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História The Legendary Dragons. - Sou obrigado a tomar uma decisão difícil.


Escrita por: Jessie_Sunshine

Notas do Autor


Oii! Tudo bem? Como avisei ontem nos comentários, não consegui postar por causa de um trabalho que fiquei praticamente o dia inteiro fazendo que era para hoje e, a partir de agora, os trabalhos vão se amontoando cada vez mais, então, não se preocupem caso não saia na quinta, até sexta ou sábado eu posto, não vou demorar 1 mês, prometo. Mais uma vez, esse capitulo não existia na fic normal, era o final do capitulo passado que havia ficado muito grande e uma ideia que tive a algum tempo, mas me esqueci completamente dela, mas, enquanto estava escrevendo, consegui me lembrar, então mudei até o nome do capitulo, deixando o que era para ser hoje, para semana que vem. Se continuar nesse caminho, ao invés de 30 capítulos, que é o planejado, teremos de 35 a 40. Bem, enfim, espero que gostem desse capitulo e que continuem me acompanhando. Amo vocês <3 BOA LEITURA! Obrigada por ler e comentar! Bjss de morango!

Capítulo 10 - Sou obrigado a tomar uma decisão difícil.


10. Sou obrigado a tomar uma decisão difícil.

  Antes de mais nada, só queria deixar claro uma coisa. Eu NÃO aceitei namorar com a Fernanda. Na verdade, nós apenas conversamos sobre algumas coisas que me deixaram um pouco mais mole as suas tentativas de me convencer a dar uma chance para ela. Quando ela foi na sala, eu não sabia o motivo dela querer que eu fosse junto até que me beijou. Sim, eu podia muito bem ter separado ela de mim, de ter desmentido ela, mas senti uma coisa boa e que não sentia a muito tempo. Era como se Fernanda tivesse me hipnotizado. Seus lábios eram doces e eu queria cada vez mais e mais. Ainda não tenho certeza do porquê, mas seu corpo me atraia e eu queria ela toda para mim. Talvez nossa conversa tenha me deixado meio maluco. Por mais que eu tenha lutado, não consegui controlar esse sentimento e acabei me entregando a ela.

  Depois que briguei novamente com Lennox, fui para o quarto da Fernanda.

  - O que foi? – Me perguntou preocupada.                          

  - Outra briga. – Respondi.

  - Lennox? – Assenti. – Vocês estavam brigando por minha causa, não é? Ela ainda me odeia...

  - Por quê? – Perguntei.

  - É que no passado nós éramos muito amigas, mas tivemos uma briga muito feia e acabamos fazendo coisas que nos arrependemos. Se quiser, posso tentar conversar com ela para que não coloque você no meio disso.

  - Não entendo vocês garotas. – Comentei.

  - Nem tente entender. – Me aconselhou com um sorriso.

  - Agora, que tal esquecermos essa Lennox por um tempo? – Dei um sorriso malicioso.

  - Quem diria que você era assim, Kyoya...

  - É bom me divertir um pouco. – Passei a mão no seu cabelo.

  - Até mesmo os leões precisam de carinho de vez em quando, não é?

  - Depende de quem é. – Respondi.

  - Do jeito que está me tratando, parece que resolveu me dar uma chance, é isso mesmo?

  - Claro. Depois de você ter me beijado na frente de todo mundo, não tinha mais jeito de te ignorar. – Dei de ombros. – Mas, até que você é boa.

  - Boa? De que jeito, Kyoya?

  - Desse jeito. – Roubei-lhe um beijo.

  - Esse meu namorado está ficando tarado. – Disse com um sorriso no rosto.

  - Posso saber... por que acha isso? – Dei uma pausa enquanto mordia seus lábios.

  - Exatamente por isso. – Ela se sentou na cama e eu ao seu lado.

