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História The Library (minsung) - 56 - eui's birthday


Escrita por: moonlightAd

Notas do Autor


maratona TL (2/7)

heey, mais um capítulo pra vocês.

enfim---- acho que nesse ponto, vcs já estão acostumados com a dose semanal de diabete 🌈

boa leitura, espero que gostem :)

Capítulo 67 - 56 - eui's birthday



Suhang - Seoul. Aniversário de Lee Eui


Minho


Pela terceira vez acordando aqui, presumo que essa casa é mágica, porque em todas essas vezes, Han acordou primeiro que eu. Aliás, nem no quarto ele está, e provavelmente, já está conversando com um de meus avós. 


Tratante! Vai dar feliz aniversário a ela, antes de mim.


Faço minha higiene matinal, e não perco tempo em descer, porque faz tempo que não vejo minha vó no dia de seu aniversário, e não vejo a hora de dar meus parabéns a ela,  pessoalmente. 


Sinto o cheiro de café, vindo da cozinha, e nem preciso pensar para saber que é para lá que eu vou, afinal, imagino que minha família esteja lá. Enquanto ando, cruzo meus braços, porque a temperatura já está dando sinais de que vai abaixar em breve. Ao chegar no cômodo, vejo apenas dona Eui encostada no balcão, fofocando com a cozinheira.


— Bom dia. – digo, com vergonha de interferir a conversa. As duas respondem, parecendo não se importar com minha interrupção.  — Feliz aniversário, vovó! – chego perto de si, logo dando-lhe um abraço. — Eu te amo, obrigado por tudo. – deixo um beijo estalado em sua bochecha. 


— Obrigado, meu amor! – ela sorri, e eu lhe dou um abraço lateral, permanecendo desse jeito. — Me ama, mas não tô vendo meu presente. – brinca, e nós três rimos.


— Isso é só amanhã, não seja tão apressada. – entro na brincadeira.


— Eu acabei de ficar mais velha, não sei se tenho mais tempo. – lhe lanço um olhar de reprovação, e ela ri.


— Não vi graça nenhuma, dona Lee. – digo sério. — Você tem 78 anos, ainda tem muito pra viver, então trate de virar essa boca pra lá. 


— Que horror, foi só uma brincadeira.


— Uma muito sem graça. – rebato. — Enfim, cadê o vovô e o Hannie? – pergunto, amansando o tom de voz. 


— Estão conversando lá fora, eu acho. Provavelmente, é aquele papo de "quais suas intenções com o meu neto?" – me desespero, porque meu vô pode ser bem assustador quando quer.


Jisung vai sair traumatizado, tadinho.


— Você também perguntou isso? – falo como quem não quer nada, tentando descobrir sobre a conversa que os dois tiveram anteontem. 


— Você sabe que não preciso perguntar. Minha intuição de vó não falha, e mesmo se falhasse, ele tem o dom de involuntariamente deixar claro, que só quer o seu bem. – acabo soltando uma risadinha, pois é irônico que esse seja o mesmo Jisung da nossa adolescência. — O que foi?


— Ele já te contou sobre nosso histórico?


— Ah sim, contou. Eu fiz questão de lhe dar uma boa bronca, e ele quase levou uns tapas, porque nada justifica o que ele te faz passar. – rio ao imaginar a cena. — Mas sei que as coisas mudaram agora, e eu sinto que aquele garoto te ama mesmo. – não posso evitar um sorriso.


— Também sinto, vovó. – eu suspiro? — Hum… eu vou lá falar com eles. 


— Diga para o Sung vir me dar parabéns. Ele teria dado antes, mas não quis passar na sua frente. – fofo. — E os doidos dos seus amigos, vão chegar daqui a pouco, fica de olho no portão. – assinto.


Pego uma caneca de café, e vou para o quintal, na intenção de checar se os dois realmente estão conversando do lado de fora. Assim que piso na varanda, vejo que estão sentados num dos banquinhos de madeira, que fica em uma parte da grama. Meu vô está com a mão no ombro de Han, mas os dois estão aparentemente rindo, então presumo que está tudo bem. 


— Hey, como vocês estão? – me aproximo.


— Estamos bem. – Chongho sorri, ajeitando o óculos quadrado em seu rosto. — Me ocupei ontem, mas hoje finalmente tive a chance de conversar apropriadamente com Jisung. 


