nem se quer vi algum deles. Como do nada Kato è enviado por eles para me proteger de um perigo que eu nem sabia que existia? Estou prestes a enlouquecer por algumas coisas não fazerem o mínimo de lógica, mesmo que eu tente encaixa-las em alguma. 

 

      Kato esperou para ver se eu falava mais alguma coisa, mas è basicamente como se até o ar tivesse escapado de mim nesse momento e a história bateu em minha cabeça de forma intensa me deixando sem fala. 

 

-Sim, o Justin! - Kato confirmou mesmo que não fosse preciso. 

 

-Por que? Como? Para que? O que está acontecendo? - Disparei perplexa, quase agarrando Kato pela blusa e tirando informações a força. 

 

     Posso parecer uma maluca desequilibrada, mas as coisas que me foram contadas aqui jamais se passaram pela minha cabeça, não diante de tudo que aconteceu de dezembro até aqui, basicamente todas as esperanças de que Justin se importasse comigo morreram quando ele mesmo afirmou não ligar a mínima para mim. Agora, como isso mudou e por que mudou, eu não faço ideia, e me sinto desesperada para saber. 

 

-Não sou eu quem tem que tem que explicar tudo isso, Liz! - Se defendeu. - É ele! - Falou simples, fazendo um aceno de cabeça,  com um sorriso de satisfação que nem parecia que Kato estava falando da mesma pessoa que eu. 

 

      Ainda é novo para mim tudo que estou tentando digerir aqui. Pelo visto Kato não parece mais preocupado com o que Justin poderia me fazer e fez, ele está aparentemente gostando dessa situação, ou gostando do meu desespero e confusão, não sei ao certo, mas estou a ponto de gritar exigindo explicações sérias. 

 

     Notei que o olhar de Kato não estava mais em mim e antes que eu pudesse falar qualquer coisa para questionar toda essa história mais uma vez, meu corpo gelou completamente enquanto eu mantinha meus olhos em Kato e o via olhar com um meio sorriso significativo para trás de mim. 

 

    Quando ele disse a segundos atrás a frase " É ele" basicamente Kato não estava falando para mim e sim indicando alguma coisa, mas que não notei no hora, só agora que estou olhando melhor, vendo que Kato não mantém nenhuma atenção em mim, e sim em outro alguém.

 

       A sensação é quase como se meus músculos tivessem parado de vez e o ar se tornou pesado demais para eu conseguir mantê-lo dentro de mim, minhas mãos começaram a suar intensamente, meu coração incontrolável no peito, me deixando praticamente imersa em suas batidas. Eu poderia ter certeza absoluta de que isso tudo é o meus instintos reagindo ao que está perto de mim, ao mesmo tempo que me sinto incapaz de me virar para ter certeza.

 

     Kato voltou a olhar para mim, vendo a minha clara cara de surpresa misturada com uma tensão enorme e não sei mais quantos sentimentos estão explícitos em mim nesse momento. Só sei que Kato deu uma leve piscada para mim, como se confirmasse tudo que estou sentindo agora e que acho que está acontecendo. Kato se aproximou e me abraçou forte me passando segurança. 

 

-Eu quero ver você bem e feliz, foi por isso que vim. - Sussurrou no meu ouvido. - Ele te faz feliz, eu sei que faz, só ouve o que tem para te dizer. - Pediu ainda sussurrando e todas as emoções afloraram dentro de mim ao mesmo tempo, me fazendo ter vontade de sair correndo. 

 

       Fui tomada pelo receio assim que Kato se afastou do abraço e começou a caminhar passando por mim e sumindo da minha visão. Eu não queria me virar, acho que meu corpo travou completamente, mas no instante que Kato se moveu pelo meu lado direito, me virei para olhá-lo, e implorar para que fique, mas meus olhos bateram instantaneamente em Justin e foi quase como se uma corrente elétrica percorresse minha pele, me deixando petrificada. 

 

       Ele esta aqui, parado me olhando de uma forma tão perdidamente intensa que me tirou de órbita por alguns segundos. Fico sem conseguir desviar o olhar, nem notei quando Kato saiu me deixando sozinha com Justin a poucos metros de mim. Senti algo similar a tristeza dentro do meu coroação ao lembrar de tudo que o nosso último encontro me causou, as palavras, as coisas que descobri, tudo era terrível demais e me deixou na pior lama possível, a qual estou tentando me reerguer a sete meses, e parece que só nesses poucos segundos diante de Justin, eu voltei para a lama novamente, mais funda do que antes e prestes a me afogar. 

 

     O clima tenso no ar entrega que as coisas não são tão fáceis assim, nem para mim, nem para ele, que me encara quase como se quisesse fazer isso para o resto da sua vida. No nosso último encontro, Justin não queria nem ao menos olhar para mim. Me sinto confusa diante de tudo que está acontecido em volta de mim e principalmente o que está acontecendo bem diante dos meus olhos agora. 

 

       O silêncio pesado e cheio de significo tomou o ar, fazendo o clima ficar mais denso e estranho. Era como se ele quisesse falar mas não conseguia, e eu nem ao menos sei se tenho forças para ser a primeira a dizer algo. Quero obviamente entender tudo que está acontecendo aqui, mas também queria apenas ficar o olhando por horas e horas. 

 

     Jurei hoje que jamais iria conseguir revê-lo por conta do fim do colegial, mas Justin está aqui na minha frente e parece ter muitas coisas para dizer. 

 

       Estou surpresa por saber que ele quer me proteger, e trouxe Kato de volta justamente para isso, é tão inacreditável pensar em Justin fazendo algo assim por mim depois de meses sem ao menos me procurar. Não consigo entender o que ele quer com isso, mas preciso descobrir se não irei enlouquecer com as inúmeras ideias que minha cabeça fórmula. 

 

     Não sei quanto tempo ficamos em silêncio apenas nos olhando e tentando passar com o olhar alguma coisa que não estavam conseguindo sair em palavras. Eu consigo ver nos olhos dele que tem tantas coisas que ele quer me falar, e eu apenas quero ouvi-las para entender.

 

      Justin trouxe Kato de volta para me proteger, tem algo muito grave acontecendo e consigo ver nos seus olhos intensos e zelos. Ele não traria Kato de volta se não fosse algo muito sério e me sinto preocupada em descobrir o que é.

 

     Tirei forças de onde não tinha para dizer alguma coisa antes que esse silêncio sufocasse nós dois e me tirasse o pouco de controle emocional que me resta. 

 

-O que você quer de mim? - Murmurei tentando não parecer extremamente frágil. - Por que está fazendo isso? - Eu tenho muitas mais pergunta para fazer mas minha cabeça ainda não organizou todas.

 

     Justin finalmente se mexeu um pouco e parece disposto a responder a minha pergunta, enquanto mantinha os olhos em mim de uma forma diferente e que esta me deixando mais tensa e intimidada. 

 

-Isso o que? - Perguntou parecendo não entender a minha pergunta. - Te proteger? Estou fazendo isso a muito tempo, pode acreditar! - Usou as palavras mais fáceis, não posso descrever a saudade que estava da sua voz rouca, mas dei uma risada sem humor pela frase dele. 

 

      Me proteger? De quem? De Jason? Mas e dele mesmo, do grande problema Justin Bieber, quem irá me proteger? 

 

     Acho que Justin esqueceu que foi ele quem me deixou mal por meses, não Jason, eu nem se quer vi aquele cara nesse tempo, enquanto eu ficava na minha casa sentindo um amor que eu realmente queria que sumisse de dentro de mim. Ele ou se esqueceu disso ou apenas não ligou a mínima para as minhas lágrimas e todo o resto que sabia que viria apostos todas as merdas que jogou contra mim. 

 

      Nós estávamos bem, pela primeira vez depois de tempos eu achava que Justin estava evoluindo comigo em algum ponto, bem iludida, confesso . Mas na verdade, não foi assim, ele jogou tudo para o alto, ignorando os meus sentimentos e o que ele significava para mim. Não quero ter que obrigá-lo a gostar de mim por causa do que eu sinto, Justin faz o que quiser com a sua vida, não sou sua dona e nada disso. Porém, voltar sete meses depois de quebrar o meu coração e achar que isso é a coisa certa a se fazer, está totalmente errado, eu posso não ter o esquecido ou parado de sentir esse amor, mas eu poderia aprender a viver sem ele perfeitamente com o tempo, sei que poderia. 

 

     E isso se torna mais impossível com Justin voltando para a minha vida quando bem entende, como se eu fosse um jogo idiota. 

 

-Não é como se eu acreditasse! - Disparei séria e ele me olhou como se eu estivesse errada nas minhas palavras. - Você não deveria está se preocupando com o seu filho? - Perguntei tentando manter as palavras firmes, apesar de  que as mesmas tenham vacilado um pouco. 

 

     Não queria ter que tocar nesse assunto delicado, mas foi o Justin mesmo que afirmou ser o filho dele a coisa mais importante, e que eu não significava nada diante disso. Mesmo que eu tente, não consigo ver o porque da mudança, o porque dele está aqui de volta depois de tudo que falou e jurou para mim.

 

-Liz..- Justin respirou fundo parecendo querer dizer muitas coisas e ao mesmo tempo manter a calma dentro de si. 

 

      Eu é quem deveria está controlando a minha calma aqui, estou diante do cara que fez questão de pisar em mim e no meu coração e não posso nem ao menos sair correndo para longe, porque descobri que corro perigo e ele é o único que pode me explicar a história toda. 

 

-Você não se casa amanhã? - Desviei os olhos dos dele para não mostrar que essa parte é muito mais dolosa do que o resto. - Seu filho deveria ser sua prioridade, não eu! - Lancei as palavras que Justin tinha jogado contra mim naquele dia no corredor, no mesmo dia que me contou tudo da forma mais nojenta que poderia. 

 

      Posso está sendo grossa, mas não é como se eu fosse agir com mil amores para o Justin depois de tudo que ele me causou, ele não pode voltar para a minha vida como se isso não fosse absolutamente nada, e achando como se  pudesse fazer isso diversas vezes se quisesse. 

 

-Não existe porra de  filho nenhum, nunca existiu! - Disparou sério, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa. Desfiz a cara séria ficando sem reação para a afirmação de Justin. 

 

      Como assim não tem filho? 

 

-O que? - Sibilei sem acreditar. - Eu não estou entendo absolutamente nada! - Falei nervosa elevando o tom de voz . 

 

     As coisas estão confusas de novo para mim. Me lembro de Justin afirmar com todas as letras a vinda dessa criança, e agora está negando isso como se jamais tivesse acontecido ou algo similar. Não consigo entender de jeito nenhum o que está se passando aqui, mas Justin parece disposto a explicar. Ele respirou fundo, mostrando como está nervoso com essa situação, antes de me olhar de novo nos olhos e começar a falar. 

 

-Emily me forçou a contar essa mentira a você! - Explicou calmamente e senti meu coração parar por uma fração de segundos. 

 

-Porque? 

 

-Por que ela estava me chantageando. - Meu coração se apertou. - Não so ela, Jason também! - Firmou a voz, mostrando o rancor que lembrar disso lhe traz.

 

-Chantageando? - Senti como se a palavra não tivesse saído. - Com o que? - Fiz a pergunta que apontou na minha cabeça, apesar da mesma está um mar de confusões. 

 

       Kato relatou que eu corro perigo esse tempo todo que achei estar apenas magoada em minha casa, em meio aos meus livros, e agora Justin fala dessa chantagem que Emily e Jason armaram. Não consigo imaginar o Justin nas mãos desses dois, ao mesmo tempo que isso explicaria muita coisa que aconteceu e porque de ter acontecido . 

 

      Esperei Justin responder algo rápido, mas ele mesmo parecia tentar se organizar para dizer tudo corretamente e não se esquecer de nada, ao mesmo tempo que parece levemente furioso. É visível seu nervosismos, quase como se ele não conseguisse está diante de mim agora e isso seja algo intenso para ele, não sei ao certo dizer, mas Justin está tenso e preocupado ao mesmo tempo. 

 

-Lembra da bomba no meu carro? - Assenti em resposta. - Não estava no meu carro, estava na sua bolsa. - Sibilou e engolir em seco. - Jason Colocou lá através de um dos seguranças que estavam com você, o intuito era te ferir de alguma forma ou matar de uma vez! - Afirmou ficando mais sério, com os olhos mergulhadas em um sentimento único e diferente, que não eu explicar o que é. 

 

      Parecia que o mundo tinha ficado em silêncio por alguns segundos e até o barulho da água do chafariz havia sumido dos meus ouvidos ao ouvir a voz grave de Justin dizer exatamente essas palavras. 

 

    A bomba do carro dele estava na minha bolsa? Como isso é possível? 

 

    Sinto um embrulho forte no estômago ao imaginar aquilo sendo implantado para me matar, e que se eu não estivesse com Justin, com certeza eu teria morrido. Corro rapidamente pelas minhas memórias e elas me levam a biblioteca no dia que o carro de Justin explodiu, Nolan entrou comigo depois de insistir muito,  e ele ficou com a minha bolsa algum tempo.....Meu Deus, como eu não percebi isso antes? Eu jurava que aquela bomba era para Justin, mas na verdade era para mim. 

 

     Eu não conseguia esboçar nenhum tipo de reação além do espanto total diante desse fato. Justin então resolveu continuar a falar e a me contar toda a história. 

 

- Quando eu descobri isso, fui até Jason para saber que porra ele queria com você, então ele disse que poderia te matar a qualquer momento e tinha o controle da situação toda! - Passou as mãos nos cabelos os bagunçando bastante e parecia bem irritado com essa parte. 

 

     Me mantive quieta apenas o ouvindo falar, enquanto meu coração parecia nem ao menos querer bater direito no peito. Essa oscilação de emoções está me deixando tonta, mas estou disposta a ouvir até o final. 

 

   - Eu fiquei muito preocupado e perguntei o que ele queria para te deixar em paz. Então Jason disse que não era para ele que eu tinha que pedir, e sim para Emily! - Rosnou mostrando uma raiva enorme e que eu jamais o vi demonstrar em relação a Emily durante todo esse tempo que os conheço, mesmo depois de tudo que ela fez antes. 

 

      Justin viu Emily, a pessoa que até então confiava bastante, se tornar uma mulher amarga, assassina e vingativa na frente dos seus olhos. Ela já era assim antes, tenho certeza absoluta, mas para ele, fingia ser um anjo perfeito, alguém com quem Justin poderia passar o resto da vida confiando. Sei que para ele foi difícil associar Emily a uma pessoa cruel, eu via em seus olhos a dúvida se poderia a considerar perigosa ou não. Mas agora, Justin parece bem convicto disso e com uma raiva tremenda para com ela.  

