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História The Library (minsung) - 59 - uncle J


Escrita por: moonlightAd

Notas do Autor


maratona TL (5/7)

heey, mais um capítulo pra vocês.

eu tô morrendo de dor de cabeça agr, mas juro que vou responder os comentários do cap anterior, ta?? não desistam de mim :(

boa leitura, espero que gostem :)

Capítulo 71 - 59 - uncle J



Minho


Chegamos em meu antigo quarto, e a primeira coisa que ele repara, são os pôsteres coloridos na parede, até mesmo dos desenhos que não conhece. Também parece gostar de minhas pelúcias, mas os bonequinhos lhe chamam mais atenção; então, pego um banquinho, para que possa subir, e olhá-los mais de perto. Seus olhos brilham, enquanto analisa cada item da minha coleção, e eu acho adorável.


Até lhe daria um, mas demorei muito tempo pra completar tudo, e não seria doido de acabar com todo o esforço, em questão de segundos.


Logo depois, senta na ponta lateral do colchão, e vejo que foca sua atenção no globo de neve em cima da cômoda, parecendo curioso. Em momento algum, faz menção de pegar o objeto, e nem ao menos questiona se pode, apenas fixa seus olhos ali.


— Pode olhar, se quiser. – digo, sorrindo. — Só tome cuidado pra não quebrar, está bem? 


— Posso mesmo?! – volta a se acuar.


Acho que assim como eu, ele preferia quando Jisung estava com a gente.


— Claro! – confirmo. — Ele também toca uma musiquinha. Quando eu passava o natal nessa casa, sempre vinha aqui, pra girar a chave; pra mim, era uma das melhores partes do feriado.


— Vovó Eui que te deu? 


— Sim, ela mesmo, quando eu tinha mais ou menos sua idade. – conto. — Eu estava chorando porque tinha machucado o joelho, enquanto brincava na neve; vim direto pro quarto, porque tinha vários adultos na sala, e eu não queria incomodar. – relembro, e ele me olha atento. — Mas uns dois minutos depois, a vovó apareceu, perguntando se estava tudo bem. Então, depois de cuidar do meu machucado, saiu do quarto, mas logo voltou com o globo.


— Foi o seu presente de natal?


— Um dos. – rio fraco. — Ela me deu, porque sabia que a música ia me acalmar, e eu ia parar de chorar. 


— Eu gosto de música, mas não sou bom nela. – conta. — Eu sei tocar uma música no teclado, mas só uma, porque desisti das aulas.


E agora, o que eu faço? Consolo o menino? Falo que ele não deveria desistir? Falo que ele é bom? Mas como eu falaria isso, se nunca o vi tocar? Socorro, cadê o Jisung?! 


Pode ser o I.N também, ele trabalha com crianças, deve ser bom com elas.


— Mas você quer ser bom em música? – questiono, com medo de estar sendo grosso.


— Até que não. Eu gosto, mas prefiro só ouvir.


— E no que você quer ser bom? – será que eu tô sendo intrometido? Meu Deus, ele deve me achar insuportável.


Cogito mandar uma mensagem para Jisung, a fim que ele venha me salvar desse baita fiasco. Porém, respiro fundo, e o deixo em paz, porque realmente preciso aprender a fazer isso sozinho.


— Sabe as vozes de desenho? – assinto. — Eu quero fazer elas, porque deve ser quase a mesma coisa que ser um personagem, e acho que deve ser legal fazer várias vozes diferentes. – sua voz se torna mais aguda, e ele gesticula histericamente. 


— Isso é incrível! Tenho certeza que você vai fazer vozes muito legais, e vai fazer parte de vários desenhos. – suas bochechas ficam vermelhas, e eu me lembro de Hannie.


— Mas o papai disse que eu posso fazer isso, mas só se isso não atrapalhar em eu querer ficar com o trabalho dele, quando for velho. – resisto o impulso de revirar os olhos. — No que você é bom? O papai e a mamãe nunca me falaram que você existia, e eu nem sei porquê, então não sei nada sobre você. 


— Primeiro, não acho que ele deva escolher isso por você, porque é errado. – nem comigo ele fez isso, por que tá com essa agora? — E eu sou bom em música, e em dançar.


