Narrador
Todos os meninos estão na casa dos Minsung, se arrumando para uma de suas épocas favoritas do ano. Bang, Felix, Hyunjin e Seungmin estão na sala, enquanto os demais se encontram em algum quarto da casa. Kim é o único que já está pronto.
Por baixo de uma blusa listrada em tons de laranja, veste uma capa de chuva – amarela, assim como suas botas. Tem brincos de botão preto em sua orelha, e um colar de chave no pescoço, com a parte superior do pingente, semelhante a um botão. A parte da capa que fica em seu tórax, tem um patch de tamanho considerável, no formato de um gato com o rabo para cima, como se estivesse andando sobre um muro. Também carrega uma bolsa de alça longa, esta que vai colocar apenas na hora de sair.
O capuz de sua capa está abaixado, pois faz questão de mostrar seus fios azuis. Tem sardas falsas por suas bochechas e nariz, e com maquiagem, fez linhas atravessadas em seu olho esquerdo, estas com um sombreado vermelho, como se alguém tivesse tentado costurar alguma coisa na região, mas deixando o trabalho incompleto.
— A casa é deles, mas os bonitos somem do nada. – Hyunjin reclama, enquanto passa o lápis rosa em sua sobrancelha. — Todo mundo falou as fantasias, mas eles têm de fazer mistério. – interrompe a maquiagem, para revirar os olhos.
— Eu tentei arrancar do Jico por semanas, mas ele se recusou a falar. – Seungmin responde, jogado no sofá. — Provavelmente é algo que vai querer fazer todo mundo vomitar. – ri fraco.
— Pra começo de conversa, a gente nem iria se fantasiar, porque pensamos que seria só o Escape Room! – Minho rebate, falando alto, por estar trancado em um dos quartos no andar de baixo. — Mas a gracinha do Hwang, resolveu arrumar uma festa, e vocês me convenceram a ir. – diz, um pouco irritado. — Então aguentem a espera.
— Sung, acalma seu namorado, por favor. – Felix zomba. — A festa vai ser legal, poxa, não fica assim. – pede, tendo um pouco de trabalho para colocar as lentes de contato vermelhas. Minho só resmunga em resposta.
Sua pele está pálida, e tem um contorno acinzentado por seu rosto, dando um aspecto mais fino a este; também evidenciou suas olheiras, a fim de passar a impressão que a região é mais funda do que realmente é. Suas pálpebras já estão carregadas de marrom e preto, dando uma aparência marcante aos seus olhos. Se fosse realmente um vampiro, teria facilidade em seduzir suas vítimas.
Sua camisa branca parece encardida, e o modelo da peça parece ter sido criado há séculos; ela definitivamente foi feita para aparentar ser uma antiguidade. Sua calça é social é preta, e o sapato é quase da mesma cor; porém, a sola do calçado é vermelha, assim como o interior de sua capa. Suas unhas estão longas, e ele com certeza consegue usá-las para causar dor em alguém; em seu dedo, está um anel de jóia vermelho escuro. E bom, tem uma marca de mordida de vampiro, no lado esquerdo do pescoço.
— Eu deveria ter escolhido uma fantasia mais fácil. – Hyunjin choraminga. — Não aguento mais tacar rosa no rosto.
— Não exagere, Hyunjin! – Bangchan se pronuncia. — Eu tô há meia hora alongando meu olho de maneira decente. Fora o tempo que gastei pra fazer os arranhões no meu peitoral, e as pontas de minhas orelhas. – não tira a atenção do espelho, porque quer terminar o mais rápido possível. — Você ainda foi esperto, e decidiu não usar tinta, porque demoraria ainda mais.
— Ah, mas é claro que não iria usar. Eu amo o outono das bruxas, mas não o suficiente pra me empenhar tanto. – faz um delineado sutil, com um rosa mais escuro do que o de sua sombra. — Ainda assim, consigo ser melhor que o Príncipe Chiclete original. – se gaba, dando um sorriso de canto.
— Concordo. – os outros presentes no local, dizem em uníssono.
— Vocês vão usar presas? – Seung pergunta aos Chanlix, ainda despreocupado com o tempo.