 

      Ficou imaginando como Justin deve ter se sentindo em ter que ser chantageado e jogado para lá e para cá como um idiota. Aposto que ele deve conter uma grande fúria dentro de si por conta disso, e está me contando tudo agora parece aliviar sua tensão interna, mas não diminuir sua raiva. 

 

        Justin respirou fundo para continuar a contar. 

 

   - Aquela capeta, não só ameaçou você, como mostrou que poderia te matar naquele momento, se eu não aceitasse casar com ela! - Usou as palavras como se estivesse justificando seu maior erro e me olhou com os olhos suplicantes.  - Era a única solução para que Emily te deixasse em paz, para que você ficasse bem! - Diminuiu o tom de voz, me olhando de cima a baixo, como se quisesse garantir que estou bem, e que seu grande esforço valeu a pena. 

 

       Começo a me sentar tensa pro tudo isso que estou tomando conhecimento e que jamais imaginei está acontecendo. Se essa é realmente a razão para tudo ter acontecido, a história é bem diferente do que coloquei esses meses todos na minha cabeça. 

 

   -E então eu aceitei! - Balançou a cabeça como se lamentasse isso profundamente. - A história do bebê veio como justificativa para que eu magoasse você, tudo que eu lhe disse naquele dia foi a Emily que mandou, na verdade ela manda em mim a sete meses! - Exclamou parecendo agoniado com esse fato. 

 

       Estou completamente em choque e apavorada com tudo isso, jamais pensei que esse seria o rumo de toda a confusão da minha vida. Minha cabeça ainda está juntando todos os acontecimentos com as palavras de Justin, e além de me impedir de falar qualquer coisa, me coloca completamente sem reação. 

 

       Justin parecia mais tranquilo diante de mim, como se tivesse tirando um enorme e significante, peso da suas costas, demostrados que se fosse por escolha dele, essa história já teria vindo à tona a muito tempo atrás. 

 

  - Eu literalmente vivo um inferno, apenas e unicamente para garantir que você não se machuque de forma alguma! - A sinceridade e a força das suas palavras me fizeram estremecer e algumas lágrimas escorrem pelo meus rosto trazendo a emoção átona. 

 

       Eu não quero chorar, ao mesmo tempo que as lágrimas estão sendo a única forma de eu expressar o que essa história está causando a minha cabeça nesse momento. Sinto tristeza e angústia por tudo que Justin passou, e muito mais por ter passado por mim. 

 

 

- Eu teria que me casar amanhã com aquela maluca, se não tivesse uma solução rapida! - Disse rapidamente como se isso fosse me fazer parar de chorar.

 

      Tentei conter algum tipo de reação mais espantosa ao ouvi-lo falar que teria que se casar ou seja, que não irá mais. Tentei manter a atenção nas palavras de Justin para não perder nenhum ponto importante, apesar de agora eu só pensar nesse casamento. 

 

 - Liz. - Ele disse meu nome gentilmente. -  Eu só estou aqui agora, por que achei um jeito de fugir desse maldito casamento, de sair desse jogo terrível deles, e voltou a ficar em cima! - Justin está visivelmente mais aliviado por isso e consigo sentir a mesma coisa. -  Eu não preciso casar, nem ao menos quero essa porra, não gosto da Emily e a cada dia que passa sinto mais nojo e repulsa! - Fez uma cara de desprezo. - Foi isso que aconteceu, essa é a verdade! - Concluiu soltando um suspiro relaxado, como se tivesse dito tudo. 

 

      Eu busco ter alguma reação, mas fui bombardeada por informações novas e que mudam totalmente o curso da minha história até aqui. 

 

       A bomba estava na minha bolsa, foi colocada lá para me matar. Justin soube e foi até Jason pedir para que me deixasse em paz. Jason falou que só Emily poderia impedir que eu morresse. A Barbie do capeta como a maluca que é, fez Justin aceitar um casamento forçado e insano apenas para me proteger. A história do bebê foi inventado por Emily para me afastar ainda mais, assim como todas as coisas ditas por Justin naquele dia. Esses sete meses, ele ficou preso nessa chantagem e tendo que seguir com a história da casamento. Até agora, que de algum jeito, achou um ponto que pode lhe livrar disso. Para que garanta a minha total segurança, trouxe Kato de volta, já que foi um dos seguranças que colocou a bomba na minha bolsa, e com certeza era um cara de confiança. Kato é a única pessoa que visivelmente me protegeria a cima de tudo. Justin deu um jeito de me fazer vim a formatura através de Kato e Agatha, justamente para ter essa conversa comigo e me explicar que nunca quis me afastar, mas foi forçado a isso.. 

 

       E tudo me levou exatamente onde estou agora. 

 

       Parece inacreditável demais para ser verdade, porém, mesmo assim, tudo se encaixa perfeitamente, como um quebra cabeças. Nesses sete meses eu tenho buscado entender o por que de tudo ter acontecido de uma forma tão louca e repentina, e nada se tinha lógica, tudo parecia confuso, qualquer coisa que eu forçasse meu coração a aceitar como o motivo para o fim, não parecia bom o suficiente. 

 

    Agora  tudo faz o total sentido, essa è a história verdadeira. Justin jamais quis se casar com a Emily, e ela jamais esteve grávida, foi tudo uma armação de Emily e Jason para ter Justin em suas mãos. E nós dois fomos vitimas disso, de uma forma cruel e planejadas. A Barbie queria o Justin so para ela, como já gritou diversas vezes, e achou um meio bem fácil de fazer isso, um meio desconhecido por mim até a alguns minutos atrás. 

 

     Eu não sabia e nem poderia imaginar que eu era tão importantes para Justin ao ponto de ele querer me proteger a cima de tudo e se colocar a mercer do seu próprio inimigo e de um casamento forçado. O máximo que eu poderia levar em consideração e a proteção Justin, mas eu jamais pensei que seria dessa forma. Ele aceitou fazer coisas e a passar por coisas que obviamente poderia ignorar e mostrar que não liga a mínima, mas ele preferiu me proteger, a cima de tudo. 

 

     Minha cabeça consegue raciocinar melhor agora que todas as coisas estão claras e nítidas para mim na minha frente e tudo em volta está mais intenso a cada segundo do silêncio que se matem desde que Justin acabou de falar. Minha cabeça já completou as charadas, mas meu coração está apertado e apreensivo para duas questões a mais que não foram respondidas aqui. 

 

      Por que Jason quis me ferir? A justificativa de ser para ajudar a irmã não entra na minha cabeça de jeito nenhum. Ele nem ao menos me conhece, como pode colocar uma bomba na minha bolsa e ameaçar me matar caso Justin não case com sua irmã? Esse cara é completamente psicótico e doentio, ele visivelmente não liga a mínima para as vidas que tira ou que poderia tira. 

 

      Sinto um nojo enorme ao pensar nesse Jason, posso desejar que ele desapareça ou morra, com todas as minhas forças. Esse homem está afim não só de me machucar, como também fazer algo contra o Justin e isso é óbvio. Não gosto dele a cada dia menos, já não me descia o fato de ter matado a Katharine, aquela garota não merecia  morrer, mas ele não pensou nisso. 

 

     O que me leva lembrar do ponto dessa história que é bastante importante. Jason matou a Katharine, isso fez Justin surtar emocionalmente, psicologicamente e de todas as formas possíveis. Agora, Jason querer me matar, e ter ameaçado o Justin com isso, não entra na minha cabeça. Aquele homem cruel sabe de algo que ainda não sei sobre Justin....

 

       Juntei todas as informações dentro de mim e me sinto menos nervosa e angustiada por elas, agora só permanece uma grande e gritante dúvida dentro de mim. O que motivou o Justin a fazer tudo isso, a se submeter a todas as coisas que ele claramente queria fugir? 

 

     Tirei uma mecha de cabelo que estava caindo no meu olho e respirei profundamente, sentindo meu coração bater forte e minhas mãos tremerem levemente. Justin me olha como se já tivesse dito tudo e apenas esperava me ouvir dizer que o entendo ou algo parecido. Mas para mim, as coisas ainda não ficaram totalmente esclarecidas, e apesar de ele achar, tem algo que não foi dito ainda aqui e eu mais do que ninguém preciso saber. 

 

      Se Jason já sabe, tanto que chegou ao ponto de chantagear Justin com isso, estou no meu total direito de saber também. 

 

     Me sinto levemente apreensiva com a pergunta que está queimando na minha garganta, mas preciso soltá-la, nada fará sentido aqui se Justin não responder a minha pergunta. Olhei para ele, finalmente tomando a coragem que faltava para pergunta o que está rondando dentro de mim. 

 

   - Essa chantagem aconteceu por eles sabiam de uma coisa, eles sabem o que você sente em relação a mim...- Comecei a falar meio hesitante. - Mas eu não sei. - Mantive meus olhos no dele. - Então me diga, o que você sente por mim? - Joguei a pergunta que está me atormentando agora. 

 

     Eu poderia apenas aceitar tudo que Justin falou e fingir que essa questão não é a principal de tudo que aconteceu. Foi esse sentimento do Justin por mim que fez com que ele ficasse nas mãos de Jason e Emily, foi esse sentimento que o fez trazer justamente Kato de volta apenas para garantir que eu esteja cem porcento segura. Então eu mereço, eu preciso, saber que sentimento é esse e o que significa para ele. 

 

     Posso está sendo um pouco louca em pergunta algo assim justamente para o Justin, que sempre me disse algo como; Estamos juntos, não precisamos rotular sentimentos nem algo assim. Sendo que, conheço ele a quase um ano e até hoje jamais entrei nesse assunto, jamais quis colocá-lo contra a parede, o forçar a da alguma satisfação a mim, deixei Justin caminhar em seu tempo e ver como as coisas iam acontecendo. Eu tinha que entender, ele perdeu o grande amor da vida dele de uma forma trágica na sua frente, seu coração não foi simplesmente partido, e sim arrancado do peito com força. A minha missão aqui nunca, jamais, foi pressiona-lo a algo.

 

     Mas agora, não tem para onde correr, foi esse sentimento que Justin tem dentro dele que me garantiu viva esses sete meses sem nem eu ao menos saber. E é o que eu preciso ouvir para chegar a uma conclusão final. 

 

     Justin parece desconfortável com a minha pergunta e desvia o olhar de mim, encarando o chão. Dessa vez não vou mudar de assunto, não vou deixar para lá, preciso e quero saber, essa situação chegou num nível que fingir não haver nada, é quase igual a me afastar mais ainda. 

 

      Meu coração aguarda essa resposta, mas meu corpo está tenso e levemente angustiado com o silêncio do Justin e pela falta de conta visual. Eu poderia pegar alguma dica apenas o olhando nos olhos. Mas ele está bloqueando isso. 

 

      Não vou ficar para sempre esperando Justin, mesmo que eu o ame, não posso me permitir me magoar no futuro. Não é como se o fato dele ter sido chantageado fosse provar que no futuro ele não vai se cansar de mim e me mandar ir embora. Preciso de um garantir de que isso é algo com que se vale a pena arriscar, e só vou saber ouvindo com toda a sinceridade, o que ele sente por mim, e eu sei que tem algo, por que ele passou por muita coisa para me proteger e não faria isso atoa. 

 

     O silêncio já dura alguns poucos minutos, mas me sinto cansada de esperar e de querer saber mais sobre. Se Justin não se sente capaz de dizer, não sou eu que irei ficar forçando, talvez um dia ele consiga ou talvez não. Sinto muito, mas não posso ficar para sempre esperando. 

 

  -Então... Eu tenho que ir! - Murmurei tirando os olhos de Justin e ele levantou rapidamente o olhar para mim. - Agradeço muito o que você fez por mim esses meses, mas a minha vida já está andando. - Assenti com a cabeça tentamos me convencer das minhas próprias palavras. 

 

       Justin me encara agora como se eu fosse algum tipo de miragem ou algo surreal, pois seus olhos grudaram em mim de uma forma muito mais intensa. Ao invés de demonstrar algo, ele está sem reação e perplexo a me olhar, como se o fato de eu ter mencionado que minha vida está andando sem ele, o espantasse. 

 

     Nunca dependi de homem para viver, e uma hora eu teria que seguir em frente de um jeito ou de outro, programei toda a minha vida para isso de agora em diante, Christian até me convenceu a me escrever na universidade de New York, só para que eu ficasse longe o bastante de encontros repentinos com Justin por Atlanta. Eu passei para New York, e agora, mais do que tudo, justamente sabendo o perigo que corro estando aqui, quero ir embora. 

 

    Acho que seria legal o Justin saber disso, talvez seja até mais fácil para ele me ter longe, assim não precisa me proteger ou dizer o que há no seu coração. 

 

-Fui aceita na Universidade de New York, me mudo em duas semana! - Coloquei como certa a minha ida, mesmo que na realidade eu ainda estava em dúvida sobre ela, até hoje. 

 

       O olhar que Justin lançou para mim parecia de surpresa e nervosismo. Ele deve está surpreso por eu ter conseguido evoluir alguns passos sem ele, sendo que sempre foi eu quem se entregou mais a essa relação conturbada e anormal que tínhamos, acho que ele esperava que eu seria a primeira a da o passo a frente e quebrar esse espaço que há entre nós agora, mas dessa vez não será. 

 

-Você vai sair de Atlanta? - A voz dele saiu bastante baixa e incrédula, como se ele não pudesse acreditar em mim. 

 

-Sim! - Afirmei o olhando. - E è bom, assim você não precisa se preocupar em me proteger, pode focar na sua gangue, sei que seu rosto vai aparecer mais a frente agora que a escola acabou e não precisa se esconder. - Comentei sentindo um aperto no peito sufocante e Justin assentiu monotonamente concordando.

 

-Mas...

 

- Foi bom te ver, boa sorte na sua vida, fiquei feliz por você ter passado no colégio! - Pontuei finalmente conseguindo me mexer e pensei que irá despencar dos saltos quando dei o primeiro passo, minhas pernas estão extremante bambas. 

 

     Justin parecia agoniado com algo e colocou uma mão nos cabelos novamente, os segurando com força enquanto encarava o chão fixamente e parecia se martirizar sobre algo. 

 

-Foi graças a você, pelo o que fez por mim ano passado. - Comentou sem emoção nenhuma na voz e parecia imerso em seus próprios pensamentos. 

 

    Não acho que tenha sido por minha causa, eu não estava lá no resto do ano letivo para ajudá-lo, o que eu fiz foi apenas o início.

 

-Mas o mérito é seu! - Falei calma até demais para quem está sentindo o peito queimar em nervosismo. - Então, tchau! - Disparei me sentindo sem coragem de sair, mas preciso, antes que eu não tenha mais essa força. 

