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História The Library (minsung) - 25 - don't know why


Escrita por: moonlightAd

Notas do Autor


maratona TL (1/6)

heey, mais um capítulo pra vocês.

ok, tenho algumas coisas pra dizer:

1- dêem uma olhada no capítulo anterior, porque tem atualizações sobre a pergunta.

2- meus pronomes são ela/dela. não tô repreendendo ninguém (até pq acho fofo vcs se preocupando em não me deixar desconfortável), só quero informar mesmo.

3- juro que vou voltar a publicar em horários decentes KKKKKKKK é que eu tô muito ansiosa pros capítulos dessa semana.

4- bem vindos(as/es) à maratona, babes.

boa leitura, espero que gostem :)

Capítulo 30 - 25 - don't know why



Han


Ontem, quando Minho me levou de volta para o apartamento, nós conversamos sobre suas regras. Pensei que me falaria milhares de coisas, mas me enganei completamente; ele disse que ainda tem mais algumas coisas para dizer, porém foi basicamente "não mude nada de lugar, porque sou insuportável com organização", "quando eu estiver na minha sala de música ou no estúdio, só me interrompa se a casa estiver pegando fogo, ou o Llama estiver morrendo", e por fim "a piscina só existe porque meus pais não sabem do meu trauma, mas ela vive coberta. Pode usar se quiser, mas assim que sair, a cubra de novo". 


Tive vontade de rir com a última regra, porque nós estamos no meio do inverno, que costuma ser bem difícil por aqui. Então não tem nem como cogitar a ideia de passar um tempo na piscina. A não ser que ele ache que vou ficar em sua casa, até o verão chegar. Não, acho que foi apenas precaução.


— Ok, hoje você pode me mostrar a casa, acho que não teremos nenhum problema no caminho. – dou uma risadinha, enquanto seguimos para sua casa. Fico feliz ao ouvir o som da sua risada, mesmo que tenha sido sutil.


— Deus queira que não, estresse é a última coisa que preciso. – dá uma risada nervosa, e fica algum tempo sem dizer nada. — Na verdade, acho que ainda dá tempo de desistir. É isso! Vou ligar pra organização, e cancelar tudo. Ninguém sentiria minha falta. – acho que sua intenção era apenas pensar, mas acabou falando alto.


— Eu iria. – murmuro, me arrependendo logo em seguida.


— Oi? 


— Ué, não disse nada. – banco o desentendido, e ele faz uma cara confusa. — Não acho que você deva desistir. Sei que muitas pessoas estão ansiosas pra te ouvir, ficariam desapontadas se você cancelasse. – ouço a voz de Seungmin no meu subconsciente, dizendo "falando em terceira pessoa, Jico?". 


— Duvido. 


— Eu achei que você era mais seguro em relação à sua carreira, é meio estranho te ver tão nervoso. Ainda mais quando você tava tão ansioso.


— É que faz tempo que não canto em lugares cheios, e não tenho ideia se ainda sei lidar com isso. 


— Seus amigos estarão lá, mesmo se tiver dificuldades em lidar com a pressão, tenho certeza que eles vão ajudar.


— Sei disso, mas não consigo evitar o nervosismo. – vejo que suas mãos estão apertando o volante. — Cantar no festival Yuna é uma grande responsabilidade, não acho que esteja pronto pra isso. 


— Lino. Quer dizer, Minho… – me corrijo rapidamente. — Você é bom no que faz, não tem motivos pra se sentir assim. Tenho certeza que assim que subir ao palco e cantar a primeira nota, vai se sentir em casa. E mesmo se as coisas derem errado, o que duvido muito, é só colocar a culpa no Hyunjin ou no Felix, as pessoas facilmente acreditariam. 


— Tenho que admitir, é uma boa ideia. Será que eles me perdoariam? – finge cogitar a ideia. — Obrigado por tentar me ajudar, Jisung. 


— É o mínimo que posso fazer. – ficamos alguns minutos em silêncio.