— Espero que tenha sido uma conversa amigável. – solto uma risada nervosa. 


— Ah, foi sim, Lino. Eu só fiquei sabendo que nunca mais verei a luz do sol, caso volte a te magoar. – diz com o feitio risonho. 


— Esquenta não, é só papo. – respondo, mesmo que não tenha certeza disso. 


— Eu não contaria com isso. – é impossível dizer se está brincando ou não. — Enfim, foi um prazer conversar com você, garoto. Tirando os amigos de Minho, jovens não costumam ganhar minha total simpatia, mas você é uma das exceções. – como já esperava, Han fica vermelho. — Vou deixar vocês conversarem, até mais. – assentimos, e ele acena com a cabeça, antes de sair.


— Nem deu tempo de perguntar, mas você também tá bem? – eu sorrio, murmurando um "ahan". — Já falou com sua vó?


— Sim! Aliás, pediu pra você ir dar os parabéns a ela. – me lembro do aviso. — Nem acredito que você esperou que eu desse primeiro. – rio, negando com a cabeça.


— Ah, você é o neto, né? – começa a gesticular. — Imaginei que ela ia preferir ouvir de você, primeiro.


— Ela não ligaria, e sendo sincero, eu também não. – dou de ombros.


— Bom, agora já foi. – inclina a cabeça um pouquinho para o lado. — Vou lá falar com ela, antes que o esquadrão chegue, e passe na minha frente. – se levanta. 


— Hannie! – exclamo, e ele vira para me encarar. — Ontem, a gente passou tanto tempo com eles, que acabei me esquecendo, mas de hoje não escapa. Eu vou te mostrar a parte de trás do quintal. – digo, um pouco mais animado que o normal.


— Finalmente, eu tô morrendo de curiosidade pra saber o que tem lá! – demonstra empolgação.


— Não crie muita expectativa, porque é algo meio estúpido. – aviso. — É que eu gostava muito quando era criança, aí meio que me apeguei, mas não é nada demais. 


— Não importa, tenho certeza que é algo adorável. 


Ele sorri, e volta a se aproximar de mim, logo ficando na ponta dos pés, a fim de me dar um beijo na testa. Em seguida, sai apressado para entrar na casa, me fazendo gargalhar, ao tropeçar em uma pedra, e quase cair no chão. Quando percebe minha reação, mostra o dedo do meio, antes de se recompor, e fingir que nada aconteceu. 


•••
Estou lavando minhas mãos na pia do banheiro, quando ouço barulhos vindo da sala; como conheço esse tipo de escândalo, em qualquer lugar, nem preciso me esforçar para saber que meus amigos chegaram. 


Como se não bastasse os sete, minha vó vive por uma bagunça, então duvido que essa casa volte a ter qualquer resquício de silêncio.


Chego na sala, e vejo algumas malas espalhadas pelo cômodo, enquanto os seis atropelam a fala um do outro, visivelmente eufóricos com o que está acontecendo. Dona Eui dá risada, e vejo a felicidade em seus olhos, ao finalmente conhecer meus amigos. 


Sempre vou achar admirável, o amor que ela tem por todos eles. Quando se viram pela primeira vez, por uma chamada de vídeo que resolvi fazer, quando Chan, Innie e Jinnie estavam em casa, criaram um laço imediato, pois ela é o tipo de figura materna que agrada todo mundo.


Não tenho certeza de como conheceu Chang e Seung, mas assumo que tenha sido através do Innie, já que ela costumava ligar pra ele para saber como as coisas estavam, mesmo quando eu não estava junto. Como os três são muito amigos, eles devem ter presenciado uma dessas ligações, e acabaram conhecendo-a.


O ponto é que ela os ama, porque além deles combinarem na questão de serem fãs de confusão, Eui sabe o quanto eles se importam comigo, e isso é o suficiente pra tratá-los como seus próprios netos. Meu avô também gosta deles, mas não tem tanto contato quanto ela, então é um sentimento menos aparente; além do mais, ele é mais parecido comigo, na questão de ser mais calmo, e "evitar" essa energia completamente agitada.


— Finalmente tô te vendo em carne e osso! – Hyunjin só falta gritar. — Como vai a melhor velha dessa cidade? – ao invés de repreender, ela dá risada.