— Não… Eu acho. – Felix responde. — Meus caninos são naturalmente afiados, mesmo que só um pouco. Já a fantasia do Chan, é mais uma questão de inspiração mesmo, então não carece; mas ele ainda tá em dúvida. — explica, logo passando sombra preta no centro de seus lábios, fazendo um degradê com o batom nude.
Bang finalmente terminou o trabalho com o delineador e lápis de olho, e agora está colocando as lentes amarelas. Suspira em alívio, quando nota que após isso, só restará a linha vermelha, que começa em uma bochecha, atravessa o nariz, e termina na outra.
— Terminei! – Hyun suspira em alívio, quando termina de passar o blush rosa, de maneira um pouco carregada, por suas bochechas e nariz. — Ah, tem isso ainda. – pega o gloss transparente, com cheirinho de tutti-frutti, o passando por seus lábios naturalmente rosados. — Agora sim! – foca a atenção em seu cabelo.
— Oi, cheguei. – I.N aparece no primeiro andar.
Carrega um pano vermelho em mãos, e usa diversas camadas de roupa, fazendo seus amigos se perguntarem se vai acabar morrendo de calor. Além de vermelho e preto, algumas das peças, são de tom terroso; seus pés calçam uma longa bota, fazendo com que a calça larga, ligeiramente se sobreponha ao calçado. Seu cabelo castanho está um pouco bagunçado, mas não de forma de ruim, muito pelo contrário.
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— Ai meu Deus, que coisa mais bonitinha! – Hyunjin fala quase de maneira manhosa, enquanto prende a parte superior de seu cabelo em um rabo de cavalo, com uma xuxinha rosa escuro. — Você tá tão lindo, o Min vai surtar quando te ver. – sorri, ao vê-lo igualzinho a Aang quando se disfarçou de cidadão da Nação do Fogo.
— A-ah, valeu. – fica um pouco vermelho. — Você também tá incrível! – dá um beijo em sua bochecha. — E cheiroso pra caralho! – exclama, quando chega mais perto, e nota que ele realmente está cheirando a chiclete, mas não de forma enjoativa.
— Perfume, e spray de cabelo. – diz, enquanto tem um pouco dificuldade para manter a parte presa de seu cabelo, reta. — Pode me ajudar aqui? – pede, quase que em tom frustrado.
— Claro! – coloca sua faixa, no braço do sofá. — Você dividiu seu cabelo igual tua cara. – nega com a cabeça, vendo o trabalho um pouco desleixado nos fios cor de rosa.
— Então tá lindo. – debocha, deixando que Jeongin faça algo melhor. Quase ronrona, ao sentir os dedos delicados entre seus fios.
— Ok, foi! – Bangchan se levanta do banquinho, suspirando aliviado. — Nunca mais invento uma dessas.
Suas costas até doem, e antes que esqueça, usa as mãos para bagunçar seu cabelo, querendo deixá-lo desgrenhado, e um pouco mais volumoso. Sua calça tem alguns rasgos na altura da coxa, e é preta, assim como suas botas de cano médio, e a cor do esmalte em suas unhas. Vai colocar apenas quando chegarem na festa do amigo de Hyun, mas sua fantasia também é composta por um conjunto de correntes, cujo uma parte será presa em seu pescoço, e a outra no quadril. Além disso, também há uma espécie de braçadeira que vai em um de seus braços, enquanto o outro, já tem uma pulseirinha prateada, que se assemelha a uma corrente.
— Nem me fale. – Felix se abana, com pouco de calor, por conta de sua capa. — A dúvida aqui é: não sei se tá quente por causa das minhas roupas, ou pela falta das suas. – brinca, mas até que é uma dúvida genuína.
— B-bem lembrado. – fica um pouco vermelho. — Vou pegar minha camisa branca.
— Poxa! – seu namorado faz um biquinho. — Onde já se viu um lobisomem vestido?! – indaga.
— Meu anjo, a gente vai pra um Escape Room, é óbvio que não vou ficar sem camisa em um lugar como aquele. – rebate, rindo fraco. — Na festa, eu vou tirar. – Felix fecha a cara, porque imagina o tanto de atenção que seu hyung vai atrair para si. Porém, não fala nada.