— Hum… posso fazer uma pergunta meio indelicada? Não precisa responder se não quiser. – eu assinto. — Teve um dia que você me mandou mensagem, falando que continuaria aqui porque ganhou uma boa quantidade de dinheiro. Não quero me meter na sua vida, mas tô curioso, o que aconteceu?


— Tudo bem, acho que de certa forma, você tem o direito de saber. – o tranquilizo. — Lembra quando fui devolver o livro? – ouço um "ahan". — Quando cheguei em casa aquele dia, o dinheiro tinha sumido. Não faço a mínima ideia do que houve, porque o escondi, e guardei a chave comigo. Infelizmente não pude fazer nada, porque nem a polícia me ajudou; então só aceitei o fato de que perdi muito dinheiro.


— Isso é bem estranho, que horror! Sinto muito, nem imagino o quão horrível deve ter sido. – sorrio, agradecido. — Posso fazer outra pergunta?


— Vá em frente. – não tô reclamando, mas é estranho que ele esteja tão disposto a interagir comigo.


— Você chamou a senhora que te deu o dinheiro, de pedante? Ou isso foi só comigo? –merda! Se soubesse, teria o impedido de fazer a pergunta.


— Bom… E-eu, a-ah… Sab-be? – não sei como responder. Minha cabeça fica um pouco confusa, quando ouço sua risada.


— Minha teoria de que você tem problema de pressão, fica cada vez mais perto de ser comprovada. Misericórdia, você quase entra em colapso mais de uma vez por dia. – fico com vergonha ao escutar suas palavras. — Era só brincadeira, ok? Suas desculpas foram realmente aceitas, não precisava ter um faniquito.


— Cruzes! Achei que a gente iria ter outra discussão. – suspiro aliviado. 


— Fica tranquilo, não tô afim de brigar. Teremos muito tempo pra isso. – me seguro para não dar um grito agudo.


Minha ficha acabou de realmente cair, meu Deus! Eu tô indo pra casa do Minho, e não vou voltar pro meu apartamento quando anoitecer. Caralho, vou ter até meu próprio quarto, como isso é possível? Socorro, eu vou morar lá, nem sei se sirvo pra morar numa casa daquelas, e se eu me perder?


Por que aceitei? É uma ideia completamente maluca. Nós dois morando sozinhos é a receita pra um desastre enorme, que besteira. Acho que vou fingir passar mal, assim ele vai ter de dar meia volta pra achar algum banheiro público, aí eu fujo.


— Finalmente chegamos, não aguentava mais dirigir. – o vejo pegar o controle da garagem. 


Merda! Já era, não dá mais tempo, acabou pra mim. Já sei! Vou correndo pro terceiro andar, e me jogar lá de cima. Vamos ser sinceros, só vou antecipar o que o Minho faria daqui um tempo.


— Han, porra! – me assusto.


— O que foi? – olho para os lados, percebendo que já estamos dentro da garagem.


— De novo, tô te chamando igual um panaca, e você tá viajando. Aliás, por que tá ofegante e tremendo? – por não saber como, não respondo sua pergunta. — Enfim, não importa. Pega suas coisas no banco de trás, e eu pego as do porta malas. – assinto, mais calmo.


Saio do carro e faço o que me pediu, enquanto lhe vejo pegar minha mala esportiva, e a mesma mochila que esqueci aqui há um tempo.

•••
— Deixa suas coisas no sofá, aí pode levar pro seu quarto, quando for te mostrar o andar de cima. – concordo. — Vamos lá. Você já conhece essa sala, a cozinha, um dos quartos de hóspede, e o quarto do Llama, certo?


— Sim. Bom, o banheiro do corredor, e a parte de trás do quintal também.


— Ok. A única coisa que tem no corredor do quarto do Llama, são os quartos de hóspede, o banheiro, e a porta que leva pro porão; acho que você viu tudo isso né? – murmuro um "sim". — Então vem comigo.


