Luhan ainda não se conformara em ter que ouvir uma palestra da senhora Oh sobre sexo e uso de camisinha. Ele não acreditou quando ela os chamou para explicar sobre doenças sexualmente transmissíveis e outras coisas mais. Claro que entendia o lado da mulher, mas a vergonha era maior que qualquer bom senso. Achou que não poderia ter ficado mais vermelho. Depois de encarar sua sogra com lições desse tipo, teve a certeza que enfrentaria qualquer coisa em sua vida.
Na manhã seguinte, os meninos resolveram passear pela cidade. Sehun levou namorado para conhecer alguns lugares populares, depois tomaram um sorvete e findaram a tarde no parque com o coreano falando mais e mais sobre sua nova escola. Aquilo realmente deixou Luhan enciumado. Era ridículo, ele sabia, mas impossível de controlar tal sentimento. O loiro só comentava o quanto estava apreciando seus novos estudos, até mesmo seus novos colegas. Mas então ele lembrava-se da noite anterior, ganhava bochechas rubras e tentava entender as quinhentas explicações que o maior dava. Por fim, Sehun e sua mãe levaram o menor para a rodoviária e depois de meia hora de embolação, beijos e juras de amor, o chinês voltou para sua casa.
Durante o percurso na estrada, o menino do cabelo rosa ficou trocando mensagens com Baekhyun contado lhe o que havia passado naquele final de semana, depois cochilou por alguns minutos e finalmente encontrou sua mãe para desabafar tudo que precisava. A relação com a progenitora ainda não era a mais esperada, mas a mãe de Luhan se esforçava em entender o lado do filho e buscava não ser preconceituosa com o rapaz. Eles estavam melhorando e isso era gratificante demais para o pequeno.
Como estava cansado, não tardou a jogar o corpo mole sobre o colchão macio. Desejou um breve “boa noite” a seu namorado mandando um áudio e logo pegou em um sono profundo e revigorante. Teria aula na manhã seguinte e precisava se preparar para o questionário de seu melhor amigo. Infelizmente, seu cansaço era tanto que quando soou o despertador anunciando o dia seguinte, Luhan acreditou que havia acabado de fechar os olhos.
Vestiu-se com preguiça, tomou apenas um leite gelado e seguiu para escola um tanto desanimado. Atravessou o portão de entrada e logo viu Jongin sentado em dos bancos escutando música de seu ipod. O chinês achegou-se sem permissão e roubou um dos fones de ouvido colocando no seu.
-Lulu! – Jongin sorriu ao ver o amigo. – Como foi com o Sehun?
-Foi bom, Kai. Nos divertimos bastante.
-Rolou? – O moreno perguntou sugestivo.
-Quase... –Luhan escondeu o rosto.
-Quase? Aish, Lulu! Que enrolados! –Ele rodou os olhos, porém riu. – O importante é que você se divertiu.
-Sim. – Ele apoiou a cabeça no ombro do mais alto, mas tal ato não durou muito tempo uma vez que alguns olhares caíram sobre os dois. – Serei sempre julgado como o homossexual da escola.
-Não se preocupe, Lu. Baek já tem esse título. Falando nele... – Jongin apontou para o menino que se aproximava.
-Hey, Baek! – Gritou o mais velho dos três.
-Bom dia... – Respondeu cabisbaixo.
-Que houve, Baek? – Luhan o chamou e o menor sentou ao seu lado.
-Briguei com o Chanyeol. – A voz chorosa do menino denunciava que a situação era severa. – Agora ele não quer mais falar comigo.
-Até parece que isso vai durar, Baek. Vocês se amam. Dê um tempo ao Chanyeol, ele precisa ficar um sozinho para refrescar a cabeça.
-Mas eu não posso ficar sem o Chany, Kai! –Resmungou.
-Não seja gay, Baek.
-Pede uma coisa mais fácil né, Kai! – Baekhyun acabou rindo um pouco e o sinal logo tocou; os três amigos entraram em sua sala de aula e o dia tedioso começou.