 

     Sai da frente do Justin decidida a ir embora, não só da festa mas também de Atlanta, parece ser muito mais difícil para o meu coração, ele ainda sente todo esse amor, porém, não posso me deixar levar por ele, não quero ter que sofre de novo e demorar mais meses e talvez anos para me recuperar. Preciso virar essa página de uma vez por todas. 

 

      Passei por Justin sentindo meu corpo relutar para isso, e fui em direção à porta, tentando me concentrar em apenas não tropeçar no vestido ou ficar aqui para ver o que mais pode acontecer. 

 

-Liz, você não pode ir! - Gritou chamando a minha atenção e parei imediatamente, não por vontade própria mas sim por puro instinto. 

 

      Me viro na intenção de entender melhor as palavras de Justin, ele as disse de uma jeito tão desesperado que meu coração quis sentir algo, mas não sem antes ouvir uma justificativa boa para eu não ir. 

 

      Ele pode falar que gosta de mim, que sou especial ou que se importa demais comigo. Essas coisas eu já sei de cor, por que ele me dizia antes e provou ser reais hoje, mas eu quero saber desse algo a mais que eu sinto que tem e que não sai de jeito nenhum da sua boca. 

 

 -Por que? - Perguntei seriamente, esperando uma boa resposta dessa vez, uma melhor do que apenas se importar comigo, ou me querer por perto. 

 

        Dessa vez isso não basta, não para eu ficar e me colocar diante desse amor novamente. 

 

        Ele me olhava como se isso fosse muito além do que buscava aqui hoje, aposto que ele achava que eu irá me deixar levar por apenas a verdade e que isso já bastaria para me me ver aos seus pés como sempre. Mas a única coisa que estou buscando aqui è o que ele tem dentro dele de verdade, por que eu sei que tem alguma coisa. 

 

     Justin parecia travado um pouco e levemente agoniado com as minhas perguntas fixas. Me mantive calada, parada no mesmo lugar e esperando uma resposta, quando Justin deu passos lentos na minha direção, enquanto mantinha seus olhos presos em mim com um jeito que nunca vi antes, e sinceramente, esse è o melhor jeito. Os olhos dele brilhavam na minha direção, o que os deixavam mais claros e cintilantes.

 

-Por que? - Sibilei repetindo a pergunta quando ele parou a menos de um passo de mim, fazendo eu perder um pouco do foco por está tão perto dele depois de tanto tempo. 

 

       Justin não tirava o olhar diferente e eu não conseguia parar de olhá-lo. Os sentimentos dentro de mim já estavam começando a aparecer e ficar durona não está quase adiantando para mais nada. Ele molhou os lábios, e tenho certeza que não consigo me mexer mais. 

 

  -Por que...- Justin começou a falar lentamente e assenti para mostrar que estou prestando atenção total em suas palavras.

 

         Basicamente è como se estivesse bem claro e óbvio na minha frente, mas meu coração precisa ouvir da boca dele exatamente as palavras que ele quer tanto dizer. Ele se mexeu dando mais um passo na minha direção, antes de falar alguma coisa. 

 

-Eu te amo! - Disse da forma mais incrível do mundo, e senti que eu iria desmaiar. 

 

-O que? - Minha voz quase não saiu e foi minha única reação. 

 

- Eu amo você pra caralho, sempre amei! - Afirmou suavemente. - Não sei dizer desde quando, mas é o que eu sinto, de verdade! - Disparou, como se tentasse me convencer disso e não sei nem se seria preciso. 

 

      Meu coração foi o único que conseguiu reagir de alguma forma e disparou no segundo seguinte as palavras que ouvi, já o resto de mim parecia em um estado muito maior do que o choque, è como se eu tivesse entrado em hipnose e o rosto de Justin junto com as suas palavras eram as únicas coisas que andavam na minha cabeça girando e girando sem parar. 

 

        Justin acabou de afirmar que me ama? 

 

      Juro que isso era a última coisa que eu esperava ouvi-lo dizer, mas foi dito com tanta verdade e sinceridade, que me fez perder o ar completamente e me deixar levemente atordoada. 

 

    Eu poderia dizer quantas vezes sonhei com o dia que Justin poderia sentir algo por mim mais intenso do que apenas gostar, eu esperava qualquer coisa, menos isso. Amo esse homem de um jeito que jamais saberei explicar, é algo tão intenso e desenfreado dentro de mim, que me domina complemente. E ouvi-lo confessar seu sentimento verdadeiro é mais do que impactante para mim. 

 

    Passei sete meses me julgando por ter me entregado demais para um garoto que jamais iria poder me corresponder, que jamais iria poder me amar do mesmo jeito, já que, o que me foi deixado claro desde o início, era que existe uma menina insubstituível no coração de Justin, e nada e nem ninguém, poderia removê-la de lá. O amor da vida do Justin é a Katharine, e foi isso que eu me forcei a lembrar todos os dias até agora.

 

     Não sei o que mais significante é em tudo isso, as palavras dele e sua coragem de assumir um sentimento que até então ele obviamente queria esconder, ou o fato de Justin ter se permitido amar de novo, e justamente comigo. 

 

      O sentimento dentro de mim não é só de surpresa, é também de um amor e uma felicidade enorme demais, que eu quase não consigo segurar dentro de mim. Eu poderia ouvir Justin dizer isso por horas e ainda seria surpreendente e bom demais para ser verdade. 

 

       As palavras me escaparam completamente, e mesmo que Justin me olhasse bastante desesperado para que eu diga algo, não consigo fórmulas nem uma frase direito. Não acredito que ele disse que me ama, não acreditou que o homem que eu amo sente a mesma coisa por mim, exatamente a mesma coisa. 

 

       A sensação é como se meu coração tivesse se completando aos poucos e vendo isso como a porta de início para tudo de verdade, tudo que eu já pude imaginar mas levei como meros sonhos idiotas de uma menina apaixonada.

 

      Abri a boca alguns vezes para dizer alguma coisa que prestes, porém, nem som saia. Tentei me concentrar para responder Justin que parece bastante nervoso pela minha falta de palavras.

 

-Eu também te amo! - Sibilei lentamente para ter certeza de que estou falando as palavras e me deixando entender. - Isso está muito na cara, né? - Perguntei retoricamente por esse sentimento praticamente gritar de dentro de mim a cada passo que dou. 

 

      Ele continuou olhando nos meus olhos, e até olhá-lo agora parece diferente, seus olhos estão mágicos demais e isso faz meu coração se aquecer numa sensação boa. 

 

-Eu só não acredito que fui o primeiro a dizer isso. - Murmurou balançando a cabeça, e não sei exatamente o por que, mas isso me fez ri com vontade, o fazendo sorri.

 

     É verdade, Justin Bieber disse as três palavrinhas mágicas primeiro que eu, isso é realmente um marco na história. Pensei seriamente que eu seria a primeira a deixar isso escapar, mas aguentei tão firme com medo de ser magoada, que ele acabou tendo que dizer. 

 

     Me sinto feliz além do normal, não por ele ter falado primeiro, mas sim por ter falado. Justin não é uma pessoa que demonstra muitos sentimentos e vê-lo expor tudo que sente para mim, me faz praticamente querer guardar esse momento para se repetir todos os dias. 

 

     Mesmo que eu não esperasse essa resposta dele, o fato de Justin me amar, com certeza explica o Jason querer me usar para atingi-lo, sei bem que Justin é muito intenso em relação a quem ama, entrou numa vingança enorme por conta do amor, e Jason sabe disso, por isso quis me usar. É tão estranho e doido, mas é exatamente o que aconteceu. 

 

       Parece que minha ficha está caindo aos poucos. 

 

     Parei de ri e analisei o rosto de Justin por alguns segundos, antes de falar. 

 

-Como Jason sabia disso antes mesmo de nós? - Perguntei intrigada e Justin bufou como se também se perguntasse isso. 

 

-Sei lá, talvez aquele filho da puta me conheça melhor do que eu mesmo! - Deu de ombros. - Isso não importa agora, ele está fodido por ter tentado mexer com você! - Rosnou mostrando sua raiva, me fazendo assentir. 

 

      Aposto que Justin deve está louco para fazer Jason pagar por todos esses meses de chantagem, e para ser sincera, quero bastante que ele o faça pagar, Jason é um homem nojento demais e parece não se cansar de querer fazer o mal aos outros. Sei que ele também é perigoso, mas acredito que Justin vai saber lidar com ele, e não tenho com o que me preocupar, Kato está de volta para por um pouco de controle na situação, como sempre faz. 

 

-Entendi. - Suspirei - E agora? O que é importante agora? - Questionei levantando uma das sobrevenhas, Justin sorriu maravilhosamente para mim. 

 

-Agora o que importa é você. - Falou e quase derreti quando ele tocou o meu rosto de leve com uma das mãos e acariciou o meu rosto com o polegar, o que me causou um frio na barriga diferente. 

 

        Se aproximou de mim lentamente, e rosou seu nariz no meu rapidamente, antes de encostar seus lábios contra aos meus intensamente, mas também de uma forma carinhosa e amorosa, causando um arrepio por todo o meu corpo. O beijo se iniciou calmo, como se ambos quisessem aproveitar o momento, mas ao mesmo tempo que eu sentia a vontade de me agarrar nele e matar toda a saudade que estou sentindo dos seus lábios doces e aveludados. 

 

    Sentir os lábios macios de Justin e o cheiro do seu perfume era tudo que eu queria esse tempo todo, como se fosse uma droga a qual eu estou completamente viciada e dependente. 

 

      Sinto que esse amor poderia me levar a loucura ao mesmo tempo que me levar a paz. Justin é exatamente a pessoa que eu preciso, mesmo com o seu jeito estável e sua vida confusa e atordoada, foi por ele que me apaixonei. 

 

    Beija-lo novamente depois de tantos meses mostra que, não importa o tempo que passe eu ainda vou sentir esse amor queimar dentro de mim cada vez mais forte. É tão louco saber que Justin sente o mesmo, parece que tudo isso é um sonho meu e não a realidade. Mas ter o Justin me beijando tão apaixonadamente como agora, me mostra que tudo é tão real como eu poderia imaginar, ou além. 

 

       Paramos o beijo, e eu me sinto quase como se estivesse pegando fogo, o ar dentro de mim sumiu por completo e meu coração batendo forte no peito. Acho que nunca nos beijamos assim, nem mesmo quando tinha todo os sentimentos envolvidos, mas claramente não eram como esse agora. 

 

-Vem comigo? - Perguntou ainda perto da minha boca, com sua testa encostada na minha, e quase não me deixando raciocinar direito. 

 

-Ir para onde? - Sussurrei. - Agatha está me esperando e..

 

-Kato vai cuidar de Agatha, pode deixar. - Garantiu se afastando um pouco para me olhar. - Essa escola já deu o que tinha que da, preciso ter você fora desse lugar! - Olhou ao redor e assenti concordando. 

 

      Imagino o quanto essa escola deve sufocar o Justin, foram muitos anos aqui, mais do que qualquer outro aluno, e até para mim, que até então adora estudar, está no ensino médio por tantos anos me tiraria do sério.

 

-E para onde vamos? - Perguntei por fim, ele deu um sorriso sugestivo. 

 

-Você vai vai ver! - Pegou na minha mão e retribui o sorriso. 

 

 

 

 

      Durante todo o trajeto eu pude reconhecer alguns pontos e já posso garantir que, para onde quer que Justin esteja me levando, eu já estivesse lá antes. 

 

     Eu devo ser a pior prima do mundo por deixar Agatha sozinha na sua grande noite, mas Justin garantiu que Kato explicará tudo a ela, e pelo visto, Agatha confia muito em Kato, já que ajudou a armar toda a minha ida para a formatura sem ao menos saber que além de Kato, eu iria encontrar o Justin também. 

 

      E bastante louco comparar em como a minha semana começou e em como ela está terminado, quase de maneiras tão diferentes que nem poderia ser dito que é normal. Na segunda feira eu estava recebendo a notícia da aprovação na Universidade de New York tendo que ver e abrir mão de muitas coisas para que isso acontecesse e o intuito era esse mesmo, deixar tudo para trás. E agora ir para New York está totalmente fora de cogitação para mim. 

 

     Não consigo parar de pensar também em como essa história louca foi acontecer, Justin disse que colocaram uma bomba na minha bolsa e preciso pergunta a ele algumas coisas sobre isso. Mas não agora. 

 

 

      Paro de pensar em todas essas coisas, quando o carro de Justin estaciona na frente daquela casa já conhecida por mim. Vim aqui uma única vez, mas jamais irei esquecer, foi quando ele pediu para que eu não saísse da sua vida, mesmo que o colegial acabasse, e mesmo que naquela época eu não confiasse muito nele, afirmei  que não o abandoaria. 

 

     Abro a porta da carro sem tirar meus olhos da casa bonita a minha frente. O motivo de Justin ter lutado até o fim naquele colégio, a casa da mãe dele. Me lembro que ele me disse que ela era mais importante do que eu poderia entender, e acredito que Justin deve está muito feliz em tê-la finalmente para si.

 

     Dou alguns passos em direção à casa e espero o Justin se aproximar para abrir a porta. Não sei o porque de ele me trazer aqui hoje, mas estou feliz que tenha, adoro essa casa, ela é tão bonita e aconchegante. Logo quando abriu a porta, passei pela mesma ainda em silêncio, natural por não ser preciso me explicar nada sobre esse lugar por eu já conhecer. 

 

    Parei no meio da sala e me virei para olhar Justin, que está parado a alguns passos de mim e mantem um olhar incrível.

 

-Lembra quando eu te trouxe aqui? - Assenti respondendo ele. - Lembra que eu te disse que essa casa era muito além do que eu poderia te dizer? - Assenti novamente e ele suspirou antes de andar passando por mim e indo se sentar no sofá. - Agora eu posso te dizer! - Concluiu me olhando. 

 

     Justin parecia pronto para revelar o seu último segredo para mim, o único que aparentemente continua guardado. Não consigo esconder a curiosidade e mexo meus pés, um pouco ansiosa para ouvi-lo falar. 

 

-Então diz! - Tentei não demonstrar muita curiosidade, apesar de eu está quase demonstrando em minhas feições. 

 

-Essa casa era para mim e para Katharine. - Confessou e meu queixo caiu de leve. - Logo quando eu descobri essa casa, eu tinha uns dezesseis anos, roubei a chave do escritório do meu pai, e trouxe a Katharine aqui e juramos que essa seria a nossa casa no futuro, planejamos tudo desse jeito que está agora..- Contou olhando ao redor. 

 

        Tento me manter firme, mesmo que esteja levemente surpresa. Era por isso que Justin não queria me contar na última vez que eu vim aqui, naquela época a Katharine ainda era a irmã do Justin para mim e soaria estranho demais ele falar que programou essa casa toda para ela. 