Ele me mostra os dois cômodos ligados à cozinha: a sala de jantar, – que quase nunca usa – e a despensa. Logo depois, nós vamos para a parte de trás do quintal, onde além da varanda, tem a porta que dá para a lavanderia, e uma espécie de marcenaria. 


— Acho engraçado que a maioria das pessoas tem uma varanda na parte da frente, mas a sua é aqui. – comento. 


— É, é meio estranho mesmo. – dá de ombros. — Acho mais interessante ter um lugar confortável pra olhar as estrelas, ao invés de ter um pra olhar as pessoas passando perto da minha casa. 


— É um bom ponto. 


Me indica a entrada para a área da piscina, mas nós não chegamos a ir até lá; o que eu entendo completamente. Voltamos para dentro da casa, e ele pede que eu pegue minhas coisas no sofá, porque vai me mostrar o andar de cima. 


— Puta que pariu! – digo impressionado.


— O que foi? – aponto para debaixo da escada, então ouço uma risadinha. — Você não tinha visto antes? – eu nego com a cabeça, ainda impressionado.


— Eu achei que isso só existia em filmes, mas você realmente tem uma adega embaixo da escada. Cruzes!


— Achei que combinaria com a decoração da casa. Se quiser, pode usar, mas me mantenha informado, tudo bem? – assinto. 


Percebo minha mão cada vez mais suada à medida que subimos os degraus. Meu Deus! Isso realmente vai rolar, não acredito nisso.


— Minha sala de música fica na última porta à esquerda, do lado direito do corredor; tenho um pouco de ciúmes dela, mas se você souber tocar algum instrumento, pode ir pra lá. Óbvio que só quando eu não estiver usando. – me adverte. – À direita, nós temos mais três quartos de hóspede, mais outro banheiro no corredor. 


— Como você não se perde?! 


— Costume. – dá risada. — Então, o meu quarto é essa primeira porta à esquerda, também do lado direito do corredor. 


— Jura? – pergunto, dando um sorrisinho irônico.


A porta é inteiramente preta, com uma plaquinha de madeira em qual está escrito – com letra de criança – "Lee Know", com três estrelinhas antes do "Lee", e mais três depois do "Know". É adorável.


— Ei! Não tire sarro, ok? Em minha defesa, tenho essa plaquinha desde os treze anos, fiz em um dos acampamentos comemorativos de Dinwah. Tenho dó de me desfazer.


— Não tô tirando sarro. Na verdade, fiz uma dessas também, mas ela não existe mais.


— Sério? Você teve coragem de jogar fora? – ele não se lembra que eu também tava nesse acampamento?


— Quem dera fosse isso. – cruzo os braços, frustrado ao lembrar daquela situação. — Era o meu primeiro ano no acampamento, porque finalmente fui sorteado pra ir. Então na hora de fazer as plaquinhas, fiquei todo orgulhoso da minha.


— Verdade! Não me lembrava, mas você foi também. Pelo o que me recordo, você não pegava no meu pé aquela época. 


Apenas assinto, tentando não me irritar com o fato de que ele não se lembra – ou finge não se lembrar – das coisas que aconteceram aquele dia.


— Minha letra "J" sempre foi feia, mas eu tinha gastado uns 10 minutos pra conseguir deixar bonitinha. Quando finalmente olhei pra um "Jico" perfeitinho escrito na plaquinha, sorri orgulhoso do meu trabalho. 


— Desculpa te interromper de novo, mas eu achava que "Jico" era um apelido criado pelo Seung.


— Não. Minha mãe me chama assim desde que eu era pequeninho. Um dia, Seung ouviu esse apelido, e achou muito bonitinho, então começou a usar também. Apesar de só terem se visto por chamada de vídeo, minha mãe gosta muito do Seung, por isso não ligou quando o apelido foi "roubado".


— Entendi.


— Enfim. – suspiro. — Saí por um tempinho, querendo pedir ajuda pra fazer o furo de pendurar, mas todos os instrutores estavam ocupados, então teria de esperar. Quando voltei pro meu lugar, vi uma das crianças mais velhas jogando tinta preta por toda minha placa; assim que fui tirar satisfação, ele disse que tinha sido sem querer, mas eu sabia que era mentira, porque cheguei a tempo de ver a cena. – começo a tremer de raiva. Mesmo que tenha acontecido há muito tempo, essa merda ainda me deixa puto.