No intervalo Baekhyun explicou melhor a situação com seu gigante de orelhas grandes que havia até mesmo faltado a escola, Luhan também contou seu final de semana e a fofoca prolongou por um bom tempo. Acabaram não prestando atenção nas últimas aulas e ficaram trocando bilhetes. Parecia um dia comum, se não fosse o fato de Sehun não ter mandado mensagem alguma. Era incomum demais, eles se comunicavam o dia inteiro dessa forma e o chinês havia mandado milhares de mensagens para seu namorado.
Havia ficado chateado e preocupado ao mesmo tempo, milhares de situações negativas começaram a assombrar suas ideias. Decidiu, por fim, durante a aula de matemática, que precisava parar com aquilo e convidou Baekhyun e Kai para passarem a tarde em sua casa. Jongin desculpou-se, iria ajudar o avô com a mudança, mas o menor aceitou de bom grado e ainda sugeriu que comprassem um pote de sorvete. Assim aconteceu, os meninos saíram da escola logo que o sinal tocou, passaram no supermercado que havia por perto e compraram o sorvete. Para completar, baixaram um filme romântico na internet e ficaram como duas menininhas choramingando com as cenas de amor.
-Estamos extrapolando hoje, Baek.
-Eu sei, mas eu estou triste Lulu. Preciso do meu melhor amigo e.. – Foi interrompido.
-Meu Deus! É hora de falar no Skype com o Sehun! – Luhan saltou em busca de seu notebook.
-Não acredito que você vai deixar seu amigo aqui todo destruído para conversar com seu namoradinho que passou o dia todo com você ontem! – Baekhyun fez um biquinho infantil.
-Calma, Baek! Eu só quero saber se ele está bem... Ele não me respondeu nenhuma mensagem hoje.
-Ta bem, Luhan! – Virou de costas e pegou seu celular ainda com a expressão irritada.
O mais velho ligou o computador, esperou com ansiedade para ligar o skype e finalmente saber o que havia acontecido com seu coreano. Entretanto, para sua surpresa, ele não estava online. Sem entender, buscou o celular sentindo um nó nascer em sua garganta, só poderia ter acontecido algo muito ruim para Sehun não responder suas mensagens. Seus olhos ganharam um brilho triste, estavam prestes a desabar como duas cachoeiras, todavia conseguiram visualizar o ícone alertando uma nova mensagem no visor do celular. Era de Sehun, o coração do rapaz de cabelo rosa voltou a bater. Seus dedos deslizaram rápidos e ele leu o conteúdo escrito: “Desculpe, Hanie. Um professor meu me convidou para fazer um trabalho com ele, não posso usar o celular por muito tempo e acabei não tendo tempo para ligar o skype, amanhã a gente se fala.”
O chinês ficou bravo, aliviado e repleto de constrangimento. Era infantil demais de sua parte querer ser o centro das atenções o tempo todo. Tinha que parar com aquela bobeira. Decidiu sorrir e desejou, em uma resposta, boa sorte para o namorado. Era assim que tinha que ser. Largou o celular sobre a escrivaninha e pulou nas costas do amigo que estava deitado de barriga para baixo.
-Estou de volta, Baek, bobo! –Mordeu o ombro do mais novo. – Falou com o Chanyeol?
-Não... – Ele reclamou da mordida com uma careta. – E você não falou com o Sehun, por quê?
-Ele esta ocupado hoje. Sorte sua, sou todo seu! – Piscou.
-Você está parecendo o Kai! Para com isso, Luhan!
-Vai dormir aqui hoje, Baek?
-Só se você fizer cafuné em mim para dormir.
-Baekhyun... Para de ser viado. – Luhan riu alto e lançou uma almofada na cabeça do amigo que revidou com o travesseiro.
~~*~~
As coisas estavam mudando. Já havia sete dias que Sehun não respondia direito a Luhan. Desde que fora chamado para iniciar um projeto, seu tempo reduzido não permitia comunicar-se muito com seu namorado. Sentia aquilo que chamavam de saudade, porém aprender a pilotar aviões e helicópteros estava se tornando prioridade. Ainda sentia aquele turbilhão em seu coração quando pensava no chinês, ainda sentia vontade de beijá-lo nas horas mais inesperadas, entretanto conseguia se distrair com alguns cálculos. Do outro lado a situação era pior, o mais baixo dividia-se entre a frustração e a compreensão. Tentava colocar o melhor para Sehun em primeiro lugar, mas aquilo estava o matando. Estavam ficando distantes. Aquilo não era bom de modo algum.
