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História The Library (minsung) - 34 - he likes to listen to me


Escrita por: moonlightAd

Notas do Autor


heey, mais um capítulo pra vocês.

1- sim, att a essa hora. a tia tá ficando doente, e não sei se vou estar bem o suficiente pra atualizar mais tarde :(

2- se vocês se irritaram com o jico no cap passado, imagina nesse kkkkkk ai meus filhos só me dão trabalho

3- o próximo capítulo é um dos meus favs, tô um tiquinho ansiosa pra sábado

boa leitura, espero que gostem :)

Capítulo 41 - 34 - he likes to listen to me



Kyata - Seoul. 2 dias atrás


Minho


Jaemin finalmente veio falar comigo sobre o episódio da troca de nomes, e graças aos céus, parece mais calmo. Faço questão de me desculpar novamente, porque sei que deve ter sido realmente desconfortável para ele. Eu, por outro lado, achei estranho no começo, mas depois, passei a achar engraçado. Só não deveria ter deixado escapar pro próprio Jisung.


— Eu te desculpo, mas com uma condição. – diz. 


— Qual? 


— Sai comigo hoje? 


— Hum… Tipo agora? 


— Claro, se você não tiver nada pra fazer. 


Por um momento, penso que deveria tentar resolver as coisas com o Jisung antes de qualquer coisa, mas acho melhor tirar essa história do caminho, porque sei que Jaemin costuma ser irritantemente insistente quando quer. 


— Tudo bem, só vou arrumar umas coisas rapidinho. 


— Ok, posso ent…


Interrompo sua fala, ao bater a porta em sua cara; ser mal educado dessa maneira não é do meu feitio, mas acho melhor que não entre. Mesmo que esteja mais calmo, ele continua se descontrolando muito fácil, e não seria uma boa ideia se deparar com o Jisung dentro da minha casa, sem nenhum dos nossos outros amigos. Uma hora ele vai saber, porém não precisa ser agora, até porque não estou afim de aturar mais uma discussão.


Antes de sair, peço para Jisung dar uma olhada no Llama, e lhe dou breves instruções do que pode fazer enquanto estiver fora. Por fim, volto a abrir a porta, pronto para acompanhar o Jaemin. 


— Você quase machucou meu nariz. – reclama.


— Desculpa, fechei a porta sem querer. – minto. Eu sou burro? Ninguém fecha uma porta sem querer.


— Sei… – parece desconfiado. 


— Então, vamos? – pergunto, mesmo sem saber onde iremos. 


— Vamos. 


Tenta pegar minha mão, mas antes que o faça, a coloco no bolso do meu moletom. Percebo que faz uma cara decepcionada, mas não diz nada, até porque, ele não tem direito de reclamar.


•••
Nós saímos para tomar café, – ele tomou chá – e agora estamos sentados nos puffs de uma cafeteria, porque está muito frio para ficarmos em uma pracinha. 


— Eu realmente não sei como você consegue tomar café. Que troço ruim. – faz careta, e eu dou risada. 


— Cadê sua moral? Você toma chá sem propósitos medicinais, o que é bem pior que beber café. 


— Claro que não! Chá não é amargo.


— E café não é água suja. Quer dizer, quando sabem fazer. 


— Ok, quando a gente casar, eu vou aprender a fazer café, só pra te agradar. – reviro os olhos. 


— Lá vem esse assunto de novo. – suspiro. — Nós não podemos conversar como dois amigos normais? Sem você tentando flertar comigo. – até as discussões com o Jisung, me incomodam menos. Ok, eu definitivamente não deveria estar pensando nele.


— Tudo bem, desculpa. – parece sem graça, por conta da "bronca". — Você vai no festival amanhã? 


— E você ainda pergunta? – sorrio. — Além do mais, fui convidado pra cantar, é óbvio que não perderia por nada. 


— Sério?! – assinto. — Eu não iria, mas um amigo me convenceu a ir. 