— Por que é errado? – alguém me ajuda. — Então se eu quisesse ser bom nisso também, você ia me ajudar?


— Porque você é a única pessoa que deve escolher o que quer fazer, e não é legal que tentem escolher por você. – tento falar de uma forma que ele entenda. — E é claro que eu te ajudaria, sem pensar duas vezes! – sorri.


— Então eu vou falar isso pro papai. 


— NÃO! – se assusta com a minha reação. — Desculpa por gritar, foi sem querer. É que você não pode falar isso pra ele, senão ele pode ficar chateado, e isso é chato. Espera até ser grande, aí vai ser mais fácil. – disfarço.


Como eu diria pra criança, que se ela questionasse o pai, provavelmente levaria a primeira surra de sua vida? Isso se já não levou… Cristo! Será que ele já bateu no Jihoon?


— Entendi. – parece pensativo. 


— Hm… Ele já ficou chateado com você alguma vez? – vejo se consigo alguma resposta para a minha pergunta.


— Não, eu acho. Ele quase nunca tá lá na nossa casa, então nem fala comigo direito, então acho que não. – suspiro aliviado, pois presumo que nada tenha acontecido.


— Você se esqueceu de pegar o globo. – decido desviar o assunto.


Se deu certo com o Han, pode dar pra mim.


— Verdade! – solta uma risadinha. 


Se esticando um pouco, pega o objeto, logo voltando à sua posição anterior. Ele analisa atentamente, antes de o balançar freneticamente, me deixando um pouco desesperado; já que suas mãos são pequenas, e o globo tem um tamanho considerável.


E se acabar escorregando?


Por um momento, esquece do mundo a sua volta, e fica concentrado na neve caindo dentro do vidro. Então, o vira de ponta cabeça, e gira a chave que dá início a música de natal, para então colocá-lo de volta na cômoda, enquanto a melodia ecoa pelo quarto.


— Você vai ficar bravo se eu disser que não gosto de músicas de natal? – pergunta receoso.


— Não, por que ficaria? – rio fraco. — Mas por que você não gosta?


— Você gosta, aí poderia ficar com raiva de mim, se eu falar que não gosto. – entorta a boca. — E eu não sei. Acho irritante, e às vezes me dá agonia. 


— Claro que não, você tem o direito de não gostar. – acho graça de sua preocupação. — Eu entendo, algumas são bem chatas mesmo, mas gosto de outras. – a gente fica um tempo em silêncio. 


Pensa em algum assunto, Minho, antes que fique constrangedor.


Resolvo perguntar sobre sua escola, o que aparentemente dá certo, pois parece gostar do local. Porém, está triste por saber que quando se mudar com os pais, será obrigado a sair de lá, e não verá mais seus amigos. Por um lado, eu até gostaria que eles continuassem em Kyata, assim posso ver o menino com mais frequência.


Totalmente animado, me conta sobre cada um de seus amigos, e em algumas vezes, precisa dar uma pausa para recuperar o fôlego, porque acaba falando rápido demais. Eu escuto com atenção, e quando me dá uma brecha, faço algum comentário sobre sua fala, o que engata mais um diálogo agitado.


— Você tem algum brinquedo favorito? – é o "melhor" que consigo pensar, após a conversa sobre o colégio ser encerrada.


— Eu gosto de jogos de tabuleiro! Eu gosto muito de jogos de tabuleiro! – volta a se animar, e eu penso que talvez não tenha sido tão ruim assim. — Eles são a única coisa que tenho coleção, porque eu não aguentaria jogar só com um! Aí às vezes, os meus amigos vão lá na minha casa, e a gente joga quase o dia inteiro. Só que eles ficam bravos, porque às vezes eu brigo com eles, porque não seguem as regras. – prendo um sorriso.


Eu sou exatamente assim com os garotos, quando a gente joga alguma coisa. É estranhamente fofo que ele seja tão parecido comigo, sem nenhuma genética envolvida.


— Isso é muito irritante mesmo, não é? – assente. — Meus amigos também são assim, mas acho que só fazem pra me irritar. Aí agora, eu nem ligo mais.