 

-Naquele dia tivemos nossa primeira vez e essa casa se tornou muito mais especial. - Juntou os lábios parecendo ficar um pouco distante por alguns segundos, e estou surpresa por ele está me confessando tudo isso que parece ser bem íntimo. - Mas aí ela morreu, e essa casa, todas as lembranças, só ficaram sem graça. Me irritava pra caralho vim aqui, mas eu vinha mesmo assim..- Me olhou. - E então fiz ficar do jeito que ela queria, como uma memória dela, do que da significou para mim, entende? 

 

-Sim..- Murmurei em resposta e Justin suspirou de uma forma diferente.

 

      Não consigo controlar o sentimento ao pensar que eles planejaram tudo isso aqui para um futuro que jamais iria existir, o destino deles foi mudado de uma forma violenta e nem deu tempo de refazer os planos. Estou impressionada com a coragem do Justin em me dizer isso, parece importante para ele, não só a casa, como também me falar dela. E estou aqui para ouvi-lo desabafar. 

 

-Pensei que eu iria conseguir seguir em frente se fizesse isso, mas na verdade, eu nunca segui. Tudo que eu fazia era por ela e para ela, o tempo todo, de uma forma obcecada, não havia uma outra merda na minha vida além de viver pela Katharine e por essa vingança! - Tentou colocar os seus sentimento nas palavras e eu vi a frustração.

 

-Sinto muito. - Lamentei, mostrando o quando tudo isso me deixa triste, o fato do Justin ter sido impossibilitado de ser feliz com a garota que amava, tudo por conta de uma mente doentia e cruel, que não fez questão nenhuma de pensar em quantas vidas a mais iria destruir ao matar a Katharine, ou já tinha a total noção disso e fez de propósito. 

 

 - Isso foi até você aparecer! - Me olhou novamente e me fez parar de respirar. - Eu sinto que posso seguir em frente agora, levar a Katharine como uma lembrança boa, de algo bom! - Deixou bem claro. - Não quero mais viver por ela, na verdade eu não consigo. - Balançou a cabeça como se isso fosse insano. - Eu pensei em desistir da vingança, se isso fosse proteger você! - Quase cai para trás. 

 

      Como assim desistir da vingança? Justin leva essa vingança como parte de si quase, e desistir dela parace ser extremamente fora da realidade. Ele está sendo sincero ao dizer isso, e não consigo esconder a emoção.

 

        Ele desistiria do que move ele, unicamente por mim.

 

      Meu coração não sabe nem mais como reagir a tudo que o Justin está me dizendo hoje, é tudo tão inesperado e surpreendente que me faz ficar um pouco fora de mim, não estou acostumada com tantas coisas vindo dele ao mesmo tempo, mas posso me adaptar a isso ao decorrer do tempo. Justin está se abrindo muito mais para mim agora do que qualquer outra vez na vida, parece que ele quer colocar tudo às claras entre nós e mostrar o que realmente sente por mim, como se dizer que me ama não bastasse. 

 

      Justin está considerando seguir em frente comigo, eu poderia me beliscar para ter certeza que não estou dormindo. 

 

    Nunca pensei em ouvir isso, exatamente por causa ela, pela Katharine, por ela ser a primeira e única no coração dele, mas Justin esta reorganizado isso, dando um espaço para mim  também, mas sem apagar o que ela significou para ele. E eu não quero que o Justin apague a Katharine, ela foi tão grandiosa na vida dele, que eu jamais poderia querê-la fora. 

 

      Me sinto feliz por Justin me querer tanto dessa forma, mas me sinto devastada por essa casa, pela história toda, e não estou falando da história de Jason querer me matar, e sim por Jason ter matado a Katharine. É tão difícil para mim aceitar, que essa garota teve que morrer para que eu entrasse, me sinto como se estivesse roubado a vida dela, ao mesmo tempo que essa parece ser exatamente a minha vida, como nunca senti antes.

 

       Não quero ter que pensar no que seria se a Katharine não tivesse morrido, com certeza Justin e ela estariam casados ou noivos, e morando nessa casa, ele sem está no crime, trabalhando dignamente, ela fazendo que gostava, e os dois vivendo a história de amor que lhe foram prometida. Mas uma avalanche apareceu e acabou com todo, por fim, ainda surge eu, no meio de uma história que não tinha a mínima noção, e fui jogada no centro dela, quase como uma substituta da Katharine, alguém para ocupar o lugar dela, e me sinto mal com isso.

 

-Baby, não chora, você sabe como eu fico te vendo chorar. - Justin disse ficando de pé e vindo até a mim. Nem ao menos notei que já chorava de forma intensa.

 

      Me sinto uma oportunista por está nessa casa, nessa história, mas meu coração faz eu pensar que estou onde eu sempre deveria está, como se fosse meu destino, mas eu não queria que meu destino fosse feito em cima da morte dos outros. Eu não sou assim e não quero que a minha vida seja assim.

 

-Ela merecia isso tudo, seu amor, essa casa, a vida. - Lambi os lábios sentindo as lágrimas quentes descerem pelo meu rosto. - Eu pareço uma intrusa, alguém que foi colocada erradamente na história, ninguém esperava por mim, nem sabiam que eu existia, talvez nem soubessem se a Katharine não morresse! - Sentia meu peito queimar. - Eu me sinto péssima, por que eu amo você, mas ela é quem tinha que está aqui nessa casa! 

 

       Olhei ao redor para a mobília bem decorada, e eu deveria ter notado desde o início que tudo tem um toque um pouco feminino e moderno demais. Está na cara que uma menina jovem programou tudo isso. 

 

-Não, ela não tinha que está, sempre teve que ser você! - Passou o polegar pelo meu rosto tentando limpar as minhas lágrimas e me convencer do que falava. - É isso que está fazendo eu aceitar a morte agora, é saber que ela morreu para que você entrasse na minha vida. - Olhei para ele, nos seus olhos incríveis. - Se eu tivesse que voltar atrás, antes da morte dela, eu não acho que mudaria alguma coisa, aquilo me tornou mais forte, fez eu ver tudo que estava escondido em volta de mim, me fez ter coragem, garra, e me trouxe você! - Segurou meu rosto com as duas mãos. 

 

     Fico completamente sem fôlego com o seu toque e não consigo pensar direito, apesar de que as palavras dele me deixaram angustiada. Ele está querendo dizer que deixaria tudo acontecer só para me ter em sua vida? 

 

   - É o que tem que ser, eu amei ela e te amo agora! Se eu tivesse que passar por todas essas merdas, para encontrar como você, eu passaria de novo. - Disse lentamente. - Katharine não morreu em vão! - Deu ênfase. - Claro que aquele filho da puta que a matou vai pagar por isso, ela era boa demais para ter o fim que teve, e ela merece que eu vingue cada bala que foi colocada no peito dela! - Olhou para mim de cima a baixo, antes de parar nos meus olhos novamente. 

 

        Não sei medir a intensidade das palavras de Justin e os efeitos que ela está me causando, mas sinto como se estivesse anestesiada de toda a dor da culpa, toda a dor de está me envolvendo com alguém e amando ter conhecido, sendo que esse encontro partiu da morte de uma menina. Era esse o ponto da nossa história que eu sempre odiei, tenho conhecimento que se a Katharine estivesse viva, eu não estaria com Justin, foi a morte dela que me trouxa até ele, e se Justin não está triste ou revoltado com isso, não irei ficar também. 

 

    Mas preciso dizer algo, que parece a única coisa que ainda me deixa tonta. 

 

-A Katharine não sabia que podia morrer, mas eu sei que posso, de alguma forma no meio dessa guerra! - Afirmei seriamente e funguei. - E sabendo que pode acontecer, quero que você me prometa. - Passei uma das minhas mãos no rosto dele. - Se Jason conseguir o que quer, você não vai se vingar, ou ir atrás dele, esse cara não vai parar nunca se ver que você ainda está de pé, e isso vai acabar te destruindo! - Respirei fundo me sentindo mal. 

 

   Pode acontecer comigo também, da mesma forma que Jason matou a Katharine ele pode me matar, já tentou isso e quase conseguiu. Só quero que Justin prometa que não vai continuar nesse ciclo vicioso de Jason, ele é uma maníaco e quer usar Justin para se divertir, não posso permitir isso. 

 

-Não, por que ele não vai tocar em você, não vai chegar nem a porra de um metro de você! - Aumentou o tom de voz se irritando. - Eu fiz tudo errado da última vez que Jason colocou alguém que eu amava em perigo, agora, se ele quiser te ferir, eu acabado com ela...- Rosnou tão seriamente que parecia uma grande promessa.

 

     Ela? Do que Justin está falando? 

 

-O que? - Perguntei não entendendo e Justin respirou fundo fechando os olhos, como se tivesse falado um pouco demais. Quem é ela?

 

-Não é nada que você tenha que se preocupar, Ok? - Voltou a me olhar de um jeito doce  e assenti vendo que esse assunto parece bem sério. 

 

-Obrigada pelas coisas que me disse. - Agradeci me lembrado das palavras de minutos atrás. - Me sinto melhor sabendo que não sou um step, sei lá. - Sorri envergonhada por Justin está me encarando. 

 

-Tudo bem, posso garantir que você não é um step, baby. - Sussurrou perto do meu ouvido, antes de depositar um beijo perto da minha orelha. 

 

    Céus, como eu senti saudades dele me chamando de baby. Isso me deixa completamente perdida. 

 

    - A Katharine não vai está mais entre eu e você, pode ter certeza disso! - Passou uma das mãos pelos meus cabelos, enquanto permanecia perto da minha orelhas. - Ela foi a garota que amei  e você é a garota que amo agora! - Garantiu docemente. - Nada e ninguém nesse mundo vai mudar isso. - Se afastou um pouco, ficando na minha frente a centímetros dos meus lábios. - Eu amo você! - Me beijou com urgência e segurando as minha nuca me puxando mais para si. 

 

      Meu coração não parava de pular e a sensação de está com Justin me completa, como se fosse uma parte que faltava de mim esse tempo todo, cheguei à conclusão de que não consigo viver sem o Justin e esse amor que sinto por ele, é o que me fez bem, mesmo com todos os obstáculos e desafios, estou disposta a enfrentá-los por ele e por nos, é o que eu preciso para viver, e jamais irei abrir mão disso.  

 

 

 

 

 

 

  P.O.V Emily Scott.

 

 

 

    Apenas uma hora para o grande momento da minha vida, todo o caminho que trilhei e construí até hoje foi exatamente para viver esse dia, o dia que vou casar com o Justin Bieber, o amor da minha vida. 

 

    Eu não poderia esta mais feliz do que agora, daqui a pouco eu serei oficialmente a mulher do Justin e nada irá mudar isso, depois que ele dizer sim e aqueles papéis forem assinados, tudo que o Justin poderá fazer é se dedicar a mim, unicamente a mim. 

 

     Dedico esse dia a Katharine, a Nina, a Candy, a Clarie e a Liz , as vadias que tentaram se aproximar do Justin e não deu tão certo como esperavam, pelo menos três delas estão mortas, as outras não tiveram a audácia de voltar a aparecer sabendo o que sou capaz de fazer. Mas nenhuma dessas todas foi tão forte quanto a Katharine, matar aquela desgraçada foi a melhor coisa que já planejei, eu só tinha quinze anos, mas na minha cabeça, aquele era o momento certo para da um fim a vidinha daquela nojenta e pegar tudo o que era meu por direito. 

 

      Aposto que no fundo ela sabia bem quem eu era e no que eu poderia me transformar, ninguém é tão bom e legal daquele jeito, nem muito menos ela. Katharine deveria ter ideia que poderia morrer pelas minhas mãos, mas só se negou a ver isso. Bobinha. 

 

      Agora aqui estou eu, prestes a me casar com quem eu amo, fazendo a minha história e meus sacrifícios valerem a pena, Katharine morreu, nunca poderá realizar isso, já eu, estou a uma hora do grande momento. 

 

        O vestido mais caro, a festa mais luxuosa, tudo para mim, para a garota que teve que passar por cima de tudo e de todos para conseguir o que queria. Hoje é dia de comemorar todas as minha vitórias na maior delas. 

 

     Eu poderia ficar horas e horas olhando esse vestido lindo, repleto de pedras, com uma calda enorme e volumoso como o de uma rainha, eu sou uma, sou a rainha dessa cidade. Estou mais linda do que nunca hoje, se Justin ainda não revelou o seu amor por mim, esse momento está mais do que próximo, não tem como resistir a minha beleza. 

 

      As mulheres que davam os últimos retoques no meu vestido estavam quietas e ela nem deveriam tentar falar algo, já viram como tratei a menina que fez o meu cabelo e que teve a audácia de dizer que eu deveria prender os cabelos porque ficaria melhor, é o meu casamento eu escolho o que fica melhor e meus cabelos soltos são muito mais bonitos. 

 

      Olho para o lado e minha mãe está novamente reclamando com a mulher da maquiagem, pela sétima vez em dez minutos. 

 

-Menos blush menina, não quero parecer uma palhaça! - Exclamou, a moça recuou um pouco antes de assentir e continuar a fazer a maquiagem. Resolvi me pronunciar. 

 

-Não tem como melhorar sua cara de velha, mãe. - Resmunguei e ela me olhou cética. - Você já não é mais tão bela. - Cometei casualmente, voltando a olhar para o espelho em minha frente e vendo como estou deslumbrante. 

 

-Não ache que só porque está cheia de cirurgias que uma hora elas não vão cair. - Debochou amarga. - É a lei da vida, querida, mas com você vai se aplicar muito pior por ser tão má! - Latiu tentando me provocar. 

 

-Má, eu? - Indaguei com o tom de voz elevado e minha mãe gargalhou alto o suficiente para deixar todos surdos. 

 

-Sim, Você! - Apontou para mim e fez um gesto banal para a moça da maquiagem sair. - A mente por trás da desgraça da própria prima! - Sibilou andando até a mim com passos lentos e arrastando a barra do seu vestido vinho, pelo chão de madeira.

 

       Olha bem quem fala em desgraçar a vida da própria prima, me lembro todos os dias que minha mãe não só foi culpada, tenho certeza que sim, pela morte da mãe da Katharine, como também roubou o marido da prima e depois se casou com ele. Como ela acha que eu deveria agir com esse belo exemplo de bondade?

 

-Não quero lembrar disso, hoje estou apagando todas as memorarias do passado! - Ignorei a aproximação de Queen e suas palavras.

 

     Estou mais do que decidida em esquecer todo o passado, da Katharine a Liz, tudo que passou de problemas na minha vida será descartado, agora eu viverei unicamente para o meu marido, a menos que apareça outra piranha, o que eu acho bem difícil com Justin tendo que comer na minha mão. 

 

-Você não tem medo dela puxar seu pé a noite? - Queen ironizou cruzando os braços e olhando para mim através do espelho que esta na minha frente. 