— Caramba, ele deve ser muito importante, pra te convencer de alguma coisa. 


— Sim, sim. Ele é. – não sei se é impressão minha, mas ele até fica mais animado. — Sei lá, ele me lembra alguém importante, por isso gosto tanto dele. 


— É bom que você tenha alguém assim. Espero conhecê-lo um dia. 


— Vamos marcar alguma coisa, acho que vocês vão gostar um do outro. – sorri. — Então, já decidiu que músicas vai cantar amanhã? 


— Sim, mas é surpresa. – respondo. — Aliás, uma delas é nova, escrevi há pouco tempo.


— Legal, deve ser boa. – dá de ombros.


Fico um pouco frustrado. Para quem diz que é "apaixonado" por mim, ele não demonstra muita animação com as coisas que digo, e isso me irrita mais do que gostaria de admitir.


Não é ruim querer apoio de um amigo, certo? Às vezes, quando converso com o Jisung, ele parece até mais animado que eu; isso porque nem é de fato, meu amigo. Merda! Por que raios eu tô pensando no Jisung, de novo?!


Bom, olhando por outro lado, o Jaemin parou com os flertes bobos, então as coisas não estão tão ruins.


— Me lembro que você fez uma música pra mim, quando a gente era adolescente. – ele tinha que lembrar disso logo agora?


— Ah, o presente de aniversário, não? – assente. — Me lembro também. Nunca mais cantei ela. 


— Ela nunca saiu da minha cabeça, acho que até minha mãe decorou. – ri. — Você já fez outras músicas pra alguém? – algo em seu tom, me deixa incomodado.


— Sim, pra algumas pessoas. Pro Jeongin, por exemplo. – novamente, penso no Jisung, e na música que escrevi para ele.


— Uh… – tenho quase certeza de que disfarça uma careta de nojo. — Achei que tinha sido um presente exclusivo. – dá risada, mas percebo sua irritação.


— Eu sou um músico, óbvio que você não seria o único. – rebato. — Mesmo que tenha escrito músicas pra outras pessoas, não significa que seu presente não teve importância. – nem me importo se acabei soando rude. 


— Ei, calma. Só tava brincando. – assinto, mesmo sabendo que é mentira. — Se quiser, podemos mudar de assunto. 


— É melhor mesmo. – concordo. — E como tá sua mãe? Ainda trabalha muito? 


— Ela tá bem. Arranjou um namorado novo, e até desistiu da ideia de se aposentar.


— Isso é ótimo! Que bom que ela tá feliz. – sorrio. — Da próxima vez que falar com ela, diga que mandei lembranças.


— Claro! Ela vai adorar saber disso, já que sempre gostou muito de você. 


— Sério?! – me surpreendo com a informação nova.


— Juro. Ela sempre foi a maior incentivadora do nosso namoro, mesmo que nunca tenha acontecido. 


— Não esperava por essa. – ignoro a parte do namoro. 


— É o que dizem, né. Mães sabem das coisas. – que droga, ele não consegue esquecer esse assunto?


— Nem sempre. – retruco.


— Mas na maioria das vezes, sim.


— Jaemin, poxa! Por uma vez na vida, você pode ser só meu amigo? Sua persistência é até admirável, mas me incomoda. 


— Eu não vou desistir de você, Minho. Sei que é uma questão de tempo, até você perceber que também tá apaixonado por mim. 


— Não quero te magoar, Jae. Mas essa história já deu o que tinha que dar! Por que não procura alguém que realmente queira ter um relacionamento com você?


— Simples, você é a única pessoa que eu quero. E pelo que eu saiba, não tenho concorrência, então minhas chances ainda são altas. – parece que tá falando sobre uma vaga de emprego, ao invés de uma pessoa. Isso é desconfortável pra caralho.


— Não se trata de concorrência, se trata do que eu sinto por você. E o que eu sinto é: se você não parar com essa merda, vai ficar difícil manter essa amizade! – esbravejo.