— Ta… – iria responder, mas somos interrompidos por uma voz absurdamente alta, no quintal da casa. 


— NOONA! – me parece familiar, mas não tenho certeza.


— Tio J! – Jihoon se anima, e vai na direção da janela, arrastando o banquinho para poder enxergar. — Lino, vamos lá embaixo? O tio J chegou. – ergo uma sobrancelha.


— Mas quem é tio J? – fico atrás de si, observando as pessoas lá embaixo. — Pu… Senhora que me pariu! – é a única coisa que sai de minha boca, quando vejo Jaemin perto de meus pais. 


— Agora não, Hoon. – perco o controle da respiração. — Espera só um pouquinho, tudo bem?


— Ok. – fica confuso, mas não questiona.


— E por favor, saia de perto da janela. Você pode acabar caindo. – me sento na cama, e tento entender o que está acontecendo aqui.


Sério que não terei paz, nem por hoje?


— O que tá acontecendo? – ele se senta ao meu lado. — Você ficou bravo porque eu fui na janela? 


— Não, não é isso. É que… – suspiro. — O "tio J"… – faço aspas com os dedos. — …já fez muito mal pra mim, e pros meus amigos.


— Sério?! – parece desacreditado. — Ele é legal comigo, e não entendo porquê, mas diz que a gente vai ser da mesma família. 


Esse desgraçado ainda insiste na porra dessa história? Meu Deus do céu, que coisa chata.


— Não acredita nele, tudo bem? Vocês nunca vão ser da mesma família. – deixo claro. — Fico feliz que ele seja legal com você. – ai dele se não fosse. — Mas não gosto de ficar perto dele, porque lembro de coisas ruins.


Já me encontro meio aéreo, e sinto vontade de vomitar, enquanto tento parar com a tremedeira que fica cada vez mais evidente, a fim de não assustá-lo.


— A mamãe diz que eu posso confiar nele, porque ele é bom. – reviro os olhos. — Que coisas?


— Não posso falar, porque você ainda é pequeno. – evito contar. — Mas daqui a pouco a gente desce, só espera um pouco.


— O tio JiJi também não gosta dele? – a pergunta chega a ser cômica.


— Nem um pouquinho. Ele fez muita coisa ruim pra gente, e nem deveria estar aqui.


— Então se ele continuar aqui, vocês não vão mais ficar comigo? – seu tom é triste. 


— Não é assim também, é só que… – não faço a mínima ideia de como devo agir.


— Eu gosto do tio J, mas eu já vejo ele várias vezes, eu prefiro ficar com você e o tio JiJi. 


— Então você quer que ele vá embora? – questiono intrigado.


— Sim! – é direto. — Ele vai lá em casa muitas vezes, aí posso ver ele em vários outros dias, mas hoje eu queria ficar com vocês.


Por que caralhos esse desgraçado vive na casa deles? E aliás, por que eles ainda não voltaram pra nossa cidade natal?


— Fica tranquilo, ok? Quando a vovó descobrir que ele tá aqui, vai mandar ele embora. – se o próprio garoto quer que ele vá embora, quem sou eu pra dizer o contrário? — Isso se o Hyunjin não encontrá-lo antes, o que de certa forma, espero que aconteça. – sem querer, penso alto. 


— Quem é esse?


— Um amigo meu, que também não gosta dele. – conto. — Me espera aqui, eu preciso ir no banheiro.


Levanto no automático, e me dirijo ao outro cômodo, e ao mesmo tempo, tento raciocinar alguma coisa, mas minha mente já está embaralhada. Puxo com ar com força, diversas vezes, batucando meus dedos na superfície do lavatório; inevitavelmente, mesmo que tentando evitar com todas as minhas forças, acabo por me lembrar daquele maldito dia, no qual eu finalmente soube o quão péssimo é aquele filho da puta.


Assim como mais cedo, minha cabeça começa a doer terrivelmente, e eu me sinto meio zonzo, tendo que me segurar com mais força na pia, para não cair. Minha respiração falha tanto, que tenho trabalho para continuar respirando de maneira decente, o que ocasiona alguns barulhos um tanto altos.


No momento, não consigo decidir qual está pior: meu estado físico, ou mental. 