  Ela me beijou novamente. Seus lábios eram tão doces e se desmanchavam tão facilmente quanto um algodão doce. Com minha língua, acariciei seu lábio e pedi passagem que logo foi cedida. Suas mãos enlaçaram meu pescoço e a cada toque me dava arrepios. Não sei dizer que cheiro era aquele, mas era tão doce quanto um perfume de morango, um pouco enjoativo, mas, na medida certa, perfeito. Segundos depois nos separamos por falta de ar. Acho que nunca havia beijado alguém tão intensamente quanto havia beijado aquela garota. Talvez eu realmente me apaixonasse por ela.

  - Fer. – Chamei. – Vou pegar um copo de água. Já volto.

  Me despedi com um selinho.

  Quando saí, me deparei com Lennox que parecia impaciente na porta do quarto. Ignorei-a completamente e segui meu caminho, até ela me parar com a desculpinha de que queria se desculpar pela nossa briga de antes. Eu não queria ouvi-la e já estava indo embora, mas, não sei o que aconteceu, só sei que ela caiu em cima de mim e, só não fomos para o chão, porque consegui segura-la a tempo. Percebi que seu corpo deu uma leve inclinada e me mantive para não perder o equilíbrio, mas com meu movimento brusco, podia jurar que havia sentido algo em meu bolso, devia ser apenas impressão.

   - Quer saber, Kyoya? – Começou, do nada. – Engula essas desculpas. Eu não vou me redimir por causa de você e aquele lixo com nome de Fernanda. Eu quero mais é que os dois caiam dessa escada e quebrem o pescoço. Agora, se me der licença, preciso ir. Tenho coisas muito mais importantes do que ficar ouvindo um idiota feito você. Tentar discutir só fará eu baixar meu nível de inteligência para o seu nível.

  Fiquei parado, sem saber o que fazer. Lennox devia ter ficado louca, uma hora estava me pedindo desculpas pela briga, na outra estava nos xingando e jogando pragas.

  - Essa garota é louca, será que tem bipolaridade? – Perguntei alto enquanto ela saia.

  Não me importei muito e segui meu caminho, indo pegar o meu copo de água. Mais tarde, voltei para o quarto onde minha namorada estava.

  - Deixa eu adivinhar, se encontrou com pessoas que não queria? – Ajeitou sua blusa rosa enquanto perguntava.

  - Na mosca. – Respondi.

  - Agora que estamos namorando, acho que vai ser difícil você ter que olhar para a Lennox todo dia. – Seus olhos castanhos me encararam e pareciam um pouco preocupados e culpados.

  - Não precisa se culpar. – Apertei suas bochechas.

  Depois de mais alguns beijos, senti que não havia nada no meu bolso. Procurei e procurei, mas não encontrei a chave que era tão importante. Só podia ter sido Lennox. Ela devia ter esbarrado em mim de proposito, apenas para pegar minha chave.

  Fui apressado para meu quarto e vi Lennox com uma caixa azul marinha em seu colo e com uma foto na mão.

   - Onde você achou isso? – Dei um susto na garota que quase deixou a caixa cair.

  A raiva me subiu à cabeça e senti como se meu corpo tivesse pegando fogo.

  - Quem diria... O rei da selva já se apaixonou. – Claro, ela não perderia a chance de me irritar.

  - Não brinque comigo numa hora dessas, Lennox. Você tem sorte de eu não poder matá-la, pois não quero ter problemas com o IBAMA. Agora, se você se aproximar de minhas coisas novamente, ninguém poderá me impedir e eu posso ir até para o inferno, mas vou te levar junto. – Falei devagar e baixo, colocando efeito em cada palavra.

  - Você? Não me faça rir. – Provocou.

  Empurrei-a contra a parede e prendi-a. Segurei seu pescoço com força, ela tentou se soltar, mas estava perdendo força e estava ficando roxa.

  - Acha que estou contando alguma piada, Lennox? Você acha? – Perguntei.

  - M-me... S-solta! – Sua voz quase não saia.

  - Da próxima vez que for tentar me irritar, pense bem. Agora, quem foi que te perguntou se eu já me apaixonei? Não vi quem pediu sua opinião. Aliás, se eu me apaixonei ou não, o importante é que nunca beijei uma rainha do pasto como você, o que já um ponto muito positivo.

  Ela estava com problemas para respirar e parecia que iria desmaiar a qualquer momento.