 

-Não acredito em fantasmas! - Contrapus, não querendo ouvi-la falar sobre a Katharine bem agora. 

 

-Pois deveria, já que acredita tanto nessas vozes. - Gesticulou banalmente, soando como uma piada para si. - São quase como fantasma. 

 

     Usou uma simplicidade na voz e tentou arrumar as pontas dos meus cabelos que estavam ondulados sobre meus ombros encostando no vestido tomara que caia. 

 

-É algo muito diferente. - Murmurei entre dentes já me sentindo incomodada com minha mãe. - Por que você insiste tanto em falar da Katharine? Esquece essa garota, ela morreu, já era! - Reforcei para caso minha mãe não se lembre desse fato. 

 

       Katharine está morta e enterrada, todas as coisas que restaram delas eu fiz questão de destruir, não sobrou mais nada, nenhuma lembrança e nenhuma ideia de quem ela era, e logo todos se esqueceram também. É o que acontece quando as pessoas morrem, elas são apagadas. 

 

-Morreu para você e para o mundo, mas para os outros e principalmente para o...- Olhei com um olhar cortante para Queen querendo impedi-la de continuar essa frase. 

 

       Não quero saber da Katharine, hoje é o dia do meu casamento e essa é a única coisa que importa agora, nada mais. Antes que eu pudesse disparar alguma coisa venenosa para a minha mãe, Melissa, Dakota e o pequeno pirralho, asqueroso, Christopher,entraram   pela porta da sala já devidamente vestidos. 

 

-Não consigo nem andar. - Dakota reclamou baixo. - Essa porra é apertada. - Tentou ajeitar o vestido midi que ia ate metade da sua coxa e estava justo, do jeito que mandei para todas. 

 

-Olha só, não é que ficou bom! - Ri divertidamente da cara da Dakota, que está extremamente bonita, confesso, mas esse vestido realmente não combina com o seu jeito de ser. 

 

      Escolhi rosa choque para todas as minhas madrinhas exatamente por ser a cor que Dakota mais detesta, queria ver essa tagarela chata passando por isso, e está sendo tão impagável quanto pensei. 

 

-Obrigada! - Sorriu forçado para mim e bufou em seguida. 

 

-Sua amiga Ananda está lá fora com os meninos. - Melissa avisou, enquanto estava inclinada para frente e tentava ajeitar a gravata do pequeno insuportável. 

 

    Até que Chris estava uma gracinha, pena que tenho um nojo tremendo desse moleque mal educado, mas até que serve para entrar na igreja. Eu quero todos que eu mais odeio presentes hoje para ver o meu triunfo, eles terão que admirar não só a minha beleza, mas também toda a minha vitória. 

 

-Deixe ela lá, aquela vadia adora uma atenção! - Falei puxando um pouco do decote para cima. 

 

-Não me admira ser sua amiga. - Queen Disparou antes de pegar sua bolsa em cima da mesa e ir em direção à porta. - Vou esperar lá fora e ver se Jason já está chegando! - Comentou como se o que acabastes de falar não fosse uma tremenda afronta.

 

      Essa cobra que eu tenho como mãe não aprende mesmo a não me provocar. 

 

     Ouvi um som leve de risada e olhei imediatamente para Dakota e Melissa, que fingiram nem ter prestado atenção no que Queen disse. Voltei a prestar atenção no espelho e me admirar mais ainda.

 

-Dak. - Melissa sussurrou e mantive meus ouvidos atentos. - O que está acontecendo entre você e o Nash? - Perguntou curiosa. - Vi o jeito que ele te olhou, e não sou idiota.

 

-O que? Nada. - Sussurrou de volta e parecia indignada. - Não viaja, vamos focar no casamento do Justin agora. - Pediu visivelmente incomodada com o comentário de Melissa. 

 

       E ela está certa, nada mais importa hoje, o meu casamento e eu somos a única coisa que tem que ficar no centro das atenções. Já posso sentir todos os olhares de inveja quando eu entrar deslumbrante naquele parque, indo em direção ao amor da minha vida, ao homem que sempre, sempre foi e será meu. Não importa quem quis ou quer tirá-lo de mim, quanto mais tentar lutar mais alto será o tombo, por que eu não vou desistir de morrer ao lado do Justin, com noventa anos, ou com dezenove anos. 

 

     Hoje é o meu dia e é melhor ninguém querer roubar os holofotes de mim. 

 

P.O.V Liz Blue. 

 

    A luz do sol está diretamente nos meus olhos impossibilitando de eu mantê-los fechados ou conseguir continuar a dormir, mesmo que eu quisesse bastante. Abri os olhos com certa dificuldade por conta da claridade, encarei o relógio na parede na minha frente enquanto tentava organizar meus sentidos. Sentei na cama imediatamente ao ver que já são quase oito horas da mãe. Meu Deus, as tias devem está preocupadas comigo. Nem imagino que desculpa Agatha deve ter dado para me acobertar, eu deveria ter ligado. 

 

       Passei os olhos por todo o quarto, e notei que Justin não está aqui, nem ao menos a sinal dele. Sinto algo diferente no estômago, uma espécie de pressão estranha. Hoje é o casamento dele, ou melhor, o casamento armado por Emily em cima de uma chantagem. Eu nem perguntei o que Justin pretende fazer em relação a isso, mas não consigo evitar de sentir um frio na barriga diferente por não encontrá-lo aqui agora. 

 

      Peguei meu celular que estava jogado junto à minha pequena bolsa no chão ao lado da cama e tentei ver quantas mensagem ou ligações da minhas tias tinham, e por incrível que pareça, não há nenhuma delas. Suspirei mexendo nos cabelos e notando  que as únicas mensagens e ligações eram de Christian. Aperto para responder a mensagem e nem ao menos sei o que colocar, ele estava perguntando onde eu estou e por que não dormi em casa, sei que Christian é meu amigo, mas não preciso ficar dando satisfações a ele, ao mesmo tempo que me sinto mal em não dizer onde estou, ele foi quem mais me apoiou e me ouviu nesses meses que passei, não seria justo ignora-lo. 

 

     Aperto sobre o número de Christian para ligar e contar logo onde estou e não deixá-lo preocupado com isso, seja lá o que Agatha contou as minhas tias, não deve ter convencido ele, que sempre aparece na minha casa de manhã cedo. 

 

-O que está fazendo? - Ouvi a voz do Justin e desliguei o telefone por puro impulso antes mesmo de começar a chamar na linha. 

 

       Olhei para ele que estava parado na porta me encarando com um olhar curioso. Não sei por que agi como se estivesse cometendo um crime, mas foi inevitável. Christian trabalhou para Justin e foi despedido, preciso contar sobre a minha amizade com ele, mas isso depois e com calma, não sei como Justin pode reagir me tendo perto de um dos meus ex seguranças, mas com toda a certeza do mudo não foi Christian que colocou aquela bomba na minha bolsa. Eu conheço ele. 

 

-Você está aí! - Respirei aliviada por ele ainda está aqui e fingindo não ter agido de forma estranha com o telefone. 

 

-Estou? Por que? - Levantou uma sobrancelha bastante confuso com a minha pergunta. 

 

        Nem sei porque razão achei que ele não estaria, depois de tudo que me disse na noite de ontem, eu não deveria achar que Justin tivesse ido, por qualquer razão que seja, até o casamento, apesar de que ele deveria pelo menos ir falar com Emily e avisa-la de que não irá haver casamento. 

 

-Porque falta menos de meia hora para o casamento e..

 

-E você acha que eu vou aparecer? - Questionou aos risos, levando as minhas palavras como uma grande e engraçada piada.

 

      Eu estou falando bastante sério, achei que Justin iria nem que fosse pra avisar a Emily que todo o seu plano cruel não dará mais certo, e impedi-la de ir até o local do casamento e passar uma enorme vergonha em frente aos convidados. Mas pelo sorriso maldoso que Justin abriu depois de ri bastante, mostra que os planos dele são outros.

 

-Justin, você não vai avisar a Emily que não haverá mais casamento? - Nem posso considerar isso uma pergunta já que está estampado no rosto bonito de Justin, que sustenta um sorriso maldoso como de uma menino travesso. 

 

-Óbvio que não! - Deu ênfase com um olhar brilhando em crueldade. - Aquela vadia queria uma casamento, ela vai ter um. - Balbuciou e em seguida riu mais ainda.

 

      Não entendi bem o que Justin está querendo dizer, mas fiz um gesto para que ele continuasse a elaborar suas palavras e me contasse exatamente o que tem em mente. 

 

-Emily já deve está até pronta a uma hora dessas! - Olhou no relógio em seu pulso. 

 

     Justin está com um olhar bastante cruel, e ao invés de eu sentir medo, estou começando a achar que isso não é nem metade do que ele quer demonstrar em relação a Emily, não posso imaginar o tamanhos da raiva e rancor que ele sente dela por tudo que nos fez, e realmente, não estou muito afim de saber para não ficar preocupada. 

 

-O que pretende fazer então? - Cruzei os braços, Justin deu de ombros como se fosse bem simples. 

 

-Vou deixá-la plantado no altar. - Comentou, e meu queixo caiu. - Faz parte do plano, todos estão agindo como se fosse acontecer, mas não vai. - Negou lentamente esboçando um sorriso vitorioso para mim. 

 

-Ela vai vai surta. - Falei lentamente. - Justin, isso não é o melhor se fazer! - Comecei a ficar preocupada. - Emily tem um ego e uma alto confiança enormes, se você larga ela no altar, as coisas só vão ficar piores! - Expliquei o meu raciocínio enquanto olhava para ele com os olhos levemente arregalados só de pensar no escândalo que Emily vai fazer. 

 

      Se Emily se ver abandonada no altar, é capaz dela ficar pior do que já está mentalmente e isso pode ser bastante perigoso, aliás, não estou afim de ter ela querendo se vingar por achar que eu sou a grande culpada pela não realização do seu casamento, sendo que sei bem que a culpa já cairá sobre mim de qualquer forma mesmo, mas se ela fosse avisada antes de passar uma vergonha, seria melhor. 

 

     Emily é louca e doentia, tem essa obsessão pelo Justin e já se mostrou capaz de tudo para tê-lo, deixá-la plantada no altar só irá intensificar essa fúria, e eu tenho total certeza de que Emily não irá desistir até nos atingir de novo, para ela isso é um grande jogo onde só termina quando a mesma ganhar, até lá isso não acabou. 

 

-Emily não e perigosa sem Jason, e a ajuda dele está vetada por um segredo que descobri. - Disse indiferente e se sentou na beira da cama de costas para mim.

 

-Mas mesmo assim. - Me aproximei dele me esticando pela cama. - Emily e Jason não sabem que você descobriu seja lá o que for, e se você larga-la sem dizer nada eles podem tentar fazer alguma coisa! - Gesticulei para tentar me fazer entender e Justin olhou levemente para mim. - Eu estou aqui com você, mas minhas tias estão em casa, e se ela mandar alguém até lá? - Não escondo o nervosismo na voz e Justin acena com a cabeça concordando comigo. 

 

      Minha única preocupação é que a Emily machuque mais alguém por conta das suas loucuras, se Justin garantiu que sempre teve alguém me vigiando, quem garante que a minha família não irá vira alvo se não for explicado a Emily que a chantagem acabou? Mesmo que eu queira o Justin bem longe daqueles dois malucos, ele precisa encontrá-los e dizer que está por cima novamente, só assim todos poderiam ter um pouco de segurança, pelo menos por agora. 

 

-Baby, vai por mim, se eu aparecer lá eu mato aquela vadia, e não quero fazer isso agora que estou calmo. - Rosnou tentando não se render às minhas palavras, mesmo vendo que elas estão mais do que certas.

 

        Sei que Justin está sendo sincero, se ele ver a Emily é capaz de querer se vingar de outra forma e isso pode acabar em tragédia. Mas não tem outra solução, Emily tem que saber que não tem como fazer mais nada, só assim deixar a gente em paz, pelo menos por enquanto, eu não me iludo muito em pensar que ela irá desistir tão fácil, assim que se recuperar desse tombo, ela irá atacar novamente. 

 

-Já sei! - Justin se levantou da cama e me olhou. - O Kato, ele vai contar a ela. - Abri a boca para questionar mas a fechei novamente. Justin realmente não quer aparecer lá de jeito nenhum, mas sugerir Kato como um meio? 

 

         Ainda é estranho para mim ver Justin precisar tanto do Kato, isso é bem raro e confuso, mas os dois parecem ter se unido e revisto algumas diferenças do passado. Não sei exatamente o que os fez começar a brigar, mas desde que eu surgi isso se intensificou, infelizmente eu e minha falta de noção acabaram dificultando mais a relação entre eles, mas agora, os vendo trabalhar juntos por algo, me faz sentir uma sensação boa no peito. 

 

-O Kato..- Comecei a falar. - Ele voltou para a K? - Não contive a curiosidade e Justin negou rapidamente.

 

-Eu não volta atrás nas minhas palavras, Kato está fora e Ryan está oficialmente em seu lugar! - Afirmou sem rodeios. - Mas isso não significa que não preciso daquele babac..- Se interrompeu vendo a minha cara feia ao notar o que iria dizer. - Eu preciso do Kato para te proteger, então é por isso que ele está aqui! - Disparou fazendo um gesto banal e indo até a mesa do canto pegar o seu celular. 

 

-Isso não foi nem de longe uma ideia sua né? - Levantei o olhar de forma petulante e Justin não fez cena ao assentir concordando comigo. 

 

-Com toda a certeza não. - Deixou claro se virando para mim. - Foi Melissa quem pensou, ela sabia que eu não iria pensar em negar se isso envolvesse proteger você. - Apontou para mim e lhe dou um sorriso. - Mas não ache que foi fácil ligar para ele, principalmente sabendo o que sente por você. - Esclareceu com um olhar rígido e bufei saindo da cama e me colocando de pé, não ligando a mínima por está apenas de calcinha e sutiã.

 

-Não é o mesmo amor que sinto por você, eu e ele sentimos um amor de irmãos, o mesmo que você sente por Melissa! - Exemplifiquei, tentando fazer um coque no meu cabelo. - Pode ter disso! - Assenti para as minhas próprias palavras. 

 

     Meu sentimento por Kato atingiu um nível muito diferente de apenas gostar ou se sentir atraída, ele é alguém que me importo muito e quero o melhor sempre, sei que um dia ele vai encontrar alguém que ama de verdade. 

 

     Justin me olhou com um meio sorriso encantador e parecia ter gostado do que eu disse, mas não sei exatamente do que ele gostou tanto para está com esse olhar tão lindo e significativo.

 

-Adoro quando você diz que me ama. - Disse lentamente com uma voz sedutora. - Assim como adoro ver você sem roupa! - Me olhou de cima a baixo e ri de leve. 