O chinês não desistiria fácil. Apesar do seu maior medo estar apresentando-se, ele não iria abandonar. Por isso, depois de duas semanas quase sem falar com o coreano, pegou o telefone e discou o número da residência dos Oh com um pouco de fúria. Não tardou para uma voz feminina atender.
-Senhora Oh?
-Luhan? Olá, Luhan querido! – A senhora atendeu, com alegria, seu genro amado.
-Olá... O Sehun está?
-Não está. Ele anda ficando até mais tarde na escola por causa do projeto, sabe... Ele vem se empenhando tanto, você precisa ver.
-Eu imagino... – Respondeu de forma fraca.
-Parece triste, Luhan, o que aconteceu?
-Não é nada, Senhora. Pode dizer a Sehun que eu liguei?
-Posso, mas por que não manda uma mensagem a ele?
-Porque ele não me responde.
-Ah, querido, está magoado com Sehun, por isso essa voz? - O tom materno que a mãe do coreano usava acalentou o coração de Luhan a ponto dele se sentir seguro para desabafar.
-Digamos que sim, um pouco. Eu sei que é importante para ele esse projeto da escola, mas... O Sehun parece que está me esquecendo. E sejamos sinceros, nos dois sabemos que ele... Ele é capaz de deixar de amar com facilidade e sem dor. Tenho medo que Sehun me esqueça por completo.
-Não pense assim, Luhan, querido, Sehun fala bastante de você. Ele sente sua falta, eu lhe garanto. – Uma pausa longa permitiu-se ouvir apenas as respirações.
-Espero que a Senhora tenha razão. Ele está bem? Não teve mais crises?
-Não, ele está ótimo. Ele nunca mais mostrou-se agressivo e consegue até se comunicar bem com os colegas de sala, esses dias saiu com a turma.
-Saiu... Sem dificuldades? –Mordeu o lábio.
-Sim, ele não te contou? Eles foram jogar boliche. Foi uma turma grande, até.
-Sabe, Senhora Oh, acho que o problema de Sehun era eu. –Luhan suspirou entristecido. – Ele parece tão melhor longe de mim.
-Não diga bobeira, Luhan! Se o Sehun está dessa forma é porque você o ajudou! E se ele tem tantas dificuldades com você é porque você mexe com os sentimentos dele. Não estou falando que ele tem altos relacionamentos aqui. A verdade é que ele consegue sair e se divertir e isso para mim é um alívio gigante. Você não imagina como eu sofria vendo meu filho ser tão excluído e rejeitado pelos outros. Você é o responsável por isso, Luhan. Não precisa se preocupar, está bem?
-Desculpe, eu estou sendo egoísta. Mas ao mesmo tempo, sinto que tenho um pouco de razão em reclamar. Sinto falta do meu namorado. Sinto falta dele descobrindo coisas novas comigo, dos momentos raros que tínhamos de abraços, dos selares roubados. Eu... – Luhan acabou emocionando-se mais do que deveria. – Tenho tanto medo do Sehun me esquecer.
-Eu não vou te esquecer. – A voz grave do loiro soou do outro lado da linha. – Desculpe, Hanie. Não precisa pensar assim, eu gosto muito de você. Seus abraços são os únicos que podem me ter. Não precisa ter medo. Não importa o que aconteça, Hanie, eu não vou esquecer a pessoa que faz meu coração bater. Mesmo que a gente nunca mais se fale, eu não vou te esquecer.
-O problema é justamente esse, Sehun! – Gritou, Luhan. – Eu não quero que você pare de falar comigo. Eu não quero me tornar apenas uma lembrança para você.
- Você não será apenas uma lembrança para mim, Hanie. O que eu estou fazendo é uma surpresa para você, certo? Não queria contar, mas quando ficar pronta, ai te mostro.
-Surpresa para mim? –Prendeu um soluço- É verdade?
-Sim, Hanie! Bom, agora eu preciso desligar.
-Você vai entrar no skype hoje?
-Skype anda difícil para mim... O que acha de combinarmos algumas ligações. Essa semana eu tenho muita coisa para fazer. Mas eu te ligo quando tiver um tempinho.