— Eu me lembro dessa história, todas as crianças do acampamento falaram disso por horas. Alguns riram com o garoto, mas outros defenderam você. – fico intrigado ao ouvir sua fala.


— Em qual dos grupos você estava?


— Como assim? 


— Você riu de mim, ou me defendeu? – encaro seu rosto, querendo uma resposta. 


— Sinceramente? Nenhum dos dois. – tento disfarçar minha expressão decepcionada. — Nunca tive muitos amigos, então não me misturei com nenhum dos grupos; porém, confesso que achei bem babaca da parte daquele menino. Não me lembro do seu nome, já que por algum motivo, as lembranças daquele acampamento são muito vagas em minha mente. 


— Me lembro de quase tudo, menos de seu nome. – admito. — Sabe, eu tenho lembranças péssimas desse dia, podemos focar no quarto? – peço, já desconfortável. 


Ele tem uma participação enorme no fato das minhas memórias serem horríveis, e já que não se lembra de nada, prefiro mudar o foco do assunto. Não quero arranjar nenhuma discussão, ainda mais sabendo que não adiantaria de nada.


— Claro, claro. – compreende meu lado. — Não vou te mostrar meu quarto, porque né, não tem necessidade. Pois bem, você vai ficar nesse aqui. – aponta para o cômodo que quase fica de frente para o dele. — Quando me mudei pra cá, dormia aqui, mas depois de um tempo, decidi mudar pro meu quarto atual.


Fico apreensivo ao descobrir que vou dormir no quarto que costumava ser dele, mesmo sem ter ideia do motivo desse nervosismo todo. Agora, minhas mãos estão suando bem mais, e sinto as batidas do meu coração acelerarem; consegui conter a ansiedade durante um tempo, mas estou prestes a entrar no meu quarto temporário, e não tenho certeza se estou pronto. 


— Hoje meu dia tá cheio, então te mostro o andar de cima outro dia, ok? – assinto. — De qualquer modo, as únicas coisas interessantes são, a sala de jogos, e meu mini estúdio. 


— Tudo bem, posso ver isso depois. – dou de ombros.


— Vou voltar lá pra baixo, porque tenho algumas coisas pra fazer. Você pode ficar no quarto, e ir ajeitando algumas coisas; vai no seu tempo, mas esteja pronto pro festival, no máximo até 13h30.


— Ok, pode deixar. – sorrio, e ele desce a escada.

•••
Já faz alguns minutos que estou deitado na cama, olhando para o teto. Ainda não tive coragem para começar a organizar minhas coisas, porque uma vez que isso for feito, minha estadia aqui será oficial. 


Respiro fundo algumas vezes, como se apenas isso seja o suficiente para organizar meus pensamentos. Antes que exista a chance de Minho se atrasar por minha causa, levanto da cama, na intenção de arrumar pelo menos parte de minhas coisas. 


Decido começar por algumas roupas, já que é a parte mais fácil; deixo as peças que precisam de cabide, para mais tarde, arrumando apenas as roupas que ficam nas gavetas. Quando abro a última gaveta do armário, acho uma caixinha de madeira, sem nada escrito em sua tampa.


Coloco o objeto na cômoda ao meu lado, sem a menor intenção de mexer em qualquer coisa que esteja lá dentro. Quando terminar as coisas aqui, devolvo pro Minho. Acabo espirrando umas três vezes seguidas, porque o caixote tem uma quantidade considerável de poeira. 


Logo que volto para o que estava fazendo, noto que a gaveta está sem alguns parafusos, provavelmente porque o guarda-roupa não era usado, então não valia a pena consertar, até minha chegada.


— Lee, o armário tem uma gaveta meio solta. Onde tem ferramentas pra que eu possa consertar?! – vou para o segundo degrau da escada, gritando para o dono da casa, que ainda se encontra no andar de baixo. 