— Vou muito bem, ainda mais agora, que tô conhecendo os bonitos, depois de tanto tempo! – está tão animada quanto eles. 


O menos empolgado, é Felix. Ele ama minha vó, mas foi obrigado a viajar de avião mais uma vez, então tá sentado no cantinho, bebendo água, e se concentrando em parar de tremer; porém, sei que assim que voltar ao seu estado normal, vai direto falar com ela. 


Eles fazem tanto barulho, e conversam sobre tanta coisa ao mesmo tempo, que chega um momento, onde eu já não entendo mais nada do que está acontecendo. Os oito se provocam, fazem piadinhas, conversam sobre a vida de cada um, e até descubro que quando tinha minha idade, Eui tinha um grupo de amigos, parecido com o nosso. Meu vô também fala com todo mundo, mas assim como eu, prefere entrar na conversa só de vez em quando, focando mais em somente observar a interação de longe, sem tirar o sorriso de satisfação do rosto, ao vê-los se dando tão bem.


Logo, eles sobem para os quartos, para ajeitarem suas coisas, antes que acabassem ficando com preguiça demais para isso. E infelizmente, minha vó tem de deixá-los um pouco de lado, porque precisa checar algumas coisas sobre sua festa, e dar atenção às pessoas que não param de ligar, dando-lhe felicitações. 


Quando voltam a descer, Felix, I.N e Seung, decidem ficar perto da minha vó, mesmo que seja apenas para ajudá-la a decidir cores de guardanapo, enquanto não param com a fofoca. Vejo que Chan conseguiu se enturmar muito bem com o meu vô, e eles parecem ter engatado uma conversa interessante.


Eu, por outro lado, tinha intenções de ficar junto ao Chang, Hannie, e Jinnie, mas sou obrigado a subir, pois minha cabeça começa a doer terrivelmente, e se eu não tomar um remédio e ir deitar um pouco, vou perder a pequena comemoração de hoje à noite. 


Sempre foi uma tradição da vovó. Em todos os seus aniversários, tem uma festa enorme, mas antes do evento acontecer, ela faz questão de comemorar de maneira mais íntima, apenas com a família, e de vez em quando, – como hoje – com alguns amigos. Meus pais até vinham, mas como este ano, eu estou aqui, ela os deixou de fora.


Além do mais, amanhã, o vovô não vai poder ficar a festa toda, porque tem algo de extrema importância a resolver, e por mais que tenha tentado adiar, não conseguiu. Então é mais um motivo pra comemorar duas vezes, assim ele pode estar inteiramente presente em uma delas.


Após tomar meu remédio, vou direto cochilar, esperando que essa dor passe logo. Graças aos céus, não tenho dificuldades em pegar no sono, o que me dá esperanças de estar melhor, em pouco tempo. 


Sem saber ao certo, que horas são, acordo no susto, sentindo algo em minha testa. Iria reclamar, achando ser obra do digníssimo Hwang, mas assim que abro os olhos, percebo se tratar do Jisung. Assim que me vê acordado, dá um sorriso sutil, e se afasta um pouco, na intenção de me dar espaço.


— Desculpa te assustar. – ri fraco. — Você não costuma dormir tanto a essa hora, e como teve uma mudança meio brusca de temperatura, achei que você estava ficando doente. – explica. — Chequei sua temperatura, e ela parece ok pra mim, então acho que tá tudo bem. Sua dor de cabeça melhorou? Está sentindo alguma outra coisa?


— Eu acabei de acordar, homem! Você falou muita coisa, me dá um tempinho pra processar. – rio um pouco. — Hum… Eu dormi muito? Que horas são agora? – questiono. — Obrigado por se preocupar, meu bem, mas tá tudo certo agora. A dor de cabeça passou, e eu não tô sentindo mais nada. – pigarreio, e vejo sua decepção.


— Ainda estava claro quando você subiu, e já são 19h e pouco. Você deve estar morrendo de fome, né? – agora que isso foi citado, sinto minha barriga roncar. — Aliás, você perdeu a Noona deixando o Innie e Minnie, sem graça; ela jurava que os dois estavam namorando, porque você sabe que eles são um grude. Aí ela foi chamar os dois, e praticamente gritou "os namoradinhos podem vir aqui?". – dou risada, pela tangente inesperada. — Os dois ficaram se entreolhando, e o Jinnie bancou o sonso, mas deu pra ver que também ficou sem jeito. Ela nem entendeu a reação dos três, até o Lix explicar baixinho, a situação deles.