  - Calma, princesinha. Eu não vou te matar ainda, estou apenas dando um aviso. Caso resolva mexer em alguma coisa minha, lembre-se disso. – Soltei-a, mas, por mais que tenha sido gratificante vê-la agonizando, minha raiva não diminuiu. Ela começou a tossir e caiu de joelhos no chão.

  Soquei a parede com tudo e sai do quarto para que não descontasse tudo naquela garota intrometida.

  Fui para o terraço para tentar me acalmar. Ficar sozinho me ajudava um pouco, mas, para a minha “sorte”, Lennox me seguiu.

  Ela se sentou ao meu lado e eu apenas dei uma rápida olhada, depois desviei o olhar e cerrei meus punhos.

  - Veio até aqui para me humilhar? Ou quem sabe para me chantagear? Pois saiba que não vou cair nos seus jogos. E eu não estava brincando sobre te matar. – Injetei cada gota de veneno que consegui em minhas palavras.

  - Está bem, já percebi que isso te machucou, não precisa jogar seu humor espinhoso em mim. Não irei te chantagear...

  - Por que você tinha que mexer com isso, Lennox? – Perguntei.

  Sem a raiva e a adrenalina percebi o quanto aquilo me afetava e o quanto meu psicológico estava acabado.

  - Porque eu estava com raiva de você! Eu queria acabar com sua vida. Mas, agora percebo o quanto isso te afeta. Não irei te prejudicar, acredite em mim. – Ela estava com a cabeça baixa.

  - Como se eu pudesse confiar em você, Lennox.

  - Acredite, Kyoya, você pode. Eu juro.

  - Como se seu juramento fosse grande coisa.

  - Quando eu juro, não posso descumprir a promessa mesmo que eu queira, mesmo você não gostando de mim, devia saber que tenho minha honra. – Ela disse.

  Resolvi ficar quieto na minha e não falar mais nada.

  - Sabe, o que você escreveu foi bem fofo... Você mostrou que se importa com ela e que realmente gostava dela. – Lennox comentou.

  - Essa não era a intenção. – Respondi.

  - Olha, se quiser conquistar uma garota, esse é o caminho. Mas, o que aconteceu? – Ela estava muito curiosa.

  - Quer mesmo saber? Ela está morta. E esse é o destino de todos que ficarem perto de mim.

  - Morta? O que aconteceu? – Parecia preocupada.

  - Morreu, simples assim. Além disso, por que você quer se envolver nisso? Você me odeia e, se for sensata, vai ficar o mais longe possível de um monstro como eu.

  - Primeiro, eu não te odeio. Eu odeio a Fernanda, gosto de te irritar, isso é diferente. Não é porque você é o namorado dela que vou te odiar também. Segundo, você não é um monstro. – Argumentou.

  - Lennox, eu tentei te matar, cheguei a te deixar roxa. Eu fiquei feliz em te ver agonizando. Não consigo me controlar e isso é fato. Vai mesmo dizer que não sou um monstro? Não precisa mentir, já sei disso desde que eu era uma criança.

  - Você apenas precisa de ajuda. É lógico que você está com problemas, problemas pelos quais não consegue lidar, mesmo assim finge que nada está acontecendo e isso só faz a dor piorar e se acumular mais e mais. Sua mente se cansará aos poucos de sentir isso e chegará ao seu limite, sua cabeça vai explodir e esses sentimentos vão te correr por dentro até você ser apenas uma casca vazia. Você está com uma cicatriz gigante dentro de si, na verdade, não apenas dentro de si e psicologicamente, fisicamente também. Kyoya, você não pode manter isso para si mesmo, precisa contar para alguém o que está acontecendo antes que se mate. Eu odeio quando você finge que está tudo bem! Não está tudo bem! – Ela discursou.

  - Como você sabe sobre a cicatriz? – Perguntei curioso.

  - Sério? Eu fiz um discurso aqui e você só prestou atenção nisso? É por isso que eu fico irritado com você. Está bem, eu fico no mesmo quarto que você, quer o quê? Que eu não perceba o que está acontecendo de errado? É meio complicado isso, considerando que te vejo todo dia, da hora em que eu acordo até a hora em que vou dormir.