— Ah, no próprio armário tem uma caixinha com algumas ferramentas! – grita de volta. — Sempre fiquei de arrumar, mas acabei esquecendo.


— Valeu! – volto para o quarto. 


Presumo que a caixa citada por Minho, é a mesma que achei há alguns momentos; a tiro da cômoda e levo para cama, logo me sentando no móvel, e colocando o objeto em meu colo.


Abro a caixinha, e diferente do que esperava, não encontro ferramentas, e sim várias fotos, tanto de Minho sozinho, quanto com seus amigos. Imagino que a maioria delas tenha sido tirada por Hyunjin, já que ele aparece em poucas.


Mesmo que tenha a consciência de que deveria procurar pela caixa certa, não consigo evitar de tirar as fotos do interior do objeto, para admirá-las de mais perto. 


Sorrio ao ver algumas imagens dele criança, por volta de seus cinco ou seis anos; em uma delas, ele está embrulhado num montinho de roupas de frio, com uma touquinha preta, e uma expressão totalmente emburrada. Sem perceber, tento imaginar o que lhe deixou tão bravo. Mesmo com essa cara de quem tá de mal com a vida, ele não deixa de ser absurdamente fofo. As fotos do mini Minho parecem acabar, então passo a analisar as quais em que ele está sozinho.


Uma em particular chama a minha atenção: ele está de moletom, e com uma bandana na testa. Um perfeito "O" se forma em minha boca, ao me dar conta de que ele estava loiro quando a foto foi tirada; céus! Esse homem é a versão masculina de Afrodite. Seu sorriso é iluminado pelo luar, de uma forma que parece perfeitamente calculada. Só percebo que minhas mãos estão tremendo, quando quase derrubo a foto.


Sei que deveria estar fazendo outras coisas, mas simplesmente fico preso em uma espécie de transe, apenas encantado em ver diversas imagens do Lee, e em ter a prova de que não existe um ângulo sequer, que lhe desfavoreça. Ele é naturalmente fotogênico, e nem mesmo o melhor dos pintores, seria capaz de criar uma obra tão perfeita quanto esse homem. 


Quase derreto, ao me deparar com uma das melhores fotografias da "coleção": ele está junto de Jeongin, que se encontra dando um beijo na bochecha do mais velho, enquanto o mesmo ri de alguma coisa. Analiso os dois por mais um tempo, então percebo que o motivo de sua risada, são as mãos de I.N em sua costela, provavelmente fazendo cosquinha. Ele parece tão espontâneo, gostaria de vê-lo agir assim comigo.


— E então, achou as ferra… – me assusto quando o vejo parado na porta. — Não acredito nisso! 


— D-desc-culpa. Achei que essa era a caixa de que você falou, mas só encontrei essas fotos. Juro que não ia olhar, sério, juro mesmo. Mas fiquei curioso quando vi uma foto de você criança, e acabei perdendo a noção do tempo. Não queria invadir sua privacidade, acontece que a curiosidade foi mais forte que eu. – disparo, gesticulando desesperadamente.


— Calma, respira. Não tô bravo com você, só um pouco irritado com a situação. – entra no quarto e pega a caixa do meu colo, rapidamente guardando as fotos dentro dela. — Essas fotos estão guardadas porque não gosto delas, mas não acho justo me desfazer, já que em algumas tem mais gente envolvida. Tinha me esquecido que essa caixa tava aqui, senão teria tirado antes de você chegar. 


— Pode me responder porquê não gosta delas? – pergunto, chocado com a informação. Como é possível não gostar de qualquer uma dessas imagens?!


— Sei lá, os ângulos parecem errados pra mim, e meu rosto ou expressão, acabam saindo de forma estranha. Não gosto muito de tirar fotos exatamente por isso, quase nunca elas ficam bonitas. Também não gostava muito quando era pequeno, então quase sempre saía com a cara emburrada.


— Você é completamente maluco. – solto, sem querer.