— Pega aí pr- SENHOR AMADO! – antes que possa se mover, Changbin finalmente aparece na sala.
No exato momento em que o faz, todos os presentes no recinto, ficam boquiabertos, e até perdem o fôlego por um breve momento.
Seo está com uma camisa branca, um pouco larga, e com cordões semelhantes a cadarços na gola da peça; eles estão arrumados de maneira relaxada, deixando a região folgada, o que deixa parte de seu peitoral à vista de qualquer um. Suou um tanto enquanto se aprontava, ocasionando uma ligeira transparência na camisa, coisa que seria mais visível, se não tivesse um colete por cima.
Veste uma calça vinho também larga, com alguns rasgos e de aspecto propositalmente surrado; esta está dobrada a ponto de deixar suas panturrilhas a mostra. Uma bota preta de couro calça seus pés, sendo a mesma de cano curto, e com um salto que imita madeira.
Carrega um relógio dourado em seu pulso, que é da mesma cor da pequena argola em sua orelha direita; e um cordãozinho está envolto ao passante de sua calça, com um saquinho preso ao mesmo, como se estivesse carregando moedas. Tem uma bandana vermelha sobre sua cabeça, escondendo todo seu cabelo, e parte do pano cai sobre seu ombro direito. Seus olhos estão marcados com lápis preto, mas apenas um é visível, pois está usando um tapa-olho. Por fim, tem uma espada longa em mãos, esta que ficará guardada na bainha presa à suas costas.
Como se não bastasse a roupa em si, carrega um sorriso ladino em seu rosto, e seu feitio é sutilmente arrogante, mas no bom sentido da coisa. Além de estar fantasiado, parece que realmente entrou no personagem.
— Puta que pariu o Minho! – diz um pouco baixo. — É mais fácil você atrair uma sereia, do que o contrário. Tô até com vergonha da minha fantasia agora.
— Para de exagero, Hwang. – ri, revirando os olhos. — Vocês gostaram mesmo?!
— Tira a fantasia, Chang. Tá todo mundo pedindo! – Bangchan finge choramingar.
— Então… – pigarreia. — Cadê o gancho, Binnie? – Felix pergunta, quando finalmente se recupera da fantasia do amigo.
— Pra quê? Eu sou ótimo usando as mãos. – sorri ladino, e seus amigos o olham incrédulos.
— Ei, o que é isso?! – Seungmin ri da fala de Chang. — Não te conheci assim não, Changbin.
— Cadê minha inocência? Eu quero ela de volta. – I.N finge choramingar, agora amarrando a faixa vermelha, com um emblema amarelo no centro do tecido, em sua testa.
— Se perdeu na boca do Hwang e do Kim. – a voz de Lee Know é ouvida de maneira abafada, por estar trancado em um dos quartos, enquanto termina de se arrumar com seu namorado. — E caramba, Seo! Não esperava essa de você. – dá risada.
— E então, Bin? Vai mesmo ficar sem o gancho? – muda de assunto, completamente vermelho.
— Ué, gente. – ri. — Eu tô solteiro mas não tô morto. Porém, nem foi disso que eu falei. É que eu sou um bom escultor. – mente, mesmo sabendo que seus amigos tem conhecimento de que nunca esculpiu nada em sua vida.
— Changbin, eu juro por tudo que é mais sagrado. Com todo respeito ao meu namoro, mas se você me atinge com essa espada, eu peço mais. – Seungmin comenta, ainda analisando o amigo de cima a baixo.
Nunca admitiria isso em voz alta, mas ainda tem uma certa raiva de Chang, por este ter sido lerdo como uma pedra. A amizade dos dois só fora iniciada, porque Seung começou a flertar com o mais velho, mas Changbin nunca percebeu. Agora só resta a admiração e a amizade, mas naquela época, Kim era capaz de latir quando estava perto do amigo.
— É mesmo, Kim?! – I.N cruza os braços, e seu rosto fica tão vermelho como a faixa que está usando. Bin está realmente incrível, mas não é pra tanto… Até é, mas não consegue deixar o ciúmes de lado.