  - E aquela história de “não estou nem aí pelo que você faz ou deixa de fazer”? – Perguntei.

  - No primeiro dia em que eu entrei aqui, se não se lembra, você estava ocupado xingando essa cicatriz também. – Explicou.

  - Está bem, já entendi. Agora, se não se importa, quero ficar um pouco sozinho.

  Ela suspirou.

  - Você não vai mesmo me explicar o que está acontecendo? Quem é Sam?

  - A curiosidade matou o gato, Lennox. Acho melhor não se intrometer.

  - Se não percebeu, ainda estou vivinha aqui. – Teimou.

  - Eu não estou muito bem para falar disso. – Respondi.

  - Então não precisa falar. Só pensei que, talvez, eu pudesse ajudar.

  - Lennox, você não sabe nada da minha vida. Mesmo que te contasse essa parte, teria que te explicar muitas coisas e isso demoraria demais.

  - Claro que sei da sua vida. Eu sei que seu pais morreram em um acidente, que você tinha uma irmã que também morreu e que morava em uma cidade pequena. Além de ter uma garota chamada Sam envolvida no meio que, pelo jeito, você gostava dela e ela de você.

  - E como você sabe de tudo isso? – Perguntei surpreso.

  - Conhece o senhor Google? Ele tem quase todas as respostas.

  - Duvido que tenha encontrado essas respostas lá. Se fosse tão fácil assim, Benkei já saberia tudo sobre mim. Além disso, já pesquisei. Não há informações sobre mim, só meu estilo de roupa, o que eu acho bizarro, nem sobre você. – Falei.

  - Primeiro, você não sabe procurar como uma hacker faz. Segundo, eu sei cobrir meus rastros. – Me respondeu.

  - Mesmo assim, não vou te contar nada sobre minha vida, estamos entendidos? – Perguntei.

  - Beleza, então eu vou dar um jeito de descobrir tudo. Me responda pelo menos como conseguiu essa cicatriz na sua barriga. – Teimou.

  - Se eu falar, você para de bisbilhotar minha vida e me deixa sozinho? – Perguntei sem paciência.

  - Talvez. – Deu de ombros.

  - Como quer que eu te diga se não está nem aí?

  - Porque de uma forma ou de outra eu vou acabar descobrindo.

  - Está bem, mas prometa me deixar em paz. Vou contar apenas sobre como ganhei a cicatriz, okay?

  Ela assentiu.

  - No final de Setembro, - Comecei. – eu estava andando por uma estrada quase deserta, em direção ao sul.

  - Uma estrada deserta? Sério? Por que não uma movimentada? – Me interrompeu.

  - Você quer saber a história ou não? – Perguntei. – Para que eu não morresse atropelado e para não ser incomodado, feliz? Agora posso continuar?

  - Pode.

  - Quando acordei, de madrugada, senti uma sensação estranha, como se alguém estivesse me observando e, mais tarde, uma garota “apareceu” e me ameaçou, dizendo que se eu entrasse em seu caminho, coisas ruins aconteceriam. Então, quando ela foi embora, apareceu outra pessoa, dessa vez um homem com uma máscara e eu fugi o mais rápido que consegui, pois percebi que eles deviam ser loucos, mas ele foi muito mais rápido e pegou sua adaga, colocando-a onde está a cicatriz. Por sorte não morri, pois a adaga estava com veneno, se não fosse por àquela garota de antes que me salvou, fazendo uma transfusão de sangue. E agora estou procurando-a para saber o que está acontecendo e de que jeito eu consegui me meter nisso.

  - Fez bem em fugir, nem sempre podemos ganhar uma luta. – Aprovou. – Agora, sobre essa garota, você chegou a vê-la de novo?

  - Sim, no bey park. – Respondi desconfiado.

  - Em que dia isso aconteceu?

  - Que eu reencontrei-a? Foi dia 26 de Dezembro, por quê?

  - É bom sempre anotar essas informações. Você tem alguma ideia do que está acontecendo?

