História The Lost Canvas: Primas Gêmeas - O Nome Dela É Zoe

A menina estava toda enfaixada e assustada, nem sabia o porquê de estar ali. O médico traz finalmente as meninas para ver a garota acordada. Uma menina de cabelos verdes claros assim como os olhos. Parecia ser bem jovem:

Ariel: Ela falou alguma coisa?

Médico: Nada, apenas perguntou onde estavam seus irmãos.

Garota: Meus irmãos! Cadê eles?! 

Ariel: Ô, garotinha, relaxa, okay?! Ninguém aqui está com seus irmãos.

Garota: Mentira! Cadê?!

Elisa: Ei, está tudo bem – a loira se aproximava com cautela – Não precisa ter medo, tá? Entendo esse seu pavor e digo que você é uma garota forte. 

Elisa conseguia aos poucos a confiança da menina. Ela se senta na cama e, com todo o cuidado do mundo, pega uma das mãos da outra jovem:

Elisa: Você está segura aqui no Santuário… Irei perguntar ao cavaleiro que te salvou se ele viu seus irmãos, mas precisamos mesmo saber algumas coisas sobre você que podem ajudar bastante, huh? O que acha…? Se preferir, eu me apresento primeiro – ao ver a esverdeada assentir, a loira sorri – Está indo bem. Eu sou Elisa de Golfinho, amazona de Bronze que batalha por Atena. E você?

Garota: Eu… Eu sou Zoe… Eu… Eu vivo em um vilarejo não tão longe daqui… É mais afastado. 

Elisa: Entendi… Seu nome é muito bonito. Diga-me, quantos irmãos você tem?

Zoe: Três irmãos pequenos… Ícaros, Nikolaos e Andreas… 

Elisa: Você deve ser uma excelente irmã – ajeita os cabelos da menina – Agora descanse… Faremos de tudo para trazer seus irmãos e deixar vocês em um lo-

Zoe: Espera, Elisa! – a mais nova para a loira – Eu quero ir com você!

A resposta de Zoe impressionou as duas amazonas, mas fez Elisa soltar uma risada; fazendo todos ficarem confusas:

Elisa: Bom, gosto muito do seu espírito! Que tal fazermos assim: recupere-se bem, respeite os pedidos do médico e, quando estiver melhor, a gente retoma essa conversa, huh? 

A esverdeada finalmente sorri e assente alegremente, deixando a loira satisfeita antes de sair tranquilamente dali. Ariel e Elisa começaram a observar os aspirantes treinarem arduamente:

Ariel: O que foi aquilo lá dentro?

Elisa: Ué, você tava lá-

Ariel: Você me entendeu, Elisa. Você tá querendo treinar essa garota?

Elisa: Ela tem potencial! Pra que fingir que não existe?

Ariel: Não é isso, burra! Estou falando dessa sua sugestão. Tem certeza que vai ter toda a paciência do mundo para ensinar?! – a morena segura nos ombros da loira:

Elisa: Arielzinha, relaxa! Eu sei me cuidar e sei que cuidarei bem dela. A questão é se o Grande Mestre vai permitir… 

Ariel: Porra, Elisa. Todo mundo aqui baba demais você. Óbvio que ele vai deixar! 

Elisa: Eu hein… – solta uma risada:

Shion: Bom dia, amazonas de Bronze.

Elisa: Bom dia, Shion.

Ariel: Ora ora, se não é Shion de Áries, o rapaz sereno dono da voz mais seduzente desse Santuário. – fala em um tom brincalhão:

Shion: Vem cá, você conhece algo chamado "amadurecimento"? Você e seu mestre deviam testar.

Ariel: Amadurecimento é coisa de gente estranha.

Elisa: Shion, olha pra mim. Acha que eu seria uma boa mestre?

Shion: Isso é tipo de pergunta que se faça? – olhando a mais baixa – Perdão, mas não posso responder essa pergunta.

Elisa: Seu bobo! 

Ariel: Para de chamar o pessoal de bob- Ah, man, o que ele tá fazendo aqui?

Sísifo: Bem-vinda de volta, esquentadinha. Está mais forte, mas ainda é uma cabecinha quente. – bagunça os cabelos da menina, fazendo com que ela dê um tapa em sua mão:

Ariel: Que intimidade é essa? 

Sísifo: Não precisa fingir que não gosta! – fala com um sorriso bobo no rosto e vai a sua missão:

Ariel: Ai, como eu quero socar esse idiota… 

Elisa: Ariel, todo mundo sabe que não é só soco! – fala risonha – Dá uma relaxada! O Sísifo é tão gentil com você.

Dohko: Agora eu posso… – o rapaz se joga em Ariel – AGORA POSSO FALAR COM VOCÊ!

Ariel: SAI DE CIMA DE MIM, SEU DRAGÃO DE KOMODO! EU VOU JOGAR VOCÊ NO FOSSO! SAI, DOHKO!

Shion: Realmente… Maturidade é pra poucos. 