— Não fica assim, NiNi, é só modo de falar. – se aproxima, tentando dar um beijinho em sua bochecha, mas Jeongin se esquiva. — Ok então… – cerra os olhos.
— Hum… – Chang limpa a garganta, e muda o assunto. — Hyun, você não tá nem doido de falar que tá com vergonha da própria fantasia, você tá incrível, porra!
Hwang finalmente está de pé, e com a ajuda de Seung, colocou a pequena e delicada coroa dourada sobre sua cabeça. Um piercing em seu umbigo é visível, graças ao cropped – de um rosa tão claro, que quase se iguala a branco. A peça é parcialmente coberta por um terninho de tom escuro, o qual está desabotoado. Sua calça é da mesma cor do terno, e destoando do restante da fantasia, seus pés calçam um all star branco.
— Eu não tô erra- – sua fala é interrompida, quando os únicos que faltavam no cômodo, finalmente decidem aparecer. — Ok, agora eu tô em dúvida se vomito, ou acho as fantasias incríveis. – os demais olham na direção dos Minsung, tendo a mesma dúvida de Hyunjin.
Minho está um pouco menos pálido que Felix, e o contorno de seu rosto é azulado, assim como o tom de seus lábios – o inferior, tem uma argola no centro. Lentes da cor de seu cabelo, estão sobre seus olhos, e tanto a sobrancelha quanto os cílios, estão brancos. Tem uma coroa de testa como acessório, e no centro da mesma, há uma lua minguante com as pontas viradas para baixo; o pingente é feito de um material azul claro, que imita um cristal.
Jisung é um perfeito contraste. Seus fios e seus olhos, são castanho claro, mas seus cílios também estão brancos. Sobre suas pálpebras, tem um esfumado marrom avermelhado, que propositalmente ultrapassa o limite da região, de forma diagonal, e à medida que se aproxima da bochecha, vai afinando – como se tivesse derretido; a sombra também se estende à pálpebra inferior. Deixara o cabelo crescer consideravelmente, para fazer uma coroa de trança que é rente à sua testa; atrelada ao penteado, tem uma jóia delicada, que contém algumas pérolas, estas que parecem estar calculadamente posicionadas em cada nó da trancinha.
Obviamente, tem um sol desenhado no centro de sua testa, o astro foi feito com tinta dourada, e Minho fez questão de não cometer um erro sequer, mesmo que isso tenha significado apagar o desenho diversas vezes, até que ficasse perfeito como está agora. Em seu lábio inferior, tem uma linha feita com batom preto, imitando o formato da argolinha sobre o lábio de seu namorado.
A única coisa que é, de fato, comum em suas fantasias, é a jóia que ambos usam na orelha, que mais parecem uma extensão do membro em questão, dando a impressão de que suas orelhas são pontudas. A de Jisung é dourada, e a de Minho, prateada.
Suas roupas são leves, delicadas e elegantes, como se o casal fizesse parte da realeza dos elfos – Min do reino lunar, e Sung do reino solar. À medida que as peças de Lee são de tons neutros, as de Han são de tons quentes – porém, as duas têm um toque de preto. O mais novo tem uma hand chain em sua destra, e no lugar desse acessório, Lee Know tem uma delicada correntinha envolta em sua barriga.
— Eu me curvo perante a supremacia Minsung. – Changbin coloca um pé atrás do outro, fazendo uma sutil reverência. — Meu Pai amado! – está de queixo caído.
— Casal usando fantasia combinando, é uma das coisas mais bregas que existe, não acredito que vocês conseguiram transformar isso em algo incrível! – Hyunjin aponta. — Vocês estão parecendo mais príncipes que eu, acho que vou chorar. – faz um biquinho de falsa tristeza.
— Fica tranquilo, Hwang, ninguém toma seu lugar na realeza. – Minho sorri. — Sim, é brega, e pra caralho, mas a gente pensou muito tempo pensando nisso. Um dos nossos desenhos favoritos…
— Que Lino me obrigou a assistir junto com ele. – Han resmunga baixinho. — Tudo bem, eu gostei do desenho. – parece estar conversando consigo mesmo.