 

-Aé? - Lancei um olhar debochado, ele assentiu. - Então vou repetir de novo! - Sorri indo a direção dele e parei em sua frente, Justin manteve os olhos em mim e alternava entre meus olhos e minha boca. - Eu te amo. - Balbuciei colocando meus braços em volta do seu pescoço. 

 

     Aproximei meu rosto do dele com a intensão de beija-lo, mas me afastei antes de encostar nossos lábios e andei para o outro lado, deixando o Justin com uma cara séria para mim por eu não ter continuado o que ia fazer. 

 

-São quase oito horas, liga para o Kato! - Apontei para Justin, usando um sorriso fofo e ele me fuzilou com os olhos. 

 

-Baby, baby, não me provoca! - Me repreendeu me olhando de cima a baixo e dei de ombros. 

 

-Quanto mais rápido você ligar, mais rápido eu poderei te beijar! - Falei casualmente e me sentei na cama olhando para ele, que continuou sério antes de começar a mexer em seu celular. 

 

 

 

P.O.V Emily Scott.

 

      Oito horas é o que diz o relógio no painel do carro. Chegou a hora, o grande momento, o meu momento. Por mim eu já estaria lá fora e entrando pela tapete vermelho entre as pessoas, mas tenho que esperar o aviso e isso já está me deixando nervosa. 

 

     Olho para Jason que está mexendo no seu celular e não ligando a mínima para mim, para falar a verdade ele nem falou comigo desde que chegou. Sei que deve está irritado por eu ter falado da tal pessoa que ele procura, mas eu só estava brincando, enquanto essa pessoa se manter longe do meu caminho, ela pode ficar em anonimato.

 

      Minha mãe olhava para as unhas e parecia impaciente, diferente de Jason ela já disse uma série de coisas que não são necessárias de verdade, por exemplo, que não gostou das cores das flores e nem do lugar, e que odeia festas de dia. 

 

     Se não tiver uma reclamação desnecessária nos seria a Queen Johnson. 

 

  -Jason! - Bati no ombro dele para receber uma atenção, ele me olhou brevemente com um olhar sério e mostrando que não queria está aqui. - Sinto muito por a garota está fugindo de você, seria legal ter sua namorada aqui! - Fui sincera. - Isso se ela souber que é sua namorada né, por que não está fugindo de você atoa. - Dei de ombros.

 

      Ao invés de Jason ficar menos emburrado, ele me olha como se eu tivesse falado uma coisa muito maldosa ou de péssimo gosto. O que foi? Jason aceitou sequestrar e matar  a última pessoa que disse amar, o que eu posso esperar dessa? 

 

      Apesar de eu não fazer ideia de quem ela é, já me foi avisado, e também não seria nem preciso, sobre o quanto achá-la é importante para Jason, mas ele não usa seus homens ou seu poder como dominante de metade de Atlanta. Meu irmão age como se ela, seja lá quem for, fosse aparece na frente dele ou sei lá. Não sei o que faz Jason pensar ou agir dessa forma, mas se ela está fugindo dele deve ter medo, então para que não atacar de uma vez?

 

       Homem apaixonado age de forma mais idiota do que as mulheres, olha para mim, usei tudo o que eu tinha em mãos para conseguir o Justin e não poupei esforços. Se para casar comigo ele teve que fazer isso ameaçado, que seja, contanto que daqui a poucos minutos esteja casado comigo. 

 

-Emily não provoca ele! - Queen mandou puxando meu braço para trás. - Aliás, que eu gostaria de conhecer essa menina. - Pontuou curiosa e assenti sabendo que obviamente ela iria querer. 

 

-Parem de falar merda, eu não tenho namorada porra nenhuma. - Jason mandou com a voz seria e olhei de lado para Queen que revirou os olhos. 

 

       Jason nunca assumiu se era mesmo uma menina, mas pelo o pouco que descobri e pela forma como ele fica assim que falamos sobre ela, entrega logo que é verdade e que estou certíssima em pontuar essa garota como uma pessoa bem única por fazer Jason se apaixonar de novo, sempre pensei que ele iria morrer amando só a Katharine, aí me surge essa garota misteriosa, fugindo dele, e que ele não consegue nem me ver falando sobre. 

 

     Juro que gostaria de saber mais, porém, tenho muito mais o que fazer agora, tipo me casar.

 

 

     O carro se manteve em silêncio pelos minutos seguintes e eu já não estou mais aguento ficar trancada dentro desse carro esperando. Já são oito e quinze da manhã e nada de alguém aparecer e me tirar daqui. 

 

     Pelo fato de o noivo não poder ver a noiva antes do casamento, fiquei na casa de Jason ontem à noite e só hoje de manhã fui para a casa de Justin sabendo que ele iria se arrumar em outro lugar. Não falei com ele ainda desde ontem a noite, mas Dakota me garantiu que ele estava se arrumando. Só não estou entendendo por que tanta demorar para começar logo isso, eu odeio esperar.

 

      Eu já estava prestes a abrir a porta e sair, quando um segurança fez isso e avisou que eu poderia ir. Senti um alívio tremendo ao ouvir aquele homem falar, não que eu ache que Justin terá coragem de da para trás justo agora, se ele quiser que a nerd continue viva, é melhor mesmo ele está pronto para dizer sim. 

 

     Não me sinto nervosa e sim extremamente feliz e realizada, esse é o grande momento da minha vida e nada e nem ninguém irá destruí-lo. Lutei com todas as minhas forças para fazer isso acontecer, e tinha que acontecer. Desde aquele dia que Justin pegou os meus livros isso estava destinado, ele seria meu e eu seria dele, nada mais no mundo iria importar. Confesso que não queria que Justin soubesse que matei a Katharine, aquilo lá foi só um pequeno gesto para mostrar que ninguém tentar entrar no meu caminho, mas contar a ele serviu para que tudo andasse corretamente durante todos esses meses de planejamento.

 

      Esse momento é o mais esperado da minha vida, o início da minha felicidade completa e nada irá estragar isso. Estou pronta para me tornar a senhora Bieber e manter esse homem para mim por todo o sempre, e caso ele não queira, sempre há opções de forçá-lo, mas eu sinto que ao decorrer desse casamento, Justin vai se lembrar do que sentiu quando me viu pela primeira vez na minha casa, eu sei que ele gostou de mim naquele momento e só se deixou enganar pela beleza e charme da Katharine. 

 

     Mas ela morreu, e agora não há mais nada tão forte entre mim e Justin, ninguém será como a Katharine, além de mim. O formato do meu rosto é igual ao dela, o sorriso, e outras coisas que eu sei que Justin é capaz de identificar, Nina completa o resto. Sou o sonho do Justin, um presente enviado dos céus para ele, não pode haver chance alguma de outro alguém chamar a atenção dele.  

 

     Agora eu sou a primeira e única. 

 

     Tentei endireitar a barra do meu vestido para que ele ficasse mais bonito e não atrapalhasse o meu andar. Consigo ver os convidados sentados nas cadeiras dispostas em fileiras no centro do parque e no final, o altar com os padrinhos, madrinhas, o Juiz e obviamente o meu noivo. 

 

     Caminhei tentando mantendo a postura de superioridade, sendo seguida de perto por Jason e Queen. Estou deslumbrante e maravilhosa, com toda a certeza a noiva mais linda que Atlanta já viu. Estou reluzente e pronta para tornar esse momento o melhor da minha vida, o momento que mais esperei acontecer. 

 

      Os poucos convidados se viraram assim que apontei no início do tapete vermelho colocado no meio e que direcionava ao altar. Dakota estava ao lado de Nash, Ryan ao lado de Melissa, Matt ao lado de Ananda a única da High School que mereceu mesmo está aqui, poderia ser a Barbara, mas aquela fofoqueira resolveu morrer antes, uma pena, não é. Christopher parecia cansado e estava bocejando, o Juiz olhava para mim, todos olhavam para mim. A figura no centro do altar e de terno chamou a minha atenção mesmo de costas e cabeça baixa. 

 

     Dou um leve sorriso e olhou para Queen para que ela possa ir logo para altar e mandar os músicos começarem a tocar aquela música clichê de todos os casamentos, mas que sonhei dia e noite ouvir enquanto olhava para Justin me esperando de terno em cima de um altar. 

 

         Antes de Queen sair, Jason me cutucou no ombro me fazendo olhá-lo impaciente por ser incomodada logo agora. 

 

-Não começa. - Resmunguei voltando a olhar para Queen, que estava de cabeça baixa ajeitando o vestido. 

 

-Emily, porra, olha. - Jason segurou o meu braço e me virei novamente para ele que estava tão sério como eu e nem ao menos olhava para mim. - Não é o Justin! - Avisou e me virei rapidamente para o altar, o que fez meus cabelos bateram contra o meu rosto. 

 

      O ar sumiu de mim quando bati os olhos no rosto conhecido,mas que eu jamais queria ver de novo, ele me encarava com um sorriso debochado e senti meu estômago revirar em angústia. Olhei para os lados a procurar o rosto que eu realmente esperava ver agora e não o encontro em lugar nenhuma. Sinto minhas pernas tremerem, mas mesmo assim dou alguns poucos passos à frente e corro os olhos novamente por todos sentados e nada de encontrar aqueles olhos cor de mel que me encantam. 

 

        O que porra está acontecendo aqui?

 

       Virei meu rosto lentamente de volta para o altar, na esperança de eu está tendo alguma alucinação e Justin está ali como deveria, ao invés desse homem que eu jurei que tinha ido embora para sempre. 

 

     Ao invés do que eu achei, não estou delirando, ele está realmente na minha  frente esboçando um sorriso bastante debochado e que está me deixando enjoada. Meu coração começou a acelerar e quase o sinto sair pela boca. 

 

-O que faz aqui? - Rosnei na direção dele que Riu de leve colocando as mãos no bolso. 

 

-Não esperava me ver, por que? - Perguntou irônico. - Aquele tiro que você me deu não matou como você queria né? Ou melhor, não causou a confusão que você queria! - Disparou com um sorriso leve e despreocupado. 

 

          A raiva começou a querer pular pelas minhas veias como se estivesse me dominando aos poucos. Eu deveria ter matado o Kato mesmo quando tive tempo, ele não serve para nada além de ser um completo babaca inútil, nem em coma e debilitado ele conseguiu fazer a Liz se apaixonar por ele, mesmo tendo um sorriso bonito. No final atirar no Kato não adiantou em nada, só me trouxe mais dor de cabeça e problemas, Justin não sentiria tanta raiva de mim se eu não tivesse feito, ou seria melhor ter matado de uma vez e livrar o mundo de um chato irritante. 

 

      Kato sempre foi politicamente correto o tempo todo e isso me tira do sério, todo esse blábláblá de fazer a coisa certa quando necessário, e não sei mais o que tão idiota quanto. Foi sempre ele que dava opniões desnecessárias sobre a minha relação com o Justin ou o fato de eu querer entrar na K. Kato sempre foi uma pedra no meu caminho e eu removeria com prazer. 

 

      Aliás, eu estou morrendo de vontade de removê-lo agora do altar, mas primeiro preciso saber o que está acontecendo aqui. 

 

      Kato está aqui mas Justin não está, o que me deixa mais desesperada por não saber o que está acontecendo, os dois nunca se deram bem, sempre brigaram como cão e gato, mas sinto que ele tem participação na ausência de Justin. 

 

-Onde ele está? - Gritei sentindo a raiva mexer com a minha cabeça e meu coração. - Cadê o Justin? - Olhei par todos aquele idiotas no altar que estão me olhando com um olhar despreocupado, como se não estivesse acontecendo algo agora. 

 

      Só quero saber o porque de Justin não está nesse altar nesse momento, e principalmente onde ele está agora que não é aqui pronto para se casar comigo. 

 

      Kato continuo mantendo o olhar divertindo em cima de mim e isso só intensificou a minha raiva. Assim que eu descobri o que está acontecendo e trazer Justin para cá, eu faço questão de mandar matar esse idiota de uma vez por todas só por está debochando de mim. 

 

-Ele não vem! - Kato disse lentamente e dei um passo para trás sentindo que iria cair. 

 

     Como assim o Justin não vem? Ele nem ao menos tem essa opção, ele sabe muito bem o que acontece se esse casamento não acontecer, eu mando matar todos que ele ama e se importa, não só a nerd, mas também sua irmã e seu pequeno sobrinho. Justin jamais colocaria eles em risco, eu sei, então é melhor ele vim se casar comigo agora. 

 

-Ele não tem escolha! - Berrei dando mais alguns passos à frente e parando na metade do caminho até o altar. - Eu não faço ideia do que está acontecendo, mas é melhor o Justin aparecer em dez minutos ou...

 

-Ou o que? - Kato me interrompeu elevando o tom de voz e me enfrentando de frente. - Vai machucar a Liz? Vai querer matar ela? - Deu passos na minha direção também, mostrando está nem um pouco intimidado com isso. 

 

      Os convidados não sabem de nada disso, mas estou pouco me fodendo para o que eles vão saber, só estão aqui para fazer volume na festa, por min haveria só eu e Justin. 

 

-Não duvide! - Cuspi sentindo não só raiva como também nervosismo por Kato está tão confidante, quando na verdade deveria temer pela vida da nerd. 

 

-Eu duvido, com certeza eu duvido! - Me desafiou e parou a alguns passos de mim. - Estou aqui para garantir que você não vai chegar nem a um metro dela! - Jogou apontando o dedo para mim e o fuzilei com os olhos, sentindo uma imensurável vontade de matá-lo por está elevando o tom de voz para mim.

 

-Você é apenas um, o que pode fazer contra uma gangue inteira! - Gesticulei. - Aliás, se eu mandar, a Liz morre agora na casa dela e não dará tempo de você nem pensar em agir! - Vociferei com a voz mais alta do que a dele.

 

       Kato não deveria duvidar de mim, ele não sabe do que sou realmente capaz, o tiro que dei nele é nada perto do que eu posso fazer se for provocada ao máximo igual agora. 

 

-Bem, nesse momento ela está com o Justin, então duvido muito que você consiga atingi-la! - Me olhou com seriedade para mostrar que não e um blefe.

 

      Um arrepio passou pelo meu corpo e disparou meu coração mais rapidamente, me causando falta de ar. Senti minha cabeça girar e todos em volta pareciam apenas meros borrões em movimento. 

 

      Coloquei a mão na cabeça tentando aliviar a tontura, enquanto as palavras de Kato rondava meus pensamentos e fazia meu peito arder, como um tiro disparado contra a mim. 