— Licença? – questiona.


— Você tem uma impressão completamente equivocada sobre si mesmo. Sinceramente? Acho que não conseguiria tirar uma foto estranha, nem se tentasse com o máximo de esforço. – começo a tossir, quando percebo o que acabei de dizer. — Esquece. Sempre que fico nervoso, digo coisas estranhas ou sem sentido. Ainda tá ocupado, não? Não perde seu tempo comigo, sei que deve ter coisas mais importantes. 


— Okay? – fala arrastado, um tanto confuso. — Não faço a mínima ideia do que acabou de acontecer, e acho melhor nem tentar descobrir. – solta uma risadinha, em seguida saindo do quarto, com a caixinha em mãos.


Levanto a fim de fechar a porta, então volto para a cama; antes de sentar novamente, percebo que a minha foto favorita ficou no quarto. Mesmo sabendo que deveria devolvê-la imediatamente, minha primeira ação é pegar a fotografia, e continuar admirando-a. 


Após passar longos minutos olhando o rosto de Minho à luz do luar, percebo que minha mão não parou de tremer, meu corpo está quente, meu coração acelerado, meus pés batem freneticamente no chão, e tem alguma coisa errada com meu estômago. 


Espera… Droga!


Pode ser por conta dos seus olhos que costumam brilhar frequentemente, ou do seu sorriso que faz as batidas do meu coração enlouquecerem. Tem a possibilidade de ser por causa do jeito que fala das coisas que ama, das pequenas atitudes gentis, ou das manias adoráveis, mas que ele odeia. Talvez seja a sua risada escandalosa, que o faz ter vergonha de rir em público, ou o fato dele ser quente como inferno, mas ao mesmo tempo, estupidamente fofo. E bom, pode ser por todos esses motivos juntos.


Não sei o porquê, mas existe uma razão pra eu estar apaixonado por Lee Min Ho. Tenho negado esse sentimento por tempo demais, mas já não posso mais fazer isso; ainda mais agora que acabei de comprovar uma coisa: não tem mais volta, eu realmente me tornei um tolo apaixonado.


Honestamente, não sei como ele faz isso, mas sua simples existência é o suficiente pra me tirar do eixo. Agora sei porquê meu coração erra as batidas quando ele olha pra mim, e porquê eu ajo como uma criança atrapalhada, sempre que tá perto de mim.


Não tenho ideia do que aconteceu pra esse sentimento surgir em mim, mas realmente não me importo. Por duas razões: não pretendo fazer nada pra mudar isso, e também sei que ele nunca será capaz de sentir a mesma coisa.


Coloco a bendita foto no meio de uma agenda antiga que trouxe junto comigo, e guardo na primeira gaveta da cômoda. Decido deixar o restante da organização para depois, assim posso começar a me arrumar para o festival.


Mesmo com todos esses sentimentos vindo à tona, vou continuar agindo normalmente, porque não quero nem Seungmin sabendo disso. 


Achei que quando entendesse meus sentimentos, me sentiria à vontade pra falar sobre isso, porém aconteceu o contrário. Agora que sei o que sinto, mas tenho a plena certeza da rejeição, assumo que é patético querer revelar essa merda pra alguém.


Sei que não vou conseguir ignorar meus sentimentos, mas posso escondê-los. Logo vou poder sair dessa casa, e esse objetivo será bem mais fácil de cumprir. Por enquanto, vou agir como sempre fiz, assim ninguém sai prejudicado.

•••
— Han, já se aprontou?! – pergunta, através da porta.


— Não! – grito. — Quer dizer, sim, mas não consigo achar meu brinco. – respondo frustrado. 


Por conta da história dos meus sentimentos recém descobertos, minhas mãos tremeram por muito tempo, e quando fui colocar o acessório em minha orelha, acabei o derrubando. Ainda estou à procura desse maldito, mas não lhe encontro em lugar nenhum. 


— Posso abrir a porta? 


— Sinta-se na sua própria casa. – brinco.