— […]gira em torno de elfos e essas coisas. O resto eu não preciso falar, né? Sol, lua, e tarará… – gesticula, e seus amigos logo entendem… na verdade, já tinham entendido.
— Vocês querem esfregar na cara dos solteiros, que são um casal feliz? É isso mesmo que eu entendi?
— Sim. – Jico responde tão espontaneamente, que os outros riem.
— Vocês também estão incríveis, aliás. Se eu fosse solteiro… Pararia de falar, porque tô sentindo meu namorado me fuzilando com o olhar. – nota, mesmo que não esteja olhando para o outro. — E OLHA MINHA CRIANÇA, MEU DEUS, QUE COISINHA MAIS LINDA. – sua voz sai extremamente fina, e logo aperta as bochechas de I.N. — Você tá tão pitico, meu bebezinho, deixa eu te guardar num potinho, por favor. – assim como Hwang dissera no cenário anterior, Minho realmente surtou ao ver o amigo.
— Ai. – passa a mão nas bochechas, quando estas são soltas pelo mais velho. — Eu também tenho um planador. – sorri de canto, e Lee respira fundo para não dar um grito.
— Vamos tir- – Hyun ia chamá-los para tirar foto, mas é interrompido.
— DOÇURAS OU TRAVESSURAS! – um grupo de crianças animadas é ouvido do lado de fora, seguido do barulho da campainha.
— Amor, você se lembrou de comprar os doces, não é? – Minho pergunta.
— Hm… – coça a parte de trás de sua cabeça. — Eu… Eu… Desculpa. – abaixa a cabeça, envergonhado por ter se esquecido de algo tão simples.
— Tudo bem. – respira fundo, tentando não pensar que o exterior de sua casa, logo estará destruído. — Eu vou ver se temos alguma coisa. – mentalmente conta até dez, a fim de não se irritar.
— Não se preocupa, Minho. – Seung toma a frente. — Jico me contou que essa tarefa tinha ficado com ele, e eu imaginei que isso aconteceria. – ri fraco. — Eu comprei, tá guardado no armário.
— Valeu, Minnie. Você salvou minha vida, e a nossa casa. – solta um arzinho pelo nariz, e vai na direção do armário.
— Droga! – Han murmura e se encolhe, se repreendendo por ser tão esquecido.
— Não fica assim, Jico. – Seung se aproxima, sussurrando em seu ouvido, com a usual telepatia que tem com o mais velho. — Ele sabe que você não faz por mal, por isso evita brigar. Essas coisas acontecem, não precisa se culpar.
— Tudo bem… – suspira. — Vou atender as crianças.
Vai na direção da porta, e abre a mesma, se deparando com quatro crianças vestidas de caça-fantasmas – sendo três meninos e uma menina. Todas estão com seus potes no formato de abóboras, estendidos na direção do dono da casa.
— Até que enfim! – o menino que está na frente, está com cara de tédio. — A gente já ia preparar os ovos, e as canetinhas pra riscar a parede. – Jisung suspira em alívio, pois se fosse Minho atendendo a porta, ele provavelmente expulsariam as crianças na base do grito.
— Oi, meus anjinhos! Nós somos adultos, e temos coisas a fazer; não podemos abrir a porta na hora em que vocês quiserem. – as alfineta, com um sorriso animado no rosto. — Os doces já vêm, esperem um pouco.
— Você é novo aqui. – a menina aponta. — Nós pedimos doces todos os anos, e nunca te vi.
— Exatamente! – a garota foi a única criança do grupo, com a qual Jisung simpatizara. O que é incomum, já que ele ama crianças. — Nos mudamos há algum tempo.
— "Mudamos"? Então mora mais gente aqui? – acha graça da curiosidade da mais nova.
— Para de ser intrometida, Gi! – pela semelhança, o menino que a repreendeu, deve ser seu irmão.
— Sim, meu namorado. Na verdade, a casa é dele. – ri fraco, ignorando o garoto. — Mas hoje, nossos amigos também estão aqui. – as outras crianças já estão com um semblante impaciente.
— Ah sim! Bem-vindos então. – sorri.
— Como você é fofa. – resiste o impulso de apertar suas bochechas, e a garota fica vermelha. — Obrigado!