 

      Não é possível que Justin esteja com a nerd, não mesmo, ele sabe o que acontece se chegar perto dela, sabe muito bem que se tentar fugir do que eu mando eu mato ela ou a família dela o que tiver na frente. Justin não pode ser tão idiota em achar que me largar aqui para ficar com ela é uma boa opção, por que não é, ele não pode fazer isso, eu sou maravilhosa, linda, loira, gostosa, o que aquela nerd tem de interessante? Não posso, e não vou aceitar isso, Justin vai se casar comigo e está decidido. 

 

      Ninguém passa por cima de mim e da minha palavra, não é possível que Justin ache que estou brincando quando digo que irei destruir quem for, se ele não andar como eu quero, ir até a nerd foi uma grande e intolerável afronta que eu não vou aguentar. Está na hora do nosso casamento, Justin deveria está aqui comigo, não com a Liz Blue e sua beleza natural. Eu quero matar aquela nerd da pior forma possível, quero vê-la sangrar enquanto é mutilada e grita de dor. 

 

      Ela está tentando roubar o que é meu, pegar o que eu lutei tanto para conquistar e Liz Blue tem que aprender de forma trágica que não se mete comigo e muito menos com o meu Justin. 

 

    Engoli o choro que cresceu na minha garganta junto ao desespero e nervosismo. Não posso demonstrar está abalada por ele ter ido até ela, até por que eu ainda estou no comando desse jogo e Justin vai casar comigo nem que seja amarrado em uma cadeira. 

 

     Ignorei o olhar de Kato sobre mim e me virei para Jason andando em passos largos até ele e segurando meu vestido para não tropeçar. Meu irmão é quem tem todas as armas apontadas para Liz, não posso e não vou deixar isso que está acontecendo passar sem uma punição, Justin vai casar comigo querendo ou não, e agora irei provar que não estava brincando quando avisei para não me desobedecer. 

 

 -Mata a Stella! - Mandei olhando para Jason que estava parado ao lado da minha mãe, ambos sem reação. - Manda matar aquela criança nojenta, anda! - Esbravejei perante Jason que ficou calado. - Anda logo ou eu faço uma busca por essa cidade atrás da sua garota. - Rosnei baixo sustentando um olhar de ódio e desejo por morte. 

 

     Alguém vai morre hoje e Jason decide se será a prima da Liz ou sua garota misteriosa. Se eu quiser ir atrás dessa mulher eu irei e não há nada que Jason poderá fazer para me impedir, eu pareço depender dele, mas tenho uma grande carta na manga que estou programando usar me breve.

 

      Jason assentiu concordando comigo e tentei controlar a minha respiração ao me virar novamente para Kato, e dessa vez, todos aqueles idiota estavam ao seu lado me encarando com raiva. 

 

     Sou eu quem tem que sentir raiva aqui, eles estão tentando destruir meu casamento, mas isso não iria ficar assim, logo quando eu trouxer Justin para cá e me casar, todos eles estarão proibidos de chegar perto do Justin. Não quero mais nenhuma influência ruim, por que é isso que faz o Justin querer fugir de mim, são esses amigos dizendo o que ele deve fazer e não fazer. 

 

-Manda o Justin vim, ou mais alguém irá morre! - Gritei ameaçando e todos se mantiveram em silêncio por alguns segundos, até Dakota da um passo à frente me encarando.

 

-Não, ninguém vai morrer aqui, nem a Stella, nem a Liz! - Disse calma enquanto continuava andando, se equilibrando no salto preto, ela passou por mim, enquanto eu a fuzilava com os olhos e já imaginava uma forma de vingar esse desaforo dela também. 

 

      Dakota foi até Jason que estava alguns passos atrás de mim e lhe entregou um envelope pardo. Jason estava com um olhar confuso assim como Queen que parecia chocada com tudo que está acontecendo. 

 

-O que é isso? - Jason exclamou tenso assim que viu o conteúdo do envelope. Dakota cruzou os braços com naturalidade. 

 

-Isso é o que você acha que é, Jason! - Balbuciou com seriedade. - Já sabemos que você procura uma garota pela cidade e também sabemos que você a ama! - Disparou em voz alta para que todos ouvissem. - Se você fizer qualquer loucura que Emily mandar, ou machucar algum de nós, principalmente a Liz! - Deu ênfase no nome da nerd. - A gente vai caçar essa vadia seja lá quem for, e quando o Justin colocar as mãos nela...

 

        Dakota não completou a frase, deixando um grande suspense no ar. O clima de tensão aumentou e a angústia no meu peito também, principalmente quando Jason não parecia saber como reagir às palavras de Dakota. 

 

    Não,não, não.

 

     Essa mulher misteriosa não vai atrapalhar meus plano, não mesmo, Jason não pode escolher proteger ela ao invés de me ajudar, eu sou a irmã dele e ele tem que fazer isso, foda-se essa garota, não importa quem ela é, o que importa aqui sou eu. 

 

-Jason! Foda-se essa pessoa! - Disparei andando até a frente dele e esbarrando em Dakota para tirá-la da minha frente. - O que importa sou eu, manda matar logo a pirralha prima da Liz, anda! Estamos perdendo tempo! - Bati os pés nos chão cruzando os braços e esperando alguma reação de Jason. 

 

       O silêncio dele está me deixando nervosa e desesperada, ele não costuma ficar em silêncio assim. Jason ainda encaravam as folhas e parecia bastante indginados e preocupado. Não é para tanto, uma hora Justin iria descobri que Jason está atrás de uma garota, isso é óbvio, mas meu irmão não pode ceder assim, não por uma vadia qualquer que ele deve ter achado na rua. 

 

-Jason! - Gritei o nome dele novamente e finamente levantou a cabeça para me olhar, com os olhos perdidos em algo que não sei definir, Jason abaixou as folhas nas suas mãos.

 

-Não Emily, acabou, não vou fazer mais nada! - Afirmou monotonamente, mostrando que isso mexeu com ele de verdade. 

 

-O que? - Berrei incrédula. - Jason, foda-se essa vadia! Eu sou sua irmã! - Apontei para mim mesma, me sinto sem opções e o desespero já me consome completamente.

 

-Não Emily, voce não vale mais do que ela! - Berrou colocando o dedo na minha cara. - Chega! Acabou o sonho e show! - Cuspiu como uma ordem. - Deixe o Justin com a Liz e cuida  da sua vida, eu vou cuidar da minha bem longe deles. - Olhou de rabo de olho para Dakota e depois se virou para ela. - Estou disposto a fazer um acordo! - Dakota deu uma leve risada.

 

-Nossa, Justin deveria está aqui para ver isso, tem como repedir de novo na frente depois? - Perguntou sarcástica e Jason respirou fundo parecendo se controlar. - Fale, querer ouvir! - Dakota fez um gesto banal na direção de Jason. 

 

-Eu me mantenho bem longe dessa tal de Liz e você finge que isso aqui! - Indicou as fotos. - Não aconteceu e não existe! - Sugeriu seriamente e Dakota esticou o pescoço para olhar os amigos atrás de mim. 

 

-Tudo bem, fechado, mas se algo acontecer a Liz, esse acordo está desfeito! - Disse com soberania. - E a guerra continua, só não vamos envolver os corações nisso! - Jason assentiu concordando. 

 

     Não, isso não está acontecendo comigo, Jason não pode me deixar na mão bem agora. Isso não é justo, eu lutei tanto para conseguir está onde eu estou, não posso deixar esse babaca do meu irmão entregar tudo de bandeja para a K. 

 

      O desespero está me causando falta de ar e tontura, sinto que posso cair a qualquer instante, enquanto a minha cabeça gira e tudo a minha volta parece se mover em câmera lenta. 

 

     Não quero aceitar, isso não pode está sendo real, estava tudo bem, meu plano estava dando certo. 

 

   Olhei levemente ao redor e todos estavam me olhando, eu sentia que queriam de mim, ri do fato de eu ter ter sido abandonada no altar e esta passado por toda essa vergonha. Eu nunca fui tão humilhada em toda s minha vida, nem quando eu era feia foi algo assim, ser largando no altar pelo homem que eu amo, é além de qualquer coisa que eu poderia imaginar. 

 

    “Fracassada”

 

     “Idiota”

      

     “Foi abandonada no altar, bem feito”

 

     “Ridícula” 

 

      “Ele não te ama, ninguém te ama”

 

      “Justin te humilhou igual os outros faziam”

 

      “ Você é uma perdedora”

 

      Vozes e mais vozes rondavam a minha cabeça dizendo coisas horríveis e intensa para mim, ao mesmo tempo que riam descontroladamente da minha cara e da humilhação que estou passando. Elas não param de falar e estão me sufocando, fazendo eco na minha cabeça e me deixando fora de rumo. 

 

-O Justin me ama, eu sei. - Fechei os olhos para ver se as vozes paravam, e as lágrimas começaram a rolar pelos meus olhos, enquanto a dor intensa dominava meu peito.

 

      Justin não me humilharia, ele me ama, eu sei, isso tudo que esta acontecendo é coisa do que colocaram na cabeça dele, eu sei disso. 

 

 - Emily. - Dakota se virou para mim e a olhei enquanto sua voz fazia eco. - O Justin ama Liz, vê se fica fora do caminho, ou se não ele te mata, agradeça por ainda está viva! - Disparou amargamente antes de passar por Jason e sair do meu campo de visão. 

 

     Ele ama ela, não, não. Justin não pode amar aquela garota, ele tem que me amar. Depois de tudo que fiz por ele esses anos todos, Justin deveria está apaixonado por mim, não por essa garota que chegou agora. 

 

      Eu me livrei da Kathrine, para me aparecer uma outra, isso não está certo, essa porra está fora de curso, era para ser eu o amor da vida do Justin agora, eu sou igual a tudo que ele deseja, aquela nerd não é nada disso, ele não pode amar ela, não, por favor não. 

 

       As lágrimas não deixam eu enxergar mais nada, mas levantei a cabeça, sentindo a raiva pulsar dentro de mim ao ponto de querer me fazer gritar, estou tão levada pelo ódio e rancor que estou rosnando pronta para voar em cima de alguém até arrancar os olhos por estarem me encarando tanto. 

 

     Eles vão pagar, por todo isso, cada um dos envolvidos nessa humilhação, eu não sou mais a Emily feia de antes e ninguém desse mundo vai pisar em mim de novo. Eu vou acabar com todos eles, eu vou matar um por um de uma maneira particular. Todos vão se arrepender de terem entrado no meu caminho. 

 

      Agora eles vão ver quem é a Barbie do capeta. 

 

-Melhor a gente ir, antes que a coisa fiquei seria! - Melissa exclamou nervosa me vendo bufar de ódio e passou por mim carregando sua cria nojenta. Ela foi seguida por Nash, Matt, Ryan e Kato que parou perto de mim e me olhou antes de dizer. 

 

-Espero que tenha gostado do meu presente de casamento! - Enfatizou antes de se virar e sair. 

 

     No segundo seguinte a raiva me dominou por completo e não é mais possível controlar a vontade de gritar. Quando pisquei os olhos eu já estava lançando os vasos de flores que estão nos pedestais, enquanto grito descontando toda a minha fúria em tudo que tem a minha volta. As pessoas me olham assustadas e começam a se levantar para desviar das coisas que estou tacando sem direção correta. 

 

      Quero que todos parem de me olhar, quero que saiam daqui. 

 

-Saiam agora! Seus desgraçado! - Gritei com toda a minha ira, lançando mais um vaso do caminho em algumas pessoas e sujando o meu vestido de terra. 

 

     Minha garganta já doe de tanto que estou gritando, mas preciso fazer isso antes que eu exploda de raiva dentro de mim. Quero me vingar com a mesma força que estou gritando agora, não quero saber de piedade ou de qualquer merda dessa vez, eu irei me vingar, isso não vai ficar assim. 

 

     Começo a me sentir cansada, e meu corpo pesa, me fazendo cair de joelhos no chão. Eu quero jogar mais coisas e ferir mais pessoas, mas a dor dentro do meu peito por está sendo rejeitada pelo amor da minha vida, está me deixando sem ar e sem forças alguma para prosseguir. 

 

      Não consigo parar de chorar e gritar desesperada por tudo não está do jeito que planejei. Eu queria apenas ser feliz, ao lado de quem amo, por que é tão difícil? Não deveria ser, mas parece que eu nasci para não ser feliz. Isso não é justo. 

 

      Mas se é assim, se eu não for feliz ninguém será, e se Justin não for meu, não será de nenhuma outra. É isso, agora eu vou usar meu super dom da infelicidade para causar isso nas pessoas, vou acabar com a vida de todos que cruzaram o meu caminho, eles vão se apreender amargamente do dia que tentaram me derrubar. Eles podem ter me deixado de joelhos agora, mas os próximos a ajoelharem e rezaram antes de morrer, serem eles, podem apostar. 

 

-Emily, vamos! - Jason disse com a voz ríspida. - Chega de show! - Puxou meu braço para cima com o intuito de me colocar de pé. 

 

-Filho da puta! - Tentei atingir o rosto do Jason com um tapa por isso também ser culpa dele, mas Jason segurou meus pulsos com força e me puxou para me colocar de pé.

 

-Chega Emily, acabou, porra! - Me sacudiu para tentar me fazer entender. 

 

     Jason é um covarde idiota, bastou colocarem a tal garota no meio para que logo ele derretesse, mas ele está muito enganado que vou deixar essa história passar, agora mais do que nunca irei me esforçar para descobrir quem é a cadela desgraçado que ajudou a destruir o meu grande dia. Eu nem a conheço, mas já está na minha lista de negra de cara, e ela ria pagar caro por isso. 

 

      Olhei nos olhos azuis de Jason e engoli o choro antes de tentar dizer da forma mais clara possível, mesmo que minha voz esteja acabada pelos gritos que dei. 

 

-Eu perdia a batalha, não a guerra! - Pronunciei com dificuldade. - Agora, é matar, ou morrer! - Sibilei lentamente cada letra.

 

      Jason negou reprovando os meus pensamentos. Ele ainda não viu nada, ninguém realmente viu o que eu sou capaz. 

 

-Eu não sou a Barbie do capeta? - Limpei as lágrimas com força. - Então eu serei o próprio capeta! 

 

 

 

P.O.V Christian Beadles.

 

 

 

   Olhei para o meu celular nas últimas cinco vezes e nada da Liz responder às minhas mensagem. Eu sabia que tinha algo estranho quando ela não voltou para casa ontem, então resolvi aparecer bem cedo para ver o que tinha acontecido. Uma das tias me disse que a Liz havia saído com um amigo que a muito tempo não via e foi aí que tive certeza de que tem algo errado rolando. 

 

     Liz não tem amigos que ela não ver a muito tempo, a não ser a equipe da K, o que não é nada bom tê-la perto deles. 

 

     Vigio a Liz quase vinte e quatro horas por dia e sei cada mísero passado que ela da nos últimos meses, sou íntimo o suficiente para ela me contar tudo, como ela foi simplesmente sumir das minhas vistas? 