— Quero só ver quando o Hwang vai resolver essa palhaçada. Eu já dei uma ideia do que ele poderia fazer, e o bonito disse que ia pensar, mas não sei se chegou a alguma conclusão.


— Qual foi sua ideia? Você falou qual dos dois ele deveria escolher?


— Não e sim? – fico meio confuso. — Disse pra escolher os dois, porque meio que faz sentido. Aposto que eles conseguem entrar num acordo, mas o Hwang ainda tem um pouco de receio, o que eu até entendo. 


— Até que é uma boa. – parece considerar minha ideia. — Eu acho que seria o melhor pros três; vou tentar sondar o Seungmo, pra ver se descubro o que ele pensa sobre isso. – pelo jeito, os papéis dos dois vão se inverter. 


— Que lindo você fazendo papel de cupido. – zombo. — Você costuma falar as coisas no impulso, cuidado pra não expor as coisas do nada, hein? Porque é bem provável que ele entre em colapso. 


— Eu vou tentar. – entorta a boca, parecendo pensar em como vai fazer isso. — Vou tomar banho agora, e o senhor deveria descer pra comer alguma coisa, pra não acabar caindo duro, no meio do parabéns. 


— Tá bom, pai. – dou risada. — Eu já vou, prometo.


Ele segue até o banheiro, e eu fico um tempinho na cama, me espreguiçando mais que o normal. Logo, tomo coragem para descer, e finalmente comer alguma coisa, já que minha última refeição, foi o café da manhã. 


Chegando no andar de baixo, me dirijo até a cozinha, e vejo que Chris continua conversando com o meu avô, agora na sala de jantar. Enquanto como, a fim de não interromper, faço o mínimo barulho possível, mas acabo que desconcentrando, ao perceber que meus pais são o assunto em questão.


— Até hoje, Eui se culpa pela personalidade do Jongsu. – eu não sabia disso. — Digamos que antigamente, nós éramos um pouco viciados em trabalho, assim como o próprio é hoje, e ela conseguia ser pior que eu. 


Mesmo sendo algo meio inapropriado de se fazer, me aproximo um pouco mais, querendo ouvir com mais clareza. Ainda bem que os funcionários já foram dispensados, assim ninguém me dedura.


— Porém, posso garantir que sempre fazíamos o possível para arranjar tempo para todos os nossos filhos, e em qualquer oportunidade que tínhamos, passávamos um tempo em família. 


— Pelo jeito, ele não herdou isso de vocês. – Chan está meio irritado. 


— Nossa ficha caiu, quando ele estava na adolescência. Não perdemos tempo em arranjar mais sócios, e ficar um pouco mais afastados do trabalho. – meus pais não fariam isso por mim, nem mortos. — Essa foi nossa melhor decisão, já que nos aproximamos mais de nossos filhos, e o ambiente em nossa casa, melhorou muito. 


— Fico feliz que vocês tenham caído na real, assim puderam se tornar essa rede de apoio pro Lee. Acho que ele não teria aguentado se seus avós, fossem iguais aos pais. – Chongho concorda, e ouço um suspiro de alívio.


— Eui e Jongsu, estavam bem mais próximos, era uma relação linda de se ver, porém isso durou incrivelmente pouco, infelizmente. De todos os quatro, ele sempre foi o mais rebelde, e as coisas pioraram bastante.


— O que houve?


— Ele se apaixonou. – puxa o ar com força. — Não gosto muito de dizer isso, mas é a verdade: a pior coisa que aconteceu com meu filho, foi conhecer a Gyeonghui. A única coisa boa que aquela mulher fez, foi dar a luz ao Minho. 


Mas que porra? Sempre achei que ela fosse um pouco melhor que ele.


— Ok, isso me deixou surpreso. Eu costumava achar que ela era um tanto mais sensata, mesmo que minimamente. – Chris pensa o mesmo que eu.