Ouço o barulho da porta sendo aberta, mas estou ocupado demais olhando embaixo da cama, então não posso dizer se ele parece irritado, dado ao fato que já são 13h40, e ainda não saímos de casa. 


— Como você perdeu? 


— Ele caiu quando fui colocar, e agora não faço a mínima ideia de onde pode ter caído. – digo chateado. 


— Eu te empresto um, depois você procura melhor. Mas pelo amor de Deus, vamos logo. – não aparenta irritação, só está incomodado.


— Não precisa, eu tenho out… – minha fala é interrompida, assim que olho para si. 


Por estar procurando meu brinco, estava agachado perto da cama, mas fui burro e não me apoiei em lugar nenhum. Ao olhar o homem parado à minha frente, acabo por me desequilibrar, caindo no chão como consequência. 


— Tá tudo bem? – tenta não rir muito, mas falha. — Desculpa, nunca consigo me segurar quando vejo alguém cair. 


Não consigo dizer nada, apenas estou travado, olhando para o homem que está totalmente de preto. Desde sua jaqueta de couro, – incrivelmente linda, aliás – até sua bota de cano médio. O único item que se difere da cor dos demais, é a corrente prateada presa à lateral de sua calça. Acho que esconder meus sentimentos, será mais difícil que pensei. Ainda mais se ele inventar de se vestir dessa maneira em outras ocasiões.

///
Minho


Fico um pouco preocupado ao não ouvir resposta, porque me recuso a crer que ele deixou pra se machucar logo hoje.


— Ei? Você nem tava tão distante do chão, não acredito que se machucou. – continuo sem resposta. 


Ele está olhando para mim fixamente, desde que se virou para falar comigo. Não me incomodo com seu olhar, só fico intrigado e tentando descobrir o que ele significa. Só começo a me irritar de verdade, quando Jisung continua parado por mais alguns minutos. Eu odeio atrasos, ainda mais quando não sou o culpado.


— Porra, Han! Quer me foder, me beija, caralho! – fico irritado e acabo falando besteira. Sinto meu rosto esquentar, envergonhado de ter usado essa frase com ele. — Acho que nunca falei tanto palavrão num espaço tão curto de tempo. Tá vendo o que você faz comigo? – finjo que não falei nada de mais. Por um momento, penso que essa pode ser considerada uma pergunta ambígua, mas logo abandono a ideia. 


— Quero! – finalmente diz algo, porém não entendo nada.


— Oi? Quer o quê? – fico confuso.


— A-ah, sim, foi mal. – ainda não consigo entender.


Ele se levanta do chão, dando alguns tapinhas em sua calça, querendo se livrar de qualquer resquício de poeira. Quando o vejo de pé, não posso deixar de notar o quão bonito ele está. Seu moletom cinza claro se opõe à minha camiseta e jaqueta, mas assim como eu, está usando uma calça preta, e em seus pés, calça um par de tênis com a estampa camuflada.


Deixo de reparar em sua roupa, quando lembro da fala de um colega cantor. Em uma de nossas poucas conversas, ele me disse que sempre que saía com sua namorada, checava a roupa dos dois, para ter certeza de que estavam combinando.


Mesmo se estivesse namorando alguém, não me importaria com esse tipo de besteira; mas se tratando do Jisung, não quero ter nenhum tipo de ação que se iguale à coisas comuns entre casais.


— Huum… Aquela hora, disse "quero", porque quero que você me empreste um brinco. – diferente do cenário anterior, desvia seu olhar do meu. — Mas deixa pra lá, já te atrasei demais. 


— Ah! Tá na chuva, é pra se molhar. – falo. — Nós já estamos atrasados, pegar um brinco não vai dar muita diferença. – pontuo. — Espera um segundo.


Saio do cômodo, e sigo na direção do meu quarto. Pego uma pequena argola na minha caixa de acessórios, logo voltando para onde Jisung está.


— Toma. – entrego o acessório para ele. — Mas coloca no caminho, porque já vou tirar o carro. – ele assente, então finalmente descemos as escadas.