-Ah... – O mais velho respirou fundo e se lembrou das palavras que havia acabado de escutar de seu namorado. – Tudo bem, Hunie. Eu te amo.
Sehun já havia desligado. Luhan mordeu o lábio como de costume e se acomodou em sua cama agarrando a almofada mais próxima. Aquela ligação não havia ajudado em nada. Agora seus sentimentos oscilavam de esperança a descaso e a única coisa que ele poderia fazer era esperar uma ligação do mais alto. Que de fato veio, três semanas depois, mas veio.
Aos poucos o menor fora se acostumando com o ruim. Aprendera que não adiantava ficar choramingando, nem correndo atrás, teria que ser paciente. Sua sorte é que seus dois melhores amigos sempre o colocavam para cima outra vez. E como Sehun estava focado nos estudos, por mais estranho que isto soasse, Luhan decidiu focar-se nos seus também para conseguir entrar na tão sonhada faculdade da capital.
~~*~~
O fim de ano chegou a galopes ligeiros. O tempo começou a mudar e as ruas ficaram cobertas com o manto branco. As janelas repletas de enfeites coloridos, luzes a piscar em todos os lugares. O Natal estava chegando e as férias vinham ao seu encalce. Para a felicidade dos três “mosqueteiros” que choravam desesperados devido as provas tão rígidas. Eram inteligentes, principalmente o chinês, mas precisaram estudar um tanto a mais que o normal para concluírem o último semestre com boletins de ouro.
A despedida da escola fora feita com uma tarde no shopping, cinema e pipoca. Chanyeol participou, pois eles resolveram sair bem no aniversário de namoro do gigante com o baixinho e ele fez questão de grudar em seu namorado. Era em momentos como esses que Luhan sentia o peito apertar ainda mais. E a vontade de gritar ficava cada dia mais difícil de controlar.
-Luhan, como a gente disse, temos uma surpresa para você, um presente adiantado de Natal. – Baekhyun estava estranho desde manhã, quando ainda estavam vendo as últimas notas na escola.
-Eu sinto cheiro de algo que vocês aprontaram! – O menino rosado cruzou os braços ficando ainda mais curioso. – Quando junta você, o Kai e o Chanyeol, coisa boa não pode ser.
-Hey! Eu deveria devolver seu presente depois desse insulto. –Baekhyun colocou as mãos na cintura fazendo o drama que lhe era de costume.
-Creio que não tem como a gente devolver. Vou lá buscá-lo. –O moreno se afastou da turma em direção oposta.
-E a gente fica esperando na frente do cinema. – O baixinho arrastou o amigo e o namorado para uma mesa na praça de alimentação que ficava na frente do cinema.
Jongin não demorou muito e, apesar de curioso, Luhan distraiu-se com facilidade numa conversa que Chanyeol iniciara. Chegava a ser ridícula a temática da fofoca, mas eles estavam dando altas gargalhadas e isso que importava. Estavam se divertido afinal. O chinês tinha lágrimas escorrendo nos cantos dos olhos e uma mão pressionando a barriga de tanto que ria. Pensou que nunca mais conseguiria parar, porém bastou sentir um aroma típico e o peso em seus ombros que o riso findou-se. Sua pele já clara tornou-se ainda mais pálida. Os lábios rosados não ficaram diferentes e sua respiração acelerou como se ele estivesse a correr uma maratona.
Luhan não acreditou, negou rapidamente e precisou virar-se com cuidado para não acordar de seu sonho. Lá estava Sehun, meio acanhado, meio sorrindo. O coreano trazia um pacote em suas mãos bem colorido. O menor não conseguiu focalizar muito nisso, nem se preocupou com o presente. Seus braços correram ao redor do pescoço do maior e ele tão pouco se importo com as outras pessoas. O beijou como se fizesse anos que não se vissem.
O mais novo quase caiu sentado, parecia que seu namorado estava se vingando do dia que ele fizera o mesmo no consultório de sua terapeuta. Ele correspondeu ao abraço sem hesitar, sem medo. Apesar de sua dedicação, tinha saudade dos cabelos cor de rosa mesclando com os seus fios loiros. Eram sentimentos entendidos de formas distintas, mas não deixavam de ser sentimentos.
-Estava com tanta saudade, Sehun! – O mais velho ficou um tempo admirando a face de seu namorado.