— Em alguns pontos, até que sim, porque acho que lá no fundo, mas bem lá no fundo mesmo, ela tem um pouco de amor pelo filho. – deve ser bem lá no fundo mesmo, porque ela não sabe demonstrar nem um pouco. — Mas aquela mulher sempre foi uma manipuladora nata, e adorava bancar a vítima pra conseguir o que queria. Depois que a conheceu, Jongsu se afastou de toda a família, de alguns amigos, passou a maltratar nossos funcionários, e várias outras coisas que não vale a pena citar.


— Puta merda! – se choca tanto quanto eu. 


— Por volta de seus 22 anos, chegou a machucar o braço de Eui, porque ela o repreendeu, ao ver que ele tinha ido pra cima de um funcionário, só porque o coitado, acidentalmente manchou a blusa da Gyeonghui. – isso é informação demais pra minha cabeça. — Ele sempre foi inteligente, mas a paixão lhe tornou burro, e ela conseguiu fazer do meu primogênito, o seu fantoche. Aos poucos, o filho de quem eu tanto sentia orgulho, se tornou uma das piores pessoas que eu conheço. 


— Eu juro que não esperava por essa, não sei nem o que dizer. Mas por que a Eui se culpa por isso?


— Ela acha que se fôssemos presentes desde sempre, isso não teria acontecido, e ele não teria sido tão influenciado pela megera. – explica. — Isso só melhorou um pouco, quando percebeu que se ele tivesse chutado a Gyeonghui, o Minho não teria nascido. Agora, ela aguenta toda essa situação, pois sabe que ainda temos um pouco de controle sobre nosso filho, e isso impede que ele tome certas atitudes.


— Como retirar o sobrenome do Lee Know. – responde um "exatamente". — Mas ela está errada. Vocês erraram em não ter dado tanta atenção a eles, mas tiveram a decência de se arrepender, e fazer o possível pra consertar as coisas. – conclui sabiamente. — Seus outros filhos também são assim?


— São um tanto esnobes, mas não no mesmo nível que ele, e bom, também não são exagerados ao ponto de deserdar o próprio filho, só porque foram contrariados. 


— Tá vendo? Isso é mais uma prova de que ela não deveria se culpar. 


— Também acho o mesmo. – suspira pela milésima vez. — Infelizmente, isso não entra na cabeça dela, e acho que as coisas vão permanecer desse jeito. 


Minha mãe se dá bem com o Jaemin, porque é tão manipuladora, vitimista, chantagista, e mesquinha quanto ele. Eu não estava preparado pra ficar sabendo disso, e agora, não faço a mínima ideia do que fazer com essa informação.


— O pior de tudo, é que sempre que a gente ia contra o relacionamento dos dois, tentando convencê-lo de que ela não lhe fazia bem, a garota chorava horrores, dizendo que a odiávamos, porque ela não era de família rica.


— Espertinha ela, não? – sua voz é carregada de sarcasmo. — Chantagem emocional é uma das coisas que mais me irrita, ainda mais nesse nível. – meu vô concorda.


— Nós tínhamos medo de parecer mesquinhos, então decidimos deixar de mão, e parar de tentar separar os dois. Foi algo difícil, mas pelo menos, foi isso que os impediu de nos proibir de ver o Minho. 


Eu decido me apressar em terminar de comer, porque não aguento mais ouvir essa história, e preciso sair daqui. Ainda com cuidado, deixo as coisas na pia, e saio disparado pelas escadas, querendo voltar ao meu quarto.


— Tá tudo bem? – Han pergunta preocupado, ao ver meu estado.


— Não. – é a única coisa que digo, antes de ir para o chuveiro.


Eu passo muito tempo no banho, mas depois respirar fundo por muitas vezes, e me sentir um pouco mais tranquilo, decido sair. Coloco um moletom com estampa de esquilinhos, uma calça preta, e uma meia de gatinhos. 


— Quer falar sobre o que houve? – questiona, quando eu sento na bay window, batucando os dedos em minhas próprias pernas.


— Eu ouvi meu vô conversando com o Chris, e descobri que minha mãe é pior do que eu imaginava. Apesar de demonstrar um pouquinho de afeto por mim, foi ela quem fez do meu pai, a pessoa horrível que ele é hoje. – seu olhar é empático.