•••
Deixo o carro em uma das vagas do estacionamento do parque onde o festival está acontecendo. Tanto eu, quanto Jisung saímos do automóvel, indo direto para a entrada do local. Ele passou o caminho inteiro sem dizer uma palavra, o que não é comum. Confesso que queria entender o porquê dele estar agindo tão estranho.


Antes que pudéssemos entrar, ouço um grito estridente, vindo de duas adolescentes. Assim que elas percebem que as notei, começam a chorar histericamente, logo vindo até nós.


— Não acredito! Eu sabia que você viria, mas não esperava te encontrar justo na entrada. – a de cabelo azul diz. — Eu sou Kyle, essa é minha namorada Lizzie. Nós somos canadenses, mas finalmente tivemos a chance de vir pro festival. – conta, com dificuldade por conta do choro.


— Nós fizemos de tudo pra vir, porque vimos a notícia que você vai se apresentar. – a morena completa. — Suas músicas são incríveis, nós somos completamente apaixonadas por tudo o que vem de ti. – sorrio envergonhado.


— Se acalmem. – rio, sem jeito. — Eu amo quando me deparo com fãs como vocês, mesmo que sempre fique envergonhado. – confesso.


— Nós que estávamos com vergonha. – Lizzie ri. — Iríamos passar direto, porque não queríamos atrapalhar você e seu namorado. – engasgo com minha própria saliva.


— N-não, a g-gente n-não… – Jisung se embola. Noto que ele cora mais que o usual.


— Ué, então porque chegaram juntos? – fica confusa. — Nós acompanhamos suas redes sociais, e ele não tá em nenhuma das fotos que você posta com seus amigos.


— E pela maneira que ele tava olhando pra você… É o mesmo olhar que tenho ao olhar pra Kyle, por isso achamos que vocês estavam namorando. 


— Não! – tampo a boca, com medo de ter falado muito alto. 


— Então, quem é você? – encaram o Jisung.


— Meu nome é Jisung. – dá um sorriso amarelo. — Sou apenas uma pessoa que confia no potencial do Lee, e tem certeza que ele tem muito mais fãs como vocês. Agora com licença, preciso encontrar alguns amigos. – tenta se distanciar.


— Espera! – ele olha confuso. — Nós estávamos planejando pedir algumas fotos com o Lee Know, e agora queremos que você apareça em uma delas, pode ser? 


— Não, melhor não. – as duas pedem um "por favor" arrastado. — Ok, tudo bem. Digo, se estiver tudo bem por ele. – suspira.


— Tá, não vai matar ninguém, certo? – dou de ombros.


Depois de surtarem horrores, e me darem vários abraços, as garotas tiram algumas fotos comigo sozinho, outras com a participação de Jisung, e até umas apenas com ele, já que de acordo com elas, ele parece muito simpático.


— Obrigada por ser tão gentil, tinha certeza que você nunca nos decepcionaria. – sorri. — Nós amamos você, e não vemos a hora de te ouvir cantar.


— Aliás, se não for muito incômodo, tenho um pedido a fazer.


— Também amo vocês. – sorrio. — E qual seria o pedido? 


— Você pode cantar Neverending Story? Liz me pediu em namoro cantando essa música, é muito importante pra nós. 


— Claro que sim! – meu sorriso se alarga.


— Obrigada, obrigada, obrigada! – se anima ainda mais. — Vamos deixar vocês em paz agora, até mais! Tchau Han, foi legal te conhecer. – ele apenas acena, enquanto elas se distanciam de nós.


Sem me encarar, e nem dizer nada, Han entra de maneira apressada no parque. Ao invés de seguí-lo, eu fico parado, olhando para a direção que ele foi, tentando entender suas reações inusuais.




Notas Finais


espero que tenham gostado, me desculpem por qualquer erro. por favor, não esqueçam de favoritar e comentar.

eu acho esse capítulo um amorzinho (por razões óbvias), espero que achem o mesmo que eu hehehe

bye, c ü soon 💙


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