— Tá, tá. Parei. – revira os olhos. — Por hoje. – completa.


Nós conversamos por mais um tempo, e graças a Deus, ele dá uma maneirada nas atitudes. Infelizmente, Jisung passa várias vezes por minha mente, mesmo que eu faça de tudo para isso parar. Deduzo que seja só o estresse causado pela discussão, porque não vejo outra razão que me faça pensar tanto nesse homem.


— E como tá seu pulso? Sei que Llama tem as garras afiadas, até demais.


— Relaxa, já faz tempo que isso aconteceu. Bom, só ficou uma cicatriz minúscula, eu posso viver com isso. 


— Ainda bem. – sorrio. — Mesmo assim, peço desculpas, não sei o que deu nele.


— Os animais não costumam gostar de mim, deve ser por isso. – eles gostam do Jisung.


Tá, Minho! Eles gostam, mas quem se importa? Por que eu simplesmente não consigo tirar esse cara minha cabeça? Já não aguento mais.


— Falando nisso, eu tava pensando em adotar outro gatinho. Sei lá, pra fazer companhia pro Llama. O que você acha? – pergunto, tentando esquecer o maldito Jisung. 


— Cuidar de um já não dá muito trabalho? – dá risada. — Enfim, acredita que minha mãe tá brava, por já faz uns 5 meses que não pego um cálculo pra resolver? Apesar de ser bom, nem gosto tanto assim de matemática. 


— Desculpa, eu falei do Llama, e acabei lembrando que não deixei comida pra ele. – minto. — Ele pode estar com fome, acho melhor voltar pra casa. 


— Mas…


— Sinto muito. Até mais! – dou um breve sorriso, e saio apressado, sem dar chances dele me seguir. 


Puta merda, que saco! Eu nem teria me incomodado tanto com essas atitudes do Jaemin, se o Jisung não estivesse o tempo inteiro na minha cabeça. A questão é: ele gosta de me escutar, mesmo que eu fale sobre a poeira embaixo do meu sofá. E o fato de que às vezes, Jaemin não aparenta dar muita importância para as coisas que significam pra mim, só ressalta essa característica do Jisung.


Agora eu menti pro meu amigo, porque sou idiota o bastante pra sentir falta de conversar com o Jisung, mesmo com a nossa discussão de mais cedo. Que merda tá acontecendo?


Decido parar em uma pracinha, porque não quero voltar agora. Não sei como o encararia, sabendo que teria voltado para casa, apenas por causa dele. Então é melhor dar um tempo desse assunto, assim posso fingir que nada aconteceu, e que me diverti horrores com o Jaemin.


•••
Estou a ponto de ir embora, porque o frio piorou um pouco mais; porém, sou interrompido por uma moça, que se senta ao meu lado.


— Lee Know, é tão bom te ver de novo! 


— Caramba, me lembro de você! – digo, assim que analiso seu rosto. —  Eu cantei em uma festa, e você foi pedida em casamento durante uma de minhas músicas, não foi?


— Sim, isso mesmo. – está bem animada. — Não acredito que você se lembrou.


— Não teria como esquecer. Gosto de saber que fiz parte de um momento importante da sua vida. – sorrio. — E então, o que faz em Kyata? 


— Tô visitando minha família, pra dar boas notícias. – coloca a mão na barriga. 


— Sério?! Isso é ótimo, parabéns! – digo, assim que percebo do que se trata. 


— Obrigada! – seu sorriso é do tamanho do mundo. — Não acredito que tive a chance de te contar sobre isso, meu Deus! 


— Espero que eu não seja o primeiro a saber. – brinco. — Seus familiares ficariam chateados.


— Tudo bem, já contei pra eles. – ri, e eu suspiro aliviado. 


— E então, já sabe o nome? – assente.


— Se for menina, será Yuna; sabe como é, sou apegada às lendas. 