  - Não. Ela só me disse que haviam pessoas atrás de mim.

  - Sobre o homem, você sabe quem é ele?

  - Um assassino mercenário. – Respondi, era estranho falar sobre isso com ela. – Ele disse que minha cabeça vale ouro.

  - Alguém os contratou, então, e devem estar pagando muito bem. Kyoya, você sabe como isso é sério? – Me perguntou.

  - Lógico. Por que você acha que estou aqui? Se as coisas não estivessem tão ruins, você acha que eu teria vindo aqui e aguentado tudo que estou passando? Assim, sem mais nem menos?

  - Onde você ficou escondido por todo esse tempo?

  - Essa garota, a capuz, como eu a chamo, me levou para uma casa minúscula abandonada, para que eu pudesse me recuperar.

  - Ela cuidou de você? – Lennox parecia surpresa e um pouco confusa.

  - Na verdade não, ela só ficou lá até que eu acordasse. Ela me deixou alguns suprimentos e remédios e depois foi embora.

  - Ótimo, Kyoya, agora preciso que você me ajude. Me dê alguma informação útil sobre ela, como nacionalidade, nome, idade, características físicas, essas coisas.

  - A capuz é mais velha que eu. Ela falava japonês, mas tinha sotaque, como inglês, mas não era britânico. Ela usava um capuz preto que cobria o corpo inteiro, mas teve uma hora que uma mexa de cabelo se soltou e mostrou que era um cabelo loiro um pouco escuro. É só isso que sei.

  - Essa garota disse alguma coisa que a entregasse? – Lennox parecia muito interessada nesse caso.

  - Que eu tenha ouvido, não.

  - Acho que você não vai gostar disso, mas, Kyoya, você precisa contar isso para os outros. Eles podem estar correndo perigo.

  - Nem pensar, Lennox. Ninguém pode saber disso, nem você era pra saber.

  - Você quer saber onde ela está, não quer? Eles são sua melhor escolha. Com a ajuda deles, poderá encontrá-la mais rapidamente. Você decide.

  - Não sei...

  - Pense bem sobre isso, Kyoya. Não estamos falando de qualquer coisa. Isso realmente vai interferir na sua vida. – Ela saiu, me deixando sozinho novamente.

  Antes que percebesse, já havia escurecido. Desci e peguei umas coisas que haviam na geladeira, mas, antes que saísse, vi Madoka na porta da cozinha.

  - Kyoya? O que está fazendo aqui? – Me perguntou.

  - Comendo. – Respondi casualmente.

  - Mas a janta vai ficar pronta daqui a pouco... – Começou.

  - Não vou descer pra jantar hoje. Vou ficar no meu quarto.

  Ela assentiu.

  - Só uma coisa. – Me chamou. – Amanhã nós vamos sair, vai querer vir junto?

  - Não. – Respondi.

  - Está bem. Sabe se virar para comer?

  - Você acha que sobrevivi todo esse tempo como? – Sorri.

  Fui para meu quarto e depois de assistir alguns filmes, acabei adormecendo.

  No dia seguinte, não acordei com a luz na cara, nem com barulho, na verdade, acordei com algo arranhando meu rosto. Levantei assustado e vi um gato onde antes eu estava deitado. Passei a mão na minha bochecha e percebi que meus dedos ficaram vermelhos. Aquele gato havia me arranhado.

  - De onde você veio? – Perguntei quase gritando para o bicho.

 Ele não pareceu se importar e deitou no sofá, se espreguiçando.

  - Bicho folgado. Cadê o Gingka em uma hora dessas? – Perguntei em voz alta.

  Olhei para a cama, Lennox não estava mais lá. Será que o gato também havia arranhado-a e ela foi procurar Gingka?

  Assim que fiz minha higiene pessoal, fui procurar alguém para explicar o que estava acontecendo, mas não havia ninguém ali. Nem Fernanda estava em seu quarto. Eu estava sozinho em uma mansão?

  - Ei, Kyoya. – Ouvi a voz de alguém. – Por que não foi com os outros?

  Era Lennox. O que ela estava fazendo ali?

  - Ia te fazer a mesma pergunta.