— Eu acabei sabendo disso, e sinto muito. – seu tom manhoso, me acalma um pouquinho mais. — Eles evitaram te contar sobre isso, pois sabiam que isso te faria mal, e é péssimo saber que estavam certos. Provavelmente vai questioná-los sobre isso, não?


— Eu até agradeço por não terem falado nada, porque houve uma época em que eu era bem mais instável, e não sei se saberia lidar corretamente. – admito. — Agora eu tenho você e os meninos, voltei a fazer tratamento psicológico, e sou um pouco mais maduro. Isso mexeu muito comigo, mas não a ponto de me enlouquecer, o que me deixa aliviado. Vou falar com eles sim, mas só quando a festa passar.


— E isso me deixa orgulhoso pra caralho. – sorri, e eu encosto o rosto na janela fria. — Sei que vai conseguir lidar com isso da melhor maneira possível, e nós sempre estaremos por perto pra te dar suporte, sempre que precisar.


— Sei disso, e esse é um dos maiores motivos pra eu estar mais tranquilo do que normalmente estaria. – sorrio.


Normalmente, eu me forço a não pensar nas coisas ruins que acontecem comigo, a fim de não entrar em um colapso enorme. Dessa vez, minha mente automaticamente deixou de focar nas informações péssimas que recebi, pra focar no fato de que sempre terei apoio, não importa o que meus pais façam.


Ainda me magoa que não tenha uma boa relação com meus pais, mas já cansei de me esforçar pra mudar isso, e não adiantaria continuar lamentando. Meus avós são incríveis, assim como meus amigos e Hannie, e eles são o suficiente pra mim.


Se um dia, os dois resolverem mudar, eu não vejo problema em perdoá-los por tudo o que me fizeram passar. Porém, finalmente reconheço que eu progredi muito na vida, e eles nem tentaram fazer parte dessa evolução, então chegou a hora de parar de fazer questão da presença dos dois em minha vida.


Eu tô cada vez melhor, e pretendo continuar dessa maneira, com ou sem o apoio de meus pais. E se eles resolverem ser melhores pais pro Jihoon, do que foram pra mim, melhor pra criança, que não vai sofrer tanto. Só espero que eu consiga ter contato com o menino, já que querendo ou não, ele é meu irmão.


Óbvio que não é algo que eu vá conseguir tão facilmente, porque apesar de tudo, eu ainda os amo. Mas só de admitir pra mim mesmo, que fico melhor sem eles por perto, já me sinto um pouco mais leve.


— Você fica tão lindo quando divaga. – quando lhe encaro, ele está olhando para mim, com um sorriso bobo no rosto. 


— Cala a boca. – rio, um pouco encabulado.


— Mas é sério! – se defende. — Seus olhos ficam meio fechadinhos, sua testa cheia de ruguinhas, e você involuntariamente coloca o indicador no lugar da covinha, forçando sua bochecha pra cima, tudo isso, com os lábios entreabertos. – fico ainda mais envergonhado, ao ver o quanto ele repara em mim.


— Tá bom, agora parou. – volto minha atenção à janela, sem querer lhe encarar.


— Você tá agindo como se não soubesse que é lindo. – ignora meu pedido.


— Cala essa maldita boca, Jisung-Ah! – mordo o lábio inferior, prendendo um sorriso. — Que horas são? – decido mudar de assunto. 


— Vai dar 21h, por quê? 


— Vamos lá fora comigo?


— A gente não vai bater parabéns pra Eui, daqui a pouco?


— Sim, mas dá tempo, vamos lá!


///
Han


Levanta abruptamente, e quase me arranca da cama, guiando-me pela mão, até o lado de fora da casa. Dou uma leve risada de sua euforia, mas em momento algum, demonstro algum tipo de objeção; ainda com nossos dedos intrincados, vamos até a parte de trás do quintal. 


— Então é por isso que você gosta tanto daqui. – tenho um sutil sorriso desenhado em meus lábios.


Está um tanto escuro, mas é possível ver o balanço à nossa frente, com a estrutura preta, e dois assentos consideravelmente espaçados. A madeira de um é pintada de amarelo, enquanto a outra, é de um tom fechado de vermelho. Apesar de ter um feitio antigo, presumo que os assentos foram trocados, pois parecem bem novos para mim.