A loira apenas ria da situação enquanto Ariel tentava tirar Dohko de cima de si. Após um tempo, as meninas treinavam sozinhas lutando entre si. A força era tão notável que alguns aspirantes simplesmente pararam para assistí-las. Era uma batalha fenomenal, eles diziam. A menina misteriosa Zoe também as observava de longe:

Ariel: Nossa… Você realmente está mais forte que a última vez que nos… Enfretamos… 

Elisa: Você também… Está mais atenta… Seu pai realmente foi duro né?

Ariel: Duro foi o Manigold… – se joga no chão – Meu pai e leveza são coisas que realmente não andam juntas… 

Elisa: Eu entendo… – senta ao lado dela – Meu pai também, mas ele prefere não usar a violência.

Ariel: Tal pai, tal filha… Você e tio Hypnos são o que eu costumo de chamar de "bons maldosos": pessoas que não usam tanto a violência, mas ao se zangarem, podem trazer terror psicológico tanto a adversários quanto a aliados; se transformam da água para o vinho. Isso sim é assustador.

Elisa: Ei, sua bobinha! Não sou assustadora não! – fala com um tom de voz infantil e mostra a língua:

Ariel: Não agora, né? 

Manigold: O que as duas mocinhas estão fazendo sentadas, huh? – o rapaz aparece ajeitando a caixa da armadura nas costas:

Elisa: Apenas conversando, Mestre Manigold.

Manigold: E desde quando eu permito tempo pra conversinha? Levantem suas bundas daí!

Ariel: Relaxa, cara… – levanta rapidamente – E então? Usou muito seu sarcasmo a ponto de matar os espectros de raiva?

Manigold: Ah, mas tu tá engraçadinha demais hoje; a própria palhaça! E ai? Treinaram muito?

Elisa: Bastante e até descobrimos mais sobre a menina misteriosa.

Manigold: A que o Dohko trouxe? Interessante. Bom, qualquer coisa informem ao Grande Mes-

Ariel: Eu não confio naquela garotinha – os dois olham rapidamente para a morena – Olho para ela e sinto algo muito sinistro… Sem falar que os nomes dos irmãos dela não são estranhos para mim.

Elisa: Como assim?

Ariel: Enquanto eu voltava pra cá, eu passei pelo vilarejo que é um pouco longe de Rodorio e do Santuário. Lá estava em reconstrução enquanto alguns habitantes recebiam tratamentos médicos. Quando passei por lá, vi um mini cemitério com alguns túmulo e em três deles estavam os nomes dos irmãos que Zoe falou. Morreram com uns quatro anos e tem um tempo já. Como ela não pôde saber que os próprios irmãos já estavam mortos?!

A morena indaga agressivamente, deixando a loira um tanto pensativa e cabisbaixa. Manigold olhava as duas e apenas suspira bem alto; dando um tapa na cabeça de ambas e as deixando sem entender o ato:

Manigold: Eu hein, vão ter discussãozinha não, hein! Tá praticamente de noite e não quero "blá blá blá" sem motivo. Já que treinaram muito hoje, vou dar uma folguinha amanhã, mas saibam que eu dar folga não significa que vão ficar sem trabalho. Fui claro?

As duas: Sim, mestre Manigold.

Manigold: PAREM DE FALAR AO MESMO TEMPO! – fala um tanto irritado, tirando a risada das meninas.

Ao anoitecer, Ariel foi ao alojamento descansar enquanto Elisa se sentava no teto da Casa de Câncer; o que fazia frequentemente. Estava realmente pensativa sobre Zoe – "será que ela está falando realmente a verdade?" – ela pensava. Durante seus pensamentos, nem havia reparado que um cavaleiro a observava:

Albafica: Finalmente não está tagarelando por aí como uma criança. – a menina sai de seu transe – Parece desanimada.

Elisa: Senhor Albafica, o que faz aqui?

Albafica: Seu mestre havia me chamado, mas aparentemente ele não está aqui. Você está bem?

Elisa: Sim, estou sim… Estou só pensativa, nada demais. E você? Está bem?

Albafica: Estou como sempre… Dá para parar de me tocar?! – afasta a menina rapidamente:

Elisa: Ah, até parece que não se acostumou! – mostra a língua – Você sabe que eu não mudo.

Albafica: Sabe, apesar de ser educada, você é bem desrespeitosa. Você entende minha decisão, mas sempre se contradiz ao ficar muito próxima.

Elisa: Eu já disse o que penso sobre isso… Além do mais, eu sei que você não me acha tão irritante assim! 

Albafica: Você é completamente irritante, mas não é um peso. Amanhã eu vou ter uma missão de reconhecimento. Tá afim de ir?

Elisa: É claro que eu estou! Aliás, pode ficar tranquilo que respeitarei seu espaço entre os outros cavaleiros que forem… Pode ficar tranquilo.

Albafica: Eu sei que vai.

O menino de cabelos azuis claros deixa uma rosa branca nos cabelos da menina e continua seu caminho à procura de Manigold, deixando a loira bem sorridente com o ato, já que não era de se esperar do pisciano fazer algo assim. Mesmo com aquele ato, a menina ainda pensava sobre a Zoe e a suposta mentira por trás dos irmãos.

SERÁ QUE É TUDO UMA FARSA DESCARADA?