  - Resolvi ficar para cuidar do meu gatinho, por quê?

  - Quer dizer que aquele bicho que está no quarto é seu? Tinha que ser, tal mãe, tal “filho”. – Revirei os olhos.

  - Já percebi que se deram bem. O que você fez para ele te arranhar tanto? – Perguntou passando a mão por um corte na bochecha.

  - Não faço ideia. Eu só estava dormindo.

  - Ele deve achar que ali é propriedade dele. – Respondeu simplesmente.

  - Era só o que me faltava. Primeiro você rouba a minha cama, depois o gato rouba o sofá. Vai vir mais alguém que faça parte da sua “família” para cá? Porque tenho que tomar cuidado para que ninguém me roube mais nada.

  - Vai mesmo ficar reclamando? Daqui a pouco ele te deixa em paz.

  - Então, - Mudei de assunto. – Onde estão todos?

  - Saíram e não irão voltar tão cedo.

  - Tem mais alguém aqui? Além de nós dois e esse gato encapetado?

  - Pelo que eu saiba, só a Sam e o Ryuga. – Deu de ombros.

  - O Ryuga? Sério? Que ótimo. – Ironizei.

  - Duvido que ele saia do quarto.

  - O que faz acordada antes do meio-dia? – Perguntei curioso.

  - Clyde chegou cedo e como só tinha eu em casa, pelo menos que ouviu a campainha já que os outros estavam dormindo igual pedra, fui abrir a porta e resolvi já ficar acordada para aproveitar o dia.

  - Clyde? – Perguntei confuso.

  - É o nome do gato. – Explicou. – Agora, que horas são? Madoka me pediu para fazer o almoço.

  - Umas onze horas. O que vai fazer de comida? – Perguntei.

  - Provavelmente um lanche.

  - Lanche? – Me desapontei. – Isso é para de tarde, eu queria comida mesmo.

  - Está bem, senhor reclamão. Que tal macarrão?

  - Esqueci que você é americana, não deve comer muita comida, não é?

  - Kyoya, eu não sou americana. Moro lá por alguns anos, mas não nasci lá.

  - O quê? Como assim? – Fiquei surpreso. – Onde você nasceu, então?

  - No Egito. Enfim, o que quer comer, então?

  - Ichijū-sansai.

  - Que droga é essa? – Perguntou confusa.

  - Como eu posso explicar? É uma das refeições mais comuns do Japão. Com arroz, sopa e mais três acompanhamentos, como peixe, legumes e algum prato frito.

  - Vamos fazer lanche mesmo. Ou, se preferir, posso fazer um prato egípcio mesmo.

  - Não, acho que o Nile ia preferir isso. Prefiro não me arriscar.

  - Então vai ser lanche mesmo.

  - Está bem, está bem. Vou treinar. Vê se mantem esse bicho longe de mim.

  - No fundo você gosta de animais, não é? – Me perguntou.

  - Desde que não me arranhem, não me mordam, não me lambam, não soltem pelo, não me acordem, não sujem a casa, não latam, não miem, não me tragam um rato ou outro animal morto, não rastejem, não voem, sim.

  - Vou arranjar um peixe para você. – Ela riu.

  - Compre um grande, quem sabe assim ele sirva para um bom almoço.

  - Tadinho! Kyoya, mau.

  - Só estou falando a verdade.

  - Vai lá falar isso para a Sam, duvido que sobreviva por muito tempo.

  - Não, agora eu vou é treinar. Se eu continuar aqui vou acabar não fazendo nada e quando perceber, o dia já vai ter acabado. Quando estiver pronto, me avise. – Pedi.

  - Não vai comer nada para dar uma quebra na fome? – Me perguntou.

  - Sim, uma maçã. – Respondi já saindo.

  - Parece que está de bom humor hoje, para quem foi acordado com arranhões...

  - Só impressão sua. – Respondi já da porta.

  - Pensou no que te falei ontem?

  - Ainda não tenho certeza. – Falei e me direcionei para o bey estádio que ficava atrás da mansão, assim como a piscina, a academia, algumas quadras e muitas outras coisas. O pai de Gingka realmente era rico.