— Entendo. Se até eu sou apaixonado, imagina você, que nasceu aqui. – ela sorri. 


— E bom… Se for menino, será Minho. – me engasgo. — Imaginava que sua reação seria essa. 


— V-você tá b-brincando? – a encaro, com os olhos arregalados. 


— Não, nem um pouco. Nós pensamos muito sobre isso, e esse é o nome perfeito. Porque além de você ser meu cantor favorito, esse é o nome do avô de meu marido. É uma honra que nosso talvez menininho, tenha o nome de pessoas tão importantes pra nós.


— Eu nem sei o que dizer, socorro. Você melhorou meu dia, muito obrigado, eu tô completamente lisonjeado. 


— Não é nada. Quem sabe ele também não seja um cantor incrível? Pode dar sorte. 


— Eu não duvidaria disso. – dou risada. — Amei saber que sua família tá indo bem, e que em breve vai aumentar.


— E eu amei te contar. Acho que meu marido nem vai acreditar. – pega algo em sua bolsa. — Na verdade, se eu tirar uma foto, ele será obrigado a acreditar. – ri. — Não tem problema pra você, né?


— Claro que não.


Nós tiramos algumas fotos juntos, e logo depois, ela guarda seu celular. Não sem antes tentar ligar para o marido, a fim de que eu também fale com ele; infelizmente, não é atendida.


— E quanto a você? Tá namorando? Pensa em constituir família? 


— Não, não tô. E sim, penso. – por alguma razão, aquele rosto vem à minha mente. — Só preciso encontrar a pessoa certa. 


— Ah, não deve ser difícil. Tenho certeza de que tem milhares de garotos e garotas correndo atrás de você. – pontua. — Imagino que você amaria ter alguém morando na sua casa, e mesmo quando sair, não ver a hora de voltar, só pra conversar por horas, sobre qualquer besteira. – levo minha mão até o pescoço, nervoso com sua fala. Isso não é o que tô sentindo, né? Afinal, ele nem tá morando lá, ainda. — Te garanto que não tem sensação melhor que matar a saudade daquela pessoa específica, depois de sentir falta por tanto tempo. – tem sensação melhor sim, tá doida?


— Hum… – não consigo responder.


— Acho que falei demais, né? Desculpa, são os hormônios da gravidez. – dá uma risadinha. — Eu sempre quis falar isso. 


— Tudo bem, acontece. – sorrio, um tanto sem graça. — Infelizmente, preciso ir embora. Mas adorei te encontrar, espero que as coisas continuem boas pra você. 


— Oh! Eu entendo, e obrigada. – sorri. — Até a próxima, se houver uma. – eu aceno, logo saindo dali.


Apesar de ficar agoniado em ouvir suas palavras, depois de ter pensando no Jisung quase o dia inteiro, não posso deixar de me animar com a notícia da gravidez, e com o fato de que se for um menino, terá o meu nome. 


Decido ignorar essa história com ele, porque tenho certeza que só estou pensando tanto sobre isso, porque quero resolver nossa discussão. Nada além disso, nada mesmo.


Apenas volto para minha casa, com o objetivo de finalmente conversar com o Jisung, e colocar ele pra morar comigo de uma vez por todas. Olhando pelo lado bom, apesar de se tratar dele, vai ser legal ter alguém para conversar todos os dias.


Só espero que ele esteja afim de conversa, porque… eu nem sei o porquê, só sei que quero conversar com ele, não importa o assunto.


°°° 
Atualmente


O sol já se pôs faz um tempo, e eu não consegui fazer nada durante todo esse tempo, a não ser ficar deitado no sofá, pensando no que posso fazer para o Jisung acreditar em mim. Nesse meio tempo, já mandei mais umas dez mensagens para o Jaemin, mas novamente fui ignorado; minha paciência está cada vez menor.


Como o Jisung ainda não se pronunciou, nem me procurou para conversarmos novamente, decido ir atrás dele mais uma vez. Nego com a cabeça, ao perceber que estou parecendo realmente desesperado, não sei como cheguei a esse ponto. Talvez eu me importe com ele, mais do que gostaria.