Olho para baixo, e vejo alguns pontos de meu moletom azul bebê, mais escuros; só então, percebo que comecei a chorar. Me sento na tampa do vaso sanitário, e minhas pernas automaticamente passam a balançar de maneira frenética, produzindo um baixo barulho de uma batendo contra a outra. Passo a limpar as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, o que não adianta de nada, uma vez que elas continuam caindo. 


Qual era a necessidade de ter vindo com ele? O babaca nunca viu minha vó, o que raios veio fazer na merda dessa festa? Não é possível que tenham feito isso, apenas pra me atingir.


Minha cabeça já está a ponto de explodir, estou suando frio, e já não tenho muito controle sobre meu corpo; algumas vezes, engasgo com meu próprio choro, e acho que estou fazendo sons mais altos do que gostaria. Isso, porque nem cheguei perto dele, e ele nem deve saber que estou aqui; pelo menos, não até conversar com minha mãe.


— Lino? – ouço algumas batidas na porta. — Por que você tá chorando? O que houve? – seu tom demonstra preocupação, e eu me pergunto quando Han chegou aqui.


— P-pode ab-brir… – fungo algumas vezes, tendo dificuldades para falar. — S-só n-não… N-não deixa o Hoon ent-trar.


Ouço o barulho da porta se movendo, logo voltando a ser fechada, seguido de curtos passos, e então, sinto seu corpo próximo ao meu. Quando dirijo meu olhar para si, vejo que está agachado, olhando atentamente em minha direção. 


— Jihoon acabou descendo sozinho, porque ouviu alguns barulhos estranhos vindo daqui. – conta.


— Ele n-não dev-veria ter feit-to isso. – a cada palavra, a dor piora.


— Ele parecia meio desesperado, e foi lá sozinho, porque queria me chamar, já que não sabia como ajudar. – explica, e apesar de ter achado perigoso, não consigo reclamar de seu ato. — O que aconteceu, amor? 


— E-ele… M-meu pai… – não consigo falar. — Lá fora, janela. – é a única coisa que consigo pronunciar.


Ele pondera por um breve momento, e se levanta, saindo do cômodo, provavelmente indo olhar a janela. Sem demorar dez segundos, ouço um "isso deve ser brincadeira com minha cara!", mesmo daqui de dentro.


— Nós estávamos em um cômodo, em que a música estava muito alta, então nem deu pra ver qualquer movimentação do lado de fora. – diz, quando volta. — Quando acho que esses filhos da puta, ultrapassaram todos os limites, eles me mostram que sempre dá pra piorar! – cerra os dentes. — Eu não sei o que o satã platinado tá fazendo aqui, mas duvido que ele continue inteiro. – ri de nervoso. — Quando o Hyun souber disso, não dou dois segundos pra estar em cima daquele filho da puta. 


— Contanto que não seja na frente do Jihoon… – finalmente consigo falar sem gaguejar. — Eu quero falar com o meu pai.


— Não! – quase grita. — Você já está passando mal, e dessa vez, parece pior que mais cedo. Falar com Jongsu, significa ficar perto daquele nojento, e isso só vai piorar seu estado.


— Tá tudo bem aí? – ouço a voz manhosa do meu irmão, do outro lado da porta. 


— Daqui a pouco a gente sai, espera um pouquinho, meu bem. – ele responde, com a voz mansa. — Lino, não é bom que você passe por mais nervoso, ou vai acabar desmaiando de novo. 


— Por favor, eu preciso falar com ele. Se não fizer isso, não vou conseguir ficar em paz. – suspira.


— Eu vou com você. – cede. 


— Tudo bem. 


Com um pouco de dificuldades, por ainda estar tonto, me levanto do assento fechado, e tento me recompor da maneira que posso. Antes que possa sair do banheiro, Jisung checa minha temperatura e meus pulsos, na finalidade de saber se existe uma grande possibilidade de desmaio. Durante o ato, não fala nada, mas seu olhar deixa claro que não está de acordo com a minha vontade de descer, e provavelmente, só está indo comigo, pela ideia de "não pode com eles? Junte-se a eles".