— Não ri, por favor. – pede em tom choroso. — Eu amava esse balanço quando era criança, e até hoje, tenho um apego emocional. – explica. — Agora me sinto estúpido por ter feito tanto suspense sobre isso, é completamente bobo. 


— Calma, relaxa. – rio, mas de seu estado agitado. — É bonitinho que você tenha dado tanta importância pra me mostrar algo ao qual era apegado, quando criança. – o tranquilizo. — Você não é estúpido, ok? Agora eu sei o motivo dessa ser sua parte favorita da casa, e isso significa que aprendi algo novo sobre você; ou seja, não é nem um pouco bobo.


Ele estava visivelmente ansioso pra me mostrar essa parte do quintal, e nem em um milhão de anos, eu seria capaz de zombar disso. Além do mais, não sei como está sua cabeça no momento, por conta da descoberta infeliz, e isso pode distraí-lo um pouco.


Às vezes, Lino nem parece ser mais velho que eu, porque se empolga como uma criança, o que acho adorável.


— Tem certeza de que não achou patético? – seu nervosismo é perceptível.


— Absoluta. – sorrio, tentando acalmá-lo.


Minho solta minha mão, e anda rápido até o brinquedo à frente, se sentando do lado direito, e eu me apresso em sentar ao seu lado. Naturalmente, os assentos acabam balançando para frente e para trás, mas não pegamos impulso, e deixamos que os movimentos continuem sutis.


Ele não tira o sorriso largo de seu rosto, e agora, sua atenção está focada no céu, mais especificamente na lua cheia, e nas estrelas. Seu rosto é iluminado pela luz do luar, e por mais que o céu esteja mesmo lindo, prefiro olhar para si.


Já decorei cada um de seus traços, mas ainda assim, nunca me canso de olhar pra ele.


Sei o quanto está feliz em estar aqui, pois mesmo depois de mudarmos, ainda não saiu para olhar as estrelas. Já eu, não poderia estar mais aliviado, pois imaginava que quando descobrisse aquelas coisas sobre sua progenitora, ficaria extremamente mal, e voltaria a se isolar. Porém, continua com a áurea leve, e sorrindo abertamente, e ainda pediu minha companhia.


— O que foi? – digo, quando ouço o som de sua risada.


— Quando vinha pra cá, eu passava quase o dia inteiro sentado nesse balanço, e embora amasse ficar aqui, tinha algo que eu odiava.


— O que?


— O silêncio. Eu era uma criança sozinha, e quando ficava sentado em um brinquedo, que normalmente precisa de duas pessoas pra ser mais interessante, em completo silêncio, me sentia ainda mais solitário. – sua fala me deixa mal. — Meus avós às vezes vinham me empurrar, mas como disse, eu passava boa parte do dia aqui, e eles não podiam fazer o mesmo. Além do mais, não era a mesma coisa; eu sentia falta de alguém da minha idade.


— Sinto muito. – ele dá de ombros, e em momento algum, desvia seus olhos da lua. 


— Eu ficava dividido entre amar esse lugar, por poder ficar no meu próprio mundinho… Inclusive, quando adolescente, já escrevi muita música, sentado nesse balanço. – revela, e eu sorrio ao imaginar a cena. — Então, ficava dividido entre isso, e odiar a extrema calmaria insuportável do ambiente. Às vezes, até o canto dos passarinhos, me irritava.


Por sua reação ao saber que o balanço continua aqui, acho que decidiu pender pra primeira opção.


— Isso não se parece com o Lino que eu conheço. 


— Realmente, mas era só de vez em quando. – ri fraco. — Há agora pouco, nós estávamos em completo silêncio, mas não me incomodei nem um pouco. Aí cheguei à conclusão de que nunca odiei o silêncio, mas sim o fato de que não tinha ninguém pra ficar quieto comigo. Me entende?


— Sim, eu acho. 


— A risada foi porque acho um pouco engraçado, e até mesmo irônico, que você seja a pessoa com quem eu mais gosto de ficar em silêncio. – admite, e eu fico com vergonha. — Eu amo te ouvir tagarelar, mesmo com a sua dicção meio falha, às vezes. – ri, e eu reviro os olhos. — Mas quando ficamos quietos, apenas um do lado do outro, é algo incrivelmente confortável, e é uma das coisas que mais me deixa em paz.