— Ok, já tá melhor pra gente conversar? – pergunto, através da porta.


— Chamem a imprensa! Lee Min Ho abandonou a carreira, e virou stalker do seu hóspede. – a ironia é notável. Eu não queria, mas acabo rindo.


— É sério, eu quero resolver esse assunto. – tento parar de rir.


— Ok, você quem pediu.


Ouço seus passos, e logo abre a porta. Pela terceira vez no dia, entro em seu quarto, e peço aos céus que não haja nenhuma discussão dessa vez. Ficamos um de frente para o outro, e seus braços estão cruzados, enquanto mantém uma expressão indecifrável em seu rosto.


— Tá conseguindo pensar melhor?


— Sim, tô. – suspira. — É o seguinte, eu tava prestes a ceder, e acreditar que foi tudo mentira. 


Droga! Sinto que virá um "mas" por aí, só espero que seja fácil de refutar.


— Mas, você chegou todo felizinho anteontem, chegou até a falar sobre família, e por coincidência, tinha saído com o estrupício. Isso foi o suficiente pra que eu não caísse no seu papo.


Não foi o nome do Jaemin que me veio à cabeça quando estava falando sobre família… mas isso foi estranho e desconfortável, então prefiro fingir que nunca aconteceu.


— Meu ponto é: ainda quer fingir que nada aconteceu? Porque tudo indica que o Jaemin não mentiu.


— Meu Deus do céu! – dou um longo suspiro. — Não foi por isso que cheguei feliz, que merda! Na hora em que estava vindo embora, dei de cara com uma moça, no come…


— Não precisa me explicar. Nós não temos nada, lembra? 


— Mas eu quero explicar. Então você vai sentar na porra dessa cama, e ouvir tudo o que eu tenho a dizer. – ordeno, da maneira mais autoritária possível.


Outra questão importante é: por que me importo tanto se ele acredita ou não? Não é como se tivéssemos algum relacionamento amoroso, ou algo do tipo.


O vejo engolir em seco, e tenho quase certeza de que tremeu um pouco. Sem delongas, faz o que eu pedi, então fico parado a sua frente, focando a minha atenção em suas orbes. 


Explico tudo o que aconteceu enquanto voltava para a casa, e como fiquei animado ao saber que a moça tem um bebê a caminho. Tenho quase certeza que ele me conhece, e sabe que gosto de fazer parte da história das pessoas; se isso não for o suficiente para convencê-lo de que é verdade, não sei o que vai.


— Caramba, você teve bastante tempo pra inventar essa história. – debocha.


— Mas… Mas… – não é possível. — Isso realmente aconteceu.


— Aconteceu sim, claro. – sua fala é carregada de sarcasmo e irritação.


— O Seungmin sabe que é verdade, ele acreditou. Se seu melhor amigo confia em mim, porquê você não? – questiono. 


— Não são os sentimentos dele que estão em jogo, simples. – dá de ombros. — Eu tentei, juro. Só que o medo de ser usado, e ainda sair como errado da história, é maior que a vontade de acreditar em você. 


— Tá. O que tenho de fazer pra você acreditar que não tô mentindo? 


— Nada, Minho. Não quero que você me prove nada. Tudo bem, fiquei puto com a mentira, mas nós não temos nada, e você namora com quem quiser. – seu tom me deixa desconfortável. — Não tô irritado por você estar namorando com ele, só tô triste porque tive esperanças, mesmo sabendo que não deveria.


— Jisung…


— Faz muito tempo que te considero perfeito, como se fosse incapaz de cometer algum erro. – meu coração dói quando algumas lágrimas começam a escorrer por seu rosto. — Mas pela primeira na vida, você quebrou meu coração. – suas palavras me acertam em cheio.


— NÃO! – grito, sem querer.