  Fiquei treinando com Leone por algum tempo, um pouco mais de 40 minutos, até que Lennox chegou com os lanches que havia feito. A aparência era como o de Madoka, quando estávamos indo para a aldeia Koma, mas tinha algo diferente.

  - Espera. – Falei após pegar um. – E se isso estiver envenenado? Vai que você quer me matar...

  - Por que eu faria isso, Kyoya?

  - Quem sabe... – Desconfiei.

  - Só come logo. Se não quiser, faça você mesmo.

  - Como posso ter certeza de que não vou morrer comendo isso?

  - Você não confia em mim? - Fez bico.

  - Não. – Admiti.

  - Está bem. – Ela pegou um que estava na cestinha e mordeu. – Satisfeito?

  - Não. – Respondi. – Você pode ter feito um para você que não está com veneno.

  - Fala sério, Kyoya.

  - O quê? Já tive experiências muito ruins com veneno.

  - E o que quer que eu faça?

  - Sei lá, me prove que não está envenenado.

  - Está bem. – Ela segurou a minha mão e pegou um pedaço do lanche. – Agora você não tem mais desculpas.

  Examinei um pouco aquilo e cheirei. Parecia tudo certo, mas não se podia julgar um livro pela capa. Por fim, dei uma mordida, mas logo me arrependi e cuspi tudo fora.

  - Não falei que você estava tentando me envenenar?

  - Eu não tentei te envenenar! – Retrucou.

  - Se não tentou me envenenar, fez o que, então?

  - Fiz alguma coisa para você não morrer de fome. Para de ser chato, só come. Não está tão ruim assim.

  - Você está brincando, não é? Lennox, isso não é comestível! O que você colocou aqui?

  - Não me culpe! Pelo menos eu tentei fazer. – Abaixou a cabeça, triste.

  - Espera, isso não foi brincadeira? Você não sabe cozinhar, Lennox?

  Ela fez que não com a cabeça.

  - Tenho dó de quem se casar com você. Ou a pessoa vai ter que saber cozinhar ou ter muito dinheiro para comer todo dia fora. – Comentei. – Enfim, Sam e Ryuga comeram?

  - Não. Sam falou que não estavam com fome e que mais tarde iria fazer algo para ela.

  - Lennox, você sabe cozinhar alguma coisa? – Perguntei.

  - Não muito. Serve macarrão instantâneo?

  Suspirei.

  - Venha, vamos fazer algo que pelo menos dê para comer. – Puxei-a.

  Ela parecia confusa mas não retrucou. Fomos para a cozinha e fiz ela colocar um avental e lavar as mãos.

  - Por que você não precisa de um avental? – Perguntou.

  - Porque eu não vou me sujar. Só uma coisa, se contar isso para alguém, eu te mato, está bem? Primeiro, vamos fazer esse lanche aqui, só que dessa vez, com os ingredientes certos.

  - Você sabe cozinhar? – Perguntou surpresa.

  - Digamos que aprendi algumas coisas depois de viver tanto tempo sozinho. Mas ainda preciso que me ajude com algumas coisas, está bem?

  - Claro.

  Ajudei ela a fritar o peixe no ponto certo e a escolher os vegetais mais frescos. No fim, deu tudo certo e o lanche se tornou comestível. Lennox ficou com receio de comer, mas logo, após fazer uma combinação de molhos estranhos, experimentou.

  - Isso é muito bom! – Exclamou.

  - Pelo menos agora é comestível. – Respondi enquanto comia o meu. – Agora, quando for inventar de fazer isso, é só seguir os mesmos passos que te ensinei, está bem?

  Ela apenas acenou, estava ocupada comendo.

  - Não vai parar de comer, não? – Perguntei com uma gota na cabeça vendo que já estava no segundo lanche, por sorte, havia feito alguns a mais, caso Sam e Ryuga ficassem com fome, mas, pelo jeito que estava indo, eles não iriam ganhar nada.

  - Quem mandou não fazer mais para mim? – Limpou o canto da boca que estava sujo de molho.