— Minha mãe disse que é educado, desejar boas vindas aos novos vizinhos. – explica. — Você é bonito, eu gostei da sua fantasia.
— Obrigado, você também é. Sua fantasia é muito bem feita. – não faz a mínima ideia de qual personagem ela é, mas pelo o que se lembra, a roupa está idêntica a original.
— Cheguei! Me desc- – chega com uma abóbora um pouco maior que as do grupinho.
— Achei que tinha ido fabricar os doces. – é interrompido pelo garoto que teve a primeira fala.
— Então porquê não foi embora?! – fecha a cara, já irritado. Seu namorado ri. — Toma, vida. Eu prefiro não lidar com esses pestinhas. – entrega o pote para Han, pela alça do mesmo.
— Desculpa, moço. – Gi pede, com vergonha do comportamento dos amigos e do irmão. — Eles não fazem por mal, só ficam meio ansiosos nesses feriados. – olha admirada para o casal, achando Minho tão bonito quanto Han, e querendo ter algum amigo(a/e) para um dia, usar uma fantasia igual a deles.
— Tudo bem, não é sua culpa. – nota que ela deve ser a única criança decente dali, então amansa a voz.
— Tomem. – Han dá um pirulito e duas balas para cada um. — Shiu! – faz sutilmente para a menina, quando em sua vez, coloca uns quatro doces a mais, inclusive um chocolate.
— Valeu! – sussurra, dando um sorriso.
Porém, quando eles se afastam, vê a garota dividindo seus doces extras com o irmão, sem que ele a perceba colocando-os em seu pote. Nega com a cabeça, e sorri sutilmente, pensando que se tivesse um irmão, é provável que fizesse o mesmo.
— Ainda bem que já vamos embora. Não teria paciência pra lidar com esse tipo "criança", pelo resto da tarde. – reclama.
— Por que demorou tanto pra vir? – ainda está achando graça de sua irritação.
— Não achava o pote de abóbora. – conta. — Enfim, eu tenho planos de ficar com o restante dos doces, então vamos, antes que apareça mais crianças.
— Ok. – ri, e voltam para dentro da casa, colocando o pote no aparador, que fica no canto da sala de estar.
— Tá dando nosso horário, podemos ir? – I.N é de longe, o mais empolgado de todos.
— Vamos tirar uma foto, por favor. – Hyunjin quase chora, e eles assentem.
O fotógrafo posiciona a câmera no tripé, e ativa o temporizador. Os oito se ajuntam em uma das paredes da sala de estar, a qual é pintada de cinza claro.
I.N tem um sorriso animado no rosto, e usa os dois braços para carregar seu planador por trás de si, o apoiando em seus ombros. Ao seu lado, estão os Minsung. Han deixa sua hand chain a mostra, com sua mão estendida quase na altura de seu rosto, como quem está prestes a invocar algum feitiço que usa componente somático. Minho está com a postura ereta, e cabeça um pouco erguida, e a ponta de sua língua encosta sutilmente no canto esquerdo de seu lábio superior; seu braço está apoiado no ombro de Jico. Felix está com um de seus pés apoiado na parede, e fez uma espécie de careta raivosa, a fim de destacar seus caninos sutilmente afiados; seu olhar é intimidador e sombrio, ao mesmo tempo que parece não estar se importando com nada a sua volta.
Os outros quatro, estão agachados na frente. Hyunjin fechou um de seus olhos, e com o cotovelo apoiado em sua perna, faz uma espécie de "dois" com seus dedos: o indicador quase encosta em sua sobrancelha, enquanto o dedo médio está abaixo de seu olho; tudo isso, com seus lábios um tanto franzidos.
Seungmin tem o pingente de seu colar entre seus dentes, e uma de suas sobrancelhas está erguida, à medida que seu olhar é profundo a ponto de dar a impressão de enxergar a alma de qualquer um que veja a foto. A fim de parecer decente para a foto, Chris tirou a camisa branca, e colocou o conjunto de correntes; sua mão está estendida para a frente, e seus dedos curvados, como se estivesse prestes a arranhar alguém; e olhando para seu rosto, percebe-se que está rosnando. Changbin continua com um sorriso ladino, e se fosse possível ouvir imagens, uma risada rouca e debochada, seria certeira no ouvido de qualquer um; carrega essa expressão, enquanto aponta sua espada para a câmera.