Não sei o motivo de me sentir tão mal ao vê-lo triste dessa maneira, mas sei que quero fazer de tudo para corrigir. Houve tempos em que eu ficaria feliz com o Jisung bravo comigo, mas agora, essa é a última coisa que quero.


— Você esperou o meu momento mais vulnerável, e acabou com meus sentimentos. Se essa era sua vingança, parabéns, deu certo. – encara o chão, provavelmente com vergonha de estar chorando.


— Eu não tô namorando ninguém. Quantas vezes vou ter de falar isso?


— Seu ego tá mesmo ferido, huh? É a única explicação que vejo, pra estar insistindo tanto nesse assunto. – mesmo em meio as lágrimas, não deixa de ser sarcástico.


— Não se trata de ego! – começo a me irritar.


— Se trata de que, então? Sr. Sou perfeito mas traio meu namorado? – rebate, e meu sangue ferve.


— VOCÊ, CARALHO. SE TRATA DE VOCÊ! – grito, e apesar de olhar para baixo, vejo seu semblante surpreso.


Inconscientemente, descobri o porquê venho me empenhando tanto pra fazê-lo acreditar em mim. Não sei se gosto dessa informação nova, mas mesmo assim, não me sinto incomodado. Só não deveria ter admitido isso em voz alta, ainda mais nas circunstâncias atuais.


— Duvido. – resmunga.


Minha intenção era deixar esse assunto de lado, mas para provar que estou falando sério, e ver se de uma vez por todas, ele acredita em mim, decido prosseguir com a "confissão".


— Deus me ajude, mas eu me importo com você, Jisung. – baixo o tom de voz. — Mais do que gostaria, e mais do que deveria, mas você é importante pra mim, de alguma forma doida. – suspiro.


— Outra mentira. – deve ser pra me provocar, não é possível.


Levo minha destra ao seu maxilar, e o forço voltar sua atenção ao meu rosto. Ele até tenta desviar, mas no momento, minha agilidade está mais estável que a dele. Noto que sua pele se arrepia, e mesmo sabendo que não deveria, amo o fato de que ele perde a pose quando estamos próximos.


— Lá no fundo, você acredita em mim. Ambos sabemos disso. – me inclino um pouco, colocando meu rosto próximo ao seu. 


— N-não. – sinto seu rosto quente sob meus dedos. — N-não acred-dito… 


— Sério? Seus olhos me dizem o contrário. – dou um sorriso de canto.


— Lee… – sua respiração está ofegante. 


— Vamos lá, Jisung. Admita. – permaneço olhando no fundo de seus olhos.


— Mas você… – respiro fundo, percebendo que ele vai tentar me refutar.


— Eu não queria usar essa carta, mas você é teimoso pra caramba. – digo. — Sabe porque voltei mais cedo aquele dia? – decido soltar seu maxilar, mas continuo com meu rosto próximo ao seu. 


— Não, por quê? – desvia o olhar.


— Olha. Pra. Mim. – digo entredentes, e ele imediatamente obedece. — Em todo o tempo que passei com ele, só conseguia pensar que as coisas seriam diferentes se eu estivesse com você. – admito, e seus olhos se arregalam. — Você me escuta, e parece se importar com qualquer baboseira que eu diga. Eu gosto disso.


— Não tá falando sério. 


— Essa é a única coisa que você sabe dizer? 


No impulso, novamente levo minha mão até seu rosto, passando meu polegar por sua bochecha, de maneira terna. Ele se assusta, mas não me afasta.


— Eu fiz tudo o que podia, agora você decide se acredita em mim ou não. – amanso meu tom de voz. — Jisung, tudo o que eu falei aqui é verdade, e eu não vou me arrepender de nenhuma dessas palavras, a não ser que você volte a ser um babaca. 


— Ah! – suspira, mas não diz nada. 


— Eu realmente me importo, espero que se dê conta disso.