  Tudo que consegui fazer, vou dar uma curta risada. Quem diria que ela era tão comilona? Dorminhoca eu já sabia, mas comilona era nova.

  - Sabe o que eu quero agora? – Me perguntou. – Alguma coisa de chocolate! O que vai fazer?

  - Chocolate? Por que não procura uma barra para comer?

  - Não quero um simples chocolate. Quero um doce de chocolate.

  - Isso eu não sei fazer. – Admiti.

  - Como não? Não sabe nem fazer bolo? Achei que era o mestre cuca daqui.

  - Só porque sei fazer algumas coisas básicas sou um mestre cuca? Está muito enganada, Lennox. Mas sim, eu sei os passos para fazer, só que, quem irá preparar vai ser você. – Praticamente obriguei-a.

  - Eu?

  - Sim, você. Não é você quem queria comer isso? – Perguntei.

  - Só vou fazer isso porque estou com vontade. – Fez bico novamente.

  - Ótimo, então, para começar, pegue ovos, farinha... – Fui falando a lista.

  Depois de algum tempo, ela fez tudo, eu apenas ajudei a mexer e a tirar do forno. Assim que ficou pronto, Lennox parecia orgulhosa de si mesma e logo provou o primeiro pedaço, fazendo seus olhos brilharem.

  - Sabe, agora que pensei, onde está aquele seu gato folgado? – Perguntei.

  - Clyde? Deve estar dormindo em um canto ou brincando com a Sam. – Ficou quieta por um tempo. – Sabe, Kyoya, depois de hoje minhas suspeitas foram comprovadas. Você acha que um monstro faria tudo o que você fez? Pois eu acho que não. Você estava apenas nervoso ontem, por isso aconteceu tudo aquilo, mas não há com o que se preocupar. Você é uma pessoa boa.

  - Sou? Como pode ter certeza disso?

  - Porque eu posso sentir a essência da pessoa. O seu problema foi não saber lidar com seus problemas e empurra-los para dentro de si.

  - Precisamos mesmo falar sobre isso? O dia estava tão bom hoje.

  - Só estou tentando te entender, Kyoya. Se não dizer quais são seus problemas, como poderei te ajudar? Mas, se não quiser falar sobre isso agora, falaremos mais tarde. Não tem como escapar disso. Agora vem, vamos treinar.

  - Você também vai? – Arqueei uma sobrancelha.

  - Mas é claro.

Algumas horas depois...

  No fim da tarde, eles haviam voltado e eu precisava tomar minha decisão. Era tudo ou nada.

  - E então, Kyoya? Vai contar para eles e se livrar desse fardo ou vai manter isso em segredo, colocando o sangue deles em suas mãos e sofrendo ainda mais? Aposto que se contar a verdade, eles irão te ouvir e te ajudarão no que for preciso, não precisa sofrer sozinho. O que vai ser então, Kyoya?

  - Eu...


Notas Finais


Oii! Então, desculpem pela demora, mas não podia deixar de fazer aquele trabalho, então espero que entendam. Desculpem pelo titulo, eles não colaboram comigo. Eu ia colocar algo envolvendo a cozinha e tals, mas deixa assim mesmo kkkkk. Acho que eu nunca escrevi sobre tantas coisas diferentes em um capitulo só como esse, primeiro começa com a parte do diabetes que tive que dar uma cortada em alguns capítulos anteriores, depois Kyoya fica revoltado com a Lennox e mesmo assim conta para ela o que aconteceu (N.A: Liguem não, esse bicho é bipolar mesmo.), depois vamos aprender a cozinhar e por aí vai. Mas enfim, o que acham que ele irá fazer? Falar ou não falar? Espero que tenham gostado. Obrigada por ler! Bjss de morango! Até quinta (E dessa vez sem atraso, por enquanto não tenho mais trabalho além de um de geografia que é só para o final do mês.) To falando muito hoje, hein? (N.A: Gente, o Kyoya está mentindo. Ele tem uma razão sim, ele só não quer contar, então não me matem, a culpa é dele.) (N.K: Minha? Foi você que me fez enrolar!)


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