— Faz tempo que não tiro uma dessas! – Hwang diz empolgado, quando a foto é finalmente tirada. — É o primeiro outono das bruxas que passamos todos juntos, porque até ano passado, éramos grupinhos separados. Espero que possamos fazer isso ano que vem também. – checa a câmera, e sorri ao ver a foto perfeita.
— Todo mundo espera. Nem sempre fomos todos amigos, mas agora é estranho visualizar alguma ocasião em que não somos. – Bangchan responde.
— Gente, isso é pra ser um feriado assustador! Deixem de ser piegas, deixem essas baboseiras pro final do ano. – Changbin os breca, apenas porquê não gosta de falar nesse assunto.
— Ui, o pirata é durão. – Felix zomba.
— Os papais voltam só de madrugada, está bem? – param de conversar, quando notam Minho se despedindo de Llama. — Não precisa se preocupar, nós não estamos te abandonando, só vamos sair um pouquinho. – faz carinho em seu queixo, e pelo fato do felino ter levantado a cabeça, uma coleirinha com pingente de fantasma, é visível.
— Vamos demorar um pouco, mas prometo que a gente volta, ok? – Jisung faz o mesmo com Dori. — Se comporta, e não arranja briga com o Llama, eu sei que você ainda gosta de provocá-lo. – ri fraco. — Seus potinhos estão no lugar de sempre, tem comida o suficiente até voltarmos. – a gatinha também está de coleira, mas a dela, tem um pingentinho de abóbora.
— Eu não falo nada, porque faço o mesmo com minha cachorrinha. – Hyun comenta. — Depois que comecei a me despedir, ela passou a ficar bem menos agitada quando eu saio. Deve ser o mesmo caso dos gatos. – dá de ombros.
•••
Finalmente estão a caminho do Escape Room, divididos nos carros de Bang e Minho. Enquanto os citados dirigem, os outros podem prestar atenção nas ruas da cidade, que têm decorações mais empenhadas do que no próprio halloween. Afinal, o outono das bruxas é um feriado exclusivo dos cidadãos de Kyata, e eles se orgulham disso.
Fora as residências e estabelecimentos, as praças também foram decoradas; para onde se olha, é possível notar fantasminhas de papel ou bexiga, aranhas de plástico em teias falsas, mãos de zumbi, cérebros, entre outras decorações típicas da ocasião; as folhas laranjas caindo das árvores, parecem ser um complemento natural às decorações industriais. Algumas casas têm velas em abóboras, visíveis nas janelas das mesmas.
Pessoas de todas as idades, são vistas com diversos tipos de fantasias, de coisas realmente assustadoras à referências literárias ou cinematográficas; alguns até arriscaram se vestir de grandes nomes da música pop.
Vários grupos de crianças são perceptíveis, alguns com um adulto ou adolescente por perto, outros com crianças um pouco mais velhas. O comum entre todos, são os potinhos que usam para carregar os doces que arrecadam durante o feriado. A temperatura está amena, e os únicos que estão sentindo calor excessivo, é Felix, – porque sua capa é mais quente do que imaginava – e I.N.
Quando por fim, chegam ao estabelecimento que queriam, percebem que sem novidade alguma, está tão decorado quanto o restante da cidade. Porém, nem se atentam muito a isso, pois já estão nervosos com o que está por vir, principalmente Minho, que é o mais competitivo entre os oito.
O lugar é absurdamente grande, e o dono deve ter investido muito para fazer algo desse porte, pois mesmo que não tenham entrado de fato, na sala de fuga, conseguem ver que é tudo feita de maneira detalhadamente profissional.
Todo o ambiente carrega um aspecto misterioso e de suspense, e até mesmo os funcionários com os quais falam, parecem esconder alguma coisa por trás dos olhares docéis e sorrisos gentis.
Apesar de saberem que não correm real perigo, um leves arrepios percorrem por suas espinhas, e eles não conseguem evitar a apreensão.
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