 

    Me sinto um irresponsável, como a minha mãe adorava dizer que eu era. A única porra que eu tinha que fazer era garantir que Liz confiasse em mim, e a convencer a sair da cidade, era só isso, bastante simples e eu praticamente consegui, Liz vai para a Universidade de New York, e finalmente meu trabalho estará concluído. 

 

    Mas com um grande e complicado problema. 

 

    Me apaguei demais a essa garota, ao jeito doce dela e a forma como se abriu para mim contando tudo o que sentia. Não sou acostumado a ver pessoas sentimentais e verdadeiras, na minha família não se podia chorar nem quando se é um bebê, e Liz chorou para mim inúmeras vezes, mostrou seu lado mais humano. Isso me fez criar um carinho enorme por ela. 

 

      Gosto da Liz de verdade e não sei exatamente se isso é a forma correta de tratar um trabalho, mas o olhar gentil, o sorriso bonito, mexem comigo de uma forma doida. Sinto vontade de tocar aqueles lábios dela com os meus o tempo todo, mas não posso, ela está jurada e isso causaria problemas a mim. 

 

    Me critiquei diversas vezes perante as minhas atitudes com essa garota, o que estou fazendo com ela não é justo diante de tudo que ela faz por mim. Ninguém da minha família me trata bem, e a única pessoa que faz isso no mundo, eu tenho que entregar aos leilões. Isso é frustrante. Não sou como eles, jamais fui, minha mãe surta com isso, porém, nem todo mundo nasce cruel ou tem esse dom. 

 

    Me esforço ao máximo para da orgulho a minha mãe, ela sempre tão rígida e severa, cruel até demais, nada a agrada muito fácil e eu só queria ser aceito no meio de todos os outros cinco filho, queridos, antes de mim. 

 

    Contar da minha mãe não é tarefa fácil, por essa razão fiz questão de falar que ela já havia morrido, fazia parte do plano deixa todo os problemas familiares bem longe da Liz, apesar de ela praticamente se um agora. 

 

    Não me sinto confortável em ter que mentir para a Liz, e depois ter que apunhala-lá pelas costas. Queria não ser dessa família, queria não ter que levar o sangue acima do coração, não quero ter que trair a Liz e ser seu carrasco a levando para a forca. Apenas queria que jamais essa garota tivesse cometido aquele erro tão banal que a colocou nessa situação, aposto que ela nem imagina o que causou. 

 

     Finalmente meu celular vibra com uma mensagem e o pego em cima do banco do carro vendo que realmente é a Liz, me sinto aliviado por ela está bem, ter ela bem é a principal parte da minha missão. Mas no segundo seguinte não consigo acreditar no que leio. 

 

  "Oi, estou com o Justin, te explico depois"

 

    Foi a mensagem que brilhava na tela do meu celular e que fez a minha cabeça girar por alguns segundos. Fodeu, que porra eu vou fazer agora? Como a Liz voltar para perto do Justin do nada? 

 

   Não, não. Isso não vai da certo. 

 

     Como um vidente filho da mãe, meu celular começar a tocar me fazendo pular de susto. Como ele sempre sabe quando a algum problema acontecendo? As vezes eu acho que meu telefone está sendo monitorado ou qualquer outra porra do tipo, mas quero apenas acreditar que ele está ligando atrás de notícias, como faz todas as manhãs e noites. Isso é louco, a forma obcecada como ele trata essa situação faz parecer que a Liz cometeu um grande erro, e na realidade, ela cometeu.

 

      Cliquei na tela para atender a ligação e levei o aparelho ao ouvido. Eu quero fingir que não vi a mensagem da Liz, mas sei o quanto sou castigado pela minha mãe quando minto para ela ou para seus filhos, eu já tenho idade o suficiente para responde-la ou não aturar seus castigos físicos, mas não é como se todo mundo pudesse desobedecer a grande Dona Frantesca.

 

-Oi. - Murmurei sem animo. 

 

-Onde ela está? - Rosnou do outro lado da linha. - Não está em casa que eu sei! - Alterou o tom de voz para que eu não tentasse engana-lo.

 

-Como sabe? - Falei monótono não querendo enfrentar meu irmão de frente. 

 

-Eu sei de tudo, sempre! - Gritou já mostrando sua maldade. - Cadê a garota? - Sibilou nervoso e respirei fundo. - Por que você não está com ela ou de olho nela? Essa ê a única coisa que você foi destinado a fazer! - O tom da voz dele mostra que, se estivéssemos frente a frente, eu já teria levado um tapa na cara ou algo similar. 

 

    Meu irmão põem medo em todos os outros, acho que por ser o mais velho e mais importante, não sei, só tento não desobedecê-lo jamais e abaixar a cabeça sempre, mesmo que a minha vontade seja mandá-lo ir a merda. Vejo o que ele fez com a Amora e com a Scarlet, minhas irmãs mais novas, ambas têm treze anos e ele as força a serem cruéis e frias com as pessoas, sendo que são só crianças. 

 

     Mesmo que eu queira mentir para meu irmão, isso não daria certo, se Liz está com Justin logo isso chegará aos ouvidos dele e eu estarei bem encrencado por mentir, a única solução é dizer a verdade e aguardar as consequências por minha falta de responsabilidade. Liz nunca deu problema nesses meses, eu estava de olho nela o tempo todo e ela ficava quieta, mas isso mudou da noite para o dia e eu não estava preparado. 

 

      Era tão melhor quando eu tinha que fingir e ficar na gangue de Bieber, por que fui reclamar disso? Acabei sendo induzido a me disponibilizar para ser segurança da Liz e, ficando sempre perto dela,  agora estou nessa grande furada. Gosto da Liz, ela é incrível e não quero que ela passe por tudo isso que está destinada, mas não vou desrespeitar quem pode claramente me matar por ter outro seis irmãos bem melhores que eu. 

 

-Ela está com o Bieber! - Disparei sem medo. 

 

-Bieber? Você deixou aquele moleque chegar perto dela? - Berrou incrédulo. - Como você e incompetente! Não é possível que tenha o mesmo sangue que eu! - Cuspiu com bastante raiva e ouvi um barulho de algo se quebrar. 

 

-Cara, ela ama ele, não tem como eu mexer no coração dela! - Justifiquei erradamente, por ouvir outro baralho ao fundo, mostra que meu irmão não ficou nada calmo com a minha resposta infeliz. 

 

-Você é um idiota!  - Gritou quase me deixando surdo. - Não aprendeu nada que a nossa mãe lhe ensinou! - Lamentou abaixando o tom de voz. - Mas tudo bem, eu vou agir agora, por conta própria, por que Bieber está de volta na vida da garota e a culpa é sua! - Exclamou e neguei persistente. 

 

-Minha culpa? - Indaguei.

 

-Sim, isso que da trabalhar com fracotes! - Tentou me ofender e funcionária se já noventa porcento da nossa família não me chama-se assim o tempo todo. Como eu disse, não é vantagem ser o menos sanguinário. 

 

-Eu só estou tentando dizer, que Liz nem ao menos queria sair da cidade por que ainda sente algo por ele! - O silêncio do outro lado da linha durou alguns segundos. 

 

-Não ligo a mínima para o que ela sente por ele, Liz Blue tem uma dívida comigo, e ela vai pagar. - Sibilou de forma intensa e perversa.

 

-Ela só te pediu um favor! - Debati, ainda achando todo esse drama desnecessário por uma simples informação, mas as coisas para ele são assim, você pode uma mão e ele quer seu corpo todo, literalmente, chega a ser doentio, por isso as pessoas já aprenderam a não pedirem nada a ele, mas Liz não sabia disso. 

 

-E mentiu na minha cara! - Deu ênfase. - Envolvida com quem ela sempre esteve, Liz deveria saber que não se pode mentir para um mafioso, a dívida dela só aumentou! - Pontuou e fechei os olhos lamentando isso. 

 

       Bieber também é um babaca por ter deixado a Liz de alguma forma se aproxima do meu irmão. Com certeza ele sabe que não se pode mentir para o grande Don Lorenzo Buscone, mas deixou a Liz se aproximar e ainda mentir. Meu irmão odeia mentiras e isso só agravou a situação da Liz. 

 

      Ele poderia castiga-la, a colocando com o escrava ou cortando sua mão fora, como faz com quem lhe engana, mas Buscone viu na Liz algo especial, as mesmas coisas que me fizeram encantar por ela, fizeram ele também. Agora a Liz não só deve um favor pela informação, como também corre risco de vida pela mentira.

 

      Buscone é bastante psicótico, igual a todos da nossa família. Ele não ver a Liz só como alguém que lhe deve algo e que acha bonita e atraente. Ele está acumulando todas as merdas que Bieber fez contra ele, como um combustível para continuar investindo na Liz. 

 

      Desde que Justin se negou ir para New York, Buscone descobriu qual era a ração, Liz. E então decidiu que ela era uma pedra enorme mas bastante bonita no seu caminho. Justin ainda fez a burrada de não negociar nem um quilo de pó com o meu irmão, o que só fez a dívida da Liz aumentar. Ou seja, tudo que o Justin faz ou não faz contra o Buscone, aumenta um dia a mais na sentença da Liz.

 

      Fui colocado nesse meio para vigiar e garantir uma forma de Liz ir para New York, uma vez lá, Buscone teria ela em mãos de uma forma mais fácil. Minha única função era ser um melhor  amigos e convence-lá, mas as coisas saíram do meu controle e agora Buscone está furiosos comigo. O pior é que com certeza ele irá contar a nossa mãe. 

 

      Frantesca Pivoate era a maior mafiosa da Itália, até ter que fugir de lá procurada por mais de cinquenta mil assasinados. Com ela, os seus quatro filhos, eu ainda era um bebê de colo, tivemos que vim para os Estados Unidos. Minha mãe sempre teve um grande poder e não demorou muito para conseguir dominar todas as gangues de New York, criando uma máfia poderosa no mundo todo, e seu nome e fama forte, por conta da Itália, a ajuda a consolidar. Depois disso ela teve duas meninas gêmeas e resolveu colocar meu irmão mais velho para gerenciar os negócios. Do Lorenzo Buscone, ainda nem chegou aos quarenta anos, mas já tem o total controle e diplomacia pelos Estados Unidos inteiro. Possui cargos políticos e influência até mesmo na presidência. 

 

     Ou seja, ninguém para a o meu irmão. 

 

      Pouco sabem que Buscone tem uma família e os que sabem conhecem com códigos. N, da segunda filha a nascer e que se chama Natali Frateli, ela tem trinta anos e é uma assassina em série, trabalha com Buscone em busca de seus devedores. G, do terceiro filho que seu chama Giovanni Deangelis, tem vinte e poucos anos e é o braço direito do Buscone, anda com ele para cima e para baixo. C, que sou eu Christian Beadles, o zero à esquerda da família, o único que não quer essa vida e nunca quis, mas não tem como sair quando envolve seu sangue. E as gêmeas, A e S, Amora e Scarlet Lentz, as caçulas de treze anos, mas que já se mostram boas em tiro ao alvo. 

 

       Essa é a minha família, e adoro o fato de ninguém poder saber o nome de todos por conta disso de segurança. Pelo menos tem como eu fingir as vezes que minha mãe está doente ou morreu. Melhor do que dizer que minha família é de mafiosos. 

 

-Está me ouvindo? - Buscone gritou, chamando a minha atenção de volta. - Reserve o hotel para mim, chego aí assim que resolver os problemas aqui em New York. - Afirmou e bufei negando por saber que meu irmão aqui não vai ser nada bom. 

 

      Eu queria poder adiar o que vai acontecer com a Liz, mas não posso, infelizmente. 

 

-Não precisa disso. - Murmurei sem escolha. - Tem tantas meninas por aí! - Encostei minha cabeça no banco e fechei os olhos. 

 

-Eu quero a Liz para apresentar a nossa mãe, ela é o tipo de pessoa que faria Dona Frantesca se orgulha, não é como as vadia de New York! - Buscone ressaltou e ele está completamente certo. 

 

        A coragem, o desempenho, a beleza, a inteligência e todas as qualidades que Liz possuir em abundância, fazem ela ser melhor do que todas as mulher que meu irmão já pegou. E não duvido nada que minha mãe se orgulhe de Buscone ao apresentar uma menina como Liz. 

 

     E esse é o único motivo para ele querê-la tão bem depois de tudo. 

 

-Você tem quase idade para ser o pai dela! - Cometei por conta dos trinta e sete anos do meu irmão, mas sei que isso não server como justificativa. 

 

-Não interessa, Liz se tornou algo necessário, Justin me menosprezou e eu preciso me vingar! - Entonou a voz. -  Além disso, eu sei que ela gostou de mim, Liz tem a beleza e a inteligência que minha mãe quer para os netos dela! - Riu maldoso e meu estômago se embrulhou. 

 

    Erro número um da Liz, confiar em um mafioso com Don Lorenzo Buscone, erro número dois, ter mentindo sobre conhecer criminosos. Meu irmão se encantou por ela, mas ao mesmo tempo que tem uma leve raiva por Liz ter o enganado em alguma parte, por isso não pediu nada em troca naquele dia, ele ia pensar em algo melhor para fazer com ela, e a insistência da minha mãe por querer netos e herdeiros para a sua mafia, fez meu irmão lembrar rapidamente da Liz, uma moça jovem bonita inteligente gentil carinhosa, o sonho da minha mãe. 

 

     Buscone só quer a Liz para isso, para gerar os seus filhos e esfregar na cara do Bieber que tem sua garota, nem sei se depois ele irá querer ficar com ela ou a jogará na rua. Minha mãe fez isso com todos os maridos, teve seus sete filhos um de cada pai, tirando as gêmeas, e depois os fez sumir, não sei que fim levou todos mas é mais seguro não perguntar. A única informação que eu tenho sobre o meu pai era que ele foi britânico, ou é, sei lá, não faço ideia se ele está vivo ou se mamãe o matou. 

 

     Isso é o que a minha família faz com as pessoas que se envolve, primeiro arranjam um par, tem seus filhos e depois os mata ou os faz sumir. É isso, não tem exceção. Infelizmente quem entra na mira da minha família nunca sai. 

 

     E Liz estava no lugar errado, na hora errada.

 

-Se Bieber se aproximou novamente, ele não vai deixar você se aproximar! - Relembrei só para que meu irmão intenda que não será tão fácil como poderia ser antes. 

 

-Não importa, eu quero a Liz, e nem que para isso eu tenha que acabar com o Justin, eu farei! - Afirmou com rancor. - E eu sei bem como vou me aproximar, Liz será a mãe dos meus filhos por vontade própria! - Riu perversamente. 

 

       Eu espero que não, ela não merece fazer parte dessa família, ninguém merece.