— Apesar de quase nunca calar a boca, eu também gosto desses momentos. – sou sincero. 


Ele não precisa dizer nada. Só saber que tenho sua companhia, é mais que o suficiente.


— Hum… Você realmente não se incomoda comigo sendo um baita tagarela? – não consigo evitar a pergunta, pois várias pessoas já reclamaram disso.


— Às vezes, eu não entendo nada do que você fala… – é compreensível, porque sou bem confuso. — Mas sei que amo te ouvir falar. – volta sua atenção a mim, e dá o meu sorriso favorito: o com a pontinha da língua 'pra fora.


— E-eu… – minhas mãos tremem, e eu tenho dificuldade de continuar segurando as correntes do balanço. — Obrigado por não se incomodar.


— Você não precisa agradecer por isso, amor. – será que meu coração nunca vai parar de enlouquecer, quando ele me chama assim? — É uma característica sua, e não há problema algum nisso.


— Mesmo assim, obrigado. – insisto, e ele desiste de rebater.


Volta olhar para o céu, e em momento algum, consigo parar de prestar atenção no quanto ele fica bonito fazendo isso. Eu adoro vê-lo tranquilo, e não importam quais sejam seus problemas, eles parecem sumir de sua mente, assim que começa a observar a lua.


Nem quando dorme, seu semblante é tão sereno, como quando está sob o luar.


— Jisung, você qu-


— Aí estão os bonitos. – não sei o que iria dizer, mas seu Chongho o interrompe. — Só falta vocês dois pro parabéns começar, vamos?


— Ok, vamos sim. – assente, e seu avô começa a se distanciar.


— O que iria dizer?


— Nada importante. – dá de ombros. — Vamos?


Ele se levanta, e estende a mão para mim, me ajudando a fazer o mesmo. Eu passo meu braço por dentro do seu, e um pouco de longe, nós acompanhamos o mais velho. 


•••
Infelizmente, mesmo amando a dona Eui, não consegui prestar atenção em seu discurso, pois já tô quase desmaiando de sono.


Sei que ela agradeceu por mais um ano de vida, por estar saudável, por Chongho sempre estar por perto, ou algo parecido. Disse que está extremamente feliz com nossa presença, e fez questão de deixar claro que um de seus melhores presentes, foi ver seu neto tão feliz.


Isso foi a única coisa que consegui pegar, de resto, só consegui focar em me manter acordado. Ainda bem que comemos antes, senão além de sono, estaria sofrendo com fome.


Finalmente, depois que termina o discurso, nós cantamos parabéns, e ela assopra as velinhas, e seu marido lhe dá um presente muito fofo. Nenhum de nós sabe o que é, mas por sua reação, presumo que tenha sido algo bonitinho. Nós novamente lhe damos felicitações, e ela agradece diversas vezes.


Como não sou idiota, não subo antes de comer o bolo. Entretanto, assim que termino, ninguém mais me vê, pois não perco tempo em subir as escadas, e finalmente dormir.


Nem sei quanto tempo demora, mas após um certo período, acabo ouvindo os movimentos de Lino pelo quarto. Espero que seja ele, né? Senão seria algo preocupante. Logo, sinto seu corpo se deitando no colchão, seguido de seu braço envolto em minha cintura, enquanto faz questão de entrelaçar nossas pernas.


— Ainda tá acordado? – só consigo soltar um resmungo, pois estou mais 'pra lá do que 'pra cá. — Imaginei que não. – solta uma risadinha. — Mesmo assim, boa noite, amor.


Minha única reação é apertar seu braço ainda mais em volta de minha cintura, quase me fundindo com o homem. Ele ri fraco, mas não afrouxa o contato; apenas deixa um beijinho em meu ombro, o que me arrepia, mesmo com o tecido da blusa fazendo barreira.




Notas Finais


espero que tenham gostado, me desculpem por qualquer erro. por favor, não esqueçam de favoritar e comentar.

olha, eu deixei vcs paranóicos af, então vou tranquilizar todo mundo KKKKKKKKK
o vovô lee vai realmente resolver algo sobre uma das empresas, não tem nada a ver com os minsung, juro pela lua
não paranoiem, pfv kkkkk

bye, c ü soon 💙


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