— Até eu estou conseguindo ver uma veia saltando em sua testa, e isso não é bom sinal. – reclama. — Tem certeza que quer passar por isso? Nós podemos chutá-lo daqui, sem que você precise descer


— Não adianta, eu vou. – tento não fazer caretas de dor, para provar que estou bem para isso.


— Teimoso. – nega com a cabeça, passando a língua pela parte interna de sua bochecha. — Vou pedir pra algum dos meninos ficar com o Jihoon, aqui em cima, porque tenho certeza que vai sair alguma confusão.


— Pede pra vovó.


— Não dá. – acaba rindo fraco. — Antes de eu vir pra cá, dona Eui estava participando de um jogo de bebidas. A Noona não tá sóbria o suficiente pra cuidar de uma criança. – não me importo muito, porque ela tem o direito.


— Queria que meu vô estivesse aqui. – volto a chorar na mesma intensidade de antes, e ele me abraça. — Assim… – novamente tenho dificuldades para falar. — Eu duv-vido que o Ja- – não consigo pronunciar seu nome, mas ele me entende. — Teria cor-rag-gem de se aproximardemim. – falo mais rápido do que deveria. 


— 'Ô meu amor… – alisa minhas costas. — A gente vai resolver isso, tudo bem? Eu tô aqui. – me sinto minimamente mais tranquilo. — Se você quer descer, eu respeito sua vontade, mas dá pra ver que você tá meio cambaleante, então se acalma antes de ir. – pede, em tom ameno.


— Tá bom… – decido não discutir. 


— Cadê meu pirralho favorito?! – ouço aquela maldita voz, agora de perto.


Merda! A gente demorou demais pra descer, e Gyeonghui deve ter contado que estamos aqui.


— LEE JI-HOON, ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA, QUANDO DECIDIU VIR ATÉ AQUI COM AQUELE INFELIZ?! – estremeço por inteiro, ao ouvir a voz de meu pai.


— Vamos sair logo, antes que as coisas piorem.


Sem esperar resposta, me desprendo do seu abraço, e passo em sua frente, a fim de abrir a porta. Mesmo assim, continuo sentindo o calor de seu corpo, atrás de mim, e isso é o suficiente para me manter consideravelmente estável, apesar de meu estado trêmulo, enjôo, e insuportável dor de cabeça, que vem acompanhada de pontadas precisas. 


— Estou aqui, senhor Jongsu. – digo, já de volta ao quarto. — Jihoon é meu irmão, mesmo que você tenha tentado esconder isso do próprio, então tem o direito de passar um tempo comigo. Eu o chamei pra ver meu antigo quarto, e como gostou de mim, se animou com o meu pedido; só que ele é apenas uma criança, então se quiser gritar com alguém, grita comigo, porque não é justo que lhe trate dessa maneira! 


— Mas você não tem um pingo de vergonha mesmo, não é? Diz que não quer mais contato com a família, mas fica de palhaçada, por causa de uma criança que nem tem o mesmo sangue que o seu. – diz com desdém. — Ainda por cima, faz questão de trazer esse… esse… – seu nojo ao olhar para Han, é perceptível. 


— "Esse" o quê, hein? – resolve se pronunciar. — Parasita? Aproveitador? Infeliz? Medíocre? – quando me dou conta, já está a minha frente. — Me corrija se eu estiver errado, mas esses são esses os nomes que você gosta de me chamar, não é? – ergue uma sobrancelha. 


Ainda não consigo olhar para Jihoon, pois sei que está no canto do cômodo, junto ao projeto de satã. Porém, não falo nada sobre, pois pelo menos está fazendo algo de útil, acalmando meu irmão.


— Nem perca seu tempo com isso, huh? Em outros tempos, você até conseguiria me atingir, mas eu já estou bem ciente de qual é minha posição na vida do Minho, e eu te garanto que está muito acima de um simples parasita. – mesmo com medo da reação de meu pai, fico feliz que ele esteja seguro de nossa relação, a ponto de usá-la como argumento. 


Jongsu se desestrutura um pouco, porque imagino que não esperava esse tipo de resposta, uma vez que se acostumou a nunca ser questionado, ou confrontado dessa maneira. Porém, apesar de não falar nada, cerra seus punhos, e se aproxima dele.