-Também senti saudade, Hanie. Vim um pouco antes do Natal porque minha mãe vai querer viajar... E eu queria te ver.
-Isso é tão bom, Hunie. Não acredito que você está aqui!
-De nada, viu Luhan! – Baekhyun riu baixo chamando atenção.
-Ah! Obrigado, gente. Vocês me deram o melhor presente de Natal.
-Agora vamos deixar vocês aproveitarem. – Baekhyun levantou-se e grudou em Chanyeol- Vamos, amor?
-Vamos sim. – O maior respondeu e eles se despediriam seguindo por Kai que também tomou seu rumo.
Sehun guardou as mãos nos bolsos da blusa tentando esquentá-las. Luhan aproximou-se dele e cruzou seu braço com o do maior também escondendo as mãos nos bolsos. Entreolharam-se, mas apenas o chinês sorriu. Só então reparou o quão sério Sehun havia ficado.
-O presente! – Comentou consigo mesmo. – O que você me trouxe?
-Isso? – Balançou a sacola pendurada em seu braço. – Foi algo que tentei fazer para você, mas é bem idiota.
-O que é Hunie, me deixou curioso. – Luhan pegou mesmo em autorização o pacote da sacola e desembrulhou com dificuldade já que estavam caminhando em direção a saída do shopping.
Dentro de um potinho de vidro, havia algumas dezenas de origamis em forma de estrela, todos coloridos e bem feitos. O chinês ficou um tempo olhando aquilo, analisando cada detalhe para tentar entender. Depois lançou um olhar cheio de duvidas para o loiro que explicou prontamente.
-São estrelas que eu fiz. Dentro de cada uma contém algo escrito. Sei que você sente falta de mim, eu não sei como é isso direito. Eu sinto saudade de você, mas quando estou focado em algo eu simplesmente esqueço-me do resto. Desculpe ser assim, você conhece meus limites. Posso ficar um ano sem falar com você e simplesmente não sentir falta, mas isso não quer dizer que eu não ame você. Sabe, quando eu fiquei sabendo que iria mudar, achei que não fosse conseguir, que seria pior. Não que esteja sendo bom, eu gosto de seus beijos, de seus abraços, do seu carinho. Mas infelizmente eu acostumei rápido a ficar sem eles. Talvez eu ache que seria melhor... Você encontrar outra pessoa que possa te amar da mesma forma que você me ama.
-Sehun, você está me dando um fora? – Luhan tinha uma expressão incrédula.
-Vai ser melhor para você, Hanie. Vai ser melhor porque você vai ter alguém de verdade ao seu lado. E não uma inconstância infinita que ora é capaz de gritar por te querer, ora simplesmente não lembra que você existe. –Sehun abaixou a cabeça e não percebeu que chorava.
-Hunie. Sabe por que eu mergulhei nesse paradoxo que é você? – Os dedos do mais velho limparam com delicadeza a lágrima do maior que negou a pergunta dele com um aceno. - Por isso.
-Lágrimas?
-Não, Hunie. Você está triste, está sentindo algo em seu coração, mas o que é mais belo é... Você está se importando comigo. Você me colocou em primeiro lugar. E é por esse motivo que eu não aceito a sua oferta. Podemos ficar anos sem nos falarmos, mesmo que eu não deseje isso de forma alguma, eu sempre serei o seu namorado, Hunie. Não importa se no futuro, você vier a beijar outros lábios, aceitar outros abraços, tocar outros corpos. Não importa que você arrume outro namorado. O que você me ensinou, Hunie, me prende eternamente a você. Então eu serei sempre o seu namoradinho. Mesmo que na lembrança. - Luhan apertou seus olhinhos sentindo o peito doer de forma insana.
-Você é teimoso, Luhan. – Sehun abraçou o pequeno. – Mas sua teimosia me faz ser uma pessoa melhor. Não importa o quão distantes fiquemos, não importa os dias que não nos falaremos. Você sempre será meu namoradinho, Hanie, aquele que me ensinou o mais precioso dos sentimentos e que se eu pudesse escolher um dentre todos, escolheria esse mesmo. Obrigado por me ensinar a amar mesmo que de maneira torta.
-Obrigado por me trazer as estrelas.
-Obrigado por ser o brilho delas.
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