Como se estivesse possuído, deixo um beijo na sua testa, antes de me levantar completamente. Meu coração acelera quando faço isso, mas tento não demonstrar que me senti afetado. 


— A partir de agora, vou deixar você em paz. Quando estiver pronto, vem falar comigo. – sorrio, e ele imediatamente desvia o olhar.


Novamente, sigo até a porta de seu quarto, a fim de finalmente ir embora. Torço para que não tenha de voltar aqui por hoje, acho que estourei minha cota de discussões, falas e atitudes estranhas.


Em um só dia, agi de maneira desesperada pra falar com ele, admiti coisas que nem eu tinha conhecimento, – até então – revelei que senti sua falta enquanto saí com o Jaemin, e dei um beijo na sua testa?


A parte mais difícil, é ter de lidar com o fato que só beijei sua testa, pra me desviar da vontade que estava de beijá-lo novamente. Com o passar das horas, até me esqueci que queria fazer isso de novo, mas fui tonto o suficiente pra me aproximar daquela maneira, e a vontade voltou com tudo.


Eu tô ficando completamente doido, e culpo Han Ji Sung.


Desço as escadas, e quando chego na sala, quase tropeço no meu gato. Ele se esfrega nas minhas pernas, então eu o pego no colo, fazendo carinho no topo de sua cabeça.


— O papai nem te deu atenção hoje, né? – digo, com a voz manhosa. — Desculpa, é que aconteceu muita coisa. 


Dou um sorrisinho quando ele ronrona, e recosta a cabecinha em meu pescoço. Minha vontade é de sentar no sofá e fazer carinho nele para sempre, mas não fiz nada o dia inteiro, e preciso cuidar de algumas coisas da casa. 


— Ei, porque você não vai lá em cima? – olha para mim, como se entendesse o que digo. — O tio Hannie tá triste, acho que gostaria de passar um tempo com você. – "tio Hannie", Minho? Sério mesmo? — Pode ir, mas vai pro meu quarto na hora de dormir, ok? 


Coloco Llama no chão, e ele rapidamente sobe as escadas. Dou um sorriso orgulhoso, porque ele é realmente o gato mais obediente que já tive; parece até que foi treinado. 


Checo meu celular mais uma vez, na intenção de ver se Jaemin me respondeu; como eu esperava, ainda estou sendo ignorado. Em contrapartida, tem centenas de mensagens dos meus amigos, falando sobre o bendito beijo com o Jisung. Seungmin, de fato, não perdeu tempo.


Hyunjin mandou mensagens me provocando, – como sempre – Jeongin disse que já imaginava, Bangchan me deu bronca, mas ainda assim tirou uma com minha cara, já Felix ficou feliz, porque "seus dois melhores amigos finalmente se juntaram". Fico confuso quando não vejo nenhuma mensagem do Changbin, até que noto umas cinco chamadas perdidas do próprio. Sabia que seria o mais exagerado entre eles.


— Quer saber? Faço isso amanhã. – resmungo, sem ânimo de arrumar qualquer coisa nessa casa. 


Sem ao menos responder as mensagens dos meninos, vou direto para o meu quarto. Arrisco o olhar para o do Jisung, mas (in)felizmente, a porta está fechada. Solto um longo suspiro, e por fim entro no cômodo. Deixo uma fresta na porta, mesmo sabendo que dificilmente Llama virá aqui durante a madrugada. Tudo bem, sei que ele tá seguro com o Jisung.


Antes de tomar um remédio para dormir, e me jogar na cama, tomo o mais longo dos banhos, enquanto as únicas questões que se passam por minha mente são: por que Jaemin mentiu? E por que eu não me controlo quando estou perto do Jisung?



Notas Finais


espero que tenham gostado, me desculpem por qualquer erro. por favor, não esqueçam de favoritar e comentar.

enfim, quem pagar a terapia de um dos dois, vira beta reader kkkkkkk não que isso seja alguma vantagem, but ok

bye, c ü soon 💙


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