— Não tente me enfrentar, garoto. Se quiser entrar em uma briga comigo, sinto lhe informar que irá ganhar bem mais que alguns curativos. 


— Ué, senhor… – me pronuncio. — Que eu saiba, você odeia o Jisung, porque além de ser "inferior", é um encrenqueiro. Mas enquanto ele apenas argumentou, é você quem está ameaçando lhe chamar para uma briga. – ele quase rosna, e volta o seu olhar para mim. — Sua hipocrisia já foi mais sutil, se eu fosse você, tentava disfarçar um pouco mais. 


Posso estar internamente entrando em colapso, mas finalmente tive coragem pra questioná-lo, e isso me dá alívio em meio a todo esse caos.


— Se veio aqui falar do Jihoon, fale apenas dele, e deixe-o de fora disso! E aproveitando que voltei no assunto: ele não tem meu sangue, mas a partir do momento que foi adotado, se tornou parte da minha família. Se me permite dizer, até mais que você e a dona Gyeonghui, que infelizmente foram as pessoas que me fizeram. – mais uma vez, demonstra confusão. — Então não use isso como desculpa, porque se "laços sanguíneos" fossem um problema pra ti, você nem teria lhe adotado. 


— Tio J, o que tá acontecendo? – ouço a voz assustada de Jihoon, e finalmente lhe encaro.


— Não tem como vo…


— E VOCÊ HEIN?! – ignoro meu pai, perdendo um pouco do controle. — O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI, PELO AMOR DE DEUS? PARA DE BANCAR O SONSO, SEU MANIPULADOR OBCECADO DO CARALHO. – parece que vou entrar em combustão. — VOCÊ DESTRUIU MEU PSICOLÓGICO, ME OUVIU BEM? DESTRUIU. ALÉM DE QUASE ME FORÇAR A FAZER ALGO QUE EU CLARAMENTE NÃO QUERIA, USOU MEU PRÓPRIO TRAUMA CONTRA MIM, SENDO QUE EU APENAS TE CONTEI AQUELA PORRA, PORQUE CONFIAVA EM VOCÊ.


Jihoon se assusta ainda mais, e eu consigo me recompor um pouco, me arrependendo por tê-lo feito ouvir esse tipo de coisa.


— Hannie, leva o Hoon pro I.N, ou até pra própria mãe dele, mas…


— QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI? ABRIRAM AS PORTAS DO INFERNO?! – antes que eu termine a frase, Hyunjin abre a porta do quarto, se indignando ao ver os dois. — Ótimo! Finalmente vou ter a chance de quebrar a cara desse infeliz. – sei que não está brincando, e só não partiu 'pra cima dele, por causa do caçula.


— Pelo amor de Deus, quando eles chegaram? – Felix, que está atrás do mais alto, questiona. — Nós queríamos saber se estava tudo bem, porque o seu irmão tava bem desesperado quando foi chamar o Han. Quando ouvimos a gritaria, das escadas, viemos correndo.


— Alguém tira o Jihoon daqui, e logo. – massageio minhas têmporas. — Lix?


— EU NÃO VOU PERMITIR QUE DEIXE MEU FILHO NAS MÃOS DESSE INFELIZ! – meu sangue ferve.


— POR QUE NÃO, HEIN? DUVIDO QUE ELE SEJA PIOR QUE VOCÊ. – solto, no calor do momento.


Antes que eu possa recuar, vejo seu punho direito vindo contra mim, e segundos depois, junto a uma dor insuportável em minha mandíbula, sinto o gosto metálico em minha boca, enquanto tento raciocinar o que acabou de acontecer.


Meus olhos estão cravados em Jongsu, mas consigo ouvir que Jihoon começa a chorar de desespero. Meu pai não parece arrependido, e não se importa que o menino tenha visto a cena.



Notas Finais


espero que tenham gostado, me desculpem por qualquer erro. por favor, não esqueçam de favoritar e comentar.

capítulo de gancho é tudo pra mim, mesmo que eu sinta que alguns de vcs vão querer me matar por causa do final.

bye, c ü soon 💙


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